SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
EB1/JI Casal do Marco




Costumes e tradições
        Seixal




                     Trabalho elaborado por:

                                      Carlos

                              Ricardo Lopes

           3ºano
         2009/2010
Gastronomia


                           A gastronomia seixalense estava dependente
                           do que se produzia no solo, do que se pescava
                           no mar e dos animais que se criavam. De facto,
                           no início do século XX, o Seixal era um
                           concelho rural e agrícola, onde se produziam
                           frutas, legumes, vinho e azeite.


Dos cereais, o milho era o mais produzido, sendo no entanto também
cultivado o centeio, a cevada e a aveia. Como culturas hortícolas de
sequeiro, o tomate era o mais abundante, seguido pelo feijão, a fava, a
ervilha e o grão-de-bico. Relativamente a culturas de regadio, era possível
encontrar a couve, o repolho, o nabo, a cenoura e o feijão-verde. As
culturas frutícolas eram essencialmente de laranjeiras e limoeiros. Havia
também no Concelho, figueiras, macieiras, pereiras e nespereiras,
damasqueiros e ameixoeiras.


No Estuário do Tejo, devido à proximidade com
o Mar da Palha, existiam tainhas, enguias,
robalos, peixe-rei, caboz, marinha, sardinha,
linguado, patruça, xarroco, sargo, dourada,
ruivo, salmonete, corvina, choco, lambujinha,
camarão, camarinha, caranguejo, lagostas,
santolas, navalheiras, berbigão e ostras. Todos
estes elementos foram fundamentais para a riqueza gastronómica que o
concelho do Seixal possui. Aliado ao percurso demográfico que sucedeu
no concelho, pode-se afirmar que o Seixal, para além da riqueza
patrimonial natural, possui também uma grande riqueza cultural, que
deve a todo o custo ser valorizada e preservada.


A diversidade gastronómica do concelho deve-se ao facto de aqui se
terem fixado homens e mulheres oriundos sobretudo das Beiras e do
Alentejo, que trouxeram consigo o saber, adaptando-o aos recursos
agrícolas e piscatórios existentes.


Desta forma, foram implementados novos hábitos alimentares nesta
região, hábitos esses que permanecem até hoje, resultando na riqueza
gastronómica que o Seixal possui, tais como a feijoada de choco, a
caldeirada, a massa de peixe, as enguias fritas e o ensopado de enguias.

                            Na    doçaria   tradicional   encontramos      os
                            Pastelinhos de Santa Marta, o doce eleito do
                            concelho, após o concurso de apuramento,
                            que decorreu em 2006, inserido na 14.ª edição
                            da Festa da Gastronomia do Seixal.

                            Consta que eram confeccionados e vendidos
em ocasiões festivas, especialmente durante a Festa de Santa Marta de
Corroios, que viria a realizar-se até aos primeiros anos do século XX.
Artesanato


                           No artesanato são típicos os trabalhos em
                           cortiça e as miniaturas de embarcações
                           tradicionais.

                           Como instalação cultural, existe o Ecomuseu
                           do Seixal, com uma exposição permanente
                           subordinada     ao   tema   Território-Homem-
História, e outras áreas museológicas: Oficina do Núcleo Naval de
Arrentela, com mostras temáticas temporárias; Embarcações tradicionais
a navegar no Tejo. O varino Amoroso e os botes de fragata Gaivotas e Baía
do Seixal são embarcações tradicionais recuperadas e utilizadas para
passeios turísticos no rio Tejo; Moinho de maré de Corroios. Moagem
artesanal de trigo, milho e centeio. Exposições temporárias; Edifício das
caldeiras Babcock e da fábrica de cortiça Mundet, com exposições
temporárias.

O artesanato ou arte popular é parte integrante
da cultura que caracteriza e define a identidade
de um povo.

