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CADERNO DE RESUMOS
Universidade Federal da Fronteira Sul
Chapecó – SC
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
Campus Chapecó
Diretor de Campus
Juliano Paccos Caram
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Joviles Trevisol
Coordenadora do PPGEL
Cláudia Andrea Rost Snichelotto
COORDENAÇÃO DO EVENTO
PPGEL – Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Linha de Pesquisa: Língua e cognição: representação e processamento da
linguagem
Comissão Organizadora
Coordenadora:
Profª Drª Morgana Fabíola Cambrussi
Professoras da Linha de Pesquisa:
Profª Drª Claudia Finger-Kratochvil
Profª Drª Núbia Saraiva Ferreira Rech
Mestrandas:
Adriana Hoffmann
Carmen Elisabete de Oliveira
Cristiane Lell de Souza
Daiana do Amaral Jeremias
Eudes T. Nadal Mulinari
Franciele da Silva Nascimento
Lucimar Hammes
Margarete Gonçalves Macedo de Carvalho
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS
CAMPUS CHAPECÓ
CADERNO DE RESUMOS
I SEMINÁRIO DE PESQUISAS EM
LINGUÍSTICA: LÍNGUA E COGNIÇÃO
Organização:
Núbia Ferreira Rech
Daiana do Amaral Jeremias
Franciele Silva Nascimento
Chapecó
2013
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-
NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada. Para ver uma cópia desta licença, visite
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/.
Permitida a reprodução desde que citada a fonte.
Organização: Núbia Ferreira Rech, Daiana do Amaral Jeremias, Franciele
Silva Nascimento
Diagramação: Franciele da Silva Nascimento
Logo/Arte:
O conteúdo de cada resumo bem como sua redação formal são de
responsabilidade exclusiva dos (as) autores (as).
Caderno de Resumos - I Seminário de Pesquisas em Linguística:
Língua e Cognição / Organização de Núbia Ferreira Rech,
Daiana do Amaral Jeremias, Franciele Silva Nascimento –
Frederico Westphalen, RS: URI – Frederico Westph, 2013.
33 p.
ISBN- 978-85-7796-094-1
Apoio:
Programa de Pós-Graduação
em Estudos Linguísticos
Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.....................................................................................................7
PROGRAMAÇÃO .....................................................................................................9
RESUMOS
1 Conferência de Abertura
Disfluência: dispersão e estrutura...............................................................................12
Ester Mirian Scarpa
2 Mesa-redonda
Léxico e cognição: questões da interface
A classificação de verbos: a interface entre léxico e cognição.........................14
Heronides Moura
A organização biocognitiva do léxico: contribuições da morfologia
flexional .................................................................................................................................15
Mailce Borges Mota
A representação “neurosemântica” em bilíngues .................................................16
Augusto Buchweitz
3 Apresentações de Pesquisas
Pesquisa Linguística: trajetória de investigação
(Mestrandos da Linha de Pesquisa)
A competência lexical nas avaliações externas do ensino fundamental......18
Vanessa Polli
A construção do léxico do surdo, para a competência leitora em língua
portuguesa............................................................................................................................19
Carmen Elisabete de Oliveira
A correlação das preposições polissêmicas ‘de’ e ‘para’ do português
brasileiro na língua kaingang ......................................................................................21
Daiana do Amaral Jeremias
Complemento dos verbos aspectuais do português brasileiro.........................22
Franciele da Silva Nascimento
Compreensão leitora e competência lexical de professores da Educação
Básica e suas relações no processo de ensino e aprendizagem da leitura ..23
Eudes T. Nadal Mulinari
Leitura e mídia virtual: as contribuições do blog para a construção da
competência lexical...........................................................................................................24
Margarete G. M. de Carvalho
Processos de referenciação: o uso da sinonímia e da hiperonímia nas
retomadas textuais............................................................................................................25
Adriana Hoffmann
Pesquisa Linguística: trajetória de investigação (Bolsistas de
Iniciação Científica)
A classe dos verbos de criação do português do Brasil.......................................26
Taise Dall’Asen
Verbos de reestructuración en el español ................................................................27
Tanurio Alex Schons Mayer
Pesquisa Linguística: trajetória de investigação
(Professores Sêniors)
Estudos de sintaxe do português do Brasil ..............................................................28
Carlos Mioto
Prosódia, interfaces, aquisição.....................................................................................29
Ester Mirian Scarpa
Pesquisa Linguística: trajetória de investigação
(Professores da Linha de Pesquisa)
As relações entre a competência lexical, a compreensão em leitura e a
construção do letramento ..............................................................................................30
Cláudia Finger
Estudos de estrutura semântica: a perspectiva do léxico ..................................31
Morgana Cambrussi
Construções infinitivas preposicionadas complemento dos verbos
aspectuais .............................................................................................................................32
Núbia Rech
APRESENTAÇÃO
O I Seminário de Pesquisas em Linguística: Língua e Cognição
reunirá pesquisadores, professores orientadores, orientandos e
professores sêniors visitantes do PPGEL com o intuito de divulgar as
pesquisas desenvolvidas, socializar as propostas de pesquisa, discutir
essas propostas e articular possibilidades de trabalho integrado. O
evento contribuirá para a estruturação da linha de pesquisa Língua e
Cognição: representação e processamento da linguagem, somando-se a
outras atividades que serão propostas para consolidação da linha de
pesquisa. Durante o evento, pesquisadores ainda não atuantes no PPGEL,
mas integrantes de grupos de pesquisa vinculados à linha, serão
convidados para participação nas atividades e para estabelecimento de
interlocução com as pesquisas desenvolvidas e apresentadas, além de
integrarem a reunião de grupo de pesquisa, que objetivará traçar um
plano de atuação e de desenvolvimento do grupo para os próximos três
anos. Também graduandos do curso de licenciatura em Letras
orientandos dos professores da linha participarão do evento,
apresentando suas pesquisas de iniciação científica.
A realizaçao do I Seminário de Pesquisas em Linguística: Língua e
Cognição justifica-se pela necessidade de promoçao das linhas de
pesquisa do recem-criado curso de Mestrado em Estudos Linguísticos da
Universidade Federal da Fronteira Sul e tambem pela necessidade de
socializaçao e integraçao das atividades de pesquisa desenvolvidas no
ambito da linha de pesquisa Língua e Cognição: representação e
processamento da linguagem. Alem disso, o evento possibilita aos
mestrandos a socializaçao de seus trabalhos de pesquisa e a qualificaçao
desses trabalhos pelas discussoes e contribuiçoes realizadas durante o
evento, mediante a intervençao dos docentes integrantes da linha de
pesquisa e professores convidados.
PROGRAMAÇÃO
LOCAL: AUDITÓRIO DO BOM PASTOR – CENTRO
Terça-feira – 14/05/2013
8h – Credenciamento
8h30min – Abertura
9h – Conferência de Abertura - Disfluência: dispersão e estrutura –
Ester Mirian Scarpa – UFFS
10h20mim – Comunicações individuais – projetos de pesquisa mestrandos
10h20min-
10h40min
Complemento dos verbos aspectuais do português brasileiro
– Franciele da Silva Nascimento
10h50min-
11h20min
A correlação das preposições polissêmicas ‘de’ e ‘para’ do
português brasileiro na língua kaingang – Daiana do
Amaral Jeremias
11h20min-
11h40min
Processos de referenciação: o uso da sinonímia e da
hiperonímia nas retomadas textuais – Adriana Hoffmann
14h – Minicurso – Estrutura argumental do verbo – Carlos Mioto e Núbia
Rech
18h – Encerramento
Quarta-feira – 15/05/2013
8h – Comunicações individuais – projetos de pesquisa mestrandos
8h-
8h20min
Compreensão leitora e competência lexical de professores da
Educação Básica e suas relações no processo de ensino e
aprendizagem da leitura – Eudes T. Nadal Mulinari
8h30min-
8h50min
Leitura e mídia virtual: as contribuições do blog para a
construção da competência lexical – Margarete G. M. de
Carvalho
9h-
9h20min
A competência lexical nas avaliações externas do ensino
fundamental – Vanessa Polli
9h30min-
9h50min
A construção do léxico do surdo, para a competência leitora
em língua Portuguesa – Carmen Elisabete de Oliveira
10h30min – Mesa-redonda – Léxico e cognição: questões da interface
A classificação de verbos: a interface entre léxico e cognição – Prof. Dr.
Heronides Moura (UFSC)
A organização biocognitiva do léxico: contribuições da morfologia
flexional – Profa. Dra. Mailce Borges Mota (UFSC/CNPq)
A representação “neurosemântica” em bilíngues – Prof. Dr. Augusto
Buchweitz (PUC-RS)
14h – Minicurso – Estrutura argumental do verbo – Carlos Mioto e Núbia
Rech
18h – Encerramento
Quinta-feira – 16/05/2013
8h30min – Prosódia, interfaces, aquisição – Profa. Dra. Ester Mirian
Scarpa (UFFS)
9h30min– Estudos de sintaxe do português do Brasil – Prof. Dr. Carlos
Mioto (UFFS)
10h30min – Intervalo
10h45min – Comunicações individuais – projetos de pesquisa IC
10h45min-
11h
Verbos de reestructuración en el español – Tanurio Alex
Schons Mayer
11h10min-
11h25min
A classe dos verbos de criação do português do Brasil –
Taise Dall’Asen
14h – Minicurso – Estrutura argumental do verbo – Carlos Mioto e Núbia
Rech
18h – Encerramento
Sexta-feira – 17/05/2013
8h30min – As relações entre a competência lexical, a compreensão em
leitura e a construção do letramento – Profa. Dra. Cláudia Finger
Kratochvil (UFFS)
9h10min – Estudos de estrutura semântica: a perspectiva do léxico – Profa.
