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O dito cujo 
Catarina Carvalheiro, Rita Marquilhas, Clara Pinto, Fernanda Pratas 
22/10/2014, APL 
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Em todas as fases da língua: palavra relativa que 
exprime uma relação semântica de “posse material ou 
jurídica, mas também de parentesco ou relação entre a 
parte e o todo” (Paiva Raposo 2013: 906) 
Até ao séc. XVI: variante de “de quem” (pronome 
interrogativo e relativo) (cf. Martins 2003: 57) 
(1) Emtam lhe pregumtou Lionel: ‒ Estes tindilhõões cujos sam? 
(DSG172,1.18/ID) 
2 
Cujo: valor possessivo (1) 
O dito cujo
cujo possessivo desempenha duas funções: 
 retoma o antecedente nominal que corresponde ao possuidor 
(2) b. A Ana, cujo colar desapareceu, queixou-se à polícia. 
 atribui interpretação definida ao “sintagma nominal que forma o 
constituinte relativo”, sendo assim proibida a sua ocorrência com 
um determinante com valor (in)definido 
(3) *comprei um livro as cujas páginas vinham rasgadas 
(Veloso 2013: 2097) 
3 
Cujo: valor possessivo (2) 
O dito cujo
Encontramos, no entanto, um outro uso de cujo (4), não 
possessivo: 
(4) […] e foi a mulher quem salvou a situação oferecendo um 
copo de água à velhota e um anis ao senhor, cujo vestia um 
casaco de quarto agaloado, no fio, e calças creme compridas de 
mais […] 
(António Lobo Antunes, Fado Alexandrino, 1983) 
4 
Cujo – uso não possessivo (1) 
O dito cujo
O que dizem as gramáticas: 
“A fórma cujo apparece uma ou outra vez, todavia usada apenas 
por pessoas de limitada leitura e pretenciosas [e] por pessoas 
letradas, de certo por descuido” 
“A sua construcção, porém, afasta-se da que é ensinada pelos 
grammaticos” 
(Moreira 1907: 40) 
Estas observações tomavam como exemplos frases como as que 
se seguem, de uma personagem que Camilo satiriza: 
(5) […] tudo em nome do seu particular amigo José Bernardo e do 
mano conde, cujos, dizia, são meus íntimos […] 
(Camilo Castelo Branco, A Corja: Continuação de Eusébio Macário,1880) 
5 
O dito cujo 
Cujo – uso não possessivo (2)
Cujo, uso não possessivo no P.S. 
Corpus P.S. – Post Scriptum 
- coleção de cartas privadas do século XVI ao XIX, escritas 
por autores de vários estratos sociais, (dados extraídos de cerca 
de 800 cartas) 
- contém atestação de cujo, começando no século XVII, 
com uso semelhante ao condenado por Moreira (1907) 
(6) hum arratel de xá bom cujo he de preso 1600 [réis] 
(CARDS2160 - 177-) 
6 
O dto cujo
Questão 
 Como é que cujo, que, além de 
relativo, tem um valor possessivo, pode 
surgir nestes contextos? 
7 
O dito cujo
Objetivos 
1. conjeturar uma proposta quanto à 
distribuição desta palavra, a que chamamos, 
para o presente efeito, ‘cujo não possessivo’ 
2. descrever as suas propriedades distributivas, 
de modo a testar essa hipótese 
8 
O dito cujo
A nossa proposta (1) 
 Dado linguístico 
 documentos anteriores ao século XVII atestam 
comutações dentro do complexo paradigma dos 
morfemas relativos/interrogativos, entre: 
- por um lado: que / quem / qual / o qual (não possessivos) 
e 
- por outro lado: cujo / de quem / do qual (possessivos) 
9 
O dito cujo
A nossa proposta (2) 
 Dado extralinguístico, relativo ao ensino das primeiras letras 
entre os séculos XVI e XVIII 
 discurso político – discurso crítico do sistema – condenava o uso 
de textos burocráticos enquanto instrumentos didáticos 
(Demandas e Feitos) 
 Dado textual, relativo às marcas próprias do registo de 
Demandas e Feitos em todo o Ocidente Europeu 
- emprego invulgarmente alto de anáforas 
- presença de formas latinizantes, incluindo as mais artificiais do 
paradigma totalmente flexionado dos pronomes relativos (Fiorentino 2007, 
e.o.) 
