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Por Silvio Dutra
2
Por princípio de justiça, Deus declara através do
profeta Ezequiel que os filhos não serão mortos
por causa do pecado de seus pais, e vice-versa,
mas que cada um morrerá por causa de seus
próprios pecados.
Agora, como isto pode ser entendido e aplicado
ao caso do pecado de Adão, em razão do qual
toda a sua descendência se tornou culpada
diante de Deus e sujeita à morte?
Há diante de nós duas situações distintas ou
dois preceitos antagônicos da mesma justiça?
Certamente isto não pode ser, pois Deus deve
ser verdadeiro para continuar sempre justo, e
portanto, não pode negar a si mesmo.
Cabe então a nós entendermos o que é
declarado em ambas situações; pois,
porventura, não somos achados mortos por
3
causa do pecado original de Adão, o pai comum
de toda a raça humana?
Na primeira situação, conforme declaração feita
por Ezequiel, o que há é a confirmação da
segunda, a saber, que não foi Deus que
sentenciou judicial e isoladamente a cada
descendente de Adão, à morte, mas o próprio
Adão foi quem os trouxe à referida condição,
pois a Ele foi dito que sua desobediência
implicaria na morte de toda a sua descendência,
pois, ficando ele destituído da graça e
comunhão com Deus, não seria de se esperar
que seus descendentes permanecessem diante
de Deus em perfeição de justiça, conforme é
exigido pela Sua santidade para que o homem
que foi criado à Sua imagem, tenha vida
espiritual e eterna. E é evidente que todos os
descendentes de Adão pecam, e assim são
condenados à morte por seus próprios pecados,
e não pelo pecado específico que Adão cometeu.
Agora, uma vez tendo Deus feito a interposição
da concessão de graça para a reconciliação com
Ele, através da fé, todo aquele que se converter
de seus maus caminhos, voltando-se para Deus,
vencerá a morte, na qual permanecerão apenas
aqueles que continuarem em seus pecados, e é
este o significado das palavras em Ezequiel, na
conformidade delas com a graça do evangelho.
4
Em Romanos 5 nós vemos a maneira pela qual
Adão introduziu o pecado e a morte, que passou
a todos. Adão sendo a figura de Cristo, era como
ele, com respeito à sua posteridade natural,
quanto ao pecado e à morte; assim acontece
com o Senhor Jesus Cristo, o segundo Adão,
quanto à sua posteridade espiritual, com
respeito à justiça e à vida.
Em Romanos 5 o que está em foco não é a nossa
própria perfeição, obediência ou santidade, mas
as de Cristo, em comparação com a
desobediência de Adão. Então a conclusão é que
estando em Adão todos morrem, e estando em
Cristo, todos vivem.
“A alma que pecar, essa morrerá”, é a sentença
exarada contra o pecado. Não se diz ali, que a
alma que não for perfeita em obediência
morrerá, mas a que pecar, ou seja, a que
permanecer na condição de escravizada ao
5
pecado, o que se evidencia pela prática de
pecados deliberada e continuamente.
Mas a alma que se arrepende e abandona o
pecado, voltando-se para Deus, por meio da fé
em Cristo, viverá, porque Ele morreu a nossa
morte para que possamos viver por Sua justiça e
vida. Este é o único modo de se vencer o pecado,
a saber, pela união e comunhão com Cristo, que
se tornou da parte de Deus para nós, a nossa
justiça, santificação, redenção e sabedoria.
Se afirmarmos, portanto, a justificação por meio
de nossas próprias obras, ainda que sejam as de
fé, ou por nossos esforços em não pecar,
mentimos contra o testemunho que Deus dá
dom de justiça gratuito que ele nos concede em
Seu Filho, pois ainda que nossas obras e esforços
sejam necessários na santificação, todavia não
6
participam da nossa justificação pela qual
alcançamos a vida eterna unicamente pela
graça e mediante a fé.
