O documento discute a necessidade de integrar a álgebra e a geometria ao invés de dividí-las, argumentando que matemática deve ser ensinada de forma interdisciplinar para refletir a natureza interconectada do conhecimento e dos problemas reais. A carta pede que as aulas de matemática cubram todos os conteúdos sem separações e sejam ministradas por um único professor.
O tema interdisciplinaridade é relativamente novo nos meios acadêmicos. Segundo a
pesquisadora nessa área, Ivani Fazenda, o assunto surgiu na Europa e seu precursor foi Jean
Georges Gusdorf. Posteriormente, no Brasil quem se debruçou sobre o assunto foi Hilton
Japiassú. Este autor entende a interdisciplinaridade como a “intensidade das trocas entre os
especialistas e pelo grau de interação real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de
pesquisa.
O tema interdisciplinaridade é relativamente novo nos meios acadêmicos. Segundo a
pesquisadora nessa área, Ivani Fazenda, o assunto surgiu na Europa e seu precursor foi Jean
Georges Gusdorf. Posteriormente, no Brasil quem se debruçou sobre o assunto foi Hilton
Japiassú. Este autor entende a interdisciplinaridade como a “intensidade das trocas entre os
especialistas e pelo grau de interação real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de
pesquisa.
O texto Interdisciplinaridade subsidiou uma palestrada apresentada no evento da UEG em Morrinhos e publicado nos anais do evento "V Semana de Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Goiás" com ISBN 2237-9177, ocorrido em 2013. Discute sobre conceitos da prática interdisciplinar, apresentando seus limites e suas possibilidades. Este assunto faz parte do Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade da UEG, Câmpus São Luis de Montes Belos, coordenador pela autora do referido texto.
O texto Interdisciplinaridade subsidiou uma palestrada apresentada no evento da UEG em Morrinhos e publicado nos anais do evento "V Semana de Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Goiás" com ISBN 2237-9177, ocorrido em 2013. Discute sobre conceitos da prática interdisciplinar, apresentando seus limites e suas possibilidades. Este assunto faz parte do Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade da UEG, Câmpus São Luis de Montes Belos, coordenador pela autora do referido texto.
POSSIBILIDADES DE PRÁTICAS ASSOCIADAS PARA OS PROFESSORES PRINCIPIANTESProfessorPrincipiante
Esse ensaio tem como um dos propósitos, pensar sobre as dificuldades de
compreensão de alguns conteúdos matemáticos, partindo de algumas situações
vivenciadas em nossa prática docente, onde percebemos os alunos com alguns
equívocos sobre conceitos matemáticos. Há algum tempo observamos que os alunos –
de um modo em geral – quando colocados frente a frente com atividades que requeiram
certo grau de abstração, costumam estagnar perante esse tipo de atividade. E, também
observamos essa situação quando experienciamos atividades com cunho interdisciplinar
entre a matemática e as artes plásticas. Uma grande dificuldade se mostrou na
interpretação de trabalhos com escalas e na realização de relações de proporção, por
exemplo, como interpretar o homem de Vetruvio? A razão áurea, a seqüência de
Fibonacci, dentre outros temas. Isto nos pareceu ser resultante da forma desconectada
como algumas áreas do conhecimento são tratadas nas instituições escolares de um
modo em geral. Diante dessa situação e em busca de caminhos, passamos a pensar e
discutir sobre a maneira como a Matemática e a Educação Artística são apresentadas
aos alunos; muitas vezes são fechadas em si e, acreditamos que a possibilidade de
trabalharmos de forma associada com outras áreas do conhecimento, conduziria a uma
melhor compreensão dos conteúdos e, essa deveria estar presente na formação inicial
dos professores principiantes, pois muitos estes não são preparados para lidar com
essas situações na sala de aula. Com esse pensamento realizamos algumas práticas,
que apresentaram resultados positivos e que pretendemos socializar com os futuros
professores.