Dra. Morgana Fabiola Cambrussi (UFFS)
9h50min – Construções infinitivas preposicionadas complemento dos
verbos aspectuais – Profa. Dra. Núbia Ferreira Rech (UFFS)
10h30min – Intervalo
10h45min – Reunião dos Grupos de Pesquisa
14h – Minicurso – Estrutura argumental do verbo – Carlos Mioto e Núbia
Rech
18h – Encerramento
RESUMOS
12
1 Conferência de Abertura
Disfluência: dispersão e estrutura
Ester Mirian Scarpa
UFFS
Tradicionalmente, o conceito de fluência tem sido descrito através de sua
contraparte negativa, a disfluência; esta tem sido considerada o termo
marcado, desviante e problemático da sua face ideal, a fluência. Mais
recentemente a literatura tem negado o caráter desviante da disfluência,
interpretando a fluência e a disfluência de forma integrada e
complementar. Merlo (2006; 2012), em trabalhos experimentais, mostra
que traços de disfluência aparecem em ciclos periódicos da fala e são
constitutivos da dinâmica da fala e necessários para a fluência. Outros
trabalhos, porém, sugerem um viés de dispersão e aleatoriedade
linguística sistemática aos dados de disfluência, que estariam sujeitos à
deriva e imprevisibilidade. Esta apresentação visa mostrar as tendências
de ocorrência de disfluências (repetições hesitativas e alongamentos
vocálicos não-enfáticos) no interior dos domínios prosódicos do
enunciado. Usando modelos de Fonologias Prosódica e Entoacional,
aplicado a um corpus de um trecho de fala espontânea, objetiva mostrar
que os episódios de fala disfluente obedece princípios regrados e
hierárquicos de domínios prosódicos, complementando, assim, as
pesquisas acústicas sobre traços de hesitação e mecânica da fala e
afirmando o caráter linguístico e de interface desses fenômenos. Os
resultados apontam: (i) que as repetições e alongamentos hesitativos se
dão com maior frequência com clíticos prosódicos; (ii) que repetições
hesitativas não envolvem a cabeça de frase fonológica de frase
entoacional e, se a repetição hesitativa envolve a palavra fonológica, esta
é sempre não cabeça de frase fonológica ou frase entoacional; (iii) que há
abaixamento de tessitura do contorno entoacional dos trechos com
repetições hesitativas; e (iv) que depois das repetições hesitativas, é
grande a incidência de atribuição de configuração tonal de foco
encontrada em português brasileiro. Trechos hesitativos fazem parte da
dinâmica da fala e da elaboração do texto oral. Se, por um lado, sua
ocorrência é imprevisível no discurso, embora cíclica, quando ocorrem,
não é aleatória prosodicamente.
13
Mesa-redonda
14
2 Mesa-redonda
Léxico e cognição: questões da interface
A classificação de verbos: a interface entre léxico e cognição
Heronides Moura
UFSC
Neste trabalho, aborda-se a questão da classificação dos verbos.
Diferentes classificações resultam em escolhas distintas, em função dos
critérios classificatórios adotados. O FrameNet, por exemplo, propõe
uma classificação baseada em critérios semânticos e conceptuais, ao
passo que a classificação de Levin (1993) é mais de natureza sintática.
Além disso, traços semânticos importantes, como a Afetação da Meta,
muitas vezes escapam das delimitações propostas, sendo comuns a
verbos de mais de uma classe. Por exemplo, o verbo pingar (drip, em
inglês) é associado ao frame MOVIMENTO_DE FLUIDOS, e como tal, não
prevê Afetação da Meta. No entanto, este traço semântico está presente
no verbo pingar em muitos dos exemplos do corpus examinado, tanto em
sentenças literais, quanto em sentenças metafóricas. Em suma, traços
semânticos, como Afetação da Meta, distribuem-se de forma não regular
pelas diferentes classes de verbos. A conclusão é de que a interface léxico
e cognição é bastante complexa e variada.
Mesa-redonda
15
A organização biocognitiva do léxico: contribuições da
morfologia flexional
Mailce Borges Mota
UFSC/CNPq
Modelos duais bem como modelos unitários de processamento
morfológico têm fornecido evidências robustas a favor de teorias que
propõem o armazenamento e decomposição de itens lexicais e teorias
conexionistas, respectivamente (Marslen-Wilson & Tyler, 1998). Por um
lado, modelos duais, como o Modelo Declarativo/Procedural (por
exemplo, Ulmann 2001), sugerem que em inglês como língua materna,
verbos regulares são processados na memória procedural por meio da
aplicação de uma regra computacional, enquanto verbos irregulares são
armazenados na memória declarativa. No caso de aprendizes tardios de
uma segunda língua, o MDP prevê, por exemplo, a influência da
proficiência no processamento da morfologia flexional: aprendizes nos
estágios iniciais da aprendizagem tendem a armazenar verbos regulares
e irregulares na memória declarativa, enquanto aprendizes com alta
proficiência tendem a aproximar o processamento daquele de falantes
nativos. Os modelos unitários, por outro lado, argumentam a favor de
uma teoria conexionista de processamento da morfolofia flexional em
que verbos regulares e irregulares em inglês, como L1 ou L2, são
armazenados em uma memória de natureza associativa baseada em
conexões fonológicas e semânticas. Neste trabalho apresento os
resultados de estudos realizados no Laboratório da Linguagem e
Processos Cognitivos (LabLing/UFSC) que tratam das bases
neurocognitivas do processamento da morfologia flexional em L1 e L2
levando em consideração fatores como idade, proficiência e a capacidade
de memória de trabalho e de controle inibitório. De modo geral, os
resultados preliminares do estudo oferecem evidência a favor de
modelos híbridos de processamento morfológico que combinam o
armazenamento e o processamento de formas flexionadas, como
proposto, por exemplo, por Baayen, Dijkstra, & Schreuder (1997). As
implicações destes resultados para o estudo da relação entre o
processamento morfológico e a organização biocognitiva do léxico são
brevemente discutidas.
Mesa-redonda
16
A representação “neurosemântica” em bilíngues
Augusto Buchweitz
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação em Neurociências
Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul
PUC/RS
A representação neural de processos semânticos é modulada, em geral,
como uma função da proficiência e habilidade linguística nas línguas. O
objetivo desta palestra é discutir os avanços da neuroimagem na
identificação das dimensões psicológicas e semânticas de como
pensamos a interação com objetos inanimados e com outras pessoas. A
palestra discute estudos que partem de uma combinação entre
ressonância magnética funcional e classificação de padrões (aprendizado
de máquina) para identificar o que uma pessoa está pensando com base
na ativação neural de outra pessoa; apresenta-se um estudo em que
identificamos o que um bilíngue está pensando utilizando a ativação
neural de uma língua para identificar a outra (por exemplo, “casa” para
identificar “house”). A identificação de pensamentos com base na
ativação neural revela que a representação neural está baseada no
conteúdo semântico das palavras. Além da população bilíngue, também
será discutido como podemos utilizar a neuroimagem para entender a
diferente representação de mundo de populações clínicas (autismo).
Mesa-redonda
17
18
3 Apresentações de Pesquisas
Pesquisa Linguística: trajetória de investigação
(Mestrandos da Linha de Pesquisa)
A competência lexical nas avaliações externas do ensino
fundamental
Vanessa Polli
Diante da crescente importância atribuída às avaliações da Educação
Básica no cenário internacional e, mais recentemente, no cenário
brasileiro – Enem, Saeb, Pisa, Prova Brasil, Provinha Brasil – e a relação
dessas com a leitura, este trabalho tem por objetivo estudar essas
avaliações, inicialmente a Prova Brasil, voltadas para a língua
portuguesa, na educação fundamental, a fim de conhecer que aspectos
da competência lexical são considerados no processo de avaliação da
competência leitora, considerando aspectos cognitivos (e
metacognitivos) envolvidos, os resultados obtidos no estado de SC e os
atores envolvidos no processo ensino e aprendizagem. Posteriormente,
de modo a atingir os objetivos, a pesquisa envolverá entrevista
estruturada e momento de leitura com Think-aloud-protocols (TAPs) com
professores de Língua Portuguesa do EF do Estado de SC, visando
compreender as concepções e crenças dos professores a respeito da
compreensão leitora e da competência lexical. Com base nesses
resultados, elaborar-se-á momentos de intervenção junto aos mesmos
(20h) a fim de ampliar a compreensão desses atores sobre o tema, novo
momento de testagem com o intuito de verificar se houve ou não
aperfeiçoamento da compreensão leitora e quais as estratégias
incorporadas em seu processo de leitura.
Palavras-chave: Competência lexical. Compreensão leitora. Prova Brasil.

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da
Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Cláudia
Finger Kratochvil.
Apresentações - Mestrandos
19
A construção do léxico do surdo, para a competência leitora
em língua portuguesa
Carmen Elisabete de Oliveira
Neste trabalho, a partir de uma abordagem psicolinguística busca-se
investigar os processos cognitivos e metacognitivos envolvidos na
aprendizagem da leitura e o desenvolvimento da competência lexical em
Língua Portuguesa por participantes surdos, considerando o modelo
antropológico da surdez. A importância desse trabalho reside na
necessidade de compreender os processos de aquisição concernentes a
competência lexical em língua portuguesa, de participantes falantes da
Libras como língua materna. Diversos trabalhos apontam para as
diferenças entre as modalidades que envolvem por sua vez o
processamento em Libras e Língua Portuguesa (QUADROS, 2004;
PEREIRA, 2005, BRITO, 1995) e o background distinto que os sujeitos
constroem em cada uma delas, segundo suas experiências em cada uma
das comunidades de “falantes” Dessa forma, busca-se conhecer
inicialmente competência leitora em língua portuguesa dos
participantes a fim de propor um momento de intervenção e ensino de
estratégias de desenvolvimento de habilidades de construção da
competência lexical e verificar a sua influência no processo de
letramento e leitura dos participantes. Esta pesquisa experimental fará
uso de métodos mistos, analisando os dados de forma quali e
quantitativa. Aplicar-se- á um teste de leitura em língua portuguesa de
textos informativos (FINGER-KRATOCHVIL, 2010) e um teste de
Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (CAPOVILLA,
2010) a fim de mensurar o nível de compreensão leitora dos
participantes. De acordo com a literatura três estratégias são de grande
importância para a construção da competência lexical, ou seja: a
contextual, a morfológica, e o dicionário. Dessa forma elaborar-se-á um
instrumento utilizando o Translog a fim de verificar a utilização dessas
estratégias pelos participantes da pesquisa em dois momentos: antes e
depois da intervenção. Espera-se com este trabalho compreender como o
processo ensino-aprendizagem da competência lexical utilizando as
estratégias mencionadas pode modificar e acelerar o processo de

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da
Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Cláudia
Finger Kratochvil.
Apresentações - Mestrandos
20
construção a competência leitora e do letramento em língua portuguesa
dos falantes de Libras.
Palavras-chave: Conhecimento lexical. Estratégias. Competência
leitora. Habilidades de Leitura. Compreensão leitora.
