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CIÊNCIA EQUATORIAL ISSN 2179-9563
Artigo Original Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011
OCORRÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS ENTRE CRIANÇAS DA CRECHE
MENINO JESUS DO MUNICÍPIO DE DORES DO INDAIÁ, MINAS GERAIS
Fernanda da Conceição Fernandes1
; Flávio Henrique Ferreira Barbosa2
RESUMO
Neste trabalho, estabeleceu-se a ocorrência de parasitoses intestinais das crianças freqüentes da Creche Municipal
Menino Jesus da cidade de Dores do Indaiá – MG e os fatores de risco relacionados a elas. Foram investigados 60
indivíduos com idades de 0 a 6 ano. O exame parasitológico foi realizado pelo método Hoffmann Pons & Janer ou Lutz
(HPJ). Foi aplicado um questionário com perguntas relacionadas as questões socioeconômicas das crianças. Verificou-
se um parasitismo de 45%, sendo a Giardia lamblia (18,33%) é a espécie prevalente principalmente em crianças
menores de 2 anos (10- 83,33%). Este trabalho permitiu concluir que as infecções intestinais das crianças da Creche
Menino Jesus, constituem um problema de saúde publica para o município de Dores do Indaiá – MG e são indicativos
de condições socioeconômicas, higiênicas e culturais inadequadas.
Palavras-chave: ocorrência, parasitose intestinal, crianças, creche.
OCCURRENCE OF INTESTINAL PARASATISMS BETWEEN CHILDREN OF
THE DAY-CARE CENTER MENINO JESUS OF THE CITY DORES DO INDAIÁ, MINAS
GERAIS
ABSTRACT
In this work, it was established occurrence of intestinal parasitism of the frequent children of the Municipal Day-care
center Boy Jesus of the city of Dores do Indaiá - MG and the factors of risk related they. The 6 had been investigated 60
individuals with ages of 0 year. The parasitological examination was carried through by the method Hoffmann Pons &
Janer or Lutz (HPJ). A questionnaire with related questions was applied the socioeconomics questions of the children. A
45% parasitism was verified, being the Giardia lamblia (18.33%) is the predominant species mainly in lesser children
of 2 years (10 - 83.33%). This work allowed to conclude that the intestinal infections of the children of the day-care
center Menino Jesus, constitutes a health problem publishes for the city of Dores do Indaiá - MG and is indicative of
socioeconomics, hygienically and cultural conditions inadequate.
Keywords: occurrence, intestinal parasitism, children, day-care.
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	29	
INTRODUÇÃO
Os parasitas estão presentes no trato
digestivo do homem desde a Antiguidade. No
Brasil, comprovaram-se ovos de parasitas
intestinais em múmias e coprolitos que datam
mais de 7000 anos (NEVES, 2001). Além de
parasitas, é crescente a identificação de
microorganismos no sistema digestório
humano, como bactérias, vírus, fungos e
algas. Este problema repercute nos índices de
produtividade, morbidade e mortalidade.
(NEVES, 2001).
As doenças parasitárias são causas
relevantes de agravo à saúde em países
subdesenvolvidos e em desenvolvimento,
onde condições sócio-econômico-culturais
permitem a manutenção e disseminações de
ciclos biológicos de vários parasitam (VAZ,
2001).
Apesar dos avanços científicos e
tecnológicos alcançados ao longo dos anos, o
parasitismo intestinal continua sendo um
grave problema de saúde pública. Essa
situação é característica, sobretudo, dos países
subdesenvolvidos, nos quais as ações para o
controle dos enteroparasitos são mais difíceis
em conseqüência do custo das técnicas de
detecção, da infra-estrutura muitas vezes
precária e da falta de projetos educacionais
direcionados à população. Somam-se ainda a
esses fatores o baixo nível socioeconômico e
cultural das pessoas e deficientes hábitos de
higiene pessoal. Milhões de pessoas no
mundo são acometidas por diarréias, mas o
maior impacto se dá entre as crianças, sendo
esta uma das principais causas de mortalidade
e morbidade infantil (ANDRADE et al.,
2008).
Rouquayrol (1986, p45) ressalta, “Os
grupos sociais economicamente privilegiados
são pouco sujeitos a certos tipos de doenças
cuja incidência é acintosamente elevada nos
grupos economicamente desprivilegiados.”
Nos países em desenvolvimento,
especialmente de áreas tropicais, e nas
instituições de apoio (creches, asilos),
presídios e hospitais psiquiátricos o problema
tem maiores proporções. Programas para
diagnóstico, tratamento e profilaxia são
imperiosos para reduzir a repercussão das
infecções do trato gastrointestinal.
Para que ocorra transmissão de uma
doença parasitária, existe a necessidade da
presença simultânea de hospedeiros
suscetíveis (corpo para o parasita habitar),
agentes causadores (o parasita) e
eventualmente agentes transmissores
(vetores). Também existe a necessidade da
junção geográfica (mesmo lugar) e temporal
(ao mesmo tempo) dos três listados acima.
As parasitoses tropicais e suas relações
com a comunidade, sobretudo com o homem
do campo e populações de baixa renda, vêm
chamando a atenção da sociedade brasileira
desde a década de mil novecentos e trinta
quando o escritor Monteiro Lobato, já
sensibilizado pelo problema, escreveu “O Jeca
não é assim: está assim” (NEVES et al.,
2005). Ao escrever essa frase Monteiro
Lobato chama a atenção da sociedade para
que os fatos dos acontecimentos
parasitológicos sejam conseqüências da falta
de ações políticas das autoridades
competentes, e falta de informação dos
parasitados sobre as parasitoses.
As principais parasitoses que
acometem as crianças analisadas neste
trabalho são as enteroparasitoses,
principalmente as de contaminação feco-oral
(FERREIRA et al., 2005). Estas parasitoses
têm sido relatadas em vários locais e são as
mais freqüentes em comunidades de baixo
poder aquisitivo e escolaridade
(GONÇALVES et al., 2004).
As crianças são afetadas por parasitos
praticamente logo em seguida ao nascimento,
dando continuidade em alguns casos durante
sua vida toda.
Segundo Ferreira et al. (2000), estima-
se que, mundialmente, haja 1,5 bilhão de
indivíduos infectados por Ascaris
lumbricoides, 1,3 por Trichuris trichiura, 1,05
por ancilostomídeos, 200 milhões pelo
complexo Entamoeba histolytica/Entamoeba
díspar e 400 milhões por Giardia duodenalis.
São poucos os estudos sobre a situação
atual das doenças parasitárias entre as
crianças da Creche Menino Jesus do
município de Dores do Indaiá, uma vez que
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	2	
essa instituição apresenta crianças de baixo
nível sócio-econômico condizentes com fator
de risco considerável para uma alta incidência
de infecções parasitárias.
Transmissão de doenças parasitárias
A parasitologia é uma ciência que
estuda os organismos (parasitos) que vivem
no interior ou exterior de outro hospedeiro,
extraindo deste seu alimento e abrigo, sendo
que esta associação nem sempre é nociva ao
hospedeiro (CIMERMAM et al.,1999).
Na prática abrange o estudo de
protozoários, helmintos e artrópodes, em
cujos grupos situa-se a maioria dos parasitos
de importância medica e veterinária
(CIMERMAM et al.,1999).