Trabalho cooperativo e coordenado. Entrevista com Jurjo Torres SantoméJurjo Torres Santomé
Trabalho cooperativo e coordenado. Entrevista com Jurjo Torres Santomé
Pátio. Ensino Médio, Profissional e Tecnológico. Nº: 16. Ano: 2013. Janeiro 2013
Apresentação integrante da Webquest Matemática e outras ciências disponível em http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_horizontal_w.php?id_actividad=17922&id_pagina=1
1. Ao Excelentíssimo Senhor Diretor,
Veio por meio desta, comunicar minhas recomendações em relação a
disciplina a qual leciono, qual seja, Matemática. No Brasil, a maioria das pessoas
tem acesso ao menos a alguns anos da Educação Escolar. Educação esta que
valoriza o conhecimento científico e funciona como um forte filtro social ao
fragmentar o ensino em disciplinas, selecionando de alguma forma os sujeitos que
terão sucesso ou não em suas vidas profissionais.
A história recente na Educação Brasileira foi marcada por um movimento que
interferiu intensamente na maneira em que era concebida a disciplina de
Matemática, o Movimento da Matemática Moderna, como ficou conhecido, atuou na
divisão do conhecimento em duas grandes áreas: Álgebra e Geometria. A primeira
foi elevada ao status de “verdadeira matemática”, enquanto a outra foi deixada de
lado e não considerada necessária no interior da escola. Tal divisão ainda está
presente nas escolas e tem consequências que não beneficiam o objetivo desta
instituição de formar cidadãos críticos e profissionais competentes em suas áreas de
atuação.
Tenho me posicionado contra a divisão entre Geometria e Álgebra ou
qualquer forma de hierarquização dos conteúdos matemáticos ou de disciplinas. A
educação tem tido papel central na sociedade, difundindo valores e conhecimentos,
esta instituição de ensino se apresenta como um local onde é possível cumprir este
papel através do trabalho inter/multi/transdisciplinar, buscando compreender as
relações entre as diferentes áreas do conhecimento.
Geometria e Álgebra são partes de uma mesma ciência e como tais não
podem ser vistas de maneira dissociada. Diversos teóricos da educação trazem
pontos de reflexão que justificam uma matemática integrada. Ovide Decroly, pioneiro
na visão do conhecimento interdisciplinar, parte da ideia da globalização do ensino,
baseando-se na concepção de que se apreende o mundo com base em uma visão
do todo. As experiências que a escola propicia, segundo o pensamento filosófico de
John Dewey, precisam abrir caminhos para novos conhecimentos, experiência esta
que, não vive ou morre por si mesma, mas possibilita experiências futuras para que
nossos educandos não percam o ímpeto pelo aprender. Edgar Morin entende o ser
humano como um ser complexo; a complexidade indica que tudo se liga a tudo e,
reciprocamente, numa rede relacional e interdependente.
2. O processo de ensino-aprendizagem de Matemática, em particular, e do
conhecimento, em geral, não pode se apresentar de maneira dividida, desunida,
compartimentada em contraposição a realidade ou problemas reais cada vez mais
multidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais e
planetários.
Conhecer e discutir cada um dos elos que formam a ciência conhecida como
Matemática propõe a compreensão do todo, não como somatório de partes
individuais, mas como a interligação entre diversas áreas.
Pensar a educação e as relações sociais dentro do paradigma da
complexidade é compreender o conhecimento como multidimensional, retomar as
articulações despedaçadas pelos cortes entre disciplinas, entre categorias cognitivas
e entre tipos de conhecimento.
Se houvesse só uma forma de pensar e fazer Matemática, de torná-la
significativa, não haveria necessidade de estudarmos sempre, aperfeiçoarmo-nos a
cada dia, buscar novas formas de ensinar e construir matemática, como também
não teria sentido os debates entre cientistas e entre filósofos.
O objetivo principal desta carta foi o de alertar para a necessidade de uma
relação íntima entre Álgebra (que comumente chamamos de Matemática) e
Geometria ou qualquer outro ramo dessa ciência. Ciente de que todo o
conhecimento não pode ser reduzido em uma única disciplina e, também, não pode
ser dissociado dos demais, solicito que as turmas desta instituição tenham aula de
Matemática, sem separações entre os conteúdos da mesma, sendo ministradas por
um mesmo professor em cada turma. Além disso, se faz cada vez mais necessário a
articulação entre as diversas disciplinas, trabalhar com projetos é uma alternativa
para um ensino que se propõe motivador e que expanda a capacidade de agir
inteligentemente em novas situações, um ensino que não seja enfadonho nem
tedioso.
Cordialmente,
Kelly Cristina de Lima
Educadora Matemática