SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 47
Baixar para ler offline
Mercados
  informação global




  Brasil
  Ficha de Mercado
  Novembro 2010
aicep Portugal Global
                                                   Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)




Índice



1. País em Ficha                                                              3


2. Economia                                                                   4
    2.1. Situação Económica e Perspectivas                                    4
    2.2. Comércio Internacional                                               6
    2.3. Investimento                                                       12
    2.4. Turismo                                                            15


3. Relações Económicas com Portugal                                         16
    3.1. Comércio                                                           16
    3.2. Serviços                                                           21
    3.3. Investimento                                                       22
    3.4 Turismo                                                             24


4. Relações Internacionais e Regionais                                      26


5. Condições Legais de Acesso ao Mercado                                    28
    5.1. Regime Geral de Importação                                         28
    5.2. Regime de Investimento Estrangeiro                                 31
    5.3. Quadro Legal                                                       33


6. Informações Úteis                                                        34


7. Endereços Diversos                                                       35


8. Fontes de Informação                                                     44
    8.1. Informação Online aicep Portugal Global                            44
    8.2. Endereços de Internet                                              46




                                                                                          2
aicep Portugal Global
                                                                                        Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


1. País em Ficha

                                                               2
Área:                                          8.514.877 km (5º país em extensão territorial)
População:                                     198,7 milhões (estimativa 2010)
                                                                           2
Densidade populacional:                        23,3 habitantes por km


Designação oficial:                            República Federativa do Brasil
Chefe do Estado:                               Luíz Inácio Lula da Silva (eleito em 2002 e reeleito em 2006) mantém-se em
                                               funções até 31-Dez-2010. Nas eleições que decorreram em 31-Out-2010 (2ª
                                               volta) foi eleita Dilma Rousseff, do PT, para período de 2011-2014
Vice-Presidente:                               José Alencar


Data da actual constituição:                   Outubro de 1988. Algumas alterações foram introduzidas posteriormente
Principais partidos políticos:                 Governo: Partido dos Trabalhadores (PT)
(acima de 200.000 filiados)                    Oposição: Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB); Partido da
                                               Social Democracia Brasileira (PSDB); Democratas (DEM); Partido
                                               Progressista (PP); Partido Socialista Brasileiro (PSB); Partido Democrático
                                               Trabalhista (PDT); Partido da República (PR); Partido Comunista do Brasil
                                               (PC do B); Partido Socialismo e Liberdade (PSOL); Partido Verde (PV);
                                               Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)


Capital:                                       Brasília – 2,5 milhões de habitantes (IBGE - 2007)
Outras cidades importantes:                    São Paulo (11,0 milhões), Rio de Janeiro (6,1 milhões), Salvador (2,9
                                               milhões), Belo Horizonte (2,4 milhões), Fortaleza (2,4 milhões), Curitiba (1,8
                                               milhões), Manaus (1,7 milhões), Recife (1,5 milhões), Porto Alegre (1,4
                                               milhões)


Religião:                                      É garantida pela Constituição a livre prática de todas as religiões,
                                               maioritariamente a Católica Romana (73,6%)
Língua:                                        Português


Unidade monetária:                             Real do Brasil (BRL)
                                               1 EUR = 2,3548 BRL (Oanda – valor médio Jan-Nov 2010)


Risco País                                     Risco geral – BB (AAA = risco menor; D = risco maior)
                                               Risco político – BBB
Ranking em negócios:                           Índice 6,68 (10 = máximo)
                                               Ranking geral – 39 (entre 82 países)
                                               (EIU – Outubro 2010)
Risco de crédito:                              3 (1 = risco menor; 7 = risco maior)
                                               (COSEC – Julho 2010 - http://cgf.cosec.pt)


Grau da abertura e dimensão relativa do mercado:                               Exp. + Imp. / PIB = 22,62% (2009)
                                                                               Imp. / PIB = 11,35% (2009)
                                                                               Imp. / Imp. Mundial = 1,43% (2009)

Fontes:     The Economist Intelligence Unit (EIU) ; CEPAL; OCDE; World Trade Organization (WTO); Banco Central do Brasil;
            Ministério do Turismo do Brasil; BBC Brasil; Embratur; UNCTAD; Banco de Portugal; COSEC; INE – Inst. Nacional de Estatística

                                                                                                                                           3
aicep Portugal Global
                                                                Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


2. Economia


2.1. Situação Económica e Perspectivas


O Brasil é considerado actualmente a primeira economia da América Latina e ocupa o sétimo lugar no
ranking das maiores economias mundiais. É de assinalar que, fruto do progresso alcançado com as
reformas   económicas,    das   condições   extremamente    favoráveis   a   nível   internacional   e   do
desenvolvimento de políticas sociais, a economia brasileira registou elevadas taxas de crescimento nos
anos mais recentes, e bastante superiores às verificadas durante as últimas três décadas.


No dia 31 de Outubro de 2010, numa segunda volta, Dilma Rousseff foi eleita presidente do Brasil, cargo
a ser ocupado pela primeira vez na história do país por uma mulher. Obteve 56,05% do total de votos
válidos.


Subjacente a esta vitória estiveram a recuperação económica e a popularidade de Lula, que abriram o
caminho a Dilma Rousseff para ser considerada uma candidata favorita e para o Partido dos
Trabalhadores continuar no Governo a cumprir um terceiro mandato (2011-2014). Dilma assegura a
continuidade das políticas macroeconómicas preconizadas por Lula e do papel do Estado na economia.


A política económica recente pode ser dividida em duas fases, que correspondem, “grosso modo”, aos
dois governos do Presidente Lula da Silva. A primeira, durante o primeiro mandato (2002-2006), teve
como objectivo prioritário alcançar a estabilidade macroeconómica mediante a correcção de alguns
desequilíbrios, como a inflação, através de uma política monetária e fiscal restritiva. Alcançada a
estabilidade macroeconómica, o governo actual pretendeu acelerar o crescimento económico através de
um ambicioso programa de investimentos públicos (Programa de Aceleração do Crescimento – PAC),
que contempla sobretudo as infra-estruturas, o meio ambiente e a energia. Simultaneamente, o Governo
e o Banco Central do Brasil continuam a exercer um controlo apertado sobre as principais variáveis
macroeconómicas e financeiras, o que explica que as taxas de juro reais sejam das mais elevadas a
nível mundial e que a carga tributária sobre as empresas e o cidadão também se situe entre as mais
altas do mundo.


Em 2007 o crescimento do produto interno bruto (PIB) situava-se em 6,1%, o que representou a maior
taxa de crescimento verificada desde 1994, embora, a partir deste ano, tenha entrado em desaceleração,
até à contração verificada em 2009 (-0,2%), particularmente em consequência das quebras sentidas ao
nível dos consumos privado e público e do investimento. Medidas contra cíclicas e ligeiras recuperações
de indicadores em baixa fazem prever uma recuperação económica para 2010, com especial destaque
para o investimento, mostrando que o país está no bom caminho, ano em que, apesar de alguns meses
mais difíceis, o PIB deverá crescer até aos 7,5%.
Depois de recuperar da breve recessão, no final de 2008, os últimos indicadores sugerem uma
recuperação da economia e a retoma e sustentabilidade do crescimento do PIB com taxas anuais que
variam entre 4,5% e 5,0%, impulsionado por uma expansão da força de trabalho, pelo crescimento dos

                                                                                                          4
aicep Portugal Global
                                                                 Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


salários reais e pela ampliação do crédito, bem como por um robusto crescimento do investimento, tal
como referido, atingirá 7,5%, neste ano de 2010. O impacto de restrições económicas mais suaves e o
crescimento global, que se expecta, vão manter um PIB de 4,5% em 2011, com tendência para uma
ligeira subida em 2012.


O crescimento robusto da procura interna, paralelamente a um aumento de preços no produtor (com
repercussão, nos próximos meses, nos preços de consumo), conduzirá a uma inflação anual acima da
meta do Banco Central do Brasil, de 4.5% a 5,0%, pelo final do ano. No pressuposto que o PIB cresça
em torno do potencial (4,5-5,0%), de preços no produtor, a depreciação de moeda é suave, a inflação
anual vai cair para 4,4% em 2011 e 4,7% em 2012. Há risco de que o Banco Central do Brasil modere o
ciclo de restrições económicas ainda este ano e que o ressurgimento do crescimento da procura interna,
impulsionado por uma onda de fluxos de capital, faça a inflação disparar. Não há risco, no médio prazo,
que o real vá desvalorizar mais do que o esperado, no caso, por exemplo, de um abrandamento
inesperado da economia chinesa, que atinja os preços das commodities no Brasil e a sua moeda,
alimentando-se através da inflação.


Em termos de contas externas, é de assinalar o bom desempenho verificado ao longo dos últimos anos,
deixando de ser um dos pontos fracos da economia brasileira (com défices da balança corrente
endémicos) para passar a desempenhar um papel importante na recuperação económica do país,
reduzindo fortemente a sua vulnerabilidade face ao exterior. O Brasil soube utilizar os ciclos de
crescimento dos anos 2002-2003 para melhorar a situação orçamental e aumentar as reservas. Contudo,
este período parece ter chegado ao fim em 2008, ano em que a balança corrente voltou a registar um
saldo negativo (-28,2 mil milhões de USD), equivalente a 1,7% do PIB. Este resultado é o pior desde
1998 e encerra um período de cinco anos de superavits. Grande parte do agravamento desta rubrica que
se prevê venha a piorar em 2010 e anos seguintes, ficar-se-á a dever bastante à diminuição do
excedente da balança comercial. Projecta-se um aumento no défice da balança corrente entre 3,0% a
4,0% do PIB, nos anos de 2011-2012, com o crescimento das importações a superar o das exportações,
corroendo o superavit comercial que o Brasil registou na década anterior.


Ao longo de alguns anos, verificou-se uma melhoria das contas públicas, fruto da combinação de um
elevado superavit primário e de uma diminuição da dívida pública. No entanto, recentemente, a
combinação de medidas contra cíclicas e a redução das receitas fiscais deverá conduzir a um forte
declínio neste superavit. O crescimento sustentado do PIB e políticas fiscais pragmáticas irão abrir o
caminho para superavits primários anuais de cerca de 3% do PIB, inferior ao dos anos anteriores à
recessão, mas suficiente para aumentar a confiança na estabilidade macroeconómica. Apesar da
recuperação económica, o esforço fiscal em 2010 foi fraco, em parte devido aos gastos eleitorais e se
não fosse uma boa gestão, o superavit primário seria igual ao de 2009 (1,9% do PIB).




                                                                                                          5
aicep Portugal Global
                                                                                      Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Principais Indicadores Macroeconómicos
                                                                a               a            a           b                b            b
                                       Unidade           2007           2008          2009           2010            2011          2012

População                              Milhões               187,6            189,6      191,5         193,3            194,9       196,5
                                          9
PIB a preços de mercado                10 BRL             2.661,3        3.004,9       3.143,0       3.494,6          3.807,6      4.126,7
                                          9
PIB a preços de mercado                10 USD             1.366,3        1.637,9       1.573,4       1.974,4          2.109,6      2.196,2

PIB per capita                           USD                 7.280            8.640      8.220        10.220          10.820       11.180

Crescimento real do PIB                    %                    6,1             5,1       -0,2              7,5             4,5        4,6

Consumo privado                         Var. %                  6,1             7,1          4,1            6,7             4,8        5,0

Consumo público                         Var. %                  5,1             1,5          3,7            4,0             3,0        3,0

Formação bruta de capital fixo          Var. %                13,8             13,3      -10,0          18,5                8,5        9,0
                                                                                                               c               c            c
Taxa de desemprego                         %                    9,3             7,9          8,1        7,0              6,7          6,7
                                                                                                               c               c            c
Taxa de inflação                           %                    3,6             5,7          4,9        4,9              4,4          4,7
                                                                                                 b             c               c            c
Dívida pública                        % do PIB                29,8             24,5      25,3          24,5             24,5         24,6
                                                                                                 b             c               c            c
Saldo do sector público               % do PIB                  2,8            -2,0       -3,4          -2,3            -2,4         -2,6
                                          9
Balança corrente                       10 USD                   1,6           -28,2      -24,3         -53,1            -66,4        -85,4

Balança corrente                      % do PIB                  0,1            -1,7       -1,5          -2,7             -3,1         -3,9

Taxa de câmbio – média              1USD=xBRL                 1,95             1,83       2,00          1,77             1,80        1,88

Taxa de câmbio – média              1EUR=xBRL                 2,67             2,70       2,78          2,29             2,15        2,16

Fonte:   The Economist Intelligence Unit (EIU); ViewsWire October 11st 2010
Notas:   (a) Valores reais
         (b) Estimativas
         (c) Previsões
         BRL – Real do Brasil



Resumindo, embora o Brasil não tenha saído ileso da crise económica, a recuperação em curso parece
ter ganho maior ritmo a partir de 2010. O país continuará a consolidar a política macroeconómica,
combinando metas inflacionárias, políticas de câmbio flutuante e de gestão orçamental, além da
competente administração das contas externas, o que tem permitido ao país a recuperação da crise.
Contudo, a OCDE recomenda que não se devem perder de vista os desafios de longo prazo, para
reforçar a continuidade do potencial de crescimento do país e considera adequadas as medidas
adoptadas no curto prazo, pelo governo, ao enfrentar a crise global; também considera que as acções
para fortalecer a liquidez bancária, desde o início da crise, têm sido importantes, embora deva exercer-
se uma maior flexibilização monetária no curto prazo. A política fiscal não compromete a sustentabilidade
da dívida pública, a longo prazo.


2.2. Comércio Internacional


O Brasil assume um lugar de alguma relevância no comércio mundial, ocupando, em 2009, a 24ª
posição do ranking de exportadores, com uma quota de 1,2% e a 26ª enquanto importador, com uma
quota de 1,1% (tendo sido em 2005, respectivamente, de 1,1% e 0,7%).

                                                                                                                                           6
aicep Portugal Global
                                                                 Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


A balança comercial passou a apresentar saldos positivos a partir de 2001, sendo que entre 2005 e
2009, as exportações do país registaram um crescimento médio anual na ordem de 8,3%, enquanto as
importações tiveram um crescimento médio de 13,3%, evoluções bastante afectadas pelos valores que
foram alcançados em 2009, em ambos os fluxos. De notar a diferença, ao longo destes 5 anos, entre o
acréscimo das exportações e o das importações, sendo que neste caso a elevada taxa média verificada
se fica muito a dever à fase de desenvolvimento que o país atravessa.


Tanto as importações como as exportações deverão iniciar uma recuperação em 2010, na sequência
das expectativas de crescimento da economia brasileira e mundial, cuja evolução, segundo o EIU,
deverá ser de 13,3% para o caso das exportações e de 32,2% para o das importações. Trata-se de uma
recuperação que em 2011 e em 2012 se reflecte na balança comercial, de modo a apresentar saldos
negativos, daí a evolução das exportações ser uma grande preocupação para o governo. Assim, para o
caso concreto das exportações, espera-se que em breve o governo anuncie novas medidas para as
estimular, com iniciativas que virão das áreas financeira, tributária e da tecnologia. Entre elas, está o
financiamento para os compradores de bens de capital e máquinas fabricados no Brasil, de modo a
facilitar as vendas, essencialmente, para países da América do Sul.


No mês de Setembro de 2010, as exportações alcançaram 18.833 milhões de USD, com média diária de
896,8 milhões de USD, enquanto que nos 21 dias úteis do mês, foram importados 17.740 milhões de
USD, com média diária de 844,8 milhões de USD. No período, a balança comercial totalizou 36.573
milhões de USD, registando um superavit de 1.093 milhões de USD.


As exportações aumentaram 35,9%, na comparação pela média, em relação a Setembro de 2009. No
mesmo período comparativo, as importações cresceram 41,3% sobre a média de Setembro de 2009,
enquanto o saldo comercial diminuiu -16,5%.


No acumulado do ano (188 dias úteis), o saldo comercial está superavitário em 12.777 milhões de USD.
Na comparação com a média, o saldo chega a ser cerca de 40% menor com o registado no mesmo
período de 2009, que teve 187 dias úteis e superavit de 21.180 milhões de USD.


De Janeiro a Setembro de 2010, foram exportados 144.929 milhões de USD. Na comparação com os
111.797 milhões de USD do mesmo período de 2009, houve crescimento de 28,9%. Nas importações,
houve aumento de 45,1% em relação aos nove primeiros meses de 2009, passando de 90.617 milhões
para 132.152 milhões de USD em 2010.


A balança comercial, no acumulado do ano, totaliza o patamar 277.081 milhões de USD. Na comparação
pela média diária, houve crescimento de 36,2% em relação ao mesmo período de 2009.




                                                                                                        7
aicep Portugal Global
                                                                     Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Evolução da Balança Comercial
    9
(10 USD)                                         2005         2006         2007         2008         2009

Exportação fob                                     118,3        137,8         160,6        197,9        153,0

Importação fob                                      73,6         91,4         120,6        173,1        127,7

Saldo                                               44,7         46,5          40,0         24,8         25,3

Coeficiente de cobertura (%)                       160,7        150,8         133,2        114,3        119,8

Posição no ranking mundial

           Como exportador                              23ª          23ª          24ª          22ª          24ª

           Como importador                              28ª          28ª          28ª          24ª          26ª

Fontes:    World Trade Organization (WTO); EIU



Nos últimos anos o Brasil desenvolveu uma política activa de diversificação dos parceiros comerciais – a
chamada “nova geografia comercial” – com o objectivo de diversificar os países mais tradicionais no seu
comércio externo. Por regiões de destino, destaque para a Ásia, para onde as vendas aumentaram
4,2%, colocando esta região na primeira posição de mercado comprador de produtos brasileiros, nos
primeiros nove meses de 2009, superando a União Europeia e a América Latina e Caraíbas. Por outro
lado, também começa a tornar-se evidente o grande interesse do Brasil por África, com valores
assinaláveis, concretamente no caso de Angola (o 30º mercado em 2009), a reforçar esta política. O
início das operações da empresa Vale (antiga Companhia do Vale do Rio Doce), a maior produtora de
minério a nível mundial, em Moçambique – Projecto Carvão Moatize – é um recente registo do crescente
interesse do Brasil por África, traduzindo a procura dos recursos africanos, por parte da maior economia
da América do Sul.


No que se refere ao ranking dos principais clientes do Brasil entre 2007-2009, destaca-se desde já a
ascenção vertiginosa da China que em 2009 alcança o lugar de 1º cliente, depois de ter sido o 3º cliente
nos 2 anos anteriores, traduzindo-se nos acréscimos entre 2008-2009 de 23,1% e de 52,6% entre 2007-
2008 (em 2007 como cliente, foi responsável por 6,69% das exportações brasileiras e em 2009 já é
responsável pela quota de 13,20%). Seguem-se os EUA, que em 2009 se viram desclassificados para 2º
cliente (de 2008-2009 deu-se uma quebra em valor de 43,1%) e a Argentina igualmente de 2º para 3º
cliente (de 2008-2009 houve uma quebra de 27,4%), sendo que, relativamente à Holanda e à Alemanha,
as respectivas posições relativas não tiveram alteração e as quotas mantiveram alguma estabilidade.


Portugal tem uma posição muito reduzida no ranking de clientes (32ª posição em 2009), verificando-se
mesmo uma diminuição do peso relativo, no último ano, que não foi além de 0,84% da quota do
mercado.




                                                                                                              8
aicep Portugal Global
                                                                  Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Principais Clientes

                                               2007                   2008                   2009
Mercado
                                      Quota (%)    Posição   Quota (%)    Posição    Quota (%)   Posição

Portugal                                   1,12       21ª         0,86       28ª         0,84         32ª

China                                      6,69       3ª          8,29       3ª         13,20         1º

EUA                                       15,60       1ª         13,85       1ª         10,20         2º

Argentina                                  8,97       2ª          8,89       2ª          8,36         3º

Holanda                                    5,50       4ª          5,30       4ª          5,33         4º

Alemanha                                   4,49       5ª          4,47       5ª          4,04         5º

Fonte:      World Trade Atlas (WTA)



Relativamente aos países fornecedores, os EUA continuam a ocupar a primeira posição do ranking,
representando cerca de 16% do total importado pelo Brasil em 2009, seguidos da China (12,5%), país
que tem vindo a ganhar quota de mercado ao longo dos últimos anos, ao contrário do que acontece com
os outros grandes fornecedores, tais como a Argentina (8,8%), Alemanha (7,7%) e o Japão (4,2%), com
alterações de pequena monta.


A União Europeia (UE27), no seu conjunto, tem vindo a perder posição como fornecedor do Brasil.
Portugal, ao contrário, em 2009 apresenta a melhor posição do ranking (45ª), ao longo destes 3 anos.


Podemos concluir que a China se encontra num processo de ascensão, no sentido de passar a ser o
grande parceiro do Brasil, cujo trajecto de sucesso se vem mostrando evidente. Em 2004 a China foi o
4º cliente e o 4º fornecedor do Brasil, evoluindo para o 1º cliente e para o 2º fornecedor em 2009.


