O documento discute o diabetes mellitus tipo 2, definindo-o como uma condição caracterizada por defeitos na ação e secreção de insulina. Apresenta dados sobre sua prevalência e quadros com valores de referência para diagnóstico. Explora também complicações, tratamento clínico e orientações nutricionais para o manejo da doença.
2. Definição
• Diabetes mellitus tipo 2 (DM2)
caracteriza-se por defeitos na ação e
secreção da insulina
• É a forma presente em 90% a 95%
dos casos de diabetes mellitus
SBD, 2014-2015
6. Quadro. Valores de glicose plasmática (em mg/dL) para diagnóstico de
diabetes mellitus e seus estágios pré-clínicos
CATEGORIA JEJUM* 2 H APÓS 75 G
DE GLICOSE
CASUAL**
Glicemia normal 100 < 140
Tolerância à
glicose
> 100 a < 126 ≥ 140 a < 200
Diabetes
mellitus
≥ 126 ≥ 200 ≥ 200 (com
sintomas
clássicos)
*O jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8
horas; **Glicemia plasmática casual é aquela realizada a qualquer hora do
dia, sem se observar o intervalo desde a última refeição.
Nota: O diagnóstico de DM deve sempre ser confirmado pela repetição do
teste em outro dia, a menos que haja hiperglicemia inequívoca com
descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios de DM.
SBD, 2014-2015
8. Resistência a insulina
Estado no qual normais concentrações do hormônio
produzem resposta biológica subnormal.
Hiperglicemia
crônica
Resistência a
insulina
Diminuição da
secreção de
insulina
SBD, 2014-2015
9.
10. Modelos de classificação de Resistência
Insulínica propostos por Stern et al.
1. HOMA-IR > 4,65
ou
2. IMC > 28,9 kg/m2
ou
3. HOMA-IR > 3,60 + IMC > 27,5 kg/m2
SBD, 2014-2015
13. Metas da Conduta Nutricional
• Atingir e manter adequados níveis glicêmicos,
lipídicos e pressóricos ;
• Prevenir e/ou retardar complicações ;
• Manter estado nutricional adequado.
LEÃO, 2010
14. Alvos da Terapia Nutricional
• Bom estado nutricional
• Saúde fisiológica
• Qualidade de vida
• Prevenir e tratar complicações e comorbidades
associadas, a curto e em longo prazo
WHO, 2003 apud SBD, 2014-2015
15. Conduta Nutricional
• A conduta nutricional devera ter como foco o
individuo
• Considerar:
▫ Fase da vida;
▫ Diagnostico nutricional;
▫ Hábitos alimentares, socioculturais;
▫ Perfil metabólico;
▫ Uso de fármacos.
SBD, 2014-2015
16. MACRONUTRIENTES INGESTÃO RECOMENDADA/DIA
Carboidratos (CHO) 45% - 60% (Não inferiores a 130g/dia)
Sacarose Até 10%
Frutose Não se recomenda adição nos alimentos
Fibra alimentar Mínimo de 20g/dia ou 14g/1000kcal
Gordura Total Até 30% do VET
Ácido graxos saturados (AGS) < 7% do VET
Ácido graxos trans (AGT) ≤ 1 g
Ácido graxo poli-insaturado
(AGPI)
Até 10% do VET
Ácido graxo monoinsaturado
(AGMI)
Completar de forma individualizada
Colesterol < 200mg/dia
Proteínas Prescrição individualizada
MICRONUTRIENTES INGESTÃO RECOMENDADA/DIA
Vitaminas Segue as recomendações da população
Sódio Até 2.000 mg
SBD, 2014-2015
18. Insulinoterapia
• O início da insulinização em DM2 deve ser feito
com insulina basal 10 unidades ou 0,2
unidades/kg/dia, uma vez ao dia, ao deitar (bed
time), mantendo os antidiabéticos orais durante
o dia
• Altas doses de insulina (≥ 0,7 U/kg)
Projeto diretrizes, 2011
19. Hipoglicemia
• Hipoglicemia leve (50 - 70 mg/dl) pode ser tratada com
15 gramas de carboidrato, que equivale a 150 ml de suco
comum ou refrigerante comum ou 1 colher de sopa de
açúcar.