10 
O dito cujo 
estavam criadas as condições para uma imperfeita 
aquisição dos inventários de pronomes e suas comutações 
legítimas
O dito cujo 
Crítica ao ensino – João de Barros 
João de Barros, 1540, “Dialogo em louvor da nossa linguagem”, 
Grammatica da Lingua Portuguesa, Lisboa: Luís Rodrigues, fl. 50v-60v
Crítica ao ensino – João de Barros 
Porque havendo de ser por uma cartinha que aí há de letra 
redonda, por que os meninos levemente saberão ler, e 
assim os preceitos da nossa fé que nela estão escritos, 
convertem-nos a estas doutrinas morais de bons costumes: 
“saibam quantos esta carta de venda”. E depois disto: 
“aos tantos dias de tal mês”; “e perguntado pelo 
costume disse ‘nihil’”. De maneira que quando um 
moço sai da escola não fica com “nihil”, mas pode fazer 
melhor uma demanda que um solicitador delas porque 
mama estas doutrinas no leite da primeira idade. 
12 
O dito cujo
A nossa proposta (3) 
Assim, pelo menos a partir do século XVII e na 
escrita das camadas sociais não privilegiadas, 
cujo passou a ser usado em comutação com o 
qual, um morfema relativo não possessivo 
13 
O dito cujo
Paralelismo entre cujo e o qual em 
contextos de coordenação especificante (1) 
Cardoso (2008, 2010, 2011) descreve o uso de o qual, uma 
expressão relativa sem valor possessivo que até ao século XVII 
ocorria em contextos de coordenação especificante. 
(7) entrego e outorgo. ao Mosteiro de san Saluador de Moreyra. 
Hũu casal que e en Rial de Pereyra. o qual casal a dita dona 
Mayor uëegas (...) mandou ao dito Mosteiro. 
(Martins 2001; Doc. Portugueses do Noroeste e da Região de Lisboa; 1282, 
apud Cardoso 2011) 
Cujo não possessivo parece aproximar-se deste uso de o qual. 
14 
O dito cujo
Paralelismo entre cujo e o qual em 
contextos de coordenação especificante (2) 
 Núcleo interno 
Pode ocorrer ou não 
 O núcleo interno e o antecedente podem não ser idênticos 
15 
O dito cujo 
intregara ao portador desta a 
quantia de Sem mil reis em moeda 
papel e fixadas dentro de huma 
carta pois he para livramento de 
hum nosso companheiro q(eu) se 
acha prezo nessa Cadeia e cujo 
d(inhei)ro he p(ar)a sua soltura 
(CARDS0087 - 1824) 
mostrarõ logo ẽ Jujzo húú testamẽto 
[...] na qual mãda fazía mẽçom 
Antre as outras coussas que A 
mãdara fazer Sancha gíl. 
(Martins 2001; Doc. Portugueses do 
Noroeste e da Região de Lisboa; 
1328)
Paralelismo entre cujo e o qual em 
contextos de coordenação especificante (3) 
 O núcleo interno pode também conter modificadores do nome 
16 
O dito cujo 
vindo de palmela para as 
virtudes ca por esta banda 
encontrei hum almocreve e o 
cujo dito almocreve trazia duas 
bestas dezocopadas 
(CARDS0002 - 1827) 
o quall casal com suas 
perteenças disse que trazia ẽ 
pregã 
(Martins 2001; Doc. 
