Diários de leitura e resenhas das obras: Designação: a arma secreta, porém incrivelmente poderosa, da mídia em conflitos internacionais do autor Kanavillil Rajagopalan, e do conto Missa do Galo de Machado de Assis.
Diários de Leitura e Resenhas. Kanavillil Rajagopalan. Machado de Assis.
1. Diários de Leitura
Resenhas
Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Departamento de Ciências Humanas – Campus IV/Jacobina
Curso 412: Letras, Língua Inglesa e Literaturas
Componente: Núcleo de Estudos Interdisciplinares II
Docente: Igara Oliveira
Discente: Raira Melissa Pereira Moura
Semestre: 2015.2
2. It’s me.
Raira Melissa Pereira Moura, 20
anos. Graduanda em Letras, Língua
Inglesa e Literaturas na
Universidade do Estado da Bahia –
UNEB desde 2015. Apaixonada por
literatura, língua inglesa, cinema e
Harry Potter.
4. DESIGNAÇÃO: AARMA SECRETA, PORÉM
INCRIVELMENTE PODEROSA, DA MÍDIA EM
CONFLITOS INTERNACIONAIS
Kanavillil RAJAGOPALAN (Universidade Estadual de Campinas)
5. Logo de início, em uma
primeira leitura, e por causa do
título do texto, imaginei que o
autor trataria da alienação
causada pelas mídias sociais e
o poder que elas tem de
influenciar as pessoas.
6. Ainda no começo do texto, me deparei com uma palavrinha bem legal: famigerado.
Imediatamente me lembrei de um conto trabalhado no componente Teoria Literária,
o que me ajudou a entender a sentença já que antes do conto não conhecia a palavra.
7. O autor vai enfatizando a maneira como a mídia influencia a opinião das pessoas, e vai
citando alguns conflitos internacionais. Não necessariamente um conflito, mas lembrei da
eleição do presidente dos Estados Unidos, pois naquela época parecia que não havia outro
assunto no mundo.
8. Mais um avanço na leitura e vem à mente a atual situação do Brasil. Como a mídia
consegue manipular e convencer toda uma população sobre um determinado ponto
de vista.
9. Em certo ponto do texto, Rajagopalan argumenta sobre a importância dos
nomes, principalmente nas notícias, e cita a teoria de que Adão escolhia cada
palavra para nomear as coisas. Nesse trecho, quase que automaticamente,
recordei de um texto de Umberto Eco, estudado no componente Estudos
Filosóficos, em que se discutia a origem das palavras desde Adão e o fato dele
ter sido o primeiro a nomear as coisas.
10. O texto inteiro é uma reflexão acerca da realidade em que vivemos. A mídia está o
tempo inteiro tentando dizer como devemos pensar ou agir.
13. No texto de Rajagopalan podemos
acompanhar uma breve discussão
acerca do poder influenciador da
mídia nas pessoas, em especial,
quando se trata de conflitos
internacionais. O conteúdo é
dividido em introdução e três
tópicos, aos quais o autor vai
mostrando seu ponto de vista sobre
um assunto tão pouco debatido em
meios sociais.
Designação: a arma secreta, porém
incrivelmente poderosa, da mídia em
conflitos internacionais
Kanavillil RAJAGOPALAN (Universidade
Estadual de Campinas)
Rajagopalan traz na introdução
alguns exemplos de episódios
conflitantes, fora do Brasil, que
causaram grande comoção
mundial. Esse movimento no
mundo todo, ao qual as pessoas
ficavam sabendo daquilo que
estava acontecendo em outro país,
só foi possível devido ao imenso
trabalho de divulgação dos
acontecimentos por parte dos
artifícios midiáticos. Nessa
primeira parte do texto, fica clara a
posição do autor em relação à
mídia, para ele os meios de
comunicação manipulam a notícia.
14. No tópico número 1 a questão é
sobre os nomes. A mídia sempre usa
um nome próprio para intitular o
objeto que será alvo da notícia,
poucas são as pessoas que param
para pensar nesse detalhe. O nome
dado à matéria não é por acaso, é
pensado para impactar o público e
começar a coagi-lo a concordar com
o que será posto.
Já no tópico número 2, temos o
ponto em relação ao discurso
jornalístico e a escolha dos termos
para designar. As reportagens
jornalísticas sempre começam com
uma nomeação.
É como se fosse um show e os
componentes precisam de nomes,
sendo essa só mais uma estratégia
para conseguir convencer o
público da “verdade” da matéria.
Rajagopalan evidencia a
importância dos termos usados a
fim de nomear indivíduos pois essa
ferramenta é capaz de dar ênfase
tanto para o “bem” como para o
“mal”.
Rajagopalan centraliza seu texto
nas questões de divulgação dos
conflitos internacionais, mas essa
discussão é perfeitamente válida
para qualquer outro assunto.
15. A mídia possui uma influência
gigantesca na formação de
opinião das pessoas. Os meios de
comunicação são capazes de
levar as informações dos
acontecimentos, com uma
velocidade enorme, para vários
cantos do planeta, e também
levam o ponto de vista que
desejam mostrar e não
necessariamente a verdade dos
fatos.
No terceiro e último tópico, o
autor elenca o poder da
designação.
O nome dado ao indivíduo não é
só um título, é também a opinião
de quem está divulgando. A mídia
consegue levantar ou derrotar
quem quiser, usando de técnicas
para seduzir quem está vendo a
informação, sendo que uma
mesma notícia pode ter versões
diferentes se contada por parte
diferentes. Fica explícito a
veracidade na argumentação de
Rajagopalan, uma vez que é
evidente a maneira como a mídia
está sempre tentando alienar o
público.
