SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
O empirismo de Hume
“ver um cavalo”
» PERCEÇÕES = CONTEÚDOS (OBJETOS, MATERIAIS) DA MENTE
• perceções = nome geral para qualquer objeto ou material presente às nossas mentes
• a mente só tem perceções; há dois tipos de materiais na mente: impressões + ideias
[ MENTE = PERCEÇÕES = IMPRESSÕES + IDEIAS ]
• todos facilmente percebem a diferença entre observar+sentir (impressões) & pensar (ideias)
• o critério (universal) que as diferencia é qualitativo: intensidade, vivacidade e nitidez
[ as impressões (ou perceções originais) são intensas, vívidas e nítidas ; as ideias são cópias das impressões]
• argumento (defesa da distinção impressões/ideias): cego de nascença não tem a ideia de cor azul
• até as ideias mais abstratas têm origem nas impressões (são cópias diretas ou são composições)
– tudo começa nos sentidos; razão e imaginação limitadas: operam sobre o material que recebem das
impressões – operações mentais: “compor, transpor, aumentar ou diminuir [materiais das impressões]”
• só há um fundamento ou base (de justificação) para o conhecimento = impressões
– HUME = fundacionalista (conhecimento do mundo tem uma base) + empirista (base=experiência)
impressões EXTERNAS
(sensações dos sentidos)
impressões INTERNAS
(sentimentos, desejos)
“sentir medo
de cavalos”
ideias SIMPLES
(origem: memória)
ideias COMPLEXAS
(orig.: imaginação)
“pensar num cavalo”
“pensar na cor azul”
“pensar num
cavalo azul”
(cavalo+azul)
impressões = materiais diretamente impressos na
mente (representações mentais dos objetos)
princípio da cópia = as ideias são cópias
(menos fortes e menos nítidas) das impressões
IMPRESSÕES IDEIAS
PERCEÇÕES (conteúdos mentais)
IMPRESSÕES IDEIAS
SENSAÇÃO
EXTERNA
SENTIMENTO
INTERNO
IDEIA
SIMPLES
IDEIA
COMPLEXA
1. Cheira (aqui) a café. X
2. Ontem bebi um café saboroso. X
3. Penso em sereias. X
4. Tenho medo. X
5. Apetece-me comer. X
6. Estou apaixonad@. X
7. Esta maçã é vermelha. X
8. Lembro-me da prof.ª da primária. X
9. Há vendedores de asas angélicas. X
10. Ouço ruídos. X
» FORQUILHA DE HUME = RELAÇÕES DE IDEIAS + QUESTÕES DE FACTO
• Se todas as nossas ideias têm origem empírica [experiência, sentidos], então
não há conhecimento a priori do mundo
• Por outras palavras, todo o conhecimento do mundo é a posteriori
– Ninguém conseguiria descobrir as propriedades explosivas da pólvora, argumenta
Hume, apenas pelo raciocínio ou pensamento, sem experimentar a pólvora
• Mas o que dizer destas proposições: “o dobro de dois é quatro”; são V e a priori?
– Hume responde: sim, isso é V e só uso a razão, mas isso nada me diz sobre o mundo
• Segundo Hume, todo o conhecimento humano (ou tudo o que pode ser
investigado e conhecido pelos humanos) reduz-se a duas categorias:
– QUESTÕES DE FACTO (são sobre como o mundo é [factos do mundo])
• “Lisboa é a capital de Portugal”; “estudo no St. Peter’s”; “o calor dilata os corpos”
• conhecimento (efetivo) acerca do mundo – áreas: ciências da natureza + quotidiano
– RELAÇÕES DE IDEIAS (são sobre o modo como usamos os nossos conceitos [ideias])
• “os triângulos são polígonos com 3 lados”; “2 mais 2 é 4”; “os solteiros são não casados”
• conhecimento (relacional) acerca dos nossos conceitos – áreas: lógica + matemática
• Chama-se a esta divisão: “bifurcação ou forquilha de Hume” (porque divide ou bifurca tudo
o que pode constituir conhecimento em dois géneros; fora destes não há conhecimento)
– possível crítica: a própria forquilha de Hume exprime uma Qf ou Ri? A forquilha refuta-se a si mesma?
» FORQUILHA DE HUME = Ri + Qf (II)
CONHECIMENTO
sobre
questões de facto
sobre
relações de ideias
“o calor dilata o plástico”
(conheço este facto existente no mundo:
o calor repetidamente causa dilatações)
“nenhum casado é solteiro”
(relaciono o significado destas ideias,
mas não importa se existem solteiros ou não)
verdades contingentes
(poderiam ter sido falsas)
verdades necessárias
(não poderiam ter sido falsas)
conhecidas a posteriori
(pela experiência)
conhecidas a priori
(só pelo pensamento)
» FORQUILHA DE HUME = Ri + Qf (III)
• O que distingue as proposições que exprimem Qf das que exprimem Ri?
– a negação de uma proposição que exprime uma RELAÇÃO DE IDEIAS implica uma contradição
– a negação de uma propo. que exprime uma QUESTÃO DE FACTO não implica uma contradição
• vejamos duas negações: se dissermos que “3 vezes 5 não é igual a metade de 30”, estaremos a
contradizer-nos, a afirmar algo que é logicamente impossível; mas se dissermos que “o Sol
não vai nascer amanhã”, estaremos a afirmar algo que é logicamente possível e concebível
(apesar de nos parecer muitíssimo improvável) e, por isso, não envolve qualquer contradição
• Questões de facto (‘Qf’)
– a sua negação é concebível e LOGICAMENTE POSSÍVEL – não implica qualquer contradição
– CONHECIDAS A POSTERIORI (V ou F depende de como o mundo é; conhecidas com base no que
observamos ou sentimos, ou em memórias disso; conhecimento substancial [do mundo])
– no domínio das Qf conhecemos VERDADES CONTINGENTES (são V e poderiam ter sido F)
• envolvem RACIOCÍNIOS INDUTIVOS e PROVÁVEIS (probabilidade; do observável concluo o inobservável)
• Relações de ideias (‘Ri’)
– a sua negação é inconcebível e LOGICAMENTE IMPOSSÍVEL – implica uma contradição
– CONHECIDAS A PRIORI (V ou F é independente de como o mundo é; algumas são certas por intui-
ção, outras por dedução ou demonstração - sem experiência; conhecimento não-informativo)
– no domínio das Ri conhecemos VERDADES NECESSÁRIAS (são V e não poderiam ter sido F)
• envolvem RACIOCÍNIOS DEDUTIVOS e DEMONSTRATIVOS (certeza; de verdades deduzo outras verdades)
• Qf = “Pessoa nasceu em Lisboa” (era possível ter nascido noutro sítio qualquer); “o calor dilata os
corpos” (o calor poderia causar o efeito contrário); “o Sol vai nascer amanhã” (é possível que isso não
aconteça); “o calor e a luz são efeitos do fogo” (é concebível pensar noutra causa qualquer)
