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Bramanismo



Considera-se o Bramanismo, ou como preferem alguns autores,
Hinduísmo, a religião mais antiga do planeta Terra. Citemos de forma
condensada os aspectos básicos desta religião. Brama é a causa, o
ser, a essência do Universo e, segundo o Bramanismo, não é possível
conceituá-lo nem explicá-lo, apenas senti-lo. Os primeiros livros
sagrados da religião brâmane são os Vedas os quais são completados
em seguida pelos Upanichades(O termo Upanixade deriva das palavras sânscritas
upa ("perto"), ni ("embaixo") e chad ("sentar"), representando o ato de sentar-se no chão,
próximo a um mestre espiritual, para receber instrução). O Bramanismo foi a
primeira religião a conceber a idéia da evolução da mônada ou
princípio espiritual incrusta do em todas as criaturas, no ser humano,
já se refere ao Ego.

Na visão brâmane, fala-se em três aspectos do componente
espiritual. São eles: “Sat”, “Ananda” e “Chit”. No reino mineral é que
surge “Sat”, ou seja, a manifestação de Brama significando apenas
existência. “Ananda” e “Chit” só existem em estado latente.
No reino vegetal “Ananda”, que é a manifestação de Brama na fase
da sensibilidade, principia o seu despertar e posteriormente, no
transcorrer da evolução, originará uma forma superior de
manifestação nos animais.

No mundo animal há o início de “Chit” que é a manifestação de
Brama na fase do conhecimento.

No reino humano, segundo as raças e os indivíduos, “Sat”, “Ananda”
e “Chit” se evidenciam com maior ou menor expressão.
A finalidade da evolução desses três aspectos é a identificação do
homem       com     Brama   ou    a   plenitude   da     sabedoria.

É uma filosofia de vida hindu - não uma religião - baseada na
adoração à divindade Brahma.

O Bramanismo - É um conjunto de concepções religiosas, sociais e
políticas, oriundo do Vedismo, primitiva forma de religião dos hindus.
Suas características principais são: crença na reencarnação, sistema
de castas, naturalismo e individualismo. Brame deus supremo,
individual, encarnou-se sucessivamente em Brama, deus pessoal,
Vixnu(Na mitologia hindu, Vixnu, também Vixenu; transl. Vishnu, da raiz sânscrita vishva,
"tudo", é o deus responsável pela manutenção do universo) e Xiva (Shiva ou Xiva é um
deus ("Deva") hindu, o Destruidor ou o Transformador), formando a trindade
indiana chamada ''trimurti''. Brama teve quatro filhos que
encarnavam as quatro castas hereditárias. No século III ou II antes
de Cristo, o Bramanismo sofreu uma transformação e passou a ser o
Bramanismo sectário ou Hinduísmo. Os princípios do Bramanismo
foram estabelecidos pelos brâmanes no ''Código de Manu'',
imaginário    personagem    considerado    o   pai     dos    árias.

Bramanismo, uma das mais antigas religiões. A doutrina bramânica,
nos seus primórdios, compunha-se de postulados esparsos, sem
qualquer ordenação e era transmitida oralmente através de cânticos
a sua essência, no entanto, continua inalterada e preservada pelos
Mistérios, em santuários da Índia. A doutrina original pode ser
resumida em Cinco Princípios, dos quais decorrem as demais
diretrizes:

1 - Um Deus Único com Tríplice Manifestação (Trindade Divina). "O
Ser Supremo se imola a si próprio e se divide para produzir a Vida
Universal".

2 - A Natureza Eterna do Mundo "Ele sempre foi e sempre será. O
mundo e os seres saídos de Deus voltam a Ele por uma evolução
constante".

3 - A Reencarnação "Há uma parte imortal do homem que é aquela, ó
Agni (Agni é uma divindade Hindu. A palavra agni é Sânscrito para "fogo" (nome),
com a mesma origem do Latim ignis. No Hinduísmo, ele é um deva, segundo no poder e
importância atribuída na mitologia védica), que cumpre aquecer com teus
raios, inflamar com teus fogos. De onde nasceu a Alma? Umas vêm
para nós e daqui partem, outras partem e tornam a voltar".

