1. Governo Geisel (1974 – 1979)
Texto transcrito de Olavo de Carvalho, com ajustes e notas, no True Outspeak n° 5 de
15/01/2007
Por: Rodrigo Belinaso Guimarães
O assunto da semana, pelo menos no Brasil, foi esta “denúncia” da Folha de São
Paulo de que o governo dos EUA sabendo dos casos de tortura no Brasil, durante o
governo Geisel, se absteve de usar um dispositivo de lei, o artigo 32 da Lei de Assistência
ao Estrangeiro, que permitiria ao governo cortar créditos comerciais para países acusados
de violação aos direitos humanos.1 Isto de fato aconteceu, o embaixador sabendo o que
estava acontecendo aqui recomendou ao governo Nixon que não interviesse no assunto.
Mas, a Folha de São Paulo apresenta isto como se fosse uma grande denúncia, um grande
crime de omissão praticado pelos EUA, que podendo parar com estes abusos contra os
direitos humanos, nada fez.
A Folha de São Paulo explica isso dizendo que os EUA tinham interesses
comerciais em vender armas ao Brasil. Então, por dinheiro, eles deixaram que aqueles
coitadinhos dos terroristas presos continuassem sofrendo horrores na cadeia.2 Assim,
1 Trata-se da reportagem: “Governo dos EUA sabia de tortura no Brasil”, publicada na edição de domingo
da Folha de São Paulo no dia 14/01/2007. Diz a reportagemque: “Num dos telegramas liberados, intitulado
‘Presos Políticos’, o embaixador em Brasília, John Hugh Crimmins, hoje com 87 anos e vivendo em
Maryland (EUA), recomendou que o governo Nixon não usasse contra o governo brasileiro o art. 32 da Lei
de Assistência ao Estrangeiro, embora o próprio relatório reconhecesse que isso era legalmente possível.
Por essa regra, os EUA poderiam cortar créditos financeiros ao Brasil em retaliação a supostos abusos
contra direitos humanos. Na época, os EUA financiavam programas de cooperação militar e de combate a
narcóticos. ‘Negar assistência não faria [fará] com que o Brasil mudasse de idéia ou abandonasse seus
esforços de segurança interna na esperança de reconquistar nossas boas graças; levaria [levará] um Brasil
indignado a rejeitar de vez quaisquer esforços dos EUA para melhorar a situação’, escreveu Crimmins em
seu relatório de 1974.” O telegrama parece demonstrar que as relações políticas entre Brasil e os EUA não
eram tão próximas na época e que os EUA desejam uma reaproximação para melhorar a “situação”.
Certamente, o corte nas relações comerciais pelos americanos faria com que o Brasil se aproximasse ainda
mais do bloco e dos interesses soviéticos e, tampouco, melhoraria o sentimento antiamericano alimentado
pela esquerda.
Ver: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1401200706.htm>.
2 A reportagem citada relata que ‘militantes de esquerda’ foram brutalmente assassinados neste período e
que ‘integrantes do Cebrap’ foram perseguidos e torturados,conforme o depoimento de outro membro do
Cebrap. Como destaca Carvalho (2007, nº 5), a ênfase da reportagem não está no número de mortos pelo
regime militar em confronto ou em perseguição a terroristas, mas na forma como supostamente estes
‘militantes’ foram mortos: torturados nos “porões”.Opeso está,portanto,numa narrativa das mortes e não
em sua quantidade e contexto. Assim, a reportagem apresenta o seguinte relato de uma suposta fonte
americana: “Ele também fez um relato em primeira mão sobre a morte de um suspeito de subversão,o que
ele designou como ‘costurar’ o suspeito, isto é, disparar uma arma automática contra ele formando uma
trilha de balas da cabeça aos pés.” A reportagem não faz referência às atividades terroristas ou sobre as
reais intenções políticas destes ‘militantes de esquerda’e,também, toma como certa a tortura de intelectuais
do Cebrap, sendo que tudo teria a complacência dos EUA. É bastante visívelque a reportagemquer modelar
a opinião pública, principalmente dos “intelectuais”. Assim, como a grande maioria deles, os que realizam
alguma atividade cultural, possuem vínculos ideológicos com a esquerda e têm reservas morais
antiamericanas, eles acabam por se inscreverem emocionalmente nos “porões”, imaginando a si mesmos
2. entre 1974, o começo do governo Geisel e a posse do Jimmy Carter que foi em 1977,
foram considerados mortos ou desparecidos pelo menos 89 “militantes” de esquerda no
Brasil. Então, o governo americano, por ter interesse comercial em vender armas, achou
melhor não interferir.