Principais Fornecedores

                                               2007                   2008                   2009
Mercado
                                      Quota (%)    Posição   Quota (%)    Posição    Quota (%)   Posição

Portugal                                   0,28       48ª         0,36       46ª         0,34         45º

EUA                                       15,52       1ª         14,80       1ª         15,69         1ª

China                                     10,46       2ª         11,57       2ª         12,47         2ª

Argentina                                  8,63       3ª          7,66       3ª          8,84         3ª

Alemanha                                   7,19       4ª          6,94       4ª          7,73         4ª

Japão                                      3,82       6ª          3,93       5ª          4,21         5ª

Fonte:      World Trade Atlas (WTA)



Apesar da grande importância dos EUA para o comércio externo brasileiro, desenrola-se actualmente um
contencioso entre ambos os países, existente desde 2002, que tem a ver com o cumprimento, por parte
dos Estados Unidos, da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC), incluindo mudanças na


                                                                                                            9
aicep Portugal Global
                                                                 Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


legislação, para erradicar os subsídios ao algodão, tal como o Brasil pretende. No ano passado e após
uma disputa de sete anos, a OMC autorizou o Brasil a retaliar os Estados Unidos em 829 milhões de
USD, devido aos subsídios pagos pelo governo americano aos seus produtores de algodão. Também,
por decisão da OMC, o Brasil estaria autorizado, em determinadas situações, a fazer “retaliações
cruzadas”. Por exemplo, suspendendo a protecção de patentes sobre medicamentos, em vez de apenas
elevar as tarifas de produtos importados dos EUA.


A previsão inicial era de que, no início de Abril deste ano, entrasse em vigor a retaliação a uma lista de
102 produtos importados dos Estados Unidos, que seriam submetidos a uma sobretaxa para entrar no
Brasil, no valor total de mais de 800 milhões de USD. Os EUA reagiram apresentando uma proposta na
qual se comprometiam formalmente a reduzir os subsídios ilegais aos produtores de algodão e
compensar os exportadores brasileiros prejudicados pelo protecionismo agrícola do império. A proposta,
apresentada levou o governo Lula a suspender as retaliações autorizadas pela Organização Mundial do
Comércio (OMC). Os dois governos iniciaram então negociações sobre os detalhes da oferta
apresentada pelos Estados Unidos, que inclui ainda a negociação bilateral de “novos termos para o
funcionamento do programa de garantias de crédito à exportação”, o chamado GSM-102. Também estão
previstas medidas de cooperação na área de sanidade animal, especialmente nos sectores de carne
bovina e suína, Neste ponto, a expectativa é de que os Estados Unidos reconheçam o status do Estado
de Santa Catarina, como livre de febre aftosa sem vacinação.


No que se refere aos produtos mais comercializados pelo Brasil, o ano de 2009 trouxe várias alterações
quer se trate de exportações, quer de importações: os cinco principais grupos de produtos exportados
pelo Brasil – minérios, combustíveis, grãos, sementes e frutos, carne e açúcar – destronam alguns dos
mais habituais produtos ultimamente exportados ou apresentam valores mais baixos, acompanhando a
evolução global deste fluxo; assim, a exportação de minério baixou em 2009 cerca 22,8%, a exportação
de combustíveis baixou 26,9%, enquanto os valores de exportação de grãos, sementes e frutos e de
açúcar subiram, respectivamente, 4,2% e 50,4%. Para complementar, verifica-se que os veículos
automóveis desceram 42,3 as suas exportações, assim como a maquinaria em 35,8% e ferro e aço em
47,7%. Estas oscilações, registadas face aos valores de 2008, mostram como se alterou a grelha das
exportações brasileiras em 2009, em consonância com a quebra do valor total exportado, que se cifrou
em 22,7%.


Sobre as importações e face a 2008, as relativas aos combustíveis também assinalaram uma quebra
(45,0%) (passando para 2º grupo de produto mais importante), subindo ao 1º lugar a maquinaria, não
obstante também ter sofrido um baixa (18,1%); o valor de importação da maquinaria eléctrica baixou
(22%), os veículos e suas partes (11,0%) e os químicos orgânicos (17,1%). Outros produtos importantes
nas importações de 2008 não figuram nesta amostra, tais como os fertilizantes, cuja quebra foi (-58,1%).
Resta também indicar que estas baixas assinaladas, também se encontram de acordo com a evolução
das importações brasileiras em 2009, que face a 2008 baixaram no seu valor global (-26,3%).




                                                                                                        10
aicep Portugal Global
                                                                  Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Principais Produtos Transaccionados – 2009

Exportações / Sector                           %      Importações / Sector                              %

26 – Minérios, escórias e cinzas               9,45   84 – Maquinaria                                   16,47

27 – Combustíveis/óleos minerais e derivados   8,93   27 – Combustíveis/óleos minerais e derivados      14,78

12 – Grãos, sementes e frutos                  7,56   85 – Máquinas eléctricas e partes                 12,21
                                                      87 – Veículos automóveis, tractores, suas
02 – Carne                                     6,47                                                      8,98
                                                          partes e acessórios
17 – Açúcar                                    5,60   29 – Químicos orgânicos                            5,46

Fonte:    World Trade Atlas (WTA)



Resumindo, em 2009 e face a 2008, o comércio externo brasileiro alterou quer a sua grelha de produtos,
quer também o seu valor, sendo que neste caso decresceu (-22,7%) nas exportações e (-26,3%) nas
importações.


O processo de desenvolvimento em curso justifica a estrutura importadora do Brasil, com as máquinas e
aparelhos (mecânicos e eléctricos e suas partes) a totalizaram mais de 28,7% das importações em 2009,
verificando-se que, mesmo em época de restrições, não foram descurados os investimentos no parque
industrial brasileiro. Os combustíveis também representam uma expressiva parcela das importações
brasileiras, até porque o Brasil é um país historicamente dependente do óleo diesel, não tendo ainda
alcançado a sua auto-suficiência em petróleo e derivados.


Finalizando, podemos verificar que, por muita visibilidade que as exportações de matérias-primas
tenham alcançado, as oportunidades que surgem não se limitam a esta área. O Brasil desenvolveu
bastante o sector industrial agrícola, sendo notável o potencial de expansão que conseguiu; o que
significa a necessidade de investimentos em infra-estruturas e em inovação, evidenciando oportunidades
em exportações que possam prosperar os sectores industriais não baseados nesta área. Por outro lado,
o Brasil é um dos países da América Latina que se encontra na primeira linha da inovação, embora ainda
não tenha atingido os níveis dos países da OCDE (o sector privado tem tido um desenvolvimento muito
limitado nesta actividade). É de sublinhar que hoje o Brasil é líder mundial na produção de bio-
combustível e encontra-se entre os principais fornecedores de etanol, também a nível mundial (não
obstante problemas que se têm sentido nesta área, devido aos impactos das chuvadas sobre as
colheitas), sectores onde a inovação se tem evidenciado enormemente. Mais um recente caso de
inovação é o facto do gás, resultante da decomposição do lixo no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho,
em Duque de Caxias (o maior da Região Metropolitana do Rio de Janeiro), que vai passar a ser usado
como combustível. Um acordo assinado no início do ano, entre empresas, a Prefeitura do Rio e o
Governo do Estado, prevê que 200 mil metros cúbicos diários de gás metano sejam utilizados como
fonte de energia pela Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), da Petrobrás. Deste modo, também o uso
do gás, que iria para a atmosfera, renderá créditos no mercado internacional de carbono.




                                                                                                            11
aicep Portugal Global
                                                               Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


São estes e outros casos, a vários níveis, que estão transformando o Brasil num dos países mais
desenvolvidos do planeta.


2.3. Investimento


O investimento directo estrangeiro (IDE) tem desempenhado um papel determinante no desenvolvimento
económico recente do Brasil, país que se converteu num importante destino do IDE a nível mundial (11º
em 2008). A maior atractividade do país na captação de capitais decorre, em grande medida, da situação
criada no âmbito do Plano de Estabilização (Plano Real), do Programa Nacional de Privatizações, da
implementação de reformas económicas e da maior flexibilidade da legislação relativa ao investimento
estrangeiro.


Entre 2000 e 2005, o país atraiu mais de 100 mil milhões de USD de investimento directo estrangeiro,
ainda que em 2002 e 2003 se tenha registado uma diminuição significativa dos valores, em virtude da
incerteza gerada pela transição presidencial e por uma forte retracção do investimento na América do
Sul.


Investimento Directo
    6
(10 USD)                                         2005      2006        2007        2008        2009

Investimento estrangeiro no Brasil               15.066     18.822      34.585      45.058      25.949

Investimento do Brasil no estrangeiro             2.517     28.202       7.067      20.457         n.d.

Posição no ranking mundial

               Como receptor                        14ª        17ª         15ª         11ª         14ª

               Como emissor                         38ª        13ª         37ª         20ª         n.d.

Fonte:   UNCTAD – World Investment Report 2010
Nota:    n.d. (não disponível)



De acordo com o World Investment Report 2010, publicado pela UNCTAD, verifica-se uma tendência de
crescimento dos valores de IDE, a partir de 2005, tendo-se registado um aumento de 30,0% em 2008
(em 2006 o Brasil recebeu 1,3% do IDE global e em 2008 captou 2,7% do mesmo), cifrando-se em 45,1
mil milhões de USD.


O relatório refere que, em 2009, o Brasil manteve a liderança, entre os países da América Latina, na
recepção de IDE. Apesar disso, o montante do investimento, destinado especificamente a actividades
produtivas, teve uma queda de 49,5% em comparação com o ano anterior, atingindo 22,8 mil milhões de
USD em 2009. Refere, também, que a recessão económica reduziu em 37,1% o volume mundial de IDE
(que inclui valores usados para aquisições de empresas, bens e equipamentos, bem como para
modernização e desenvolvimento de empresas e também empréstimos entre sedes e suas filiais). Os
investimentos caíram, ao nível mundial, em cerca de 600 mil milhões de USD em comparação com o ano
anterior, traduzidos em cerca de 1.100 mil milhões de USD. O Brasil, com cerca de 26 mil milhões de
USD, ocupa a 14ª posição no ranking de países que mais receberam IDE em 2009.
                                                                                                      12
aicep Portugal Global
                                                                 Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


A redução no fluxo de IDE registada pelo país também é superior à queda de 36,4% verificada na
América Latina como um todo, que recebeu cerca de 117 mil milhões de USD em investimentos directos
externos. “Apesar de o Brasil ter sofrido uma contração (-42%) e ter sido mais afectado pela redução do
IDE do que o resto da região, ele permanece o país mais importante em relação à entrada de IDE na
América Latina”, diz o relatório.


Os Estados Unidos, que sofreram uma redução de 59,0% no fluxo de IDE no ano passado, ocupam a
primeira posição, com cerca de 316 mil milhões de USD recebidos.


Entre os vinte países que mais registaram entradas de investimentos directos estrangeiros em 2009, a
Espanha sofreu a redução mais drástica no volume de IDE. A queda foi de 79,4%. O fluxo passou de
cerca de 73 mil milhões em 2008 para apenas 15 mil milhões de USD no ano passado, o que levou o
país ao último lugar do ranking. A China, segunda na lista dos que mais receberam IDE em 2009, sofreu
uma retração (-12,0%) no fluxo de recursos, semelhante à da Índia. A Rússia, no entanto, registou uma
queda (-48,0%) no volume de IDE, superior à do Brasil.


Segundo a UNCTAD, a diminuição no fluxo de IDE em 2009 deve-se principalmente à desaceleração
das operações de fusões e aquisições internacionais de empresas, que registaram uma queda (-65,0%)
em termos de valores.


De acordo com a organização, a importância das economias em desenvolvimento em relação aos fluxos
de IDE deve aumentar, não só como países receptores de IDE, mas também como investidores em
mercados externos. “Apesar da diminuição de 27,0% no fluxo de entrada de IDE nos países em
desenvolvimento, eles representam quase a metade do volume de entradas de IDE em 2009 e um
quarto das saídas mundiais de (investimentos que as multinacionais desses países realizaram no
exterior)”, diz o relatório.


A UNCTAD afirma que após a queda global nos fluxos de IDE em 2008 e 2009, há sinais de uma
recuperação “modesta” no primeiro semestre deste ano, “fazendo nascer um sentimento de optimismo
prudente”. “Mas riscos e incertezas pesam sobre essas previsões em relação ao IDE, ligados
principalmente à fragilidade da retoma do crescimento económico mundial.”


Segundo dados do Banco Central do Brasil, o stock de investimento estrangeiro no mercado financeiro
cresceu 80,1% em 2009, quando comparado com 2008, particularmente aplicado no mercado accionista.
Contudo, no seu conjunto, em 2009 o IDE baixou no Brasil, para cerca de 26 mil milhões de USD (como
o impacto da crise financeira global se revelou implacável para os investimentos directos estrangeiros, os
fluxos para as economias em desenvolvimento caíram (-35%) em 2009, após seis anos de crescimento
ininterrupto) embora seja de realçar a grande vitalidade económica que o país demonstrou ter dado, ao
readquirir diversas empresas que estavam em mãos estrangeiras (projecta-se para 2010 um
investimento estrangeiro que rondará os valores de 2009). A título de exemplo, são referidas as compras
de uma filial do banco UBS, de uma filial do grupo alemão Tissens pela Vale, de um banco italiano e de

                                                                                                        13
aicep Portugal Global
                                                                   Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


um empresa de alimentação por grupos brasileiros no valor de 5 mil milhões de dólares, pelo que
podemos concluir que, não obstante a queda verificada no IDE, tal não é plasmada numa queda no
investimento total.


Entre os sectores que mais atraíram recursos em 2009 estão os de metalurgia, serviços financeiros,
comércio e veículos automóveis. Motivado pela crise global, a área de extracção de materiais metálicos,
que representou 24,0% do total de investimentos em 2008, passou a ser de 2,8% no ano seguinte.
Também se encontra na agenda do Governo a continuação da promoção da participação do sector
privado em áreas tradicionalmente controladas pelo Estado, tais como a gestão dos portos e aeroportos,
no sentido de uma melhoria notável a nível das infra-estruturas.


O Brasil conta já com três empresas entre as 50 maiores multinacionais dos países emergentes: a
Petrobrás (12º lugar), a Vale (25º) e a Gerdau (33º). O país situa-se actualmente no 5º lugar em termos
de stock de capitais no estrangeiro, com 72 mil milhões de USD (65% domiciliados em paraísos fiscais),
e no âmbito da América Latina situa-se na 1ª posição em termos de stock de IDE, com 40% do total da
região.


Se confirmadas as projecções mais recentes dos analistas de mercado, o ano de 2010 será um ano
muito importante para o IDE no Brasil. Neste ano, os produtos alimentares, agricultura e – mais uma vez
– a indústria automóvel deverão ser os principais sectores onde o IDE irá incidir. Concretamente,
estabilidade económica, saída da crise externa, maior disponibilidade de crédito e economia diversificada
são alguns dos motivos enumerados pelos analistas para uma retoma do IDE no Brasil, num momento
em que, no exterior, uma série de países ainda estão a sofrer com os prejuízos causado pela turbulência
financeira geral. Também permitem uma reflexão, as necessidades implícitas à realização do
Campeonato Mundial de Futebol em 2014, expresso principalmente na construção de vários estádios,
além da construção de várias barragens hidroeléctricas e a implantação da alta velocidade, entre S.
Paulo/Rio de Janeiro. Acresce a realização dos Jogos Olímpicos em 2016, além de, na área da
aeronáutica, a Embraer encontrar-se a desenvolver um novo avião de carga.


Citando a A.T. Kearney “O Brasil finalmente está recuperando os patamares de confiança que detinha no
final do século 20" e, justificando, “o que possibilitou essa recuperação foi o crescimento constante da
economia brasileira nos últimos anos, com prognósticos de mais expansão futura, e a estabilidade nas
regras para negócios no país”.


Segundo o Banco Central do Brasil, os principais países investidores, em 2009, foram a Holanda
(20,6%), os EUA (15.5%), a Espanha (10,8%) e a Alemanha (7,8%). Existem algumas alterações face
aos principais investidores em 2008: EUA (15,9%), Luxemburgo (13,4%), Holanda (10,4%) e Espanha
(8,7%). Conclui-se que, em 2009, o Luxemburgo baixou repentinamente os seus investimentos (1,7%) e
a Alemanha aumentou-os, de forma a estar entre os quatro principais investidores. As áreas de
actividade mais relevantes na aplicação do capital estrangeiro em 2009 foram os serviços (43%), que
estão equiparados à indústria (42,5%) e a agricultura, pecuária e extracção mineral (14,5%), com

                                                                                                         14
aicep Portugal Global
                                                                                    Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


destaque para a metalurgia, para os serviços financeiros, para a extracção de petróleo e de gás natural e
o comércio, excepto veículos.


O investimento directo do Brasil no estrangeiro revela uma evolução muito irregular ao longo dos últimos
anos, sendo de realçar os valores atingidos em 2006 e em 2008 – 28,2 e 20,5 mil milhões de USD,
respectivamente – sendo 2006 o primeiro ano em que o investimento do Brasil no estrangeiro superou o
montante do investimento directo estrangeiro no país. Tal facto ficou a dever-se, essencialmente, à
compra da empresa canadiana Inco (uma das maiores empresas, a nível mundial, na produção de níquel
e de outros metais), pela empresa brasileira Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).


Os dados relativos a 2009 indicam que os principais países onde o Brasil investiu foram as Ilhas Caimão
(28,4%), os EUA (22,7%), as Ilhas Virgens Britânicas (5,6%), a Holanda (5,5%) e a Espanha (4,8%);
refere-se o caso de Espanha onde o investimento brasileiro em 2008 foi de 0,5%, enquanto nos EUA foi
de 27,6%. Nos restantes países indicados ligeiras alterações se assinalaram. O sector mais relevante de
aplicação do capital foi o sector terciário (cerca de 60% do total do investimento directo), destacando-se
os serviços financeiros e actividades auxiliares e os serviços financeiros holdings não-financeiras.


2.4. Turismo


O turismo é uma actividade de importância fundamental para a economia do país, devido não só à sua
contribuição para o crescimento do PIB, como também pelo potencial que oferece na criação de
emprego e consequente acréscimo de rendimento, com impactos muito positivos na melhoria da
qualidade de vida da população.


Os dados mais recentes da Embratur indicam que, após algum retrocesso no número de turistas de
2005-2006, tem-se assistido a uma lenta recuperação, registando-se um acréscimo de 0,7% até 2008.
Pelo contrário, em termos de receitas, regista-se uma tendência de crescimento ao longo destes últimos
5 anos, tendo totalizado perto de 5,8 mil milhões de USD em 2008, ou seja, um aumento de 16,8%
relativamente ao ano anterior.


Indicadores do Turismo

                                                               2004            2005            2006       2007        2008
            3
Turistas (10 )                                                    4.794           5.358           5.017    5.026        5.050
             6
Receitas (10 USD)                                                 3.222           3.861           4.316    4.953        5.785

Fontes:   World Tourism Organisation; DFP; EMBRATUR; Ministério do Turismo; Banco Central do Brasil



Quanto aos principais mercados emissores, a Argentina continua a liderar o ranking, com 20,2% do total
dos turistas em 2008, seguindo-se os EUA (12,4%), a Itália (5,3%), a Alemanha (5,0%), o Chile (4,7%) e
Portugal (4,4%).




                                                                                                                             15
aicep Portugal Global
                                                                                   Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


O Plano Nacional de Turismo (PNT), 2007-2010, cujo sentido profundo é a inclusão social, destaca a
perspectiva do Brasil se converter num dos principais destinos turísticos mundiais e o Programa de
Regionalização do Turismo mapeou 200 regiões turísticas no país e seleccionou os roteiros e regiões
que apresentam condições de serem trabalhados, para adquirirem um padrão de qualidade
internacional, retribuindo em empregos, desenvolvimento e inclusão social.


O Ministério do Turismo pretende captar 7,9 milhões de turistas em 2010 e colocar o Brasil entre os
primeiros vinte destinos turísticos até 2020. Neste sentido, está a ser desenvolvido um processo de
reestruturação do sector, com destaque para o crescimento da hotelaria, com importantes entradas de
                         1
capital estrangeiro , e a melhoria das infraestruturas, serviços básicos e gestão ambiental.


Trata-se pois de um sector em fase de grande desenvolvimento estrutural, permitindo elevadas
expectativas de crescimento. A este propósito merece destaque o facto do Brasil, além de organizar o
Campeonato Mundial de Futebol em 2014 (evento que proporciona no país onde se realiza, em média,
um crescimento do PIB entre 2%-2,5%), também acolher os Jogos Olímpicos em 2016, ocasiões que
muito contribuirão para o crescimento do turismo no país. Relativamente ao Campeonato Mundial de
Futebol, já se encontra em desenvolvimento o projecto “Olá! Turista”, com o objectivo de proporcionar
formação profissional em várias áreas do sector do turismo, para que possa existir um bom acolhimento
aos estrangeiros que, nestas ocasiões, deslocar-se-ão ao Brasil.


Analisando os fluxos contrários, desde logo se percebe que o Brasil, face às suas características, é mais
importante enquanto receptor do que como emissor de turistas. Todavia, as saídas de turistas brasileiros
para o estrangeiro têm vindo a aumentar significativamente nos últimos anos. Em 2006, os gastos feitos
por turistas brasileiros no exterior superaram, pela primeira vez, os níveis observados antes da grande
desvalorização do Real, em 1999.


A Europa é o destino mais procurado pelos brasileiros, seguida dos EUA. Dos destinos europeus,
destacam-se Portugal, França, Espanha e Itália.




3. Relações Económicas com Portugal

3.1. Comércio


As relações comerciais entre Portugal e o Brasil têm registado algumas flutuações, essencialmente no
que se refere à posição do Brasil como cliente de Portugal, sendo que o ano de 2009 apresenta uma
melhoria de 5 pontos no respectivo ranking (11ª posição), quando comparado com 2005 (16ª). O Brasil
como fornecedor de Portugal assume quotas de mercado mais elevadas, bem como os respectivos
rankings.