4 - O Carma "Se vos entregardes aos vossos desejos, só fareis
condenar-vos a contrair, ao morrerdes, novas ligações com outros
corpos e outros mundos".

5 - O Nirvana "Estado de não desejo". O mais puro e íntegro da alma,
livrando-a em definitivo da roda das encarnações. Considerado o
coroamento da Perfeição. As Escolas Iniciáticas demonstravam
cabalmente, na teoria e na prática, a relevância de alcançar o
Nirvana, para se chegar a Deus. Para atingir essa condição, o Ego
precisa se libertar de todos os desejos, mesmo os originados de
sentimentos bons e altruístas.
O Nirvana é um estado de consciência tão íntegro que toda doação é
prestada naturalmente e não em decorrência de inclinação
sentimental.
O ciclo das Reencarnações               é   que     torna    viável    a   pretendida
identificação com Brama.




                                A Reencarnação

O Bramanismo se refere ao lento e incessante girar da roda dos
nascimentos e mortes, com a passagem pelos três mundos: o físico,
o astral e o mental, até que chegue a libertação, O objetivo de todas
as escolas do Bramanismo é essa libertação da roda dos nascimentos
e mortes, a qual denomina SANSARA ((sânscrito-devanagari: perambulação), o
que corresponde as reencarnações sucessivas. Uma palavra
sânscrita, “Carma” que significa ação, é uma lei eterna e imutável, e
determina o ciclo das existências. É a lei de efeito, demérito, de
semeadura e colheita, no sentido de que a colheita depende
obrigatoriamente da semeadura.



A responsabilidade por suas atitudes cabe sempre ao homem,
segundo a lei do carma. Os atos praticados são, efetivamente, a
causa, produzindo efeito idêntico. Essa lei explica o destino do
homem como trama por ele próprio urdida(Tramado, enredado, maquinado
malevolamente), não fala propriamente em castigo ou recompensa,
apenas relata a justa e inexorável conseqüência de atos bons ou
maus por ele praticados. É a lei atuando dentro do mais rígido
espírito de justiça.

As Castas



      os brāhmaṇa (sacerdotes e letrados) nasceram da cabeça de Brahma);
      os kṣatrya (guerreiros) nasceram dos braços de Brahma);
      os vaiśya (comerciantes) nasceram das pernas de Brahma) ;
      os śūdra (servos: camponeses, artesãos e operários) nasceram dos pés de
      Brahma.
      os Dalit (Párias) nome com o qual se designam os indivíduos, também conhecidos
      como "intocáveis", que não pertencem a casta alguma na sociedade tradicional hindu.



Supõe-se que não faziam parte do corpo doutrinário original. Apesar
de ser um preceito bastante antigo, parece constituir um adendo
incluído em remotas épocas, pela mão imperfeita do ser humano.
Prega a divisão em castas como conseqüência do Carma, pela qual o
indivíduo por comportamento de vidas anteriores, renasce em
determinada posição social, sofrendo efeitos decorrentes dessa
circunstância.    Tal  proposição, rejeitada   pela    maioria   dos
reformadores do bramanismo, conforma uma tese a ser discutida,
demonstrando a pequenez do ser humano, razão pela qual deve ser
extinta, pois existem inúmeras maneiras de a Lei ser exercida, sem o
agravamento maior imposto pela sociedade. A aceitação da divisão
em castas significaria o mesmo que aprovar a escravidão, já que
seriam escravos apenas os que construíram, em vidas passadas, as
causas que ocasionaram esse efeito. Fica exposta a tese para que
cada um escolha a que mais lhe esteja de acordo.



Conforme ensinado sigilosamente nos santuários, Agni, o fogo, é o
símbolo do Eterno Masculino ou Espírito Criador. Soma, o licor do
sacrifício, é o símbolo do Eterno Feminino, Alma do Mundo,
Substância Etérea. Em Sua união perfeita, esses dois Princípios
Essenciais do Universo, essa dualidade, constituem o Ser Supremo –
Zians, ou seja, Deus.