As principais doenças são causadas
por um agente etiológico que é o agente
causador ou o responsável pela origem da
doença. Pode ser um vírus, bactéria, fungo,
protozoário ou um helminto. E são
consideradas como doenças endêmicas que e
aquela cuja incidência permanece constante
por vários anos, dando uma idéia de equilíbrio
entre a população e a doença.
Araújo (2003, p57) afirma que “A
parasitologia é a ciência que estuda as formas
de vida que vivem dentro ou sobre outros
organismos. Observa-se que o homem é um
dos hospedeiros onde pode abrigar diversos
tipos de parasitos”.
O estudo de parasitoses intestinais tem
uma grande importância social e de saúde
pública, uma vez que estas infecções causam
muitos danos à saúde de jovens e adultos, mas
principalmente de crianças (BASTOS et
al.,2004).
As parasitoses intestinais apresentam
diferentes mecanismos de transmissão, os
quais estão diretamente associados às
condições inadequadas de saneamento básico
e ao pouco investimento em educação
sanitária (SANTOS et al., 2007).
A epidemiologia pode ser conceituada
como a ciência que estuda a distribuição de
doenças (enfermidades), assim como a de
seus determinantes, na população humana. O
principal objetivo da epidemiologia é a
promoção da saúde, através da prevenção de
doenças, em diferentes grupos populacionais.
O aparecimento e a manutenção de uma
doença em um grupo populacional são
resultantes do processo interativo entre
hospedeiro, o agente e o meio ambiente
(CIMERMAM et al.,1999).
A transmissão de parasitas para os
alimentos pode ser direta ou indireta. Na
transmissão direta, o alimento é contaminado
diretamente pelas fezes humanas e de animais
contaminados, onde o homem é o veiculador
desta contaminação devido à higiene pessoal
incorreta. A transmissão indireta é feita
através de fezes contaminadas, quem são
levadas até o alimento, por veiculadores,
como as moscas, baratas, roedores que
pousam ou passam sobre esses materiais,
contaminando suas patas e levando
microrganismos até o alimento, ou até
mesmo, depositando nos equipamentos,
utensílios, pisos, paredes e tetos da cozinha
que, por sua vez, ficarão contaminados
(SILVA, 2005).
As parasitoses intestinais estão
intimamente relacionadas às condições
sanitárias e representam um importante
problema de saúde pública. As crianças são as
mais acometidas, podendo a maior
prevalência de parasitas intestinais levar ao
déficit nutricional e o crescimento pondero-
estatural (LUDWING et al., 1999).
O consumo de verduras cruas constitui
importante meio de transmissão de várias
doenças infecciosas e parasitárias pela
freqüente prática de irrigação de hortas com
água contaminada por matéria fecal ou
mesmo adubada com dejetos humanos
(TAKAYNAGUI et al.,2001).
A transmissão das doenças parasitárias
é freqüentemente facilitada pela contaminação
do meio ambiente com dejetos humanos e
animais. Esse procedimento é mais aplicável
as doenças transmitidas por via fecal-oral,
mas também se aplica às infecções que
exigem a penetração da larva na pele
(MURRAY et al., 2004).
Em creches, o acentuado risco de
exposição aos enteroparasitos ocorre por
causa das características inerentes a esses
estabelecimentos: a facilidade do contato
interpessoal (criança-criança, criança-
30
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	3	
funcionário), treinamento inadequado dos
funcionários e deficientes condições de
higiene (ANDRADE et al., 2008).
Relação Parasito-Hospedeiro
Atingindo o homem e agindo como
corpo estranho que se instala e cresce nos
tecidos humanos, o parasito começa a
alimentar-se à custa do hospedeiro,
metabolizando as suas reservas nutritivas para
cobrir as próprias necessidades metabólicas.
O resultado será o prejuízo do hospedeiro,
levando as conseqüências finais, ou seja, à
doença ou à morte. O mecanismo desta ação
pode ser único ou múltiplo (CIMERMAN et
al.,1999).
O parasitismo, seguramente ocorreu
quando na evolução de uma destas
associações (simbiose, predatismo e
canibalismo) um organismo menor se sentiu
beneficiado, quer pela proteção, quer pela
obtenção de alimento. Como conseqüência
dessa associação e com o decorrer de milhares
de anos houve uma evolução para melhor
relacionamento com o hospedeiro. Essa
evolução, feita à custa de adaptações, tornou o
invasor (parasito) mais e mais dependente do
outro ser vivo (NEVES et al., 2005).
Fatores adicionais que determinam o
resultado das interações entre parasita e
hospedeiro incluem a via de exposição e o
tamanho do inoculo. Muitos parasitas
humanos possuem uma limitada faixa de
órgãos ou tecidos nos quais eles podem se
multiplicar ou sobreviver (MURRAY et al.,
2004).
As crianças são mais suscetíveis à
doença parasitaria do que os adultos,
influindo neste caso o estado imunológico que
aumenta com a idade (NEVES et al., 2005).
A sintomatologia é bastante variável.
Os quadros graves são mais comuns em
pacientes desnutridos, imunodeprimidos, com
neoplasias, portadores de doenças de
colágeno, anemia falciforme, tuberculose,
esplenenectomia prévia, ou naqueles em uso
prolongado de corticóides ou
imunossupressores (MELO et al., 2004).
As doenças parasitárias importam
pela mortalidade resultante com que
produzem déficits orgânicos, sendo um dos
principais fatores debilitantes da população,
associando-se freqüentemente a quadros de
diarréia crônica e desnutrição,
comprometendo assim, o desenvolvimento
físico e intelectual, particularmente das faixas
etárias mais jovens da população
(PEDRAZZANI et al., 1989).
Doenças parasitárias no Brasil
A freqüência de parasitoses intestinais
em nosso país é sabidamente elevada,
sofrendo variações quanto a cada região e
quanto às condições de saneamento básico, o
grau de escolaridade, a idade e os hábitos de
higiene dos indivíduos que nela habitam,
entre outras variáveis (MACHADO et al.,
1999).
O Brasil, pelo fato de possuir
características socioeconômicas, culturais,
demográficas e ambientais distintas dos
outros países do mundo, não completou
totalmente o seu processo particular de
transição epidemiológica até o final da década
de oitenta, devido à importância que as
doenças infecciosas e parasitárias
apresentavam, e ainda, por não ser
considerado um país homogêneo (CAMPELO
et al, 2005).
Pesquisas populacionais sobre
parasitos intestinais foram realizadas em
diversas regiões do Brasil e mostram
freqüências bastante diferentes, de acordo
com as condições locais de saneamento e
características da amostra analisada (SANTO
et al., 2006).
Diagnóstico de parasitas intestinais
A maioria dos parasitos não determina
quadro clínico característico, mas a história
pode auxiliar o médico na elaboração da
impressão diagnóstica. A identificação do
parasita em fezes, sangue tecidos e em outros
líquidos do organismo determina, na maioria
das vezes, o diagnóstico etiológico. O exame
complementar mais utilizado é o
parasitológico de fezes (MELO et al., 2004).
O método a ser utilizado para a
pesquisa em fezes deve ser escolhido
31
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	4	
conforme a suspeita diagnóstica. Para exames
rotineiros pode ser solicitado o parasitológico
de fezes pelos métodos de sedimentação por
centrifugação ou espontânea (HPJ), o que
permite a visibilização de ovos, larvas e
cistos. Podem ser úteis para o diagnóstico de
algumas parasitoses o aspirado e a biópsia
duodenal (Giardia, Cryptosporidium,
Isospora, Strongyloides stercoralis, S.
mansoni) (MOTA et al., 2004).