1
    Dos 130 países analisados no Relatório de Competitividade de Viagens e Turismo 2008, divulgado pelo Fórum Económico
    Mundial, o Brasil é considerado o 49º país mais atractivo do mundo para investimentos no sector do turismo.



                                                                                                                             16
aicep Portugal Global
                                                                                     Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Importância do Brasil nos Fluxos Comerciais de Portugal
                                                                   2005              2006                2007           2008        2009

                                                   Posição               16ª              14ª               17ª            13ª        11ª
Como cliente
                                                     %                  0,57           0,71                0,67           0,82       0,93
                                                   Posição               10ª                8ª                  8ª             9ª     10ª
Como fornecedor
                                                     %                  1,92           2,19                2,30           2,12       1,73

Fonte:   INE - Instituto Nacional de Estatística



Dado que também já existe disponível este tipo de informação, para o período entre Janeiro e Setembro
de 2010, verifica-se a subida de 1 ponto no posicionamento do Brasil como cliente de Portugal,
assumindo o 10º lugar, com uma quota de 1,15%. Outrossim, na posição de fornecedor e durante o
mesmo período, manteve o mesmo lugar (10ª), com uma quota de 1,85%.


Nas exportações nacionais, o Brasil ocupava o 10º lugar, em 2009, com 1,73% do total exportado.


Os valores relativos às trocas comerciais entre Portugal e o Brasil, publicados pelo INE, referentes ao
período 2005-2009, mostram uma taxa média de crescimento anual das exportações e das importações,
da ordem dos 15,1% e 0,3%, respectivamente (muito embora os números base das importações sejam
bastante superiores aos das exportações). Portugal mantém uma balança comercial tradicionalmente
deficitária, que registou sucessivos agravamentos até 2007, verificando-se um défice mais baixo em
2009, ano em que o coeficiente de cobertura atingiu o seu pico, 33, 2% (o comportamento do ano de
2009 esteve de acordo com a realidade internacional, tendo-se registado quebras em ambos os fluxos).


Evolução da Balança Comercial Bilateral
    3                                                                                               a      2009          2010               b
(10 EUR)              2005           2006          2007          2008          2009         Varia                                   Varia
                                                                                                          Jan/Set       Jan/Set
Exportações          178.131         254.642       258.186      319.807        294.500      15,1%          183.843       309.338     68,3%

Importações          984.355 1.232.969 1.381.192 1.363.316                     887.528           0,3%      730.396       768.754      5,3%
Saldo               -806.224        -978.327 -1.123.006 -1.043.509             -593.028             --     -546.553 -459.415                --
Coeficiente de
                       18,1%            20,7%       18,7%          23,5%         33,2%              --          25,2%     40,2%             --
cobertura

Fonte:   INE - Instituto Nacional de Estatística
Notas:   (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009
         (b) Taxa de variação homóloga



Já os primeiros nove meses de 2010, quando comparados com os homólogos de 2009, apresentam um
acréscimo de 68,3% nas exportações e de 5,3% nas importações, o que pode querer transmitir uma
evolução positiva do comércio bilateral com o Brasil, no ano presente. O saldo permanece negativo e
quando comparamos os coeficientes de cobertura, o ano de 2010 regista um coeficiente na casa dos
40,2%, superiores aos do último quinquénio.




                                                                                                                                           17
aicep Portugal Global
                                                                         Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Em 2009 e por região GeoEconómica, o Brasil foi o 1º país destino das exportações nacionais, no âmbito
da América Central e do Sul. Se considerarmos a faixa dos países extra comunitários, também em 2009,
o Brasil classificou-se como nosso 3º cliente.


Os fluxos comerciais bilaterais, além de envolverem valores relativamente baixos (sobretudo no caso das
exportações nacionais), apresentam duas características muito importantes: são bastante concentrados
numa gama reduzida de produtos e apresentam um baixo índice de coincidência entre si. Em 2009
contaram-se 1.089 empresas a exportar para o Brasil, enquanto em 2005 foram 1.032.


A estrutura das exportações portuguesas para o Brasil, por grupos de produtos, não sofreu alterações
significativas no período 2005-2009. Por ordem de valor, os 5 principais grupos de produtos exportados
por Portugal para o Brasil em 2009, foram, os produtos agrícolas, máquinas e aparelhos, minerais e
minérios, produtos alimentares e metais comuns, os quais no seu conjunto representaram 78,2% das
nossas vendas para este mercado. Tendo como base 2005, todos estes grupos de produtos registaram
acréscimos de valor em 2009: os produtos agrícolas (80%), as máquinas e aparelhos (115,5%), os
minerais e minérios (50,3%), os produtos alimentares (45,2%) e os plásticos e borracha (64,8%). Outros
grupos de produtos também registam evoluções positivas, mas o baixo valor, interfere com a importância
que lhe destacamos.


Exportações por Grupos de Produtos
     3
 (10 euros)                                          2005      %         2008         %        2009         %

 Produtos agrícolas                                   71.246    40,0     132.486      41,4     127.920      43,4
 Máquinas e aparelhos                                 18.222    10,2      39.281      12,3      42.601      14,5
 Minerais e minérios                                  18.461    10,4      34.954      10,9      27.724       9,4
 Produtos alimentares                                 14.589       8,2    21.429       6,7      21.128       7,2
 Plásticos e borracha                                  6.858       3,8    12.143       3,8      11.222       3,8
 Veículos e outro mat. transporte                      4.199       2,4     8.212       2,6       9.872       3,4
 Produtos químicos                                     4.014       2,3    15.647       4,9       9.675       3,3
 Metais comuns                                         4.678       2,6     7.728       2,4       7.739       2,6
 Matérias têxteis                                     12.622       7,1    16.240       5,1       7.093       2,4
 Pastas celulósicas e papel                            4.442       2,5     6.152       1,9       6.239       2,1
 Vestuário                                             1.667       0,9     3.838       1,2       5.748       2,0
 Madeira e cortiça                                     2.876       1,6     3.751       1,2       3.935       1,3
 Combustíveis minerais                                11.648       6,5     9.732       3,0       3.669       1,2
 Instrumentos de óptica e precisão                      612        0,3     1.776       0,6       2.074       0,7
 Calçado                                                234        0,1          96     0,0         423       0,1
 Peles e couros                                         603        0,3       480       0,2         116       0,0
 Outros produtos                                        887        0,5     3.537       1,1       3.204       1,1
 Valores confidenciais                                  276        0,2     2.328       0,7       4.116       1,4
                     Total                           178.131   100,0     319.807     100,0     294.500     100,0

Fonte:     INE - Instituto Nacional de Estatística


                                                                                                                18
aicep Portugal Global
                                                                 Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Outros há que apresentam decréscimos, como as matérias têxteis (- 44%) e os combustíveis minerais
(-68,5%).


Numa análise a 4 dígitos e tendo em consideração os valores de 2008 e de 2009, registaram-se algumas
evoluções a destacar:


•   Azeite oliveira e suas fracções, mesmo refinado mas n/ quimicamente modificado (+26,2%);
•   Minérios de cobre e seus concentrados (+7,5%);
•   Peixes secos, salgados ou em salmoura; farinhas, pó e “pellets” de peixe (+7,0%);
•   Vinhos de uvas frescas (+ 6,0%);


Se atendermos ao grau de intensidade tecnológica das nossas exportações para o Brasil (fonte GEE),
em 2009 podemos dizer que houve uma concentração em dois graus diferentes: 20,1% em média-alta e
62,4% em baixa; na alta houve 7,7% e na média-baixa 9,8%. Se compararmos com 2005, não se
registam grandes diferenças: 23,9% em média-alta e 65,1% em baixa, ao que se lhe junta, 2,7% em alta
e 8,3% em média-baixa. Por outro lado, o quociente entre as exportações de produtos industriais
transformados e as exportações totais, em 2009 foi de 85,4% e em 2005 foi de 79,6%, o que demonstra
uma evolução positiva no grau de transformação das exportações.


O aumento das importações portuguesas provenientes do Brasil nos últimos anos está relacionado, em
termos gerais, com dois factores fundamentais: a desvalorização da moeda, que veio tornar os produtos
brasileiros mais competitivos a nível internacional e a estratégia de reforço das exportações levada a
cabo pelas empresas brasileiras. Acresce a estes dois factores, o aumento significativo da parcela
correspondente aos combustíveis minerais na factura das compras portuguesas a este mercado, o que
reduz a diversificação de produtos brasileiros exportados para Portugal. Mas este comportamento
ascensional foi interrompido em 2009, ano em que as importações, na sua totalidade, decresceram cerca
de 35%, facto que tem a ver com os constrangimentos económicos e financeiros vividos neste ano e que
se fizeram sentir na maior parte dos países e no comércio externo em particular.


Nestas circunstâncias, em 2009 houve uma maior concentração de grupos de produtos nas importações,
do que nas exportações; três grupos constituídos pelos combustíveis minerais, pelos produtos agrícolas
e pelos metais comuns, representaram no seu conjunto 75,2% das nossas importações, embora
apresentando comportamentos diferentes, face aos valores de 2005. Se os combustíveis minerais não
sofreram grande alteração, já os produtos agrícolas cresceram 26,8% e os metais comuns baixaram (-
24,9%).




                                                                                                       19
aicep Portugal Global
                                                                              Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Importações por Grupos de Produtos
       3
    (10 euros)                                          2005      %        2008         %          2009         %

    Combustíveis minerais                               307.702    31,3    503.377        36,9     302.420       34,1

    Produtos agrícolas                                  216.463    22,0    488.022        35,8     274.389       30,9

    Metais comuns                                       120.356    12,2     82.976          6,1     90.446       10,2

    Máquinas e aparelhos                                 43.846     4,5     58.353          4,3     37.071          4,2

    Produtos alimentares                                 30.537     3,1     33.161          2,4     35.463          4,0

    Plásticos e borracha                                 24.306     2,5     34.373          2,5     31.788          3,6

    Madeira e cortiça                                    57.934     5,9     47.354          3,5     23.908          2,7

    Produtos químicos                                    25.090     2,5     24.717          1,8     21.219          2,4

    Calçado                                              17.171     1,7     20.862          1,5     15.650          1,8

    Pastas celulósicas e papel                           13.725     1,4     11.825          0,9     10.988          1,2

    Peles e couros                                       25.223     2,6     10.355          0,8      9.778          1,1

    Matérias têxteis                                     18.689     1,9      6.670          0,5      6.916          0,8

    Vestuário                                             8.691     0,9      5.935          0,4      5.697          0,6

    Instrumentos de óptica e precisão                     2.922     0,3      5.222          0,4      4.517          0,5

    Minerais e minérios                                   4.989     0,5      5.547          0,4      3.000          0,3

    Veículos e outro mat. transporte                     45.243     4,6      3.876          0,3      2.550          0,3

    Outros produtos                                      15.811     1,6      6.784          0,5      4.261          0,5

    Valores confidenciais                                 5.660     0,6     13.909          1,0      7.468          0,8

                        Total                           984.355   100,0   1.363.316     100,0      887.528      100,0

Fonte:        INE - Instituto Nacional de Estatística



Analisando a evolução dos produtos considerados a 4 dígitos da NC, em 2008-2009, tivemos:


•      Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos (- 39,4%);
•      Soja, mesmo triturada ( - 36,8%);
•      Madeira serrada longitudinalmente, de espessura superior a 6 mm (- 50,9%);
•      Partes reconhecíveis c/o exclusiva/principalmente p/ motores das pp 8407/08 (- 36,1%);
•      Polímeros de etileno, em formas primárias (- 19,3%);
•      Polímeros de propileno ou de outras olefinas, em formas primárias (+ 61,2%);
•      Prod laminados planos de ferro/aço n/ ligado, largura >=600mm. laminados etc (+ 28,6%);
•      Açúcares de cana ou de beterraba e sacarose quimicam. pura, no estado sólido (+ 11,0%).


situação que no seu conjunto ajuda a compreender o decréscimo global registado no ano de 2009.


Verificando agora as importações por grau de intensidade tecnológica, temos para 2009, os graus baixa,
média-baixa e média-alta que registaram 40,0%, 30,2% e 40,0%, respectivamente, enquanto a alta teve
2,7%; já em 2005, foram respectivamente, 40,8%, 28,4%, 21,7% e 9,1% para a alta. Pode notar-se uma

                                                                                                                     20
aicep Portugal Global
                                                                                          Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


evolução favorável, tendo em conta uma menor representatividade das importações de inferior
intensidade tecnológica. O quociente entre a importação de produtos industriais transformados e a
importação global de produtos foi de 36,2% em 2009 e de 46,0% em 2005, identificando alterações nos
produtos objecto das trocas.


Nas importações do Brasil, em 2009 foram envolvidas 1.533 empresas nacionais, enquanto em 2005
foram 3.503 empresas.


3.2. Serviços


No período relativo a 2005-2009, podemos constatar que as exportações de serviços para o Brasil
registam um crescimento contínuo (crescimento médio de 12,8%), enquanto as importações tiveram uma
evolução mais irregular, com um crescimento médio de -5,4%.


Já para no período entre Janeiro e Setembro de 2010 registou-se um crescimento de 50,8% nas
exportações, quando comparadas com o período homólogo de 2009; no caso das importações o
crescimento foi de 27,8%.


Os serviços exportados dizem respeito, essencialmente, a transportes e a viagens e turismo,
representando no seu conjunto, 89,0% da totalidade dos serviços exportados em 2009.


Balança de Serviços com o Brasil
          3                                                                                      Var       2009       2010      Var
     (10 euros)                 2005          2006         2007         2008          2009         a                              b
                                                                                                 %        Jan/Set    Jan/Set    %
  Exportações                 366.562      459.703       560.761      604.470        581.151      12,8     417.307   629.207   50,8

  Importações                 364.079      342.847       357.085      331.261        289.647      -5,4     212.957   272.114   27,8

  Saldo                           2.483    116.856       203.676      273.209        291.504         --    204.305   357.093      --

  Coef. Cob.                  100,7%          134,1%     157,0%        182,5%         200,6%         --     196,0%    231,2%      --

 Fonte:       Banco de Portugal
 Notas:       (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009
              (b) Taxa de variação homóloga



Pelo lado das importações, verifica-se que as viagens e turismo apresentam valores muito superiores
aos restantes serviços (53,4% do total exportado), o que revela que existe um forte fluxo turístico de
Portugal para o Brasil. Seguem-se os transportes, com 27,0% do valor total, constituindo estas duas
rubricas 80,0% do conjunto dos serviços importados. Resta informar que estas duas rubricas se têm
mantido como principais, ao longo de vários anos.




                                                                                                                                 21
aicep Portugal Global
                                                                                     Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


3.3. Investimento


O Brasil continua a ser um importante destino do investimento directo de Portugal no estrangeiro (IDPE).
De acordo com os dados publicados pelo Banco de Portugal, o Brasil, depois de ter sido o primeiro
mercado de destino do investimento português em fins da década de 90 e início de 2000, apresentou
períodos com ligeiras oscilações, tal como se pode verificar pelo quadro abaixo representado; muito
embora, entre 2005-2009, o Brasil nunca tenha descido abaixo da 5ª posição (só registada em 2005)
como país receptor do IDPE, evoluiu para o 3º mercado nos anos de 2006 e 2007 e para 4º mercado nos
anos de 2008 e de 2009. Entre Janeiro e Setembro de 2010, os valores atingidos permitem classificar o
Brasil, de novo, como 4º mercado receptor. Em termos de percentagem sobre o investimento bruto, o
indicador é crescente, destacando-se a taxa registada no período referido de 2010 (10,62%), superior às
do quinquénio anterior e à do período homólogo de 2009 (8,36%).


Já o investimento do Brasil em Portugal tem uma expressão mais reduzida, embora com oscilações,
tanto nos rankings, como nas respectivas quotas. Destes 5 anos em análise, foi o ano de 2009 aquele
que melhores resultados apresentou. Contudo, realça-se que, entre Janeiro e Setembro de 2010,
registou-se um aumento significativo na respectiva quota, quando comparada com a do período
homólogo de 2009 (sobe de 0,81% para 7,19%).


Importância do Brasil nos Fluxos de Investimento para Portugal
                                                                                                                      2009       2010
                                                   2005          2006         2007         2008         2009
                                                                                                                     Jan/Set    Jan/Set
                                            a
Portugal como receptor           Posição                17ª          16ª          17ª          16ª          14ª          n.d.        7ª
(IDE)                                   b
                                    %                  0,25         0,28         0,35         0,23         0,69         0,81       7,19
                                            a
Portugal como emissor            Posição                  5ª           3ª           3ª           4ª           4ª         n.d.        4ª
(IDPE)                                  b
                                    %                  3,59         4,34         4,49         4,74         6,87         8,36      10,62

Fonte:   Banco de Portugal
Nota:    (a) Posição do mercado enquanto Origem do IDE bruto total e Destino do IDPE bruto total. num conjunto de 55 mercados
         (b) Com base no investimento bruto
         n.d. – não disponível




De acordo com o atrás referido e tendo presente os valores em causa, o investimento directo brasileiro
em Portugal registou uma evolução positiva entre 2005-2009 com excepção do ano de 2008, que
apresentou uma quebra de 30%, para logo em 2009 ter uma subida brusca, de cerca de 170%.




                                                                                                                                     22
aicep Portugal Global
                                                                                          Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Investimento Directo do Brasil em Portugal
     3                                                                                           a        2009            2010             b
 (10 EUR)                     2005       2006       2007          2008             2009    Var %                                     Var %
                                                                                                         Jan/Set         Jan/Set

 Investimento bruto         69.120 92.256          114.340        81.075     218.889           49,6          188.386     1.853.927    884,1

 Desinvestimento              3.731 12.221          80.464        49.701       35.185        179,6             7.509     1.098.357         §

 Investimento líquido       65.389 80.035           33.876        31.374     183.704               --        180.877       755.570        --

Fonte:    Banco de Portugal
Notas:    (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009
          (b) Taxa de variação homóloga
          § - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero no período anterior



Contudo, o investimento líquido é sempre positivo, com os valores a oscilarem, tendo atingido o seu
máximo em 2009 (aumento de 485,5% face a 2008).


Não se pode deixar de destacar, no investimento do Brasil em Portugal, o recente investimento da
Embraer, o qual está a impulsionar o desenvolvimento de um cluster aeronáutico no nosso país. Outros
investimentos devem ser relevados, tais como a CSN-Companhia Siderúrgica Nacional, a Weg Motores,
a Marcopolo, e um anterior investimento da Embraer, adquirindo 65% das Ogma. Para além destes,
também já se encontram em Portugal o Banco do Brasil, o Banco Itaú Europa, a Odebrecht e a Andrade
Gutierrez (construção civil e obras públicas) e a Haco (etiquetas).


Podemos destacar algumas grandes áreas de interesse para o investimento do Brasil em Portugal:
biotecnologia, centros de serviços partilhados, TIC, aeronáutica e as energias renováveis, não deixando
de referir também a possibilidade do estabelecimento de unidades de distribuição ou mesmo industriais,
cujo objectivo final seja atingir outros mercados europeus.


Investimento Directo de Portugal no Brasil
    3                                                                                                   a      2009        2010        b
(10 EUR)                      2005          2006          2007          2008          2009     Var %                              Var %
                                                                                                              Jan/Set     Jan/Set
Investimento bruto            350.985       426.596       665.733      539.194       547.118       15,0       429.866      488.239     13,6

Desinvestimento               788.671       413.609       326.848      271.107       172.405     -30,5        133.908      467.241    248,9

Investimento líquido          -437.686        12.987      338.885      268.087       374.713            --    295.958       20.998        --

Fonte:    Banco de Portugal
Notas:    (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009
          (b) Taxa de variação homóloga



Por outro lado, o Brasil é um importante destino de IDPE, sendo esta área aquela em que o
relacionamento bilateral mais se tem evidenciado, mais propriamente, desde finais dos anos 90.


De acordo com os dados publicados pelo Banco de Portugal, no período 2005-2009 o investimento bruto
teve um crescimento médio anual de 15,0%, enquanto o desinvestimento caiu (-30,5%).



                                                                                                                                         23
aicep Portugal Global
                                                                                   Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Apesar das incertezas no mercado internacional, a estabilidade macroeconómica no Brasil tem sido
fundamental para garantir a continuidade na entrada de investimento directo estrangeiro (IDE) no país.


Já entre Janeiro e Setembro de 2010, se compararmos com o período homólogo de 2009, deu-se um
crescimento de 13,6% no investimento bruto e um aumento de 248,9% no desinvestimento, contudo o
investimento líquido mantém-se positivo.


No que se refere às aplicações e depois do movimento inicial ter sido feito por alguns grandes grupos
portugueses, em resultado das privatizações brasileiras nos sectores da energia e telecomunicações,
seguiram-se inúmeros investimentos2, cuja característica principal é a sua diversificação e a intervenção
de grandes e médias empresas.


Concretamente, em 2009, as actividades imobiliárias, alugueres e serviços às empresas, foram a
principal aplicação dos fluxos portugueses (62,0%), seguindo-se o comércio por grosso e a retalho
(25,8%), os quais no seu conjunto representaram perto de 87,8% do IDP no Brasil. No período em
análise, ressalta que o comércio por grosso e a retalho começou a ter uma representatividade de maior
vulto no ano de 2007 e seguintes; por sua vez as actividades imobiliárias, alugueres e serviços às
empresas estiveram sempre no topo destas aplicações.