O Seixal, apesar do seu cariz urbano, é um
concelho com fortes tradições na construção
                    naval e na pesca, tem sido
                    morada de excelentes artífices, hábeis na construção
                    de miniaturas de embarcações tradicionais do Tejo.
Aqui existiram várias fábricas de transformação de cortiça, o que criou
uma certa tradição de trabalhos artesanais feitos nesta matéria-prima
multifacetada.
O artesanato, que pode ser só um passatempo como uma actividade
profissional efectiva,    tem no                      Seixal
representantes das mais variadas                      áreas de trabalho,
desde a azulejaria, cerâmica,                         olaria,   cestaria,
madeira, têxteis, artes decorativas, etc.




          A lenda que deu nome a Paio Pires

No princípio do século XIII, apesar de Lisboa estar já nas mãos dos
portugueses, havia ainda alguns grupos de mouros a vaguear pela zona.
Assaltando e matando. O jovem Abu, revoltado, jurou a si mesmo que iria
recuperar aquelas terras e vingar a morte do seu avô e do seu pai. Mas os
seus companheiros não estavam para aí voltados, pois desde a queda de
Almada que tinham vontade de se tornar vassalos do monarca português.
Abu considerava isso uma traição. E, desesperado, arranjou um bando de
jovens mouros para atacar tudo o que fosse cristão nos arredores de
Almada.


Um dia resolveu assaltar uma quinta às portas de Almada. As pessoas que
lá viviam e trabalhavam fugiram, mas o dono, um velho capitão, e a sua
filha lutaram até ao fim para defender a sua propriedade. Mas Abu e os
seus conseguiram vencê-los e entrar na casa. O mouro ficou espantado e
sensibilizado com aquelas gentes frágeis e corajosas que o haviam
enfrentado. Não teve coragem de os matar e rendeu-se à beleza de Alda _
a filha do capitão. Rezou a Alá para que o inspirasse e ajudasse a tomar a
decisão certa.

Entretanto, o cavaleiro Paio Peres Correia e os seus homens, regressados
de Mértola, entraram na casa e enfrentaram os mouros. Paio Peres ficou
espantado quando viu Alda pois ela era muito parecida com a Nossa
Senhora da Anunciação. O cavaleiro venceu Abu e preparava-se para
matá-lo quando Alda lhe pediu que o poupasse tal como ele tinha
poupado a sua vida e a de seu pai. Paio Peres sorriu ao ler nos olhos de
Abu e Alda a paixão que sentiam um pelo outro. Propôs, então, poupar-
lhe a vida se ele se convertesse. Abu aceitou.

Paio Peres apadrinhou o casamento, que teve lugar na capela da casa. No
final da cerimónia decidiram que aquelas terras receberiam o nome de
Paio Peres. Ainda hoje é Paio Pires a vila que cobriu o espaço da quinta do
capitão.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf
49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf
49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdfMarianaAlmeida674808
 
Evolução da agricultura em Portugal.
Evolução da agricultura em Portugal. Evolução da agricultura em Portugal.
Evolução da agricultura em Portugal. Idalina Leite
 
Identidade Regional - AI
Identidade Regional  - AI Identidade Regional  - AI
Identidade Regional - AI Ruben Marinho
 
As novas oportunidades para as áreas rurais
As novas oportunidades para as áreas ruraisAs novas oportunidades para as áreas rurais
As novas oportunidades para as áreas ruraisIlda Bicacro
 
Produção agrícola nacional- Alentejo
Produção agrícola nacional- AlentejoProdução agrícola nacional- Alentejo
Produção agrícola nacional- AlentejoDavide Ferreira
 
Os diferentes tipos de plantas das cidades
Os diferentes tipos de plantas das cidadesOs diferentes tipos de plantas das cidades
Os diferentes tipos de plantas das cidadesrmmpr
 
O principezinho - resumo
O principezinho - resumoO principezinho - resumo
O principezinho - resumosofiasimao
 
