O documento discute a ressurreição dos mortos segundo as palavras de Jesus Cristo e do Papa João Paulo II. Em particular, aborda três pontos: 1) Na ressurreição, os homens e mulheres não se casarão, mas terão uma natureza espiritual como anjos; 2) A ressurreição trará uma nova vida humana totalmente renovada e divinizada; 3) A escolha do celibato antecipa a comunhão escatológica da ressurreição.
1. Cristo Apela à Ressurreição
Citações das catequeses do Papa João Paulo II
2. “Períodos Teológicos”
• “História”
• “Homem
Histórico”
• Após o
pecado
original
• Tríplice
concupis-cência
• Redenção
de Cristo
• “Ressurreição”
• “Homem
Escatológico”
• Visão beatífica
de Deus “face-a-
face”
• Núpcias do
Cordeiro”
• Comunhão
dos Santos
• “Princípio
• “Homem
Original”
• Gênesis –
“Paraíso”
• Antes do
pecado
original
3. A Pergunta dos Saduceus
Uns saduceus, os quais dizem não existir ressurreição,
aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram:
“Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se alguém tiver
um irmão e este morrer, deixando a mulher sem filhos, ele
deve casar-se com a mulher para dar descendência ao
irmão’.
Havia sete irmãos. O mais velho casou-se com uma
mulher e morreu sem deixar descendência. O segundo,
então, casou-se com ela e igualmente morreu sem deixar
descendência. A mesma coisa aconteceu com o terceiro. E
nenhum dos sete irmãos deixou descendência. Depois de
todos, morreu também a mulher.
Na ressurreição, quando ressuscitarem, ela será a
esposa de qual deles? Pois os sete a tiveram por esposa?”
4. As palavras de Cristo
Jesus respondeu: “Acaso não
estais errados, porque não
compreendeis as Escrituras, nem
o poder de Deus?
Quando ressuscitarem dos
mortos, os homens e as mulheres
não se casarão; serão como
anjos no céu.
Quanto à ressurreição dos
mortos, não lestes, no livro de
Moisés, na passagem da sarça
ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu
sou o Deus de Abraão, o Deus de
Isaac e o Deus de Jacó!’ Ele é
Deus não de mortos, mas de
vivos! Estais muito errados”.
(Marcos 22, 23-32)
5. A Ressurreição
• O matrimônio e a
procriação não constituem
o futuro escatológico do
homem. Na ressurreição
perdem, por assim dizer, a
sua razão de ser.
• A ressurreição significa um
estado completamente
novo da própria vida
humana.
• Os corpos humanos,
recuperados e também
renovados na ressurreição,
preservarão seu específico
caráter masculino ou
feminino. (TdC 66)
6. A Ressurreição
• O contexto indica
claramente que o homem
conservará no “outro
mundo” a própria
natureza humana
psicossomática. (TdC 66)
• A “espiritualização”
significa não só que o
espírito dominará o corpo,
mas diria, que ele
permeará inteiramente o
corpo, e que as forças do
espírito permearão as
energias do corpo. (TdC 67)
7. A Ressurreição
• O estado do homem no
“outro mundo” não será
apenas um estado de
perfeita espiritualização,
mas também de
fundamental “divinização”
da sua humanidade. (TdC
67)
• Esta intimidade com deus
em uma perfeita
comunhão de pessoas não
absolverá a subjetividade
pessoal do homem. (TdC 67)
8. A Ressurreição e o Significado Esponsal do Corpo
• Nesta “espiritualização” e “divinização”, em que o homem
participará na ressurreição, descobrimos – numa dimensão
escatológica – as mesmas características que marcam o significado
“esponsal” do corpo. (TdC 67)
• Como conseqüência da visão de Deus “face a face”, nascerá nele
[no homem] um amor de tal profundidade e força de concentração
sobre o próprio Deus, que inundará completamente a sua inteira
subjetividade psicossomática. (TdC 68)
• Professamos a fé na “comunhão
dos santos” (...) na redescoberta
de uma nova e perfeita
intersubjetividade de todos (...)
O significado “esponsal” de ser
um corpo será realizado como um
significado que é perfeitamente
pessoal e comunitário ao mesmo
tempo. (TdC 68-69)
9. “Este ‘homem celestial’ – o homem
da ressurreição, cujo protótipo é Cristo
ressuscitado – não é tanto antítese e
negação do ‘homem na terra’ (cujo
protótipo é o “primeiro Adão”), mas
sobretudo é a sua consumação e a sua
confirmação.