Ora, tudo que sai na Folha de São Paulo a respeito deste período da nossa história
é mentira. Ou é mentira substantiva, a alteração direta dos fatos, ou é mentira qualitativa,
onde você pega fatos verdadeiros e coloca numa perspectiva totalmente falsa, mudando
a sua posição no conjunto, mudando o seu valor, mudando a perspectiva, as proporções,
etc.3 É exatamente o caso do que está acontecendo aqui. O memorando do embaixador ao
presidente Nixon recomendando que não interviesse, de fato existe. Também, os casos
destes 89 militantes parecem que sucederam, não que eles tenham sido realmente
como alvos certos e abandonados para serem assassinados por militares, se estes pudessemfazê-lo. É esse
o imaginário construído e reforçado nesta reportagem.
3 É comum que a mídia reforce a imagem de sofrimento dos “militantes” de esquerda durante o regime
militar brasileiro e não seus crimes, isto inclusive no exterior. Assim, a Folha de São Paulo em 11/04/2007
reporta que: “Outro diário espanhol,‘El Mundo’,traz reportagem relatando o caso de João Carlos Grabois,
que em fevereiro obteve da Justiça brasileira uma indenização de R$ 39 mil por conta das torturas sofridas
por sua mãe em 1972, quando estava grávida dele. ‘Torturado antes de nascer: O Estado brasileiro de São
Paulo indeniza com quase 15 mil euros o filho de uma ex-guerrilheira que há 35 anos foi torturada durante
sua gravidez’, diz a chamada da reportagem. ‘Criméia Grabois tinha 25 anos quando foi presa por agentes
do CODI, a temida polícia política da ditadura militar brasileira. Apesarda gravidez avançada,não tiveram
piedade com ela’, relata o jornal. ‘Ela foi encarcerada, interrogada e torturada durante meses. Os métodos
foram os habituais naquela época de ditaduras no Cone Sul: eletrodos nos genitais e no ânus, barras de
ferro, luxações e ameaças. E apesar de seu horror, seu filho nasceu, nas dependências do Exército, com
vida’, diz o texto. Segundo relato de Criméia ao jornal, o filho foi levado pelos torturadores logo após o
nascimento e recebia tranqüilizantes para parar de chorar, o que provocava diarréias e vômitos e que o levou
a perder um quilo e ficar desnutrido no primeiro mês de vida. Em outro texto que acompanha a reportagem,
o jornal observa que a ditadura brasileira ficou marcada pela impunidade e que ninguém nunca foi julgado
pelos crimes cometidos pelas forças de segurança no período. ‘As vítimas, em sua maioria pertencentes a
grupos de esquerda,esperavam que, com a chegada de Lula ao poder fosse feita justiça. Vários membros
de seu governo participaram de ações de guerrilha e foram torturados.Mas os julgamentos aos torturadores
ainda não aconteceram’” Ver: <https://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u61840.shtml>. Além do
jornal cobrar do governo Lula em 2007 uma postura ainda mais esquerdista, ela encobre que havia um
conflito entre forças de segurança e terroristas combaixas e possíveis crimes de ambos os lados. Da mesma
forma, a mensagem transmite a ideia de que o regime militar era criminoso e autoritário, sendo que, quem
lutava contra este na época, só podia estar no polo oposto, ou seja, do lado de um Estado de direito e
democrático. Este símbolo democrático associado aos guerrilheiros brasileiros das décadas de 1960 e 1970
é de especialimportância para os governos de esquerda que chegaramao podercomo fim do regime militar.
