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Fundamentos de
Contabilidade e
Contabilidade Básica
Osvaldo da Silva
Adaptada por Osvaldo da Silva / Revisada por Luis Januário (setembro/2012)
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Fundamentos de Con-
tabilidade e Contabilidade Básica, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao
aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila
é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 7
FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE
1 ORIGEM, EVOLUÇÃO E DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE......................................... 9
1.1 Origem e Evolução da Contabilidade.......................................................................................................................9
1.2 Definição de Contabilidade.......................................................................................................................................10
1.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................10
1.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................10
2 OBJETIVOS E USUÁRIOS DA CONTABILIDADE...............................................................11
2.1 Objetivos...........................................................................................................................................................................11
2.2 Usuários da Contabilidade.........................................................................................................................................11
2.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................12
2.4 Atividade Proposta........................................................................................................................................................12
3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE....................................................13
3.1 Princípio da Entidade...................................................................................................................................................13
3.2 Princípio da Continuidade.........................................................................................................................................14
3.3 Princípio da Oportunidade........................................................................................................................................14
3.4 Princípio do Registro pelo Valor Original.............................................................................................................14
3.5 Princípio da Prudência.................................................................................................................................................15
3.6 Princípio da Competência..........................................................................................................................................15
3.7 Princípio da Atualização Monetária........................................................................................................................16
3.8 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................16
3.9 Atividades Propostas....................................................................................................................................................16
4 NOÇÕES BÁSICAS................................................................................................................................17
4.1 Patrimônio........................................................................................................................................................................17
4.2 Bens....................................................................................................................................................................................17
4.3 Direitos...............................................................................................................................................................................17
4.4 Obrigações.......................................................................................................................................................................18
4.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................19
4.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................19
5 ESTÁTICA PATRIMONIAL.................................................................................................................21
5.1 Ativo....................................................................................................................................................................................21
5.2 Passivo...............................................................................................................................................................................21
5.3 Patrimônio Líquido (Pl) .............................................................................................................................................21
5.4 Representação Gráfica do Patrimônio...................................................................................................................22
5.5 Situação Líquida do Patrimônio...............................................................................................................................23
5.6 Origens e Aplicações de Recursos..........................................................................................................................24
5.7 Formação e Variações do Patrimônio....................................................................................................................24
5.8 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................27
5.9 Atividades Propostas....................................................................................................................................................28
6 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS...................................................................................29
6.1 Contas................................................................................................................................................................................30
6.2 Livro-Razão......................................................................................................................................................................30
6.3 Lançamentos a Débito e a Crédito das Contas..................................................................................................31
6.4 Contas do Ativo => Lado Esquerdo do Balanço................................................................................................32
6.5 Contas de Passivo e de Pl => Lado Direito do Balanço...................................................................................32
6.6 Diário..................................................................................................................................................................................35
6.7 Balancete de Verificação.............................................................................................................................................36
6.8 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................37
6.9 Atividade Proposta........................................................................................................................................................37
7 PLANOS DE CONTAS..........................................................................................................................39
7.1 Conceito............................................................................................................................................................................39
7.2 Importância.....................................................................................................................................................................39
7.3 Modelo de Plano de Contas......................................................................................................................................39
7.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................42
7.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................43
8 BALANÇO PATRIMONIAL................................................................................................................45
8.1 Conceito............................................................................................................................................................................45
8.2 Conteúdo do Balanço..................................................................................................................................................45
8.3 Classificação do Ativo..................................................................................................................................................46
8.4 Classificação do Passivo..............................................................................................................................................47
8.5 Patrimônio Líquido.......................................................................................................................................................48
8.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................49
8.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................49
CONTABILIDADE BÁSICA
9 AS VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO........................................................................51
9.1 Receita...............................................................................................................................................................................51
9.2 Despesa ............................................................................................................................................................................51
9.3 Resultado..........................................................................................................................................................................52
9.4 Período Contábil............................................................................................................................................................52
9.5 Encerramento de Contas de Receita e Despesa................................................................................................52
9.6 Destinação do Resultado do Exercício..................................................................................................................53
9.7 Demonstração de Resultado do Exercício (Dre)...............................................................................................54
9.8 Regime de Competência............................................................................................................................................55
9.9 Regime de Caixa.............................................................................................................................................................56
9.10 Despesas a Pagar e Receitas a Receber..............................................................................................................56
9.11 Gastos que Beneficiam mais de um Exercício..................................................................................................58
9.12 Obrigações que se Transformam em Receita...................................................................................................59
9.13 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................60
9.14 Atividades Propostas.................................................................................................................................................61
10 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS.......................................................................................63
10.1 Atribuição de Preços aos Inventários..................................................................................................................63
10.2 Custo das Mercadorias Vendidas (Cmv)............................................................................................................68
10.3 Contabilizações que Alteram os Valores das Compras e Vendas..............................................................73
10.4 Resultado com Mercadorias (Rcm)......................................................................................................................77
10.5 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................78
10.6 Atividades Propostas.................................................................................................................................................78
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................79
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS......................................81
REFERÊNCIAS..............................................................................................................................................85
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7
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Este material busca apresentar a você, aluno(a) do curso de Administração da Unisa, na modalidade
a distância, o conteúdo das disciplinas Fundamentos da Contabilidade e Contabilidade Básica, como parte
fundamental para o perfeito entendimento da Contabilidade.
Essas disciplinas abordam conteúdos necessários à formação do administrador.
A primeira parte desta apostila, Fundamentos da Contabilidade, fornecerá os conceitos necessários
para as tomadas de decisões dos administradores.
Nesta disciplina, veremos os conteúdos referentes aos estudos da origem e evolução, definições,
objetivos, usuários e princípios da Contabilidade. Trabalharemos com as noções básicas, destacando a
formação patrimonial das empresas, ou seja, os bens, os direitos e as obrigações.
Complementaremos o estudo desta disciplina apresentando a formação e as variações do patrimô-
nio de uma entidade, sendo apresentados vários exemplos.
Apresentaremos, ainda, o famoso método das partidas dobradas, que será amplamente explicado
e objeto de inúmeros exercícios de fixação, pois se trata de parte fundamental para o entendimento da
disciplina. Finalizando o conteúdo, abordaremos plano de contas e balanço patrimonial.
Já na segunda parte, Contabilidade Básica, abordaremos as variações do patrimônio líquido e ope-
rações com mercadorias, nas quais estudaremos a efetiva apuração do resultado do exercício e os méto-
dos de controle de estoques e suas contabilizações.
Esta apostila tem como objetivo possibilitar que você identifique, aplique e avalie as técnicas con-
tábeis, para atingir as finalidades de organizar, gerenciar e auxiliar no processo decisório, através de in-
formações e relatório do sistema contábil. Também fornecerá informações básicas necessárias para res-
ponder com segurança a questões relacionadas a como assegurar o controle do Patrimônio da Entidade
e sobre a composição e variações patrimoniais.
Espera-se que, com ao término destes módulos, você tenha atingido os objetivos propostos para
estas disciplinas e que elas contribuam de forma significativa com a sua formação profissional, possibili-
tando que você possa utilizar das ferramentas contábeis para as tomadas de decisões.
Osvaldo da Silva
FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE
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9
ORIGEM, EVOLUÇÃO E DEFINIÇÃO DA
CONTABILIDADE1
Olá, tudo bem? Veremos, agora, a origem e
a evolução dessa ferramenta tão importante para
o administrador.
É difícil saber quando surgiu a Contabilida-
de. Estudos sobre as civilizações antigas mostram
que a Contabilidade é tão antiga quanto o ho-
mem e que os primeiros sinais de sua existência
datam de, aproximadamente, 4.000 anos a.C.
As necessidades de cada período histórico
fizeram com que a Contabilidade fosse se aprimo-
rando.
AtençãoAtenção
O desenvolvimento da Ciência Contábil foi signi-
ficativamente influenciado por fatos importan-
tes, como o surgimento da escrita, da moeda,
da prensa, o desenvolvimento da América, a in-
venção da máquina a vapor, o desenvolvimento
econômico e as transformações sociopolíticas e
socioculturais de cada época.
1.1 Origem e Evolução da Contabilidade
Caro(a) aluno(a), esta parte da apostila será
estudada na disciplina Fundamentos da Contabi-
lidade, do curso de Administração.
Com o passar do tempo, as atividades econô-
micas foram tornando-se mais complexas, fazendo
com que o homem sentisse a necessidade do aper-
feiçoamento do seu instrumento de avaliação da
situação patrimonial.
Desde Luca Pacioli (considerado o pai da
Contabilidade) até os nossos dias, foram inúmeras
as obras escritas sobre a área contábil, que contri-
buíram para a evolução do pensamento contábil.
No Brasil, a formação de profissionais na
área contábil iniciou-se por volta de 1754, ainda
como colônia de Portugal, com a autorização e
criação do curso “Aula de Comércio” (aula tem o
significado de faculdade), cuja supervisão esta-
va sob responsabilidade da Junta de Comércio
de Lisboa. Os formandos recebiam o nome de
quarda-livros, denominação dada na época para
os contadores.
Após o Brasil Colônia, várias escolas com
cursos na área contábil foram criadas, das quais
apenas a Escola do Comércio Álvares Penteado
e a Faculdade de Economia e Administração da
Universidade de São Paulo destacaram-se, pela
relevante contribuição que deram para a evolu-
ção da profissão contábil em nosso país.
Osvaldo da Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10
1.2 Definição de Contabilidade
Oi, você sabe qual a definição de Contabili-
dade? Vamos ver!
Segundo Ribeiro (2011, p. 33), “Contabili-
dade é uma ciência que permite, através de suas
técnicas, manter um controle permanente do Pa-
trimônio da empresa.”
AtençãoAtenção
Para Marion (2009), a Contabilidade é uma ferra-
menta que tem como objetivo fornecer o máximo
de informações úteis para a tomada de decisões
dentro e fora da empresa.
“Contabilidade é a ciência que estuda a prá-
tica as funções de orientação, de controle e de
registro relativas à administração econômica.” (I
Congresso Brasileiro de Contabilidade – RJ -1914).
Saiba maisSaiba mais
O objeto da contabilidade é o patrimônio da empresa.
Neste capítulo, estudamos a origem, evolução e definição de contabilidade.
Vimos que a contabilidade é tão antiga quanto o homem e que seu desenvolvimento foi influencia-
do por fatos importantes e que a complexidade das atividades econômicas fez com que o homem tivesse
a necessidade do aperfeiçoamento desse instrumento de avaliação da situação patrimonial.
Vimos também que tal instrumento tem como objetivo fornecer o máximo de informações úteis
para a tomada de decisão de seus usuários.
1.3 Resumo do Capítulo
1.4 Atividades Propostas
Vamos, agora, avaliar sua aprendizagem!
1.	 Como sabemos, a Contabilidade é uma ferramenta que gera informações para a tomada de
decisões com base no passado. Sabendo disso, qual seria a periodicidade (trimestral, mensal,
anual) mais indicada para analisarmos os dados fornecidos por esta ferramenta? Explique.
2.	 Podemos afirmar que o objeto da contabilidade é o Balanço Patrimonial? Explique.
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11
Agora que você já sabe a definição, qual seria
o objetivo da Contabilidade?Vamos lá!
2.1 Objetivos
2.2 Usuários da Contabilidade
OBJETIVOS E USUÁRIOS DA
CONTABILIDADE2
AtençãoAtenção
O objetivo principal da Contabilidade é gerar
informações necessárias para a tomada de de-
cisões pelos usuários internos e/ou externos das
informações contábeis.
São vários os usuários das informações con-
tábeis, tendo cada um sua necessidade específica.
Podemos destacar os seguintes:
Quadro 1 – Usuários da Contabilidade.
Internos Necessidades
Proprietários
Obter informações sobre: os resultados globais da empresa (lucro ou prejuízo), o re-
torno do capital investido e a eficiência da empresa na utilização dos seus recursos, a
eficácia dos gestores, o grau de endividamento, entre outros.
Administradores, gerentes
ou diretores
Obter informações para avaliar o desempenho dos seus subordinados e acompanhar a
evolução da empresa frente aos objetivos traçados no planejamento global e tomada
decisão.
Externos Necessidades
Investidores
Saber sobre o retorno de seus investimentos na empresa e, principalmente, sobre a
distribuição de dividendos. Também a utilizam para projetar os resultados futuros da
empresa.
Fornecedores Verificar o grau de endividamento da empresa e qual o seu volume de vendas.
Clientes
Saber se a situação econômica e financeira da empresa é equilibrada, de forma que
permita a continuidade de suas operações, podendo continuar fornecendo seus pro-
dutos ou serviços; e conhecer a capacidade de estocagem e fornecimento da empresa.
Instituições financeiras
Conhecer a capacidade financeira e a posição de endividamento de qualquer empresa
que deseje ser tomadora de empréstimos ou financiamentos.
Sindicatos de empregados
Verificar a situação financeira da empresa antes de reunir-se com seus dirigentes para
negociar melhorias salariais para seus colaboradores.
Entidades governamentais
Fisco: verificar se a empresa está cumprindo os seus compromissos fiscais.
Governo: pode existir o interesse em mensurar a necessidade de apoio governamental
para setores estratégicos para o país.
Organizações não governa-
mentais
Obtenção de informações sobre investimentos na proteção do meio ambiente ou aju-
da à população menos favorecida.
Fonte: Nagatsuda e Teles (2002).
Osvaldo da Silva
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12
Saiba maisSaiba mais
A tributação do Imposto de Renda é efetuada com
base nas informações geradas pela contabilidade.