18. O título me fez pensar que o conto se passaria na
tradicional festa religiosa chamada Missa do Galo,
talvez algo como senhoras assistindo a missa na
igreja e daí começaria o conto. Ao decorrer do texto
percebi que o óbvio não é tão óbvio assim.
19. Logo no começo do conto, Machado de Assis vai descrevendo os personagens e o
cenário. Nessa primeira parte imaginei o Natal com todas aquelas luzes na rua, mas
na casa de Meneses não havia nenhuma arrumação para o Natal.
20. Machado de Assis dá referência à figura de linguagem eufemismo, não pude deixar
de lembrar da época em que estudei as figuras de linguagem na escola. Eufemismo é
uma das que sempre entendo quando vejo, como em Missa do Galo.
21. Ao longo do texto tem uma referência ao romance Os três mosqueteiros do autor
francês Alexandre Dumas, fiquei sentida por ainda não ter lido.
E me veio à mente os filmes que já vi com os três mosqueteiros como plano de
fundo ou tema principal, em especial, um dos meus favoritos O Homem da Máscara
de Ferro.
22. Mais para a frente encontrei outra
referência à literatura, dessa vez
de um romance que já li,
A Moreninha.
23. Sendo o conto passado no século XIX, a todo momento, durante a leitura, me peguei
devaneando com as referências que tenho. Principalmente ao ser citado no texto
palavras como côrte, escravas, e o próprio modo como a casa é descrita.
24. O conto é muito apaixonante. Sem
sair da referências literárias,
Machado de Assis encontra espaço
para mencionar Cleópatra, para não
perder o costume, mais uma vez
recordei das Cleópatras que já
“encontrei” em novelas, filmes,
livros.
25. Caminhando para o desfecho do conto, o narrador personagem “diz” a seguinte
frase: A ideia do oratório trouxe-me a da missa, lembrou-me que podia ser tarde e
quis dizê-lo. Internamente compartilhei a mesma ideia com Nogueira, e a Missa do
Galo? Mais ou menos 1 hora de conversa e o evento tão desejado parece ter sido
esquecido.
26. Chegando ao final, não pude conter a frustação. Incentivada por uma vida de
romances e finais felizes, a história parecia me levar por uma típica história de
viveram felizes para sempre, só parecia.
28. Missa do Galo
Machado de Assis
Missa do Galo, publicado em 1894, é um conto do
célebre autor Machado de Assis. Nesse conto, o leitor
consegue acompanhar uma conversa entre um garoto e
uma mulher antes de começar um evento tradicional
cristão, a Missa do Galo. Nogueira e Conceição
protagonizam essa conversa deveras estranha em uma
primeira leitura, mas também muito intrigante. Ela, à
altura de seus 30 anos casada com Meneses, está em
casa na companhia da mãe e duas escravas na noite de
Natal. Ele, garoto de 17 anos, nascido no interior, está
hospedado na casa de Meneses e pretende ir assistir à
Missa do Galo.
29. Como pode-se esperar de Machado de Assis, no conto
Missa do Galo, temos um narrador personagem contando o
episódio em que teve uma simples conversa que acaba se
tornando um emaranhado de sentimentos e confusões em
sua cabeça de adolescente. O próprio Sr. Nogueira não
sabe bem o que está acontecendo e se está realmente tendo
uma simples conversa ou é verdade que uma mulher
casada está querendo algo mais. O leitor é capaz de se
colocar na pele do rapaz e sentir a tensão desse diálogo,
por um lado não se sabe muito bem interpretar o contexto
da situação, já por outro a imaginação voa e o texto vai
fornecendo pistas para ser decifrado.
30. A narrativa é envolvente e é uma sensação boa seguir
o tormento do rapaz durante a conversa. Ora não sabe
o que se passa, ora tem certeza de que está em um
diálogo supernormal, mas se aflige vez ou outra com
os “sinais” que a mulher vai dando. Basicamente o
conto é centrado na conversa entre Nogueira e
Conceição, e a tal Missa do Galo, que ainda vai
acontecer, raramente é citada. O leitor conhece mais
dos personagens sutilmente, a medida que o narrador
vai contando a contextualização da história e o texto
vai se tornando cada vez mais encantador.
31. O desfecho se dá com as informações sobre o destino
das personagens. É uma narrativa que prende o leitor
do início ao fim, dando espaço para várias hipóteses
sobre a temática. Com um leve toque de humor,
Machado de Assis brinca com a linguagem e com o
leitor ao fazer uso do duplo sentido “boa Conceição”,
mas sendo esse um duplo sentido refinado no texto.
Missa do Galo é um conto apaixonante, deixa margem
para interpretações e consegue envolver o leitor. Vale
muito a pena ser lido, considerando a autoria, já se
conta um ponto positivo para embarcar na leitura.
32. MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. “Missa do Galo”. In. Missa do galo e
outros contos. São Paulo: Editora Unesp: Secretaria Municipal de Cultura de São
Paulo, 2011. p. 11-20.
RAJAGOPALAN, Kanavillil. “Designação. A arma secreta, porém incrivelmente
poderosa, da mídia em conflitos internacionais”. In: Resenha. 2. Ed. São Paulo:
Parábola Editorial, 2005. p. 69-75.
Referências: