O Instituto Biológico inaugurou o primeiro laboratório de segurança nível 3 no estado de São Paulo, permitindo que pesquisadores manipulem amostras de animais contaminados sem riscos. O laboratório realiza diagnósticos de doenças em animais e fornece certificados de qualidade para sêmen e embriões bovinos. Além disso, a cidade de Botucatu ganhou a primeira unidade do Poupatempo Ambiental, reunindo serviços ambientais do estado.
Instituto Biológico inaugura laboratório com segurança nível 3
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção III – São Paulo, 126 (108) terça-feira, 14 de junho de 2016IV – São Paulo, 126 (108)
Instituto Biológico inaugurou o pri-
meiro laboratório com área de se-
gurança nível 3 (NB3) no âmbito
da Secretaria de Agricultura e Abas-
tecimento, instalado de acordo com
as normas da Organização Mundial
de Saúde Animal.
Instituto Biológico inaugura
laboratório com segurança nível 3
Local permite a
pesquisadores manipular
amostras de animais
contaminados por
várias doenças sem riscos
para a saúde; entrada
e saída de materiais
e de pessoas são
rigorosamente controladas
O
O novo Laboratório de Biossegurança
nível 3 é utilizado para pesquisas de quase
todas as doenças de interesse da pecuária
de leite ou de corte, bem como para aten-
dimento de urgência sanitária e veterinária
que eventualmente ocorra. As análises da
saúde desses animais são de importância
fundamental para a alimentação humana
e também na exportação da carne e seus
derivados para vários países do mundo.
Sem riscos – A pesquisadora cien-
tífica e veterinária do Biológico, Maristela
Pituco, é a responsável pelo NB3, auxilia-
da pela também veterinária, Líria Okuda.
Ambas estão capacitadas para trabalhar no
ambiente com segurança, vestidas de acor-
do com as normas, utilizando roupas que
lembram as dos astronautas – óculos, luvas,
sapatilhas. “Tudo foi instalado para que nada
do que é manuseado lá dentro saia para o
ambiente externo”, ressalta Maristela.
No espaço, cita a profissional, serão
diagnosticadas as doenças com nível de
risco 3, de acordo com as normas científi-
cas. As moléstias detectadas são estomatite
vesicular, varíola bovina, língua-azul, bruce-
lose, tuberculose, mormo (doença infecto-
contagiosa dos equídeos), entre outras.
A veterinária ressalva que apenas a febre
aftosa não será analisada no local, por se
tratar de uma infecção de nível 4 de segu-
rança, existente em poucos laboratórios do
Brasil, entre eles o Laboratório Nacional
Agropecuário – Lanagro, do governo federal.
Maristela conta que as amostras são
enviadas por vários interessados. Ela cita o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento (Mapa) – que credenciou o NB3
do Biológico –, pecuaristas, empresas do
agronegócio da carne e do leite, pesquisa-
dores, veterinários e também dos escritó-
rios da Coordenadoria de Defesa Agrope-
cuária,vinculadaàSecretariadeAgricultura
e Abastecimento. “Por ser um espaço que
tem alto custo de instalação e de manuten-
ção, o NB3 do Biológico está disponível
para que técnicos de outras entidades o uti-
lizem”, assegura Maristela.
Amostras – O material chega ao
laboratório em formas variadas, de animais
mortos ou vivos. As amostras geralmente
são de tecidos (órgãos), sangue, intestinos,
secreção nasal e outras. “Tudo aquilo que
servir para detectar as doenças é cataloga-
do e diagnosticado”, explica a veterinária-
chefe do NB3.
A vedação do laboratório é total,
tanto para a entrada e saída de material
quanto para as de pessoas. As amostras
entram por uma pequena janela qua-
drada que, quando aberta por dentro,
fecha por fora e vice-versa. “Tudo que
sai – descarte de material, água e as
roupas dos operadores – é esterilizado
em autoclave a alta temperatura ou por
tratamento de efluentes.