Apresentações - Mestrandos
21
A correlação das preposições polissêmicas ‘de’ e ‘para’ do
português brasileiro na língua kaingang
Daiana do Amaral Jeremias
Este trabalho investiga o comportamento polissêmico das preposições ‘de’
e ‘para’ e as posposições correlatas na língua kaingang. Sabe-se que essas
duas preposições, além de apresentar função gramatical, também
estabelecem relações semânticas. As preposições ‘de’ e ‘para’ atuam no
eixo espacial horizontal, assumindo respectivamente posições de origem e
ponto final, onde fazem uma relação entre uma trajetória e um objeto
referente ou “coisa” (Jackendoff, 1990). Desse modo, em uma determinada
trajetória, a preposição seleciona um objeto, reproduzindo, com essa
relação, sentidos diferentes. Nas sentenças: “Maria é ‘de’ Tubarão”/ “Maria
se fez ‘de’ difícil”, podemos observar comportamentos distintos. Na
primeira sentença, a preposição ‘de’ atribui valor de origem, enquanto na
segunda, ela estabelece relação semântica de predicativo. Nas sentenças
com a preposição ‘para’, tais como “Eu fui ‘para’ Maceió”/ “Ele deu biscoito
‘para’ o cachorro”, temos uma representação no eixo espacial horizontal
para ambas as sentenças. No entanto, os objetos referentes possuem
traços semânticos distintos. Isso é possível porque no português brasileiro
essas preposições passaram por processos cognitivos de expansão de
significado, apresentando, então, comportamento polissêmico. No entanto,
na língua kaingang, essa extensão de sentidos pode não ser aplicada ao uso
das posposições. Talvez estejamos lidando com o fenômeno da
monossemia de posposições. Podemos observar o caráter monossêmico
das posposições correlatas ao ‘de’ e ‘para’ nas sentenças: “Ta isỹ Chapecó
‘ki’ ke nĩ”(Eu sou ‘de’ Chapecó)/“Kasor vỹ gatu ‘ti’ kamẽg tĩ”(O cachorro
tem medo ‘de’ gato). Na primeira sentença, a posposição ‘ki’ atribui valor
de origem, enquanto a posposição ‘ti’ apresenta papel semântico de
especificação. Nas sentenças com posposições correlatas ao ‘para’, temos:
“Rio Grande do Sul ‘Ra’ Isa var” (Eu fui ‘para’ o Rio Grande do Sul)/ “tỹnh ti
tóg, ti tỹ vẽjẽn gỹjỹ ‘ke’ jé” (Ele cantou ‘para’ ganhar comida). Neste caso,
também podemos observar que as formas correlatas ao ‘para’ são
diferentes. Na primeira sentença, a posposição ‘ ra’ apresenta valor de
meta ou ponto final, enquanto a posposição ‘ke’ apresenta valor semântico
de finalidade.
Palavras-chave: Polissemia. Preposição. Correlação.

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade
Federalda Fronteira Sul, soborientaçãoda ProfªDrª. Morgana Fabiola Cambrussi.
Apresentações - Mestrandos
22
Complemento dos verbos aspectuais do português brasileiro
Franciele da Silva Nascimento1
Nesta pesquisa, investiga-se construções com verbos aspectuais em
contextos que subcategorizam um complemento infinitivo
preposicionado [P InfP] e em contextos que subcategorizam um
complemento nominal [DP], ou seja, admitem formas nominalizadas
correspondentes. Os aspectuais do português brasileiro tomados para
estudo são começar, continuar, parar, deixar, acabar e terminar, que,
aparentemente, admitem InfP e DP na posição de complemento. Para
investigar como esses verbos reagem ao aspecto do seu complemento,
adotamos a divisão clássica dos predicados em classes acionais:
atividade, accomplishement, achievement e estado, presente em Vendler
(1967), além de considerar a subdivisão da classe dos estativos, proposta
por Bertinetto (1986) para a língua italiana. A nossa principal hipótese
em relação aos aspectuais é que estes subcategorizam sempre um
complemento de natureza verbal, que, por vezes, pode ficar implícito na
estrutura, ou assumir a forma nominalizada, conforme propõe Rochette
(1999). Os resultados parciais desta pesquisa indicam que as restrições
dos aspectuais ao seu complemento podem ser explicadas por uma
incompatibilidade entre a noção de aspecto que expressam e
determinado traço presente no aspecto do seu complemento. Os traços
que se mostraram relevantes para a classe dos aspectuais inceptivos,
continuativos e interruptivos foram [+durativo] e [+mudança]; para a
classe dos completivos, além destes, o traço [+télico] também se mostrou
relevante.
Palavras-chave: Verbos aspectuais do PB. Complemento. Classes
acionais.

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da
Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Núbia
Ferreira Rech.
Apresentações - Mestrandos
23
Compreensão leitora e competência lexical de professores da
Educação Básica e suas relações no processo de ensino e
aprendizagem da leitura
Eudes T. Nadal Mulinari2
A compreensão leitora é fator que pode ser compreendido como o
passaporte para um trajeto de escolarização bem sucedido (ou não).
Compreender os caminhos e artimanhas desse multifacetado processo
tem sido o foco de pesquisadores da área das ciências da linguagem e da
neurociências, por meio de investigações dos processos cognitivos e
metacognitivos envolvidos na dinâmica da leitura, entre eles a fluência, a
compreensão, o léxico, entre outros, as pesquisas tem trazido à luz da
sociedade respostas antes entrincheiradas devido ao complexo e
fascinante mecanismo cerebral. Em meio aos debates acerca das
estratégias, habilidades e competências para a ampliação do léxico,
pesquisas investigam os aspectos fundamentais para a aquisição da
competência lexical, construída a partir de estratégias como contexto,
morfologia e dicionário (FINGER-KRATOCHVIL, 2010). Conhecer as
estratégias de aprendizagem do léxico que estejam à disposição do
aprendiz e suas implicações para a ampliação da competência lexical na
busca de leitores proficientes são questões de interesse para a pesquisa
Psicolinguística. Com o objetivo de contribuir para com esse campo de
estudo, o presente trabalho pretende investigar a compreensão leitora, a
competência lexical de leitores-professores da Educação Básica em seis
escolas da rede estadual de Chapecó e suas relações no processo ensino e
aprendizagem da leitura. O desenho metodológico, em construção, levará
em conta uma abordagem experimental [antes e depois], observando
questões qualitativas e quantitativas da pesquisa. Farão parte desta
pesquisa doze professores de seis escolas da rede pública estadual da
zona urbana de Chapecó. Espera-se com este trabalho identificar a
amplitude e a profundidade da competência lexical desses participantes-
leitores e sua influência no processo ensino-aprendizagem da leitura em
sala de aula.
Palavras-chave: Conhecimento Lexical. Estratégias. Compreensão
Leitura.

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da
Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Cláudia
Finger Kratochvil.
Apresentações - Mestrandos
24
Leitura e mídia virtual: as contribuições do blog para a
construção da competência lexical
Margarete G. M. de Carvalho
A leitura é reconhecidamente um processo complexo, que envolve aspectos
cognitivos, metacognitivos, biológicos e sociais. Esse pode ser subdividido,
facilitando estudos e a busca de soluções para os problemas de formação do
sujeito-leitor proficiente. Dentre os subprocessos que envolvem a
compreensão leitora, está a competência lexical (FINGER-KRATOCHVIL,
2010), um dos fatores determinantes na formação de um leitor estratégico e
crítico. Nos últimos anos, a leitura tem sido tema de inúmeros debates e
reflexões, devido à constatação de que a maioria dos brasileiros adultos tem
um baixo desempenho nesta tarefa. Outro tema que também tem tido
destaque são as mídias virtuais que ganham espaço devido à expansão do
acesso à internet (MORAN, 2000). Esses temas estão em conexão,
considerando as exigências postas aos leitores nos anos 2000.
Pesquisadores já têm investigado como as mídias virtuais podem auxiliar no
processo de letramento, tendo em vista seus novos recursos e interfaces,
que permitem uma leitura a partir de novos moldes (COSCARELLI, 1999). A
fim de colaborar com essas investigações sobre a proficiência em leitura e
sua relação com as novas tecnologias, este trabalho pretende investigar pelo
viés da Psicolinguística, o processo de construção da competência lexical,
por meio da mídia virtual (blog), verificando suas possíveis contribuições no
processo de letramento. Nesse intuito, trabalhar-se-á com a formação do
leitor-professor a respeito dos processos cognitivos e metacognitivos
envolvidos no processo de construção da compreensão leitora e da
competência lexical. O contexto de pesquisa será uma escola pública de
Educação Básica, da rede estadual, da zona urbana do município de Chapecó,
SC. Seis professores participarão, observando-se a abordagem experimental
com uso dos Protocolos Verbais (FINGER-KRATOCHVIL, 2010), por meio de
oficinas de formação em competência leitora, utilizando diferentes mídias
(blog/papel). Espera-se verificar as contribuições da mídia virtual (blog)
para a construção de aspectos cognitivos e metacognitivos do
letramento/leitura relativos ao aspecto da competência lexical.
Palavras-chave: Leitura. Competência lexical. Psicolinguística. Mídias
virtuais. Blog.

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da
Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Cláudia
Finger Kratochvil.
Apresentações - Mestrandos
25
Processos de referenciação: o uso da sinonímia e da
hiperonímia nas retomadas textuais
Adriana Hoffmann
Esta pesquisa propõe-se a investigar como se caracteriza o emprego dos
fenômenos semânticos hiperonímia e sinonímia nos processos de
referenciação textual. A referenciação, mais especificamente, configura-
se como uma atividade discursiva de construção e reconstrução de
objetos de discurso, que atua na progressão e na coesão textual, bem
como na orientação discursiva. São diversas as formas de ativar e
reativar referentes na progressão textual, sendo que este trabalho
pretende responder a questão de como o emprego dos sinônimos e
hiperônimos relaciona-se com esses processos, através da substituição
lexical. As substituições são necessárias à medida que os referentes são
retomados, mas não são repetidos e, nesses casos, as palavras ou
expressões selecionadas devem fazer parte de um conjunto de itens
relacionados uns aos outros pelas relações de sentido A substituição
lexical assume um papel relevante, pois é um mecanismo de articulação
que traz continuidade e unidade ao texto, estabelecendo relações entre
as palavras dentro do discurso e contribuindo para a tessitura. Para
alcançar seus objetivos, a pesquisa seguirá as seguintes etapas: estudo
das noções de referência e correferência, caracterização dos fenômenos
de sinonímia e hiperonímia, bem como suas relações com a produção
textual, análise dos campos semânticos e suas possíveis influências nos
procedimentos de referenciação investigados.
Palavras-chave: Referenciação. Hiperonímia. Sinonímia.

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da
Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Cláudia
Finger Kratochvil.
