O documento descreve a formação da sociedade brasileira no período monárquico e os primeiros anos da República. A monarquia enfrentava descontentamento de grupos como conservadores, fazendeiros e militares, enquanto a ideia republicana ganhava força. A proclamação da República em 1889 ocorreu sem grande oposição, mas o período que se seguiu foi marcado por instabilidade e revoltas como a de Canudos, da Vacina e da Chibata.
2. Em 1890, com pouco mais de 500 mil habitantes, o Rio de
Janeiro era o único grande centro urbano do Brasil.
Na cidade estavam concentradas a vida política, as diversões e
os investimentos em transportes, iluminação e urbanismo.
Na mesma época, São Paulo contava apenas 65 mil habitantes.
Entretanto, os negócios do café atraía imigrantes e gerava
divisas. Logo se transformaria em importante centro comercial e
político.
3. O período monárquico se caracteriza pela atenção concentrada
do Estado sobre as regiões próximas à Capital e abandono e
consequente esfacelamento do poder nas regiões afastadas.
Razões para o crescente isolamento da monarquia:
• Conservadores: descontentes com prestígio de políticos
maçons no governo imperial, em detrimento da ala católica.
• Fazendeiros: descontentes pela abolição da escravidão, que
encareceu a produção de café.
• Progressistas: criticavam a lentidão das reformas,
especialmente a demora em abolir a escravidão, o regime de
castas e o voto censitário.
4. • População: tinha simpatia por D. Pedro II, mas cada vez mais
rejeitava o regime monárquico.
• Militares: insatisfação com os rumos do país e preocupação
com a sucessão de D. Pedro II. O monarca não tinha filhos
homens, e o marido da Princesa Isabel, filha mais velha, era o
francês Gastão de Orléans (Conde d’Eu). Os militares temiam
que o país acabasse governado por um estrangeiro.
5. O pensamento republicano, que representava o desejo de
modernização do país, não teve dificuldade para encontrar
insatisfeitos com o regime monárquico.
A República representava a modernização do país. Por isso, não
houve de imediato grande oposição à Proclamação da
República no 15 de novembro de 1889.
No entanto, a consolidação da República ocorreu sob graves
crises, que se sucederam durante algumas décadas.
6. Militares tiveram influência decisiva nos primeiros anos da
República.
O marechal Deodoro da Fonseca é escolhido como chefe do
Governo Provisório, com a missão de instalar um Congresso
Constituinte.
Incapaz de lidar com a oposição, fechou o Congresso Nacional.
Floriano Peixoto é o vice-presidente. Torna-se presidente entre
1891 e 1894 sem ter sido eleito. Passa à história como
“Presidente de Ferro”, pela forma autoritária com que lida com a
oposição.
7. Centralização do poder, dificuldades econômicas, impostos
excessivos, insatisfações políticas, dão origem a diversos
movimentos revoltosos:
• Canudos: 1896 a 1987, na Bahia. Liderado por Antônio
Conselheiro.
8. • Revolta da Vacina: 1904, Rio de Janeiro. População se revolta
contra imposição da vacina anti-varíola, prescrita pelo sanitarista
Oswaldo Cruz e determinada pelo presidente Rodrigues Alves.
Desconhecimento quanto à real necessidade e forma impositiva
como a medida foi implantada.
A reação popular fez o governo
suspender a obrigatoriedade da
vacina e a declarar estado de sítio.
30 pessoas foram mortas durante a
revolta, 110 ficaram feridos.
Centenas de pessoas foram presas
e, muitas delas, deportadas para o
Acre.
9. • Revolta da Chibata: 1910, Rio de Janeiro. Liderada pelo
marinheiro João Cândido, “O Almirante Negro”.
Protesto contra maus tratos frequentes na Marinha de Guerra do
Brasil e contra a qualidade da alimentação servida aos marinheiros.
Eclodiu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com
250 ferido um por
ter chibatadas
colega no navio.
Presidente:
Marechal Hermes
da Fonseca.
10. • Contestado: 1912 a 1916. Área
abrangendo partes do Paraná e
Santa Catarina. Liderado pelo
monge João Maria, sucedido por
outro monge, José Maria. Colonos
constituíram povoados que
ignoravam a autoridade local
(Estado) e federal (República).
Perseguidos por coronéis
fazendeiros, com apoio das tropas
do governo.
Presidente: Marechal Hermes da
Fonseca.