Essa é uma fonte de legitimidade para estes governos,pois no Brasil a massa popular é refratária a políticas
socializantes. Então, as narrativas da imprensa sobre o regime militar precisavamcriar uma linha sucessória
entre os antigos guerrilheiros e aqueles que estavam no poder com a esquerda, como se fossem os
“guerreiros” que lutaram contra uma ordem injusta e que prepararam o caminho para a possibilidade da
justiça com a esquerda no poder. Os guerrilheiros mortos e desaparecidos seriam os “guerreiros” que
possibilitaram uma nova ordem de justiça no Brasil, com a chegada da esquerda ao poder em 1995 e
aprofundada com Lula em 2003. Assim nada mais justo que recebam o dinheiro e o reconhecimento desse
novo “reino” de justiça. É claro que esta simbologia auxiliava na época a camuflagem democrática do
governo Lula e escondia a concentração socialista de poder que este operava na América Latina através do
Foro de São Paulo.
3. assassinados pelo governo, pelo menos na época foi denunciado que era, isso de fato foi
denunciado e isso chegou ao conhecimento da embaixada americana.
Agora vamos para a parte que a Folha de São Paulo esconde. Em 1974, o prestígio
do governo americano em Brasília estava chegando ao seu ponto mais baixo. O General
Geisel havia nomeado como ministro das relações exteriores o Azeredo da Silveira que
era um esquerdista notório. Ele superlotou o Itamaraty com os chamados “barbudinhos”,
os colegas os chamavam de “barbudinhos” em uma alusão às barbas cubanas, porque
estavam empreendendo a cubanização de nossas relações exteriores.4 O general Geisel
estava numa aproximação diplomática veloz com a China. Ele havia dado preferência à
Alemanha para a construção daquela malfadada usina nuclear de Angra dos Reis.
Sobretudo, foi o sujeito que deu ajuda financeira e militar para Cuba invadir Angola e
matar 15 mil angolanos.5
Note bem, essa ajuda à Cuba para a invasão de Angola foi o ato mais hostil aos
EUA já praticado por algum presidente brasileiro. Comparado com isso, toda aquela
conversa mole nacionalista e antiamericana do Jânio Quadros e do João Goulart são
apenas flatulências diplomáticas, nada mais. O único que fez alguma coisa efetiva contra
os EUA foi o Geisel.6 Seria o caso de perguntar: nesta conjuntura, que poder, que prestígio
4 O próprio Marco Aurélio Garcia que era assessor internacional do presidente Lula em 2007 e que tinha
sido um dos elaboradores do Foro de São Paulo afirmou em entrevista à Folha de São Paulo em2003 que:
“É, na década de 1970. Mas poroutras razões. O governo Geisel naquele momento tinha uma percepção da
situação internacional muito particular. Ele se enfrentou com os EUA, denunciou o acordo militar Brasil-
EUA e passou pela crise do petróleo. Ele teve, então,de fazer uma inflexão do tipo terceiromundista, rumo
aos países africanos e aos países árabes que tinham potencial petrolífero. Enfim, ele assumiu o
terceiromundismo muito mais por pragmatismo do que por ideologia. Em realidade, a política do
pragmatismo responsável, em grande medida e em substância, é a política externa independente que a
esquerda defendia na década de 60. E que teve formuladores no Itamaraty muito importantes.” Ver:
<https://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult681u101.shtml>.
5 Um artigo das pesquisadoras Sandra Aparecida Cardoso e Shiguenoli Miyamoto, publicado na Revista de
Economia e Relações Internacionais da FAAP em 2012, sobre as relações exteriores do governo Geisel
comparadas as de Lula, querfazer crer que o Brasil poderia promover uma postura internacional totalmente
independente de qualquer centro de poder internacional, claro que a independência significa oposição aos
americanos. A falta de referência sobre os projetos reais de poder global parece impedir que observemque
se o Brasil não se aproximar do Estado norte-americano estará automaticamente se alinhando,na atualidade,
às esferas de poder comunistas ou Russo-chinesas, ou às esferas de governança global aliadas às grandes
corporações,ou aos Estados mulçumanos. Ao meu ver, a afirmação da possibilidade de independência das
relações exteriores do Brasil visa encobrir, de alguma forma, seu alinhamento com os interesses Russo-
chineses, situação exposta por Carvalho (2007, nº 5). Os objetivos da política exterior de Geisel foram
definidos assim pelas pesquisadoras: “afirmar a autonomia em relação ao eixo Leste-Oeste, estabelecer
vínculos com nações socialistas, definir e ampliar laços com Estados do Sul bilateralmente e em foros
multilaterais (...).” (p. 35). Obviamente, a suposta autonomia em relação ao Leste (comunismo), logo entra
em contradição com os outros dois objetivos, que procuravam por uma maior aproximação com os países
socialistas e com o eixo terceiromundista, também criado por Moscou.
