O documento descreve o arcadismo, um estilo literário que se opôs ao exagero do Barroco no séculos XVIII e XIX. O arcadismo se baseava na razão, verdade e natureza, inspirado pela Arcádia da Grécia Antiga, uma região ideal de beleza natural habitada por pastores. No Brasil, o arcadismo se desenvolveu em Minas Gerais durante o ciclo do ouro e foi representado principalmente por Gonzaga em sua obra Marília de Dirceu.
2. Conceitos
• Século XVIII e XIX – Setecentismo.
• Se opôs aos exageros do Barroco.
• Esse estilo surgiu na Itália com o a Arcádia Romana (1690).
• No Brasil, instalou-se com a Arcádia Ultramarina, organizada pelo poeta
Cláudio Manuel da Costa.
• Mito da Arcádia – A Arcádia é uma região ideal e fictícia, de extrema
beleza, de onde foram expulsas as paixões perturbadoras, refúgio
maravilhoso e feliz das ideias. Na Grécia antiga, era dominada pelo deus
Pan e habitada por pastores que se divertiam com canções, de modo
simples e espontâneo. Essa região ideal situa-se no campo, em plena
natureza pura, trazendo temas bucólicos e de evasão das cidades para a
literatura.
• O Arcadismo se apoia em três conceitos: Razão, verdade e natureza.
• Classicismo francês e tradição greco – romana.
5. Contexto
A estética literária do arcadismo está intimamente ligada ao contexto
filosófico do Enciclopedismo e do Iluminismo.
• Iluminismo: Tinha o objetivo de combater as trevas da ignorância, pela
difusão do conhecimento.
A obra Enciclopédia, dirigida pelos pensadores Diderot e D’Alambert,
simboliza o desejo de reunir todo o conhecimento disponível. Os filósofos
iluministas exaltavam a natureza, a reflexão otimista e se baseavam no
progresso humano.
6. A arte setecentista
• Rococó: Estilo decorativo e
leve, une a exuberância do
barroco à simetria clássica.
Os artistas desse estilo
apresentaram ideias baseadas
no carpe diem (aproveite o
dia), ou seja, representaram
momentos felizes construídos
de forma teatral exuberante.
Principais características:
Ironia, gosto pela vida
campestre, sofisticação,
aristocratismo (princípios da
aristocracia) e hedonismo
(viver com prazer).
7. • Neoclassicismo: Reagiu às extravagâncias do
Rococó e buscou trazer o antigo modelo de beleza
greco-latino.
Tinha como ideais a compostura, virtude e
patriotismo. Os sentimentos eram rejeitados, a arte
expressava o domínio das emoções, fornecia uma
mensagem direta e de fácil compreensão.
A escultura e pintura grega tornaram-se ideais a
serem imitados.
8. Arcadismo no Brasil
• Contexto – Ciclo do Ouro, em Minas Gerais, e teve em Vila Rica (Ouro
Preto) seu principal centro.
Foi um período de profundas mudanças socioeconômicas: A vida rural foi
substituída pela urbana, muitos jovens tiveram acesso às universidades,
desenvolvendo uma elite intelectual que contribuiu muito para o campo
artístico brasileiro.
Por outro lado, a extração do ouro em Minas obedecia a um rigoroso controle
das autoridades, o que provocou uma opressão jamais vista. Além disso, os
impostos e taxas eram exorbitantes. Pouco a pouco, a população se indignou
causando uma grande tensão.
Os intelectuais de Vila Rica (elite) baseados nos ideais
dos enciclopedistas e iluministas da Revolução
Francesa, organizaram um movimento para depor o governo.
9. Linguagem arcádica
Os árcades propunham um retorno aos moldes clássicos renascentistas e
greco-latinos, porque neles encontravam o modelo da simplicidade,
imaginação equilibrada e razão.
• Presença da mitologia.
• Inutilia truncat: Cortar o que é inútil. Linguagem simples, de clara
compreensão.
• Fugere urbem: Fuga da cidade, está relacionado ao bucolismo. Viam a
cidade como a origem da corrupção e desprezavam o luxo.
• Locus amoenus: Refúgio ameno.
• Aurea mediocritas: Idealização de uma vida feliz e pobre.
• Idealização feminina: Voz de um pastor que canta o seu amor por uma
moça do campo.
• Carpe diem: Aproveitar o dia e a pequenez da vida, viver intensamente.
10. • Tomás Antônio Gonzaga (Principal autor): Representado na figura do pastor
Dirceu. Teve uma participação ativa na Inconfidência Mineira e escreveu
enquanto estava preso na África.
- Marília de Dirceu: Textos ingênuos e suaves, descreve Marília e a natureza
que os rodeia.
(Há mais autores, porém, esse é mais caível e o que eu considero mais
importante.)