Portugueses do Noroeste e da 
Região de Lisboa; 1472)
Paralelismo entre cujo e o qual em 
contextos de coordenação especificante (4) 
Antecedente 
Pode ser oracional; mesmo nesse caso, o núcleo interno é 
nominal 
17 
O dito cujo 
Paçado o emtrudo paçamos a 
Almada fazer a Correição, em 
cuja ouCazião hei de paçar a 
essa Ci(da)de 
(CARDS0292 -1827) 
os ditos cassaaes fforõ 
cõprados dos dinheiros do 
dito mosteiro polla quall 
Razom de derejto perteçem e 
perteçyam ao dito mosteiro 
(Martins 2001; Doc. 
Portugueses do Noroeste e 
da Região de Lisboa; 1437)
Paralelismo entre cujo e o qual em 
contextos de coordenação especificante (5) 
Extraposição 
18 
O dito cujo 
intregara ao portador desta a quantia 
de Sem mil reis em moeda papel e 
fixadas dentro de huma carta pois he 
para livramento de hum nosso 
companheiro q(ue) se acha prezo 
nessa Cadeia e cujo d(inhei)ro he 
p(ar)a sua livre soltura e no cazo 
q(ue) a isto falte lhe deitaremos fogo 
as Cazas e a tudo quanto pessue e 
de cuja quantia. sera embolcado da 
mesma maneira q(ue) praticar emte o 
dia 24 do prezente mez sem falta 
(CARDS0087 - 1824) 
— Senhor, chegou ally o 
allmocade᷉, e pareçe-me que 
diz que lhe he neçessario 
de vosfallar llogo amte que 
amanheça. 
O qual comde mamdou 
que viesse. 
(Brocardo 1997; séc. XV)
Paralelismo entre cujo e o qual em 
contextos de coordenação especificante (6) 
Força ilocutória 
19 
O dito cujo 
Fasme o favor de ajuntares a 
demasia q(u)e te pedi q(u)e são 
240 o q(u)e te ficarei obrigado pois 
estou nesta ora sem hum vintem 
em casa cujo favor eu to 
agradeçerei 
(CARDS6069 - 1828) 
Com o teor do qual mandei passar 
esta carta testemunhável ao dito Bento 
Henriques, à qual mando que seja 
dada tanta fé e autoridade, em juízo e 
fora dele, e onde quer que fôr 
apresentada, quanta por direito se lhe 
deve dar. O qual uns e outros assim 
cumpram e al não façais 
(Pereira 1987, ano1578)
Paralelismo entre cujo e o qual em 
contextos de coordenação especificante (7) 
Conjunção coordenativa 
20 
O dito cujo 
Desta tua mulher e que munto te 
quer e a cuja te deseja para meu 
emparo de teus filhos. 
(CARDS5256 - 1825) 
custumarõ dauer e ouuerom no dicto 
Monsteiro bõa raçom e mãtijmeto de 
pam aluo boroa. carne e vıho e o 
qual mãtijmeto os Priores [...] auiã e 
som theudos de dar ao dicto conueto 
(Martins 2001, ano 1364) 
Parâmetros (ainda) por atestar no nosso corpus: 
-pied-piping de DP 
-núcleo interno pode ser também um nome próprio 
-coordenação do pronome relativo com um grupo nominal 
-antecedente descontínuo
Notas finais (1) 
 A coordenação especificante com o qual vai desaparecendo da 
documentação escrita do séc. XVII em diante, embora no século 
XX ainda se encontre em “contextos literários ou registos de 
grande formalidade” (Veloso 2013: 2096, Brito 1991) 
 A coordenação especificante com cujo permanece ao longo dos 
séculos XVII, XVIII e XIX (P.S.) 
 No XX, surge: 
- condenada nas gramáticas normativas (Moreira 1907) 
- abonada na dialetologia do Português Europeu (Barreiros 1917) 
e na descrição de variedades não europeias de português (Brito 
2001) 
… 
21 
O dito cujo
Notas finais (2) 
… 
- consagrada no registo literário: 
Ali, descendo ao longo da falda da serra de Abodi, pela banda do 
noroeste, corre um rio, o Irati, que, nascido em França, vai 
desaguar no Erro, espanhol, por sua vez afluente do Aragón, o qual 
é tributário do Ebro, cujo finalmente levará e lançará no 
Mediterrâneo as águas de todos. 
