2. O CÉREBRO HUMANO
• Nele residem os segredos da inteligência, da
memória, do pensamento, da aprendizagem, da
consciência, da alegria, depressão, da
agressividade, da linguagem...
3. O ESTUDO DO CÉREBRO
• O interesse pelo estudo do cérebro surgiu há cerca
de dois mil anos, quando Aristóteles sugeriu a
existência de uma substância não material, a alma
ou psique. Esta entidade independente do corpo
era responsável pelo pensamento e emoções
humanas; o cérebro tinha a função exclusiva de
arrefecimento do corpo.
4. O ESTUDO DO CÉREBRO
• No século XVII esta concepção foi contestada,
associando-se ao cérebro o controlo do comportamento
humano.
• Descartes reconheceu, contudo, que as capacidades
exclusivamente humanas existiriam na mente, fora do
cérebro.
• Apenas no século XIX, com Darwin, o comportamento
racional passou a ser completamente explicado pelo
funcionamento do cérebro e do restante sistema
nervoso.
5. ESTRUTURAS QUE CONSTITUEM O SISTEMA
NERVOSO
Mecanismos de recepção: órgãos que recebem
os estímulos do meio (interno ou externo).
Órgãos dos sentidos.
Mecanismos de coordenação: coordenam
informações recebidas pelos receptores e
determinam as respostas concretizadas pelos
efectores.
Mecanismos de reacção: são os responsáveis
por efectuarem as respostas ( músculos e
glândulas)
6. CÉLULAS GLIAIS
Estas células facultam os nutrientes (oxigénio e
glicose) que alimentam, isolam e protegem os
neurónios.
Quando lesionadas podem reproduzir-se
Controlam o desenvolvimento dos neurónios ao
longo da vida.
7. O NEURÓNIO
Os Neurónios são as células responsáveis pela
recepção e transmissão dos estímulos do meio
(externo e interno), possibilitando ao organismo
efectuar respostas. A resposta emitida pelos
neurónios é semelhante a uma corrente eléctrica
transmitida ao longo de um fio condutor.
Essa corrente eléctrica tem o nome de Impulso
nervoso.
8. CONSTITUIÇÃO DO NEURÓNIO
CORPO CELULAR: contém o núcleo, que é o armazém
de energia da célula. Dirige o fabrico de substâncias que
o neurónio usa para crescer e se sustentar.
DENDRITES:são extensões do corpo celular. Recebem e
transmitem informação de e para outras células com as
quais o neurónio estabelece contactos.
AXÓNIO: prolongamento do neurónio que pode
apresentar algumas ramificações semelhantes a raízes
nas suas extremidades e cuja função é transportar
informação do corpo celular para outras células.
9. AiNDA SOBRE O AXÓNIO
Alguns Axónios estão envolvidos por camadas
de MIELINA (substância branca constituída por
uma camada de células gordas que envolvem o
axónio e permitem que os impulsos nervosos
viagem mais rapidamente)
Outros Axónios são só constituídos por
substância cinzenta
Assim se explica a cor cinzenta da camada
exterior do cérebro e a cor branca do seu
interior.
10. TIPOS DE NEURÓNIOS
NEURÓNIOS AFERENTES ou sensoriais:são
afectados pelas alterações ambientais e
activados pelos vários estímulos com origem no
interior ou exterior do organismo.
NEURÓNIOS EFERENTES ou motores:
transmitem as mensagens dos centros nervosos
para os órgãos efectores (responsáveis pelas
respostas) qua são os músculos e as glândulas.
NEURÓNIOS DE CONEXÃO ou interneurónios:
interpretam as informações e elaboram as
respostas.
11. TRANSMISSÃO DA INFORMAÇÃO NERVOSA
Os neurónios encontram-se organizados em
Redes. A informação que circula ao longo dos
neurónios designa-se por Influxo Nervoso. Este
sinal eléctrico não consegue habitualmente
ultrapassar a Fenda Sináptica (espaço físico
entre dois neurónios).
Então como se dá essa passagem?
Através dos Neurotransmissores, substâncias
químicas que permitem que a informação
nervosa ultrapasse as fissuras sinápticas.Deste
modo assegura-se a continuidade de
transmissão nervosa.
