Este documento descreve um projeto de pesquisa que visa criar materiais didáticos bilíngues para o ensino de português como segunda língua para surdos. O projeto inclui um grupo de pesquisa, curso de extensão, workshops e seminários. Ele também discute os desafios do ensino de português para surdos e a necessidade de abordagens decolonial e intercultural.
2. PROJETO DE
PESQUISA
• COORDENAÇÃO ACADÊMICA DE PESQUISA
E INOVAÇÃO (CAPI)
• Objetivo Geral:
• Criar sequências didáticas bilíngues para
discentes surdos, focando em materiais voltados
para o nível básico e intermediário do português
escrito brasileiro intercultural/decolonial, a partir
de uma proposta bilíngue( Libras/Português)
• Início: 2020
• Projeto com previsão de 3 anos
8. Ações:
• Grupo de Pesquisa Entre Vistas (estudos teóricos, planejamento de
sequências didáticas para o ensino da LP2S)
• Curso de Extensão
• Workshops
• Seminários
11. Curso de Extensão- Semestre
Suplementar-UFBA
• Decolonialidade e interculturalidade no ensino aprendizagem da
Língua Portuguesa como Segunda Língua para Surdas e Surdos
brasileiros
• Sistema de Registro e Acompanhamento de Atividades de Extensão
(SIATEX)
• 68H
• À distância
• Ementa: Aspectos aquisicionais da pessoa surda. Fundamentos sobre
aquisição de português, na modalidade escrita, como segunda língua para
surdos. Letramento para surdos. Formação de professores (de) Surdos.
Decolonialidade e Interculturalidade na educação de Surdos. Abordagens
contemporâneas de ensino de português para surdos, produção e análise
de materiais didáticos e avaliação.
12. Reflexões iniciais
• TEIXEIRA e MARINHO (2012) “a situação dos alunos surdos na escola,
principalmente na rede pública de ensino, não propicia um Letramento
satisfatório”
• Os pais ouvintes raramente têm experiência prévia sobre a surdez e
fluência em uma língua sinalizada a fim de apoiar o desenvolvimento da
linguagem de seus filhos, pré-requisito básico para que possam o fornecer
o input necessário a um desenvolvimento natural de suas habilidades
linguísticas.
13. • A implantação da educação bilíngue nas escolas do estado da Bahia é
ainda incipiente: em geral, os professores não tem o domínio da Libras.
Dos professores que usam a Libras, grande parte a utiliza apenas como
forma de intermediação. Considerando que a criança surda chega à
escola sem o conhecimento da Libras, tem-se, na verdade, uma situação
linguística peculiar: a língua majoritária interagindo com uma
“aproximação” da Libras (uma forma de comunicação com características
de uma LÍNGUA FRANCA ou um PIDGIN). ( TEIXEIRA e MARINHO ,
2012)
14. • “Apesar de não chegar (em muitos casos, a depender das circunstâncias
aquisicionais) a adquirir e utilizar a língua oral, o surdo conta com
integridade viso-sensorial e intelectual para fazer uso da grafia da língua
da comunidade em que está, fisicamente, inserido. Nos dias de hoje, o
domínio da leitura e da escrita é condição essencial para o convívio com
as mais diversas práticas sociais que permeiam as rotinas dos indivíduos
em sociedades urbanas, tendo em vista ser a escrita uma tecnologia de
acesso a diferentes fontes de informação, que contribui para o
desenvolvimento educacional e desempenho social daqueles que dela
fazem uso.” (TEIXEIRA e BENTO, 2019, P. 07)
15. • “o ingresso de estudantes surdos nos cursos de graduação da UFBA se
deu exclusivamente através da política de reserva de vagas de projetos
especiais voltados para atender às demandas de inclusão de surdos na
educação superior, como ocorreu no Curso de Licenciatura em Letras
Libras EAD - em que matricularam-se e graduaram-se um total de 30
alunos surdos, e no curso Pedagogia Bilíngue na modalidade online, em
que foram matriculados, até o momento, um total de 30 alunos surdos. Em
relação à Pós-Graduação, o número de ingressos também foi bastante
limitado.” (TEIXEIRA e BENTO,2019) p. 16)
16. • “O maior desafio para a elevação geral do nível de escolaridade da
população surda baiana e para o acesso de estudantes surdos ao nível
superior em instituições públicas de ensino está, basicamente, na criação
de políticas linguísticas educacionais institucionais que atendam a
particularidade linguística da pessoa surda” (TEIXEIRA e BENTO, 2019, p.
21)
17. Decolonialidade
“Basta de uma narrativa histórica eurocêntrica que reduz a existência
ancestral de outros povos ao abismo do esquecimento e coloca a Europa
no topo do progresso e das civilizações. Como é possível estudarmos ainda
hoje nas escolas uma história do Brasil na qual o marco fundacional é a
chegada de europeus? Como é possível estudarmos uma história geral
marcada por transições temporais pautadas na alteração dos modos de
produção em países do referido continente? Na história dita antiga,
marcada pelo modo de produção escravista, o que acontecia nas
Américas? O escravismo era a prática econômica norteadora dos nossos
povos originários? Onde ocorreu o sistema feudal nas Américas? Na
ascensão do feudalismo para o capitalismo vivemos a prática escravagista
e não encontramos trabalho assalariado, mais valia nas nossas vivências. .
Que história geral é essa que não nos cabe em sua universalidade?”