(José Saramago, Jangada de Pedra, 1986) 
[…] e foi a mulher quem salvou a situação oferecendo um copo de 
água à velhota e um anis ao senhor, cujo vestia um casaco de 
quarto agaloado, no fio, e calças creme compridas de mais […] 
(António Lobo Antunes, Fado Alexandrino, 1983) 
22 
O dito cujo
Referências 
BARREIROS, F.B. (1917) Vocabulário Barrosão. Revista Lusitana, 20 (1-2), pp. 137-161. 
BRITO, A. (1991) A Sintaxe das Orações Relativas em Português. Porto: INIC & CLUP. 
BRITO, A. (2001) Relativas de genitivo no Português Europeu e no Português de Moçambique. 
Actas do XVI Encontro Nacional da APL, pp. 115-129. 
CARDOSO, A. (2008). “Relativas com núcleo interno e relativo de ligação na história do 
português”. In S. Frota & A. L. Santos (orgs.). Actas do XXIII Encontro Nacional da Associação 
Portuguesa de Linguística [Évora, 2007] (pp. 77-92). Lisboa: APL. CARDOSO, A. (2010). 
Variation and change in the syntax of relative clauses: new evidence from Portuguese. Tese de 
Doutoramento, FLUL. Corpus Dialectal com Anotação Sintáctica – CORDIAL-SIN, CLUL 
(http://www.clul.ul.pt/sectores/cordialsin/projecto_cordialsin.html). CARDOSO, A. (2011). “Orações 
apositivas em português: entre a sincronia e a diacronia.” In 
Estudos de lingüística galega, 3, 5-29. 
FIORENTINO, G. (2007) European relative clauses and the uniqueness of the Relative Pronoun 
Type. Rivista di Linguistica 19.2, pp. 263-291. 
MARTINS, A. M. (2003). Relatório da cadeira de História da Língua Portuguesa, apresentado a 
concurso para Professor Associado, FLUL. 
MOREIRA, J. (1907). Estudos de Lingua Portuguesa, Livraria Clássica Editora, Lisboa. 2.ª ed. 
1922. 
PAIVA RAPOSO, E. B. et al. (2013). Gramática do Português. Lisboa: Fundação Calouste 
Gulbenkian. 
23 
O dito cujo
Básta de sentim(en)to vamos ao q(ue) sérve. 
Tudo aceito, tudo agradeço, pois de tudo percizo. 
(CARDS0212 – 1824) 
Catarina, Clara, Rita & Fernanda, 
cujas são muito obrigadas 
URL: http://ps.clul.ul.pt/ 
E-mail: cardsclul@gmail.com 
24 
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  • 1. O dito cujo Catarina Carvalheiro, Rita Marquilhas, Clara Pinto, Fernanda Pratas 22/10/2014, APL Faculdade de Letras da Universidade do Porto
  • 2. Em todas as fases da língua: palavra relativa que exprime uma relação semântica de “posse material ou jurídica, mas também de parentesco ou relação entre a parte e o todo” (Paiva Raposo 2013: 906) Até ao séc. XVI: variante de “de quem” (pronome interrogativo e relativo) (cf. Martins 2003: 57) (1) Emtam lhe pregumtou Lionel: ‒ Estes tindilhõões cujos sam? (DSG172,1.18/ID) 2 Cujo: valor possessivo (1) O dito cujo
  • 3. cujo possessivo desempenha duas funções:  retoma o antecedente nominal que corresponde ao possuidor (2) b. A Ana, cujo colar desapareceu, queixou-se à polícia.  atribui interpretação definida ao “sintagma nominal que forma o constituinte relativo”, sendo assim proibida a sua ocorrência com um determinante com valor (in)definido (3) *comprei um livro as cujas páginas vinham rasgadas (Veloso 2013: 2097) 3 Cujo: valor possessivo (2) O dito cujo
  • 4. Encontramos, no entanto, um outro uso de cujo (4), não possessivo: (4) […] e foi a mulher quem salvou a situação oferecendo um copo de água à velhota e um anis ao senhor, cujo vestia um casaco de quarto agaloado, no fio, e calças creme compridas de mais […] (António Lobo Antunes, Fado Alexandrino, 1983) 4 Cujo – uso não possessivo (1) O dito cujo