O Método Hoffmann Pons & Janer ou
Lutz se trata da sedimentação espontânea em
água. E utilizado para evidenciar ovos
pesados de helmintos quando a sedimentação
ficar por um período de tem pode, no mínimo,
uma hora, e para os ovos leves de helmintos
for por um período de 24 horas
(CIMERMAM et al.,1999).
A técnica se faz adicionando cerca de
2 g de fezes em um béquer ou borrel contendo
água e homogeneizar o material.Coar esta
suspensão em funil de vidro através de uma
gaze dobrada em quatro, recolher o material
em um recipiente cônico apropriado (copo de
sedimentação), no qual ocorrera a
sedimentação, em geral após uma a 24
horas.Recolher do fundo do copo cerca de
50mm de sedimento utilizando uma pipeta de
Pasteur ou canudo, tamponando-o com o dedo
indicador.Depositar o sedimento em laminas,
adicionar uma gota de lugol, cobrir com uma
lamínula e observar ao microscópio (NEVES
et al., 2005).
Profilaxia das parasitoses intestinais
Medidas profiláticas são
indispensáveis e simples, mas difíceis de
serem incorporadas à rotina da população. A
inobservância das medidas profiláticas é que
determina a manutenção de contaminação do
meio e a recidiva das infestações. A profilaxia
das parasitoses intestinais envolve a
abordagem do problema médico e do
problema socioeconômico. Cabe aos médicos
não só proceder à quimioterapia dos
portadores, como orientá-los (NEVES, 2001).
Segundo Melo et al. (2004), o objetivo
é interromper a transmissão desses parasitas
por meio de várias condutas, tais como:
- preparo e manipulação adequados
dos alimentos;
- tratamento e conservação da água;
- uso de calçados;
- construção de vasos sanitários e
fossas sépticas;
- destino apropriado das fezes;
- programas educacionais relacionados
à higiene, condutas que devem ser tomadas
para diminuir a freqüência das parasitoses;
- emprego de medicamentos.
Enfim profilaxia é o conjunto de
medidas que visam a prevenção, erradicação
ou controle de doenças ou fatos prejudiciais
ao seres vivos.Essas medidas são baseadas na
epidemiologia de cada doença.
NEVES (2005, p 5) profilaxia e
quando se usa medidas contra uma doença já
estabelecida e “prevenção”, quando se usa
medidas para evitar o estabelecimento de uma
doença.
Neste trabalho buscou-se detectar e
identificar os parasitas intestinais que
acometem as crianças da Creche Menino
Jesus no município de Dores do Indaiá e
orientar monitores, pais e responsáveis para as
medidas profiláticas, tais como: higiene,
educação sanitária, saneamento básico e
alimentação.
MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização do município
A cidade de Dores do Indaiá está
situada na região sudeste do Brasil (FIGURA
1), na região centro-oeste de Minas Gerais
(Latitude: “19º 27’ 48” e Longitude: “45º 36’
06”). Possui uma extensão geográfica de
1.113,9 Km2
, onde predomina o clima
tropical, com temperatura média anual de 22,1
ºC. O índice de precipitação pluvial é
relativamente alto, 1415,7 mm anuais
(BRASIL, 2001) e sua população urbana é de
13.996 habitantes (BRASIL, 2007).
32
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	5	
Figura 1: Mapa de localização do Município de Dores
do Indaiá – MG. Brasil.
Área de estudo
A área de estudo pertence à Creche
Menino Jesus localizada na Avenida Doutor
Dí, nº 381, no bairro Rosário. A creche atende
crianças residentes em comunidades carentes
com idades de zero a sete anos no total de 62
crianças. A Creche Menino Jesus possui os
seguintes funcionários: oito monitoras, duas
auxiliares de serviços gerais e uma cozinheira.
Possuindo uma brinquedoteca, três berçários,
sala de trabalhos pedagógicos, refeitório e
pátio com parquinho.
Procedimentos
Elaboração e desenvolvimento da
idéia do tema com auxilio do orientador.
Logo em seguida deu-se início ao trabalho
sendo o primeiro a autorização por parte da
instituição para que a pesquisa pudesse ser
iniciada. Em parceria com a coordenação da
Creche Menino Jesus convocou-se os pais e
responsáveis das crianças freqüentes para uma
reunião cujo tema principal foi o
esclarecimento da idéia principal do trabalho
e solicitar o apoio e autorização para coletas
das amostras para os exames de fezes.
No período de maio e junho coletou-se
e encaminharam-se as amostras para o
Laboratório de Parasitologia de Dores do
Indaiá onde foram analisadas pelo bioquímico
responsável.
Após os resultados em mãos
novamente a coordenação da Creche Menino
Jesus convocou os funcionários, pais e
responsáveis pelas crianças para uma palestra
com uma equipe de saúde (enfermeira,
bioquímico e nutricionista) onde se abordou
as doenças parasitarias intestinais o combate e
prevenção das parasitoses.
Em relação aos resultados dos exames
foi identificado qual o parasita apresentou
maior incidência entre as crianças da Creche
Menino Jesus.
Os indivíduos que apresentaram as
parasitoses foram encaminhados por
intermédio da creche ao PSF3 (Programa
Saúde da Família) do bairro Juiz de Fora,
onde foram atendidos por uma pediatra e
introduziram o tratamento adequado. O
resultado dos exames laboratoriais e o
resultado do questionário foram peças-chave
para a conclusão da pesquisa, pois através
deles se tornou possível identificar os
parasitos intestinais que acometiam as
crianças da creche e conhecer as condições de
vida em que as mesmas vivem.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante dois meses foram analisadas
amostras de fezes das crianças freqüentes da
Creche Menino Jesus do município de Dores
do Indaiá no Laboratório de Parasitologia de
Dores do Indaiá. As amostras foram
analisadas através do método HPJ por meio
de sedimentação espontânea ou centrifugadas.
Das 60 amostras 27 (45%) apresentaram
presença de parasitas, as amostras foram
analisadas e separadas por faixa etária.
Figura 2: Faixa etária das crianças da Creche Menino
Jesus - Dores do Indaiá – MG.
33
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	6	
Foram analisadas 12 amostras de
crianças de 0 a 02 anos, 11 amostras de 03
anos, 09 amostras de 04 anos, 10 amostras de
05 anos e 17 amostras de 06 anos. Em todas
essas faixas etárias foram encontradas as
seguintes parasitoses: Entamoeba histolytica,
Giardia lamblia e Ascaris lumbricoides.
Freud em suas pesquisas afirma que a
criança de 0 a 2 anos mantêm-se na fase oral
de seu desenvolvimento (BOCK et al.; 2001) ,
isso explica a ocorrência elevada de parasitas
encontrados nas amostras dessa faixa etária.
Das 12 amostras analisadas obtivemos os
seguintes resultados: 04 positivos para
Giardíase, 03 positivos para Amebíases e 03
positivos para Ascaridíase, somando um total
de 10 amostras o que corresponde a 83,33 %
das 12 amostras analisadas. A FIGURA 3
indica esse índice.
Figura 3: Amostra de crianças de 0 a 2 anos da Creche
Menino Jesus de Dores do Indaiá – MG.