O céu, o inferno e o processo de vidas sucessivas, regulamentados
pelas leis de Manu, constam do Manava-Darma-Sastra, ou Livro das
Leis, com especial sistema de sanções. Nele, o inferno, denominado
de Naraca, é apresentado como forma de planos, vinte e um dos
quais são particularmente descritos. Para o povo, mostravam-no
simbolicamente, como todas as religiões, como sendo local tenebroso
de trevas e tormentos, onde o fogo que purifica,queimava os maus. O
céu também é classificado em planos na doutrina secreta, e era
designado por Svarga. Como o inferno, consiste em estados de
consciência, difícil de ser compreendido mesmo pelos maiores
conhecedores do assunto. Por isso, popularmente explicavam-no
como um jardim de delícias, com a luz brilhando perpetuamente,
onde os bons gozavam de bem-aventurança. Esses simbolismos,
como todos os outros, tomados ao pé da letra, desfiguraram o
verdadeiro pensamento, mostrado exclusivamente nas Escolas
Iniciáticas. A massa, familiarizada apenas com as exterioridades,
manteve esses conceitos desvirtuados, forma com que chegaram aos
tempos de hoje, vez que a Verdade sempre permaneceu no
hermetismo da doutrina. Outros Livros Sagrados complementam o
acervo religioso da Índia. Os Brâmanas, comentários sobre os Vedas,
delineiam uma fase da modificação da primitiva doutrina. Os
Upanixades revelam período diverso de alteração dessa religião. Os
ensinamentos neles contidos, antes de serem fixados pela escrita,
eram transmitidos secreta e oralmente pelos sacerdotes que os
consideravam demasiado sagrados para serem conhecidos por leigos.
Posteriormente, quando transformados em Livros, continuaram
reservados exclusivamente aos que tinham acesso aos Mistérios.
Constituem a base da moderna filosofia hindu. Eis uma das mais
poéticas pregações de Amor, contidas nos Vedas e repetidas com
outras palavras em todas as religiões: "Sê, para teu inimigo, o que é
a terra que recompensa com fartas colheitas o lavrador que lhe rasga
o seio. Sê, para aquele que te aflige, o que é o sândalo, que perfuma
o       machado        do      lenhador        que      o      corta".