O pipeline de investimentos turísticos portugueses no Brasil está em franca expansão: investidores
portugueses como o Grupo Vila Galé, Grupo Espírito Santo, Grupo Pestana, Dorisol, Oásis Atlântico,
João Vaz Guedes, o Aquiraz Golf & Beach Villas no Ceará como sendo “o maior empreendimento
turístico português”, englobando oito hotéis, o Grupo Dom Pedro e Solverde.


Para além dos investimentos já referidos para a área do turismo, apontamos outros grandes
investimentos realizados por empresas portuguesas, que pela sua importância merece destaque: a
hidroeléctrica de Peixe Angical (no Estado do Tocantins) cuja construção foi da responsabilidade da EDP
Energias do Brasil em parceria com a estatal Furnas, constituindo uma grande obra de infra-estrutura no
Brasil. Mais recentemente, novos investimentos da EDP e da GALP avolumam esta área de
internacionalização, enquanto outras grandes parcerias estão em perspectiva. Contudo, depois do
movimento inicial ter sido feito por alguns grandes grupos portugueses em resultado das privatizações
brasileiras nos sectores da energia e telecomunicações, seguiram-se e seguem-se vários investimentos,
cuja característica principal é a sua diversificação, realizados por pequenas e médias empresas.


3.4. Turismo

O Brasil integra a “carteira” dos principais mercados emissores para Portugal (top ten). Os cerca de 275
mil turistas brasileiros que escolheram Portugal como destino das suas férias ao estrangeiro em 2009,
permitiram colocar o Brasil na 7ª posição do ranking das entradas de turistas com uma quota de 4,2% do
total.



2
    PT Telecom, EDP, Galp, Cimpor, Brisa, Martifer, Logoplaste, Pestana, Vila Galé, Grupo Espírito Santo, Dão Sul, entre outros;

                                                                                                                                   24
aicep Portugal Global
                                                                                             Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


As estatísticas de 2009 relativas às dormidas na hotelaria global e às receitas turísticas, colocam o Brasil
no 8º lugar no ranking das “dormidas”, com uma quota de 2,6% e no 8º lugar com uma quota de 2,8% no
conjunto dos países incluídos nas “receitas” geradas pelos mercados internacionais. Salienta-se uma
evolução crescente no período 2005-2009, nas suas três vertentes.


Para 2010, os dados disponíveis do mesmo período (Jan-Set) sobre as receitas, quando comparadas
com o período homólogo de 2009, registam um aumento de 57,9%.


O Norte de Portugal é a região na qual os visitantes brasileiros têm maior peso, tendo sido o Brasil, em
2009, o 3º país emissor para aquela região. Em oposição, a Madeira é a região em que o Brasil foi o 19º
país emissor em 2009.


Relativamente à evolução entre 2008-2009, existiu um decréscimo a nível global (-10.5%), destacando-
se só duas regiões onde se registou uma subida de turistas brasileiros: Alentejo e Açores. O maior
decréscimo deu-se no Centro (-16.7%).


Turismo do Brasil em Portugal
                                                                                                     a    2009         2010       Var
                     2005            2006            2007           2008        2009           Var %                                b
                                                                                                         Jan/Set      Jan/Set     %
            c
 Receitas           115.884         148.783          176.907      233.216      196.090            15,8    150.577     237.779     57,9
                d
   % Total                1,9             2,2            2,4             3,1        2,8             --         2,8         4,1       --
                e
   Posição                11ª             10ª            10ª              7ª            8ª          --        n.d.          6ª       --
                c
 Hóspedes           177.275         203.132          253.142      312.062      274.558            12,6    202.025     286.371     41,8
                d
   % Total                3,0             3,1            3,6             4,4        4,2             --         3,9         5,2       --
                f
   Posição                  8ª              8ª              8ª            7ª            7ª          --          7ª          7ª       --
                c
 Dormidas           411.175         461.807          558.749      672.970      595.511            10,6    434.365     633.886     45,9
                d
   % Total                1,7             1,8            2,1             2,6        2,6             --         2,3         3,3       --
                f
   Posição                12ª             12ª            10ª              8ª            8ª          --          8ª          7ª       --

Fontes:     INE - Instituto Nacional de Estatística; Banco de Portugal
Unidades:   Receitas (Milhares de euros); Hóspedes e Dormidas (Unidades)
Notas:      (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009
            (b) Taxa de variação homóloga
            (c) Inclui apenas a hotelaria global
            (d) Refere-se ao total de estrangeiros
            (e) Posição enquanto mercado emissor. num conjunto de 55 mercados
            (f) Posição enquanto mercado emissor. num conjunto de 22 mercados
            n.d. - não disponível



No que se refere à emissão de turistas portugueses para o Brasil e segundo o Ministério do Turismo
deste país, Portugal posicionou-se como mercado emissor em 6º lugar, em 2008, (depois da Argentina,
EUA, Itália, Alemanha e Chile), com 222.558 turistas (4,4%), contra o 3º lugar que ocupou em 2007, ano
em que foi responsável por 280.438 turistas (5,6%), embora o número total de turistas que visitaram o
Brasil em 2008, ao contrário do registado a nível geral, tenha subido cerca de 0,5%, face a 2007.

                                                                                                                                     25
aicep Portugal Global
                                                                  Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


4. Relações Internacionais e Regionais

A República Federativa do Brasil é membro do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) e da
Organização das Nações Unidas (ONU) e suas agências especializadas, de entre as quais se destaca o
Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Integra a Organização Mundial de
Comércio (OMC), desde 1 de Janeiro de 1995.


A nível regional, este país faz parte do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), da Associação Latino-
Americana de Integração (ALADI), do Sistema Económico Latino-Americano e do Caribe (SELA), da
Organização dos Estados Americanos (OEA), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
e é membro associado da Comunidade Andina (CAN).


O MERCOSUL (http://www.mercosur.int/), cujos membros fundadores são o Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai (a Venezuela assinou tratado de adesão em 2006 e aguarda apenas pela ratificação do
parlamento do Paraguai para se tornar no quinto membro pleno deste bloco sul-americano) foi criado em
26 de Março de 1991, pelo Tratado de Assunção, e traduz-se, em termos gerais, num projecto de
integração sub regional, que visa promover o progresso económico e social entre os seus membros,
através da constituição gradual de um Mercado Comum.


Actualmente, o MERCOSUL encontra-se, ainda, numa etapa do processo de integração definida como
União Aduaneira, cujo objectivo final é evoluir à condição de Mercado Comum, compreendendo não só o
livre comércio entre os países membros e a aplicação da Tarifa Externa Comum (TEC) face a países
terceiros, mas, também, a livre circulação dos factores de produção – capital e trabalho.


Estabelecida pelo Tratado de Montevideu, em 1980, a ALADI (organismo intergovernamental) visa
fortalecer as relações entre os seus membros, por intermédio da celebração de acordos bilaterais,
modernização da estrutura produtiva dos países signatários, harmonização das respectivas políticas
macroeconómicas e promoção de uma participação mais activa dos diferentes grupos sociais no
processo de integração.


Como objectivo final, pretende-se o estabelecimento, de forma gradual e progressiva, de um mercado
latino-americano, através da aplicação de uma Preferência Tarifária Regional (PTR), ou seja, redução de
direitos aduaneiros entre as partes. Integram a ALADI (http://www.aladi.org/) os seguintes países:
Argentina; Bolívia; Brasil; Chile; Colômbia; Cuba; Equador; México; Paraguai; Peru; Uruguai; e
Venezuela.


O SELA (http://www.sela.org/view/index.asp), formado por 27 países latino-americanos, foi criado em
1975, com o fito de acelerar o desenvolvimento económico e social dos seus membros, através da
cooperação intra-regional e do estabelecimento de um sistema permanente de consulta e coordenação
em assuntos de natureza económica e social.



                                                                                                        26
aicep Portugal Global
                                                                    Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


Por sua vez, a OEA/OAS (http://www.oas.org/pt/), instituída em 1948 por 21 nações, alargada
posteriormente a outras 14 (sendo que Cuba suspendeu a sua ligação desde 1962 a 2009, ano em que
optou por não a retomar, e as Honduras suspenderam também em 2009 a sua ligação), tem como
objectivos promover práticas de boa gestão governamental, fortalecer os direitos humanos, incentivar a
paz e a segurança, expandir o comércio, e encontrar soluções para os problemas provenientes da
pobreza, drogas e corrupção entre os “povos das Américas”.


Finalmente, a CPLP, criada em 17 de Julho de 1996, apresenta como objectivos gerais a concertação
político-diplomática em matéria de relações internacionais, nomeadamente na defesa e promoção de
interesses comuns ou questões específicas, a cooperação, particularmente nos domínios económico,
social, cultural, jurídico, técnico-científico, e a materialização de projectos de promoção e difusão da
língua portuguesa. Aderiram a esta Comunidade os seguintes países: Angola; Brasil; Cabo Verde;
Guiné-Bissau; Moçambique; Portugal; São Tomé e Príncipe; e Timor-Leste.


No que respeita ao relacionamento com a União Europeia, o quadro legal está vertido,
fundamentalmente, no Acordo-Quadro de Cooperação Brasil/UE, assinado em Junho de 1992 e em vigor
desde Novembro de 1995 e no Acordo-Quadro Inter-Regional de Cooperação Mercosul/UE, assinado em
Dezembro de 1995 e em vigor desde Julho de 1999.


Os principais objectivos que presidiram ao estabelecimento do Acordo-Quadro de Cooperação Brasil/UE
(de natureza não preferencial) foram o aumento e a diversificação das trocas comerciais entre as partes,
bem como a intensificação da cooperação económica, industrial, científica, tecnológica e financeira.


Com o Acordo-Quadro de Cooperação Mercosul/UE pretende-se o aprofundamento das relações entre
as partes e a preparação das condições para a criação de um Acordo de Associação Inter-Regional que
incluirá a liberalização do comércio de bens e serviços, de acordo com as regras da OMC, entre outras
matérias no domínio económico, técnico, político, institucional e cultural.


Em Maio de 2007, a UE recomendou o lançamento de uma Parceria Estratégica com o Brasil, com vista
a reforçar as relações bilaterais entre as partes numa variedade de sectores e actividades de interesse
comum.


A primeira Cimeira teve lugar a 4 de Julho de 2007 (Lisboa), a segunda realizou-se em 22 de Dezembro
de 2008 (Rio de Janeiro), a terceira em 6 de Outubro de 2009 (Estocolmo), e a quarta em 14 de Julho de
2010 (Brasília), onde se debateram os seguintes temas: conclusão do Acordo UE/Mercosul; pobreza e
desigualdade; ambiente; energia; estabilidade e crescimento na América Latina; e a cooperação na
integração regional com o Mercosul.


De referir, também, o instrumento de financiamento da cooperação para o desenvolvimento,
estabelecido pelo Regulamento (CE) n.º 1905/2006, de 18 de Dezembro, que visa eliminar a pobreza



                                                                                                          27
aicep Portugal Global
                                                                   Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


nos países, territórios e regiões em desenvolvimento (o Brasil é país elegível). A assistência financeira
comunitária à América Latina presta especial atenção aos seguintes domínios de cooperação:


•   Promoção da coesão social, apoiando as políticas fiscais, o investimento produtivo para mais e
    melhores empregos, as políticas de luta contra a discriminação e a produção, consumo e tráfico de
    drogas, e a melhoria dos serviços sociais básicos, em especial a saúde e a educação;


•   Promoção de uma maior integração regional, nomeadamente no apoio a diferentes processos de
    integração regional;


•   Apoio ao reforço da boa governação e das instituições públicas, bem como da protecção dos direitos
    do Homem;


•   Apoio à criação de um espaço comum UE – América Latina do ensino superior;


•   Promoção do desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões, prestando especial
    atenção à protecção das florestas e à diversidade biológica.


Para informação mais pormenorizada sobre o relacionamento bilateral entre a União Europeia e o Brasil
os interessados podem consultar, o Site da União Europeia, no tema “Relações Externas” –
http://ec.europa.eu/external_relations/brazil/index_pt.htm




5. Condições Legais de Acesso ao Mercado


5.1. Regime Geral de Importação


O mercado brasileiro caracterizou-se, até ao início dos anos 90, por um forte proteccionismo e
intervenção estatal. O programa de reformas de 1990 consagrou uma progressiva liberalização das
trocas comerciais e a integração da economia brasileira a nível internacional. No entanto, este país
continua a apresentar uma forte (e complexa) carga fiscal incidente sobre a importação da maioria dos
produtos.


A exportação da generalidade das mercadorias para o mercado brasileiro não está sujeita, como regra, a
restrições (licenciamento). Existem, no entanto, algumas excepções para as quais é necessária a
observância de determinados requisitos e a autorização prévia das autoridades competentes.


A lista de produtos sujeitos a autorização abrange as importações de bens alimentares, de bebidas, de
produtos farmacêuticos e veterinários, de cosméticos e de produtos agrícolas, incluindo sementes e
fertilizantes.



                                                                                                         28
aicep Portugal Global
                                                                   Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010)


A entrada de determinado tipo de bens, como armas, drogas e produtos agro-químicos está dependente
de autorizações especiais por razões de segurança, saúde pública ou de protecção da indústria nacional.


Os procedimentos de importação estão informatizados através do Sistema Integrado de Comércio
Externo, denominado SISCOMEX que, por via do estabelecimento de um fluxo único das várias
informações, promove a integração das actividades de registo, acompanhamento e controlo das
operações de importação/exportação. O SISCOMEX surge, assim, como um instrumento que visa
agilizar e facilitar a tramitação administrativa na área do comércio externo.


Todas as mercadorias importadas no mercado brasileiro estão sujeitas a Despacho Aduaneiro,
processado pelas entidades alfandegárias com base nas informações constantes na Declaração de
Importação.


O licenciamento dos bens pode ser automático (para produtos que não carecem de licença de
importação ou autorizações especiais, nomeadamente as operações efectuadas ao abrigo do regime
aduaneiro de drawback) ou não automático (abrange todas as mercadorias para as quais é obrigatória a
emissão de uma Licença Prévia de Importação - LI, como sejam, certos produtos alimentares, agro-
pecuários, brinquedos, equipamentos electrónicos e têxteis, entre outros).


A exportação de géneros alimentícios (ex.: produtos da pesca; carnes de suíno; leites e seus produtos)
para o Brasil está sujeita ao cumprimento dos seguintes procedimentos:


•   O estabelecimento português deverá entrar em contacto com os Serviços Veterinários da respectiva
    Região (DSVR) da Direcção Geral de Veterinária (DGV);


•   As DSVR efectuam um controlo ao estabelecimento para verificação do cumprimento dos requisitos
    legais.    A     legislação     brasileira    pode      ser     consultada    no      seguinte     Site:
    http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=abreLegislacaoFederal&chav
    e=50674&tipoLegis=A;


•   Se o operador observar as regras, a DGV solicita à autoridade brasileira a inclusão do
    estabelecimento na lista de estabelecimentos aprovados a exportar para o Brasil. Esta lista pode ser
    consultada no portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA) –
    Sistemas de Informação – SIGSIF – Sistema de Informações Gerências do Serviço de Inspecção
    Federal – Listas de Estabelecimentos Estrangeiros Habilitados à Exportação para o Brasil
    (http://www.agricultura.gov.br/);


•   O operador pode iniciar o processo de registo de rótulos, ou seja, para cada tipo produto que
    pretende exportar para o Brasil, necessita de preencher um formulário. Este formulário tem de ser
    visto e assinado pela respectiva DSVR antes do operador o submeter à apreciação da autoridade
    brasileira (MAPA);

                                                                                                         29
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global
Brasil mercado informação global

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Ficha de avalia+º+úo janeiro
Ficha de avalia+º+úo   janeiroFicha de avalia+º+úo   janeiro
Ficha de avalia+º+úo janeiroLuis Martins
 
Paisagem da australia
Paisagem da australiaPaisagem da australia
Paisagem da australiaMayjö .
 
Ficha de Trabalho sobre a expansão portuguesa - 8º ANO - SOLUÇÕES
Ficha de Trabalho sobre a expansão portuguesa - 8º ANO - SOLUÇÕESFicha de Trabalho sobre a expansão portuguesa - 8º ANO - SOLUÇÕES
Ficha de Trabalho sobre a expansão portuguesa - 8º ANO - SOLUÇÕESensinovirtual3ciclo
 
Ficha de avaliação população convertido
Ficha de avaliação   população convertidoFicha de avaliação   população convertido
Ficha de avaliação população convertidoLinda Pereira
 
Ficha de avaliação 4.doc correção
Ficha de avaliação 4.doc   correçãoFicha de avaliação 4.doc   correção
Ficha de avaliação 4.doc correçãosofiasimao
 
A Revolução Científica
A Revolução CientíficaA Revolução Científica
A Revolução CientíficaRui Neto
 
Ficha de avaliação estrutura etária, distribuição e migrações
Ficha de avaliação   estrutura etária, distribuição e migraçõesFicha de avaliação   estrutura etária, distribuição e migrações
Ficha de avaliação estrutura etária, distribuição e migraçõesLinda Pereira
 
12ª classe aula4
12ª classe aula412ª classe aula4
12ª classe aula4Diabzie
 
O Iluminismo
O IluminismoO Iluminismo
O IluminismoRui Neto
 

Destaque (11)

Ficha de avalia+º+úo janeiro
Ficha de avalia+º+úo   janeiroFicha de avalia+º+úo   janeiro
Ficha de avalia+º+úo janeiro
 
Paisagem da australia
Paisagem da australiaPaisagem da australia
Paisagem da australia
 
Avaliação diagnóstica 8º ano
Avaliação diagnóstica   8º anoAvaliação diagnóstica   8º ano
Avaliação diagnóstica 8º ano
 
As paisagens
As paisagens As paisagens
As paisagens
 
Ficha de Trabalho sobre a expansão portuguesa - 8º ANO - SOLUÇÕES
Ficha de Trabalho sobre a expansão portuguesa - 8º ANO - SOLUÇÕESFicha de Trabalho sobre a expansão portuguesa - 8º ANO - SOLUÇÕES
Ficha de Trabalho sobre a expansão portuguesa - 8º ANO - SOLUÇÕES
 
Ficha de avaliação população convertido
Ficha de avaliação   população convertidoFicha de avaliação   população convertido
Ficha de avaliação população convertido
 
Ficha de avaliação 4.doc correção
Ficha de avaliação 4.doc   correçãoFicha de avaliação 4.doc   correção
Ficha de avaliação 4.doc correção
 
A Revolução Científica
A Revolução CientíficaA Revolução Científica
A Revolução Científica
 
Ficha de avaliação estrutura etária, distribuição e migrações
Ficha de avaliação   estrutura etária, distribuição e migraçõesFicha de avaliação   estrutura etária, distribuição e migrações
Ficha de avaliação estrutura etária, distribuição e migrações
 
12ª classe aula4
12ª classe aula412ª classe aula4
12ª classe aula4
 
O Iluminismo
O IluminismoO Iluminismo
O Iluminismo
 

Semelhante a Brasil mercado informação global

Paises Baixos (Holanda) Ficha de Mercado - Exportação e Investimento
Paises Baixos (Holanda) Ficha de Mercado - Exportação e InvestimentoPaises Baixos (Holanda) Ficha de Mercado - Exportação e Investimento
Paises Baixos (Holanda) Ficha de Mercado - Exportação e InvestimentoExport Hub
 
Espanha Ficha de País - Exportação e Investimento
Espanha Ficha de País - Exportação e InvestimentoEspanha Ficha de País - Exportação e Investimento
Espanha Ficha de País - Exportação e InvestimentoExport Hub
 
Reino Unido Ficha de Mercado - Exportacao e Investimento
Reino Unido Ficha de Mercado - Exportacao e InvestimentoReino Unido Ficha de Mercado - Exportacao e Investimento
Reino Unido Ficha de Mercado - Exportacao e InvestimentoExport Hub
 
Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento
Espanha Dossier Mercado - Exportação e InvestimentoEspanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento
Espanha Dossier Mercado - Exportação e InvestimentoExport Hub
 
Brasil Dossier de Mercado - Exportação e Investimento
Brasil Dossier de Mercado - Exportação e InvestimentoBrasil Dossier de Mercado - Exportação e Investimento
Brasil Dossier de Mercado - Exportação e InvestimentoExport Hub
 
Portugal detalhes - Exportação e Investimento
Portugal detalhes - Exportação e InvestimentoPortugal detalhes - Exportação e Investimento
Portugal detalhes - Exportação e InvestimentoExport Hub
 
O Planejamento Estratégico no Estado de São Paulo
O Planejamento Estratégico no Estado de São PauloO Planejamento Estratégico no Estado de São Paulo
O Planejamento Estratégico no Estado de São PauloCogepp CEPAM
 
GMSC - Florianópolis - Aula introdução e cenário de mídia
GMSC -   Florianópolis - Aula introdução e cenário de mídiaGMSC -   Florianópolis - Aula introdução e cenário de mídia
GMSC - Florianópolis - Aula introdução e cenário de mídiagrupodemidiasc
 
O legado da Copa 2014 para Corinthians Itaquera
O legado da Copa 2014 para Corinthians ItaqueraO legado da Copa 2014 para Corinthians Itaquera
O legado da Copa 2014 para Corinthians ItaqueraChico Macena
 
O Legado da Copa 2014 para Corinthians Itaquera
O Legado da Copa 2014 para Corinthians ItaqueraO Legado da Copa 2014 para Corinthians Itaquera
O Legado da Copa 2014 para Corinthians ItaqueraChico Macena
 