10. Celibato: chamado à comunhão
“Quando o chamado à continência ‘pelo Reino dos Céus’
encontra eco na alma humana na condição da
temporalidade (...) não é difícil captar nisso uma particular
sensibilidade do espírito humano que parece antecipar, já
nas condições da temporalidade, aquilo de que o homem
se tornará participante na ressurreição futura.” (TdC 73)
11. Alguns discípulos se
escandalizam com a
doutrina do matrimônio
(Mt 19< 10) e chegam a
dizer: “Se a situação do
homem com a mulher é
assim, é melhor não casar-se.”
Jesus Cristo usa este
diálogo para ensinar que:
“...existem homens
impossibilitados de casar-se
[eunucos], porque
nasceram assim; outros
foram feitos assim por mão
humana; outros ainda, por
causa do reino dos Céus
se fizeram incapazes do
casamento [eunucos].”
(Mt 19, 12)
12. O Celibato para o reino dos Céus
• A Igreja tem a convicção de que estas palavras não expressam um
mandamento que obriga a todos, mas um conselho que diz
respeito só a algumas pessoas (TdC 73)
• Essa escolha está conectada à renúncia e também a um
determinado esforço espiritual. (TdC 74)
• Essa maneira de existir enquanto ser humano (homem e mulher),
aponta para a “virgindade” escatológica do homem ressuscitado,
na qual, eu diria, o absoluto e eterno significado esponsal do
corpo glorificado será revelado. (TdC 75)
• É sinal de que o corpo,
cujo fim não é a morte,
tende para a glorificação;
é um testemunho entre os
homens que antecipa a
futura ressurreição. (TdC 73)
13. “A divina maternidade de Maria é
também, em certo sentido, uma
superabundante revelação
daquela fecundidade do espírito
Santo, a que o homem submete o
seu espírito, quando livremente
escolhe a continência ‘no corpo’.”
(TdC 75)
“O matrimônio de Maria com José,
encerra em si, ao mesmo tempo, o
mistério da perfeita comunhão das
pessoas, do Homem e da Mulher
no pacto conjugal, e ao mesmo
tempo o mistério daquela singular
‘continência’ por amor do Reino
dos Céus .” (TdC 75)
14. Celibato e Matrimônio
• A questão da continência para o Reino dos Céus
não é colocada em oposição ao matrimônio,
nem se baseia num juízo negativo a respeito da
sua importância. (TdC 73)
• A superioridade evangélica e autenticidade
cristã da virgindade, da continência, é, portanto,
ditada pelo motivo do Reino dos Céus. (TdC 77)
• O matrimônio e a continência nem se
contrapõem um ao outro, nem dividem a
comunidade humana (e cristã) em dois campos
(digamos: aqueles que são “perfeitos” por causa
da continência e aqueles que são “imperfeitos”
ou menos perfeitos por causa da realidade da
vida conjugal). (TdC 78)
15. Esta renúncia por parte de pessoas individuais, homens
e mulheres, é em certo sentido indispensável para um
reconhecimento mais claro do mesmo significado
esponsal do corpo em todo o ethos da vida humana e
sobretudo no ethos da vida) conjugal. (TdC 81)
O amor esponsal que encontra
a sua expressão na continência
“pelo Reino dos Céus”, deve
levar, em seu desenvolvimento
normal, à “paternidade” ou
“maternidade” no sentido
espiritual (ou seja,
precisamente àquela
“fecundidade do espírito
santo”, de que já falamos).
(TdC 78)
16. Solidão e Comunhão
“Embora permanecendo pela
sua natureza um ser “dual”
(isto é, inclinado como
homem para a mulher, e
como mulher, para o
homem), ele [o celibatário]
é capaz de descobrir nesta
sua solidão, que nunca
deixa de ser uma dimensão
pessoal da natureza dual
de cada um, uma nova e
até mesmo mais plena
forma de comunhão
intersubjetiva com os
outros.”
(TdC 77)
17. A renúncia ao matrimônio por amor do Reino de
Deus coloca em evidência, ao mesmo tempo,
aquele significado [esponsal do corpo] em
toda a sua verdade interior e em toda a sua
beleza pessoal. (TdC 81)
18. Senhora gloriosa,
bem mais do que o sol
brilhais.
O Deus que vos criou
ao seio amamentais.
O que Eva destruiu,
no Filho recriais;
do céu abris a porta
e os tristes abrigais.
Da luz brilhantes porta,
sois pórtico do Rei.
Da Virgem veio a vida.
Remidos, bendizei!
Ao Pai e ao Espírito,
poder, louvor, vitória,
e ao Filho, que gerastes
e vos vestiu de glória.