Mar Me Quer Resumo E Personagens
Mar Me Quer   Resumo E PersonagensMar Me Quer   Resumo E Personagens
Mar Me Quer Resumo E Personagenscatiasgs
 
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º AnoAs características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano713773
 
Ficha De Verificação De Leitura, "Leandro, rei da Helíria"
Ficha De Verificação De Leitura, "Leandro, rei da Helíria"Ficha De Verificação De Leitura, "Leandro, rei da Helíria"
Ficha De Verificação De Leitura, "Leandro, rei da Helíria"Profmaria
 
Os maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analiseOs maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analisekeve semedo
 
Os Maias de Eça de Queirós - personagens
Os Maias de Eça de Queirós - personagensOs Maias de Eça de Queirós - personagens
Os Maias de Eça de Queirós - personagensLurdes Augusto
 
D. Madalena -Frei Luis de Sousa
D. Madalena -Frei Luis de SousaD. Madalena -Frei Luis de Sousa
D. Madalena -Frei Luis de Sousananasimao
 
Geografia A 10 ano - Recursos Marítimos
Geografia A 10 ano - Recursos MarítimosGeografia A 10 ano - Recursos Marítimos
Geografia A 10 ano - Recursos MarítimosRaffaella Ergün
 

Mais procurados (20)

49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf
49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf
49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf
 
Dossiê do Professor.pdf
Dossiê do Professor.pdfDossiê do Professor.pdf
Dossiê do Professor.pdf
 
Evolução da agricultura em Portugal.
Evolução da agricultura em Portugal. Evolução da agricultura em Portugal.
Evolução da agricultura em Portugal.
 
Turismo em espaço rural
Turismo em espaço ruralTurismo em espaço rural
Turismo em espaço rural
 
Identidade Regional - AI
Identidade Regional  - AI Identidade Regional  - AI
Identidade Regional - AI
 
De tarde - Cesário Verde
De tarde - Cesário VerdeDe tarde - Cesário Verde
De tarde - Cesário Verde
 
As novas oportunidades para as áreas rurais
As novas oportunidades para as áreas ruraisAs novas oportunidades para as áreas rurais
As novas oportunidades para as áreas rurais
 
Produção agrícola nacional- Alentejo
Produção agrícola nacional- AlentejoProdução agrícola nacional- Alentejo
Produção agrícola nacional- Alentejo
 
Os diferentes tipos de plantas das cidades
Os diferentes tipos de plantas das cidadesOs diferentes tipos de plantas das cidades
Os diferentes tipos de plantas das cidades
 
O principezinho - resumo
O principezinho - resumoO principezinho - resumo
O principezinho - resumo
 
FunçõEs Urbanas
FunçõEs UrbanasFunçõEs Urbanas
FunçõEs Urbanas
 
Mar Me Quer Resumo E Personagens
Mar Me Quer   Resumo E PersonagensMar Me Quer   Resumo E Personagens
Mar Me Quer Resumo E Personagens
 
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º AnoAs características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano
As características da rede urbana: o caso de Portugal - Geografia 11º Ano
 
Ficha De Verificação De Leitura, "Leandro, rei da Helíria"
Ficha De Verificação De Leitura, "Leandro, rei da Helíria"Ficha De Verificação De Leitura, "Leandro, rei da Helíria"
Ficha De Verificação De Leitura, "Leandro, rei da Helíria"
 
As serras de portugal
As serras de portugalAs serras de portugal
As serras de portugal
 
Os maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analiseOs maias-resumo-e-analise
Os maias-resumo-e-analise
 
Tipos de Pesca
Tipos de PescaTipos de Pesca
Tipos de Pesca
 
Os Maias de Eça de Queirós - personagens
Os Maias de Eça de Queirós - personagensOs Maias de Eça de Queirós - personagens
Os Maias de Eça de Queirós - personagens
 