Os resultados do presente trabalho
assemelham-se aos encontrados por SILVA &
SANTOS (2001), na área de abrangência do
Centro de Saúde Cícero Idelfonso em Belo
Horizonte, onde os mesmos verificaram uma
maior freqüência de parasitismo por G.
lamblia (19%) e A. lumbricoides (17%). Esses
parasitos são os mais comuns de se transmitir
(via oral) e os mais encontrados nas
investigações de populações urbanas
residentes em áreas com baixa renda per
capita SILVA & SANTOS (2001). Neste
trabalho tiveram índices parecidos como o
parasitismo por Giardia lamblia apresentou
(18,33 %) e o Ascaris lumbricoides (15%) dos
resultados das amostras analisadas.
Os índices positivos de parasitoses
dessas faixas etárias foram os seguintes: 03
anos 11 amostras sendo 02 (18,18%) amostras
positivas para amebíase, 02 (18,18%)
positivas para ascaridíase, 02 (18,18%)
positiva para giardíase e 05 (45,45%)
amostras negativas. Faixa etária de 04 anos
foram analisadas 09 amostras sendo 01
(11,11%) amostra positiva para ascaridíase,
01 (11,11%) positiva para giardíase e 07
(77,77%) negativas. Faixa etária de 05 anos
foram analisadas 10 amostras apresentando os
seguintes resultados 02 (20%) amostras
positivas para giardíase, 02 (20%) positiva
para amebíase e 01 (10%) para ascaridíase e
05 (50%) negativas. Faixa etária de 06 anos
foram analisadas 17 amostras apresentando os
seguintes resultados: 02 (11,76%) amostras
positivas para ascaridíase, 02 (11,76%)
amostras positivas para giardíase, 01 (5,88%)
amostra positiva para amebíase e 12 (70,58%)
amostras negativas.
Dessa forma, percebe-se que a maior
freqüência foi de Giardia lamblia (18,33%), o
que vai ao encontro de vários autores, que
afirmam que as infecções humanas com G.
lamblia são comuns principalmente em
crianças de 0-5 anos, devido aos hábitos
precários de higiene e/ou imunidade baixa,
um exemplo disso e o trabalho de análise de
incidência de parasitoses intestinais no
município de Paraíba do Sul, RJ no qual
mostra que na análise individual das
parasitoses mais freqüentes foi observada que
na faixa etária de 0 a 10 anos, a prevalência
de Giardia lamblia significativamente maior
que nos outros grupos etários (BAPTISTA et
al., 2006). O parasitismo de menores de dois
anos por esta espécie pode também estar
refletindo o elevado grau de contaminação
dos ambientes peri e/ou domiciliares, sendo
que a presença de animais domésticos pode
estar contribuindo para isso.
CONCLUSÕES
Este trabalho permite concluir que as
infecções intestinais, principalmente por
protozoários e helmintos em crianças da
Creche Municipal Menino Jesus representa
34
Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011	 Página	7	
um problema para o município de Dores do
Indaiá – MG. O encontro de Giardia lamblia,
como principal parasito, reforça a importância
do estudo desta parasitose na população
infantil e é indicativo de condições
socioeconômicas, higiênicas e culturais
inadequadas. As soluções para este problema
passam pela melhoria das condições de
saneamento básico orientações sobre higiene
e cuidados com alimentos e água. A prática de
mudança de hábitos é condição necessária
para elevar a qualidade de vida dessas
pessoas.
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D.; BERGAMINI; A. M. M.;
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Parasitologia Clínica: Seleção de métodos e
técnicas de laboratório para o diagnóstico
das parasitoses humanas. São Paulo. Editora
Atheneu, 2001. p. 505-539.
_____________________________________
1 – Fernanda da Conceição Fernandes, BSc
Bióloga / Consultora
FASF / UNISA
2 – Flávio Henrique Ferreira Barbosa, PhD
Professor Adjunto I – Ciências Farmacêuticas
Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
flavio.barbosa@unifap.br
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  • 1. [Digite texto] Página 28 CIÊNCIA EQUATORIAL ISSN 2179-9563 Artigo Original Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 OCORRÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS ENTRE CRIANÇAS DA CRECHE MENINO JESUS DO MUNICÍPIO DE DORES DO INDAIÁ, MINAS GERAIS Fernanda da Conceição Fernandes1 ; Flávio Henrique Ferreira Barbosa2 RESUMO Neste trabalho, estabeleceu-se a ocorrência de parasitoses intestinais das crianças freqüentes da Creche Municipal Menino Jesus da cidade de Dores do Indaiá – MG e os fatores de risco relacionados a elas. Foram investigados 60 indivíduos com idades de 0 a 6 ano. O exame parasitológico foi realizado pelo método Hoffmann Pons & Janer ou Lutz (HPJ). Foi aplicado um questionário com perguntas relacionadas as questões socioeconômicas das crianças. Verificou- se um parasitismo de 45%, sendo a Giardia lamblia (18,33%) é a espécie prevalente principalmente em crianças menores de 2 anos (10- 83,33%). Este trabalho permitiu concluir que as infecções intestinais das crianças da Creche Menino Jesus, constituem um problema de saúde publica para o município de Dores do Indaiá – MG e são indicativos de condições socioeconômicas, higiênicas e culturais inadequadas. Palavras-chave: ocorrência, parasitose intestinal, crianças, creche. OCCURRENCE OF INTESTINAL PARASATISMS BETWEEN CHILDREN OF THE DAY-CARE CENTER MENINO JESUS OF THE CITY DORES DO INDAIÁ, MINAS GERAIS ABSTRACT In this work, it was established occurrence of intestinal parasitism of the frequent children of the Municipal Day-care center Boy Jesus of the city of Dores do Indaiá - MG and the factors of risk related they. The 6 had been investigated 60 individuals with ages of 0 year. The parasitological examination was carried through by the method Hoffmann Pons & Janer or Lutz (HPJ). A questionnaire with related questions was applied the socioeconomics questions of the children. A 45% parasitism was verified, being the Giardia lamblia (18.33%) is the predominant species mainly in lesser children of 2 years (10 - 83.33%). This work allowed to conclude that the intestinal infections of the children of the day-care center Menino Jesus, constitutes a health problem publishes for the city of Dores do Indaiá - MG and is indicative of socioeconomics, hygienically and cultural conditions inadequate. Keywords: occurrence, intestinal parasitism, children, day-care.