DicionárioDicionário
Fisco:“Conjunto de órgãos públicos responsável pela
determinação e arrecadação de impostos, taxas etc.”
(HOUAISS;VILLAR, 2001, p. 1349)
Essas necessidades demonstram a impor-
tância da Contabilidade no contexto empresarial
contemporâneo.
Neste capítulo estudamos qual o objetivo da Contabilidade e seus respectivos usuários.
Vimos que cada usuário utiliza as informações contábeis de formas diferentes. No entanto, todos
estão sempre preocupados com a situação financeira da organização.
Podemos concluir que as informações contábeis devem ser confiáveis, pois caso contrário poderá
prejudicar as tomadas de decisões de seus usuários.
2.4 Atividade Proposta
2.3 Resumo do Capítulo
Vamos avaliar sua aprendizagem.
1.	 Complete a frase: O objetivo da contabilidade é ______________:
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13
Caro(a) aluno(a), tudo bem? Neste capítulo,
vamos conhecer os princípios da Contabilidade.
A exemplo do que ocorre com as demais
atividades, a Contabilidade também possui prin-
cípios que fundamentam a execução dos traba-
lhos contábeis e que devem ser utilizados pelos
contadores, de forma a garantir que a escritura-
ção e as demonstrações contábeis, de qualquer
tipo de empresa, reflitam de maneira adequada
a sua situação patrimonial, financeira e econômi-
ca em determinado momento, possibilitando aos
vários usuários a tomada de decisões com segu-
rança. Caso o contador não obedeça tais princí-
pios, este estará sujeito desde uma advertência
até a suspensão do exercício profissional.
Franco (1998, p. 13) afirma que
a finalidade prática da fixação dos cha-
mados princípios contábeis é a de servir
de guia ou parâmetro para o registro de
fatos e a elaboração de demonstrações
dentro de regras uniformes que facilitem
a função informativa da contabilidade.
A profissão contábil deve observar os prin-
cípios explicados a seguir, conforme determina a
Resolução nº 750, de 29 de dezembro de 1993, do
Conselho Federal de Contabilidade (NAGATSUDA;
TELES, 2002).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE3
AtençãoAtenção
A fixação dos princípios serve como guia ou pa-
râmetro para o registro de fatos e a elaboração de
demonstrações dentro de regras uniformes que
facilitem a função informativa da Contabilidade.
Necessidade de diferenciar o patrimônio da
empresa do patrimônio dos seus sócios acionis-
tas ou proprietários (FERRARI, 2010).
Exemplo: O Senhor Patinhas, sócio da em-
presa Xiririka Comércio de Alimentos, reside no
mesmo prédio em que está locada a sede da em-
presa. A empresa utiliza o andar térreo para as
suas atividades e o sócio, o andar superior como
residência. Existe apenas um contrato de locação
do imóvel e o valor do aluguel é de $ 2.000,00
(dois mil).
De acordo com o princípio da entidade,
não podemos considerar o total do aluguel
($ 2.000,00) como despesa da empresa, mas atri-
3.1 Princípio da Entidade
buir parte para a empresa e parte para o proprie-
tário. A determinação da parcela que cabe às par-
tes deverá ser feita pelo contador, com base na
área utilizada pela empresa e pelo proprietário,
como veremos a seguir.
Sabendo-se que a área do imóvel é de 230
m2
e que somente 70% são utilizados pela empre-
sa para execução de suas atividades, podemos
dizer que a empresa deve assumir, como despe-
sa, apenas $ 1.400,00, conforme demonstrado a
seguir.
Osvaldo da Silva
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14
70% => para a empresa 		 $1.400,00
30% => para o proprietário		 $ 600,00
100%					$2.000,00
O registro do contrato social da empresa na
Junta Comercial e órgãos públicos caracteriza o
seu nascimento, que não tem data definida para
o encerramento de suas atividades. A partir deste
registro, todas as suas operações (compra de mer-
cadorias, vendas, contratação de financiamentos,
realização de investimentos) darão sustentação à
continuidade da empresa.
Exemplo: A empresa Xiririka necessita con-
trair um empréstimo bancário para aquisição de
um veículo, que será utilizado para entrega de
mercadorias aos seus clientes. Considerando a
continuidade da empresa, o banco concede o
empréstimo, pois existe a expectativa de geração
de resultados futuros, que serão capazes de hon-
rar as parcelas.
Saiba maisSaiba mais
Não podemos misturar o patrimônio da empresa
com o patrimônio dos sócios ou proprietários.
3.2 Princípio da Continuidade
3.3 Princípio da Oportunidade
3.4 Princípio do Registro pelo Valor Original
Tem como preocupação básica o reconheci-
mento, nos registros contábeis, de todas as varia-
ções patrimoniais ocorridas na empresa, de forma
que as informações contábeis representem fiel-
mente a situação do patrimônio em determina-
do período, utilizando para este fim, sempre que
possível, a documentação hábil e comprobatória
de todas as transações.
Exemplo: Ao registrar todas as operações
ocorridas no mês de junho na empresa Xiririka,
o contador percebe a falta do recebimento do
comprovante referente ao consumo de água. No
entanto, sabe-se que a despesa ocorreu, não ten-
do apenas o documento no momento; portanto,
com base neste princípio, o contador registra essa
despesa pelo valor do período anterior (maio).
Nesse caso, estamos considerando, em junho, a
mutação do patrimônio da empresa por um valor
aproximado, mas não deixaremos de registrar o
fato. Após a localização do documento (conta de
água), faremos o ajuste do valor.
Todos os elementos patrimoniais devem ser
registrados pela contabilidade, por seus valores
originais (valor de aquisição), expressos em moe-
da corrente no país, incluindo-se, ainda, todos os
gastos necessários para colocar o bem em condi-
ções de gerar benefícios para a empresa, os quais
podem ser presentes ou futuros. No caso de tran-
sações em moeda estrangeira, estas devem ser
transformadas em moeda nacional no momento
do seu registro contábil.
Exemplo: A empresa Xiririka adquiriu um
terrenonovalorde$70.000,00(setentamil),onde
deseja construir um novo prédio com o objeti-
Fundamentos de Contabilidade
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
15
vo de expandir suas operações. Passado algum
tempo, a empresa recebe a informação de que,
nas proximidades do terreno, será construído um
centro empresarial, o que valorizou o imóvel em
$ 30.000,00 (trinta mil).