Apresentação Setrans Pernambuco 2011
Apresentação Setrans Pernambuco 2011Apresentação Setrans Pernambuco 2011
Apresentação Setrans Pernambuco 2011pontodepauta.com.br
 
Anuário do Mercado Imobiliário Brasileiro 2013 - Lopes
Anuário do Mercado Imobiliário Brasileiro 2013 - LopesAnuário do Mercado Imobiliário Brasileiro 2013 - Lopes
Anuário do Mercado Imobiliário Brasileiro 2013 - LopesAllan Fraga
 
Apresentação projeto - africa
Apresentação   projeto - africaApresentação   projeto - africa
Apresentação projeto - africaAndrei Lourenco
 
280896673-FT-AI-4-1-Identidade-Reginal.pdf
280896673-FT-AI-4-1-Identidade-Reginal.pdf280896673-FT-AI-4-1-Identidade-Reginal.pdf
280896673-FT-AI-4-1-Identidade-Reginal.pdfMarleneRicardo2
 
Documentacion minas gerais
Documentacion minas geraisDocumentacion minas gerais
Documentacion minas geraisagasull_lopez
 
Aicep: India mercado do vinho breve apontamento
Aicep: India mercado do vinho breve apontamentoAicep: India mercado do vinho breve apontamento
Aicep: India mercado do vinho breve apontamentoJorge Lascas
 
Debate Oportunidades de Negócios em Moçambique, 18/08/2011 - Apresentação de ...
Debate Oportunidades de Negócios em Moçambique, 18/08/2011 - Apresentação de ...Debate Oportunidades de Negócios em Moçambique, 18/08/2011 - Apresentação de ...
Debate Oportunidades de Negócios em Moçambique, 18/08/2011 - Apresentação de ...FecomercioSP
 

Semelhante a Brasil mercado informação global (20)

Paises Baixos (Holanda) Ficha de Mercado - Exportação e Investimento
Paises Baixos (Holanda) Ficha de Mercado - Exportação e InvestimentoPaises Baixos (Holanda) Ficha de Mercado - Exportação e Investimento
Paises Baixos (Holanda) Ficha de Mercado - Exportação e Investimento
 
Espanha Ficha de País - Exportação e Investimento
Espanha Ficha de País - Exportação e InvestimentoEspanha Ficha de País - Exportação e Investimento
Espanha Ficha de País - Exportação e Investimento
 
Reino Unido Ficha de Mercado - Exportacao e Investimento
Reino Unido Ficha de Mercado - Exportacao e InvestimentoReino Unido Ficha de Mercado - Exportacao e Investimento
Reino Unido Ficha de Mercado - Exportacao e Investimento
 
Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento
Espanha Dossier Mercado - Exportação e InvestimentoEspanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento
Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento
 
Brasil Dossier de Mercado - Exportação e Investimento
Brasil Dossier de Mercado - Exportação e InvestimentoBrasil Dossier de Mercado - Exportação e Investimento
Brasil Dossier de Mercado - Exportação e Investimento
 
Portugal detalhes - Exportação e Investimento
Portugal detalhes - Exportação e InvestimentoPortugal detalhes - Exportação e Investimento
Portugal detalhes - Exportação e Investimento
 
O Planejamento Estratégico no Estado de São Paulo
O Planejamento Estratégico no Estado de São PauloO Planejamento Estratégico no Estado de São Paulo
O Planejamento Estratégico no Estado de São Paulo
 
GMSC - Florianópolis - Aula introdução e cenário de mídia
GMSC -   Florianópolis - Aula introdução e cenário de mídiaGMSC -   Florianópolis - Aula introdução e cenário de mídia
GMSC - Florianópolis - Aula introdução e cenário de mídia
 
O legado da Copa 2014 para Corinthians Itaquera
O legado da Copa 2014 para Corinthians ItaqueraO legado da Copa 2014 para Corinthians Itaquera
O legado da Copa 2014 para Corinthians Itaquera
 
O Legado da Copa 2014 para Corinthians Itaquera
O Legado da Copa 2014 para Corinthians ItaqueraO Legado da Copa 2014 para Corinthians Itaquera
O Legado da Copa 2014 para Corinthians Itaquera
 
Apresentação Setrans Pernambuco 2011
Apresentação Setrans Pernambuco 2011Apresentação Setrans Pernambuco 2011
Apresentação Setrans Pernambuco 2011
 
Anuário do Mercado Imobiliário Brasileiro 2013 - Lopes
Anuário do Mercado Imobiliário Brasileiro 2013 - LopesAnuário do Mercado Imobiliário Brasileiro 2013 - Lopes
Anuário do Mercado Imobiliário Brasileiro 2013 - Lopes
 
Apresentação projeto - africa
Apresentação   projeto - africaApresentação   projeto - africa
Apresentação projeto - africa
 
Brazil in Numbers
Brazil in NumbersBrazil in Numbers
Brazil in Numbers
 
Palestra Em Santa Maria Alunos
Palestra Em Santa Maria AlunosPalestra Em Santa Maria Alunos
Palestra Em Santa Maria Alunos
 
Proposta para universalização do saneamento
Proposta para universalização do saneamentoProposta para universalização do saneamento
Proposta para universalização do saneamento
 
280896673-FT-AI-4-1-Identidade-Reginal.pdf
280896673-FT-AI-4-1-Identidade-Reginal.pdf280896673-FT-AI-4-1-Identidade-Reginal.pdf
280896673-FT-AI-4-1-Identidade-Reginal.pdf
 
Documentacion minas gerais
Documentacion minas geraisDocumentacion minas gerais
Documentacion minas gerais
 
Aicep: India mercado do vinho breve apontamento
Aicep: India mercado do vinho breve apontamentoAicep: India mercado do vinho breve apontamento
Aicep: India mercado do vinho breve apontamento
 
Debate Oportunidades de Negócios em Moçambique, 18/08/2011 - Apresentação de ...
Debate Oportunidades de Negócios em Moçambique, 18/08/2011 - Apresentação de ...Debate Oportunidades de Negócios em Moçambique, 18/08/2011 - Apresentação de ...
Debate Oportunidades de Negócios em Moçambique, 18/08/2011 - Apresentação de ...
 

Mais de Export Hub

Exports Brazil - Export Legal Information Guide
Exports Brazil - Export Legal Information GuideExports Brazil - Export Legal Information Guide
Exports Brazil - Export Legal Information GuideExport Hub
 
Exports Brasil - Business Guide Brazil
Exports Brasil - Business Guide BrazilExports Brasil - Business Guide Brazil
Exports Brasil - Business Guide BrazilExport Hub
 
Exports Brazil - Basic Adresses
Exports Brazil - Basic AdressesExports Brazil - Basic Adresses
Exports Brazil - Basic AdressesExport Hub
 
ADn – Aquarium Design
ADn – Aquarium Design ADn – Aquarium Design
ADn – Aquarium Design Export Hub
 
MKT House - PR and Advertising Agency in Brazil
MKT House - PR and Advertising Agency in BrazilMKT House - PR and Advertising Agency in Brazil
MKT House - PR and Advertising Agency in BrazilExport Hub
 
MKT House - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Publicidade no Brasil
MKT House - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Publicidade no BrasilMKT House - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Publicidade no Brasil
MKT House - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Publicidade no BrasilExport Hub
 
Reino Unido: Oportunidades e Dificuldades de Mercado - Exportação e Investimento
Reino Unido: Oportunidades e Dificuldades de Mercado - Exportação e InvestimentoReino Unido: Oportunidades e Dificuldades de Mercado - Exportação e Investimento
Reino Unido: Oportunidades e Dificuldades de Mercado - Exportação e InvestimentoExport Hub
 
Paises Baixos (Holanda) Guia de Acesso ao Mercado - Exportação e Investimento
Paises Baixos (Holanda) Guia de Acesso ao Mercado - Exportação e InvestimentoPaises Baixos (Holanda) Guia de Acesso ao Mercado - Exportação e Investimento
Paises Baixos (Holanda) Guia de Acesso ao Mercado - Exportação e InvestimentoExport Hub
 
Portugal country detailed profile - Export & Investment
Portugal country detailed profile - Export & InvestmentPortugal country detailed profile - Export & Investment
Portugal country detailed profile - Export & InvestmentExport Hub
 
Portugal details - Export & Investment
Portugal details - Export & InvestmentPortugal details - Export & Investment
Portugal details - Export & InvestmentExport Hub
 
Portugal Ficha País - Investimento e Exportação
Portugal Ficha País - Investimento e ExportaçãoPortugal Ficha País - Investimento e Exportação
Portugal Ficha País - Investimento e ExportaçãoExport Hub
 

Mais de Export Hub (11)

Exports Brazil - Export Legal Information Guide
Exports Brazil - Export Legal Information GuideExports Brazil - Export Legal Information Guide
Exports Brazil - Export Legal Information Guide
 
Exports Brasil - Business Guide Brazil
Exports Brasil - Business Guide BrazilExports Brasil - Business Guide Brazil
Exports Brasil - Business Guide Brazil
 
Exports Brazil - Basic Adresses
Exports Brazil - Basic AdressesExports Brazil - Basic Adresses
Exports Brazil - Basic Adresses
 
ADn – Aquarium Design
ADn – Aquarium Design ADn – Aquarium Design
ADn – Aquarium Design
 
MKT House - PR and Advertising Agency in Brazil
MKT House - PR and Advertising Agency in BrazilMKT House - PR and Advertising Agency in Brazil
MKT House - PR and Advertising Agency in Brazil
 
MKT House - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Publicidade no Brasil
MKT House - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Publicidade no BrasilMKT House - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Publicidade no Brasil
MKT House - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Publicidade no Brasil
 
Reino Unido: Oportunidades e Dificuldades de Mercado - Exportação e Investimento
Reino Unido: Oportunidades e Dificuldades de Mercado - Exportação e InvestimentoReino Unido: Oportunidades e Dificuldades de Mercado - Exportação e Investimento
Reino Unido: Oportunidades e Dificuldades de Mercado - Exportação e Investimento
 
Paises Baixos (Holanda) Guia de Acesso ao Mercado - Exportação e Investimento
Paises Baixos (Holanda) Guia de Acesso ao Mercado - Exportação e InvestimentoPaises Baixos (Holanda) Guia de Acesso ao Mercado - Exportação e Investimento
Paises Baixos (Holanda) Guia de Acesso ao Mercado - Exportação e Investimento
 
Portugal country detailed profile - Export & Investment
Portugal country detailed profile - Export & InvestmentPortugal country detailed profile - Export & Investment
Portugal country detailed profile - Export & Investment
 
Portugal details - Export & Investment
Portugal details - Export & InvestmentPortugal details - Export & Investment
Portugal details - Export & Investment
 
Portugal Ficha País - Investimento e Exportação
Portugal Ficha País - Investimento e ExportaçãoPortugal Ficha País - Investimento e Exportação
Portugal Ficha País - Investimento e Exportação
 

Último

EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensEP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensLuizPauloFerreira11
 
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasConferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaConferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaE-Commerce Brasil
 
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomia
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomiaAnalise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomia
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomiaGabrielPasquinelli1
 
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...E-Commerce Brasil
 
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdfÉtica NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdfInsttLcioEvangelista
 
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...E-Commerce Brasil
 
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?Michael Rada
 
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdfIntrodução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdfVivianeVivicka
 
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...E-Commerce Brasil
 
Questionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
QuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnQuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
QuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnGustavo144776
 
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024E-Commerce Brasil
 
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoConferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceConferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceE-Commerce Brasil
 

Último (20)

EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensEP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
 
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasConferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaConferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
 
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomia
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomiaAnalise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomia
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomia
 
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
 
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
 
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdfÉtica NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdf
 
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
 
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
 
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdfIntrodução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdf
 
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
 
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
 
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
 
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
 
Questionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
QuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnQuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
Questionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
 
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
 
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
 
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
 
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoConferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceConferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
 