Vemos assim que o que é proposto a nós em
Cristo é muito mais do que o perdão de pecados,
pois por este meio somos livrados da culpa, mas
é pelo dom da graça e da justiça de Cristo que
somos justificados, a saber por sua própria
pessoa, por estarmos unidos a Ele por meio da
fé, e daí dizermos com o apóstolo que já não
vivemos nós, mas Cristo em nós. Estávamos
mortos em Adão, mas em Cristo fomos
regenerados para uma nova vida.
A base da justificação encontra-se na imputação
da justiça de Cristo ao crente. No texto de
Romanos 4, quando se afirma esta imputação da
justificação em razão da fé, conforme foi o caso
de Abraão, não tem esta palavra imputação o
significado de algo que foi colocado em nós,
como uma transferência da justiça para nós
7
para estar ligada à nossa natureza, mas deve ser
entendido conforme o citado verbo logizomai,
no original grego, refere-se em diversas outras
passagens do Novo Testamento ao ato de ser
considerado, de ser contado como, de ser
atribuído, de ser levado em conta, ser pensado
como, ser julgado como estando na posição que
lhe é conferida. É assim que o crente é justo em
Cristo. Não que ele seja perfeitamente justo
como Cristo, mas que é assim considerado por
Deus como se o fosse de fato, por estar unido a
Jesus.
Esta palavra logizomai lida com realidades e não
com suposições, de forma que o que é
considerado é de fato algo real que tem
existência jurídica, e não algo imaginativo que
não seja verdadeiro, de modo que assim como o
pecado de Adão nos foi imputado, pois fomos
8
considerados pecadores culpados por conta de
nossa ligação natural com ele, decorrente de
nossa descendência, de igual forma somos
considerados justos por Deus por estarmos
unidos a Cristo, por um novo nascimento
espiritual nEle. Não se trata aqui portanto, de
fazer de conta, mas de uma posição real atingida
ou ocupada. É assim que nos encontramos em
Cristo, tanto quanto nos achávamos em Adão,
pois a culpa e maldição que tínhamos em razão
da nossa união com Adão é removida por meio
da nossa união com Cristo. O velho homem
descendente de Adão foi crucificado
juntamente com Cristo, e a vida que agora
temos é a da nova criatura que fez com que todas
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novo.

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Como o Pecado Gera a Morte e a Graça a Vida

  • 2. 2 Por princípio de justiça, Deus declara através do profeta Ezequiel que os filhos não serão mortos por causa do pecado de seus pais, e vice-versa, mas que cada um morrerá por causa de seus próprios pecados. Agora, como isto pode ser entendido e aplicado ao caso do pecado de Adão, em razão do qual toda a sua descendência se tornou culpada diante de Deus e sujeita à morte? Há diante de nós duas situações distintas ou dois preceitos antagônicos da mesma justiça? Certamente isto não pode ser, pois Deus deve ser verdadeiro para continuar sempre justo, e portanto, não pode negar a si mesmo. Cabe então a nós entendermos o que é declarado em ambas situações; pois, porventura, não somos achados mortos por
  • 3. 3 causa do pecado original de Adão, o pai comum de toda a raça humana? Na primeira situação, conforme declaração feita por Ezequiel, o que há é a confirmação da segunda, a saber, que não foi Deus que sentenciou judicial e isoladamente a cada descendente de Adão, à morte, mas o próprio Adão foi quem os trouxe à referida condição, pois a Ele foi dito que sua desobediência implicaria na morte de toda a sua descendência, pois, ficando ele destituído da graça e comunhão com Deus, não seria de se esperar que seus descendentes permanecessem diante de Deus em perfeição de justiça, conforme é exigido pela Sua santidade para que o homem que foi criado à Sua imagem, tenha vida espiritual e eterna. E é evidente que todos os descendentes de Adão pecam, e assim são condenados à morte por seus próprios pecados, e não pelo pecado específico que Adão cometeu. Agora, uma vez tendo Deus feito a interposição da concessão de graça para a reconciliação com Ele, através da fé, todo aquele que se converter de seus maus caminhos, voltando-se para Deus, vencerá a morte, na qual permanecerão apenas aqueles que continuarem em seus pecados, e é este o significado das palavras em Ezequiel, na conformidade delas com a graça do evangelho.
