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Diabetes Mellitus tipo 2
Nutricionista Residente Maísa Dias Simões
Brasília, 2015
Definição
• Diabetes mellitus tipo 2 (DM2)
caracteriza-se por defeitos na ação e
secreção da insulina
• É a forma presente em 90% a 95%
dos casos de diabetes mellitus
SBD, 2014-2015
Prevalência
http://www.diabetes.org.br/images/pdf/Atlas-IDF-2014.pdf
Quadro. Valores de glicose plasmática (em mg/dL) para diagnóstico de
diabetes mellitus e seus estágios pré-clínicos
CATEGORIA JEJUM* 2 H APÓS 75 G
DE GLICOSE
CASUAL**
Glicemia normal 100 < 140
Tolerância à
glicose
> 100 a < 126 ≥ 140 a < 200
Diabetes
mellitus
≥ 126 ≥ 200 ≥ 200 (com
sintomas
clássicos)
*O jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8
horas; **Glicemia plasmática casual é aquela realizada a qualquer hora do
dia, sem se observar o intervalo desde a última refeição.
Nota: O diagnóstico de DM deve sempre ser confirmado pela repetição do
teste em outro dia, a menos que haja hiperglicemia inequívoca com
descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios de DM.
SBD, 2014-2015
Sintomas
Polidipsia
Poliúria
Polifagia
Resistência a insulina
Estado no qual normais concentrações do hormônio
produzem resposta biológica subnormal.
Hiperglicemia
crônica
Resistência a
insulina
Diminuição da
secreção de
insulina
SBD, 2014-2015
Modelos de classificação de Resistência
Insulínica propostos por Stern et al.
 1. HOMA-IR > 4,65
ou
 2. IMC > 28,9 kg/m2
ou
 3. HOMA-IR > 3,60 + IMC > 27,5 kg/m2
SBD, 2014-2015
Complicações Crônicas
• MACROANGIOPATIA
• MICROANGIOPATIA
• NEUROPATIA
Doença cardiovascular
Doença cérebro-vascular
Doença vascular de membros inferiores
Polineuropatia sensitiva simétrica
Mononeuropatia
Neuropatia autônoma
Retinopatia
Nefropatia
SBD, 2014-2015
Tratamento Clínico
Metas da Conduta Nutricional
• Atingir e manter adequados níveis glicêmicos,
lipídicos e pressóricos ;
• Prevenir e/ou retardar complicações ;
• Manter estado nutricional adequado.
LEÃO, 2010
Alvos da Terapia Nutricional
• Bom estado nutricional
• Saúde fisiológica
• Qualidade de vida
• Prevenir e tratar complicações e comorbidades
associadas, a curto e em longo prazo
WHO, 2003 apud SBD, 2014-2015
Conduta Nutricional
• A conduta nutricional devera ter como foco o
individuo
• Considerar:
▫ Fase da vida;
▫ Diagnostico nutricional;
▫ Hábitos alimentares, socioculturais;
▫ Perfil metabólico;
▫ Uso de fármacos.
SBD, 2014-2015
MACRONUTRIENTES INGESTÃO RECOMENDADA/DIA
Carboidratos (CHO) 45% - 60% (Não inferiores a 130g/dia)
Sacarose Até 10%
Frutose Não se recomenda adição nos alimentos
Fibra alimentar Mínimo de 20g/dia ou 14g/1000kcal
Gordura Total Até 30% do VET
Ácido graxos saturados (AGS) < 7% do VET
Ácido graxos trans (AGT) ≤ 1 g
Ácido graxo poli-insaturado
(AGPI)
Até 10% do VET
Ácido graxo monoinsaturado
(AGMI)
Completar de forma individualizada
Colesterol < 200mg/dia
Proteínas Prescrição individualizada
MICRONUTRIENTES INGESTÃO RECOMENDADA/DIA
Vitaminas Segue as recomendações da população
Sódio Até 2.000 mg
SBD, 2014-2015
Metas do controle glicêmico
HbA1C < 7 % GLICEMIA
JEJUM (mg/dL)
GLICEMIA PRÉ-
PRANDIAL
(mg/dL)
GLICEMIA
PÓS-
PRANDIAL
(mg/dL)
ADA/
EASD
< 100 < 130 <180
SBD
< 100 < 130 Até 160
SBD, 2014-2015
Insulinoterapia
• O início da insulinização em DM2 deve ser feito
com insulina basal 10 unidades ou 0,2
unidades/kg/dia, uma vez ao dia, ao deitar (bed
time), mantendo os antidiabéticos orais durante
o dia
• Altas doses de insulina (≥ 0,7 U/kg)
Projeto diretrizes, 2011
Hipoglicemia
• Hipoglicemia leve (50 - 70 mg/dl) pode ser tratada com
15 gramas de carboidrato, que equivale a 150 ml de suco
comum ou refrigerante comum ou 1 colher de sopa de
açúcar.