Embora o valor de mercado do terreno seja
de $ 100.000,00 (cem mil), a contabilidade mante-
rá seu valor em $ 70.000,00 (setenta mil), pois, de
acordo com este princípio, não podemos alterar o
valor desse bem que faz parte do patrimônio da
empresa. Apesar de esta ser a regra, existem duas
exceções no caso brasileiro, a saber:
ƒƒ quando o valor de mercado do bem
é menor que o custo histórico: o valor
pode ser ajustado para o valor de mer-
cado, desde que se tenha certeza que
não conseguirá reverter essa perda de
valor no futuro;
ƒƒ quando o valor de mercado do bem é
maior que o custo histórico: a princípio,
não se pode antecipar lucros futuros,
porém existe um instrumento, chama-
do tecnicamente de reavaliação, utiliza-
do somente para bens tangíveis opera-
cionais. Nesse caso, a empresa contrata
três peritos ou empresa especializada,
com o objetivo da emissão de um lau-
do de avaliação, que atestará o valor do
bem e a sua vida útil (tempo de dura-
ção) remanescente, possibilitando a al-
teração do valor do bem pela empresa
contratante.
3.5 Princípio da Prudência
3.6 Princípio da Competência
Diante de duas alternativas, igualmente vá-
lidas, para a quantificação da variação patrimo-
nial, devemos adotar o menor valor para os bens
ou direitos e o maior valor para as obrigações.
Exemplo: Um colaborador da empresa Xiriri-
ka entra na justiça trabalhista pedindo $ 40.000,00
de indenização. O contador da empresa procura
um advogado e solicita sua opinião sobre o pro-
cesso. O advogado informa que existe a possibi-
lidade de 50% de o colaborador ganhar a causa e
de 50% de não receber nada. Seguindo o princí-
pio da prudência, o contador resolve provisionar
o valor de $ 40.000,00 como uma contingência
trabalhista (exigibilidade).
Todas as receitas e despesas devem ser re-
gistradas de acordo com o fato gerador no perío-
do de competência, independentemente de te-
rem sido recebidas (receitas) ou pagas (despesas).
Como podemos verificar, este princípio não está
relacionado aos recebimentos ou pagamentos,
mas ao reconhecimento das receitas geradas e
das despesas incorridas (ocorridas) em determi-
nado período.
Exemplo: A empresa Xiririka emitiu uma
nota fiscal de venda e entregou a mercadoria no
dia 15 de janeiro de 20XX, porém essa venda foi
realizada a prazo, ou seja, o seu vencimento ocor-
rerá somente em 15 de fevereiro de 20XX. Nesse
caso, devemos registrar essa venda no mês da ge-
ração de receita (janeiro), independentemente de
o recebimento ser em outro período (fevereiro).
Osvaldo da Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
16
No caso de um ambiente inflacionário, re-
fere-se ao ajuste dos valores dos componentes
patrimoniais, devido à perda do poder aquisitivo,
mediante aplicação de indicadores oficiais que
reflitam a variação do poder aquisitivo da moeda.
A aplicação deste princípio ficou prejudica-
da desde a publicação da Lei nº 9.249/95.
3.7 Princípio da Atualização Monetária
3.8 Resumo do Capítulo
3.9 Atividades Propostas
Neste capítulo, estudamos os princípios da Contabilidade que fundamentam a execução dos tra-
balhos contábeis e que devem ser utilizados pelos contadores, de forma a garantir que a escrituração das
demonstrações contábeis reflita de maneira adequada a situação patrimonial, financeira e econômica da
empresa.
Vamos, agora, avaliar sua aprendizagem.
1.	 Sabendo-se que a empresa XYZ utiliza somente 35% de uma área de 100 m2
para a execução
de suas atividades e que o restante é utilizado pelos sócios, qual seria o valor do aluguel que
caberia para a empresa? Valor total do aluguel $ 2.000,00.
2.	 Ao registrar todas as operações do mês realizadas pela empresa, você identifica a falta da conta
de luz do mês de fevereiro. Diante deste fato, qual deve ser a sua providência para a contabili-
zação do valor?
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17
Agora, vamos conhecer o patrimônio de
uma empresa. Você sabe dizer qual o seu
patrimônio? Vamos lá!
Percebeu que o patrimônio não é apenas os
bens que possuímos. Vamos continuar!
NOÇÕES BÁSICAS4
4.1 Patrimônio
4.2 Bens
4.3 Direitos
AtençãoAtenção
Sob o ponto de vista contábil, patrimônio é o
conjunto de bens, direitos e obrigações.
São as coisas que satisfazem às necessida-
des do homem e são capazes de avaliação econô-
mica. Podem ser:
ƒƒ materiais: são os objetos que a empresa
tem para uso (computadores, automó-
veis, mesas, cadeiras), troca (mercadorias
e dinheiro) ou consumo (material de lim-
peza, material de escritório);
ƒƒ imateriais: são determinados gastos
que, por sua natureza e por determi-
nação da legislação, são parte do pa-
trimônio, como benfeitorias feitas pela
empresa em bens de terceiros (reforma
de imóveis alugados), direito de uso de
marcas etc.
São todos os valores que a empresa tem
para receber de terceiros, provenientes de tran-
sações de crédito, como, por exemplo, vendas a
prazo: duplicatas a receber, títulos a receber, alu-
guéis a receber etc.
Osvaldo da Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
18
Exemplos:
Duplicatas a receber	 => Venda de um automóvel a prazo;
Títulos a receber	 => Venda de um terreno a prazo.
Observe que as contas que representam os
direitos estão sempre acompanhadas da expres-
são‘a receber’. É importante salientar que a conta
“Duplicatas a receber”também pode ser denomi-
nada Clientes.
São todos os valores que a empresa tem de
pagar a terceiros, tais como: duplicatas a pagar,
salários a pagar, impostos a pagar, aluguéis a pa-
gar, títulos a pagar, contas a pagar etc.
4.4 Obrigações
Exemplos:
Duplicatas a pagar		 => Compra de mercadorias a prazo;
Títulos a pagar			 => Compra de terrenos a prazo;
Salários a pagar			 => Salário dos colaboradores a ser pago no mês seguinte.
Observe que as contas que representam
as obrigações estão sempre acompanhadas da
expressão ‘a pagar’. É importante salientar que a
conta “Duplicatas a pagar” também pode ser de-
nominada Fornecedores.
Podemos constatar que determinada obri-
gação num patrimônio corresponde a um direito
igual em outro patrimônio e vice-versa.
Exemplo:
Venda de um automóvel a prazo:
No patrimônio do comprador => Duplicatas a pagar ou Fornecedores	 => Crédito;
No patrimônio do vendedor => Duplicatas a receber ou Clientes	 	 => Débito.
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Quadro 2 – Patrimônio.
BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES
Caixa (dinheiro)
Bancos: conta movimento
Veículos
Mercadorias
Equipamentos
Joias
Obra de arte
Vestuário
Maquinaria
Imóveis
Duplicatas a receber (clientes)
Aluguéis a receber
Dividendos a receber
13º Salário a receber
Títulos a receber
Salários a receber
Duplicatas a pagar (fornecedor)
Aluguéis a pagar
Dividendos a pagar
13º Salário a pagar
Títulos a pagar
Salários a pagar
Impostos a pagar
Contribuições a recolher
Dividendos a pagar
4.5 Resumo do Capítulo
4.6 Atividades Propostas
Saiba maisSaiba mais
Usamos duplicatas a pagar ou a receber quando realizamos operações que serão pagas ou recebidas no futuro, através
da emissão de nota fiscal. Exemplos: compra ou venda de mercadorias, móveis e utensílios etc.