26
Pesquisa Linguística: trajetória de investigação
(Bolsistas de Iniciação Científica)
A classe dos verbos de criação do português do Brasil
Taise Dall’Asen
Esta pesquisa propõe-se a investigar as condições gramaticais e lexicais
em que se realizam os verbos de criação e o estabelecimento de uma
classe regular desses verbos. O trabalho de pesquisa visa ao
mapeamento da classe, à descrição detalhada de suas condições de
realização linguística, à observação dos padrões de realização sintática e
semântica, como é o caso da estrutura argumental, e à delimitação da
classe. Os procedimentos metodológicos empregados nesta pesquisa
estão atrelados ao método de abordagem hipotético-dedutivo, pelo qual,
a partir da formulação de hipóteses de pesquisa e através de inferências
dedutivas, são testadas as ocorrências dos fenômenos investigados. Os
métodos de procedimento são fundamentalmente ações concretas que
conduzem ao trabalho analítico-comparativo. Atualmente, está em
andamento: o estudo do referencial de base, que fundamentará a análise
e a descrição dos fenômenos investigados; o estabelecimento de um
grupo de controle para a classe. O grupo de controle, composto por até
10 verbos, será definido de acordo com o conteúdo semântico básico da
classe, respeitados os traços semânticos relativos à perspectiva
existencial: passar a existir, para a classe dos verbos de criação. Também
foram coletados dados via sistema de busca da internet – a função desses
dados é atestar a realização linguística dos verbos em cada contexto
gramatical definido para teste, portanto, os corpora são abertos; em
seguida, essas ocorrências identificadas foram submetidas aos testes de
propostas de padrões sintáticos e semânticos; uma vez realizados os
testes, foram contrastados os seus resultados; por fim, em uma próxima
etapa, será desenvolvida a análise dos resultados e a formalização de
uma proposta de estabelecimento da classe em tela, expandindo-a para
além do grupo de controle.
Palavras-chave: Verbos de Destruição; Verbos de Criação; Estrutura
Semântica; Classes Verbais.

Acadêmica do Curso de Letras, UFFS – Campus Chapecó. Contemplada com
bolsa de auxiliar de pesquisa pelo Edital nº 168/UFFS/2011, sob orientação da
Profª Drª. Morgana Fabiola Cambrussi.
Apresentações - Bolsistas
27
Verbos de reestructuración en el español
Tanurio Alex Schons Mayer
La propuesta de esta búsqueda es averiguar el fenómeno de
reestructuración en el español. Ese fenómeno es definido en la literatura
lingüística como un proceso que resulta de la unión de dos sentencias,
formando una única sentencia con predicado complejo. Esta puede tener
uno o más predicados funcionales acompañando el predicado lexical. Los
verbos que resultan en ese proceso son denominados predicados de
reestructuración. Ellos seleccionan un complemento de naturaleza
verbal, formando con este un único predicado. En este trabajo, nuestro
objetivo es averiguar cuales propiedades relacionadas al fenómeno de
reestructuración se manifiestan en el español. Para alcanzar este
objetivo, analizamos sentencias con verbos candidatos a predicados de
reestructuración en el español. Según Aissen e Perlmutter (1983), ese
proceso puede ser desencadenado por los siguientes verbos: soler,
acabar de, querer, tratar de, poder, deber, empezar a, terminar de,
continuar, seguir, dejar de, volver a, ordenar y permitir. Para verificar si
hubo o no la formación de predicado complejo, estamos averiguando si
ocurre en las sentencias con esos verbos fenómenos como alzamiento del
clítico, movimiento del objeto para el dominio matriz, el uso de expresiones
temporales conflictivas, formación de voz pasiva y pasivación del verbo
integrado. Nuestro objetivo es averiguar si hay relación entre el uso de
los verbos candidatos a predicados de reestructuración y la
manifestación de esas propiedades. Hasta el presente momento, las
sentencias fueron analizadas con relación a dos factores: Alzamiento del
clítico y expresiones adverbiales conflictivas. Los resultados parecen
indicar que estos factores son importantes para identificar predicados
complejos en el español.
Palabras-llave: Predicados Complejos. Reestructuración. Español.

Graduando em Letras Português-Espanhol na Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS) e Bolsista de Iniciação Científica no projeto Complemento
dos Núcleos Funcionais Aspectuais, sob orientação da Profª Drª. Núbia Ferreira
Rech.
28
Pesquisa Linguística: trajetória de investigação
(Professores Sêniors)
Estudos de sintaxe do português do Brasil
Carlos Mioto
UFFS
Minha pesquisa sempre mirou a sintaxe do português e, dentro desse
tema, enfocou a periferia esquerda da sentença. Sintagmas que ocupam
essa área da sentença não estão ali para desempenhar nenhuma função
gramatical, mas para carregar uma das duas funções discursivas
principais: foco ou tópico. A questão relacionada com isso foi investigar
em que medida constituintes da periferia esquerda da sentença
provocam rearranjos na sentença propriamente dita: por exemplo, em
que medida uma expressão interrogativa na periferia da sentença obriga
o sujeito a aparecer depois do verbo.
Apresentações – Professores Sêniors
29
Prosódia, interfaces, aquisição
Ester Mirian Scarpa
UFFS
Minhas pesquisas têm tomado as vertentes abaixo descritas.
1. Aquisição dos sistemas de ritmo e entonação do português brasileiro.
O pressuposto é que a prosódia é reconhecidamente um espaço
privilegiado de interface entre componentes linguísticos. Na aquisição da
linguagem, é a via privilegiada de engajamento da criança no diálogo
(sobretudo através de sistemas entonacionais, com distinções na direção
da curva, tessitura, velocidade de fala, intensidade, duração) e, ao mesmo
tempo, é veículo da organização das formas linguísticas, sobretudo
através da construção dos sistemas de ritmo e entonação; os fatos
prosódicos são as marcas linguísticas disponíveis, para a criança, nos
primeiros anos de vida, num estágio de parcos recursos expressivos de
cunho léxico-gramatical, de estruturação de uma gramática dos sons. A
prosódia estabelece a ponte inicial entre a organização formal da fala e o
potencial significativo e discursivo da língua nos primeiros anos de vida:
é a possibilidade primeira de estruturação ligando o som ao sentido. As
hipóteses subjacentes, nos trabalhos sobre a aquisição da entonação do
PB e de aspectos de aquisição do ritmo baseiam-se numa trajetória “de
cima para baixo” na aquisição da prosódia, segundo modelos de
hierarquia prosódica. A aquisição começaria começa com a entonação, e,
mais tarde, nas estruturações de acento primário e secundário nos
domínios intermediários de fronteiras de palavras. O acento nuclear,
também chamado de frasal, que veicula proeminência de cunho
entonacional e rítmico (marca de direção da recursividade nas línguas), é
o ponto de referência pelo qual a criança é atraída para a linguagem e
vislumbra nela um princípio de estruturação. A estabilidade do acento
nuclear ou frasal revela-se deste muito cedo na produção da criança.
Com base nesta hipótese, fiz pesquisas sobre “sons preenchedores” e
aquisição de processos fonológicos como sândi externo vocálico,
processos esses dependentes da hierarquia de domínios prosódicos,
segundo as teorias não-lineares.
Outros interesses têm sido:
2. Características prosódicas da afasia.
3. Estudo da fluência/disfluência e estrutura prosódica das disfluências.
4. Aquisição bilíngue e aquisição do português como L3.
30
Pesquisa Linguística: trajetória de investigação
(Professores da Linha de Pesquisa)
As relações entre a competência lexical, a compreensão em
leitura e a construção do letramento
Cláudia Finger
UFFS
Ao longo das duas últimas décadas, diferentes instituições têm se
preocupado com a qualidade da formação do leitor. Pesquisas
internacionais - OECD, Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (PISA) 2000 a 2009 - e nacionais - IPMN, INAF (em suas
várias edições), somadas às avaliações do INEP - SAEB e ENEM - têm
apontado a construção lacunada do leitor. Indícios dessa realidade no
contexto universitário foram apontados por pesquisa anterior destes
autores, iniciada em 2004. De acordo esses diversos trabalhos, os alunos
iniciantes trazem, em sua bagagem de leitores, ainda capacidades e
habilidades de nível básico que não lhes permitem exercer uma
competência leitora exigida em sociedades com alto nível de letramento
ou esferas como a universidade. A competência lexical tem sido
percebida e trabalhada como um dos fatores de grande peso no
desenvolvimento da compreensão em leitura e o letramento. Várias
pesquisas têm-na apontado como uma variável que influencia a
compreensão do texto, diante da complexidade do conhecimento em
torno da palavra. Desta forma, esta pesquisa tem por objetivo estudar a
competência lexical no âmbito acadêmico - em sua extensão (size ou
breadth) e sua profundidade (depth) e sua relação como os processos de
compreensão textual, i.e., aspectos cognitivos, bem como o que sabem e
pensam sobre o processo de conhecimento do vocabulário, i.e. aspectos
metacognitivos, a fim de compreender como esses fatores interferem e
contribuem (ou não) para os processos de compreensão em leitura e, por
consequência, na construção do letramento. No momento, trabalhamos
com o diagnóstico da compreensão leitora dos alunos de Letras (UFFS e
Unicentro) e a elaboração de novas questões para a testagem da
compreensão e competência leitora para estudo longitudinal com
estudantes universitários e a construção do processo de letramento.
Apresentações – Professores da Linha de Pesquisa
31
Estudos de estrutura semântica: a perspectiva do léxico
Morgana Cambrussi
UFFS
As pesquisas que desenvolvo estão inscritas na subárea linguística
intitulada Semântica Lexical e estão em interface com a sintaxe. Dois são
os principais focos de investigação: (a) o mapeamento de propriedades
semânticas, chamadas aspectos de significado, que pertencem à
estrutura semântica dos itens lexicais e possuem relevância gramatical,
isto é, são linguisticamente ativas e visíveis por estarem relacionadas à
formação de estruturas linguísticas; (b) também o estabelecimento de
classes de itens lexicais nas quais seja possível reunir elementos
passíveis de receber um mesmo tratamento gramatical (descrição,
análise e explicação), a fim de que se possa predicar sobre classes, de
maneira mais produtiva em termos de material linguístico analisado, e
não sobre itens lexicais isoladamente. Os principais autores que servem
de referência teórica para essas pesquisas são aqueles reunidos sob o
escopo da Semântica Lexical, em especial Beth Levin e Jane Grimshaw
(mais especificamente na interface com a sintaxe) e Steven Pinker e Ray
Jackendoff (de base cognitivista).
Apresentações – Professores da Linha de Pesquisa
32
Construções infinitivas preposicionadas complemento dos
verbos aspectuais
Núbia Rech
UFFS
Meu projeto de pesquisa atual é sobre as construções infinitivas
preposicionadas (CIPs) complemento de verbos aspectuais no português
brasileiro (PB). Os aspectuais começar, passar, tornar, voltar e continuar
subcategorizam complemento infinitivo regido pela preposição a; já os
aspectuais parar, deixar, acabar e terminar subcategorizam infinitivo
regido pela preposição de. Conforme constatado em estudo anterior
(RECH, 2011), esses verbos manifestam um comportamento sistemático
em relação à preposição que antecede a forma infinitiva, dando
evidências de que sua escolha não é arbitrária, mas determinada em
parte pelo aspecto contido no verbo auxiliar. Nesta etapa da pesquisa,
estou investigando a função dessas presposições na estrutura. Esta
análise levanta questões sobre o status das presposições a e di do
italiano; à e de do francês; a e de do espanhol, que parecem exibir um
comportamento igualmente sistemático em sua distribuição. As
principais hipóteses a serem investigadas são as seguintes: (i) infinitivos
compartilham traços com DPs, requerendo marcação de caso (RAPOSO,
1987); (ii) infinitivos compartilham traços com NPs, e não com DPs, não
requerendo, necessariamente, marcação de caso (KAYNE, 1999; 2004);
(iii) CIPs complemento de verbos aspectuais não contêm infinitivos
natos, e sim VPs (ROCHETE, 1999), que não requerem caso por não
terem natureza nominal. O objetivo da pesquisa é, portanto, depreender
a natureza categorial do infinitivo complemento dos aspectuais e a
função das preposições que introduzem esse complemento, buscando
propor uma análise que dê conta do fenômeno pesquisado.