• Hipoglicemias severas (< 50 mg/dl) se o paciente estiver
consciente, 30 gramas de carboidratos devem ser
oferecidos. Se estiver inconsciente, deve-se evitar
qualquer tipo de líquido pelo perigo de aspiração. Mel,
açúcar ou carboidrato em gel pode ser algumas das
formas de tratamento.
SBD, 2014-2015
Associar na mesma refeição alimentos com baixo,
médio e alto índice glicêmico
Alto IG
(Gli>90mg)
Intermediário IG (Gli
70 – 90mg)
Baixo IG (Gli< 70mg)
Pão branco Biscoito c. cracker Maça
Cereais matinais Arroz polido Laranja
Batatas Batata doce Pêssego
flocos de milho Farinha de trigo Pera
Cenoura Inhame Ameixa
Beterraba Banana Massa com ovo
Uva passa Manga Arroz parbolizado
Abóbora Mamão papaia Feijão, lentilha, soja, ervilha
Kiwi Oleaginosas
Suco de laranja Chocolate dietético
Leite, iogurte
LEÃO, 2010
Fatores que influenciam na
variabilidade glicêmica
dos alimentos
 Origem,
 Clima,
 Solo,
 Preparo,
 Tempo de cozimento,
 Outros componentes
da refeição: teor de
gorduras, proteínas,
temperatura e acidez.
LEÃO, 2010
Contagem de
carboidratos
2009
Contagem de carboidratos
• Método 1: os alimentos são agrupados de forma que cada
porção do alimento escolhido pelo paciente corresponda
a 15g de carboidrato, classificando-os em categorias
(grupo de alimentos) e porções de uso habitual de
nossa realidade.
SBD, 2009
Contagem de carboidratos
• Método 2: Somar os gramas de carboidrato de cada
alimento por refeição, obtendo-se informações em
tabelas e rótulos dos alimentos.
SBD, 2009
Comparação entre os métodos 1 e 2
SBD, 2009
LEÃO, 2010
ZINCO
• A suplementação de zinco mostra benefícios no
controle glicêmico de diabéticos tipos 1 e 2.
• O zinco parece regular a função das ilhotas
pancreáticas e promover a homeostase
glicêmica.
• A suplementação de micronutrientes não deve
ser uma prática rotineira e precisa ser
individualizada.
SBD, 2014-2015
Orientação Nutricional
• Fazer 5 a 6 refeições/dia;
• Preferir alimentos integrais;
• Ingerir frutas ao menos 3 vezes/dia;
• Escolher leite e derivados desnatados e queijos brancos;
• Alternar peixes com carnes brancas ou bovinas magras;
• Preferir adoçantes artificiais a base de sucralose,
steviosídeo ou acesulfame K e evitar adoçantes a base de
ciclamato, sorbitol e monitol.
LEÃO, 2010
Orientação Nutricional
• Fazer rodízio de adoçantes, utilizar o mínimo
possível;
• Não Beliscar;
• Evitar o uso de farinha ou substituir por farelo de
aveia;
• Evitar frituras e alimentos gordurosos (linguiça,
salsinha e outros embutidos);
• Usar temperos naturais como alho, cebola, cebolinha,
sálvia, gengibre, páprica, colorau, manjerona, noz
moscada, cheiro verde, pimentão, limão, louro,
açafrão, vinagre, ervas secas, hortelã e outros;
• Praticar atividade física, com orientação profissional.
LEÃO, 2010
Educação Nutricional em Diabetes
Adesão ao plano alimentar prescrito;
Independência quanto a trocas alimentares,
atitudes e decisões em situações não rotineiras;
Conscientização da influencia das escolhas
alimentares no controle glicêmico e na
prevenção de complicações agudas e crônicas.
SBD, 2014-2015
Referências
• LEÃO, L. S. C. de S. Manual de Nutrição Clínica: para atendimento
ambulatorial do adulto, 2010.