• Ri = “nenhum quadrado é redondo” (é impossível haver um quadrado-redondo); “3+2=5” (é impossível a
soma não dar 5, violaria os princípios da aritmética); ”nenhum casado é solteiro” (é inconcebível negar esta
proposição sem cair em contradição no uso das noções de casado e solteiro); “as solteiras são mulheres”
• O conhecimento a priori, apesar de absolutamente certo, não é acerca do mundo
– conhecimento a priori existe e é certo, mas não é substancial: nada nos diz sobre o que existe
fora da mente; não nos diz como são ou funcionam as coisas do mundo (é não-informativo);
sabemos que é certo sem precisar de observar o mundo (como o mundo efetivamente é)
– o conhecimento do mundo é todo a posteriori e a sua base ou fundamento é a experiência
• Será que as Qf se circunscrevem aos que observamos ou sentimos, aqui e agora?
– NÃO: muitas vezes levam-nos além da nossa experiência: levam-nos a conclusões não-observadas
– ex. 1: encontramos um relógio numa ilha deserta e inferimos (concluímos) algo que não
observámos: que esteve (ou passou) alguém naquela ilha; ex. 2: vemos um amontoado de cinzas
e inferimos que alguém fez uma fogueira, mas não presenciámos tal evento
• Que género de raciocínio está na base destas inferências?
– não é demonstrativo: a V das premissa não garante a V da conclusão; conclusões apenas prováveis
– é indutivo = baseado na relação de causa e efeito: estes são efeitos de certas causas inobservadas
– a nossa mente associa ideias de várias formas: por SEMELHANÇA, CONTIGUIDADE (E-T) e CAUSA-E-EFEITO
• este retrato faz-me pensar na pessoa retratada; ao pensar no Cristo-Rei, penso no Tejo; a cicatriz veio dum golpe
» FORQUILHA DE HUME = Ri + Qf (IV)
[conhecimento humano, segundo Hume:] questão de facto relação de ideias
1. Joaquin Phoenix é um ator norte-americano. X
2. Existem doenças. X
3. Todos os irmãos não são filhos únicos.
4. Deus existe ou Deus não existe. [“D. não existir e existir” é
uma impossibilidade; dizer: [~(D v ~D)] implicaria contradição lógica]
X
X
5. Há filósofos. X
6. Os extraterrestres existem mesmo. X
7. Três maçãs são mais maçãs do que duas. X
8. O Sol vai nascer amanhã. X
9. As coisas velhas não são novas. X
10. Os planetas têm órbitas elípticas. X
• a base do raciocínio indutivo é a relação de causa e efeito (é o que nos leva além da experiência)
• mas como conhecemos causas e efeitos? qual é a base ou origem da causalidade?
– a causalidade (+ fazer previsões indutivas + conhecer leis da natureza) ultrapassa os sentidos
– alguém muito inteligente mas sem experiência seria incapaz de formular a priori relações causais
– não há qualquer impressão da causalidade (a relação entre causa e efeito não se vê no objeto; ex.:
não observo a própria conexão causal entre a gravidade e a queda da caneta, só vejo efeitos da G)
• não observamos relações causais, mas apenas a “conjunção [união, adição] constante”
entre objetos ou acontecimentos – é a isso que chamamos “causalidade”
– considere-se a relação causal entre os eventos A e B: segundo Hume, dizer que A causa B (ou que B
é efeito de A) significa dizer que coisas do género A estão constantemente conjugadas com coisas
do género B; ou seja, observámos até agora que a todos os eventos de tipo A se seguiram eventos
do tipo B – esta é a conjunção constante realmente observada por nós (ex.: fogo-cinzas; fogo-fumo)
– há uma tendência natural em nós para concluir que há uma relação de causalidade entre A e B,
com base na presença repetida entre A e B, ou seja, com base na observação dessa regularidade
• mas nada me garante (racional ou logicamente) que a conjunção constante observada
no passado se verifique no futuro; será que a “conexão necessária” garante isso?
– def.: há uma conexão necessária entre A e B quando é impossível que A ocorra sem que B ocorra
(dito doutra forma: a causa A produz inevitavelmente (obrigatória ou necessariamente) o efeito B)
– H.: a ideia de conexão necessária não resulta da nossa razão: as ideias são cópias das impressões
– H.: a ideia de conexão necessária não resulta dos nossos sentidos (impressões externas)
– H.: a ideia de conexão necessária resulta do hábito ou costume (sentimento interno, psicológico)
» CAUSALIDADE; CONJUNÇÃO CONSTANTE; CONEXÃO NECESSÁRIA
• Para além da experiência (dos nossos sentidos e memória)?
– Todas estas afirmações referem Qf – verdades contingentes e conhecidas a posteriori (experiência)
– O Sol vai nascer amanhã. PREVISÃO: afirmo algo que não foi observado (e nem sequer aconteceu)
– Todos os corvos têm penas. GENERALIZAÇÃO: não posso observar os corvos todos
– Esta caneta caiu por causa da gravidade. LEI NATURAL: não observo diretamente a causa: a gravidade
» RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO = RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
DE ONDE VEM (COMO SE EXPLICA E JUSTIFICA)
A IDEIA DE CAUSALIDADE?
será uma relação de ideias?
não: da sua negação não resulta
qualquer contradição
parece tratar-se de uma questão de facto
(a justificação da causalidade, assim, só
pode estabelecer-se pela experiência)
argumento do Adão-sem-experiência
(causas e efeitos (das coisas) não são
conhecidas pela razão [por dedução])
mas a experiência não nos diz que
a gravidade causou a queda (não temos
impressão sensível (direta) da causa:
visão: “x caiu” e audição: “x fez barulho”)
temos “conjunção constante”
(experiência passada e repetida diz:
vemos dois eventos ou objetos
constantemente conjugados)
garantia
(regularidades
observáveis)
para
o futuro?
será conexão necessária?
(A nunca ocorre sem B:
A tem um poder (causa) que
produz inevitavelmente B (efeito))
é antes
“hábito da
mente”
(os sentidos não permitem ver nos objetos as causas
que os produziram nem os efeitos que delas resultam)
• A causalidade não passa de uma projeção da nossa mente no mundo, não
sendo correto afirmar que ela existe realmente (no mundo) – ceticismo!
– Ao observarmos repetidamente uma conjunção constante entre certos objetos ou