  • 5. O que dizem as gramáticas: “A fórma cujo apparece uma ou outra vez, todavia usada apenas por pessoas de limitada leitura e pretenciosas [e] por pessoas letradas, de certo por descuido” “A sua construcção, porém, afasta-se da que é ensinada pelos grammaticos” (Moreira 1907: 40) Estas observações tomavam como exemplos frases como as que se seguem, de uma personagem que Camilo satiriza: (5) […] tudo em nome do seu particular amigo José Bernardo e do mano conde, cujos, dizia, são meus íntimos […] (Camilo Castelo Branco, A Corja: Continuação de Eusébio Macário,1880) 5 O dito cujo Cujo – uso não possessivo (2)
  • 6. Cujo, uso não possessivo no P.S. Corpus P.S. – Post Scriptum - coleção de cartas privadas do século XVI ao XIX, escritas por autores de vários estratos sociais, (dados extraídos de cerca de 800 cartas) - contém atestação de cujo, começando no século XVII, com uso semelhante ao condenado por Moreira (1907) (6) hum arratel de xá bom cujo he de preso 1600 [réis] (CARDS2160 - 177-) 6 O dto cujo
  • 7. Questão  Como é que cujo, que, além de relativo, tem um valor possessivo, pode surgir nestes contextos? 7 O dito cujo
  • 8. Objetivos 1. conjeturar uma proposta quanto à distribuição desta palavra, a que chamamos, para o presente efeito, ‘cujo não possessivo’ 2. descrever as suas propriedades distributivas, de modo a testar essa hipótese 8 O dito cujo
  • 9. A nossa proposta (1)  Dado linguístico  documentos anteriores ao século XVII atestam comutações dentro do complexo paradigma dos morfemas relativos/interrogativos, entre: - por um lado: que / quem / qual / o qual (não possessivos) e - por outro lado: cujo / de quem / do qual (possessivos) 9 O dito cujo
  • 10. A nossa proposta (2)  Dado extralinguístico, relativo ao ensino das primeiras letras entre os séculos XVI e XVIII  discurso político – discurso crítico do sistema – condenava o uso de textos burocráticos enquanto instrumentos didáticos (Demandas e Feitos)  Dado textual, relativo às marcas próprias do registo de Demandas e Feitos em todo o Ocidente Europeu - emprego invulgarmente alto de anáforas - presença de formas latinizantes, incluindo as mais artificiais do paradigma totalmente flexionado dos pronomes relativos (Fiorentino 2007, e.o.) 10 O dito cujo estavam criadas as condições para uma imperfeita aquisição dos inventários de pronomes e suas comutações legítimas
  • 11. O dito cujo Crítica ao ensino – João de Barros João de Barros, 1540, “Dialogo em louvor da nossa linguagem”, Grammatica da Lingua Portuguesa, Lisboa: Luís Rodrigues, fl. 50v-60v
  • 12. Crítica ao ensino – João de Barros Porque havendo de ser por uma cartinha que aí há de letra redonda, por que os meninos levemente saberão ler, e assim os preceitos da nossa fé que nela estão escritos, convertem-nos a estas doutrinas morais de bons costumes: “saibam quantos esta carta de venda”. E depois disto: “aos tantos dias de tal mês”; “e perguntado pelo costume disse ‘nihil’”. De maneira que quando um moço sai da escola não fica com “nihil”, mas pode fazer melhor uma demanda que um solicitador delas porque mama estas doutrinas no leite da primeira idade. 12 O dito cujo
  • 13. A nossa proposta (3) Assim, pelo menos a partir do século XVII e na escrita das camadas sociais não privilegiadas, cujo passou a ser usado em comutação com o qual, um morfema relativo não possessivo 13 O dito cujo