Ver: <http://www.faap.br/revista_faap/rel_internacionais/REVISTA_ECONOMIA_21.pdf>.
6 Marco Aurélio Garcia, na entrevista citada afirmou que: “o Brasil teve um processo de intervenção nesses
países durante os processos de descolonização. Tanto Angola quanto Moçambique e Guiné Bissau, na
4. tinha o governo de Washington perante o governo brasileiro? Nada, absolutamente nada.7
As relações estavam por um fio. Então, por que a venda de armas nessa altura ao exército
brasileiro era tão importante? Não venham me dizer que era por importância comercial,
que os americanos estavam interessados em dinheiro, porque se você tiver uma ideia do
que é a indústria de armas nos EUA, verá que achar que a venda de armas para o Brasil
tem algum peso comercial é absolutamente ridículo. As nossas compras de material bélico
em comparação com a escala americana eram absolutamente irrisórias. Agora, elas eram
importantes porque se tratavam do último ponto de contato nas relações entre os EUA e
o Brasil. Eles precisam manter aquilo de qualquer maneira porque, se não fosse isso, eles
perderiam o contato que tinham com os milicos brasileiros. Daí a relação entre o Brasil e
os EUA iria para as cucuias.
Então, o governo americano não detinha nenhum poder de pressão sobre o Brasil
naquela conjuntura. Se ameaçasse, não digo nem cortar crédito comercial, apenas se
ameaçasse cortar o crédito comercial, terminavam as relações entre Brasil e EUA do dia
pra noite. Então, o que os EUA poderiam fazer? Absolutamente nada e, de fato, qualquer
embaixador com QI superior a 12 recomendaria ao seu governo exatamente isso: “Não
interfira porque nós não temos retaguarda, não estamos com esta bola toda.”
A Folha de São Paulo omite tudo isto. O mais bonito é que dentro da mesma
notícia, ela dá os números das chamadas vítimas da ditadura naquele período. Ela dá o
número total de 376, dando como fonte entidades de Direitos Humanos, entidades
religiosas. Depois, ela dá as vítimas do terrorismo, as pessoas que foram mortas por estes
mesmos indivíduos, mas dá como fonte “os críticos da esquerda”. Então, os números das
vítimas da ditadura vêm de fontes ideologicamente neutras, mas os números do outro lado
já vêm com o rótulo ideológico. Isso na Folha de São Paulo é sistemático, ela não diz:
verdade quase todos os países de língua portuguesa tiveram apoio muito forte do governo brasileiro na
época do chamado pragmatismo responsável (política externa de Geisel).”
7 A afirmação de Carvalho (2007, nº 5) é corroborada pela descrição da literatura especializada citada das
relações exteriores do governo Geisel: “Os contornos concretos, ou seja, pragmáticos, encontram-se
especificamente nas relações de divergências com os EUA, como a denúncia em 1977 do Acordo Militar
firmado em 1952, e na assinatura do Acordo Nuclear com a República Federal da Alemanha em 1975; no
abandono do apoio ao colonialismo português na África e, mais especificamente, no reconhecimento da
independência de Angola, de Moçambique e da Guiné-Bissau. Com a China continental houve o
restabelecimento das relações diplomáticas em detrimento de Taiwan, e na América Latina ocorreu uma
procura de estreitamento nas relações com os países vizinhos, inclusive com a criação do Tratado de
Cooperação Amazônica (TCA) em 1978. No conflito árabe-israelense, o Brasil assumiu uma postura em
favor dos árabes votando na ONU a proposta que considerava o sionismo uma forma de racismo e
discriminação racial e, também, a condenação do apartheid sul-africano.” (p. 40). O problema é que as
pesquisadoras não retiram desta descrição a conclusão de que o Brasil do governo Geisel se alinhava em
sua política exterior com os interesses soviéticos. Assim, elas qualificam esta política como pragmática,
encobrindo tal alinhamento.