Brasil mercado informação global

  • 1. Mercados informação global Brasil Ficha de Mercado Novembro 2010
  • 2. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Índice 1. País em Ficha 3 2. Economia 4 2.1. Situação Económica e Perspectivas 4 2.2. Comércio Internacional 6 2.3. Investimento 12 2.4. Turismo 15 3. Relações Económicas com Portugal 16 3.1. Comércio 16 3.2. Serviços 21 3.3. Investimento 22 3.4 Turismo 24 4. Relações Internacionais e Regionais 26 5. Condições Legais de Acesso ao Mercado 28 5.1. Regime Geral de Importação 28 5.2. Regime de Investimento Estrangeiro 31 5.3. Quadro Legal 33 6. Informações Úteis 34 7. Endereços Diversos 35 8. Fontes de Informação 44 8.1. Informação Online aicep Portugal Global 44 8.2. Endereços de Internet 46 2
  • 3. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) 1. País em Ficha 2 Área: 8.514.877 km (5º país em extensão territorial) População: 198,7 milhões (estimativa 2010) 2 Densidade populacional: 23,3 habitantes por km Designação oficial: República Federativa do Brasil Chefe do Estado: Luíz Inácio Lula da Silva (eleito em 2002 e reeleito em 2006) mantém-se em funções até 31-Dez-2010. Nas eleições que decorreram em 31-Out-2010 (2ª volta) foi eleita Dilma Rousseff, do PT, para período de 2011-2014 Vice-Presidente: José Alencar Data da actual constituição: Outubro de 1988. Algumas alterações foram introduzidas posteriormente Principais partidos políticos: Governo: Partido dos Trabalhadores (PT) (acima de 200.000 filiados) Oposição: Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB); Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB); Democratas (DEM); Partido Progressista (PP); Partido Socialista Brasileiro (PSB); Partido Democrático Trabalhista (PDT); Partido da República (PR); Partido Comunista do Brasil (PC do B); Partido Socialismo e Liberdade (PSOL); Partido Verde (PV); Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) Capital: Brasília – 2,5 milhões de habitantes (IBGE - 2007) Outras cidades importantes: São Paulo (11,0 milhões), Rio de Janeiro (6,1 milhões), Salvador (2,9 milhões), Belo Horizonte (2,4 milhões), Fortaleza (2,4 milhões), Curitiba (1,8 milhões), Manaus (1,7 milhões), Recife (1,5 milhões), Porto Alegre (1,4 milhões) Religião: É garantida pela Constituição a livre prática de todas as religiões, maioritariamente a Católica Romana (73,6%) Língua: Português Unidade monetária: Real do Brasil (BRL) 1 EUR = 2,3548 BRL (Oanda – valor médio Jan-Nov 2010) Risco País Risco geral – BB (AAA = risco menor; D = risco maior) Risco político – BBB Ranking em negócios: Índice 6,68 (10 = máximo) Ranking geral – 39 (entre 82 países) (EIU – Outubro 2010) Risco de crédito: 3 (1 = risco menor; 7 = risco maior) (COSEC – Julho 2010 - http://cgf.cosec.pt) Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp. + Imp. / PIB = 22,62% (2009) Imp. / PIB = 11,35% (2009) Imp. / Imp. Mundial = 1,43% (2009) Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU) ; CEPAL; OCDE; World Trade Organization (WTO); Banco Central do Brasil; Ministério do Turismo do Brasil; BBC Brasil; Embratur; UNCTAD; Banco de Portugal; COSEC; INE – Inst. Nacional de Estatística 3
  • 4. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) 2. Economia 2.1. Situação Económica e Perspectivas O Brasil é considerado actualmente a primeira economia da América Latina e ocupa o sétimo lugar no ranking das maiores economias mundiais. É de assinalar que, fruto do progresso alcançado com as reformas económicas, das condições extremamente favoráveis a nível internacional e do desenvolvimento de políticas sociais, a economia brasileira registou elevadas taxas de crescimento nos anos mais recentes, e bastante superiores às verificadas durante as últimas três décadas. No dia 31 de Outubro de 2010, numa segunda volta, Dilma Rousseff foi eleita presidente do Brasil, cargo a ser ocupado pela primeira vez na história do país por uma mulher. Obteve 56,05% do total de votos válidos. Subjacente a esta vitória estiveram a recuperação económica e a popularidade de Lula, que abriram o caminho a Dilma Rousseff para ser considerada uma candidata favorita e para o Partido dos Trabalhadores continuar no Governo a cumprir um terceiro mandato (2011-2014). Dilma assegura a continuidade das políticas macroeconómicas preconizadas por Lula e do papel do Estado na economia. A política económica recente pode ser dividida em duas fases, que correspondem, “grosso modo”, aos dois governos do Presidente Lula da Silva. A primeira, durante o primeiro mandato (2002-2006), teve como objectivo prioritário alcançar a estabilidade macroeconómica mediante a correcção de alguns desequilíbrios, como a inflação, através de uma política monetária e fiscal restritiva. Alcançada a estabilidade macroeconómica, o governo actual pretendeu acelerar o crescimento económico através de um ambicioso programa de investimentos públicos (Programa de Aceleração do Crescimento – PAC), que contempla sobretudo as infra-estruturas, o meio ambiente e a energia. Simultaneamente, o Governo e o Banco Central do Brasil continuam a exercer um controlo apertado sobre as principais variáveis macroeconómicas e financeiras, o que explica que as taxas de juro reais sejam das mais elevadas a nível mundial e que a carga tributária sobre as empresas e o cidadão também se situe entre as mais altas do mundo. Em 2007 o crescimento do produto interno bruto (PIB) situava-se em 6,1%, o que representou a maior taxa de crescimento verificada desde 1994, embora, a partir deste ano, tenha entrado em desaceleração, até à contração verificada em 2009 (-0,2%), particularmente em consequência das quebras sentidas ao nível dos consumos privado e público e do investimento. Medidas contra cíclicas e ligeiras recuperações de indicadores em baixa fazem prever uma recuperação económica para 2010, com especial destaque para o investimento, mostrando que o país está no bom caminho, ano em que, apesar de alguns meses mais difíceis, o PIB deverá crescer até aos 7,5%. Depois de recuperar da breve recessão, no final de 2008, os últimos indicadores sugerem uma recuperação da economia e a retoma e sustentabilidade do crescimento do PIB com taxas anuais que variam entre 4,5% e 5,0%, impulsionado por uma expansão da força de trabalho, pelo crescimento dos 4
  • 5. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) salários reais e pela ampliação do crédito, bem como por um robusto crescimento do investimento, tal como referido, atingirá 7,5%, neste ano de 2010. O impacto de restrições económicas mais suaves e o crescimento global, que se expecta, vão manter um PIB de 4,5% em 2011, com tendência para uma ligeira subida em 2012. O crescimento robusto da procura interna, paralelamente a um aumento de preços no produtor (com repercussão, nos próximos meses, nos preços de consumo), conduzirá a uma inflação anual acima da meta do Banco Central do Brasil, de 4.5% a 5,0%, pelo final do ano. No pressuposto que o PIB cresça em torno do potencial (4,5-5,0%), de preços no produtor, a depreciação de moeda é suave, a inflação anual vai cair para 4,4% em 2011 e 4,7% em 2012. Há risco de que o Banco Central do Brasil modere o ciclo de restrições económicas ainda este ano e que o ressurgimento do crescimento da procura interna, impulsionado por uma onda de fluxos de capital, faça a inflação disparar. Não há risco, no médio prazo, que o real vá desvalorizar mais do que o esperado, no caso, por exemplo, de um abrandamento inesperado da economia chinesa, que atinja os preços das commodities no Brasil e a sua moeda, alimentando-se através da inflação. Em termos de contas externas, é de assinalar o bom desempenho verificado ao longo dos últimos anos, deixando de ser um dos pontos fracos da economia brasileira (com défices da balança corrente endémicos) para passar a desempenhar um papel importante na recuperação económica do país, reduzindo fortemente a sua vulnerabilidade face ao exterior. O Brasil soube utilizar os ciclos de crescimento dos anos 2002-2003 para melhorar a situação orçamental e aumentar as reservas. Contudo, este período parece ter chegado ao fim em 2008, ano em que a balança corrente voltou a registar um saldo negativo (-28,2 mil milhões de USD), equivalente a 1,7% do PIB. Este resultado é o pior desde 1998 e encerra um período de cinco anos de superavits. Grande parte do agravamento desta rubrica que se prevê venha a piorar em 2010 e anos seguintes, ficar-se-á a dever bastante à diminuição do excedente da balança comercial. Projecta-se um aumento no défice da balança corrente entre 3,0% a 4,0% do PIB, nos anos de 2011-2012, com o crescimento das importações a superar o das exportações, corroendo o superavit comercial que o Brasil registou na década anterior. Ao longo de alguns anos, verificou-se uma melhoria das contas públicas, fruto da combinação de um elevado superavit primário e de uma diminuição da dívida pública. No entanto, recentemente, a combinação de medidas contra cíclicas e a redução das receitas fiscais deverá conduzir a um forte declínio neste superavit. O crescimento sustentado do PIB e políticas fiscais pragmáticas irão abrir o caminho para superavits primários anuais de cerca de 3% do PIB, inferior ao dos anos anteriores à recessão, mas suficiente para aumentar a confiança na estabilidade macroeconómica. Apesar da recuperação económica, o esforço fiscal em 2010 foi fraco, em parte devido aos gastos eleitorais e se não fosse uma boa gestão, o superavit primário seria igual ao de 2009 (1,9% do PIB). 5
  • 6. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Principais Indicadores Macroeconómicos a a a b b b Unidade 2007 2008 2009 2010 2011 2012 População Milhões 187,6 189,6 191,5 193,3 194,9 196,5 9 PIB a preços de mercado 10 BRL 2.661,3 3.004,9 3.143,0 3.494,6 3.807,6 4.126,7 9 PIB a preços de mercado 10 USD 1.366,3 1.637,9 1.573,4 1.974,4 2.109,6 2.196,2 PIB per capita USD 7.280 8.640 8.220 10.220 10.820 11.180 Crescimento real do PIB % 6,1 5,1 -0,2 7,5 4,5 4,6 Consumo privado Var. % 6,1 7,1 4,1 6,7 4,8 5,0 Consumo público Var. % 5,1 1,5 3,7 4,0 3,0 3,0 Formação bruta de capital fixo Var. % 13,8 13,3 -10,0 18,5 8,5 9,0 c c c Taxa de desemprego % 9,3 7,9 8,1 7,0 6,7 6,7 c c c Taxa de inflação % 3,6 5,7 4,9 4,9 4,4 4,7 b c c c Dívida pública % do PIB 29,8 24,5 25,3 24,5 24,5 24,6 b c c c Saldo do sector público % do PIB 2,8 -2,0 -3,4 -2,3 -2,4 -2,6 9 Balança corrente 10 USD 1,6 -28,2 -24,3 -53,1 -66,4 -85,4 Balança corrente % do PIB 0,1 -1,7 -1,5 -2,7 -3,1 -3,9 Taxa de câmbio – média 1USD=xBRL 1,95 1,83 2,00 1,77 1,80 1,88 Taxa de câmbio – média 1EUR=xBRL 2,67 2,70 2,78 2,29 2,15 2,16 Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU); ViewsWire October 11st 2010 Notas: (a) Valores reais (b) Estimativas (c) Previsões BRL – Real do Brasil Resumindo, embora o Brasil não tenha saído ileso da crise económica, a recuperação em curso parece ter ganho maior ritmo a partir de 2010. O país continuará a consolidar a política macroeconómica, combinando metas inflacionárias, políticas de câmbio flutuante e de gestão orçamental, além da competente administração das contas externas, o que tem permitido ao país a recuperação da crise. Contudo, a OCDE recomenda que não se devem perder de vista os desafios de longo prazo, para reforçar a continuidade do potencial de crescimento do país e considera adequadas as medidas adoptadas no curto prazo, pelo governo, ao enfrentar a crise global; também considera que as acções para fortalecer a liquidez bancária, desde o início da crise, têm sido importantes, embora deva exercer- se uma maior flexibilização monetária no curto prazo. A política fiscal não compromete a sustentabilidade da dívida pública, a longo prazo. 2.2. Comércio Internacional O Brasil assume um lugar de alguma relevância no comércio mundial, ocupando, em 2009, a 24ª posição do ranking de exportadores, com uma quota de 1,2% e a 26ª enquanto importador, com uma quota de 1,1% (tendo sido em 2005, respectivamente, de 1,1% e 0,7%). 6
  • 7. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) A balança comercial passou a apresentar saldos positivos a partir de 2001, sendo que entre 2005 e 2009, as exportações do país registaram um crescimento médio anual na ordem de 8,3%, enquanto as importações tiveram um crescimento médio de 13,3%, evoluções bastante afectadas pelos valores que foram alcançados em 2009, em ambos os fluxos. De notar a diferença, ao longo destes 5 anos, entre o acréscimo das exportações e o das importações, sendo que neste caso a elevada taxa média verificada se fica muito a dever à fase de desenvolvimento que o país atravessa. Tanto as importações como as exportações deverão iniciar uma recuperação em 2010, na sequência das expectativas de crescimento da economia brasileira e mundial, cuja evolução, segundo o EIU, deverá ser de 13,3% para o caso das exportações e de 32,2% para o das importações. Trata-se de uma recuperação que em 2011 e em 2012 se reflecte na balança comercial, de modo a apresentar saldos negativos, daí a evolução das exportações ser uma grande preocupação para o governo. Assim, para o caso concreto das exportações, espera-se que em breve o governo anuncie novas medidas para as estimular, com iniciativas que virão das áreas financeira, tributária e da tecnologia. Entre elas, está o financiamento para os compradores de bens de capital e máquinas fabricados no Brasil, de modo a facilitar as vendas, essencialmente, para países da América do Sul. No mês de Setembro de 2010, as exportações alcançaram 18.833 milhões de USD, com média diária de 896,8 milhões de USD, enquanto que nos 21 dias úteis do mês, foram importados 17.740 milhões de USD, com média diária de 844,8 milhões de USD. No período, a balança comercial totalizou 36.573 milhões de USD, registando um superavit de 1.093 milhões de USD. As exportações aumentaram 35,9%, na comparação pela média, em relação a Setembro de 2009. No mesmo período comparativo, as importações cresceram 41,3% sobre a média de Setembro de 2009, enquanto o saldo comercial diminuiu -16,5%. No acumulado do ano (188 dias úteis), o saldo comercial está superavitário em 12.777 milhões de USD. Na comparação com a média, o saldo chega a ser cerca de 40% menor com o registado no mesmo período de 2009, que teve 187 dias úteis e superavit de 21.180 milhões de USD. De Janeiro a Setembro de 2010, foram exportados 144.929 milhões de USD. Na comparação com os 111.797 milhões de USD do mesmo período de 2009, houve crescimento de 28,9%. Nas importações, houve aumento de 45,1% em relação aos nove primeiros meses de 2009, passando de 90.617 milhões para 132.152 milhões de USD em 2010. A balança comercial, no acumulado do ano, totaliza o patamar 277.081 milhões de USD. Na comparação pela média diária, houve crescimento de 36,2% em relação ao mesmo período de 2009. 7
  • 8. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Evolução da Balança Comercial 9 (10 USD) 2005 2006 2007 2008 2009 Exportação fob 118,3 137,8 160,6 197,9 153,0 Importação fob 73,6 91,4 120,6 173,1 127,7 Saldo 44,7 46,5 40,0 24,8 25,3 Coeficiente de cobertura (%) 160,7 150,8 133,2 114,3 119,8 Posição no ranking mundial Como exportador 23ª 23ª 24ª 22ª 24ª Como importador 28ª 28ª 28ª 24ª 26ª Fontes: World Trade Organization (WTO); EIU Nos últimos anos o Brasil desenvolveu uma política activa de diversificação dos parceiros comerciais – a chamada “nova geografia comercial” – com o objectivo de diversificar os países mais tradicionais no seu comércio externo. Por regiões de destino, destaque para a Ásia, para onde as vendas aumentaram 4,2%, colocando esta região na primeira posição de mercado comprador de produtos brasileiros, nos primeiros nove meses de 2009, superando a União Europeia e a América Latina e Caraíbas. Por outro lado, também começa a tornar-se evidente o grande interesse do Brasil por África, com valores assinaláveis, concretamente no caso de Angola (o 30º mercado em 2009), a reforçar esta política. O início das operações da empresa Vale (antiga Companhia do Vale do Rio Doce), a maior produtora de minério a nível mundial, em Moçambique – Projecto Carvão Moatize – é um recente registo do crescente interesse do Brasil por África, traduzindo a procura dos recursos africanos, por parte da maior economia da América do Sul. No que se refere ao ranking dos principais clientes do Brasil entre 2007-2009, destaca-se desde já a ascenção vertiginosa da China que em 2009 alcança o lugar de 1º cliente, depois de ter sido o 3º cliente nos 2 anos anteriores, traduzindo-se nos acréscimos entre 2008-2009 de 23,1% e de 52,6% entre 2007- 2008 (em 2007 como cliente, foi responsável por 6,69% das exportações brasileiras e em 2009 já é responsável pela quota de 13,20%). Seguem-se os EUA, que em 2009 se viram desclassificados para 2º cliente (de 2008-2009 deu-se uma quebra em valor de 43,1%) e a Argentina igualmente de 2º para 3º cliente (de 2008-2009 houve uma quebra de 27,4%), sendo que, relativamente à Holanda e à Alemanha, as respectivas posições relativas não tiveram alteração e as quotas mantiveram alguma estabilidade. Portugal tem uma posição muito reduzida no ranking de clientes (32ª posição em 2009), verificando-se mesmo uma diminuição do peso relativo, no último ano, que não foi além de 0,84% da quota do mercado. 8
  • 9. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Principais Clientes 2007 2008 2009 Mercado Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição Portugal 1,12 21ª 0,86 28ª 0,84 32ª China 6,69 3ª 8,29 3ª 13,20 1º EUA 15,60 1ª 13,85 1ª 10,20 2º Argentina 8,97 2ª 8,89 2ª 8,36 3º Holanda 5,50 4ª 5,30 4ª 5,33 4º Alemanha 4,49 5ª 4,47 5ª 4,04 5º Fonte: World Trade Atlas (WTA) Relativamente aos países fornecedores, os EUA continuam a ocupar a primeira posição do ranking, representando cerca de 16% do total importado pelo Brasil em 2009, seguidos da China (12,5%), país que tem vindo a ganhar quota de mercado ao longo dos últimos anos, ao contrário do que acontece com os outros grandes fornecedores, tais como a Argentina (8,8%), Alemanha (7,7%) e o Japão (4,2%), com alterações de pequena monta. A União Europeia (UE27), no seu conjunto, tem vindo a perder posição como fornecedor do Brasil. Portugal, ao contrário, em 2009 apresenta a melhor posição do ranking (45ª), ao longo destes 3 anos. Podemos concluir que a China se encontra num processo de ascensão, no sentido de passar a ser o grande parceiro do Brasil, cujo trajecto de sucesso se vem mostrando evidente. Em 2004 a China foi o 4º cliente e o 4º fornecedor do Brasil, evoluindo para o 1º cliente e para o 2º fornecedor em 2009. Principais Fornecedores 2007 2008 2009 Mercado Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição Portugal 0,28 48ª 0,36 46ª 0,34 45º EUA 15,52 1ª 14,80 1ª 15,69 1ª China 10,46 2ª 11,57 2ª 12,47 2ª Argentina 8,63 3ª 7,66 3ª 8,84 3ª Alemanha 7,19 4ª 6,94 4ª 7,73 4ª Japão 3,82 6ª 3,93 5ª 4,21 5ª Fonte: World Trade Atlas (WTA) Apesar da grande importância dos EUA para o comércio externo brasileiro, desenrola-se actualmente um contencioso entre ambos os países, existente desde 2002, que tem a ver com o cumprimento, por parte dos Estados Unidos, da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC), incluindo mudanças na 9
  • 10. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) legislação, para erradicar os subsídios ao algodão, tal como o Brasil pretende. No ano passado e após uma disputa de sete anos, a OMC autorizou o Brasil a retaliar os Estados Unidos em 829 milhões de USD, devido aos subsídios pagos pelo governo americano aos seus produtores de algodão. Também, por decisão da OMC, o Brasil estaria autorizado, em determinadas situações, a fazer “retaliações cruzadas”. Por exemplo, suspendendo a protecção de patentes sobre medicamentos, em vez de apenas elevar as tarifas de produtos importados dos EUA. A previsão inicial era de que, no início de Abril deste ano, entrasse em vigor a retaliação a uma lista de 102 produtos importados dos Estados Unidos, que seriam submetidos a uma sobretaxa para entrar no Brasil, no valor total de mais de 800 milhões de USD. Os EUA reagiram apresentando uma proposta na qual se comprometiam formalmente a reduzir os subsídios ilegais aos produtores de algodão e compensar os exportadores brasileiros prejudicados pelo protecionismo agrícola do império. A proposta, apresentada levou o governo Lula a suspender as retaliações autorizadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Os dois governos iniciaram então negociações sobre os detalhes da oferta apresentada pelos Estados Unidos, que inclui ainda a negociação bilateral de “novos termos para o funcionamento do programa de garantias de crédito à exportação”, o chamado GSM-102. Também estão previstas medidas de cooperação na área de sanidade animal, especialmente nos sectores de carne bovina e suína, Neste ponto, a expectativa é de que os Estados Unidos reconheçam o status do Estado de Santa Catarina, como livre de febre aftosa sem vacinação. No que se refere aos produtos mais comercializados pelo Brasil, o ano de 2009 trouxe várias alterações quer se trate de exportações, quer de importações: os cinco principais grupos de produtos exportados pelo Brasil – minérios, combustíveis, grãos, sementes e frutos, carne e açúcar – destronam alguns dos mais habituais produtos ultimamente exportados ou apresentam valores mais baixos, acompanhando a evolução global deste fluxo; assim, a exportação de minério baixou em 2009 cerca 22,8%, a exportação de combustíveis baixou 26,9%, enquanto os valores de exportação de grãos, sementes e frutos e de açúcar subiram, respectivamente, 4,2% e 50,4%. Para complementar, verifica-se que os veículos automóveis desceram 42,3 as suas exportações, assim como a maquinaria em 35,8% e ferro e aço em 47,7%. Estas oscilações, registadas face aos valores de 2008, mostram como se alterou a grelha das exportações brasileiras em 2009, em consonância com a quebra do valor total exportado, que se cifrou em 22,7%. Sobre as importações e face a 2008, as relativas aos combustíveis também assinalaram uma quebra (45,0%) (passando para 2º grupo de produto mais importante), subindo ao 1º lugar a maquinaria, não obstante também ter sofrido um baixa (18,1%); o valor de importação da maquinaria eléctrica baixou (22%), os veículos e suas partes (11,0%) e os químicos orgânicos (17,1%). Outros produtos importantes nas importações de 2008 não figuram nesta amostra, tais como os fertilizantes, cuja quebra foi (-58,1%). Resta também indicar que estas baixas assinaladas, também se encontram de acordo com a evolução das importações brasileiras em 2009, que face a 2008 baixaram no seu valor global (-26,3%). 10
  • 11. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Principais Produtos Transaccionados – 2009 Exportações / Sector % Importações / Sector % 26 – Minérios, escórias e cinzas 9,45 84 – Maquinaria 16,47 27 – Combustíveis/óleos minerais e derivados 8,93 27 – Combustíveis/óleos minerais e derivados 14,78 12 – Grãos, sementes e frutos 7,56 85 – Máquinas eléctricas e partes 12,21 87 – Veículos automóveis, tractores, suas 02 – Carne 6,47 8,98 partes e acessórios 17 – Açúcar 5,60 29 – Químicos orgânicos 5,46 Fonte: World Trade Atlas (WTA) Resumindo, em 2009 e face a 2008, o comércio externo brasileiro alterou quer a sua grelha de produtos, quer também o seu valor, sendo que neste caso decresceu (-22,7%) nas exportações e (-26,3%) nas importações. O processo de desenvolvimento em curso justifica a estrutura importadora do Brasil, com as máquinas e aparelhos (mecânicos e eléctricos e suas partes) a totalizaram mais de 28,7% das importações em 2009, verificando-se que, mesmo em época de restrições, não foram descurados os investimentos no parque industrial brasileiro. Os combustíveis também representam uma expressiva parcela das importações brasileiras, até porque o Brasil é um país historicamente dependente do óleo diesel, não tendo ainda alcançado a sua auto-suficiência em petróleo e derivados. Finalizando, podemos verificar que, por muita visibilidade que as exportações de matérias-primas tenham alcançado, as oportunidades que surgem não se limitam a esta área. O Brasil desenvolveu bastante o sector industrial agrícola, sendo notável o potencial de expansão que conseguiu; o que significa a necessidade de investimentos em infra-estruturas e em inovação, evidenciando oportunidades em exportações que possam prosperar os sectores industriais não baseados nesta área. Por outro lado, o Brasil é um dos países da América Latina que se encontra na primeira linha da inovação, embora ainda não tenha atingido os níveis dos países da OCDE (o sector privado tem tido um desenvolvimento muito limitado nesta actividade). É de sublinhar que hoje o Brasil é líder mundial na produção de bio- combustível e encontra-se entre os principais fornecedores de etanol, também a nível mundial (não obstante problemas que se têm sentido nesta área, devido aos impactos das chuvadas sobre as colheitas), sectores onde a inovação se tem evidenciado enormemente. Mais um recente caso de inovação é o facto do gás, resultante da decomposição do lixo no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (o maior da Região Metropolitana do Rio de Janeiro), que vai passar a ser usado como combustível. Um acordo assinado no início do ano, entre empresas, a Prefeitura do Rio e o Governo do Estado, prevê que 200 mil metros cúbicos diários de gás metano sejam utilizados como fonte de energia pela Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), da Petrobrás. Deste modo, também o uso do gás, que iria para a atmosfera, renderá créditos no mercado internacional de carbono. 11