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Caderno de resumos

  • 1. CADERNO DE RESUMOS Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó – SC
  • 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL Campus Chapecó Diretor de Campus Juliano Paccos Caram Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Joviles Trevisol Coordenadora do PPGEL Cláudia Andrea Rost Snichelotto COORDENAÇÃO DO EVENTO PPGEL – Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos Linha de Pesquisa: Língua e cognição: representação e processamento da linguagem Comissão Organizadora Coordenadora: Profª Drª Morgana Fabíola Cambrussi Professoras da Linha de Pesquisa: Profª Drª Claudia Finger-Kratochvil Profª Drª Núbia Saraiva Ferreira Rech Mestrandas: Adriana Hoffmann Carmen Elisabete de Oliveira Cristiane Lell de Souza Daiana do Amaral Jeremias Eudes T. Nadal Mulinari Franciele da Silva Nascimento Lucimar Hammes Margarete Gonçalves Macedo de Carvalho
  • 3. UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS CAMPUS CHAPECÓ CADERNO DE RESUMOS I SEMINÁRIO DE PESQUISAS EM LINGUÍSTICA: LÍNGUA E COGNIÇÃO Organização: Núbia Ferreira Rech Daiana do Amaral Jeremias Franciele Silva Nascimento Chapecó 2013
  • 4. Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição- NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/. Permitida a reprodução desde que citada a fonte. Organização: Núbia Ferreira Rech, Daiana do Amaral Jeremias, Franciele Silva Nascimento Diagramação: Franciele da Silva Nascimento Logo/Arte: O conteúdo de cada resumo bem como sua redação formal são de responsabilidade exclusiva dos (as) autores (as). Caderno de Resumos - I Seminário de Pesquisas em Linguística: Língua e Cognição / Organização de Núbia Ferreira Rech, Daiana do Amaral Jeremias, Franciele Silva Nascimento – Frederico Westphalen, RS: URI – Frederico Westph, 2013. 33 p. ISBN- 978-85-7796-094-1 Apoio: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
  • 5. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.....................................................................................................7 PROGRAMAÇÃO .....................................................................................................9 RESUMOS 1 Conferência de Abertura Disfluência: dispersão e estrutura...............................................................................12 Ester Mirian Scarpa 2 Mesa-redonda Léxico e cognição: questões da interface A classificação de verbos: a interface entre léxico e cognição.........................14 Heronides Moura A organização biocognitiva do léxico: contribuições da morfologia flexional .................................................................................................................................15 Mailce Borges Mota A representação “neurosemântica” em bilíngues .................................................16 Augusto Buchweitz 3 Apresentações de Pesquisas Pesquisa Linguística: trajetória de investigação (Mestrandos da Linha de Pesquisa) A competência lexical nas avaliações externas do ensino fundamental......18 Vanessa Polli A construção do léxico do surdo, para a competência leitora em língua portuguesa............................................................................................................................19 Carmen Elisabete de Oliveira A correlação das preposições polissêmicas ‘de’ e ‘para’ do português brasileiro na língua kaingang ......................................................................................21 Daiana do Amaral Jeremias Complemento dos verbos aspectuais do português brasileiro.........................22 Franciele da Silva Nascimento
  • 6. Compreensão leitora e competência lexical de professores da Educação Básica e suas relações no processo de ensino e aprendizagem da leitura ..23 Eudes T. Nadal Mulinari Leitura e mídia virtual: as contribuições do blog para a construção da competência lexical...........................................................................................................24 Margarete G. M. de Carvalho Processos de referenciação: o uso da sinonímia e da hiperonímia nas retomadas textuais............................................................................................................25 Adriana Hoffmann Pesquisa Linguística: trajetória de investigação (Bolsistas de Iniciação Científica) A classe dos verbos de criação do português do Brasil.......................................26 Taise Dall’Asen Verbos de reestructuración en el español ................................................................27 Tanurio Alex Schons Mayer Pesquisa Linguística: trajetória de investigação (Professores Sêniors) Estudos de sintaxe do português do Brasil ..............................................................28 Carlos Mioto Prosódia, interfaces, aquisição.....................................................................................29 Ester Mirian Scarpa Pesquisa Linguística: trajetória de investigação (Professores da Linha de Pesquisa) As relações entre a competência lexical, a compreensão em leitura e a construção do letramento ..............................................................................................30 Cláudia Finger Estudos de estrutura semântica: a perspectiva do léxico ..................................31 Morgana Cambrussi Construções infinitivas preposicionadas complemento dos verbos aspectuais .............................................................................................................................32 Núbia Rech
  • 7. APRESENTAÇÃO O I Seminário de Pesquisas em Linguística: Língua e Cognição reunirá pesquisadores, professores orientadores, orientandos e professores sêniors visitantes do PPGEL com o intuito de divulgar as pesquisas desenvolvidas, socializar as propostas de pesquisa, discutir essas propostas e articular possibilidades de trabalho integrado. O evento contribuirá para a estruturação da linha de pesquisa Língua e Cognição: representação e processamento da linguagem, somando-se a outras atividades que serão propostas para consolidação da linha de pesquisa. Durante o evento, pesquisadores ainda não atuantes no PPGEL, mas integrantes de grupos de pesquisa vinculados à linha, serão convidados para participação nas atividades e para estabelecimento de interlocução com as pesquisas desenvolvidas e apresentadas, além de integrarem a reunião de grupo de pesquisa, que objetivará traçar um plano de atuação e de desenvolvimento do grupo para os próximos três anos. Também graduandos do curso de licenciatura em Letras orientandos dos professores da linha participarão do evento, apresentando suas pesquisas de iniciação científica. A realizaçao do I Seminário de Pesquisas em Linguística: Língua e Cognição justifica-se pela necessidade de promoçao das linhas de pesquisa do recem-criado curso de Mestrado em Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul e tambem pela necessidade de socializaçao e integraçao das atividades de pesquisa desenvolvidas no ambito da linha de pesquisa Língua e Cognição: representação e processamento da linguagem. Alem disso, o evento possibilita aos mestrandos a socializaçao de seus trabalhos de pesquisa e a qualificaçao desses trabalhos pelas discussoes e contribuiçoes realizadas durante o evento, mediante a intervençao dos docentes integrantes da linha de pesquisa e professores convidados.
  • 8.
  • 9. PROGRAMAÇÃO LOCAL: AUDITÓRIO DO BOM PASTOR – CENTRO Terça-feira – 14/05/2013 8h – Credenciamento 8h30min – Abertura 9h – Conferência de Abertura - Disfluência: dispersão e estrutura – Ester Mirian Scarpa – UFFS 10h20mim – Comunicações individuais – projetos de pesquisa mestrandos 10h20min- 10h40min Complemento dos verbos aspectuais do português brasileiro – Franciele da Silva Nascimento 10h50min- 11h20min A correlação das preposições polissêmicas ‘de’ e ‘para’ do português brasileiro na língua kaingang – Daiana do Amaral Jeremias 11h20min- 11h40min Processos de referenciação: o uso da sinonímia e da hiperonímia nas retomadas textuais – Adriana Hoffmann 14h – Minicurso – Estrutura argumental do verbo – Carlos Mioto e Núbia Rech 18h – Encerramento Quarta-feira – 15/05/2013 8h – Comunicações individuais – projetos de pesquisa mestrandos 8h- 8h20min Compreensão leitora e competência lexical de professores da Educação Básica e suas relações no processo de ensino e aprendizagem da leitura – Eudes T. Nadal Mulinari 8h30min- 8h50min Leitura e mídia virtual: as contribuições do blog para a construção da competência lexical – Margarete G. M. de Carvalho 9h- 9h20min A competência lexical nas avaliações externas do ensino fundamental – Vanessa Polli 9h30min- 9h50min A construção do léxico do surdo, para a competência leitora em língua Portuguesa – Carmen Elisabete de Oliveira 10h30min – Mesa-redonda – Léxico e cognição: questões da interface A classificação de verbos: a interface entre léxico e cognição – Prof. Dr. Heronides Moura (UFSC)
  • 10. A organização biocognitiva do léxico: contribuições da morfologia flexional – Profa. Dra. Mailce Borges Mota (UFSC/CNPq) A representação “neurosemântica” em bilíngues – Prof. Dr. Augusto Buchweitz (PUC-RS) 14h – Minicurso – Estrutura argumental do verbo – Carlos Mioto e Núbia Rech 18h – Encerramento Quinta-feira – 16/05/2013 8h30min – Prosódia, interfaces, aquisição – Profa. Dra. Ester Mirian Scarpa (UFFS) 9h30min– Estudos de sintaxe do português do Brasil – Prof. Dr. Carlos Mioto (UFFS) 10h30min – Intervalo 10h45min – Comunicações individuais – projetos de pesquisa IC 10h45min- 11h Verbos de reestructuración en el español – Tanurio Alex Schons Mayer 11h10min- 11h25min A classe dos verbos de criação do português do Brasil – Taise Dall’Asen 14h – Minicurso – Estrutura argumental do verbo – Carlos Mioto e Núbia Rech 18h – Encerramento Sexta-feira – 17/05/2013 8h30min – As relações entre a competência lexical, a compreensão em leitura e a construção do letramento – Profa. Dra. Cláudia Finger Kratochvil (UFFS) 9h10min – Estudos de estrutura semântica: a perspectiva do léxico – Profa. Dra. Morgana Fabiola Cambrussi (UFFS) 9h50min – Construções infinitivas preposicionadas complemento dos verbos aspectuais – Profa. Dra. Núbia Ferreira Rech (UFFS) 10h30min – Intervalo 10h45min – Reunião dos Grupos de Pesquisa 14h – Minicurso – Estrutura argumental do verbo – Carlos Mioto e Núbia Rech 18h – Encerramento
  • 12.
