O Instituto de Tecnologia de Alimentos lançou a publicação "Brasil Ingredients Trends 2020" que fornece uma visão ampla sobre fatores que influenciarão o mercado de ingredientes e alimentos nos próximos anos e formas de inovação. O livro eletrônico tem o objetivo de estimular pesquisas no setor privado. O Instituto bateu recorde na produção de antígenos para diagnóstico de doenças em bovinos, chegando a 3,7 milhões de doses. A produção brasileira de im
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção Iquinta-feira, 1º de janeiro de 2015 São Paulo, 125 (1) – III
O Instituto de Tecnologia de Alimentos
(Ital), da Secretaria de Agricultura e Abas-
tecimento, lançou a publicação eletrôni-
ca Série Trends 2020: Brasil Ingredients
Trends 2020, em português. O livro de 394
páginas foi produzido em parceria com a
UBM (United Business Media).
A publicação traz visão ampla sobre
os fatores que influenciarão o futuro do
mercado de ingredientes, alimentos, bebi-
das e suplementos alimentares nos próxi-
mos anos. Mostra também a formação de
tendências e plataformas de inovação que
deverão ser mais exploradas pelas empre-
sas do setor de ingredientes.
Assim como as demais publicações da
Série Trends 2020, o estudo pretende estimu-
lar as pesquisas no Ital, no setor privado e em
outras instituições. “Com certeza, irá servir
como instrumento para a inclusão tecnológica
das micro e pequenas empresas, nas quais o
acesso a informações sobre tendências e opor-
tunidades de mercado ainda não é tão facilita-
do”, explica o diretor do Ital, Luis Madi.
O livro eletrônico do Brasil Ingredients
Trends 2020 teve também apoio de empresas
privadas patrocinadoras da Plataforma de
Inovação Tecnológica do Ital. Participaram
da elaboração do estudo 16 autores, entre
pesquisadores do instituto e especialistas em
alimentos. A publicação está disponível para
download em www.brasilingredientstrends.
com.br, onde também constam outras infor-
mações sobre a Série Trends 2020.
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Tendências e inovação no setor de ingredientes
Biológico: produção
recorde de antígenos
Produção de
imunobiológicos do
instituto garante o
diagnóstico preciso dos
animais e alimento seguro
para a população
proximadamente 70% das doen-
ças humanas têm origem nos ani-
mais.” É assim que o médico
veterinário Ricardo Spacagna Jor-
dão explica a importância dos tra-
balhos realizados pelo Instituto Bio-
lógico na área dos antígenos, pro-
dutos para diagnóstico de tubercu-
lose e brucelose, doenças que ata-
cam diversos animais no campo,
inclusive os bovinos. Em 2014, o
Biológico bateu recorde na produ-
ção dos kits disponibilizados aos
pecuaristas brasileiros: foram 3,7
milhões de doses desses imunobio-
lógicos, o que representa aumento
de 34% em relação a 2013. Com
essa produção, é possível diagnosti-
car um milhão de animais a mais
do que no ano anterior.
O fato é de extrema importância
para a pecuária nacional, pois o
Biológico, vinculado à Secretaria Es-
tadual de Agricultura e Abasteci-
mento, é um dos dois únicos labora-
tórios brasileiros que produzem
essas substâncias. O outro é o para-
naense Tecpar, de Curitiba.
Fabricar mais – É o quinto
ano consecutivo que o instituto pau-
lista, cuja sede fica na Vila Mariana,
capital, bate recordes na produção de
imunobiológicos, os quais são estra-
tégicos para o Programa Nacional de
Controle e Erradicação da Brucelose e
Tuberculose Animal. Os antígenos
garantem o diagnóstico preciso e ali-
mento seguro para a população. “Estáva-
mos mantendo o ritmo de crescimento de
7% ao ano, porém, em 2014, participamos
de uma reunião no Ministério da Agri-
cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
e nos foi pedido que aumentássemos ainda
mais a produção”, explica o diretor-geral do
Biológico, Antônio Batista Filho.
O veterinário Jordão, responsável pela
produção, informa que a estratégia do insti-
tuto foi fabricar mais, visto que os estoques
não estavam suprindo a demanda. Mesmo
com o aumento expressivo, a produção
brasileira ainda é insuficiente para atender
às necessidades crescentes devido a novas
adesões dos Estados ao programa nacional.