12. A SINAPSE
A SINAPSE é o ponto funcional de comunicação
entre dois neurónios. O neurónio que envia a
mensagem tem o nome de neurónio pré-
sináptico. O neurónio receptor da mensagem
designa-se neurónio pós-sináptico.
A sinapse permite a comunicação entre
neurónios através de três componentes
fundamentais:
O botão pré-sináptico
A membrana pós-sináptica
A fenda sináptica.
13. SISTEMA NERVOSO
O SISTEMA NERVOSO CENTRAL
O sistema nervoso central (SNC) é constituído
pela Espinal Medula e pelo Encéfalo.
Estas duas estruturas controlam todo o nosso
comportamento.
14. SISTEMA NERVOSO CENTRAL: ESPINAL
MEDULA
Estrutura que prolonga o cérebro, é constituída
por uma substância branca no exterior e cinzenta
no seu interior. É um espesso conjunto de fibras
nervosas que, começando na base do cérebro,
se estende ao longo de 40 cm pela coluna
vertebral, que a protege
Desempenha as funções de coordenação
(coordena a actividade reflexa) e condução
(transmite mensagens do cérebro para o resto do
corpo e vice-versa)
15. SISTEMA NERVOSO CENTRAL: ENCÉFALO
Encontra-se localizado no interior do crânio
É constituído pelas seguintes estruturas especializadas:
1-Hipófise: dirige a actividade do sistema endócrino.
2-Hipotálamo: regula o sistema endócrino, a fome, a sede
e o impulso sexual.
3- Corpo Caloso: liga os dois hemisférios.
4- Córtex Cerebral: controla os movimentos voluntários,
a percepção, o pensamento...
5- Tálamo: recebe e transmite informação de e para o
córtex cerebral.
6- Formação reticular: atenção, memória, sono e estado
de alerta.
7- Cerebelo: coordena os movimentos e o equilíbrio.
16. HEMISFÉRIOS CEREBRAIS
O cérebro está dividido em dois Hemisférios
(Direito e esquerdo) separados por uma fissura e
ligados por um sistema de fibras nervosas –
Corpo Caloso.
Os hemisférios estão cobertos pelo Córtex
Cerebral (camada cinzenta).
17. HEMISFÉRIOS CEREBRAIS
Lateralização Hemisférica – os hemisférios
encontram-se especializados em funções
diferentes:
Hemisfério Direito: imagens, relações espaciais,
formas, cores, tonalidades afectivas e
pensamento concreto.
Hemisfério Esquerdo: pensamento lógico,
linguagem verbal, discurso, cálculo, memória
Apesar das diferentes funções, os dois
Hemisférios apresentam um Funcionamento
Integrado
18. A IMPORTÂNCIA DO CÓRTEX CEREBRAL
O córtex cerebral tem dois tipos de áreas
funcionais: as áreas primárias ou sensoriais
(recebem e produzem informação sensorial) e as
áreas secundárias ou psicossensoriais
(coordenam e integram os dados sensoriais e as
funções motoras).
Em cada Hemisfério existem quatro Lobos: lobo
frontal, lobo parietal, lobo occipital e lobo
temporal.
Cada lobo tem funções específicas, mas
interagem para realizar funções complexas.
19. LOBOS OCCIPITAIS - Córtex visual
Zona do córtex especializada na visão, porque a
informação que captamos com os olhos é
recebida sobretudo na parte posterior do córtex.
A área sensorial do lobo occipital recebe a
informação visual; a área psicossensorial
coordena e efectua o reconhecimento visual dos
dados sensíveis.
Uma lesão na área visual primária provoca
cegueira cortical (incapacidade de ver); uma
lesão na área secundária provoca Agnosia visual
(incapacidade de reconhecer e identificar o que
se vê).
20. LOBOS TEMPORAIS – córtex auditivo
Situados perto das têmporas, são a zona
especializada da audição.
Uma lesão na área auditiva primária provoca
surdez cortical (incapacidade de ouvir); na área
secundária provoca Agnosia auditiva
(incapacidade de atribuir significado aos sons
que ouvimos).