eventos, gera-se em nós a expectativa de que o mesmo ocorra no futuro, levando-nos a
pensar - acreditar - que um (cinzas) não pode ocorrer sem o outro (fogo).
– A nossa crença de que há uma conexão necessária entre objetos ou eventos decorre
simplesmente do hábito – uma espécie de sentimento interno ou tendência psicológica.
– É o hábito ou costume que leva a nossa mente a projetar no mundo a ideia de conexão
necessária entre objetos ou eventos (criando a ilusão de que a conexão é real).
– É uma conexão que existe apenas na mente; é algo que sentimos (expectativa interna) e é
este sentimento que produz a ideia de conexão – expectativa, hábito, projetar = termos psicológicos.
– Portanto, a causalidade, que supostamente nos permite compreender muito do que
acontece no mundo, não passa de algo que existe apenas na nossa mente e não algo
que possa ser observado no mundo (nas próprias coisas, fora das nossas mentes).
• É apenas o hábito (um instinto biológico; uma tendência psicológica natural; uma
sensibilidade para captar regularidades ou padrões) que nos leva a encarar a
conjunção constante como se de uma conexão necessária se tratasse.
– Fora da nossa mente só observamos regularidades = repetições, conjunções constantes
» CAUSALIDADE TEM ORIGEM NO HÁBITO (OU COSTUME)
» PROBLEMA DA INDUÇÃO
CLIPPING:
“truth like death comes for everyone”
(1) Até hoje todas as pessoas morreram.
Como se passa
de (1) para (2)?
(2) Logo, eu também morrerei.
É logicamente concebível que eu ou alguém não morra;
mas nós acreditamos realmente que (2) acontecerá!
Que razões temos para acreditar que
o futuro será como o passado?
Como se justifica
(2) a partir de (1)?
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE DA NATUREZA :
» PROBLEMA DA INDUÇÃO
CLIPPING:
“truth like death comes for everyone”
(1) Até hoje todas as pessoas morreram.
(2) Logo, eu também morrerei.
Mas razões temos para acreditar no PUN?
O que justifica o PUN?
“A NATUREZA SERÁ NO FUTURO
COMO FOI NO PASSADO,
COMPORTANDO-SE DE FORMA
UNIFORME E REGULAR”
PUN!
Como se justifica
(2) a partir de (1)?
Ri (razão)
não é
Qf = indução
(experiência:
supõe PUN!)
• Sendo cético acerca da causalidade, Hume também o é acerca da indução.
– Não tenho justificação racional para afirmar que as relações causais existem fora da minha mente
– Não tenho justificação racional para confiar nos raciocínios indutivos (na ‘validade’ das induções)
• INDUÇÃO = com base em muitas observações anteriores concluímos (inferimos) que o
que ocorreu no passado (que observámos) ocorrerá no futuro (algo que não observámos)
– 1. Até hoje o Sol nasceu todos os dias.
– 2. Logo, o Sol irá nascer amanhã.
[sumariza a minha experiência passada e repetida]
[prevê o que acontecerá no futuro imediato]
– É logicamente possível que o Sol não nasça amanhã; mas nós confiamos neste raciocínio indutivo!
– Que razões temos para acreditar que o futuro será como o passado? Como se passa de 1. para 2.?
• H.: só podemos confiar na indução se partirmos do princípio de que a natureza é
uniforme e regular, funcionando sempre da mesma maneira, sem surpresas.
– A indução só é fiável e justificável se apelarmos ao PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE DA NATUREZA [PUN]:
– “a natureza será no futuro como foi no passado, comportando-se de forma uniforme e regular”
– A V de 1. não garante a V de 2.; é preciso acrescentar (ao argumento) o PUN, o que resultaria:
– P1: PUN; P2: Se PUN é V, então (1→2); P3: (1→2) [por MP]; P4: 1 é V; Conclusão: 2 [por MP]
– Esta inferência é válida, mas a sua solidez depende da veracidade da P1 (PUN): mas onde fomos
buscar tal princípio? Que justificação temos para crer no PUN (natureza é uniforme e previsível)?
• H.: o PUN baseia-se na experiência do que aconteceu até hoje: tenho observado que a
natureza é sempre assim; aprendi isso por repetições, fui raciocinando indutivamente
– círculo vicioso: indução é justificada pelo PUN e para justificar o PUN suponho, recorro à indução
» PROBLEMA DA INDUÇÃO
• Justificar um tipo de raciocínio com base num raciocínio do mesmo tipo é andar aos
círculos; sendo circular, a justificação (da indução [via PUN]) nada justifica
– Todas as afirmações baseadas no raciocínio indutivo são injustificadas ; isto inclui previsões do
quotidiano e leis científicas, ou seja, não é correto afirmar que há conhecimento científico do m.
• Hume (além de cético em relação à causalidade) também argumenta que nem sequer temos
razões para acreditar que o mundo exterior existe (tudo o que não faz parte dos nossos
conteúdos mentais), dado que apenas temos acesso às perceções da nossa mente
(representações dos objetos) e não a qualquer objeto exterior (o próprio objeto)
• De acordo com Hume, o ceticismo é imbatível: em teoria, é impossível escapar-lhe
• Mas na prática não conseguimos viver como se o ceticismo fosse verdadeiro, pois o nosso
instinto de sobrevivência impede-nos de sermos céticos radicais (duvidando de tudo); por
isso, o ceticismo sistemático é impraticável: temos de acreditar para conseguirmos viver
• H. defende um ceticismo moderado (“mitigado”, suavizado) e não radical: sabemos muito
menos do que julgamos saber e, por isso, devemos proteger-nos contra dogmatismos,
decisões precipitadas e investigações demasiado especulativas, distantes da experiência
• CRÍTICAS (objeções) à posição empirista de David Hume:
– A bifurcação (ou forquilha) de Hume exprime uma Qf ou uma RI? A dicotomia parece autorrefutar-se
– Hume pressupõe que as ideias têm uma natureza (origem) física, ou seja, a mente é inteiramente física
– A mente (entre outros tons que já viu) talvez seja capaz de imaginar um certo tom de azul que nunca viu
– Parece mais racional aceitar que a causalidade existe no mundo do que supor repetições ao acaso
– Aprender uma língua parece implicar um conhecimento linguístico inato (saber representar regras)
» CETICISMO MITIGADO DE HUME & CRÍTICAS