  • 12. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) São estes e outros casos, a vários níveis, que estão transformando o Brasil num dos países mais desenvolvidos do planeta. 2.3. Investimento O investimento directo estrangeiro (IDE) tem desempenhado um papel determinante no desenvolvimento económico recente do Brasil, país que se converteu num importante destino do IDE a nível mundial (11º em 2008). A maior atractividade do país na captação de capitais decorre, em grande medida, da situação criada no âmbito do Plano de Estabilização (Plano Real), do Programa Nacional de Privatizações, da implementação de reformas económicas e da maior flexibilidade da legislação relativa ao investimento estrangeiro. Entre 2000 e 2005, o país atraiu mais de 100 mil milhões de USD de investimento directo estrangeiro, ainda que em 2002 e 2003 se tenha registado uma diminuição significativa dos valores, em virtude da incerteza gerada pela transição presidencial e por uma forte retracção do investimento na América do Sul. Investimento Directo 6 (10 USD) 2005 2006 2007 2008 2009 Investimento estrangeiro no Brasil 15.066 18.822 34.585 45.058 25.949 Investimento do Brasil no estrangeiro 2.517 28.202 7.067 20.457 n.d. Posição no ranking mundial Como receptor 14ª 17ª 15ª 11ª 14ª Como emissor 38ª 13ª 37ª 20ª n.d. Fonte: UNCTAD – World Investment Report 2010 Nota: n.d. (não disponível) De acordo com o World Investment Report 2010, publicado pela UNCTAD, verifica-se uma tendência de crescimento dos valores de IDE, a partir de 2005, tendo-se registado um aumento de 30,0% em 2008 (em 2006 o Brasil recebeu 1,3% do IDE global e em 2008 captou 2,7% do mesmo), cifrando-se em 45,1 mil milhões de USD. O relatório refere que, em 2009, o Brasil manteve a liderança, entre os países da América Latina, na recepção de IDE. Apesar disso, o montante do investimento, destinado especificamente a actividades produtivas, teve uma queda de 49,5% em comparação com o ano anterior, atingindo 22,8 mil milhões de USD em 2009. Refere, também, que a recessão económica reduziu em 37,1% o volume mundial de IDE (que inclui valores usados para aquisições de empresas, bens e equipamentos, bem como para modernização e desenvolvimento de empresas e também empréstimos entre sedes e suas filiais). Os investimentos caíram, ao nível mundial, em cerca de 600 mil milhões de USD em comparação com o ano anterior, traduzidos em cerca de 1.100 mil milhões de USD. O Brasil, com cerca de 26 mil milhões de USD, ocupa a 14ª posição no ranking de países que mais receberam IDE em 2009. 12
  • 13. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) A redução no fluxo de IDE registada pelo país também é superior à queda de 36,4% verificada na América Latina como um todo, que recebeu cerca de 117 mil milhões de USD em investimentos directos externos. “Apesar de o Brasil ter sofrido uma contração (-42%) e ter sido mais afectado pela redução do IDE do que o resto da região, ele permanece o país mais importante em relação à entrada de IDE na América Latina”, diz o relatório. Os Estados Unidos, que sofreram uma redução de 59,0% no fluxo de IDE no ano passado, ocupam a primeira posição, com cerca de 316 mil milhões de USD recebidos. Entre os vinte países que mais registaram entradas de investimentos directos estrangeiros em 2009, a Espanha sofreu a redução mais drástica no volume de IDE. A queda foi de 79,4%. O fluxo passou de cerca de 73 mil milhões em 2008 para apenas 15 mil milhões de USD no ano passado, o que levou o país ao último lugar do ranking. A China, segunda na lista dos que mais receberam IDE em 2009, sofreu uma retração (-12,0%) no fluxo de recursos, semelhante à da Índia. A Rússia, no entanto, registou uma queda (-48,0%) no volume de IDE, superior à do Brasil. Segundo a UNCTAD, a diminuição no fluxo de IDE em 2009 deve-se principalmente à desaceleração das operações de fusões e aquisições internacionais de empresas, que registaram uma queda (-65,0%) em termos de valores. De acordo com a organização, a importância das economias em desenvolvimento em relação aos fluxos de IDE deve aumentar, não só como países receptores de IDE, mas também como investidores em mercados externos. “Apesar da diminuição de 27,0% no fluxo de entrada de IDE nos países em desenvolvimento, eles representam quase a metade do volume de entradas de IDE em 2009 e um quarto das saídas mundiais de (investimentos que as multinacionais desses países realizaram no exterior)”, diz o relatório. A UNCTAD afirma que após a queda global nos fluxos de IDE em 2008 e 2009, há sinais de uma recuperação “modesta” no primeiro semestre deste ano, “fazendo nascer um sentimento de optimismo prudente”. “Mas riscos e incertezas pesam sobre essas previsões em relação ao IDE, ligados principalmente à fragilidade da retoma do crescimento económico mundial.” Segundo dados do Banco Central do Brasil, o stock de investimento estrangeiro no mercado financeiro cresceu 80,1% em 2009, quando comparado com 2008, particularmente aplicado no mercado accionista. Contudo, no seu conjunto, em 2009 o IDE baixou no Brasil, para cerca de 26 mil milhões de USD (como o impacto da crise financeira global se revelou implacável para os investimentos directos estrangeiros, os fluxos para as economias em desenvolvimento caíram (-35%) em 2009, após seis anos de crescimento ininterrupto) embora seja de realçar a grande vitalidade económica que o país demonstrou ter dado, ao readquirir diversas empresas que estavam em mãos estrangeiras (projecta-se para 2010 um investimento estrangeiro que rondará os valores de 2009). A título de exemplo, são referidas as compras de uma filial do banco UBS, de uma filial do grupo alemão Tissens pela Vale, de um banco italiano e de 13
  • 14. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) um empresa de alimentação por grupos brasileiros no valor de 5 mil milhões de dólares, pelo que podemos concluir que, não obstante a queda verificada no IDE, tal não é plasmada numa queda no investimento total. Entre os sectores que mais atraíram recursos em 2009 estão os de metalurgia, serviços financeiros, comércio e veículos automóveis. Motivado pela crise global, a área de extracção de materiais metálicos, que representou 24,0% do total de investimentos em 2008, passou a ser de 2,8% no ano seguinte. Também se encontra na agenda do Governo a continuação da promoção da participação do sector privado em áreas tradicionalmente controladas pelo Estado, tais como a gestão dos portos e aeroportos, no sentido de uma melhoria notável a nível das infra-estruturas. O Brasil conta já com três empresas entre as 50 maiores multinacionais dos países emergentes: a Petrobrás (12º lugar), a Vale (25º) e a Gerdau (33º). O país situa-se actualmente no 5º lugar em termos de stock de capitais no estrangeiro, com 72 mil milhões de USD (65% domiciliados em paraísos fiscais), e no âmbito da América Latina situa-se na 1ª posição em termos de stock de IDE, com 40% do total da região. Se confirmadas as projecções mais recentes dos analistas de mercado, o ano de 2010 será um ano muito importante para o IDE no Brasil. Neste ano, os produtos alimentares, agricultura e – mais uma vez – a indústria automóvel deverão ser os principais sectores onde o IDE irá incidir. Concretamente, estabilidade económica, saída da crise externa, maior disponibilidade de crédito e economia diversificada são alguns dos motivos enumerados pelos analistas para uma retoma do IDE no Brasil, num momento em que, no exterior, uma série de países ainda estão a sofrer com os prejuízos causado pela turbulência financeira geral. Também permitem uma reflexão, as necessidades implícitas à realização do Campeonato Mundial de Futebol em 2014, expresso principalmente na construção de vários estádios, além da construção de várias barragens hidroeléctricas e a implantação da alta velocidade, entre S. Paulo/Rio de Janeiro. Acresce a realização dos Jogos Olímpicos em 2016, além de, na área da aeronáutica, a Embraer encontrar-se a desenvolver um novo avião de carga. Citando a A.T. Kearney “O Brasil finalmente está recuperando os patamares de confiança que detinha no final do século 20" e, justificando, “o que possibilitou essa recuperação foi o crescimento constante da economia brasileira nos últimos anos, com prognósticos de mais expansão futura, e a estabilidade nas regras para negócios no país”. Segundo o Banco Central do Brasil, os principais países investidores, em 2009, foram a Holanda (20,6%), os EUA (15.5%), a Espanha (10,8%) e a Alemanha (7,8%). Existem algumas alterações face aos principais investidores em 2008: EUA (15,9%), Luxemburgo (13,4%), Holanda (10,4%) e Espanha (8,7%). Conclui-se que, em 2009, o Luxemburgo baixou repentinamente os seus investimentos (1,7%) e a Alemanha aumentou-os, de forma a estar entre os quatro principais investidores. As áreas de actividade mais relevantes na aplicação do capital estrangeiro em 2009 foram os serviços (43%), que estão equiparados à indústria (42,5%) e a agricultura, pecuária e extracção mineral (14,5%), com 14
  • 15. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) destaque para a metalurgia, para os serviços financeiros, para a extracção de petróleo e de gás natural e o comércio, excepto veículos. O investimento directo do Brasil no estrangeiro revela uma evolução muito irregular ao longo dos últimos anos, sendo de realçar os valores atingidos em 2006 e em 2008 – 28,2 e 20,5 mil milhões de USD, respectivamente – sendo 2006 o primeiro ano em que o investimento do Brasil no estrangeiro superou o montante do investimento directo estrangeiro no país. Tal facto ficou a dever-se, essencialmente, à compra da empresa canadiana Inco (uma das maiores empresas, a nível mundial, na produção de níquel e de outros metais), pela empresa brasileira Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Os dados relativos a 2009 indicam que os principais países onde o Brasil investiu foram as Ilhas Caimão (28,4%), os EUA (22,7%), as Ilhas Virgens Britânicas (5,6%), a Holanda (5,5%) e a Espanha (4,8%); refere-se o caso de Espanha onde o investimento brasileiro em 2008 foi de 0,5%, enquanto nos EUA foi de 27,6%. Nos restantes países indicados ligeiras alterações se assinalaram. O sector mais relevante de aplicação do capital foi o sector terciário (cerca de 60% do total do investimento directo), destacando-se os serviços financeiros e actividades auxiliares e os serviços financeiros holdings não-financeiras. 2.4. Turismo O turismo é uma actividade de importância fundamental para a economia do país, devido não só à sua contribuição para o crescimento do PIB, como também pelo potencial que oferece na criação de emprego e consequente acréscimo de rendimento, com impactos muito positivos na melhoria da qualidade de vida da população. Os dados mais recentes da Embratur indicam que, após algum retrocesso no número de turistas de 2005-2006, tem-se assistido a uma lenta recuperação, registando-se um acréscimo de 0,7% até 2008. Pelo contrário, em termos de receitas, regista-se uma tendência de crescimento ao longo destes últimos 5 anos, tendo totalizado perto de 5,8 mil milhões de USD em 2008, ou seja, um aumento de 16,8% relativamente ao ano anterior. Indicadores do Turismo 2004 2005 2006 2007 2008 3 Turistas (10 ) 4.794 5.358 5.017 5.026 5.050 6 Receitas (10 USD) 3.222 3.861 4.316 4.953 5.785 Fontes: World Tourism Organisation; DFP; EMBRATUR; Ministério do Turismo; Banco Central do Brasil Quanto aos principais mercados emissores, a Argentina continua a liderar o ranking, com 20,2% do total dos turistas em 2008, seguindo-se os EUA (12,4%), a Itália (5,3%), a Alemanha (5,0%), o Chile (4,7%) e Portugal (4,4%). 15
  • 16. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) O Plano Nacional de Turismo (PNT), 2007-2010, cujo sentido profundo é a inclusão social, destaca a perspectiva do Brasil se converter num dos principais destinos turísticos mundiais e o Programa de Regionalização do Turismo mapeou 200 regiões turísticas no país e seleccionou os roteiros e regiões que apresentam condições de serem trabalhados, para adquirirem um padrão de qualidade internacional, retribuindo em empregos, desenvolvimento e inclusão social. O Ministério do Turismo pretende captar 7,9 milhões de turistas em 2010 e colocar o Brasil entre os primeiros vinte destinos turísticos até 2020. Neste sentido, está a ser desenvolvido um processo de reestruturação do sector, com destaque para o crescimento da hotelaria, com importantes entradas de 1 capital estrangeiro , e a melhoria das infraestruturas, serviços básicos e gestão ambiental. Trata-se pois de um sector em fase de grande desenvolvimento estrutural, permitindo elevadas expectativas de crescimento. A este propósito merece destaque o facto do Brasil, além de organizar o Campeonato Mundial de Futebol em 2014 (evento que proporciona no país onde se realiza, em média, um crescimento do PIB entre 2%-2,5%), também acolher os Jogos Olímpicos em 2016, ocasiões que muito contribuirão para o crescimento do turismo no país. Relativamente ao Campeonato Mundial de Futebol, já se encontra em desenvolvimento o projecto “Olá! Turista”, com o objectivo de proporcionar formação profissional em várias áreas do sector do turismo, para que possa existir um bom acolhimento aos estrangeiros que, nestas ocasiões, deslocar-se-ão ao Brasil. Analisando os fluxos contrários, desde logo se percebe que o Brasil, face às suas características, é mais importante enquanto receptor do que como emissor de turistas. Todavia, as saídas de turistas brasileiros para o estrangeiro têm vindo a aumentar significativamente nos últimos anos. Em 2006, os gastos feitos por turistas brasileiros no exterior superaram, pela primeira vez, os níveis observados antes da grande desvalorização do Real, em 1999. A Europa é o destino mais procurado pelos brasileiros, seguida dos EUA. Dos destinos europeus, destacam-se Portugal, França, Espanha e Itália. 3. Relações Económicas com Portugal 3.1. Comércio As relações comerciais entre Portugal e o Brasil têm registado algumas flutuações, essencialmente no que se refere à posição do Brasil como cliente de Portugal, sendo que o ano de 2009 apresenta uma melhoria de 5 pontos no respectivo ranking (11ª posição), quando comparado com 2005 (16ª). O Brasil como fornecedor de Portugal assume quotas de mercado mais elevadas, bem como os respectivos rankings. 1 Dos 130 países analisados no Relatório de Competitividade de Viagens e Turismo 2008, divulgado pelo Fórum Económico Mundial, o Brasil é considerado o 49º país mais atractivo do mundo para investimentos no sector do turismo. 16
  • 17. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Importância do Brasil nos Fluxos Comerciais de Portugal 2005 2006 2007 2008 2009 Posição 16ª 14ª 17ª 13ª 11ª Como cliente % 0,57 0,71 0,67 0,82 0,93 Posição 10ª 8ª 8ª 9ª 10ª Como fornecedor % 1,92 2,19 2,30 2,12 1,73 Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Dado que também já existe disponível este tipo de informação, para o período entre Janeiro e Setembro de 2010, verifica-se a subida de 1 ponto no posicionamento do Brasil como cliente de Portugal, assumindo o 10º lugar, com uma quota de 1,15%. Outrossim, na posição de fornecedor e durante o mesmo período, manteve o mesmo lugar (10ª), com uma quota de 1,85%. Nas exportações nacionais, o Brasil ocupava o 10º lugar, em 2009, com 1,73% do total exportado. Os valores relativos às trocas comerciais entre Portugal e o Brasil, publicados pelo INE, referentes ao período 2005-2009, mostram uma taxa média de crescimento anual das exportações e das importações, da ordem dos 15,1% e 0,3%, respectivamente (muito embora os números base das importações sejam bastante superiores aos das exportações). Portugal mantém uma balança comercial tradicionalmente deficitária, que registou sucessivos agravamentos até 2007, verificando-se um défice mais baixo em 2009, ano em que o coeficiente de cobertura atingiu o seu pico, 33, 2% (o comportamento do ano de 2009 esteve de acordo com a realidade internacional, tendo-se registado quebras em ambos os fluxos). Evolução da Balança Comercial Bilateral 3 a 2009 2010 b (10 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Varia Varia Jan/Set Jan/Set Exportações 178.131 254.642 258.186 319.807 294.500 15,1% 183.843 309.338 68,3% Importações 984.355 1.232.969 1.381.192 1.363.316 887.528 0,3% 730.396 768.754 5,3% Saldo -806.224 -978.327 -1.123.006 -1.043.509 -593.028 -- -546.553 -459.415 -- Coeficiente de 18,1% 20,7% 18,7% 23,5% 33,2% -- 25,2% 40,2% -- cobertura Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009 (b) Taxa de variação homóloga Já os primeiros nove meses de 2010, quando comparados com os homólogos de 2009, apresentam um acréscimo de 68,3% nas exportações e de 5,3% nas importações, o que pode querer transmitir uma evolução positiva do comércio bilateral com o Brasil, no ano presente. O saldo permanece negativo e quando comparamos os coeficientes de cobertura, o ano de 2010 regista um coeficiente na casa dos 40,2%, superiores aos do último quinquénio. 17
  • 18. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Em 2009 e por região GeoEconómica, o Brasil foi o 1º país destino das exportações nacionais, no âmbito da América Central e do Sul. Se considerarmos a faixa dos países extra comunitários, também em 2009, o Brasil classificou-se como nosso 3º cliente. Os fluxos comerciais bilaterais, além de envolverem valores relativamente baixos (sobretudo no caso das exportações nacionais), apresentam duas características muito importantes: são bastante concentrados numa gama reduzida de produtos e apresentam um baixo índice de coincidência entre si. Em 2009 contaram-se 1.089 empresas a exportar para o Brasil, enquanto em 2005 foram 1.032. A estrutura das exportações portuguesas para o Brasil, por grupos de produtos, não sofreu alterações significativas no período 2005-2009. Por ordem de valor, os 5 principais grupos de produtos exportados por Portugal para o Brasil em 2009, foram, os produtos agrícolas, máquinas e aparelhos, minerais e minérios, produtos alimentares e metais comuns, os quais no seu conjunto representaram 78,2% das nossas vendas para este mercado. Tendo como base 2005, todos estes grupos de produtos registaram acréscimos de valor em 2009: os produtos agrícolas (80%), as máquinas e aparelhos (115,5%), os minerais e minérios (50,3%), os produtos alimentares (45,2%) e os plásticos e borracha (64,8%). Outros grupos de produtos também registam evoluções positivas, mas o baixo valor, interfere com a importância que lhe destacamos. Exportações por Grupos de Produtos 3 (10 euros) 2005 % 2008 % 2009 % Produtos agrícolas 71.246 40,0 132.486 41,4 127.920 43,4 Máquinas e aparelhos 18.222 10,2 39.281 12,3 42.601 14,5 Minerais e minérios 18.461 10,4 34.954 10,9 27.724 9,4 Produtos alimentares 14.589 8,2 21.429 6,7 21.128 7,2 Plásticos e borracha 6.858 3,8 12.143 3,8 11.222 3,8 Veículos e outro mat. transporte 4.199 2,4 8.212 2,6 9.872 3,4 Produtos químicos 4.014 2,3 15.647 4,9 9.675 3,3 Metais comuns 4.678 2,6 7.728 2,4 7.739 2,6 Matérias têxteis 12.622 7,1 16.240 5,1 7.093 2,4 Pastas celulósicas e papel 4.442 2,5 6.152 1,9 6.239 2,1 Vestuário 1.667 0,9 3.838 1,2 5.748 2,0 Madeira e cortiça 2.876 1,6 3.751 1,2 3.935 1,3 Combustíveis minerais 11.648 6,5 9.732 3,0 3.669 1,2 Instrumentos de óptica e precisão 612 0,3 1.776 0,6 2.074 0,7 Calçado 234 0,1 96 0,0 423 0,1 Peles e couros 603 0,3 480 0,2 116 0,0 Outros produtos 887 0,5 3.537 1,1 3.204 1,1 Valores confidenciais 276 0,2 2.328 0,7 4.116 1,4 Total 178.131 100,0 319.807 100,0 294.500 100,0 Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística 18
  • 19. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Outros há que apresentam decréscimos, como as matérias têxteis (- 44%) e os combustíveis minerais (-68,5%). Numa análise a 4 dígitos e tendo em consideração os valores de 2008 e de 2009, registaram-se algumas evoluções a destacar: • Azeite oliveira e suas fracções, mesmo refinado mas n/ quimicamente modificado (+26,2%); • Minérios de cobre e seus concentrados (+7,5%); • Peixes secos, salgados ou em salmoura; farinhas, pó e “pellets” de peixe (+7,0%); • Vinhos de uvas frescas (+ 6,0%); Se atendermos ao grau de intensidade tecnológica das nossas exportações para o Brasil (fonte GEE), em 2009 podemos dizer que houve uma concentração em dois graus diferentes: 20,1% em média-alta e 62,4% em baixa; na alta houve 7,7% e na média-baixa 9,8%. Se compararmos com 2005, não se registam grandes diferenças: 23,9% em média-alta e 65,1% em baixa, ao que se lhe junta, 2,7% em alta e 8,3% em média-baixa. Por outro lado, o quociente entre as exportações de produtos industriais transformados e as exportações totais, em 2009 foi de 85,4% e em 2005 foi de 79,6%, o que demonstra uma evolução positiva no grau de transformação das exportações. O aumento das importações portuguesas provenientes do Brasil nos últimos anos está relacionado, em termos gerais, com dois factores fundamentais: a desvalorização da moeda, que veio tornar os produtos brasileiros mais competitivos a nível internacional e a estratégia de reforço das exportações levada a cabo pelas empresas brasileiras. Acresce a estes dois factores, o aumento significativo da parcela correspondente aos combustíveis minerais na factura das compras portuguesas a este mercado, o que reduz a diversificação de produtos brasileiros exportados para Portugal. Mas este comportamento ascensional foi interrompido em 2009, ano em que as importações, na sua totalidade, decresceram cerca de 35%, facto que tem a ver com os constrangimentos económicos e financeiros vividos neste ano e que se fizeram sentir na maior parte dos países e no comércio externo em particular. Nestas circunstâncias, em 2009 houve uma maior concentração de grupos de produtos nas importações, do que nas exportações; três grupos constituídos pelos combustíveis minerais, pelos produtos agrícolas e pelos metais comuns, representaram no seu conjunto 75,2% das nossas importações, embora apresentando comportamentos diferentes, face aos valores de 2005. Se os combustíveis minerais não sofreram grande alteração, já os produtos agrícolas cresceram 26,8% e os metais comuns baixaram (- 24,9%). 19
  • 20. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Importações por Grupos de Produtos 3 (10 euros) 2005 % 2008 % 2009 % Combustíveis minerais 307.702 31,3 503.377 36,9 302.420 34,1 Produtos agrícolas 216.463 22,0 488.022 35,8 274.389 30,9 Metais comuns 120.356 12,2 82.976 6,1 90.446 10,2 Máquinas e aparelhos 43.846 4,5 58.353 4,3 37.071 4,2 Produtos alimentares 30.537 3,1 33.161 2,4 35.463 4,0 Plásticos e borracha 24.306 2,5 34.373 2,5 31.788 3,6 Madeira e cortiça 57.934 5,9 47.354 3,5 23.908 2,7 Produtos químicos 25.090 2,5 24.717 1,8 21.219 2,4 Calçado 17.171 1,7 20.862 1,5 15.650 1,8 Pastas celulósicas e papel 13.725 1,4 11.825 0,9 10.988 1,2 Peles e couros 25.223 2,6 10.355 0,8 9.778 1,1 Matérias têxteis 18.689 1,9 6.670 0,5 6.916 0,8 Vestuário 8.691 0,9 5.935 0,4 5.697 0,6 Instrumentos de óptica e precisão 2.922 0,3 5.222 0,4 4.517 0,5 Minerais e minérios 4.989 0,5 5.547 0,4 3.000 0,3 Veículos e outro mat. transporte 45.243 4,6 3.876 0,3 2.550 0,3 Outros produtos 15.811 1,6 6.784 0,5 4.261 0,5 Valores confidenciais 5.660 0,6 13.909 1,0 7.468 0,8 Total 984.355 100,0 1.363.316 100,0 887.528 100,0 Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Analisando a evolução dos produtos considerados a 4 dígitos da NC, em 2008-2009, tivemos: • Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos (- 39,4%); • Soja, mesmo triturada ( - 36,8%); • Madeira serrada longitudinalmente, de espessura superior a 6 mm (- 50,9%); • Partes reconhecíveis c/o exclusiva/principalmente p/ motores das pp 8407/08 (- 36,1%); • Polímeros de etileno, em formas primárias (- 19,3%); • Polímeros de propileno ou de outras olefinas, em formas primárias (+ 61,2%); • Prod laminados planos de ferro/aço n/ ligado, largura >=600mm. laminados etc (+ 28,6%); • Açúcares de cana ou de beterraba e sacarose quimicam. pura, no estado sólido (+ 11,0%). situação que no seu conjunto ajuda a compreender o decréscimo global registado no ano de 2009. Verificando agora as importações por grau de intensidade tecnológica, temos para 2009, os graus baixa, média-baixa e média-alta que registaram 40,0%, 30,2% e 40,0%, respectivamente, enquanto a alta teve 2,7%; já em 2005, foram respectivamente, 40,8%, 28,4%, 21,7% e 9,1% para a alta. Pode notar-se uma 20