                A Grande Renovação do Bramanismo



Quando os ensinamentos védicos foram completamente esquecidos
pelo povo e, em seu lugar surgiram as grandes aviltações da idéia-
mãe, um iniciado com o nome de Krishna, criado por ascetas que
viviam retirados junto ao Himalaia, saindo de seu isolamento,
renovou a religião primitiva. A história de sua vida e os princípios por
ele defendidos são conservados até hoje em Livros Sagrados, nos
santuários do sul do Industão. Como Jesus, Krishna, acompanhado de
discípulos, saiu a pregar pelas vilas e cidades, sacrificando-se para
implantar a doutrina. Alguns historiadores atribuem a ele a autoria de
dois Livros Sagrados da coleção religiosa da Índia: Ramaiana e
Maabárata. Outros, por falta de comprovação efetiva, julgaram mais
prudente reputá-los como de autor desconhecido. Ramaiana significa
As Aventuras de Rama e relata em cerca de vinte e quatro mil
estâncias, as façanhas do deus Vishnu, o Preservador, quando em
sua sétima encarnação apareceu como o príncipe Rama, para salvar a
humanidade. Maabárata, ou A Grande História dos Irmãos, narra os
acontecimentos de outra encarnação de Vishnu, como Críxena. São
de difícil entendimento, expondo tanto a doutrina, quanto
acontecimentos históricos do país. O Maabárata ficou famoso e até
hoje é consultado, mesmo fora da Índia, devido ao relato do 18º dia
de uma batalha, durante o qual o general Arjuna discute com seu
cocheiro Críxena o significado da vida e da morte. Tal narrativa é
conhecida como Bhagavad-Gita, ou A Sublime Canção da
Imortalidade. Mahatma Gandhi dizia que quando as decepções o
avassalavam e não conseguia vislumbrar nenhum raio de luz, recorria
ao Bhagavad-Gita, único bálsamo para suas desesperanças. Krishna,
além de renovar os princípíos védicos, emprestando-lhes uma cara
nova, poética e mais atualizada para a ocasião, falava aos discípulos
de sua missão, aconselhando-os a guardar silêncio sobre as Verdades
aprendidas com ele: "Revelei-vos os grandes segredos. Não os digais
senão àqueles que os podem compreender. Sois os meus eleitos:
vedes o alvo; a multidão só descortina uma ponta do caminho." Por
essas palavras fica compreendido que, desde então, já os Mestres
pregavam simbolicamente ao povo, reservando a poucos escolhidos
os segredos dos Mistérios. As pregações populares de Jesus se
assemelham muito as de Krishna. Eis apenas duas delas, para
mostrar tal similaridade: "Se conviveres com os bons, teus exemplos
serão inúteis; não receeis habitar entre os maus, para os reconduzir
ao bem". Quando os fariseus criticavam Jesus por comer com os
publicanos e pecadores, Ele disse: "Não são os homens de boa saúde
que necessitam de médico, mas sim os enfermos. Não vim chamar à
conversão os justos, mas sim os pecadores." - "As obras inspiradas
pelo amor de nossos semelhantes, são as que mais pesarão na
balança celeste." Esta máxima representa o "Amai-vos uns aos
outros", de Jesus. Todos os ensinamentos de Krishna traduzem nada
mais do que os fundamentos védicos, e ponderados e meditados,
podem trazer luz à alma, permitindo ao homem encontrar o caminho
adequado para seu crescimento espiritual. Krishna forneceu a
resposta mais sábia à pergunta constante e milenar dos que
reclamam a elucidação da Essência e dos Desígnios de Deus: "Só o
Infinito pode compreender o Infinito. Somente Deus pode
compreender Deus". Selando sua Obra com o próprio sangue, deixou
a Terra, legando à Índia a mais bela e verídica concepção do Universo
e da Vida. Nesse ideal superior ela se manteve durante milhares de
anos.