  • 13. 12 1 Conferência de Abertura Disfluência: dispersão e estrutura Ester Mirian Scarpa UFFS Tradicionalmente, o conceito de fluência tem sido descrito através de sua contraparte negativa, a disfluência; esta tem sido considerada o termo marcado, desviante e problemático da sua face ideal, a fluência. Mais recentemente a literatura tem negado o caráter desviante da disfluência, interpretando a fluência e a disfluência de forma integrada e complementar. Merlo (2006; 2012), em trabalhos experimentais, mostra que traços de disfluência aparecem em ciclos periódicos da fala e são constitutivos da dinâmica da fala e necessários para a fluência. Outros trabalhos, porém, sugerem um viés de dispersão e aleatoriedade linguística sistemática aos dados de disfluência, que estariam sujeitos à deriva e imprevisibilidade. Esta apresentação visa mostrar as tendências de ocorrência de disfluências (repetições hesitativas e alongamentos vocálicos não-enfáticos) no interior dos domínios prosódicos do enunciado. Usando modelos de Fonologias Prosódica e Entoacional, aplicado a um corpus de um trecho de fala espontânea, objetiva mostrar que os episódios de fala disfluente obedece princípios regrados e hierárquicos de domínios prosódicos, complementando, assim, as pesquisas acústicas sobre traços de hesitação e mecânica da fala e afirmando o caráter linguístico e de interface desses fenômenos. Os resultados apontam: (i) que as repetições e alongamentos hesitativos se dão com maior frequência com clíticos prosódicos; (ii) que repetições hesitativas não envolvem a cabeça de frase fonológica de frase entoacional e, se a repetição hesitativa envolve a palavra fonológica, esta é sempre não cabeça de frase fonológica ou frase entoacional; (iii) que há abaixamento de tessitura do contorno entoacional dos trechos com repetições hesitativas; e (iv) que depois das repetições hesitativas, é grande a incidência de atribuição de configuração tonal de foco encontrada em português brasileiro. Trechos hesitativos fazem parte da dinâmica da fala e da elaboração do texto oral. Se, por um lado, sua ocorrência é imprevisível no discurso, embora cíclica, quando ocorrem, não é aleatória prosodicamente.
  • 14. 13
  • 15. Mesa-redonda 14 2 Mesa-redonda Léxico e cognição: questões da interface A classificação de verbos: a interface entre léxico e cognição Heronides Moura UFSC Neste trabalho, aborda-se a questão da classificação dos verbos. Diferentes classificações resultam em escolhas distintas, em função dos critérios classificatórios adotados. O FrameNet, por exemplo, propõe uma classificação baseada em critérios semânticos e conceptuais, ao passo que a classificação de Levin (1993) é mais de natureza sintática. Além disso, traços semânticos importantes, como a Afetação da Meta, muitas vezes escapam das delimitações propostas, sendo comuns a verbos de mais de uma classe. Por exemplo, o verbo pingar (drip, em inglês) é associado ao frame MOVIMENTO_DE FLUIDOS, e como tal, não prevê Afetação da Meta. No entanto, este traço semântico está presente no verbo pingar em muitos dos exemplos do corpus examinado, tanto em sentenças literais, quanto em sentenças metafóricas. Em suma, traços semânticos, como Afetação da Meta, distribuem-se de forma não regular pelas diferentes classes de verbos. A conclusão é de que a interface léxico e cognição é bastante complexa e variada.
  • 16. Mesa-redonda 15 A organização biocognitiva do léxico: contribuições da morfologia flexional Mailce Borges Mota UFSC/CNPq Modelos duais bem como modelos unitários de processamento morfológico têm fornecido evidências robustas a favor de teorias que propõem o armazenamento e decomposição de itens lexicais e teorias conexionistas, respectivamente (Marslen-Wilson & Tyler, 1998). Por um lado, modelos duais, como o Modelo Declarativo/Procedural (por exemplo, Ulmann 2001), sugerem que em inglês como língua materna, verbos regulares são processados na memória procedural por meio da aplicação de uma regra computacional, enquanto verbos irregulares são armazenados na memória declarativa. No caso de aprendizes tardios de uma segunda língua, o MDP prevê, por exemplo, a influência da proficiência no processamento da morfologia flexional: aprendizes nos estágios iniciais da aprendizagem tendem a armazenar verbos regulares e irregulares na memória declarativa, enquanto aprendizes com alta proficiência tendem a aproximar o processamento daquele de falantes nativos. Os modelos unitários, por outro lado, argumentam a favor de uma teoria conexionista de processamento da morfolofia flexional em que verbos regulares e irregulares em inglês, como L1 ou L2, são armazenados em uma memória de natureza associativa baseada em conexões fonológicas e semânticas. Neste trabalho apresento os resultados de estudos realizados no Laboratório da Linguagem e Processos Cognitivos (LabLing/UFSC) que tratam das bases neurocognitivas do processamento da morfologia flexional em L1 e L2 levando em consideração fatores como idade, proficiência e a capacidade de memória de trabalho e de controle inibitório. De modo geral, os resultados preliminares do estudo oferecem evidência a favor de modelos híbridos de processamento morfológico que combinam o armazenamento e o processamento de formas flexionadas, como proposto, por exemplo, por Baayen, Dijkstra, & Schreuder (1997). As implicações destes resultados para o estudo da relação entre o processamento morfológico e a organização biocognitiva do léxico são brevemente discutidas.
  • 17. Mesa-redonda 16 A representação “neurosemântica” em bilíngues Augusto Buchweitz Programa de Pós-Graduação em Letras Programa de Pós-Graduação em Neurociências Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul PUC/RS A representação neural de processos semânticos é modulada, em geral, como uma função da proficiência e habilidade linguística nas línguas. O objetivo desta palestra é discutir os avanços da neuroimagem na identificação das dimensões psicológicas e semânticas de como pensamos a interação com objetos inanimados e com outras pessoas. A palestra discute estudos que partem de uma combinação entre ressonância magnética funcional e classificação de padrões (aprendizado de máquina) para identificar o que uma pessoa está pensando com base na ativação neural de outra pessoa; apresenta-se um estudo em que identificamos o que um bilíngue está pensando utilizando a ativação neural de uma língua para identificar a outra (por exemplo, “casa” para identificar “house”). A identificação de pensamentos com base na ativação neural revela que a representação neural está baseada no conteúdo semântico das palavras. Além da população bilíngue, também será discutido como podemos utilizar a neuroimagem para entender a diferente representação de mundo de populações clínicas (autismo).
  • 19. 18 3 Apresentações de Pesquisas Pesquisa Linguística: trajetória de investigação (Mestrandos da Linha de Pesquisa) A competência lexical nas avaliações externas do ensino fundamental Vanessa Polli Diante da crescente importância atribuída às avaliações da Educação Básica no cenário internacional e, mais recentemente, no cenário brasileiro – Enem, Saeb, Pisa, Prova Brasil, Provinha Brasil – e a relação dessas com a leitura, este trabalho tem por objetivo estudar essas avaliações, inicialmente a Prova Brasil, voltadas para a língua portuguesa, na educação fundamental, a fim de conhecer que aspectos da competência lexical são considerados no processo de avaliação da competência leitora, considerando aspectos cognitivos (e metacognitivos) envolvidos, os resultados obtidos no estado de SC e os atores envolvidos no processo ensino e aprendizagem. Posteriormente, de modo a atingir os objetivos, a pesquisa envolverá entrevista estruturada e momento de leitura com Think-aloud-protocols (TAPs) com professores de Língua Portuguesa do EF do Estado de SC, visando compreender as concepções e crenças dos professores a respeito da compreensão leitora e da competência lexical. Com base nesses resultados, elaborar-se-á momentos de intervenção junto aos mesmos (20h) a fim de ampliar a compreensão desses atores sobre o tema, novo momento de testagem com o intuito de verificar se houve ou não aperfeiçoamento da compreensão leitora e quais as estratégias incorporadas em seu processo de leitura. Palavras-chave: Competência lexical. Compreensão leitora. Prova Brasil.  Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Cláudia Finger Kratochvil.
  • 20. Apresentações - Mestrandos 19 A construção do léxico do surdo, para a competência leitora em língua portuguesa Carmen Elisabete de Oliveira Neste trabalho, a partir de uma abordagem psicolinguística busca-se investigar os processos cognitivos e metacognitivos envolvidos na aprendizagem da leitura e o desenvolvimento da competência lexical em Língua Portuguesa por participantes surdos, considerando o modelo antropológico da surdez. A importância desse trabalho reside na necessidade de compreender os processos de aquisição concernentes a competência lexical em língua portuguesa, de participantes falantes da Libras como língua materna. Diversos trabalhos apontam para as diferenças entre as modalidades que envolvem por sua vez o processamento em Libras e Língua Portuguesa (QUADROS, 2004; PEREIRA, 2005, BRITO, 1995) e o background distinto que os sujeitos constroem em cada uma delas, segundo suas experiências em cada uma das comunidades de “falantes” Dessa forma, busca-se conhecer inicialmente competência leitora em língua portuguesa dos participantes a fim de propor um momento de intervenção e ensino de estratégias de desenvolvimento de habilidades de construção da competência lexical e verificar a sua influência no processo de letramento e leitura dos participantes. Esta pesquisa experimental fará uso de métodos mistos, analisando os dados de forma quali e quantitativa. Aplicar-se- á um teste de leitura em língua portuguesa de textos informativos (FINGER-KRATOCHVIL, 2010) e um teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (CAPOVILLA, 2010) a fim de mensurar o nível de compreensão leitora dos participantes. De acordo com a literatura três estratégias são de grande importância para a construção da competência lexical, ou seja: a contextual, a morfológica, e o dicionário. Dessa forma elaborar-se-á um instrumento utilizando o Translog a fim de verificar a utilização dessas estratégias pelos participantes da pesquisa em dois momentos: antes e depois da intervenção. Espera-se com este trabalho compreender como o processo ensino-aprendizagem da competência lexical utilizando as estratégias mencionadas pode modificar e acelerar o processo de  Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Cláudia Finger Kratochvil.
  • 21. Apresentações - Mestrandos 20 construção a competência leitora e do letramento em língua portuguesa dos falantes de Libras. Palavras-chave: Conhecimento lexical. Estratégias. Competência leitora. Habilidades de Leitura. Compreensão leitora.