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a david HUMEpresentation. quick of david hume theory

Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_DeusHume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_DeusIsabel Moura
 
Aula Conhecimento 18.02.09
Aula   Conhecimento 18.02.09Aula   Conhecimento 18.02.09
Aula Conhecimento 18.02.09EfaSucesso
 
O empirismo de david Hume (Nereu)
O empirismo de david Hume (Nereu)O empirismo de david Hume (Nereu)
O empirismo de david Hume (Nereu)Joaquim Melro
 
O emprismo de David Hume (Nereu)
O emprismo de David Hume (Nereu)O emprismo de David Hume (Nereu)
O emprismo de David Hume (Nereu)guest9578d1
 
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...Cristiano Flecha
 
PowerPoint 9_Causalidade e indução.pptx
PowerPoint 9_Causalidade e indução.pptxPowerPoint 9_Causalidade e indução.pptx
PowerPoint 9_Causalidade e indução.pptxrinogaetano
 
Teorias explicativas do conhecimento: O empirsmo de David Hume
Teorias explicativas do conhecimento: O empirsmo de David HumeTeorias explicativas do conhecimento: O empirsmo de David Hume
Teorias explicativas do conhecimento: O empirsmo de David Humeguest9578d1
 
Questionar é evoluir
Questionar é evoluirQuestionar é evoluir
Questionar é evoluirThiago Silva
 
Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02Helena Serrão
 
O problema da causalidade.docx
O problema da causalidade.docxO problema da causalidade.docx
O problema da causalidade.docxrmagaspar
 
Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...
Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...
Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...Helena Serrão
 
Davidhume 120409163812-phpapp01
Davidhume 120409163812-phpapp01Davidhume 120409163812-phpapp01
Davidhume 120409163812-phpapp01Helena Serrão
 
Ppt david hume a
Ppt david hume aPpt david hume a
Ppt david hume aAnaKlein1
 
Ppt david hume a
Ppt david hume aPpt david hume a
Ppt david hume aAnaKlein1
 

Semelhante a david HUMEpresentation. quick of david hume theory (20)

Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_DeusHume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
Hume_problemas_existência_eu_mundo_Deus
 
Aula Conhecimento 18.02.09
Aula   Conhecimento 18.02.09Aula   Conhecimento 18.02.09
Aula Conhecimento 18.02.09
 
O empirismo de david Hume (Nereu)
O empirismo de david Hume (Nereu)O empirismo de david Hume (Nereu)
O empirismo de david Hume (Nereu)
 
O emprismo de David Hume (Nereu)
O emprismo de David Hume (Nereu)O emprismo de David Hume (Nereu)
O emprismo de David Hume (Nereu)
 
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...
Filosofia da Percepção: Nas fronteiras do sentido um debate entre Austin, Aye...
 