A falta do produto no campo gera prejuízos
diretos e indiretos à cadeia do setor, aos
pecuaristas e ao controle e à erradicação
das duas mais importantes enfermidades
que atingem o rebanho nacional.
Zoonoses – A brucelose, transmitida
pela bactéria Brucella abortus, causa orqui-
te no macho (inflamação nos testículos),
reduzindo a reprodução. Na fêmea, diminui
a produção de leite. A tuberculose, provoca-
da pelo micro-organismo Mycobacterium
bovis, provoca problemas respiratórios e
perda de peso no animal contaminado. Em
ambos os casos, se a doença evoluir muito
leva à morte. Outra agravante: os dois males
são classificados como zoonoses, porque
também atingem o ser humano, pela inges-
tão de leite cru (sem ferver) ou queijo.
Jordão informa que o diagnóstico das
doenças é feito de maneira diferente. Para
detecção de brucelose, a análise de con-
firmação é realizada em laboratórios cre-
denciados pelo Mapa, a partir da amostra
do soro do sangue do animal suspeito de
estar doente. O manuseio do bovino pode
ser na própria fazenda do produtor, com
o mínimo de estrutura para o veterinário
trabalhar. Se o resultado apontar a presen-
ça de anticorpos no sangue, é sinal de que
o animal já teve contato com a bactéria e
está em algum estágio (pouco ou muito
infectado) da doença.
Plantel em movimento – Para a
tuberculose, conta o veterinário Jordão, o
antígenoéinjetadonapele.Dependendo
da reação verificada no local, é possível
saber se o animal está contaminado.
Nas duas enfermidades, o procedimen-
to de diagnóstico é sempre responsabi-
lidade de um veterinário homologado
pelo ministério. O processo para detec-
ção ocorre sempre que um proprietário
vender ou transportar sua criação.
“Nessas situações de movimentos do
plantel, o diagnóstico é exigido para evi-
tar que as doenças se alastrem e atinjam
outros animais que estejam sadios”,
explica o veterinário do Biológico.
Cada frasco produzido pelo Instituto
Biológico contém 5 mililitros de antígeno
eévendidonos40escritóriosregionaisda
Coordenadoria de Defesa Agropecuária,
da Secretaria da Agricultura, espalha-
dos pelo Estado. Depois de São Paulo, o
Estado que mais consome o antígeno do
Biológico é o Rio Grande do Sul. Jordão
observa que, quando há excedente, ele é
distribuído em todo o Brasil e até para o
exterior, a exemplo do Chile, Venezuela e
Guiné Equatorial.
Incremento na produção – Os
custos para manter a boa saúde do reba-
nho são bem menores do que as perdas
que essas doenças provocam. “Nosso tra-
balho tem grande influência no controle
e na erradicação da tuberculose e da bru-
celose, beneficiando a pecuária nacional
e contribuindo para torná-la competiti-
va”, explica Jordão. Alguns países, como a
Rússia, por exemplo, não importam carne
de locais com risco dessas doenças. O
laboratório do Biológico obteve a certifica-
ção ISO 9001/2000, que garante a quali-
dade dos produtos que saem de seus tubos
de ensaio e provetas.
Segundo Jordão, em 2014, o Minis-
tério da Agricultura estimou a necessida-
de de o Brasil produzir mais de 11 milhões
de doses dessas substâncias. “Esse incre-
mento de fabricação que temos no Bio-
lógico, ano a ano, demonstra que pode-
mos contribuir ainda mais com o Progra-
ma Nacional”, afirma.
Além da preocupação com a carne
saudável, existe também o controle des-
sas doenças para a produção de leite. No
Paraná, os produtores terão de comprovar
a qualidade em todo o rebanho leiteiro e
apresentar a certificação de vacinação con-
tra a brucelose ao fornecer o produto.
Otávio Nunes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Assessoria de Imprensa da Agência Paulista de
Tecnologia do Agronegócio (Apta)
“A
Custos para manter a boa saúde
do rebanho são bem menores do
que as perdas ocasionadas pela
tuberculose e brucelose
Jordão: produção brasileira é insuficiente
Biológico: quinto recorde consecutivo
FOTOS:FERNANDESDIASPEREIRA