Játítulosapagarouareceberdevemserutilizadosnastransaçõesquenãoenvolvamemissãodenotafiscal,ouseja,terrenos,
imóveis etc.
Neste capítulo, estudamos a definição de patrimônio, bens, direitos e obrigação, quebrando o pa-
radigma de que o patrimônio é composto de apenas bens.
Ainda foi possível aprender que as contas de direitos e obrigações, normalmente, são identificadas
pela expressão“a receber”ou“a pagar”respectivamente.
Podemos ver também que uma determinada obrigação em um patrimônio representa um direito
igual em outro patrimônio e vice-versa.
Agora que finalizamos este capítulo, vamos verificar se você fixou o conteúdo, assim, responda às
questões a seguir.
1.	 No plano de contas da Cia.Tico eTeco, constavam as contas a seguir relacionadas. Classifique-as
em contas de: ativo, passivo e patrimônio líquido.
Terrenos - Mercadorias - Materiais de escritório - Capital - Contas a receber - Contas a pagar
-Aluguéis a pagar - Fornecedores - Duplicatas a pagar - Veículos - Títulos a receber - Divi-
dendos a pagar - Instalações - Equipamentos - Clientes - Caixa - Almoxarifado de materiais
Máquinas - Empréstimos bancários - Móveis e utensílios - Salários a pagar - Bancos: Conta
movimento - Capital a integralizar.
Osvaldo da Silva
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2.	 Descubra a(s) irregularidade(s) do Balanço Patrimonial abaixo e elabore-o corretamente.
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Caixa 34.000,00 Contas a Pagar 20.000,00
Estoque de Mercadorias 32.000,00 Promissórias a Pagar 100.000,00
Duplicatas a Receber 6.000,00    
Móveis e Utensílios 3.000,00    
Veículos 25.000,00    
       
Direitos   Patrimônio Líquido  
Imóveis 100.000,00 Capital 80.000,00
Clientes 22.000,00 Fornecedores 22.000,00
       
Total 222.000,00 Total 222.000,00
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Bom, agora vamos ver quais são as contas
correspondentes aos bens, direitos e obrigações
que devem ser distribuídas entre o ativo e o pas-
sivo da entidade.
ESTÁTICA PATRIMONIAL5
Corresponde aos bens e direitos que a em-
presa possui:
ƒƒ bens:caixa(valorqueestánocaixadaem-
presa), bancos: conta movimento (valor
que está depositado nas conta-correntes
da empresa em bancos), mercadorias,
imóveis, veículos, equipamentos etc.;
5.1 Ativo
5.2 Passivo
5.3 Patrimônio Líquido (Pl)
Corresponde às obrigações que a empresa
tem que pagar a terceiros:
ƒƒ obrigações: duplicatas a pagar/fornece-
dores, contas a pagar, salários a pagar,
impostos a pagar etc.
As contas do passivo devem ser discrimina-
das no lado direito do balanço patrimonial.
É a diferença entre os valores do ativo e do
passivo de uma empresa, em determinado mo-
mento.
ƒƒ direitos: títulos a receber, duplicatas a
receber/clientes, aluguéis a receber etc.
As contas do ativo devem ser discriminadas
no lado esquerdo do balanço patrimonial.
Osvaldo da Silva
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Exemplo:
Ativo da empresa			 =>	 $ 15.000,00
Passivo da empresa			 =>	 $ 3.000,00
Patrimônio líquido			=>	$ 12.000,00
As fontes do PL podem ser provenientes de:
ƒƒ investimentos efetuados pelos proprie-
tários em troca de ações, quotas ou ou-
tras participações;
ƒƒ lucros acumulados da empresa.
Tabela 1 – Exemplo de balanço patrimonial.
Xiririka da Serra S/A
Balanço Patrimonial de 31/10/20XX
ATIVO
Componentes positivos
Bens
Caixa 1.500,00
Bancos 800,00
Equipamentos
2.700,00
Máquinas
500,00
Mercadorias
2.500,00
Direitos
Duplicatas a receber
2.000,00
TOTAL 10.000,00
PASSIVO
Componentes negativos
Obrigações
Fornecedores
2.500,00
Títulos a pagar
2.800,00
PL
Capital
4.000,00
Lucros
700,00
TOTAL
10.000,00
DicionárioDicionário
Ativo: bens e direitos que a empresa possui.
Passivo: obrigações que a empresa tem que pagar
a terceiros.
PL: diferença entre os valores do ativo e do passivo
de uma empresa.
Saiba maisSaiba mais
A soma do ativo (bens e direitos) sempre será igual à
soma do passivo (obrigações) e do patrimônio líquido.
5.4 Representação Gráfica do Patrimônio
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O PL consiste na diferença entre o Ativo (A)
e o Passivo (P).
Não podemos imaginar que uma empresa
apresente o seu ativo ou passivo negativos. As-
sim, os elementos patrimoniais poderão assumir
somente os seguintes valores:
A > ou = 0 P > ou = 0 PL > ou < 0
Com base na equação do balanço (A – P =
PL), podemos afirmar que, em dado momento, o
patrimônio da empresa poderá assumir uma das
seguintes situações:
1.	 Quando A > P, teremos PL > 0:
Revela existência da riqueza própria.
Ativo Passivo
Bens 30 Obrigações 30
Direitos 20 Situação líquida 20
TOTAL 50 TOTAL 50
2.	 Quando A > P e P = 0, teremos PL > 0:
Revela inexistência de dívidas (passivo).
Ativo Passivo
Bens 30 Obrigações 0
Direitos 20 Situação líquida 50
TOTAL 50 TOTAL 50
3.	 Quando A = P, teremos PL = 0:
Revela inexistência de riqueza própria. Po-
demos citar o exemplo de uma empresa que pos-
sui bens à sua disposição que ainda não foram
pagos.
Ativo Passivo
Bens 50 Obrigações 50
Situação líquida 0
TOTAL 50 TOTAL 50
4.	 Quando P > A, teremos PL < 0:
Revela má situação, ou seja, a existência de
“passivo a descoberto”(PL negativo).
Ativo Passivo
Bens 15 Obrigações 50
Direitos 5 Situação líquida (30)
TOTAL 20 TOTAL 20
5.	 Quando P > A e A = 0, teremos PL < 0:
Revela a existência apenas de dívidas (obri-
gações) e a inexistência de ativo (bens e direitos).
Ativo Passivo
Bens 0 Obrigações 50
Direitos 0 Situação líquida (50)
TOTAL 0 TOTAL 0
Devemos observar que as situações 4 e 5
apresentam uma situação líquida negativa, de-
monstrando, principalmente na última, que a em-
presa praticamente não tem condições de subsis-
tência.