  • 2. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 29 INTRODUÇÃO Os parasitas estão presentes no trato digestivo do homem desde a Antiguidade. No Brasil, comprovaram-se ovos de parasitas intestinais em múmias e coprolitos que datam mais de 7000 anos (NEVES, 2001). Além de parasitas, é crescente a identificação de microorganismos no sistema digestório humano, como bactérias, vírus, fungos e algas. Este problema repercute nos índices de produtividade, morbidade e mortalidade. (NEVES, 2001). As doenças parasitárias são causas relevantes de agravo à saúde em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, onde condições sócio-econômico-culturais permitem a manutenção e disseminações de ciclos biológicos de vários parasitam (VAZ, 2001). Apesar dos avanços científicos e tecnológicos alcançados ao longo dos anos, o parasitismo intestinal continua sendo um grave problema de saúde pública. Essa situação é característica, sobretudo, dos países subdesenvolvidos, nos quais as ações para o controle dos enteroparasitos são mais difíceis em conseqüência do custo das técnicas de detecção, da infra-estrutura muitas vezes precária e da falta de projetos educacionais direcionados à população. Somam-se ainda a esses fatores o baixo nível socioeconômico e cultural das pessoas e deficientes hábitos de higiene pessoal. Milhões de pessoas no mundo são acometidas por diarréias, mas o maior impacto se dá entre as crianças, sendo esta uma das principais causas de mortalidade e morbidade infantil (ANDRADE et al., 2008). Rouquayrol (1986, p45) ressalta, “Os grupos sociais economicamente privilegiados são pouco sujeitos a certos tipos de doenças cuja incidência é acintosamente elevada nos grupos economicamente desprivilegiados.” Nos países em desenvolvimento, especialmente de áreas tropicais, e nas instituições de apoio (creches, asilos), presídios e hospitais psiquiátricos o problema tem maiores proporções. Programas para diagnóstico, tratamento e profilaxia são imperiosos para reduzir a repercussão das infecções do trato gastrointestinal. Para que ocorra transmissão de uma doença parasitária, existe a necessidade da presença simultânea de hospedeiros suscetíveis (corpo para o parasita habitar), agentes causadores (o parasita) e eventualmente agentes transmissores (vetores). Também existe a necessidade da junção geográfica (mesmo lugar) e temporal (ao mesmo tempo) dos três listados acima. As parasitoses tropicais e suas relações com a comunidade, sobretudo com o homem do campo e populações de baixa renda, vêm chamando a atenção da sociedade brasileira desde a década de mil novecentos e trinta quando o escritor Monteiro Lobato, já sensibilizado pelo problema, escreveu “O Jeca não é assim: está assim” (NEVES et al., 2005). Ao escrever essa frase Monteiro Lobato chama a atenção da sociedade para que os fatos dos acontecimentos parasitológicos sejam conseqüências da falta de ações políticas das autoridades competentes, e falta de informação dos parasitados sobre as parasitoses. As principais parasitoses que acometem as crianças analisadas neste trabalho são as enteroparasitoses, principalmente as de contaminação feco-oral (FERREIRA et al., 2005). Estas parasitoses têm sido relatadas em vários locais e são as mais freqüentes em comunidades de baixo poder aquisitivo e escolaridade (GONÇALVES et al., 2004). As crianças são afetadas por parasitos praticamente logo em seguida ao nascimento, dando continuidade em alguns casos durante sua vida toda. Segundo Ferreira et al. (2000), estima- se que, mundialmente, haja 1,5 bilhão de indivíduos infectados por Ascaris lumbricoides, 1,3 por Trichuris trichiura, 1,05 por ancilostomídeos, 200 milhões pelo complexo Entamoeba histolytica/Entamoeba díspar e 400 milhões por Giardia duodenalis. São poucos os estudos sobre a situação atual das doenças parasitárias entre as crianças da Creche Menino Jesus do município de Dores do Indaiá, uma vez que
  • 3. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 2 essa instituição apresenta crianças de baixo nível sócio-econômico condizentes com fator de risco considerável para uma alta incidência de infecções parasitárias. Transmissão de doenças parasitárias A parasitologia é uma ciência que estuda os organismos (parasitos) que vivem no interior ou exterior de outro hospedeiro, extraindo deste seu alimento e abrigo, sendo que esta associação nem sempre é nociva ao hospedeiro (CIMERMAM et al.,1999). Na prática abrange o estudo de protozoários, helmintos e artrópodes, em cujos grupos situa-se a maioria dos parasitos de importância medica e veterinária (CIMERMAM et al.,1999). As principais doenças são causadas por um agente etiológico que é o agente causador ou o responsável pela origem da doença. Pode ser um vírus, bactéria, fungo, protozoário ou um helminto. E são consideradas como doenças endêmicas que e aquela cuja incidência permanece constante por vários anos, dando uma idéia de equilíbrio entre a população e a doença. Araújo (2003, p57) afirma que “A parasitologia é a ciência que estuda as formas de vida que vivem dentro ou sobre outros organismos. Observa-se que o homem é um dos hospedeiros onde pode abrigar diversos tipos de parasitos”. O estudo de parasitoses intestinais tem uma grande importância social e de saúde pública, uma vez que estas infecções causam muitos danos à saúde de jovens e adultos, mas principalmente de crianças (BASTOS et al.,2004). As parasitoses intestinais apresentam diferentes mecanismos de transmissão, os quais estão diretamente associados às condições inadequadas de saneamento básico e ao pouco investimento em educação sanitária (SANTOS et al., 2007). A epidemiologia pode ser conceituada como a ciência que estuda a distribuição de doenças (enfermidades), assim como a de seus determinantes, na população humana. O principal objetivo da epidemiologia é a promoção da saúde, através da prevenção de doenças, em diferentes grupos populacionais. O aparecimento e a manutenção de uma doença em um grupo populacional são resultantes do processo interativo entre hospedeiro, o agente e o meio ambiente (CIMERMAM et al.,1999). A transmissão de parasitas para os alimentos pode ser direta ou indireta. Na transmissão direta, o alimento é contaminado diretamente pelas fezes humanas e de animais contaminados, onde o homem é o veiculador desta contaminação devido à higiene pessoal incorreta. A transmissão indireta é feita através de fezes contaminadas, quem são levadas até o alimento, por veiculadores, como as moscas, baratas, roedores que pousam ou passam sobre esses materiais, contaminando suas patas e levando microrganismos até o alimento, ou até mesmo, depositando nos equipamentos, utensílios, pisos, paredes e tetos da cozinha que, por sua vez, ficarão contaminados (SILVA, 2005). As parasitoses intestinais estão intimamente relacionadas às condições sanitárias e representam um importante problema de saúde pública. As crianças são as mais acometidas, podendo a maior prevalência de parasitas intestinais levar ao déficit nutricional e o crescimento pondero- estatural (LUDWING et al., 1999). O consumo de verduras cruas constitui importante meio de transmissão de várias doenças infecciosas e parasitárias pela freqüente prática de irrigação de hortas com água contaminada por matéria fecal ou mesmo adubada com dejetos humanos (TAKAYNAGUI et al.,2001). A transmissão das doenças parasitárias é freqüentemente facilitada pela contaminação do meio ambiente com dejetos humanos e animais. Esse procedimento é mais aplicável as doenças transmitidas por via fecal-oral, mas também se aplica às infecções que exigem a penetração da larva na pele (MURRAY et al., 2004). Em creches, o acentuado risco de exposição aos enteroparasitos ocorre por causa das características inerentes a esses estabelecimentos: a facilidade do contato interpessoal (criança-criança, criança- 30
