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Sem medo dos transgênicos
Maria Helena Zanettini (Professora do Dep. de Genética da UFRGS)
A maioria das pessoas está preocupada com a segurança dos alimentos transgênicos.
Toda inovação tecnológica, ainda mais quando presente nos alimentos, provoca uma série
de inquietações. Na Europa, por exemplo, uma grande parcela da população não está con-
vencida de que os produtos derivados da biotecnologia são seguros. Mas será que existem
motivos reais para que se tenha tanto medo de ingerir esses alimentos?
Como pesquisadora em genética (de uma instituição pública, não vinculada a grupos
multinacionais), posso garantir que não. Na Europa, esse medo surgiu de problemas que
não têm ligação nenhuma com os alimentos geneticamente modificados. As crises de segu-
rança alimentar desencadeadas pela desastrada condução do caso da vaca louca (uma doen-
ça), no Reino Unido, e a contaminação de carne de frango e ovos com dioxina (uma toxina),
na Bélgica, geraram um clima de desconfiança diante dos transgênicos que vem deixando as
pessoas confusas e, o pior, mal informadas.
Antes de criticar esses alimentos, é preciso saber que há mais de 70 anos os pesquisa-
dores vêm realizando cruzamentos entre plantas com o objetivo de transferir genes de
uma espécie para outra. Durante todo esse tempo, o tomate, a batata, o milho, o trigo, a
aveia e outros vegetais que você come diariamente já possuem genes que eram, original-
mente, de outras espécies. Ou seja: os transgênicos não são nenhuma novidade. O que mu-
dou, recentemente, foi o surgimento de novas técnicas de modificação genética.
A mais importante delas é a chamada técnica de DNA recombinante. Ela permite que
se possa isolar um gene de uma espécie para que ele seja colocado em outra planta, sem a
necessidade de compatibilidade sexual. Uma vez inserido, a planta que surge daí vai conter
uma cópia do novo gene que, então, poderá ser reproduzida como qualquer outra. A escolha
de um ou mais genes para serem adicionados, após cuidadosa análise de suas características
e funções, é certamente bem mais segura que a introdução de milhares de genes de uma só
vez, como nos cruzamentos de espécies que vêm sendo feitos nos últimos anos.
Desde 1995, produtos geneticamente modificados estão sendo comercializados nos
estados. Ao todo, 13 países cultivam essas plantas, que têm sido consumidas por milhares de
pessoas sem nenhuma evidência de efeito negativo. O que pouca gente sabe é que os trans-
gênicos estão presentes em nossas vidas há vários anos. A maior parte da insulina utilizada
no mundo para o tratamento de diabéticos, por exemplo, é obtida por engenharia genética:
um gene humano sintético, inserido em uma bactéria, produz uma réplica exata da insulina
humana. O curioso é que o cidadão que entra numa manifestação contra esses alimentos
sem nenhum conhecimento sobre o tema é o mesmo que consome com entusiasmo, sem
saber, diversos desses produtos: da vacina contra a gripe até o hormônio de crescimento
para crianças com nanismo.
Isso não significa, é claro, que a avaliação particular de cada planta transgênica deva
ser negligenciada. O que não se pode ter é uma espécie de medo irracional diante desses
alimentos mesmo depois que eles são submetidos a testes rigorosos sem apresentar ne-
nhum problema à saúde humana ou ao meio ambiente. Afinal, não se pode desperdiçar o
potencial da engenharia genética pela falta de informação ou pelo uso político de grupos
que, em vez de debater seriamente o assunto, fazem manifestações ingênuas contra o avan-
ço dessa tecnologia sem ao menos conhecer seus métodos.
Não é a população que deve temer cegamente os alimentos geneticamente modifica-
dos. Quem tem razões para atacá-los são os produtores de inseticidas e agroquímicos, já que
a biotecnologia deve criar plantas cada vez mais resistentes a pragas, diminuindo a necessi-
dade do uso desses insumos.
Em meio a tanta falta de informação, o debate em torno desse tema fez com que, pelo
menos, boa parte da população passasse a prestar mais atenção na segurança dos alimen-
tos. Com o passar do tempo, elas vão descobrir que a principal ameaça não vem dos trans-
gênicos, mas dos alimentos que já estão nas prateleiras dos supermercados repletos de resí-
duos químicos danosos à saúde que, com o avanço da biotecnologia, poderão em breve ser
eliminados.
Disponível em <http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_121254.shtml>>,
acessado em 26/05/08, 23h16min. Com adaptações.