5.5 Situação Líquida do Patrimônio
DicionárioDicionário
Passivo a descoberto: é quando o total do
ativo (bens e direitos) é menor que o total
do passivo (obrigações)
Osvaldo da Silva
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Ao observarmos o balanço patrimonial, po-
demos visualizar o total de recursos que a empre-
sa obteve e que estão à sua disposição. O passivo
mostra onde a empresa obteve esses recursos e o
ativo, onde esses recursos foram aplicados.
Passivo – Origem dos Recursos
	
Segundo Ribeiro (2010, p. 20-21),
os recursos totais que estão à disposição
da empresa podem originar-se de duas
fontes:
a) Recursos de terceiros – correspon-
dem às obrigações, isto é, são recursos
de terceiros que a empresa utiliza no seu
giro normal. Esses recursos, por sua vez,
provêm de duas fontes:
Débitos de funcionamento (débito no
sentido de dívida) – obrigações que sur-
gem em decorrência da gestão normal
da empresa, como as obrigações a for-
necedores, obrigações fiscais, obrigações
trabalhistas e outras;
Débitos de financiamento – recursos
obtidos pela empresa junto a terceiros
em forma de empréstimos.
b) Recursos próprios – também podem
provir de suas fontes:
Proprietários ou sócios – parcela do ca-
pital que foi investida na empresa pelo
titular ou pelos sócios;
Giro normal – acréscimos ocorridos no
Patrimônio Líquido em decorrência da
gestão normal da empresa. Esses acrés-
cimos são obtidos pelos lucros, que po-
derão estar representados em contas de
reservas.
Ativo – Aplicação de Recursos
O ativo mostra onde os recursos, cujas ori-
gens estão demonstradas no lado do passivo, fo-
ram aplicados, podendo a empresa aplicar seus
recursos em bens e direitos.
		
5.6 Origens e Aplicações de Recursos
5.7 Formação e Variações do Patrimônio
Veremos, a seguir, exemplos de formação e
variações que podem ocorrer no patrimônio de
uma empresa.
A demonstração gráfica do patrimônio da
Xiririka da Serra, no momento da sua criação, re-
cebendo o valor correspondente à integralização
de seu capital, é:
Balanço Patrimonial de Xiririka da Serra S/A em 30/11/20XX
Ativo Passivo
Bens
Caixa 50.000,00
Obrigações
PL
Capital 50.000,00
Total 50.000,00 Total 50.000,00
Ativo 			 Caixa		 => dinheiro que está entrando na empresa;
Passivo / PL 		 Capital		 => obrigação da empresa para com seus acionistas.
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A partir de sua criação, a empresa realiza as
seguintes operações:
ƒƒ Compra de terrenos, à vista, no valor de
$ 5.000,00;
ƒƒ Compra de equipamentos, à vista, no
valor de $ 1.000,00;
ƒƒ Aquisição de um caminhão, à vista, no
valor de $ 1.500,00:
Ativo Passivo
Bens
Caixa 42.500,00
Terrenos 5.000,00
Equipamentos 1.000,00
Veículos 1.500,00
Obrigações
PL
Capital 50.000,00
Total 50.000,00 Total 50.000,00
Ativo			 => sofreu as seguintes alterações:
Caixa 			 => diminui o ativo com a saída de $ 7.500,00;
Terreno			 => aumenta o ativo pela entrada do bem Terreno;
Equipamentos		 => aumenta o ativo pela entrada do bem Equipamento;
Veículos			 => aumenta o ativo pela entrada do bem Veículo.
Passivo 			 => não sofreu alterações
ƒƒ Adquire mercadorias, a prazo, no valor
de $ 500,00:
Ativo Passivo
Bens
Caixa 42.500,00
Terrenos 5.000,00
Equipamentos 1.000,00
Veículos 1.500,00
Mercadorias 500,00
Obrigações
Fornecedores 500,00
PL
Capital 50.000,00
Total 50.500,00 Total 50.500,00
Ativo			 => sofreu a seguinte alteração:
Mercadoria		 => aumenta o ativo pela entrada do bem Mercadoria.
Passivo 			 => sofreu a seguinte alteração:
Fornecedores		 => aumenta o passivo com a dívida com Fornecedores.
Poderia ser utilizada a conta: Duplicatas a pagar.
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ƒƒ Vende mercadorias, a prazo, pelo valor
de $ 300,00:
Ativo Passivo
Bens
Caixa 42.500,00
Terrenos 5.000,00
Equipamentos 1.000,00
Veículos 1.500,00
Mercadorias 200,00
Clientes 300,00
Obrigações
Fornecedores 500,00
PL
Capital 50.000,00
Total 50.500,00 Total 50.500,00
Ativo			 => sofreu a seguinte alteração:
Mercadoria		 => diminui o ativo com a venda do bem Mercadoria;
Clientes			 => aumenta o ativo com o direito de receber de seus clientes.
Poderia ser utilizada a conta: Duplicatas a receber.
ƒƒ Paga aos seus fornecedores, em dinhei-
ro, o valor de $ 100,00:
Ativo Passivo
Bens
Caixa 42.400,00
Terrenos 5.000,00
Equipamentos 1.000,00
Veículos 1.500,00
Mercadorias 200,00
Clientes 300,00
Obrigações
Fornecedores 400,00
PL
Capital 50.000,00
Total 50.400,00 Total 50.400,00
Ativo			 => sofreu a seguinte alteração:
Caixa			 => diminui o ativo pela saída do bem Dinheiro;
Passivo 			 => sofreu a seguinte alteração:
Fornecedores		 => diminui o passivo pelo pagamento aos seus Fornecedores.
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ƒƒ Recebe de seus clientes, em cheque, o
valor de $ 150,00:
Ativo Passivo
Bens
Caixa 42.400,00
Terrenos 5.000,00
Equipamentos 1.000,00
Veículos 1.500,00
Mercadorias 200,00
Bancos 150,00
Direitos
Clientes 150,00
Obrigações
Fornecedores 400,00
PL
Capital 50.000,00
Total 50.400,00 Total 50.400,00
Ativo			 => sofreu a seguinte alteração:
Clientes			 => diminui um direito da empresa;
Bancos			 => entra, na empresa, o bem Bancos: Conta movimento.
Saiba maisSaiba mais
A conta capital a integralizar ou capital a realizar são contas redutoras no patrimônio Líquido. Assim, deve aparecer no
Balanço Patrimonial de forma negativa.
Neste capítulo, estudamos as contas que devem figurar no ativo, passivo e patrimônio líquido, a
representação gráfica do patrimônio, a situação líquida do patrimônio, origens e aplicações de recursos
e exemplos de formação e variações do patrimônio.