Área de Wernicke: permite compreender o que
os outros dizem e possibilita a organização das
palavras em frases correctas do ponto de vista
sintáctico. Uma lesão nesta área provoca surdez
verbal
21. LOBOS PARIETAIS– córtex somatossensorial
Recebe informações sobre sensações corporais
(dor, calor, frio…)
Uma lesão nas áreas sensoriais ou primárias
provoca anestesia cortical (incapacidade de
receber informações tácteis); nas áreas
secundárias provoca Agnosias
somatossensoriais (incapacidade de localizar as
sensações do corpo).
22. LOBOS FRONTAIS– córtex motor
São responsáveis pelas actividades cognitivas que
requerem concentração, antecipação, planificação,
pensamento abstracto, memória, raciocínio complexo,
emoções.
Os lobos frontais são constituídos por:
1 – Córtex motor: responsável pelos movimentos
associados aos músculos.
Área de Broca: responsável pela linguagem falada,
pelo discurso.
2 – Áreas pré-frontais: ocupa uma grande extensão dos
lobos frontais. Responsável por: pensamento abstracto,
imaginação criadora, consciência reflexiva, planificação
de acções, tomada de decisões, emoções, constância da
personalidade.
23. OS ESTUDOS DE DAMÁSIO
Casos de Phineas e Elliot
A emoção está intimamente relacionada com as
escolhas racionais, podendo constituir um guia
para estas.
O córtex pré-frontal regula a nossa
personalidade isto é, as características
fundamentais que fazem de cada um de nós um
ser único, inconfundível e distinto.
24. ESPECIALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO SISTÉMICA
Apesar das diferentes funções desempenhadas,
o cérebro funciona como um todo – Rede
Funcional.
Função Vicariante – uma função perdida devido a
uma lesão, pode ser recuperada por uma área
vizinha da zona lesionada.
A Plasticidade explica o facto de outras zonas
poderem substituir as funções afectadas.
O cérebro funciona de uma forma sistémica
(interdependência entre as componentes
especializadas).
25. AUTO-ORGANIZAÇÃO PERMANENTE
• Corticalização: processo de divisão celular que conduz à
construção do córtex cerebral.
• O processo de desenvolvimento cerebral mantém-se ao
longo da vida, sendo isso possível graças aos processos de
auto-organização da formação dos tecidos cerebrais.
26. • EM QUE CONSISTE O DESENVOLVIMENTO DO
CÉREBRO?
1 - O desenvolvimento ocorre pelo crescimento em número de
neurónios e das sinapses.
2 - Ocorre também por um processo de selecção das redes
neuronais (morte de neurónios e eliminação de muitas
sinapses).
• QUAIS OS FACTORES QUE AFECTAM ESSE
DESENVOLVIMENTO?
1 -Potencial genético que determina a selecção das redes
neuronais.
2 - Factores Epigenéticos, que decorrem da relação com o
meio.
27. LENTIFICAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO CEREBRAL
• O inacabamento do cérebro humano ao nascer e o
lento processo de desenvolvimento pós-natal
(lentificação) vão constituir uma vantagem, ao
possibilitar uma estimulação maior e mais
prolongada do meio.
28. INDIVIDUAÇÃO CEREBRAL
• As diferenças individuais não são explicadas apenas
pela expressão genética.
• Os efeitos do meio intra-uterino e as experiências ao
longo da vida também explicam o processo de
individuação
• O principal motor da individuação é a plasticidade do
cérebro
29. PLASTICIDADE E APRENDIZAGEM
• À flexibilidade cerebral e à capacidade de o cérebro
criar novas sinapses e ligações entre os neurónios
dá-se o nome de plasticidade cerebral.
• A plasticidade do cérebro permite a aprendizagem
durante toda a vida e a aprendizagem, por sua vez,
modifica o cérebro de acordo com os problemas que
o meio coloca e as necessidades de adaptação.
30. EXEMPLOS DE PLASTICIDADE
• A importância dos estudos com cegos, que provam
a neuroadaptabilidade do cérebro.
• Estudos com crianças selvagens.
• A forma como o cérebro responde quando algumas
áreas sofrem lesões que comprometem
capacidades.
31. INTELIGÊNCIA ANIMAL
• Serão os animais inteligentes?
• Muitos animais manifestam capacidades de
adaptação e resolução de problemas.
• São ainda capazes de memorizar e classificar