D. Madalena -Frei Luis de Sousa
D. Madalena -Frei Luis de SousaD. Madalena -Frei Luis de Sousa
D. Madalena -Frei Luis de Sousa
 
Geografia A 10 ano - Recursos Marítimos
Geografia A 10 ano - Recursos MarítimosGeografia A 10 ano - Recursos Marítimos
Geografia A 10 ano - Recursos Marítimos
 

Destaque (20)

Distrito De Coimbra
Distrito De CoimbraDistrito De Coimbra
Distrito De Coimbra
 
Costumes Tradições
Costumes TradiçõesCostumes Tradições
Costumes Tradições
 
Lenda
LendaLenda
Lenda
 
Coimbra (portugal)
Coimbra (portugal)Coimbra (portugal)
Coimbra (portugal)
 
Sé Velha de Coimbra
Sé Velha de CoimbraSé Velha de Coimbra
Sé Velha de Coimbra
 
A Lenda De Coimbra.
A Lenda De Coimbra.A Lenda De Coimbra.
A Lenda De Coimbra.
 
Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Velha de Coimbra- Artur F...
Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Velha de Coimbra- Artur F...Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Velha de Coimbra- Artur F...
Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Velha de Coimbra- Artur F...
 
20 27setembro2012
20 27setembro201220 27setembro2012
20 27setembro2012
 
Sapal de Corroios
Sapal de CorroiosSapal de Corroios
Sapal de Corroios
 
Origem e história do carnaval
Origem e história do carnavalOrigem e história do carnaval
Origem e história do carnaval
 
Lara xavier pp ultimo
Lara xavier pp ultimoLara xavier pp ultimo
Lara xavier pp ultimo
 
Carta ao Pai Natal - 2º ano EB1 Marinha Grande
Carta ao Pai Natal - 2º ano EB1 Marinha GrandeCarta ao Pai Natal - 2º ano EB1 Marinha Grande
Carta ao Pai Natal - 2º ano EB1 Marinha Grande
 
Carta ao Pai Natal - 1º ano EB1 Marinha Grande
Carta ao Pai Natal - 1º ano EB1 Marinha GrandeCarta ao Pai Natal - 1º ano EB1 Marinha Grande
Carta ao Pai Natal - 1º ano EB1 Marinha Grande
 
Lara Xavier
Lara XavierLara Xavier
Lara Xavier
 
Origem do carnaval
Origem do carnavalOrigem do carnaval
Origem do carnaval
 
O H Perdeu Uma Perna
O H Perdeu Uma PernaO H Perdeu Uma Perna
O H Perdeu Uma Perna
 
Carnaval
CarnavalCarnaval
Carnaval
 
Lisboa, porto encantador!
Lisboa, porto encantador!Lisboa, porto encantador!
Lisboa, porto encantador!
 
Lara Xavier
Lara XavierLara Xavier
Lara Xavier
 
Desenho animado
Desenho animado Desenho animado
Desenho animado
 

Semelhante a Costumes e Tradições

Costa de Caparica minha desconhecida
Costa de Caparica minha desconhecidaCosta de Caparica minha desconhecida
Costa de Caparica minha desconhecidaAna Oliveira
 
6ª A Costa de Caparica que desconhecia
6ª A Costa de Caparica que desconhecia6ª A Costa de Caparica que desconhecia
6ª A Costa de Caparica que desconheciaguestfab0cf
 
Folheto VII Festival Folclore - Barreiros - 2012
Folheto VII Festival Folclore - Barreiros - 2012Folheto VII Festival Folclore - Barreiros - 2012
Folheto VII Festival Folclore - Barreiros - 2012rfvlis
 
Vila do Conde - Andreia e Catarina
Vila do Conde - Andreia e Catarina Vila do Conde - Andreia e Catarina
Vila do Conde - Andreia e Catarina Turismo Esdas
 