PowerPoint 9_Causalidade e indução.pptx
PowerPoint 9_Causalidade e indução.pptxPowerPoint 9_Causalidade e indução.pptx
PowerPoint 9_Causalidade e indução.pptx
 
Teorias explicativas do conhecimento: O empirsmo de David Hume
Teorias explicativas do conhecimento: O empirsmo de David HumeTeorias explicativas do conhecimento: O empirsmo de David Hume
Teorias explicativas do conhecimento: O empirsmo de David Hume
 
Questionar é evoluir
Questionar é evoluirQuestionar é evoluir
Questionar é evoluir
 
Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
Comodescartesultrapassaocepticismo 120217104847-phpapp02
 
O problema da causalidade.docx
O problema da causalidade.docxO problema da causalidade.docx
O problema da causalidade.docx
 
Artigo 1 - Deus existe?
Artigo 1 - Deus existe?Artigo 1 - Deus existe?
Artigo 1 - Deus existe?
 
David hume
David humeDavid hume
David hume
 
Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...
Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...
Como Descartes ultrapassao cepticismo 120217104847-phpapp02-130130123609-phpa...
 
Filosofia 11ºano
Filosofia 11ºanoFilosofia 11ºano
Filosofia 11ºano
 
David hume e o Empirismo
David hume e o EmpirismoDavid hume e o Empirismo
David hume e o Empirismo
 
Davidhume 120409163812-phpapp01
Davidhume 120409163812-phpapp01Davidhume 120409163812-phpapp01
Davidhume 120409163812-phpapp01
 
Ppt david hume a
Ppt david hume aPpt david hume a
Ppt david hume a
 
Ppt david hume a
Ppt david hume aPpt david hume a
Ppt david hume a
 
Comparando Descartes e Hume.doc
Comparando Descartes e Hume.docComparando Descartes e Hume.doc
Comparando Descartes e Hume.doc
 
David hume
David humeDavid hume
David hume
 

Último

Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 

Último (20)

Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 

david HUMEpresentation. quick of david hume theory

  • 2. “ver um cavalo” » PERCEÇÕES = CONTEÚDOS (OBJETOS, MATERIAIS) DA MENTE • perceções = nome geral para qualquer objeto ou material presente às nossas mentes • a mente só tem perceções; há dois tipos de materiais na mente: impressões + ideias [ MENTE = PERCEÇÕES = IMPRESSÕES + IDEIAS ] • todos facilmente percebem a diferença entre observar+sentir (impressões) & pensar (ideias) • o critério (universal) que as diferencia é qualitativo: intensidade, vivacidade e nitidez [ as impressões (ou perceções originais) são intensas, vívidas e nítidas ; as ideias são cópias das impressões] • argumento (defesa da distinção impressões/ideias): cego de nascença não tem a ideia de cor azul • até as ideias mais abstratas têm origem nas impressões (são cópias diretas ou são composições) – tudo começa nos sentidos; razão e imaginação limitadas: operam sobre o material que recebem das impressões – operações mentais: “compor, transpor, aumentar ou diminuir [materiais das impressões]” • só há um fundamento ou base (de justificação) para o conhecimento = impressões – HUME = fundacionalista (conhecimento do mundo tem uma base) + empirista (base=experiência) impressões EXTERNAS (sensações dos sentidos) impressões INTERNAS (sentimentos, desejos) “sentir medo de cavalos” ideias SIMPLES (origem: memória) ideias COMPLEXAS (orig.: imaginação) “pensar num cavalo” “pensar na cor azul” “pensar num cavalo azul” (cavalo+azul) impressões = materiais diretamente impressos na mente (representações mentais dos objetos) princípio da cópia = as ideias são cópias (menos fortes e menos nítidas) das impressões IMPRESSÕES IDEIAS
  • 3. PERCEÇÕES (conteúdos mentais) IMPRESSÕES IDEIAS SENSAÇÃO EXTERNA SENTIMENTO INTERNO IDEIA SIMPLES IDEIA COMPLEXA 1. Cheira (aqui) a café. X 2. Ontem bebi um café saboroso. X 3. Penso em sereias. X 4. Tenho medo. X 5. Apetece-me comer. X 6. Estou apaixonad@. X 7. Esta maçã é vermelha. X 8. Lembro-me da prof.ª da primária. X 9. Há vendedores de asas angélicas. X 10. Ouço ruídos. X
  • 4. » FORQUILHA DE HUME = RELAÇÕES DE IDEIAS + QUESTÕES DE FACTO • Se todas as nossas ideias têm origem empírica [experiência, sentidos], então não há conhecimento a priori do mundo • Por outras palavras, todo o conhecimento do mundo é a posteriori – Ninguém conseguiria descobrir as propriedades explosivas da pólvora, argumenta Hume, apenas pelo raciocínio ou pensamento, sem experimentar a pólvora • Mas o que dizer destas proposições: “o dobro de dois é quatro”; são V e a priori? – Hume responde: sim, isso é V e só uso a razão, mas isso nada me diz sobre o mundo • Segundo Hume, todo o conhecimento humano (ou tudo o que pode ser investigado e conhecido pelos humanos) reduz-se a duas categorias: – QUESTÕES DE FACTO (são sobre como o mundo é [factos do mundo]) • “Lisboa é a capital de Portugal”; “estudo no St. Peter’s”; “o calor dilata os corpos” • conhecimento (efetivo) acerca do mundo – áreas: ciências da natureza + quotidiano – RELAÇÕES DE IDEIAS (são sobre o modo como usamos os nossos conceitos [ideias]) • “os triângulos são polígonos com 3 lados”; “2 mais 2 é 4”; “os solteiros são não casados” • conhecimento (relacional) acerca dos nossos conceitos – áreas: lógica + matemática • Chama-se a esta divisão: “bifurcação ou forquilha de Hume” (porque divide ou bifurca tudo o que pode constituir conhecimento em dois géneros; fora destes não há conhecimento) – possível crítica: a própria forquilha de Hume exprime uma Qf ou Ri? A forquilha refuta-se a si mesma?
  • 5. » FORQUILHA DE HUME = Ri + Qf (II) CONHECIMENTO sobre questões de facto sobre relações de ideias “o calor dilata o plástico” (conheço este facto existente no mundo: o calor repetidamente causa dilatações) “nenhum casado é solteiro” (relaciono o significado destas ideias, mas não importa se existem solteiros ou não) verdades contingentes (poderiam ter sido falsas) verdades necessárias (não poderiam ter sido falsas) conhecidas a posteriori (pela experiência) conhecidas a priori (só pelo pensamento)
  • 6. » FORQUILHA DE HUME = Ri + Qf (III) • O que distingue as proposições que exprimem Qf das que exprimem Ri? – a negação de uma proposição que exprime uma RELAÇÃO DE IDEIAS implica uma contradição – a negação de uma propo. que exprime uma QUESTÃO DE FACTO não implica uma contradição • vejamos duas negações: se dissermos que “3 vezes 5 não é igual a metade de 30”, estaremos a contradizer-nos, a afirmar algo que é logicamente impossível; mas se dissermos que “o Sol não vai nascer amanhã”, estaremos a afirmar algo que é logicamente possível e concebível (apesar de nos parecer muitíssimo improvável) e, por isso, não envolve qualquer contradição • Questões de facto (‘Qf’) – a sua negação é concebível e LOGICAMENTE POSSÍVEL – não implica qualquer contradição – CONHECIDAS A POSTERIORI (V ou F depende de como o mundo é; conhecidas com base no que observamos ou sentimos, ou em memórias disso; conhecimento substancial [do mundo]) – no domínio das Qf conhecemos VERDADES CONTINGENTES (são V e poderiam ter sido F) • envolvem RACIOCÍNIOS INDUTIVOS e PROVÁVEIS (probabilidade; do observável concluo o inobservável) • Relações de ideias (‘Ri’) – a sua negação é inconcebível e LOGICAMENTE IMPOSSÍVEL – implica uma contradição – CONHECIDAS A PRIORI (V ou F é independente de como o mundo é; algumas são certas por intui- ção, outras por dedução ou demonstração - sem experiência; conhecimento não-informativo) – no domínio das Ri conhecemos VERDADES NECESSÁRIAS (são V e não poderiam ter sido F) • envolvem RACIOCÍNIOS DEDUTIVOS e DEMONSTRATIVOS (certeza; de verdades deduzo outras verdades)