• Hipoglicemias severas (< 50 mg/dl) se o paciente estiver
consciente, 30 gramas de carboidratos devem ser
oferecidos. Se estiver inconsciente, deve-se evitar
qualquer tipo de líquido pelo perigo de aspiração. Mel,
açúcar ou carboidrato em gel pode ser algumas das
formas de tratamento.
SBD, 2014-2015
20. Associar na mesma refeição alimentos com baixo,
médio e alto índice glicêmico
Alto IG
(Gli>90mg)
Intermediário IG (Gli
70 – 90mg)
Baixo IG (Gli< 70mg)
Pão branco Biscoito c. cracker Maça
Cereais matinais Arroz polido Laranja
Batatas Batata doce Pêssego
flocos de milho Farinha de trigo Pera
Cenoura Inhame Ameixa
Beterraba Banana Massa com ovo
Uva passa Manga Arroz parbolizado
Abóbora Mamão papaia Feijão, lentilha, soja, ervilha
Kiwi Oleaginosas
Suco de laranja Chocolate dietético
Leite, iogurte
LEÃO, 2010
21. Fatores que influenciam na
variabilidade glicêmica
dos alimentos
Origem,
Clima,
Solo,
Preparo,
Tempo de cozimento,
Outros componentes
da refeição: teor de
gorduras, proteínas,
temperatura e acidez.
LEÃO, 2010
23. Contagem de carboidratos
• Método 1: os alimentos são agrupados de forma que cada
porção do alimento escolhido pelo paciente corresponda
a 15g de carboidrato, classificando-os em categorias
(grupo de alimentos) e porções de uso habitual de
nossa realidade.
SBD, 2009
24. Contagem de carboidratos
• Método 2: Somar os gramas de carboidrato de cada
alimento por refeição, obtendo-se informações em
tabelas e rótulos dos alimentos.
SBD, 2009
27. ZINCO
• A suplementação de zinco mostra benefícios no
controle glicêmico de diabéticos tipos 1 e 2.
• O zinco parece regular a função das ilhotas
pancreáticas e promover a homeostase
glicêmica.
• A suplementação de micronutrientes não deve
ser uma prática rotineira e precisa ser
individualizada.
SBD, 2014-2015
28. Orientação Nutricional
• Fazer 5 a 6 refeições/dia;
• Preferir alimentos integrais;
• Ingerir frutas ao menos 3 vezes/dia;
• Escolher leite e derivados desnatados e queijos brancos;
• Alternar peixes com carnes brancas ou bovinas magras;
• Preferir adoçantes artificiais a base de sucralose,
steviosídeo ou acesulfame K e evitar adoçantes a base de
ciclamato, sorbitol e monitol.
LEÃO, 2010
29. Orientação Nutricional
• Fazer rodízio de adoçantes, utilizar o mínimo
possível;
• Não Beliscar;
• Evitar o uso de farinha ou substituir por farelo de
aveia;
• Evitar frituras e alimentos gordurosos (linguiça,
salsinha e outros embutidos);
• Usar temperos naturais como alho, cebola, cebolinha,
sálvia, gengibre, páprica, colorau, manjerona, noz
moscada, cheiro verde, pimentão, limão, louro,
açafrão, vinagre, ervas secas, hortelã e outros;
• Praticar atividade física, com orientação profissional.
LEÃO, 2010
30. Educação Nutricional em Diabetes
Adesão ao plano alimentar prescrito;
Independência quanto a trocas alimentares,
atitudes e decisões em situações não rotineiras;
Conscientização da influencia das escolhas
alimentares no controle glicêmico e na
prevenção de complicações agudas e crônicas.
SBD, 2014-2015
31. Referências
• LEÃO, L. S. C. de S. Manual de Nutrição Clínica: para atendimento
ambulatorial do adulto, 2010.
• PROJETO DIRETRIZES. Diabetes Mellitus Tipo 2: Insulinização.
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Associação
Brasileira de Nutrologia. 2011.
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes. São Paulo-SP, 2014-2015.