  • 14. Paralelismo entre cujo e o qual em contextos de coordenação especificante (1) Cardoso (2008, 2010, 2011) descreve o uso de o qual, uma expressão relativa sem valor possessivo que até ao século XVII ocorria em contextos de coordenação especificante. (7) entrego e outorgo. ao Mosteiro de san Saluador de Moreyra. Hũu casal que e en Rial de Pereyra. o qual casal a dita dona Mayor uëegas (...) mandou ao dito Mosteiro. (Martins 2001; Doc. Portugueses do Noroeste e da Região de Lisboa; 1282, apud Cardoso 2011) Cujo não possessivo parece aproximar-se deste uso de o qual. 14 O dito cujo
  • 15. Paralelismo entre cujo e o qual em contextos de coordenação especificante (2)  Núcleo interno Pode ocorrer ou não  O núcleo interno e o antecedente podem não ser idênticos 15 O dito cujo intregara ao portador desta a quantia de Sem mil reis em moeda papel e fixadas dentro de huma carta pois he para livramento de hum nosso companheiro q(eu) se acha prezo nessa Cadeia e cujo d(inhei)ro he p(ar)a sua soltura (CARDS0087 - 1824) mostrarõ logo ẽ Jujzo húú testamẽto [...] na qual mãda fazía mẽçom Antre as outras coussas que A mãdara fazer Sancha gíl. (Martins 2001; Doc. Portugueses do Noroeste e da Região de Lisboa; 1328)
  • 16. Paralelismo entre cujo e o qual em contextos de coordenação especificante (3)  O núcleo interno pode também conter modificadores do nome 16 O dito cujo vindo de palmela para as virtudes ca por esta banda encontrei hum almocreve e o cujo dito almocreve trazia duas bestas dezocopadas (CARDS0002 - 1827) o quall casal com suas perteenças disse que trazia ẽ pregã (Martins 2001; Doc. Portugueses do Noroeste e da Região de Lisboa; 1472)
  • 17. Paralelismo entre cujo e o qual em contextos de coordenação especificante (4) Antecedente Pode ser oracional; mesmo nesse caso, o núcleo interno é nominal 17 O dito cujo Paçado o emtrudo paçamos a Almada fazer a Correição, em cuja ouCazião hei de paçar a essa Ci(da)de (CARDS0292 -1827) os ditos cassaaes fforõ cõprados dos dinheiros do dito mosteiro polla quall Razom de derejto perteçem e perteçyam ao dito mosteiro (Martins 2001; Doc. Portugueses do Noroeste e da Região de Lisboa; 1437)
  • 18. Paralelismo entre cujo e o qual em contextos de coordenação especificante (5) Extraposição 18 O dito cujo intregara ao portador desta a quantia de Sem mil reis em moeda papel e fixadas dentro de huma carta pois he para livramento de hum nosso companheiro q(ue) se acha prezo nessa Cadeia e cujo d(inhei)ro he p(ar)a sua livre soltura e no cazo q(ue) a isto falte lhe deitaremos fogo as Cazas e a tudo quanto pessue e de cuja quantia. sera embolcado da mesma maneira q(ue) praticar emte o dia 24 do prezente mez sem falta (CARDS0087 - 1824) — Senhor, chegou ally o allmocade᷉, e pareçe-me que diz que lhe he neçessario de vosfallar llogo amte que amanheça. O qual comde mamdou que viesse. (Brocardo 1997; séc. XV)
  • 19. Paralelismo entre cujo e o qual em contextos de coordenação especificante (6) Força ilocutória 19 O dito cujo Fasme o favor de ajuntares a demasia q(u)e te pedi q(u)e são 240 o q(u)e te ficarei obrigado pois estou nesta ora sem hum vintem em casa cujo favor eu to agradeçerei (CARDS6069 - 1828) Com o teor do qual mandei passar esta carta testemunhável ao dito Bento Henriques, à qual mando que seja dada tanta fé e autoridade, em juízo e fora dele, e onde quer que fôr apresentada, quanta por direito se lhe deve dar. O qual uns e outros assim cumpram e al não façais (Pereira 1987, ano1578)