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Bramanismo

  • 1. Bramanismo Considera-se o Bramanismo, ou como preferem alguns autores, Hinduísmo, a religião mais antiga do planeta Terra. Citemos de forma condensada os aspectos básicos desta religião. Brama é a causa, o ser, a essência do Universo e, segundo o Bramanismo, não é possível conceituá-lo nem explicá-lo, apenas senti-lo. Os primeiros livros sagrados da religião brâmane são os Vedas os quais são completados em seguida pelos Upanichades(O termo Upanixade deriva das palavras sânscritas upa ("perto"), ni ("embaixo") e chad ("sentar"), representando o ato de sentar-se no chão, próximo a um mestre espiritual, para receber instrução). O Bramanismo foi a primeira religião a conceber a idéia da evolução da mônada ou princípio espiritual incrusta do em todas as criaturas, no ser humano, já se refere ao Ego. Na visão brâmane, fala-se em três aspectos do componente espiritual. São eles: “Sat”, “Ananda” e “Chit”. No reino mineral é que surge “Sat”, ou seja, a manifestação de Brama significando apenas existência. “Ananda” e “Chit” só existem em estado latente. No reino vegetal “Ananda”, que é a manifestação de Brama na fase da sensibilidade, principia o seu despertar e posteriormente, no transcorrer da evolução, originará uma forma superior de manifestação nos animais. No mundo animal há o início de “Chit” que é a manifestação de Brama na fase do conhecimento. No reino humano, segundo as raças e os indivíduos, “Sat”, “Ananda” e “Chit” se evidenciam com maior ou menor expressão. A finalidade da evolução desses três aspectos é a identificação do homem com Brama ou a plenitude da sabedoria. É uma filosofia de vida hindu - não uma religião - baseada na adoração à divindade Brahma. O Bramanismo - É um conjunto de concepções religiosas, sociais e políticas, oriundo do Vedismo, primitiva forma de religião dos hindus. Suas características principais são: crença na reencarnação, sistema de castas, naturalismo e individualismo. Brame deus supremo, individual, encarnou-se sucessivamente em Brama, deus pessoal, Vixnu(Na mitologia hindu, Vixnu, também Vixenu; transl. Vishnu, da raiz sânscrita vishva,
  • 2. "tudo", é o deus responsável pela manutenção do universo) e Xiva (Shiva ou Xiva é um deus ("Deva") hindu, o Destruidor ou o Transformador), formando a trindade indiana chamada ''trimurti''. Brama teve quatro filhos que encarnavam as quatro castas hereditárias. No século III ou II antes de Cristo, o Bramanismo sofreu uma transformação e passou a ser o Bramanismo sectário ou Hinduísmo. Os princípios do Bramanismo foram estabelecidos pelos brâmanes no ''Código de Manu'', imaginário personagem considerado o pai dos árias. Bramanismo, uma das mais antigas religiões. A doutrina bramânica, nos seus primórdios, compunha-se de postulados esparsos, sem qualquer ordenação e era transmitida oralmente através de cânticos a sua essência, no entanto, continua inalterada e preservada pelos Mistérios, em santuários da Índia. A doutrina original pode ser resumida em Cinco Princípios, dos quais decorrem as demais diretrizes: 1 - Um Deus Único com Tríplice Manifestação (Trindade Divina). "O Ser Supremo se imola a si próprio e se divide para produzir a Vida Universal". 2 - A Natureza Eterna do Mundo "Ele sempre foi e sempre será. O mundo e os seres saídos de Deus voltam a Ele por uma evolução constante". 3 - A Reencarnação "Há uma parte imortal do homem que é aquela, ó Agni (Agni é uma divindade Hindu. A palavra agni é Sânscrito para "fogo" (nome), com a mesma origem do Latim ignis. No Hinduísmo, ele é um deva, segundo no poder e importância atribuída na mitologia védica), que cumpre aquecer com teus raios, inflamar com teus fogos. De onde nasceu a Alma? Umas vêm para nós e daqui partem, outras partem e tornam a voltar". 4 - O Carma "Se vos entregardes aos vossos desejos, só fareis condenar-vos a contrair, ao morrerdes, novas ligações com outros corpos e outros mundos". 5 - O Nirvana "Estado de não desejo". O mais puro e íntegro da alma, livrando-a em definitivo da roda das encarnações. Considerado o coroamento da Perfeição. As Escolas Iniciáticas demonstravam cabalmente, na teoria e na prática, a relevância de alcançar o Nirvana, para se chegar a Deus. Para atingir essa condição, o Ego precisa se libertar de todos os desejos, mesmo os originados de sentimentos bons e altruístas. O Nirvana é um estado de consciência tão íntegro que toda doação é prestada naturalmente e não em decorrência de inclinação sentimental.