  • 22. Apresentações - Mestrandos 21 A correlação das preposições polissêmicas ‘de’ e ‘para’ do português brasileiro na língua kaingang Daiana do Amaral Jeremias Este trabalho investiga o comportamento polissêmico das preposições ‘de’ e ‘para’ e as posposições correlatas na língua kaingang. Sabe-se que essas duas preposições, além de apresentar função gramatical, também estabelecem relações semânticas. As preposições ‘de’ e ‘para’ atuam no eixo espacial horizontal, assumindo respectivamente posições de origem e ponto final, onde fazem uma relação entre uma trajetória e um objeto referente ou “coisa” (Jackendoff, 1990). Desse modo, em uma determinada trajetória, a preposição seleciona um objeto, reproduzindo, com essa relação, sentidos diferentes. Nas sentenças: “Maria é ‘de’ Tubarão”/ “Maria se fez ‘de’ difícil”, podemos observar comportamentos distintos. Na primeira sentença, a preposição ‘de’ atribui valor de origem, enquanto na segunda, ela estabelece relação semântica de predicativo. Nas sentenças com a preposição ‘para’, tais como “Eu fui ‘para’ Maceió”/ “Ele deu biscoito ‘para’ o cachorro”, temos uma representação no eixo espacial horizontal para ambas as sentenças. No entanto, os objetos referentes possuem traços semânticos distintos. Isso é possível porque no português brasileiro essas preposições passaram por processos cognitivos de expansão de significado, apresentando, então, comportamento polissêmico. No entanto, na língua kaingang, essa extensão de sentidos pode não ser aplicada ao uso das posposições. Talvez estejamos lidando com o fenômeno da monossemia de posposições. Podemos observar o caráter monossêmico das posposições correlatas ao ‘de’ e ‘para’ nas sentenças: “Ta isỹ Chapecó ‘ki’ ke nĩ”(Eu sou ‘de’ Chapecó)/“Kasor vỹ gatu ‘ti’ kamẽg tĩ”(O cachorro tem medo ‘de’ gato). Na primeira sentença, a posposição ‘ki’ atribui valor de origem, enquanto a posposição ‘ti’ apresenta papel semântico de especificação. Nas sentenças com posposições correlatas ao ‘para’, temos: “Rio Grande do Sul ‘Ra’ Isa var” (Eu fui ‘para’ o Rio Grande do Sul)/ “tỹnh ti tóg, ti tỹ vẽjẽn gỹjỹ ‘ke’ jé” (Ele cantou ‘para’ ganhar comida). Neste caso, também podemos observar que as formas correlatas ao ‘para’ são diferentes. Na primeira sentença, a posposição ‘ ra’ apresenta valor de meta ou ponto final, enquanto a posposição ‘ke’ apresenta valor semântico de finalidade. Palavras-chave: Polissemia. Preposição. Correlação.  Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federalda Fronteira Sul, soborientaçãoda ProfªDrª. Morgana Fabiola Cambrussi.
  • 23. Apresentações - Mestrandos 22 Complemento dos verbos aspectuais do português brasileiro Franciele da Silva Nascimento1 Nesta pesquisa, investiga-se construções com verbos aspectuais em contextos que subcategorizam um complemento infinitivo preposicionado [P InfP] e em contextos que subcategorizam um complemento nominal [DP], ou seja, admitem formas nominalizadas correspondentes. Os aspectuais do português brasileiro tomados para estudo são começar, continuar, parar, deixar, acabar e terminar, que, aparentemente, admitem InfP e DP na posição de complemento. Para investigar como esses verbos reagem ao aspecto do seu complemento, adotamos a divisão clássica dos predicados em classes acionais: atividade, accomplishement, achievement e estado, presente em Vendler (1967), além de considerar a subdivisão da classe dos estativos, proposta por Bertinetto (1986) para a língua italiana. A nossa principal hipótese em relação aos aspectuais é que estes subcategorizam sempre um complemento de natureza verbal, que, por vezes, pode ficar implícito na estrutura, ou assumir a forma nominalizada, conforme propõe Rochette (1999). Os resultados parciais desta pesquisa indicam que as restrições dos aspectuais ao seu complemento podem ser explicadas por uma incompatibilidade entre a noção de aspecto que expressam e determinado traço presente no aspecto do seu complemento. Os traços que se mostraram relevantes para a classe dos aspectuais inceptivos, continuativos e interruptivos foram [+durativo] e [+mudança]; para a classe dos completivos, além destes, o traço [+télico] também se mostrou relevante. Palavras-chave: Verbos aspectuais do PB. Complemento. Classes acionais.  Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Núbia Ferreira Rech.
  • 24. Apresentações - Mestrandos 23 Compreensão leitora e competência lexical de professores da Educação Básica e suas relações no processo de ensino e aprendizagem da leitura Eudes T. Nadal Mulinari2 A compreensão leitora é fator que pode ser compreendido como o passaporte para um trajeto de escolarização bem sucedido (ou não). Compreender os caminhos e artimanhas desse multifacetado processo tem sido o foco de pesquisadores da área das ciências da linguagem e da neurociências, por meio de investigações dos processos cognitivos e metacognitivos envolvidos na dinâmica da leitura, entre eles a fluência, a compreensão, o léxico, entre outros, as pesquisas tem trazido à luz da sociedade respostas antes entrincheiradas devido ao complexo e fascinante mecanismo cerebral. Em meio aos debates acerca das estratégias, habilidades e competências para a ampliação do léxico, pesquisas investigam os aspectos fundamentais para a aquisição da competência lexical, construída a partir de estratégias como contexto, morfologia e dicionário (FINGER-KRATOCHVIL, 2010). Conhecer as estratégias de aprendizagem do léxico que estejam à disposição do aprendiz e suas implicações para a ampliação da competência lexical na busca de leitores proficientes são questões de interesse para a pesquisa Psicolinguística. Com o objetivo de contribuir para com esse campo de estudo, o presente trabalho pretende investigar a compreensão leitora, a competência lexical de leitores-professores da Educação Básica em seis escolas da rede estadual de Chapecó e suas relações no processo ensino e aprendizagem da leitura. O desenho metodológico, em construção, levará em conta uma abordagem experimental [antes e depois], observando questões qualitativas e quantitativas da pesquisa. Farão parte desta pesquisa doze professores de seis escolas da rede pública estadual da zona urbana de Chapecó. Espera-se com este trabalho identificar a amplitude e a profundidade da competência lexical desses participantes- leitores e sua influência no processo ensino-aprendizagem da leitura em sala de aula. Palavras-chave: Conhecimento Lexical. Estratégias. Compreensão Leitura.  Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Cláudia Finger Kratochvil.
  • 25. Apresentações - Mestrandos 24 Leitura e mídia virtual: as contribuições do blog para a construção da competência lexical Margarete G. M. de Carvalho A leitura é reconhecidamente um processo complexo, que envolve aspectos cognitivos, metacognitivos, biológicos e sociais. Esse pode ser subdividido, facilitando estudos e a busca de soluções para os problemas de formação do sujeito-leitor proficiente. Dentre os subprocessos que envolvem a compreensão leitora, está a competência lexical (FINGER-KRATOCHVIL, 2010), um dos fatores determinantes na formação de um leitor estratégico e crítico. Nos últimos anos, a leitura tem sido tema de inúmeros debates e reflexões, devido à constatação de que a maioria dos brasileiros adultos tem um baixo desempenho nesta tarefa. Outro tema que também tem tido destaque são as mídias virtuais que ganham espaço devido à expansão do acesso à internet (MORAN, 2000). Esses temas estão em conexão, considerando as exigências postas aos leitores nos anos 2000. Pesquisadores já têm investigado como as mídias virtuais podem auxiliar no processo de letramento, tendo em vista seus novos recursos e interfaces, que permitem uma leitura a partir de novos moldes (COSCARELLI, 1999). A fim de colaborar com essas investigações sobre a proficiência em leitura e sua relação com as novas tecnologias, este trabalho pretende investigar pelo viés da Psicolinguística, o processo de construção da competência lexical, por meio da mídia virtual (blog), verificando suas possíveis contribuições no processo de letramento. Nesse intuito, trabalhar-se-á com a formação do leitor-professor a respeito dos processos cognitivos e metacognitivos envolvidos no processo de construção da compreensão leitora e da competência lexical. O contexto de pesquisa será uma escola pública de Educação Básica, da rede estadual, da zona urbana do município de Chapecó, SC. Seis professores participarão, observando-se a abordagem experimental com uso dos Protocolos Verbais (FINGER-KRATOCHVIL, 2010), por meio de oficinas de formação em competência leitora, utilizando diferentes mídias (blog/papel). Espera-se verificar as contribuições da mídia virtual (blog) para a construção de aspectos cognitivos e metacognitivos do letramento/leitura relativos ao aspecto da competência lexical. Palavras-chave: Leitura. Competência lexical. Psicolinguística. Mídias virtuais. Blog.  Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Cláudia Finger Kratochvil.
  • 26. Apresentações - Mestrandos 25 Processos de referenciação: o uso da sinonímia e da hiperonímia nas retomadas textuais Adriana Hoffmann Esta pesquisa propõe-se a investigar como se caracteriza o emprego dos fenômenos semânticos hiperonímia e sinonímia nos processos de referenciação textual. A referenciação, mais especificamente, configura- se como uma atividade discursiva de construção e reconstrução de objetos de discurso, que atua na progressão e na coesão textual, bem como na orientação discursiva. São diversas as formas de ativar e reativar referentes na progressão textual, sendo que este trabalho pretende responder a questão de como o emprego dos sinônimos e hiperônimos relaciona-se com esses processos, através da substituição lexical. As substituições são necessárias à medida que os referentes são retomados, mas não são repetidos e, nesses casos, as palavras ou expressões selecionadas devem fazer parte de um conjunto de itens relacionados uns aos outros pelas relações de sentido A substituição lexical assume um papel relevante, pois é um mecanismo de articulação que traz continuidade e unidade ao texto, estabelecendo relações entre as palavras dentro do discurso e contribuindo para a tessitura. Para alcançar seus objetivos, a pesquisa seguirá as seguintes etapas: estudo das noções de referência e correferência, caracterização dos fenômenos de sinonímia e hiperonímia, bem como suas relações com a produção textual, análise dos campos semânticos e suas possíveis influências nos procedimentos de referenciação investigados. Palavras-chave: Referenciação. Hiperonímia. Sinonímia.  Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul, sob orientação da Profª Drª. Cláudia Finger Kratochvil.
  • 27. 26 Pesquisa Linguística: trajetória de investigação (Bolsistas de Iniciação Científica) A classe dos verbos de criação do português do Brasil Taise Dall’Asen Esta pesquisa propõe-se a investigar as condições gramaticais e lexicais em que se realizam os verbos de criação e o estabelecimento de uma classe regular desses verbos. O trabalho de pesquisa visa ao mapeamento da classe, à descrição detalhada de suas condições de realização linguística, à observação dos padrões de realização sintática e semântica, como é o caso da estrutura argumental, e à delimitação da classe. Os procedimentos metodológicos empregados nesta pesquisa estão atrelados ao método de abordagem hipotético-dedutivo, pelo qual, a partir da formulação de hipóteses de pesquisa e através de inferências dedutivas, são testadas as ocorrências dos fenômenos investigados. Os métodos de procedimento são fundamentalmente ações concretas que conduzem ao trabalho analítico-comparativo. Atualmente, está em andamento: o estudo do referencial de base, que fundamentará a análise e a descrição dos fenômenos investigados; o estabelecimento de um grupo de controle para a classe. O grupo de controle, composto por até 10 verbos, será definido de acordo com o conteúdo semântico básico da classe, respeitados os traços semânticos relativos à perspectiva existencial: passar a existir, para a classe dos verbos de criação. Também foram coletados dados via sistema de busca da internet – a função desses dados é atestar a realização linguística dos verbos em cada contexto gramatical definido para teste, portanto, os corpora são abertos; em seguida, essas ocorrências identificadas foram submetidas aos testes de propostas de padrões sintáticos e semânticos; uma vez realizados os testes, foram contrastados os seus resultados; por fim, em uma próxima etapa, será desenvolvida a análise dos resultados e a formalização de uma proposta de estabelecimento da classe em tela, expandindo-a para além do grupo de controle. Palavras-chave: Verbos de Destruição; Verbos de Criação; Estrutura Semântica; Classes Verbais.  Acadêmica do Curso de Letras, UFFS – Campus Chapecó. Contemplada com bolsa de auxiliar de pesquisa pelo Edital nº 168/UFFS/2011, sob orientação da Profª Drª. Morgana Fabiola Cambrussi.