Na representação gráfica foi possível ver como as contas de bens, direitos e obrigações são classifi-
cadas no balanço patrimonial. Já a situação líquida do patrimônio demonstrou as possíveis situações que
o patrimônio de uma empresa pode assumir.
Ainda foi possível demonstrar as origens e aplicações de recursos, bem como exemplificar as for-
mação e variações que podem ocorrer em um patrimônio.
5.8 Resumo do Capítulo
Osvaldo da Silva
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Agora que finalizamos o capítulo, responda às questões abaixo.
1.	 Qual das alterações a seguir é determinada pela compra de um veículo a prazo, na soma do
balanço patrimonial?
a) Aumento do ativo e diminuição do passivo.
b) Aumento do passivo e diminuição do ativo.
c) Aumento do ativo e aumento do passivo.
d) Diminuição do ativo e diminuição do passivo.
e) Não altera a soma do ativo nem a do passivo.
2.	 A liquidação de uma dívida é uma operação que:
a) Diminui o passivo e o patrimônio líquido e aumenta o ativo.
b) Diminui o passivo e o ativo.
c) Aumenta o ativo e diminui o passivo.
d) Diminui o ativo e o passivo e aumenta o patrimônio líquido.
e) Diminui e aumenta o patrimônio líquido.
5.9 Atividades Propostas
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29
Caro(a) aluno(a), você já ouviu falar em mé-
todo das partidas dobradas? Não? Então vamos
estudar este ponto, que é crucial para o entendi-
mento da Contabilidade.
Método universalmente aceito, criado por
Luca Pacioli, no século XV, e que consiste no fato
de que um débito efetuado em uma ou mais con-
tas deve corresponder a um crédito equivalente
em uma ou mais contas, de maneira que a soma
dos valores dos débitos seja igual à soma dos va-
lores dos créditos, conforme exemplos a seguir:
$ 20,00
$ 30,00
$ 30,00
$ 20,00
MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS6
a)
Débito na conta Caixa			 $ 50,00
Crédito na conta Capital		 $ 50,00
b)
Débito na conta Mercadorias		 $ 10,00
Débito na conta Equipamentos	 $ 10,00
Crédito na conta Caixa			 $ 20,00
c)
Débito na conta Equipamentos	 $ 20,00
Crédito na conta Caixa			 $ 10,00
Crédito na conta Fornecedores	 $ 10,00
d)
Débito na conta Mercadorias		 $ 10,00
Débito na conta Equipamentos	 $ 10,00
Débito na conta Mercadorias		 $ 10,00
Crédito na conta Caixa			 $ 20,00
Crédito na conta Fornecedores	 $ 10,00
AtençãoAtenção
Método das partidas dobradas: um débito efe-
tuado em uma ou mais contas deve corresponder
a um crédito equivalente em uma ou mais contas,
de maneira que a soma dos valores dos débitos
seja igual à soma dos valores dos créditos.
Osvaldo da Silva
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30
É a nomenclatura que identifica um compo-
nente patrimonial (bens, direitos, obrigações ou
patrimônio líquido) ou de resultado (despesa ou
receita), representando, graficamente, os débitos
e créditos relativos a fatos administrativos de uma
empresa.
6.1 Contas
6.2 Livro-Razão
Modelo de conta
(Título da conta)					 Cód. ...
Data Operações Débito Crédito D/C Saldo
Exemplos:
CAIXA
Data Operações Débito Crédito D/C Saldo
20-07-94 a Capital 17.000 D 17.000
CAPITAL
Data Operações Débito Crédito D/C Saldo
20-07-94 a Caixa 17.000 C 17.000
Ferrari(2010,p.154)defineorazonetecomo
“a representação gráfica de uma conta, com utili-
zação em ‘T’, onde do lado esquerdo é lado dos
débitos e o lado direito é o lado dos créditos.” É
um livro obrigatório, no qual devemos agrupar os
valores em contas de mesma natureza e de forma
racional.
Devemos efetuar o registro, no livro-razão,
em contas individualizadas, para termos controle
por conta. Seguindo esse critério, devemos regis-
trar na conta Caixa todos os valores correspon-
dentes às operações que a afetam, debitando-se
ou creditando-se nesta conta, podendo a qual-
quer momento apurar o seu saldo.
O saldo de conta é a diferença entre o total
dos seus débitos e o total dos seus créditos, po-
dendo este ser devedor ou credor, dependendo
da sua natureza.
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Caixa
Débito Crédito
50,000,00 10.000,00
30.000,00 20.000,00
40.000,00 10.000,00
Total 120.000,00 Total 40.000,00
Saldo 80.000,00
Duplicatas a pagar
Débito Crédito
5,000,00 10.000,00
3.000,00 20.000,00
4.000,00 10.000,00
Total 12.000,00 Total 40.000,00
Saldo 28.000,00
O saldo da conta Caixa é devedor, pois
esta conta é de natureza devedora.
Observação: Todas as contas de na-
tureza devedora terão saldo devedor
(lado esquerdo).
O saldo da conta Duplicatas a pagar é
credor, pois esta conta é de natureza
credora.
Observação: Todas as contas de natu-
reza credora terão saldo credor (lado
direito).
6.3 Lançamentos a Débito e a Crédito das Contas
Independentemente da natureza da conta
(devedora ou credora), os débitos serão efetua-
dos do lado esquerdo e os créditos, do lado direi-
to, conforme exemplificação a seguir:
Título da conta
Débito Crédito
esquerdo direito
Saiba maisSaiba mais
O razão é livro que permite o controle do movimen-
to de cada conta, separadamente. Para isso deve-se
abrir um“T”para cada conta usada.
Todas as operações ocasionam aumentos e
diminuições do ativo, do passivo e do patrimônio
líquido.
Como falamos anteriormente, as contas
possuem dois lados (esquerdo e direito); os au-
mentos devem ser registrados em um lado e as
diminuições no outro, pois será a natureza da
conta (devedora ou credora) que irá determinar
o lado a ser utilizado para os aumentos e as dimi-
nuições, como veremos a seguir.
Osvaldo da Silva
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As contas que compõem o ativo (bens e di-
reitos) figuram do lado esquerdo do balanço. Os
aumentos e diminuições devem ser registrados
da seguinte maneira:
Qualquer conta do ativo
D C
Aumentos Diminuições
( + ) ( - )
6.4 Contas do Ativo => Lado Esquerdo do Balanço
6.5 Contas de Passivo e de Pl => Lado Direito do Balanço
As contas que compõem o passivo e o PL
figuram do lado direito do balanço. Os aumentos
e diminuições devem ser registrados da seguinte
maneira:
Qualquer conta do passivo ou do PL
D C
Diminuições Aumentos
( - ) ( + )
Quando a conta do PL for negativa, esta
estará no lado direito do balanço (passivo), de
forma redutora (subtraindo). Exemplos: prejuízo
acumulado, capital a integralizar etc.