  • 3. O ciclo das Reencarnações é que torna viável a pretendida identificação com Brama. A Reencarnação O Bramanismo se refere ao lento e incessante girar da roda dos nascimentos e mortes, com a passagem pelos três mundos: o físico, o astral e o mental, até que chegue a libertação, O objetivo de todas as escolas do Bramanismo é essa libertação da roda dos nascimentos e mortes, a qual denomina SANSARA ((sânscrito-devanagari: perambulação), o que corresponde as reencarnações sucessivas. Uma palavra sânscrita, “Carma” que significa ação, é uma lei eterna e imutável, e determina o ciclo das existências. É a lei de efeito, demérito, de semeadura e colheita, no sentido de que a colheita depende obrigatoriamente da semeadura. A responsabilidade por suas atitudes cabe sempre ao homem, segundo a lei do carma. Os atos praticados são, efetivamente, a causa, produzindo efeito idêntico. Essa lei explica o destino do homem como trama por ele próprio urdida(Tramado, enredado, maquinado malevolamente), não fala propriamente em castigo ou recompensa, apenas relata a justa e inexorável conseqüência de atos bons ou maus por ele praticados. É a lei atuando dentro do mais rígido espírito de justiça. As Castas os brāhmaṇa (sacerdotes e letrados) nasceram da cabeça de Brahma); os kṣatrya (guerreiros) nasceram dos braços de Brahma); os vaiśya (comerciantes) nasceram das pernas de Brahma) ; os śūdra (servos: camponeses, artesãos e operários) nasceram dos pés de Brahma. os Dalit (Párias) nome com o qual se designam os indivíduos, também conhecidos como "intocáveis", que não pertencem a casta alguma na sociedade tradicional hindu. Supõe-se que não faziam parte do corpo doutrinário original. Apesar de ser um preceito bastante antigo, parece constituir um adendo
  • 4. incluído em remotas épocas, pela mão imperfeita do ser humano. Prega a divisão em castas como conseqüência do Carma, pela qual o indivíduo por comportamento de vidas anteriores, renasce em determinada posição social, sofrendo efeitos decorrentes dessa circunstância. Tal proposição, rejeitada pela maioria dos reformadores do bramanismo, conforma uma tese a ser discutida, demonstrando a pequenez do ser humano, razão pela qual deve ser extinta, pois existem inúmeras maneiras de a Lei ser exercida, sem o agravamento maior imposto pela sociedade. A aceitação da divisão em castas significaria o mesmo que aprovar a escravidão, já que seriam escravos apenas os que construíram, em vidas passadas, as causas que ocasionaram esse efeito. Fica exposta a tese para que cada um escolha a que mais lhe esteja de acordo. Conforme ensinado sigilosamente nos santuários, Agni, o fogo, é o símbolo do Eterno Masculino ou Espírito Criador. Soma, o licor do sacrifício, é o símbolo do Eterno Feminino, Alma do Mundo, Substância Etérea. Em Sua união perfeita, esses dois Princípios Essenciais do Universo, essa dualidade, constituem o Ser Supremo – Zians, ou seja, Deus. O céu, o inferno e o processo de vidas sucessivas, regulamentados pelas leis de Manu, constam do Manava-Darma-Sastra, ou Livro das Leis, com especial sistema de sanções. Nele, o inferno, denominado de Naraca, é apresentado como forma de planos, vinte e um dos quais são particularmente descritos. Para o povo, mostravam-no simbolicamente, como todas as religiões, como sendo local tenebroso de trevas e tormentos, onde o fogo que purifica,queimava os maus. O céu também é classificado em planos na doutrina secreta, e era designado por Svarga. Como o inferno, consiste em estados de consciência, difícil de ser compreendido mesmo pelos maiores conhecedores do assunto. Por isso, popularmente explicavam-no como um jardim de delícias, com a luz brilhando perpetuamente, onde os bons gozavam de bem-aventurança. Esses simbolismos, como todos os outros, tomados ao pé da letra, desfiguraram o verdadeiro pensamento, mostrado exclusivamente nas Escolas Iniciáticas. A massa, familiarizada apenas com as exterioridades, manteve esses conceitos desvirtuados, forma com que chegaram aos tempos de hoje, vez que a Verdade sempre permaneceu no hermetismo da doutrina. Outros Livros Sagrados complementam o