(PINHEIRO 2019, p.332 )
18. Decolonialidade, Interculturalidade e
Surdez
• O que as/ os estudantes surdos (as) estudam nos livros didáticos?
• Como se dá o ensino de línguas para surdos?
• Silenciamos a identidade surda quando obrigamos a pessoa surda a
aprender a língua portuguesa junto com os ouvintes.
• Não há um currículo que pense a diversidade linguística do estudante
surdo/a.
• É necessário repensar o currículo que não aceite outras epistemologias.
20. Participação/Avaliação:
• Assinatura e entrega do Termo de autorização de uso de imagem
• Participação nas aulas síncronas -Quartas- 17h30 às 19h30, via zoom
meet
• Mínimo de 75% de presença.
• Atividades assíncronas no Ambiente Virtual de Aprendizagem ( fóruns,
webfólio)
21. Cronograma:
DATA TEMA PARTICIPAÇÃO
09/09/2020
Aula de acolhimento Dra. Nanci Araújo Bento (UFBA)
EQUIPE ENTRE VISTAS (UFBA)
16/09/2020
As interseccionalidades surdas:
aspectos linguísticos e culturais de
surdas e surdos brasileiros
Dra. Francislene Cerqueira Alves
(UESB)
23/09/2020
Formação de professores de
Surdos
Dr. Maurício Cruz (GPFPS-INES)
Dra. Aline Lage (GPFPS-INES)
30/09/2020
Educação e perspectivas
decoloniais no ensino para surdos
Doutoranda Ires Brito (UFBA)
22. Cronograma:
07/10/2020
Leitura, Compreensão e produção
de textos para surdos: experiência
teórico-metodológica no Campus
Palhoça
Dra. Bruna Crescêncio Neves
(IFSC-Campus Palhoça)
14/10/2020
Caminhos para uma educação
antirracista
Dra. Bárbara Carine Soares
Pinheiro (UFBA)
21/10/2020
Educação e interculturalidade:
desafios e possibilidades
Dra. Edleise Mendes (UFBA)
28/10/2020
Português escrito como segunda
língua para surdos: desafios
teórico-metodológicos e
interculturais
Dra. Sueli Fernandes (UFPR)
04/11/2020
Produção de materiais didáticos de
Língua Portuguesa como segunda
língua para surdos
Dra. Giseli Mara da Silva
(UFMG)
23. Cronograma:
11/11/2020
Ensino de Português e Literatura
para Surdos em Interface com
Teatro: práticas contemporâneas
Dra. Nanci Araújo Bento (UFBA)
Dra. Emiliana Faria Rosa
(UFRGS)
Esp. Rosenilde Oliveira Pereira
(AESOS)
18/11/2020
Partilhas Surdas: Experiências de
discentes surdos no ensino
aprendizagem da Língua
Portuguesa como segunda língua
Pedagogo Gustavo Gusmão
(UFSC)
Licenciado Augusto Gusmão
(INES)
25/11/2020
Abordagens contemporâneas de
ensino de português para surdos
por professoras surdas
Esp. Talita Nabas (EMEBS -SP)
Doutoranda Shirley Vilhalva
(UNICAMP/UFMS)
02/12/2020 Encerramento EQUIPE ENTRE VISTAS
24. AVALIAÇÃO- Wébfólio:
• Nesta atividade você deve construir um Webfólio em Libras e/ou em
Língua portuguesa escrita. No Webfólio o objetivo é documentar ações
reflexivas sobre a Decolonialidade e a interculturalidade no ensino da
língua portuguesa para surdas e surdos brasileiros, a partir das
discussões teóricas dos encontros síncronos e participação nos fóruns de
discussão. Suas reflexões deverão partir do seguinte questionamento:
• Como as aulas de língua portuguesa para pessoas surdas podem
contribuir para a construção emancipatória que rompa com grades
hegemônicas, eurocêntricas e engessadas? Você deve clicar em "Inserir
novo item", colocar seu nome no título e começar a editar seu webfólio
(você pode inserir vídeo direto de seu aparelho, vídeo do YouTube, texto,
imagem, link, anexos, etc.).Os participantes poderão comentar seu
Webfólio.
29. AVP
• Aplicativo.
• Tem o link na página do curso para aqueles que utilizam
Android.
• Para os que utilizam IOS pode utilizar pelo Moodle
https://apps.apple.com/br/app/moodle/id633359593
30. REFERÊNCIAS
• PINHEIRO, Bárbara Carine Soares. Educação em Ciências na Escola Democrática e as
Relações Étnico-raciais. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências. RBPEC
19, 329–344, 2019.
• TEIXEIRA. Elizabeth R. MARINHO, Erivaldo de J. O letramento de surdos em escolas
especiais em salvador, Bahia. In: MIRANDA, Theresinha G. GALVÃO FILHO. Teófilo A.
(Orgs). O professor e a educação inclusiva: formação, práticas e lugares. Salvador: EDUFBA,
2012.
• TEIXEIRA, Elizabeth Reis; BENTO, Nanci Araújo. O acesso do estudante surdo em
Instituições Federais de Ensino Superior no município de Salvador: o caso da Universidade
Federal da Bahia (UFBA). Revista Educação Especial, Santa Maria, p. e 98/ 1-25, out.
2019. ISSN 1984-686X. Disponível em:
<https://periodicos.ufsm.be/educacaoespecial/article/view/38499>. Acesso em: 27 nov. 2019.
http://dx.doi.org/10.5902/1984686X38499.
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