  • 4. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 3 funcionário), treinamento inadequado dos funcionários e deficientes condições de higiene (ANDRADE et al., 2008). Relação Parasito-Hospedeiro Atingindo o homem e agindo como corpo estranho que se instala e cresce nos tecidos humanos, o parasito começa a alimentar-se à custa do hospedeiro, metabolizando as suas reservas nutritivas para cobrir as próprias necessidades metabólicas. O resultado será o prejuízo do hospedeiro, levando as conseqüências finais, ou seja, à doença ou à morte. O mecanismo desta ação pode ser único ou múltiplo (CIMERMAN et al.,1999). O parasitismo, seguramente ocorreu quando na evolução de uma destas associações (simbiose, predatismo e canibalismo) um organismo menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção, quer pela obtenção de alimento. Como conseqüência dessa associação e com o decorrer de milhares de anos houve uma evolução para melhor relacionamento com o hospedeiro. Essa evolução, feita à custa de adaptações, tornou o invasor (parasito) mais e mais dependente do outro ser vivo (NEVES et al., 2005). Fatores adicionais que determinam o resultado das interações entre parasita e hospedeiro incluem a via de exposição e o tamanho do inoculo. Muitos parasitas humanos possuem uma limitada faixa de órgãos ou tecidos nos quais eles podem se multiplicar ou sobreviver (MURRAY et al., 2004). As crianças são mais suscetíveis à doença parasitaria do que os adultos, influindo neste caso o estado imunológico que aumenta com a idade (NEVES et al., 2005). A sintomatologia é bastante variável. Os quadros graves são mais comuns em pacientes desnutridos, imunodeprimidos, com neoplasias, portadores de doenças de colágeno, anemia falciforme, tuberculose, esplenenectomia prévia, ou naqueles em uso prolongado de corticóides ou imunossupressores (MELO et al., 2004). As doenças parasitárias importam pela mortalidade resultante com que produzem déficits orgânicos, sendo um dos principais fatores debilitantes da população, associando-se freqüentemente a quadros de diarréia crônica e desnutrição, comprometendo assim, o desenvolvimento físico e intelectual, particularmente das faixas etárias mais jovens da população (PEDRAZZANI et al., 1989). Doenças parasitárias no Brasil A freqüência de parasitoses intestinais em nosso país é sabidamente elevada, sofrendo variações quanto a cada região e quanto às condições de saneamento básico, o grau de escolaridade, a idade e os hábitos de higiene dos indivíduos que nela habitam, entre outras variáveis (MACHADO et al., 1999). O Brasil, pelo fato de possuir características socioeconômicas, culturais, demográficas e ambientais distintas dos outros países do mundo, não completou totalmente o seu processo particular de transição epidemiológica até o final da década de oitenta, devido à importância que as doenças infecciosas e parasitárias apresentavam, e ainda, por não ser considerado um país homogêneo (CAMPELO et al, 2005). Pesquisas populacionais sobre parasitos intestinais foram realizadas em diversas regiões do Brasil e mostram freqüências bastante diferentes, de acordo com as condições locais de saneamento e características da amostra analisada (SANTO et al., 2006). Diagnóstico de parasitas intestinais A maioria dos parasitos não determina quadro clínico característico, mas a história pode auxiliar o médico na elaboração da impressão diagnóstica. A identificação do parasita em fezes, sangue tecidos e em outros líquidos do organismo determina, na maioria das vezes, o diagnóstico etiológico. O exame complementar mais utilizado é o parasitológico de fezes (MELO et al., 2004). O método a ser utilizado para a pesquisa em fezes deve ser escolhido 31
  • 5. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 4 conforme a suspeita diagnóstica. Para exames rotineiros pode ser solicitado o parasitológico de fezes pelos métodos de sedimentação por centrifugação ou espontânea (HPJ), o que permite a visibilização de ovos, larvas e cistos. Podem ser úteis para o diagnóstico de algumas parasitoses o aspirado e a biópsia duodenal (Giardia, Cryptosporidium, Isospora, Strongyloides stercoralis, S. mansoni) (MOTA et al., 2004). O Método Hoffmann Pons & Janer ou Lutz se trata da sedimentação espontânea em água. E utilizado para evidenciar ovos pesados de helmintos quando a sedimentação ficar por um período de tem pode, no mínimo, uma hora, e para os ovos leves de helmintos for por um período de 24 horas (CIMERMAM et al.,1999). A técnica se faz adicionando cerca de 2 g de fezes em um béquer ou borrel contendo água e homogeneizar o material.Coar esta suspensão em funil de vidro através de uma gaze dobrada em quatro, recolher o material em um recipiente cônico apropriado (copo de sedimentação), no qual ocorrera a sedimentação, em geral após uma a 24 horas.Recolher do fundo do copo cerca de 50mm de sedimento utilizando uma pipeta de Pasteur ou canudo, tamponando-o com o dedo indicador.Depositar o sedimento em laminas, adicionar uma gota de lugol, cobrir com uma lamínula e observar ao microscópio (NEVES et al., 2005). Profilaxia das parasitoses intestinais Medidas profiláticas são indispensáveis e simples, mas difíceis de serem incorporadas à rotina da população. A inobservância das medidas profiláticas é que determina a manutenção de contaminação do meio e a recidiva das infestações. A profilaxia das parasitoses intestinais envolve a abordagem do problema médico e do problema socioeconômico. Cabe aos médicos não só proceder à quimioterapia dos portadores, como orientá-los (NEVES, 2001). Segundo Melo et al. (2004), o objetivo é interromper a transmissão desses parasitas por meio de várias condutas, tais como: - preparo e manipulação adequados dos alimentos; - tratamento e conservação da água; - uso de calçados; - construção de vasos sanitários e fossas sépticas; - destino apropriado das fezes; - programas educacionais relacionados à higiene, condutas que devem ser tomadas para diminuir a freqüência das parasitoses; - emprego de medicamentos. Enfim profilaxia é o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle de doenças ou fatos prejudiciais ao seres vivos.Essas medidas são baseadas na epidemiologia de cada doença. NEVES (2005, p 5) profilaxia e quando se usa medidas contra uma doença já estabelecida e “prevenção”, quando se usa medidas para evitar o estabelecimento de uma doença. Neste trabalho buscou-se detectar e identificar os parasitas intestinais que acometem as crianças da Creche Menino Jesus no município de Dores do Indaiá e orientar monitores, pais e responsáveis para as medidas profiláticas, tais como: higiene, educação sanitária, saneamento básico e alimentação. MATERIAL E MÉTODOS Caracterização do município A cidade de Dores do Indaiá está situada na região sudeste do Brasil (FIGURA 1), na região centro-oeste de Minas Gerais (Latitude: “19º 27’ 48” e Longitude: “45º 36’ 06”). Possui uma extensão geográfica de 1.113,9 Km2 , onde predomina o clima tropical, com temperatura média anual de 22,1 ºC. O índice de precipitação pluvial é relativamente alto, 1415,7 mm anuais (BRASIL, 2001) e sua população urbana é de 13.996 habitantes (BRASIL, 2007). 32