  • 7. • Qf = “Pessoa nasceu em Lisboa” (era possível ter nascido noutro sítio qualquer); “o calor dilata os corpos” (o calor poderia causar o efeito contrário); “o Sol vai nascer amanhã” (é possível que isso não aconteça); “o calor e a luz são efeitos do fogo” (é concebível pensar noutra causa qualquer) • Ri = “nenhum quadrado é redondo” (é impossível haver um quadrado-redondo); “3+2=5” (é impossível a soma não dar 5, violaria os princípios da aritmética); ”nenhum casado é solteiro” (é inconcebível negar esta proposição sem cair em contradição no uso das noções de casado e solteiro); “as solteiras são mulheres” • O conhecimento a priori, apesar de absolutamente certo, não é acerca do mundo – conhecimento a priori existe e é certo, mas não é substancial: nada nos diz sobre o que existe fora da mente; não nos diz como são ou funcionam as coisas do mundo (é não-informativo); sabemos que é certo sem precisar de observar o mundo (como o mundo efetivamente é) – o conhecimento do mundo é todo a posteriori e a sua base ou fundamento é a experiência • Será que as Qf se circunscrevem aos que observamos ou sentimos, aqui e agora? – NÃO: muitas vezes levam-nos além da nossa experiência: levam-nos a conclusões não-observadas – ex. 1: encontramos um relógio numa ilha deserta e inferimos (concluímos) algo que não observámos: que esteve (ou passou) alguém naquela ilha; ex. 2: vemos um amontoado de cinzas e inferimos que alguém fez uma fogueira, mas não presenciámos tal evento • Que género de raciocínio está na base destas inferências? – não é demonstrativo: a V das premissa não garante a V da conclusão; conclusões apenas prováveis – é indutivo = baseado na relação de causa e efeito: estes são efeitos de certas causas inobservadas – a nossa mente associa ideias de várias formas: por SEMELHANÇA, CONTIGUIDADE (E-T) e CAUSA-E-EFEITO • este retrato faz-me pensar na pessoa retratada; ao pensar no Cristo-Rei, penso no Tejo; a cicatriz veio dum golpe » FORQUILHA DE HUME = Ri + Qf (IV)
  • 8. [conhecimento humano, segundo Hume:] questão de facto relação de ideias 1. Joaquin Phoenix é um ator norte-americano. X 2. Existem doenças. X 3. Todos os irmãos não são filhos únicos. 4. Deus existe ou Deus não existe. [“D. não existir e existir” é uma impossibilidade; dizer: [~(D v ~D)] implicaria contradição lógica] X X 5. Há filósofos. X 6. Os extraterrestres existem mesmo. X 7. Três maçãs são mais maçãs do que duas. X 8. O Sol vai nascer amanhã. X 9. As coisas velhas não são novas. X 10. Os planetas têm órbitas elípticas. X
  • 9. • a base do raciocínio indutivo é a relação de causa e efeito (é o que nos leva além da experiência) • mas como conhecemos causas e efeitos? qual é a base ou origem da causalidade? – a causalidade (+ fazer previsões indutivas + conhecer leis da natureza) ultrapassa os sentidos – alguém muito inteligente mas sem experiência seria incapaz de formular a priori relações causais – não há qualquer impressão da causalidade (a relação entre causa e efeito não se vê no objeto; ex.: não observo a própria conexão causal entre a gravidade e a queda da caneta, só vejo efeitos da G) • não observamos relações causais, mas apenas a “conjunção [união, adição] constante” entre objetos ou acontecimentos – é a isso que chamamos “causalidade” – considere-se a relação causal entre os eventos A e B: segundo Hume, dizer que A causa B (ou que B é efeito de A) significa dizer que coisas do género A estão constantemente conjugadas com coisas do género B; ou seja, observámos até agora que a todos os eventos de tipo A se seguiram eventos do tipo B – esta é a conjunção constante realmente observada por nós (ex.: fogo-cinzas; fogo-fumo) – há uma tendência natural em nós para concluir que há uma relação de causalidade entre A e B, com base na presença repetida entre A e B, ou seja, com base na observação dessa regularidade • mas nada me garante (racional ou logicamente) que a conjunção constante observada no passado se verifique no futuro; será que a “conexão necessária” garante isso? – def.: há uma conexão necessária entre A e B quando é impossível que A ocorra sem que B ocorra (dito doutra forma: a causa A produz inevitavelmente (obrigatória ou necessariamente) o efeito B) – H.: a ideia de conexão necessária não resulta da nossa razão: as ideias são cópias das impressões – H.: a ideia de conexão necessária não resulta dos nossos sentidos (impressões externas) – H.: a ideia de conexão necessária resulta do hábito ou costume (sentimento interno, psicológico) » CAUSALIDADE; CONJUNÇÃO CONSTANTE; CONEXÃO NECESSÁRIA
  • 10. • Para além da experiência (dos nossos sentidos e memória)? – Todas estas afirmações referem Qf – verdades contingentes e conhecidas a posteriori (experiência) – O Sol vai nascer amanhã. PREVISÃO: afirmo algo que não foi observado (e nem sequer aconteceu) – Todos os corvos têm penas. GENERALIZAÇÃO: não posso observar os corvos todos – Esta caneta caiu por causa da gravidade. LEI NATURAL: não observo diretamente a causa: a gravidade » RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO = RELAÇÃO DE CAUSALIDADE DE ONDE VEM (COMO SE EXPLICA E JUSTIFICA) A IDEIA DE CAUSALIDADE? será uma relação de ideias? não: da sua negação não resulta qualquer contradição parece tratar-se de uma questão de facto (a justificação da causalidade, assim, só pode estabelecer-se pela experiência) argumento do Adão-sem-experiência (causas e efeitos (das coisas) não são conhecidas pela razão [por dedução]) mas a experiência não nos diz que a gravidade causou a queda (não temos impressão sensível (direta) da causa: visão: “x caiu” e audição: “x fez barulho”) temos “conjunção constante” (experiência passada e repetida diz: vemos dois eventos ou objetos constantemente conjugados) garantia (regularidades observáveis) para o futuro? será conexão necessária? (A nunca ocorre sem B: A tem um poder (causa) que produz inevitavelmente B (efeito)) é antes “hábito da mente” (os sentidos não permitem ver nos objetos as causas que os produziram nem os efeitos que delas resultam)
