3. Manuel Zelaya ex-presidente de Honduras é
deposto em 2009;
Fernando Lugo em 2012 também é deposto,
os dois “legalmente”, mas para muitos devido
a base parlamentar forte de direita que é
contra as medidas de esquerda tomadas por
esses presidentes.
4. Por razões distintas, nem Manuel Zelaya nem
Fernando Lugo quiseram ou puderam criar as
condições para uma ampla mobilização popular
em defesa de seus mandatos e da ordem
constitucional quando os golpistas começaram a
tecer seus planos. O primeiro porque havia feito
um rara passagem da oligarquia para o campo
progressista, perdendo velhos amigos sem ganhar
a confiança plena dos novos aliados. O segundo
porque, eleito por uma coalização à esquerda, foi
frustrando seus seguidores com concessões
infindáveis, no afã de apaziguar as forças
conservadoras. Perdeu antigos apoios e, de
quebra, acabou derrubado por quem tentou
cativar (Fonte: Carta Maior, junho de 2012)
5. Zelaya na embaixada
brasileira, jamais voltou
ao poder.
Partidos tradicionais que jamais se
conformaram com a chegada à
presidência de um bispo ligado aos
movimentos sociais. A conspiração contra
Lugo estava no Palácio, através do Vice-
Presidente que agora, “surpreso”, assume
o governo, amparado nas lideranças
parlamentares que certamente o
“ajudarão” a governar dentro da
democracia.
6. Centro das conspirações da crise
no Paraguai estão grupos de
latifundiários e banqueiros,
associados a empresas de
comunicação, que rejeitam
qualquer reforma voltada para a
democratização da terra ou o
controle dos mecanismos
rentistas.
7. O golpe de Estado de 2002, contra Chávez,
só foi possível quando a operação midiática
dividiu as forças armadas e a base
parlamentar governista, tirandou-lhe maioria
na Assembléia Nacional. O boliviano Evo
Morales, mesmo sem ter sido vitima de um
golpe aberto, também viveu agruras
parecidas. (Fonte Carta Maior, junho de 2012)
8. O Brasil vive cenário bastante semelhante. O
ápice desse conflito ocorreu em 2005,
quando as forças conservadoras estiveram a
poucos passos de apostarem no impedimento
do presidente Lula. Faltou-lhes coragem e
sobraram-lhes dúvidas sobre como reagiriam
as ruas. (Fonte Carta Maior, junho de 2012)
9. Diferentemente de Honduras, o Brasil
tem forte influência no Paraguai;
MERCOSUL;
UNASUL;
ITAIPU;
Brasiguaios.
10. A tentativa de golpe contra o
Presidente Chavez, a deposição de
Lugo pelas “vias legais”, a rápida
absorção do golpe “branco” em
Honduras, a utilização do território
colombiano para a instalação de bases
militares estrangeiras têm algum nexo
de causalidade ?
11. Pela queda de Lugo, agradecem os
que apostam num autoritarismo
“constitucionalizado” na A.L., de
caráter antipopular e pró-ALCA.
Agradecem os torturadores que
não terão seus crimes revelados,
agradecem os que querem resolver
as questões dos movimentos
sociais pela repressão. Agradece,
também, a guerrilha paraguaia,
que agora terá chance de sair do
isolamento a que tinha se
submetido, ao desenvolver a luta
armada contra um governo
legítimo, consagrado pelas urnas.
Tarso Genro – Governador do Rio
Grande do Sul.
12. Um parceiro dentro do MERCOSUL.
Enfraquecimento do MERCOSUL e implicações a
adesão venezuelana no bloco;
Expansão do agronegócio no Chaco paraguaio,
vazio demográfico.
“Monsanto à Cargill, da Bunge à Basf — é a famosa
“segurança jurídica”. Ou seja, elas querem a garantia
de que seus investimentos não correm risco. É óbvio
que Fernando Lugo, a esquerda e os sem terra do
Paraguai oferecem risco a essa associação entre o
agronegócio e o capital internacional, num
momento em que ela se aprofunda.”
(Fonte: viomundo.com.br acesso 25/06/2012)
13. Mariscal Estigarribia, no Chaco : um aeroporto que
cairia como uma luva como base dos Estados
Unidos. Seria como ponto de apoio e
reabastecimento para o deslocamento das forças
especiais, o que faz parte da nova estratégia do
Pentágono. O renascimento da Quarta Frota,
responsável pelo Atlântico Sul, veio no mesmo
pacote estratégico.
É o neocolonialismo, agora faminto pelo controle
direto ou indireto das riquezas do século 21:
petróleo, terras, água doce, biodiversidade.
Um Paraguai alinhado a Washington, portanto, traz
grandes vantagens potenciais a interesses políticos,
econômicos, diplomáticos e militares
estadunidenses.