• PROJETO DIRETRIZES. Diabetes Mellitus Tipo 2: Insulinização.
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Associação
Brasileira de Nutrologia. 2011.
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes. São Paulo-SP, 2014-2015.
OBRIGADA!

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Diabetes Mellitus tipo 2

  • 1. Diabetes Mellitus tipo 2 Nutricionista Residente Maísa Dias Simões Brasília, 2015
  • 2. Definição • Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina • É a forma presente em 90% a 95% dos casos de diabetes mellitus SBD, 2014-2015
  • 4.
  • 5.
  • 6. Quadro. Valores de glicose plasmática (em mg/dL) para diagnóstico de diabetes mellitus e seus estágios pré-clínicos CATEGORIA JEJUM* 2 H APÓS 75 G DE GLICOSE CASUAL** Glicemia normal 100 < 140 Tolerância à glicose > 100 a < 126 ≥ 140 a < 200 Diabetes mellitus ≥ 126 ≥ 200 ≥ 200 (com sintomas clássicos) *O jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8 horas; **Glicemia plasmática casual é aquela realizada a qualquer hora do dia, sem se observar o intervalo desde a última refeição. Nota: O diagnóstico de DM deve sempre ser confirmado pela repetição do teste em outro dia, a menos que haja hiperglicemia inequívoca com descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios de DM. SBD, 2014-2015
  • 8. Resistência a insulina Estado no qual normais concentrações do hormônio produzem resposta biológica subnormal. Hiperglicemia crônica Resistência a insulina Diminuição da secreção de insulina SBD, 2014-2015
  • 9.
  • 10. Modelos de classificação de Resistência Insulínica propostos por Stern et al.  1. HOMA-IR > 4,65 ou  2. IMC > 28,9 kg/m2 ou  3. HOMA-IR > 3,60 + IMC > 27,5 kg/m2 SBD, 2014-2015
  • 11. Complicações Crônicas • MACROANGIOPATIA • MICROANGIOPATIA • NEUROPATIA Doença cardiovascular Doença cérebro-vascular Doença vascular de membros inferiores Polineuropatia sensitiva simétrica Mononeuropatia Neuropatia autônoma Retinopatia Nefropatia SBD, 2014-2015
  • 13. Metas da Conduta Nutricional • Atingir e manter adequados níveis glicêmicos, lipídicos e pressóricos ; • Prevenir e/ou retardar complicações ; • Manter estado nutricional adequado. LEÃO, 2010
  • 14. Alvos da Terapia Nutricional • Bom estado nutricional • Saúde fisiológica • Qualidade de vida • Prevenir e tratar complicações e comorbidades associadas, a curto e em longo prazo WHO, 2003 apud SBD, 2014-2015
  • 15. Conduta Nutricional • A conduta nutricional devera ter como foco o individuo • Considerar: ▫ Fase da vida; ▫ Diagnostico nutricional; ▫ Hábitos alimentares, socioculturais; ▫ Perfil metabólico; ▫ Uso de fármacos. SBD, 2014-2015
  • 16. MACRONUTRIENTES INGESTÃO RECOMENDADA/DIA Carboidratos (CHO) 45% - 60% (Não inferiores a 130g/dia) Sacarose Até 10% Frutose Não se recomenda adição nos alimentos Fibra alimentar Mínimo de 20g/dia ou 14g/1000kcal Gordura Total Até 30% do VET Ácido graxos saturados (AGS) < 7% do VET Ácido graxos trans (AGT) ≤ 1 g Ácido graxo poli-insaturado (AGPI) Até 10% do VET Ácido graxo monoinsaturado (AGMI) Completar de forma individualizada Colesterol < 200mg/dia Proteínas Prescrição individualizada MICRONUTRIENTES INGESTÃO RECOMENDADA/DIA Vitaminas Segue as recomendações da população Sódio Até 2.000 mg SBD, 2014-2015
  • 17. Metas do controle glicêmico HbA1C < 7 % GLICEMIA JEJUM (mg/dL) GLICEMIA PRÉ- PRANDIAL (mg/dL) GLICEMIA PÓS- PRANDIAL (mg/dL) ADA/ EASD < 100 < 130 <180 SBD < 100 < 130 Até 160 SBD, 2014-2015
  • 18. Insulinoterapia • O início da insulinização em DM2 deve ser feito com insulina basal 10 unidades ou 0,2 unidades/kg/dia, uma vez ao dia, ao deitar (bed time), mantendo os antidiabéticos orais durante o dia • Altas doses de insulina (≥ 0,7 U/kg) Projeto diretrizes, 2011