  • 28. Apresentações - Bolsistas 27 Verbos de reestructuración en el español Tanurio Alex Schons Mayer La propuesta de esta búsqueda es averiguar el fenómeno de reestructuración en el español. Ese fenómeno es definido en la literatura lingüística como un proceso que resulta de la unión de dos sentencias, formando una única sentencia con predicado complejo. Esta puede tener uno o más predicados funcionales acompañando el predicado lexical. Los verbos que resultan en ese proceso son denominados predicados de reestructuración. Ellos seleccionan un complemento de naturaleza verbal, formando con este un único predicado. En este trabajo, nuestro objetivo es averiguar cuales propiedades relacionadas al fenómeno de reestructuración se manifiestan en el español. Para alcanzar este objetivo, analizamos sentencias con verbos candidatos a predicados de reestructuración en el español. Según Aissen e Perlmutter (1983), ese proceso puede ser desencadenado por los siguientes verbos: soler, acabar de, querer, tratar de, poder, deber, empezar a, terminar de, continuar, seguir, dejar de, volver a, ordenar y permitir. Para verificar si hubo o no la formación de predicado complejo, estamos averiguando si ocurre en las sentencias con esos verbos fenómenos como alzamiento del clítico, movimiento del objeto para el dominio matriz, el uso de expresiones temporales conflictivas, formación de voz pasiva y pasivación del verbo integrado. Nuestro objetivo es averiguar si hay relación entre el uso de los verbos candidatos a predicados de reestructuración y la manifestación de esas propiedades. Hasta el presente momento, las sentencias fueron analizadas con relación a dos factores: Alzamiento del clítico y expresiones adverbiales conflictivas. Los resultados parecen indicar que estos factores son importantes para identificar predicados complejos en el español. Palabras-llave: Predicados Complejos. Reestructuración. Español.  Graduando em Letras Português-Espanhol na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e Bolsista de Iniciação Científica no projeto Complemento dos Núcleos Funcionais Aspectuais, sob orientação da Profª Drª. Núbia Ferreira Rech.
  • 29. 28 Pesquisa Linguística: trajetória de investigação (Professores Sêniors) Estudos de sintaxe do português do Brasil Carlos Mioto UFFS Minha pesquisa sempre mirou a sintaxe do português e, dentro desse tema, enfocou a periferia esquerda da sentença. Sintagmas que ocupam essa área da sentença não estão ali para desempenhar nenhuma função gramatical, mas para carregar uma das duas funções discursivas principais: foco ou tópico. A questão relacionada com isso foi investigar em que medida constituintes da periferia esquerda da sentença provocam rearranjos na sentença propriamente dita: por exemplo, em que medida uma expressão interrogativa na periferia da sentença obriga o sujeito a aparecer depois do verbo.
  • 30. Apresentações – Professores Sêniors 29 Prosódia, interfaces, aquisição Ester Mirian Scarpa UFFS Minhas pesquisas têm tomado as vertentes abaixo descritas. 1. Aquisição dos sistemas de ritmo e entonação do português brasileiro. O pressuposto é que a prosódia é reconhecidamente um espaço privilegiado de interface entre componentes linguísticos. Na aquisição da linguagem, é a via privilegiada de engajamento da criança no diálogo (sobretudo através de sistemas entonacionais, com distinções na direção da curva, tessitura, velocidade de fala, intensidade, duração) e, ao mesmo tempo, é veículo da organização das formas linguísticas, sobretudo através da construção dos sistemas de ritmo e entonação; os fatos prosódicos são as marcas linguísticas disponíveis, para a criança, nos primeiros anos de vida, num estágio de parcos recursos expressivos de cunho léxico-gramatical, de estruturação de uma gramática dos sons. A prosódia estabelece a ponte inicial entre a organização formal da fala e o potencial significativo e discursivo da língua nos primeiros anos de vida: é a possibilidade primeira de estruturação ligando o som ao sentido. As hipóteses subjacentes, nos trabalhos sobre a aquisição da entonação do PB e de aspectos de aquisição do ritmo baseiam-se numa trajetória “de cima para baixo” na aquisição da prosódia, segundo modelos de hierarquia prosódica. A aquisição começaria começa com a entonação, e, mais tarde, nas estruturações de acento primário e secundário nos domínios intermediários de fronteiras de palavras. O acento nuclear, também chamado de frasal, que veicula proeminência de cunho entonacional e rítmico (marca de direção da recursividade nas línguas), é o ponto de referência pelo qual a criança é atraída para a linguagem e vislumbra nela um princípio de estruturação. A estabilidade do acento nuclear ou frasal revela-se deste muito cedo na produção da criança. Com base nesta hipótese, fiz pesquisas sobre “sons preenchedores” e aquisição de processos fonológicos como sândi externo vocálico, processos esses dependentes da hierarquia de domínios prosódicos, segundo as teorias não-lineares. Outros interesses têm sido: 2. Características prosódicas da afasia. 3. Estudo da fluência/disfluência e estrutura prosódica das disfluências. 4. Aquisição bilíngue e aquisição do português como L3.
  • 31. 30 Pesquisa Linguística: trajetória de investigação (Professores da Linha de Pesquisa) As relações entre a competência lexical, a compreensão em leitura e a construção do letramento Cláudia Finger UFFS Ao longo das duas últimas décadas, diferentes instituições têm se preocupado com a qualidade da formação do leitor. Pesquisas internacionais - OECD, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) 2000 a 2009 - e nacionais - IPMN, INAF (em suas várias edições), somadas às avaliações do INEP - SAEB e ENEM - têm apontado a construção lacunada do leitor. Indícios dessa realidade no contexto universitário foram apontados por pesquisa anterior destes autores, iniciada em 2004. De acordo esses diversos trabalhos, os alunos iniciantes trazem, em sua bagagem de leitores, ainda capacidades e habilidades de nível básico que não lhes permitem exercer uma competência leitora exigida em sociedades com alto nível de letramento ou esferas como a universidade. A competência lexical tem sido percebida e trabalhada como um dos fatores de grande peso no desenvolvimento da compreensão em leitura e o letramento. Várias pesquisas têm-na apontado como uma variável que influencia a compreensão do texto, diante da complexidade do conhecimento em torno da palavra. Desta forma, esta pesquisa tem por objetivo estudar a competência lexical no âmbito acadêmico - em sua extensão (size ou breadth) e sua profundidade (depth) e sua relação como os processos de compreensão textual, i.e., aspectos cognitivos, bem como o que sabem e pensam sobre o processo de conhecimento do vocabulário, i.e. aspectos metacognitivos, a fim de compreender como esses fatores interferem e contribuem (ou não) para os processos de compreensão em leitura e, por consequência, na construção do letramento. No momento, trabalhamos com o diagnóstico da compreensão leitora dos alunos de Letras (UFFS e Unicentro) e a elaboração de novas questões para a testagem da compreensão e competência leitora para estudo longitudinal com estudantes universitários e a construção do processo de letramento.
  • 32. Apresentações – Professores da Linha de Pesquisa 31 Estudos de estrutura semântica: a perspectiva do léxico Morgana Cambrussi UFFS As pesquisas que desenvolvo estão inscritas na subárea linguística intitulada Semântica Lexical e estão em interface com a sintaxe. Dois são os principais focos de investigação: (a) o mapeamento de propriedades semânticas, chamadas aspectos de significado, que pertencem à estrutura semântica dos itens lexicais e possuem relevância gramatical, isto é, são linguisticamente ativas e visíveis por estarem relacionadas à formação de estruturas linguísticas; (b) também o estabelecimento de classes de itens lexicais nas quais seja possível reunir elementos passíveis de receber um mesmo tratamento gramatical (descrição, análise e explicação), a fim de que se possa predicar sobre classes, de maneira mais produtiva em termos de material linguístico analisado, e não sobre itens lexicais isoladamente. Os principais autores que servem de referência teórica para essas pesquisas são aqueles reunidos sob o escopo da Semântica Lexical, em especial Beth Levin e Jane Grimshaw (mais especificamente na interface com a sintaxe) e Steven Pinker e Ray Jackendoff (de base cognitivista).
  • 33. Apresentações – Professores da Linha de Pesquisa 32 Construções infinitivas preposicionadas complemento dos verbos aspectuais Núbia Rech UFFS Meu projeto de pesquisa atual é sobre as construções infinitivas preposicionadas (CIPs) complemento de verbos aspectuais no português brasileiro (PB). Os aspectuais começar, passar, tornar, voltar e continuar subcategorizam complemento infinitivo regido pela preposição a; já os aspectuais parar, deixar, acabar e terminar subcategorizam infinitivo regido pela preposição de. Conforme constatado em estudo anterior (RECH, 2011), esses verbos manifestam um comportamento sistemático em relação à preposição que antecede a forma infinitiva, dando evidências de que sua escolha não é arbitrária, mas determinada em parte pelo aspecto contido no verbo auxiliar. Nesta etapa da pesquisa, estou investigando a função dessas presposições na estrutura. Esta análise levanta questões sobre o status das presposições a e di do italiano; à e de do francês; a e de do espanhol, que parecem exibir um comportamento igualmente sistemático em sua distribuição. As principais hipóteses a serem investigadas são as seguintes: (i) infinitivos compartilham traços com DPs, requerendo marcação de caso (RAPOSO, 1987); (ii) infinitivos compartilham traços com NPs, e não com DPs, não requerendo, necessariamente, marcação de caso (KAYNE, 1999; 2004); (iii) CIPs complemento de verbos aspectuais não contêm infinitivos natos, e sim VPs (ROCHETE, 1999), que não requerem caso por não terem natureza nominal. O objetivo da pesquisa é, portanto, depreender a natureza categorial do infinitivo complemento dos aspectuais e a função das preposições que introduzem esse complemento, buscando propor uma análise que dê conta do fenômeno pesquisado.