Segundo Líria, assim que deixa o local,
o profissional recebe automaticamente um
banho de chuveiro. “Por isso, não é um
laboratório de uso intenso, onde as pesso-
as passam o dia todo”, explica. Ela conta
que cada vez que vai manipular amostras
no NB3, é necessário organizar antes todo
o material que será utilizado, como ins-
trumentos, vidrarias, amostras, etc. Um
exame de estomatite, por exemplo, man-
tém a pessoa por quase três horas traba-
lhando no laboratório.
Otávio Nunes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
A partir de agora, pesquisado-
res e analistas poderão manipular
amostras de animais contaminados
por várias doenças, sem o perigo de
que os micro-organismos escapem
dos tubos de ensaio e deixem as
salas, rigorosamente lacradas por
grossas portas de aço, e também
não contagiem o profissional por
causa do trabalho meticuloso de
detecção de moléstias em bovinos,
bubalinos, ovinos, equinos, suínos,
caprinos, etc. Os micróbios des-
sas amostras representam riscos à
saúde humana e animal.
Ao lado do NB3, no mesmo pré-
dio, funciona o Laboratório de Biologia
Molecular, que se destaca pela certifica-
ção de qualidade de semens e embriões
bovinos. O local recebe 90% das amostras
brasileiras desses produtos para repro-
dução animal no País e no mundo, envia-
das pelos chamados Centros de Coleta e
Processamento de Sêmen (CCPSs), em-
presas que se dedicam à melhoria gené-
tica de animais.
Responsável por esse espaço, a pes-
quisadora científica e veterinária Maris-
tela Pituco, do Instituto Biológico, explica
que o trabalho do Laboratório de Biologia
Molecular é verificar os padrões que tor-
nam semens e embriões aptos a serem
aplicados em fêmeas para reprodução.
“Os produtos não devem apresentar
características de doenças que possam
ser transmitidas à vaca ou ao filhote que
vai nascer”, informa.
Certificação de semens e embriões
O material precisa estar livre de
moléstias, como brucelose, tuberculose,
tricomaníase, língua-azul e bovine viral
diarreia (BVD), por exemplo.
O Instituto Biológico processou, no
ano passado, cerca de 8 mil amostras
utilizadas em inseminação artificial. De
acordo com informações da Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de
Carnes, o Brasil é o segundo maior pro-
dutor no mundo, com 17% do total global,
ficando pouco atrás dos Estados Unidos,
com 19%.
SERVIÇO
Instituto Biológico
Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1.252
Vila Mariana – São Paulo – SP
Telefone (11) 5087-1701
Site www.biologico.sp.gov.br
Botucatu ganha 1ª unidade do Poupatempo Ambiental no Estado
Botucatu passa a ter o primeiro posto
do Poupatempo Ambiental. No local estão
reunidas unidades do Sistema Ambiental
Paulista (AmbienteSP): Agência Ambiental
da Cetesb, regionais da Coordenadoria de
Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN),
da Coordenadoria de Fiscalização Ambiental
(CFA) e da Fundação Florestal, além do
posto da Polícia Militar Ambiental e a sede
da Guarda Civil Ambiental municipal.
Instalada em um prédio de 607 metros
quadrados de área construída, a unidade
recebeu investimentos de R$ 1,2 milhão do
Governo do Estado e R$ 442 mil da pre-
feitura de Botucatu. A prestação de serviço
à população inclui fiscalização, denúncias
sobre fauna, solicitação de licenciamento
ambiental, autorizações, orientação para
o preenchimento do Cadastro Ambiental
Rural (CAR) e apoio para a regularização
de imóvel rural.
O posto do Poupatempo Ambiental locali-
za-se na Rua Lourenço Carmelo, 180 – Jardim
Paraíso – Telefone (14) 3882-1290 e atenderá
a população de toda a região de Botucatu.
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Portal do Governo do Estado
FOTOS:GENIVALDOCARVALHO
DIVULGAÇÃO/SISTEMAAMBIENTALPAULISTA
Materiais e roupas são esterilizados em autoclave
Laboratório de
Biossegurança NB3
– Instalado de acordo
com as normas da OMS
Maristela é
responsável por dois
laboratórios do IB
Unidade recebeu investimentos de R$ 1,2 milhão do Governo do Estado e R$ 442 mil da prefeitura local
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terça-feira, 14 de junho de 2016 às 03:35:55.