  • 6. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 5 Figura 1: Mapa de localização do Município de Dores do Indaiá – MG. Brasil. Área de estudo A área de estudo pertence à Creche Menino Jesus localizada na Avenida Doutor Dí, nº 381, no bairro Rosário. A creche atende crianças residentes em comunidades carentes com idades de zero a sete anos no total de 62 crianças. A Creche Menino Jesus possui os seguintes funcionários: oito monitoras, duas auxiliares de serviços gerais e uma cozinheira. Possuindo uma brinquedoteca, três berçários, sala de trabalhos pedagógicos, refeitório e pátio com parquinho. Procedimentos Elaboração e desenvolvimento da idéia do tema com auxilio do orientador. Logo em seguida deu-se início ao trabalho sendo o primeiro a autorização por parte da instituição para que a pesquisa pudesse ser iniciada. Em parceria com a coordenação da Creche Menino Jesus convocou-se os pais e responsáveis das crianças freqüentes para uma reunião cujo tema principal foi o esclarecimento da idéia principal do trabalho e solicitar o apoio e autorização para coletas das amostras para os exames de fezes. No período de maio e junho coletou-se e encaminharam-se as amostras para o Laboratório de Parasitologia de Dores do Indaiá onde foram analisadas pelo bioquímico responsável. Após os resultados em mãos novamente a coordenação da Creche Menino Jesus convocou os funcionários, pais e responsáveis pelas crianças para uma palestra com uma equipe de saúde (enfermeira, bioquímico e nutricionista) onde se abordou as doenças parasitarias intestinais o combate e prevenção das parasitoses. Em relação aos resultados dos exames foi identificado qual o parasita apresentou maior incidência entre as crianças da Creche Menino Jesus. Os indivíduos que apresentaram as parasitoses foram encaminhados por intermédio da creche ao PSF3 (Programa Saúde da Família) do bairro Juiz de Fora, onde foram atendidos por uma pediatra e introduziram o tratamento adequado. O resultado dos exames laboratoriais e o resultado do questionário foram peças-chave para a conclusão da pesquisa, pois através deles se tornou possível identificar os parasitos intestinais que acometiam as crianças da creche e conhecer as condições de vida em que as mesmas vivem. RESULTADOS E DISCUSSÕES Durante dois meses foram analisadas amostras de fezes das crianças freqüentes da Creche Menino Jesus do município de Dores do Indaiá no Laboratório de Parasitologia de Dores do Indaiá. As amostras foram analisadas através do método HPJ por meio de sedimentação espontânea ou centrifugadas. Das 60 amostras 27 (45%) apresentaram presença de parasitas, as amostras foram analisadas e separadas por faixa etária. Figura 2: Faixa etária das crianças da Creche Menino Jesus - Dores do Indaiá – MG. 33
  • 7. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 6 Foram analisadas 12 amostras de crianças de 0 a 02 anos, 11 amostras de 03 anos, 09 amostras de 04 anos, 10 amostras de 05 anos e 17 amostras de 06 anos. Em todas essas faixas etárias foram encontradas as seguintes parasitoses: Entamoeba histolytica, Giardia lamblia e Ascaris lumbricoides. Freud em suas pesquisas afirma que a criança de 0 a 2 anos mantêm-se na fase oral de seu desenvolvimento (BOCK et al.; 2001) , isso explica a ocorrência elevada de parasitas encontrados nas amostras dessa faixa etária. Das 12 amostras analisadas obtivemos os seguintes resultados: 04 positivos para Giardíase, 03 positivos para Amebíases e 03 positivos para Ascaridíase, somando um total de 10 amostras o que corresponde a 83,33 % das 12 amostras analisadas. A FIGURA 3 indica esse índice. Figura 3: Amostra de crianças de 0 a 2 anos da Creche Menino Jesus de Dores do Indaiá – MG. Os resultados do presente trabalho assemelham-se aos encontrados por SILVA & SANTOS (2001), na área de abrangência do Centro de Saúde Cícero Idelfonso em Belo Horizonte, onde os mesmos verificaram uma maior freqüência de parasitismo por G. lamblia (19%) e A. lumbricoides (17%). Esses parasitos são os mais comuns de se transmitir (via oral) e os mais encontrados nas investigações de populações urbanas residentes em áreas com baixa renda per capita SILVA & SANTOS (2001). Neste trabalho tiveram índices parecidos como o parasitismo por Giardia lamblia apresentou (18,33 %) e o Ascaris lumbricoides (15%) dos resultados das amostras analisadas. Os índices positivos de parasitoses dessas faixas etárias foram os seguintes: 03 anos 11 amostras sendo 02 (18,18%) amostras positivas para amebíase, 02 (18,18%) positivas para ascaridíase, 02 (18,18%) positiva para giardíase e 05 (45,45%) amostras negativas. Faixa etária de 04 anos foram analisadas 09 amostras sendo 01 (11,11%) amostra positiva para ascaridíase, 01 (11,11%) positiva para giardíase e 07 (77,77%) negativas. Faixa etária de 05 anos foram analisadas 10 amostras apresentando os seguintes resultados 02 (20%) amostras positivas para giardíase, 02 (20%) positiva para amebíase e 01 (10%) para ascaridíase e 05 (50%) negativas. Faixa etária de 06 anos foram analisadas 17 amostras apresentando os seguintes resultados: 02 (11,76%) amostras positivas para ascaridíase, 02 (11,76%) amostras positivas para giardíase, 01 (5,88%) amostra positiva para amebíase e 12 (70,58%) amostras negativas. Dessa forma, percebe-se que a maior freqüência foi de Giardia lamblia (18,33%), o que vai ao encontro de vários autores, que afirmam que as infecções humanas com G. lamblia são comuns principalmente em crianças de 0-5 anos, devido aos hábitos precários de higiene e/ou imunidade baixa, um exemplo disso e o trabalho de análise de incidência de parasitoses intestinais no município de Paraíba do Sul, RJ no qual mostra que na análise individual das parasitoses mais freqüentes foi observada que na faixa etária de 0 a 10 anos, a prevalência de Giardia lamblia significativamente maior que nos outros grupos etários (BAPTISTA et al., 2006). O parasitismo de menores de dois anos por esta espécie pode também estar refletindo o elevado grau de contaminação dos ambientes peri e/ou domiciliares, sendo que a presença de animais domésticos pode estar contribuindo para isso. CONCLUSÕES Este trabalho permite concluir que as infecções intestinais, principalmente por protozoários e helmintos em crianças da Creche Municipal Menino Jesus representa 34