  • 20. Paralelismo entre cujo e o qual em contextos de coordenação especificante (7) Conjunção coordenativa 20 O dito cujo Desta tua mulher e que munto te quer e a cuja te deseja para meu emparo de teus filhos. (CARDS5256 - 1825) custumarõ dauer e ouuerom no dicto Monsteiro bõa raçom e mãtijmeto de pam aluo boroa. carne e vıho e o qual mãtijmeto os Priores [...] auiã e som theudos de dar ao dicto conueto (Martins 2001, ano 1364) Parâmetros (ainda) por atestar no nosso corpus: -pied-piping de DP -núcleo interno pode ser também um nome próprio -coordenação do pronome relativo com um grupo nominal -antecedente descontínuo
  • 21. Notas finais (1)  A coordenação especificante com o qual vai desaparecendo da documentação escrita do séc. XVII em diante, embora no século XX ainda se encontre em “contextos literários ou registos de grande formalidade” (Veloso 2013: 2096, Brito 1991)  A coordenação especificante com cujo permanece ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX (P.S.)  No XX, surge: - condenada nas gramáticas normativas (Moreira 1907) - abonada na dialetologia do Português Europeu (Barreiros 1917) e na descrição de variedades não europeias de português (Brito 2001) … 21 O dito cujo
  • 22. Notas finais (2) … - consagrada no registo literário: Ali, descendo ao longo da falda da serra de Abodi, pela banda do noroeste, corre um rio, o Irati, que, nascido em França, vai desaguar no Erro, espanhol, por sua vez afluente do Aragón, o qual é tributário do Ebro, cujo finalmente levará e lançará no Mediterrâneo as águas de todos. (José Saramago, Jangada de Pedra, 1986) […] e foi a mulher quem salvou a situação oferecendo um copo de água à velhota e um anis ao senhor, cujo vestia um casaco de quarto agaloado, no fio, e calças creme compridas de mais […] (António Lobo Antunes, Fado Alexandrino, 1983) 22 O dito cujo
  • 23. Referências BARREIROS, F.B. (1917) Vocabulário Barrosão. Revista Lusitana, 20 (1-2), pp. 137-161. BRITO, A. (1991) A Sintaxe das Orações Relativas em Português. Porto: INIC & CLUP. BRITO, A. (2001) Relativas de genitivo no Português Europeu e no Português de Moçambique. Actas do XVI Encontro Nacional da APL, pp. 115-129. CARDOSO, A. (2008). “Relativas com núcleo interno e relativo de ligação na história do português”. In S. Frota & A. L. Santos (orgs.). Actas do XXIII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística [Évora, 2007] (pp. 77-92). Lisboa: APL. CARDOSO, A. (2010). Variation and change in the syntax of relative clauses: new evidence from Portuguese. Tese de Doutoramento, FLUL. Corpus Dialectal com Anotação Sintáctica – CORDIAL-SIN, CLUL (http://www.clul.ul.pt/sectores/cordialsin/projecto_cordialsin.html). CARDOSO, A. (2011). “Orações apositivas em português: entre a sincronia e a diacronia.” In Estudos de lingüística galega, 3, 5-29. FIORENTINO, G. (2007) European relative clauses and the uniqueness of the Relative Pronoun Type. Rivista di Linguistica 19.2, pp. 263-291. MARTINS, A. M. (2003). Relatório da cadeira de História da Língua Portuguesa, apresentado a concurso para Professor Associado, FLUL. MOREIRA, J. (1907). Estudos de Lingua Portuguesa, Livraria Clássica Editora, Lisboa. 2.ª ed. 1922. PAIVA RAPOSO, E. B. et al. (2013). Gramática do Português. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 23 O dito cujo
  • 24. Básta de sentim(en)to vamos ao q(ue) sérve. Tudo aceito, tudo agradeço, pois de tudo percizo. (CARDS0212 – 1824) Catarina, Clara, Rita & Fernanda, cujas são muito obrigadas URL: http://ps.clul.ul.pt/ E-mail: cardsclul@gmail.com 24 O dito cujo