5. “A esquerda afirma que morreram tanto e a direita diz tanto.” Não, nunca é assim. Ora,
isso é jornalismo? isso é fraude.8
Também, o curioso é quando se menciona a morte de guerrilheiros, parece que
todos morreram na prisão. Eram jovens idealistas combatendo o governo de peito aberto
e o governo matando os caras escondido nos porões. Quando na verdade, os terroristas
também mataram prisioneiros. Me recordo agora, o famoso caso no tenente Alberto
Mendes Júnior que era um prisioneiro que foi morto a coronhadas pelo Carlos Lamarca.
Houve outros casos de prisioneiros que eles assassinaram, inclusive militantes deles que
consideraram traidores e que torturaram e executaram os caras. Mas fica sempre assim:
uns eram guerrilheiros que combatiam de peito aberto e os outros eram torturadores
torcionários que matavam gente escondida nos porões.
Essa imagem vai se impregnando na mente do povo até o pessoal acreditar que
foi assim mesmo. É incrível, mas o fato é que, enquanto isso, o governo Geisel estava
ajudando Cuba a matar os africanos, com a cumplicidade de toda essa gente, com o
aplauso da esquerda internacional. Isso de matar 15 mil angolanos pode, o que não pode
é matar 376 terroristas brasileiros, isso é um escândalo.
Outra coisa que também não se deve esquecer é que esse número de 376 é
altamente duvidoso. 376 vítimas da ditadura é altamente duvidoso, porque para produzir
esse número existe organizações bilionárias fuçando e forçando dia e noite. Ao passo que
as vítimas do terrorismo, só quem está tentando contar é o pessoal do Ternuma que não
tem onde cair morto.9 São apenas alguns oficiais da reserva que com seu próprio dinheiro
mantém aquele site. Então, a concorrência é desleal. Se você procurar direitinho, você vai
acabar achando muito mais vítimas do terrorismo.
Por outro lado, qual é a importância desses acontecimentos? Veja que 376 mortos,
em 20 anos de combate, num país de dimensões continentais, é quase nada. O Fidel Castro
matava 376 pessoas a cada dois meses nas prisões dele e ninguém falava nada. Matava
com a ajuda desses mesmos caras. É o mesmo negócio, matar 100 mil cubanos pode, não
8 Carvalho (2007, nº 5) refere-se a nota Saiba Mais que foi publicada como informação complementar da
reportagem principal comentada em sua transmissão. A nota diz o seguinte: “De 1967 a 1974, grupos de
esquerda se engajaram na luta armada contra a ditadura. Nesse período se concentram as mortes e
desaparecimentos de integrantes de grupos de esquerda, assimcomo as vítimas de ações da guerilha (sic).
Ao todo, 376 teriam sido mortas pelo regime militar, somando-se as vítimas apontadas pelo Dossiê dos
Mortos e Desaparecidos Políticos e pela Comissão Especial de Reconhecimento dos Mortos e
Desaparecidos Políticos. Os críticos dos grupos de esquerda,por sua vez, afirmam que estes mataram 119
pessoas em confrontos ou atentados entre 1964 e 1974, dos quais 43 civis.” Ver:
<https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1401200707.htm>.
9 Carvalho (2007, nº 5) refere-se ao Grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma). Em 2019 o site continuava
ativo, ver: <http://www.ternuma.com.br/>. Porém, a última atualização parece ser de 2015.
6. há problema nenhum, mas matar 376 desses vagabundos da esquerda é um crime
inominável. Portanto, o fato é o seguinte, as proporções dos acontecimentos são
totalmente falseadas e isso é o procedimento sistemático da Folha de São Paulo. Isto
porque o Octavio Frias quer o socialismo para todo mundo e o capitalismo só para ele,
acha que o Brasil inteiro vai ser comunista, e ali na Alameda Barão de Limeira vai reinar
o capitalismo e ele vai continuar enchendo o cu de dinheiro. Quero ver como ele vai fazer
isso.