  • 5. acervo religioso da Índia. Os Brâmanas, comentários sobre os Vedas, delineiam uma fase da modificação da primitiva doutrina. Os Upanixades revelam período diverso de alteração dessa religião. Os ensinamentos neles contidos, antes de serem fixados pela escrita, eram transmitidos secreta e oralmente pelos sacerdotes que os consideravam demasiado sagrados para serem conhecidos por leigos. Posteriormente, quando transformados em Livros, continuaram reservados exclusivamente aos que tinham acesso aos Mistérios. Constituem a base da moderna filosofia hindu. Eis uma das mais poéticas pregações de Amor, contidas nos Vedas e repetidas com outras palavras em todas as religiões: "Sê, para teu inimigo, o que é a terra que recompensa com fartas colheitas o lavrador que lhe rasga o seio. Sê, para aquele que te aflige, o que é o sândalo, que perfuma o machado do lenhador que o corta". A Grande Renovação do Bramanismo Quando os ensinamentos védicos foram completamente esquecidos pelo povo e, em seu lugar surgiram as grandes aviltações da idéia- mãe, um iniciado com o nome de Krishna, criado por ascetas que viviam retirados junto ao Himalaia, saindo de seu isolamento, renovou a religião primitiva. A história de sua vida e os princípios por ele defendidos são conservados até hoje em Livros Sagrados, nos santuários do sul do Industão. Como Jesus, Krishna, acompanhado de discípulos, saiu a pregar pelas vilas e cidades, sacrificando-se para implantar a doutrina. Alguns historiadores atribuem a ele a autoria de dois Livros Sagrados da coleção religiosa da Índia: Ramaiana e Maabárata. Outros, por falta de comprovação efetiva, julgaram mais prudente reputá-los como de autor desconhecido. Ramaiana significa As Aventuras de Rama e relata em cerca de vinte e quatro mil estâncias, as façanhas do deus Vishnu, o Preservador, quando em sua sétima encarnação apareceu como o príncipe Rama, para salvar a humanidade. Maabárata, ou A Grande História dos Irmãos, narra os acontecimentos de outra encarnação de Vishnu, como Críxena. São de difícil entendimento, expondo tanto a doutrina, quanto acontecimentos históricos do país. O Maabárata ficou famoso e até hoje é consultado, mesmo fora da Índia, devido ao relato do 18º dia de uma batalha, durante o qual o general Arjuna discute com seu cocheiro Críxena o significado da vida e da morte. Tal narrativa é
  • 6. conhecida como Bhagavad-Gita, ou A Sublime Canção da Imortalidade. Mahatma Gandhi dizia que quando as decepções o avassalavam e não conseguia vislumbrar nenhum raio de luz, recorria ao Bhagavad-Gita, único bálsamo para suas desesperanças. Krishna, além de renovar os princípíos védicos, emprestando-lhes uma cara nova, poética e mais atualizada para a ocasião, falava aos discípulos de sua missão, aconselhando-os a guardar silêncio sobre as Verdades aprendidas com ele: "Revelei-vos os grandes segredos. Não os digais senão àqueles que os podem compreender. Sois os meus eleitos: vedes o alvo; a multidão só descortina uma ponta do caminho." Por essas palavras fica compreendido que, desde então, já os Mestres pregavam simbolicamente ao povo, reservando a poucos escolhidos os segredos dos Mistérios. As pregações populares de Jesus se assemelham muito as de Krishna. Eis apenas duas delas, para mostrar tal similaridade: "Se conviveres com os bons, teus exemplos serão inúteis; não receeis habitar entre os maus, para os reconduzir ao bem". Quando os fariseus criticavam Jesus por comer com os publicanos e pecadores, Ele disse: "Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos. Não vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores." - "As obras inspiradas pelo amor de nossos semelhantes, são as que mais pesarão na balança celeste." Esta máxima representa o "Amai-vos uns aos outros", de Jesus. Todos os ensinamentos de Krishna traduzem nada mais do que os fundamentos védicos, e ponderados e meditados, podem trazer luz à alma, permitindo ao homem encontrar o caminho adequado para seu crescimento espiritual. Krishna forneceu a resposta mais sábia à pergunta constante e milenar dos que reclamam a elucidação da Essência e dos Desígnios de Deus: "Só o Infinito pode compreender o Infinito. Somente Deus pode compreender Deus". Selando sua Obra com o próprio sangue, deixou a Terra, legando à Índia a mais bela e verídica concepção do Universo e da Vida. Nesse ideal superior ela se manteve durante milhares de anos.