  • 21. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) evolução favorável, tendo em conta uma menor representatividade das importações de inferior intensidade tecnológica. O quociente entre a importação de produtos industriais transformados e a importação global de produtos foi de 36,2% em 2009 e de 46,0% em 2005, identificando alterações nos produtos objecto das trocas. Nas importações do Brasil, em 2009 foram envolvidas 1.533 empresas nacionais, enquanto em 2005 foram 3.503 empresas. 3.2. Serviços No período relativo a 2005-2009, podemos constatar que as exportações de serviços para o Brasil registam um crescimento contínuo (crescimento médio de 12,8%), enquanto as importações tiveram uma evolução mais irregular, com um crescimento médio de -5,4%. Já para no período entre Janeiro e Setembro de 2010 registou-se um crescimento de 50,8% nas exportações, quando comparadas com o período homólogo de 2009; no caso das importações o crescimento foi de 27,8%. Os serviços exportados dizem respeito, essencialmente, a transportes e a viagens e turismo, representando no seu conjunto, 89,0% da totalidade dos serviços exportados em 2009. Balança de Serviços com o Brasil 3 Var 2009 2010 Var (10 euros) 2005 2006 2007 2008 2009 a b % Jan/Set Jan/Set % Exportações 366.562 459.703 560.761 604.470 581.151 12,8 417.307 629.207 50,8 Importações 364.079 342.847 357.085 331.261 289.647 -5,4 212.957 272.114 27,8 Saldo 2.483 116.856 203.676 273.209 291.504 -- 204.305 357.093 -- Coef. Cob. 100,7% 134,1% 157,0% 182,5% 200,6% -- 196,0% 231,2% -- Fonte: Banco de Portugal Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009 (b) Taxa de variação homóloga Pelo lado das importações, verifica-se que as viagens e turismo apresentam valores muito superiores aos restantes serviços (53,4% do total exportado), o que revela que existe um forte fluxo turístico de Portugal para o Brasil. Seguem-se os transportes, com 27,0% do valor total, constituindo estas duas rubricas 80,0% do conjunto dos serviços importados. Resta informar que estas duas rubricas se têm mantido como principais, ao longo de vários anos. 21
  • 22. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) 3.3. Investimento O Brasil continua a ser um importante destino do investimento directo de Portugal no estrangeiro (IDPE). De acordo com os dados publicados pelo Banco de Portugal, o Brasil, depois de ter sido o primeiro mercado de destino do investimento português em fins da década de 90 e início de 2000, apresentou períodos com ligeiras oscilações, tal como se pode verificar pelo quadro abaixo representado; muito embora, entre 2005-2009, o Brasil nunca tenha descido abaixo da 5ª posição (só registada em 2005) como país receptor do IDPE, evoluiu para o 3º mercado nos anos de 2006 e 2007 e para 4º mercado nos anos de 2008 e de 2009. Entre Janeiro e Setembro de 2010, os valores atingidos permitem classificar o Brasil, de novo, como 4º mercado receptor. Em termos de percentagem sobre o investimento bruto, o indicador é crescente, destacando-se a taxa registada no período referido de 2010 (10,62%), superior às do quinquénio anterior e à do período homólogo de 2009 (8,36%). Já o investimento do Brasil em Portugal tem uma expressão mais reduzida, embora com oscilações, tanto nos rankings, como nas respectivas quotas. Destes 5 anos em análise, foi o ano de 2009 aquele que melhores resultados apresentou. Contudo, realça-se que, entre Janeiro e Setembro de 2010, registou-se um aumento significativo na respectiva quota, quando comparada com a do período homólogo de 2009 (sobe de 0,81% para 7,19%). Importância do Brasil nos Fluxos de Investimento para Portugal 2009 2010 2005 2006 2007 2008 2009 Jan/Set Jan/Set a Portugal como receptor Posição 17ª 16ª 17ª 16ª 14ª n.d. 7ª (IDE) b % 0,25 0,28 0,35 0,23 0,69 0,81 7,19 a Portugal como emissor Posição 5ª 3ª 3ª 4ª 4ª n.d. 4ª (IDPE) b % 3,59 4,34 4,49 4,74 6,87 8,36 10,62 Fonte: Banco de Portugal Nota: (a) Posição do mercado enquanto Origem do IDE bruto total e Destino do IDPE bruto total. num conjunto de 55 mercados (b) Com base no investimento bruto n.d. – não disponível De acordo com o atrás referido e tendo presente os valores em causa, o investimento directo brasileiro em Portugal registou uma evolução positiva entre 2005-2009 com excepção do ano de 2008, que apresentou uma quebra de 30%, para logo em 2009 ter uma subida brusca, de cerca de 170%. 22
  • 23. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Investimento Directo do Brasil em Portugal 3 a 2009 2010 b (10 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Var % Var % Jan/Set Jan/Set Investimento bruto 69.120 92.256 114.340 81.075 218.889 49,6 188.386 1.853.927 884,1 Desinvestimento 3.731 12.221 80.464 49.701 35.185 179,6 7.509 1.098.357 § Investimento líquido 65.389 80.035 33.876 31.374 183.704 -- 180.877 755.570 -- Fonte: Banco de Portugal Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009 (b) Taxa de variação homóloga § - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero no período anterior Contudo, o investimento líquido é sempre positivo, com os valores a oscilarem, tendo atingido o seu máximo em 2009 (aumento de 485,5% face a 2008). Não se pode deixar de destacar, no investimento do Brasil em Portugal, o recente investimento da Embraer, o qual está a impulsionar o desenvolvimento de um cluster aeronáutico no nosso país. Outros investimentos devem ser relevados, tais como a CSN-Companhia Siderúrgica Nacional, a Weg Motores, a Marcopolo, e um anterior investimento da Embraer, adquirindo 65% das Ogma. Para além destes, também já se encontram em Portugal o Banco do Brasil, o Banco Itaú Europa, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez (construção civil e obras públicas) e a Haco (etiquetas). Podemos destacar algumas grandes áreas de interesse para o investimento do Brasil em Portugal: biotecnologia, centros de serviços partilhados, TIC, aeronáutica e as energias renováveis, não deixando de referir também a possibilidade do estabelecimento de unidades de distribuição ou mesmo industriais, cujo objectivo final seja atingir outros mercados europeus. Investimento Directo de Portugal no Brasil 3 a 2009 2010 b (10 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Var % Var % Jan/Set Jan/Set Investimento bruto 350.985 426.596 665.733 539.194 547.118 15,0 429.866 488.239 13,6 Desinvestimento 788.671 413.609 326.848 271.107 172.405 -30,5 133.908 467.241 248,9 Investimento líquido -437.686 12.987 338.885 268.087 374.713 -- 295.958 20.998 -- Fonte: Banco de Portugal Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009 (b) Taxa de variação homóloga Por outro lado, o Brasil é um importante destino de IDPE, sendo esta área aquela em que o relacionamento bilateral mais se tem evidenciado, mais propriamente, desde finais dos anos 90. De acordo com os dados publicados pelo Banco de Portugal, no período 2005-2009 o investimento bruto teve um crescimento médio anual de 15,0%, enquanto o desinvestimento caiu (-30,5%). 23
  • 24. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Apesar das incertezas no mercado internacional, a estabilidade macroeconómica no Brasil tem sido fundamental para garantir a continuidade na entrada de investimento directo estrangeiro (IDE) no país. Já entre Janeiro e Setembro de 2010, se compararmos com o período homólogo de 2009, deu-se um crescimento de 13,6% no investimento bruto e um aumento de 248,9% no desinvestimento, contudo o investimento líquido mantém-se positivo. No que se refere às aplicações e depois do movimento inicial ter sido feito por alguns grandes grupos portugueses, em resultado das privatizações brasileiras nos sectores da energia e telecomunicações, seguiram-se inúmeros investimentos2, cuja característica principal é a sua diversificação e a intervenção de grandes e médias empresas. Concretamente, em 2009, as actividades imobiliárias, alugueres e serviços às empresas, foram a principal aplicação dos fluxos portugueses (62,0%), seguindo-se o comércio por grosso e a retalho (25,8%), os quais no seu conjunto representaram perto de 87,8% do IDP no Brasil. No período em análise, ressalta que o comércio por grosso e a retalho começou a ter uma representatividade de maior vulto no ano de 2007 e seguintes; por sua vez as actividades imobiliárias, alugueres e serviços às empresas estiveram sempre no topo destas aplicações. O pipeline de investimentos turísticos portugueses no Brasil está em franca expansão: investidores portugueses como o Grupo Vila Galé, Grupo Espírito Santo, Grupo Pestana, Dorisol, Oásis Atlântico, João Vaz Guedes, o Aquiraz Golf & Beach Villas no Ceará como sendo “o maior empreendimento turístico português”, englobando oito hotéis, o Grupo Dom Pedro e Solverde. Para além dos investimentos já referidos para a área do turismo, apontamos outros grandes investimentos realizados por empresas portuguesas, que pela sua importância merece destaque: a hidroeléctrica de Peixe Angical (no Estado do Tocantins) cuja construção foi da responsabilidade da EDP Energias do Brasil em parceria com a estatal Furnas, constituindo uma grande obra de infra-estrutura no Brasil. Mais recentemente, novos investimentos da EDP e da GALP avolumam esta área de internacionalização, enquanto outras grandes parcerias estão em perspectiva. Contudo, depois do movimento inicial ter sido feito por alguns grandes grupos portugueses em resultado das privatizações brasileiras nos sectores da energia e telecomunicações, seguiram-se e seguem-se vários investimentos, cuja característica principal é a sua diversificação, realizados por pequenas e médias empresas. 3.4. Turismo O Brasil integra a “carteira” dos principais mercados emissores para Portugal (top ten). Os cerca de 275 mil turistas brasileiros que escolheram Portugal como destino das suas férias ao estrangeiro em 2009, permitiram colocar o Brasil na 7ª posição do ranking das entradas de turistas com uma quota de 4,2% do total. 2 PT Telecom, EDP, Galp, Cimpor, Brisa, Martifer, Logoplaste, Pestana, Vila Galé, Grupo Espírito Santo, Dão Sul, entre outros; 24
  • 25. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) As estatísticas de 2009 relativas às dormidas na hotelaria global e às receitas turísticas, colocam o Brasil no 8º lugar no ranking das “dormidas”, com uma quota de 2,6% e no 8º lugar com uma quota de 2,8% no conjunto dos países incluídos nas “receitas” geradas pelos mercados internacionais. Salienta-se uma evolução crescente no período 2005-2009, nas suas três vertentes. Para 2010, os dados disponíveis do mesmo período (Jan-Set) sobre as receitas, quando comparadas com o período homólogo de 2009, registam um aumento de 57,9%. O Norte de Portugal é a região na qual os visitantes brasileiros têm maior peso, tendo sido o Brasil, em 2009, o 3º país emissor para aquela região. Em oposição, a Madeira é a região em que o Brasil foi o 19º país emissor em 2009. Relativamente à evolução entre 2008-2009, existiu um decréscimo a nível global (-10.5%), destacando- se só duas regiões onde se registou uma subida de turistas brasileiros: Alentejo e Açores. O maior decréscimo deu-se no Centro (-16.7%). Turismo do Brasil em Portugal a 2009 2010 Var 2005 2006 2007 2008 2009 Var % b Jan/Set Jan/Set % c Receitas 115.884 148.783 176.907 233.216 196.090 15,8 150.577 237.779 57,9 d % Total 1,9 2,2 2,4 3,1 2,8 -- 2,8 4,1 -- e Posição 11ª 10ª 10ª 7ª 8ª -- n.d. 6ª -- c Hóspedes 177.275 203.132 253.142 312.062 274.558 12,6 202.025 286.371 41,8 d % Total 3,0 3,1 3,6 4,4 4,2 -- 3,9 5,2 -- f Posição 8ª 8ª 8ª 7ª 7ª -- 7ª 7ª -- c Dormidas 411.175 461.807 558.749 672.970 595.511 10,6 434.365 633.886 45,9 d % Total 1,7 1,8 2,1 2,6 2,6 -- 2,3 3,3 -- f Posição 12ª 12ª 10ª 8ª 8ª -- 8ª 7ª -- Fontes: INE - Instituto Nacional de Estatística; Banco de Portugal Unidades: Receitas (Milhares de euros); Hóspedes e Dormidas (Unidades) Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009 (b) Taxa de variação homóloga (c) Inclui apenas a hotelaria global (d) Refere-se ao total de estrangeiros (e) Posição enquanto mercado emissor. num conjunto de 55 mercados (f) Posição enquanto mercado emissor. num conjunto de 22 mercados n.d. - não disponível No que se refere à emissão de turistas portugueses para o Brasil e segundo o Ministério do Turismo deste país, Portugal posicionou-se como mercado emissor em 6º lugar, em 2008, (depois da Argentina, EUA, Itália, Alemanha e Chile), com 222.558 turistas (4,4%), contra o 3º lugar que ocupou em 2007, ano em que foi responsável por 280.438 turistas (5,6%), embora o número total de turistas que visitaram o Brasil em 2008, ao contrário do registado a nível geral, tenha subido cerca de 0,5%, face a 2007. 25
  • 26. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) 4. Relações Internacionais e Regionais A República Federativa do Brasil é membro do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) e da Organização das Nações Unidas (ONU) e suas agências especializadas, de entre as quais se destaca o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Integra a Organização Mundial de Comércio (OMC), desde 1 de Janeiro de 1995. A nível regional, este país faz parte do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), da Associação Latino- Americana de Integração (ALADI), do Sistema Económico Latino-Americano e do Caribe (SELA), da Organização dos Estados Americanos (OEA), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e é membro associado da Comunidade Andina (CAN). O MERCOSUL (http://www.mercosur.int/), cujos membros fundadores são o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai (a Venezuela assinou tratado de adesão em 2006 e aguarda apenas pela ratificação do parlamento do Paraguai para se tornar no quinto membro pleno deste bloco sul-americano) foi criado em 26 de Março de 1991, pelo Tratado de Assunção, e traduz-se, em termos gerais, num projecto de integração sub regional, que visa promover o progresso económico e social entre os seus membros, através da constituição gradual de um Mercado Comum. Actualmente, o MERCOSUL encontra-se, ainda, numa etapa do processo de integração definida como União Aduaneira, cujo objectivo final é evoluir à condição de Mercado Comum, compreendendo não só o livre comércio entre os países membros e a aplicação da Tarifa Externa Comum (TEC) face a países terceiros, mas, também, a livre circulação dos factores de produção – capital e trabalho. Estabelecida pelo Tratado de Montevideu, em 1980, a ALADI (organismo intergovernamental) visa fortalecer as relações entre os seus membros, por intermédio da celebração de acordos bilaterais, modernização da estrutura produtiva dos países signatários, harmonização das respectivas políticas macroeconómicas e promoção de uma participação mais activa dos diferentes grupos sociais no processo de integração. Como objectivo final, pretende-se o estabelecimento, de forma gradual e progressiva, de um mercado latino-americano, através da aplicação de uma Preferência Tarifária Regional (PTR), ou seja, redução de direitos aduaneiros entre as partes. Integram a ALADI (http://www.aladi.org/) os seguintes países: Argentina; Bolívia; Brasil; Chile; Colômbia; Cuba; Equador; México; Paraguai; Peru; Uruguai; e Venezuela. O SELA (http://www.sela.org/view/index.asp), formado por 27 países latino-americanos, foi criado em 1975, com o fito de acelerar o desenvolvimento económico e social dos seus membros, através da cooperação intra-regional e do estabelecimento de um sistema permanente de consulta e coordenação em assuntos de natureza económica e social. 26
  • 27. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) Por sua vez, a OEA/OAS (http://www.oas.org/pt/), instituída em 1948 por 21 nações, alargada posteriormente a outras 14 (sendo que Cuba suspendeu a sua ligação desde 1962 a 2009, ano em que optou por não a retomar, e as Honduras suspenderam também em 2009 a sua ligação), tem como objectivos promover práticas de boa gestão governamental, fortalecer os direitos humanos, incentivar a paz e a segurança, expandir o comércio, e encontrar soluções para os problemas provenientes da pobreza, drogas e corrupção entre os “povos das Américas”. Finalmente, a CPLP, criada em 17 de Julho de 1996, apresenta como objectivos gerais a concertação político-diplomática em matéria de relações internacionais, nomeadamente na defesa e promoção de interesses comuns ou questões específicas, a cooperação, particularmente nos domínios económico, social, cultural, jurídico, técnico-científico, e a materialização de projectos de promoção e difusão da língua portuguesa. Aderiram a esta Comunidade os seguintes países: Angola; Brasil; Cabo Verde; Guiné-Bissau; Moçambique; Portugal; São Tomé e Príncipe; e Timor-Leste. No que respeita ao relacionamento com a União Europeia, o quadro legal está vertido, fundamentalmente, no Acordo-Quadro de Cooperação Brasil/UE, assinado em Junho de 1992 e em vigor desde Novembro de 1995 e no Acordo-Quadro Inter-Regional de Cooperação Mercosul/UE, assinado em Dezembro de 1995 e em vigor desde Julho de 1999. Os principais objectivos que presidiram ao estabelecimento do Acordo-Quadro de Cooperação Brasil/UE (de natureza não preferencial) foram o aumento e a diversificação das trocas comerciais entre as partes, bem como a intensificação da cooperação económica, industrial, científica, tecnológica e financeira. Com o Acordo-Quadro de Cooperação Mercosul/UE pretende-se o aprofundamento das relações entre as partes e a preparação das condições para a criação de um Acordo de Associação Inter-Regional que incluirá a liberalização do comércio de bens e serviços, de acordo com as regras da OMC, entre outras matérias no domínio económico, técnico, político, institucional e cultural. Em Maio de 2007, a UE recomendou o lançamento de uma Parceria Estratégica com o Brasil, com vista a reforçar as relações bilaterais entre as partes numa variedade de sectores e actividades de interesse comum. A primeira Cimeira teve lugar a 4 de Julho de 2007 (Lisboa), a segunda realizou-se em 22 de Dezembro de 2008 (Rio de Janeiro), a terceira em 6 de Outubro de 2009 (Estocolmo), e a quarta em 14 de Julho de 2010 (Brasília), onde se debateram os seguintes temas: conclusão do Acordo UE/Mercosul; pobreza e desigualdade; ambiente; energia; estabilidade e crescimento na América Latina; e a cooperação na integração regional com o Mercosul. De referir, também, o instrumento de financiamento da cooperação para o desenvolvimento, estabelecido pelo Regulamento (CE) n.º 1905/2006, de 18 de Dezembro, que visa eliminar a pobreza 27
  • 28. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) nos países, territórios e regiões em desenvolvimento (o Brasil é país elegível). A assistência financeira comunitária à América Latina presta especial atenção aos seguintes domínios de cooperação: • Promoção da coesão social, apoiando as políticas fiscais, o investimento produtivo para mais e melhores empregos, as políticas de luta contra a discriminação e a produção, consumo e tráfico de drogas, e a melhoria dos serviços sociais básicos, em especial a saúde e a educação; • Promoção de uma maior integração regional, nomeadamente no apoio a diferentes processos de integração regional; • Apoio ao reforço da boa governação e das instituições públicas, bem como da protecção dos direitos do Homem; • Apoio à criação de um espaço comum UE – América Latina do ensino superior; • Promoção do desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões, prestando especial atenção à protecção das florestas e à diversidade biológica. Para informação mais pormenorizada sobre o relacionamento bilateral entre a União Europeia e o Brasil os interessados podem consultar, o Site da União Europeia, no tema “Relações Externas” – http://ec.europa.eu/external_relations/brazil/index_pt.htm 5. Condições Legais de Acesso ao Mercado 5.1. Regime Geral de Importação O mercado brasileiro caracterizou-se, até ao início dos anos 90, por um forte proteccionismo e intervenção estatal. O programa de reformas de 1990 consagrou uma progressiva liberalização das trocas comerciais e a integração da economia brasileira a nível internacional. No entanto, este país continua a apresentar uma forte (e complexa) carga fiscal incidente sobre a importação da maioria dos produtos. A exportação da generalidade das mercadorias para o mercado brasileiro não está sujeita, como regra, a restrições (licenciamento). Existem, no entanto, algumas excepções para as quais é necessária a observância de determinados requisitos e a autorização prévia das autoridades competentes. A lista de produtos sujeitos a autorização abrange as importações de bens alimentares, de bebidas, de produtos farmacêuticos e veterinários, de cosméticos e de produtos agrícolas, incluindo sementes e fertilizantes. 28
  • 29. aicep Portugal Global Brasil – Ficha de Mercado (Novembro 2010) A entrada de determinado tipo de bens, como armas, drogas e produtos agro-químicos está dependente de autorizações especiais por razões de segurança, saúde pública ou de protecção da indústria nacional. Os procedimentos de importação estão informatizados através do Sistema Integrado de Comércio Externo, denominado SISCOMEX que, por via do estabelecimento de um fluxo único das várias informações, promove a integração das actividades de registo, acompanhamento e controlo das operações de importação/exportação. O SISCOMEX surge, assim, como um instrumento que visa agilizar e facilitar a tramitação administrativa na área do comércio externo. Todas as mercadorias importadas no mercado brasileiro estão sujeitas a Despacho Aduaneiro, processado pelas entidades alfandegárias com base nas informações constantes na Declaração de Importação. O licenciamento dos bens pode ser automático (para produtos que não carecem de licença de importação ou autorizações especiais, nomeadamente as operações efectuadas ao abrigo do regime aduaneiro de drawback) ou não automático (abrange todas as mercadorias para as quais é obrigatória a emissão de uma Licença Prévia de Importação - LI, como sejam, certos produtos alimentares, agro- pecuários, brinquedos, equipamentos electrónicos e têxteis, entre outros). A exportação de géneros alimentícios (ex.: produtos da pesca; carnes de suíno; leites e seus produtos) para o Brasil está sujeita ao cumprimento dos seguintes procedimentos: • O estabelecimento português deverá entrar em contacto com os Serviços Veterinários da respectiva Região (DSVR) da Direcção Geral de Veterinária (DGV); • As DSVR efectuam um controlo ao estabelecimento para verificação do cumprimento dos requisitos legais. A legislação brasileira pode ser consultada no seguinte Site: http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=abreLegislacaoFederal&chav e=50674&tipoLegis=A; • Se o operador observar as regras, a DGV solicita à autoridade brasileira a inclusão do estabelecimento na lista de estabelecimentos aprovados a exportar para o Brasil. Esta lista pode ser consultada no portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA) – Sistemas de Informação – SIGSIF – Sistema de Informações Gerências do Serviço de Inspecção Federal – Listas de Estabelecimentos Estrangeiros Habilitados à Exportação para o Brasil (http://www.agricultura.gov.br/); • O operador pode iniciar o processo de registo de rótulos, ou seja, para cada tipo produto que pretende exportar para o Brasil, necessita de preencher um formulário. Este formulário tem de ser visto e assinado pela respectiva DSVR antes do operador o submeter à apreciação da autoridade brasileira (MAPA); 29