  • 11. • A causalidade não passa de uma projeção da nossa mente no mundo, não sendo correto afirmar que ela existe realmente (no mundo) – ceticismo! – Ao observarmos repetidamente uma conjunção constante entre certos objetos ou eventos, gera-se em nós a expectativa de que o mesmo ocorra no futuro, levando-nos a pensar - acreditar - que um (cinzas) não pode ocorrer sem o outro (fogo). – A nossa crença de que há uma conexão necessária entre objetos ou eventos decorre simplesmente do hábito – uma espécie de sentimento interno ou tendência psicológica. – É o hábito ou costume que leva a nossa mente a projetar no mundo a ideia de conexão necessária entre objetos ou eventos (criando a ilusão de que a conexão é real). – É uma conexão que existe apenas na mente; é algo que sentimos (expectativa interna) e é este sentimento que produz a ideia de conexão – expectativa, hábito, projetar = termos psicológicos. – Portanto, a causalidade, que supostamente nos permite compreender muito do que acontece no mundo, não passa de algo que existe apenas na nossa mente e não algo que possa ser observado no mundo (nas próprias coisas, fora das nossas mentes). • É apenas o hábito (um instinto biológico; uma tendência psicológica natural; uma sensibilidade para captar regularidades ou padrões) que nos leva a encarar a conjunção constante como se de uma conexão necessária se tratasse. – Fora da nossa mente só observamos regularidades = repetições, conjunções constantes » CAUSALIDADE TEM ORIGEM NO HÁBITO (OU COSTUME)
  • 12. » PROBLEMA DA INDUÇÃO CLIPPING: “truth like death comes for everyone” (1) Até hoje todas as pessoas morreram. Como se passa de (1) para (2)? (2) Logo, eu também morrerei. É logicamente concebível que eu ou alguém não morra; mas nós acreditamos realmente que (2) acontecerá! Que razões temos para acreditar que o futuro será como o passado? Como se justifica (2) a partir de (1)?
  • 13. PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE DA NATUREZA : » PROBLEMA DA INDUÇÃO CLIPPING: “truth like death comes for everyone” (1) Até hoje todas as pessoas morreram. (2) Logo, eu também morrerei. Mas razões temos para acreditar no PUN? O que justifica o PUN? “A NATUREZA SERÁ NO FUTURO COMO FOI NO PASSADO, COMPORTANDO-SE DE FORMA UNIFORME E REGULAR” PUN! Como se justifica (2) a partir de (1)? Ri (razão) não é Qf = indução (experiência: supõe PUN!)
  • 14. • Sendo cético acerca da causalidade, Hume também o é acerca da indução. – Não tenho justificação racional para afirmar que as relações causais existem fora da minha mente – Não tenho justificação racional para confiar nos raciocínios indutivos (na ‘validade’ das induções) • INDUÇÃO = com base em muitas observações anteriores concluímos (inferimos) que o que ocorreu no passado (que observámos) ocorrerá no futuro (algo que não observámos) – 1. Até hoje o Sol nasceu todos os dias. – 2. Logo, o Sol irá nascer amanhã. [sumariza a minha experiência passada e repetida] [prevê o que acontecerá no futuro imediato] – É logicamente possível que o Sol não nasça amanhã; mas nós confiamos neste raciocínio indutivo! – Que razões temos para acreditar que o futuro será como o passado? Como se passa de 1. para 2.? • H.: só podemos confiar na indução se partirmos do princípio de que a natureza é uniforme e regular, funcionando sempre da mesma maneira, sem surpresas. – A indução só é fiável e justificável se apelarmos ao PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE DA NATUREZA [PUN]: – “a natureza será no futuro como foi no passado, comportando-se de forma uniforme e regular” – A V de 1. não garante a V de 2.; é preciso acrescentar (ao argumento) o PUN, o que resultaria: – P1: PUN; P2: Se PUN é V, então (1→2); P3: (1→2) [por MP]; P4: 1 é V; Conclusão: 2 [por MP] – Esta inferência é válida, mas a sua solidez depende da veracidade da P1 (PUN): mas onde fomos buscar tal princípio? Que justificação temos para crer no PUN (natureza é uniforme e previsível)? • H.: o PUN baseia-se na experiência do que aconteceu até hoje: tenho observado que a natureza é sempre assim; aprendi isso por repetições, fui raciocinando indutivamente – círculo vicioso: indução é justificada pelo PUN e para justificar o PUN suponho, recorro à indução » PROBLEMA DA INDUÇÃO
  • 15. • Justificar um tipo de raciocínio com base num raciocínio do mesmo tipo é andar aos círculos; sendo circular, a justificação (da indução [via PUN]) nada justifica – Todas as afirmações baseadas no raciocínio indutivo são injustificadas ; isto inclui previsões do quotidiano e leis científicas, ou seja, não é correto afirmar que há conhecimento científico do m. • Hume (além de cético em relação à causalidade) também argumenta que nem sequer temos razões para acreditar que o mundo exterior existe (tudo o que não faz parte dos nossos conteúdos mentais), dado que apenas temos acesso às perceções da nossa mente (representações dos objetos) e não a qualquer objeto exterior (o próprio objeto) • De acordo com Hume, o ceticismo é imbatível: em teoria, é impossível escapar-lhe • Mas na prática não conseguimos viver como se o ceticismo fosse verdadeiro, pois o nosso instinto de sobrevivência impede-nos de sermos céticos radicais (duvidando de tudo); por isso, o ceticismo sistemático é impraticável: temos de acreditar para conseguirmos viver • H. defende um ceticismo moderado (“mitigado”, suavizado) e não radical: sabemos muito menos do que julgamos saber e, por isso, devemos proteger-nos contra dogmatismos, decisões precipitadas e investigações demasiado especulativas, distantes da experiência • CRÍTICAS (objeções) à posição empirista de David Hume: – A bifurcação (ou forquilha) de Hume exprime uma Qf ou uma RI? A dicotomia parece autorrefutar-se – Hume pressupõe que as ideias têm uma natureza (origem) física, ou seja, a mente é inteiramente física – A mente (entre outros tons que já viu) talvez seja capaz de imaginar um certo tom de azul que nunca viu – Parece mais racional aceitar que a causalidade existe no mundo do que supor repetições ao acaso – Aprender uma língua parece implicar um conhecimento linguístico inato (saber representar regras) » CETICISMO MITIGADO DE HUME & CRÍTICAS