  • 8. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 7 um problema para o município de Dores do Indaiá – MG. O encontro de Giardia lamblia, como principal parasito, reforça a importância do estudo desta parasitose na população infantil e é indicativo de condições socioeconômicas, higiênicas e culturais inadequadas. As soluções para este problema passam pela melhoria das condições de saneamento básico orientações sobre higiene e cuidados com alimentos e água. A prática de mudança de hábitos é condição necessária para elevar a qualidade de vida dessas pessoas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE F.; RODE. G,;FILHO. H. H. S.; GOULART. J. G.; Parasitoses Intestinais em um Centro de Educação Infantil Publico do Município de Blumenau (SC), BRASIL. com ênfase em Cryptosporidium spp e outros protozoários. Universidade Regional de Blumenau - Blumenau, SC Revista de Patologia Tropical, v. 37, n. 4, 2008. ARAUJO, A.; JASEN, A.M.; BOUCHET, F.; REINHARD, K.; FERREIRA, L.F. Parasitism, the diversity of life, and Paleoparasitology. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. 2003. BAPTISTA. S. C., BREGUEZ. J. M. M., BAPTISTA. M. C. P., SILVA. G. M. S., PINHEIRO. R. O., Analise da incidência de parasitoses intestinais no município de Paraíba do Sul, RJ. RBAC, vol. 38(4): 271- 273, 2006 . BASTOS,S.F.; GOMES, B.;LIMA, M.; A Educação Ambiental Na Prevenção De Doenças: Levantamento Das Parasitoses Intestinais Nos Moradores Da Comunidade Jararaca, Bragança – Pará, Brasil. Universidade Federal do Para- Grupo Universitário de Educação Ambiental (GUEAM).2004. BOCK. A. M,; FURTADO. O.; TEIXEIRA. M. L. T.; Psicologias uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo, Ed Saraiva 13ª Ed., c. 05, p. 368, 2001. BRASIL (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2007). Divisão Territorial: População e Domicílios. Disponível na Internet http://www.ibge.gor.br/cidadesa/default.php. Acesso em 26 de maio de 2009. BRASIL (Instituto nacional de Meteorologia- INMET(2008). Órgão governamental com informações completas sobre o tempo e o clima em todo Brasil http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/so bre_meteorologia/previsao_tempo.html.php.A cessado em 26 de maio de 2009. CAMPELO; V.; GONÇALVES; M. A. G.; DONADI; E. A. Mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias no Município de Teresina-PI (Brasil), 1971-2000. Revista brasileira de epidemiologia v.8 n.1 São Paulo março 2005. CIMERMAN, B.; CIMERMAN, S. Parasitologia Humana e seus Fundamentos Gerais. São Paulo: Editora Atheneu, 1 ed, p. 375; 1999. DORES DO INDAIA (Portal do Cidadão Dorense-Mapa e localização. Disponível na internet http://www.doresdoindaia.mg.gov.br/html/co nheca_cidade/localizacao.htm. Acessado em 26 de maio de 2009). FERREIRA. M. U., FERREIRA. C. S., MONTEIRO. C. A. Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1986-1996). Revista Saúde Pública 34: 73-82, 2000. FERREIRA, R. G.; ANDRADE, C. F. S. Alguns aspectos socioeconômicos relacionados a parasitoses intestinais e avaliação de uma intervenção educativa em escolares de Estiva Gerbi, SP Revista da Sociedade Brasileiro de Medicina Tropical. v. 38 n.5 p. 402-405, 2005. 35
  • 9. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 8 GONÇALVES, R. T. Projeto Creche das Rosinhas: 13 anos de educação e saúde em creches Anais do 7° Encontro de Extensão da UFMG. p. 1-6, 2004. LUDWIG, K. M.; FREI, F.; FILHO, A.F & RIBEIRO; PAES, J. T. Correlação entre condições de saneamento básico e parasitos intestinais na população de Assis, estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v. 32 n.5, p. 547-555, 1999. MACHADO, R. C.; MARCARI, E. L.; CRISTANTE, S. F. V.; CARARETO, C. M. A. Giardíase e helmintíases em crianças de creches e escolas de 1º e 2º graus (públicas e privadas) da cidade de Mirassol (SP, Brasil). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 32, n. 6, p. 697-704, 1999. MAMUS. C. N. C.; MOITINHO. A. C. C.; GRUBE. C. C.; MELO. E. M.; WEILER. E. B.; ABREU. C. A.; BELTRAO. L.; SOARES. P. B.; BELTRAME. S.; RIBEIRO. S.; AEIXO. D. L.; Enteroparasitoses em um centro de educação infantil do município de Iretamar/PR. Revista Saúde e Biologia v.3, n.2, p.39-44, Jul-Dez, 2008. MELO, M. C. B.; KLEM, V. G. Q.; MOTA, J. A. C.; PENNA, F. J. Parasitoses Intestinais. Revista Médica de Minas Gerais, v. 14, n. 1, p. 3-12, 2004. MOTA, J. A.C.; PENNA, F. J.; MELO, M. C. B. Parasitoses intestinais. IN: LEÃO, E.; CORRÊA, E. J.; VIANA, M. B.; MOTA, J. A. C. Pediatria Ambulatorial. Belo Horizonte: Coopmed; 5ª ed., p. 97-102, 2004. MURRAY,P. R.; ROSENTHAL,K .S.; KOBAYSHI,G.S.; PFALLER, M. A. Microbiologia Médica Rio de Janeiro, Ed. Guanabara koogan S.A, 4 ed., cap.72, p. 762, 2004. NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARDI, P. M.; VITOR, R.W.A. Parasitologia humana. São Paulo, Ed. Atheneu, 11°ed., p. 494, 2005. PEDRAZZANI, E. S.; MELLO, D. A.; PIZZIGAT, C. P.; PRIPAS, S.; FUCCI, M.; SANTORO, M. C. M. Helmintos Intestinais. III- Programa de Educação e Saúde em Verminose. Revista de Saúde Pública, v. 23, p. 189-195. 1989. POVOA, M. M .;ARRUDA,J. E. G ; SILVA; M. C. M; BICHARA;C. N. C;ESTEVES; P.; GABAY; Y. B; MACHADO; R. L. D; Diagnóstico de amebíase intestinal utilizando métodos coproscópicos e imunológicos em amostra da população da área metropolitana de Belém, Pará, Brasil. Caderno de Saúde Pública, vol.16 n.3 Rio de Janeiro Julho/Setembro. 2000. ROUQUAYROL, M.Z. Epidemiologia & saúde. Rio de Janeiro: Medsi, 1986. Sitientibus, Feira de Santana, n.20, p. 55-67, jan./jun. 1999. SANTOS. L. P., SANTOS. F. L. N., SOARES. N. M., Prevalência de parasitoses intestinais em pacientes atendidos no Hospital Universitário Professor Edgard Santos- Salvador-Bahia. Revista de Patologia Tropical, Vol. 36, n3 setembro-dezembro 2007. SANTO M. E. S.; OGANDO. T.; FONSECA. B. P. V.; JUNIOR. C. E. G.; BERÇANTE. J M. P.; Ocorrência de enteroparasitos em crianças atendidas no programa de saúde da família de uma area de abrangência do município de Vespasiano, Minas Gerais, Brasil. Revista Eletrônica de Enfermagem v.8 n.1 Goiânia abr. 2006. SILVA, M. C. M.; MONTEIRO, C. S. P.; ARAÚJO, B. A. V.; SILVA, J. V.; PÓVOA, M. M, Determinação da infecção por Entamoeba histolytica em residentes da área metropolitana de Belém, Pará, Brasil, utilizando ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecção de antígenos. Caderno de Saúde Pública, v. 21, n. 3, p. 969-973, 2005. SILVA, C.G; SANTOS, H. A. Ocorrência de parasitoses intestinais da área de abrangência 36
  • 10. Ciência Equatorial, Volume 1 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Página 9 do Centro de Saúde Cícero Idelfonso da Regional Oeste da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais. Revista. Biologia Ciência. da Terra, v. 1, n.1, 2001. TAKAYNAGUI; O.M; OLIVEIRA; C. D.; BERGAMINI; A. M. M.; CAPUANO; D. M.; OKINO; M. H. T.; FEBRONIO; L. H P.; SILVA; A. M. C.; OLIVEIRA; M. A.; RIBEIRO; E. G. A.; TAKAYNAGUI; A. M. M.; Fiscalização de verduras comercializadas no município de Ribeirão Preto, SP. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.34, n.1, , 2001. VAZ, A. J. Diagnóstico imunológico das parasitoses. In: DE CARLI, A. G. Parasitologia Clínica: Seleção de métodos e técnicas de laboratório para o diagnóstico das parasitoses humanas. São Paulo. Editora Atheneu, 2001. p. 505-539. _____________________________________ 1 – Fernanda da Conceição Fernandes, BSc Bióloga / Consultora FASF / UNISA 2 – Flávio Henrique Ferreira Barbosa, PhD Professor Adjunto I – Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Amapá – UNIFAP flavio.barbosa@unifap.br 37