  • 19. Hipoglicemia • Hipoglicemia leve (50 - 70 mg/dl) pode ser tratada com 15 gramas de carboidrato, que equivale a 150 ml de suco comum ou refrigerante comum ou 1 colher de sopa de açúcar. • Hipoglicemias severas (< 50 mg/dl) se o paciente estiver consciente, 30 gramas de carboidratos devem ser oferecidos. Se estiver inconsciente, deve-se evitar qualquer tipo de líquido pelo perigo de aspiração. Mel, açúcar ou carboidrato em gel pode ser algumas das formas de tratamento. SBD, 2014-2015
  • 20. Associar na mesma refeição alimentos com baixo, médio e alto índice glicêmico Alto IG (Gli>90mg) Intermediário IG (Gli 70 – 90mg) Baixo IG (Gli< 70mg) Pão branco Biscoito c. cracker Maça Cereais matinais Arroz polido Laranja Batatas Batata doce Pêssego flocos de milho Farinha de trigo Pera Cenoura Inhame Ameixa Beterraba Banana Massa com ovo Uva passa Manga Arroz parbolizado Abóbora Mamão papaia Feijão, lentilha, soja, ervilha Kiwi Oleaginosas Suco de laranja Chocolate dietético Leite, iogurte LEÃO, 2010
  • 21. Fatores que influenciam na variabilidade glicêmica dos alimentos  Origem,  Clima,  Solo,  Preparo,  Tempo de cozimento,  Outros componentes da refeição: teor de gorduras, proteínas, temperatura e acidez. LEÃO, 2010
  • 23. Contagem de carboidratos • Método 1: os alimentos são agrupados de forma que cada porção do alimento escolhido pelo paciente corresponda a 15g de carboidrato, classificando-os em categorias (grupo de alimentos) e porções de uso habitual de nossa realidade. SBD, 2009
  • 24. Contagem de carboidratos • Método 2: Somar os gramas de carboidrato de cada alimento por refeição, obtendo-se informações em tabelas e rótulos dos alimentos. SBD, 2009
  • 25. Comparação entre os métodos 1 e 2 SBD, 2009
  • 27. ZINCO • A suplementação de zinco mostra benefícios no controle glicêmico de diabéticos tipos 1 e 2. • O zinco parece regular a função das ilhotas pancreáticas e promover a homeostase glicêmica. • A suplementação de micronutrientes não deve ser uma prática rotineira e precisa ser individualizada. SBD, 2014-2015
  • 28. Orientação Nutricional • Fazer 5 a 6 refeições/dia; • Preferir alimentos integrais; • Ingerir frutas ao menos 3 vezes/dia; • Escolher leite e derivados desnatados e queijos brancos; • Alternar peixes com carnes brancas ou bovinas magras; • Preferir adoçantes artificiais a base de sucralose, steviosídeo ou acesulfame K e evitar adoçantes a base de ciclamato, sorbitol e monitol. LEÃO, 2010
  • 29. Orientação Nutricional • Fazer rodízio de adoçantes, utilizar o mínimo possível; • Não Beliscar; • Evitar o uso de farinha ou substituir por farelo de aveia; • Evitar frituras e alimentos gordurosos (linguiça, salsinha e outros embutidos); • Usar temperos naturais como alho, cebola, cebolinha, sálvia, gengibre, páprica, colorau, manjerona, noz moscada, cheiro verde, pimentão, limão, louro, açafrão, vinagre, ervas secas, hortelã e outros; • Praticar atividade física, com orientação profissional. LEÃO, 2010
  • 30. Educação Nutricional em Diabetes Adesão ao plano alimentar prescrito; Independência quanto a trocas alimentares, atitudes e decisões em situações não rotineiras; Conscientização da influencia das escolhas alimentares no controle glicêmico e na prevenção de complicações agudas e crônicas. SBD, 2014-2015
  • 31. Referências • LEÃO, L. S. C. de S. Manual de Nutrição Clínica: para atendimento ambulatorial do adulto, 2010. • PROJETO DIRETRIZES. Diabetes Mellitus Tipo 2: Insulinização. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Associação Brasileira de Nutrologia. 2011. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. São Paulo-SP, 2014-2015.