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Sem Medo dos Transgênicos

  • 1. Tópico frasal / causa / exemplo / questionamento _______________ Tópico frasal / causa / exemplo / conclusão _______________ Tópico frasal / exemplo / ratifi- cação do TF / extensão do significado do tópico frasal _______________ Tópico frasal / explicação / extensão da explicação / apro- vação do tópico frasal _______________ Tópico frasal / exemplo / ex- tensão do tópico frasal / exemplo da extensão / conclu- são crítica _______________ Tópico frasal / contra- argumentação / conclusão da contra-argumentação _______________ Tópico frasal / explicação + conclusão _______________ Tópico frasal / conclusão = solução+profecia Sem medo dos transgênicos Maria Helena Zanettini (Professora do Dep. de Genética da UFRGS) A maioria das pessoas está preocupada com a segurança dos alimentos transgênicos. Toda inovação tecnológica, ainda mais quando presente nos alimentos, provoca uma série de inquietações. Na Europa, por exemplo, uma grande parcela da população não está con- vencida de que os produtos derivados da biotecnologia são seguros. Mas será que existem motivos reais para que se tenha tanto medo de ingerir esses alimentos? Como pesquisadora em genética (de uma instituição pública, não vinculada a grupos multinacionais), posso garantir que não. Na Europa, esse medo surgiu de problemas que não têm ligação nenhuma com os alimentos geneticamente modificados. As crises de segu- rança alimentar desencadeadas pela desastrada condução do caso da vaca louca (uma doen- ça), no Reino Unido, e a contaminação de carne de frango e ovos com dioxina (uma toxina), na Bélgica, geraram um clima de desconfiança diante dos transgênicos que vem deixando as pessoas confusas e, o pior, mal informadas. Antes de criticar esses alimentos, é preciso saber que há mais de 70 anos os pesquisa- dores vêm realizando cruzamentos entre plantas com o objetivo de transferir genes de uma espécie para outra. Durante todo esse tempo, o tomate, a batata, o milho, o trigo, a aveia e outros vegetais que você come diariamente já possuem genes que eram, original- mente, de outras espécies. Ou seja: os transgênicos não são nenhuma novidade. O que mu- dou, recentemente, foi o surgimento de novas técnicas de modificação genética. A mais importante delas é a chamada técnica de DNA recombinante. Ela permite que se possa isolar um gene de uma espécie para que ele seja colocado em outra planta, sem a necessidade de compatibilidade sexual. Uma vez inserido, a planta que surge daí vai conter uma cópia do novo gene que, então, poderá ser reproduzida como qualquer outra. A escolha de um ou mais genes para serem adicionados, após cuidadosa análise de suas características e funções, é certamente bem mais segura que a introdução de milhares de genes de uma só vez, como nos cruzamentos de espécies que vêm sendo feitos nos últimos anos. Desde 1995, produtos geneticamente modificados estão sendo comercializados nos estados. Ao todo, 13 países cultivam essas plantas, que têm sido consumidas por milhares de pessoas sem nenhuma evidência de efeito negativo. O que pouca gente sabe é que os trans- gênicos estão presentes em nossas vidas há vários anos. A maior parte da insulina utilizada no mundo para o tratamento de diabéticos, por exemplo, é obtida por engenharia genética: um gene humano sintético, inserido em uma bactéria, produz uma réplica exata da insulina humana. O curioso é que o cidadão que entra numa manifestação contra esses alimentos sem nenhum conhecimento sobre o tema é o mesmo que consome com entusiasmo, sem saber, diversos desses produtos: da vacina contra a gripe até o hormônio de crescimento para crianças com nanismo. Isso não significa, é claro, que a avaliação particular de cada planta transgênica deva ser negligenciada. O que não se pode ter é uma espécie de medo irracional diante desses alimentos mesmo depois que eles são submetidos a testes rigorosos sem apresentar ne- nhum problema à saúde humana ou ao meio ambiente. Afinal, não se pode desperdiçar o potencial da engenharia genética pela falta de informação ou pelo uso político de grupos que, em vez de debater seriamente o assunto, fazem manifestações ingênuas contra o avan- ço dessa tecnologia sem ao menos conhecer seus métodos. Não é a população que deve temer cegamente os alimentos geneticamente modifica- dos. Quem tem razões para atacá-los são os produtores de inseticidas e agroquímicos, já que a biotecnologia deve criar plantas cada vez mais resistentes a pragas, diminuindo a necessi- dade do uso desses insumos. Em meio a tanta falta de informação, o debate em torno desse tema fez com que, pelo menos, boa parte da população passasse a prestar mais atenção na segurança dos alimen- tos. Com o passar do tempo, elas vão descobrir que a principal ameaça não vem dos trans- gênicos, mas dos alimentos que já estão nas prateleiras dos supermercados repletos de resí- duos químicos danosos à saúde que, com o avanço da biotecnologia, poderão em breve ser eliminados. Disponível em <http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_121254.shtml>>, acessado em 26/05/08, 23h16min. Com adaptações.