Trabalho freguesia arcozelo
Trabalho freguesia arcozeloTrabalho freguesia arcozelo
Trabalho freguesia arcozelobruno oliveira
 
A Ilha da Madeira - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos
A Ilha da Madeira - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos A Ilha da Madeira - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos
A Ilha da Madeira - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos Artur Filipe dos Santos
 
Obacalhau
ObacalhauObacalhau
Obacalhaucab3032
 
História de Alhos Vedros
História de Alhos VedrosHistória de Alhos Vedros
História de Alhos VedrosMaria Moutinho
 
Região metropolitana do rio grande do sul
Região metropolitana do rio grande do sulRegião metropolitana do rio grande do sul
Região metropolitana do rio grande do sulLuana Silveeira
 
História das Pescas em Tavira
História das Pescas em TaviraHistória das Pescas em Tavira
História das Pescas em TaviraJosé Mesquita
 
Ilhas atlânticas
Ilhas atlânticasIlhas atlânticas
Ilhas atlânticasMaria Gomes
 
Centro de interpretação de vila do bispo
Centro de interpretação de vila do bispoCentro de interpretação de vila do bispo
Centro de interpretação de vila do bispopaulanapalma
 
A Vila De Santa Luzia
A Vila De Santa LuziaA Vila De Santa Luzia
A Vila De Santa LuziaCarlos Soares
 

Semelhante a Costumes e Tradições (20)

História do Seixal
História do SeixalHistória do Seixal
História do Seixal
 
Costa de Caparica minha desconhecida
Costa de Caparica minha desconhecidaCosta de Caparica minha desconhecida
Costa de Caparica minha desconhecida
 
6ª A Costa de Caparica que desconhecia
6ª A Costa de Caparica que desconhecia6ª A Costa de Caparica que desconhecia
6ª A Costa de Caparica que desconhecia
 
Folheto VII Festival Folclore - Barreiros - 2012
Folheto VII Festival Folclore - Barreiros - 2012Folheto VII Festival Folclore - Barreiros - 2012
Folheto VII Festival Folclore - Barreiros - 2012
 
Vila do Conde - Andreia e Catarina
Vila do Conde - Andreia e Catarina Vila do Conde - Andreia e Catarina
Vila do Conde - Andreia e Catarina
 
Trabalho freguesia arcozelo
Trabalho freguesia arcozeloTrabalho freguesia arcozelo
Trabalho freguesia arcozelo
 
A Ilha da Madeira - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos
A Ilha da Madeira - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos A Ilha da Madeira - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos
A Ilha da Madeira - Património Cultural - Artur Filipe dos Santos
 
Obacalhau
ObacalhauObacalhau
Obacalhau
 
História de Alhos Vedros
História de Alhos VedrosHistória de Alhos Vedros
História de Alhos Vedros
 
Alhos
 Alhos Alhos
Alhos
 
Canidelo (2)
Canidelo (2)Canidelo (2)
Canidelo (2)
 
Bacalhau
BacalhauBacalhau
Bacalhau
 
Ericeira
EriceiraEriceira
Ericeira
 
Região metropolitana do rio grande do sul
Região metropolitana do rio grande do sulRegião metropolitana do rio grande do sul
Região metropolitana do rio grande do sul
 
História das Pescas em Tavira
História das Pescas em TaviraHistória das Pescas em Tavira
História das Pescas em Tavira
 
Ilhas atlânticas
Ilhas atlânticasIlhas atlânticas
Ilhas atlânticas
 
Centro de interpretação de vila do bispo
Centro de interpretação de vila do bispoCentro de interpretação de vila do bispo
Centro de interpretação de vila do bispo
 
A Vila De Santa Luzia
A Vila De Santa LuziaA Vila De Santa Luzia
A Vila De Santa Luzia
 
1207
12071207
1207
 
História do Bacalhau
História do BacalhauHistória do Bacalhau
História do Bacalhau
 

Mais de teresacorreiasilva (16)