  • 4. 4 Em Romanos 5 nós vemos a maneira pela qual Adão introduziu o pecado e a morte, que passou a todos. Adão sendo a figura de Cristo, era como ele, com respeito à sua posteridade natural, quanto ao pecado e à morte; assim acontece com o Senhor Jesus Cristo, o segundo Adão, quanto à sua posteridade espiritual, com respeito à justiça e à vida. Em Romanos 5 o que está em foco não é a nossa própria perfeição, obediência ou santidade, mas as de Cristo, em comparação com a desobediência de Adão. Então a conclusão é que estando em Adão todos morrem, e estando em Cristo, todos vivem. “A alma que pecar, essa morrerá”, é a sentença exarada contra o pecado. Não se diz ali, que a alma que não for perfeita em obediência morrerá, mas a que pecar, ou seja, a que permanecer na condição de escravizada ao
  • 5. 5 pecado, o que se evidencia pela prática de pecados deliberada e continuamente. Mas a alma que se arrepende e abandona o pecado, voltando-se para Deus, por meio da fé em Cristo, viverá, porque Ele morreu a nossa morte para que possamos viver por Sua justiça e vida. Este é o único modo de se vencer o pecado, a saber, pela união e comunhão com Cristo, que se tornou da parte de Deus para nós, a nossa justiça, santificação, redenção e sabedoria. Se afirmarmos, portanto, a justificação por meio de nossas próprias obras, ainda que sejam as de fé, ou por nossos esforços em não pecar, mentimos contra o testemunho que Deus dá dom de justiça gratuito que ele nos concede em Seu Filho, pois ainda que nossas obras e esforços sejam necessários na santificação, todavia não
  • 6. 6 participam da nossa justificação pela qual alcançamos a vida eterna unicamente pela graça e mediante a fé. Vemos assim que o que é proposto a nós em Cristo é muito mais do que o perdão de pecados, pois por este meio somos livrados da culpa, mas é pelo dom da graça e da justiça de Cristo que somos justificados, a saber por sua própria pessoa, por estarmos unidos a Ele por meio da fé, e daí dizermos com o apóstolo que já não vivemos nós, mas Cristo em nós. Estávamos mortos em Adão, mas em Cristo fomos regenerados para uma nova vida. A base da justificação encontra-se na imputação da justiça de Cristo ao crente. No texto de Romanos 4, quando se afirma esta imputação da justificação em razão da fé, conforme foi o caso de Abraão, não tem esta palavra imputação o significado de algo que foi colocado em nós, como uma transferência da justiça para nós
  • 7. 7 para estar ligada à nossa natureza, mas deve ser entendido conforme o citado verbo logizomai, no original grego, refere-se em diversas outras passagens do Novo Testamento ao ato de ser considerado, de ser contado como, de ser atribuído, de ser levado em conta, ser pensado como, ser julgado como estando na posição que lhe é conferida. É assim que o crente é justo em Cristo. Não que ele seja perfeitamente justo como Cristo, mas que é assim considerado por Deus como se o fosse de fato, por estar unido a Jesus. Esta palavra logizomai lida com realidades e não com suposições, de forma que o que é considerado é de fato algo real que tem existência jurídica, e não algo imaginativo que não seja verdadeiro, de modo que assim como o pecado de Adão nos foi imputado, pois fomos
  • 8. 8 considerados pecadores culpados por conta de nossa ligação natural com ele, decorrente de nossa descendência, de igual forma somos considerados justos por Deus por estarmos unidos a Cristo, por um novo nascimento espiritual nEle. Não se trata aqui portanto, de fazer de conta, mas de uma posição real atingida ou ocupada. É assim que nos encontramos em Cristo, tanto quanto nos achávamos em Adão, pois a culpa e maldição que tínhamos em razão da nossa união com Adão é removida por meio da nossa união com Cristo. O velho homem descendente de Adão foi crucificado juntamente com Cristo, e a vida que agora temos é a da nova criatura que fez com que todas as coisas antigas passassem e tudo se fizesse novo.