Poemas de Alunos
Poemas de AlunosPoemas de Alunos
Poemas de Alunos
 
Vestígios do Passado
Vestígios do PassadoVestígios do Passado
Vestígios do Passado
 
Quinta do Rouxinol
Quinta do RouxinolQuinta do Rouxinol
Quinta do Rouxinol
 
Igrejas
IgrejasIgrejas
Igrejas
 
Estatuas e Castelos
Estatuas e CastelosEstatuas e Castelos
Estatuas e Castelos
 
Algumas Batalhas
Algumas BatalhasAlgumas Batalhas
Algumas Batalhas
 
Estados da água
Estados da águaEstados da água
Estados da água
 
Estados Da água
Estados Da águaEstados Da água
Estados Da água
 
Dia E Noite
Dia E NoiteDia E Noite
Dia E Noite
 
Ciclo da água
Ciclo da águaCiclo da água
Ciclo da água
 
Ciclo da água
Ciclo da águaCiclo da água
Ciclo da água
 
Agua
AguaAgua
Agua
 
Familia Pontuacao
Familia PontuacaoFamilia Pontuacao
Familia Pontuacao
 
A Família
A FamíliaA Família
A Família
 
Plano De Acção
Plano De AcçãoPlano De Acção
Plano De Acção
 
Plano De Acção
Plano De AcçãoPlano De Acção
Plano De Acção
 

Último

Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxDianaSheila2
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 

Último (20)

Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 

Costumes e Tradições

  • 1. EB1/JI Casal do Marco Costumes e tradições Seixal Trabalho elaborado por: Carlos Ricardo Lopes 3ºano 2009/2010
  • 2. Gastronomia A gastronomia seixalense estava dependente do que se produzia no solo, do que se pescava no mar e dos animais que se criavam. De facto, no início do século XX, o Seixal era um concelho rural e agrícola, onde se produziam frutas, legumes, vinho e azeite. Dos cereais, o milho era o mais produzido, sendo no entanto também cultivado o centeio, a cevada e a aveia. Como culturas hortícolas de sequeiro, o tomate era o mais abundante, seguido pelo feijão, a fava, a ervilha e o grão-de-bico. Relativamente a culturas de regadio, era possível encontrar a couve, o repolho, o nabo, a cenoura e o feijão-verde. As culturas frutícolas eram essencialmente de laranjeiras e limoeiros. Havia também no Concelho, figueiras, macieiras, pereiras e nespereiras, damasqueiros e ameixoeiras. No Estuário do Tejo, devido à proximidade com o Mar da Palha, existiam tainhas, enguias, robalos, peixe-rei, caboz, marinha, sardinha, linguado, patruça, xarroco, sargo, dourada, ruivo, salmonete, corvina, choco, lambujinha, camarão, camarinha, caranguejo, lagostas, santolas, navalheiras, berbigão e ostras. Todos
  • 3. estes elementos foram fundamentais para a riqueza gastronómica que o concelho do Seixal possui. Aliado ao percurso demográfico que sucedeu no concelho, pode-se afirmar que o Seixal, para além da riqueza patrimonial natural, possui também uma grande riqueza cultural, que deve a todo o custo ser valorizada e preservada. A diversidade gastronómica do concelho deve-se ao facto de aqui se terem fixado homens e mulheres oriundos sobretudo das Beiras e do Alentejo, que trouxeram consigo o saber, adaptando-o aos recursos agrícolas e piscatórios existentes. Desta forma, foram implementados novos hábitos alimentares nesta região, hábitos esses que permanecem até hoje, resultando na riqueza gastronómica que o Seixal possui, tais como a feijoada de choco, a caldeirada, a massa de peixe, as enguias fritas e o ensopado de enguias. Na doçaria tradicional encontramos os Pastelinhos de Santa Marta, o doce eleito do concelho, após o concurso de apuramento, que decorreu em 2006, inserido na 14.ª edição da Festa da Gastronomia do Seixal. Consta que eram confeccionados e vendidos em ocasiões festivas, especialmente durante a Festa de Santa Marta de Corroios, que viria a realizar-se até aos primeiros anos do século XX.
  • 4. Artesanato No artesanato são típicos os trabalhos em cortiça e as miniaturas de embarcações tradicionais. Como instalação cultural, existe o Ecomuseu do Seixal, com uma exposição permanente subordinada ao tema Território-Homem- História, e outras áreas museológicas: Oficina do Núcleo Naval de Arrentela, com mostras temáticas temporárias; Embarcações tradicionais a navegar no Tejo. O varino Amoroso e os botes de fragata Gaivotas e Baía do Seixal são embarcações tradicionais recuperadas e utilizadas para passeios turísticos no rio Tejo; Moinho de maré de Corroios. Moagem artesanal de trigo, milho e centeio. Exposições temporárias; Edifício das caldeiras Babcock e da fábrica de cortiça Mundet, com exposições temporárias. O artesanato ou arte popular é parte integrante da cultura que caracteriza e define a identidade de um povo. O Seixal, apesar do seu cariz urbano, é um concelho com fortes tradições na construção naval e na pesca, tem sido morada de excelentes artífices, hábeis na construção de miniaturas de embarcações tradicionais do Tejo.
  • 5. Aqui existiram várias fábricas de transformação de cortiça, o que criou uma certa tradição de trabalhos artesanais feitos nesta matéria-prima multifacetada. O artesanato, que pode ser só um passatempo como uma actividade profissional efectiva, tem no Seixal representantes das mais variadas áreas de trabalho, desde a azulejaria, cerâmica, olaria, cestaria, madeira, têxteis, artes decorativas, etc. A lenda que deu nome a Paio Pires No princípio do século XIII, apesar de Lisboa estar já nas mãos dos portugueses, havia ainda alguns grupos de mouros a vaguear pela zona. Assaltando e matando. O jovem Abu, revoltado, jurou a si mesmo que iria recuperar aquelas terras e vingar a morte do seu avô e do seu pai. Mas os seus companheiros não estavam para aí voltados, pois desde a queda de Almada que tinham vontade de se tornar vassalos do monarca português. Abu considerava isso uma traição. E, desesperado, arranjou um bando de jovens mouros para atacar tudo o que fosse cristão nos arredores de Almada. Um dia resolveu assaltar uma quinta às portas de Almada. As pessoas que lá viviam e trabalhavam fugiram, mas o dono, um velho capitão, e a sua filha lutaram até ao fim para defender a sua propriedade. Mas Abu e os seus conseguiram vencê-los e entrar na casa. O mouro ficou espantado e sensibilizado com aquelas gentes frágeis e corajosas que o haviam
  • 6. enfrentado. Não teve coragem de os matar e rendeu-se à beleza de Alda _ a filha do capitão. Rezou a Alá para que o inspirasse e ajudasse a tomar a decisão certa. Entretanto, o cavaleiro Paio Peres Correia e os seus homens, regressados de Mértola, entraram na casa e enfrentaram os mouros. Paio Peres ficou espantado quando viu Alda pois ela era muito parecida com a Nossa Senhora da Anunciação. O cavaleiro venceu Abu e preparava-se para matá-lo quando Alda lhe pediu que o poupasse tal como ele tinha poupado a sua vida e a de seu pai. Paio Peres sorriu ao ler nos olhos de Abu e Alda a paixão que sentiam um pelo outro. Propôs, então, poupar- lhe a vida se ele se convertesse. Abu aceitou. Paio Peres apadrinhou o casamento, que teve lugar na capela da casa. No final da cerimónia decidiram que aquelas terras receberiam o nome de Paio Peres. Ainda hoje é Paio Pires a vila que cobriu o espaço da quinta do capitão.