AtençãoAtenção
Perceba que as contas do passivo ou patrimônio lí-
quido funcionam exatamente iguais à nossa conta-
-correntenobanco,ouseja,quandodebitamososal-
do diminui e quando creditamos o saldo aumenta.
Exemplo:
1.	 Integralização de capital no valor de $ 50.000:
ƒƒ aumento do ativo Caixa	 =>	 debita-se Caixa;
ƒƒ aumento do PL		 =>	 credita-se Capital.
Caixa
D C
(1) 50.000,00
Capital
D C
50.000,00 (1)
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Se essas operações tivessem sido represen-
tadas em contas reais e não nos razonetes simpli-
ficados, teríamos o seguinte:
Caixa
Data Operações Débito Crédito D/C Saldo
20-07-94 a Capital 50.000 D 50.000
Capital
Data Operações Débito Crédito D/C Saldo
20-07-94 a Caixa 50.000 C 50.000
2.	 Compra de terrenos no valor de $ 2.200,00 (à vista):
ƒƒ aumento do ativo Terrenos	 =>	 debita-se Terrenos;
ƒƒ diminuição do ativo Caixa 		 =>	 credita-se Caixa.
Terrenos
D C
(2) 2.200,00
Caixa
D C
(1) 50.000,00 2 200,00 (2)
3.	 Venda de terrenos no valor de $ 1.100 (a prazo):
ƒƒ diminuição do ativo Terrenos		 =>	 credita-se Terrenos;
ƒƒ aumento do ativo Títulos a receber	 =>	 debita-se Títulos a receber.
Terrenos
D C
(2) 2.200,00 1.100,00 (3)
Títulos a receber
D C
(3) 1.100,00
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4.	 Compra de materiais no valor de $ 8.800 (a prazo):
ƒƒ aumento do ativo Materiais			 =>	 debita-se Materiais;
ƒƒ aumento do passivo Duplicatas a pagar		 =>	 credita-se Duplicatas a pagar.
Materiais
D C
(4) 8.800,00
Duplicatas a pagar
D C
8.800,00 (4)
5.	 Compra de móveis e utensílios (duas mesas, quatro cadeiras, uma máquina de escrever e
uma de calcular) no valor de $ 5.000 (a prazo):
ƒƒ aumento do ativo Móveis e utensílios	 =>	 debita-se Móveis e utensílios;
ƒƒ aumento do passivo Duplicatas a pagar	 =>	 credita-se Duplicatas a pagar.
Móveis e utensílios
D C
(5) 5.000,00
Duplicatas a pagar
D C
8.800,00
5.000,00 (5)
6.	 Recebimento de dívida no valor de $ 1.000:
ƒƒ aumento do ativo Caixa 			 =>	 debita-se Caixa;
ƒƒ diminuição do ativo Títulos a receber 	 =>	 credita-se Títulos a receber.
Caixa
D C
50.000,00
2.200,00
(6) 1.000,00
Títulos a receber
D C
1.100,00
1.000,00 (6)
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7.	 Pagamento de dívida no valor de $ 7.000:
ƒƒ diminuição do passivo Duplicatas a pagar 	 =>	 debita-se Duplicatas a pagar;
ƒƒ diminuição do ativo Caixa				 =>	 credita-se Caixa.
Caixa
D C
50.000,00
2.200,00
1.000,00
7.000,00 (7)
Duplicatas a pagar
D C
8.800,00
5.000,00
(7) 7.000,00
Devemos registrar, neste livro, as opera-
ções contabilizáveis de uma empresa, em ordem
cronológica e de acordo com algumas regras.
Os requisitos necessários de uma partida de
diário são os seguintes:
a)	 data da operação;
b)	 conta a ser debitada;
c)	 conta a ser creditada;
d)	 histórico da operação, no qual devemos
mencionar as principais características
dos seus documentos comprobatórios;
e)	 valor da operação.
6.6 Diário
Exemplo de diário simplificado:
ƒƒ Integralização de capital no valor de $ 50.000:
Caixa a Capital
Valor correspondente à integralização de capital					 50.000,00
ƒƒ Compra de terrenos no valor de $ 2.200,00 (à vista):
Terrenos a Caixa
Valor correspondente à compra de um terreno					 2.200,00
ƒƒ Venda de terrenos no valor de $ 1.100 (a prazo):
Títulos a receber a Terrenos							1.100,00
ƒƒ Compra de materiais no valor de $ 8.800 (a prazo):
Materiais a Duplicatas a pagar							 8.800,00
Osvaldo da Silva
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ƒƒ Compra de móveis e utensílios (duas mesas, quatro cadeiras, uma
máquina de escrever e uma de calcular) no valor de $ 5.000 (a prazo):
Móveis e utensílios a Duplicatas a pagar					 5.000,00
ƒƒ Recebimento de dívida no valor de $ 1.000:
Caixa a Títulos a receber								1.000,00
ƒƒ Pagamento de dívida no valor de $ 7.000:
Duplicatas a pagar a Caixa							7.000,00
6.7 Balancete de Verificação
Na Contabilidade, a escrituração de cada
operação é efetuada sempre através de um dé-
bito e um crédito de igual valor. Assim, podemos
dizer que o valor total dos saldos devedores deve
ser igual ao valor dos saldos credores, cuja igual-
dade devemos verificar periodicamente. Para efe-
tuarmos tal verificação, devemos relacionar todas
as contas, com saldo, em demonstrativo chama-
do balancete de verificação.
Xiririka da Serra S/A
Balancete de Verificação de 31/07/19XX
Saldos
Contas Devedores Credores
Caixa 41.800,00
Títulos a receber 100,00
Materiais 8.800,00
Terrenos 1.100,00
Móveis e utensílios 5.000,00
Duplicatas a pagar 6.800,00
Capital 50.000,00
Total
Os totais dos saldos devedores e credores deverão ser sempre iguais.
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37
Este capítulo apresentou o conceito mais importante para o entendimento da Contabilidade, ou
seja, o método das partidas dobradas, onde explicamos que para cada débito deve haver um crédito
correspondente.
Também foi possível estudarmos a utilização das contas, do livro-razão, como efetuar os lançamen-
tos a débito e a crédito das contas e a elaboração do Balancete de Verificação.
Podemos verificar ainda que a sistemática de débito e crédito utilizada na contabilidade das em-
presas difere um pouco daquela que praticamos em nossa conta bancária. No entanto, foi possível ver
que a sistemática utilizada em nossa conta bancária é a mesma utilizada para as contas do passivo e
patrimônio líquido, o que facilita o entendimento.
6.8 Resumo do Capítulo
6.9 Atividade Proposta
Agora, vamos avaliar sua aprendizagem.
1.	 Com base no método das partidas dobradas, faça os lançamentos de forma simplificada no diário.
a) Compra de veículos à vista, no valor de $ 1.000,00.
b) Compra de equipamentos no valor de $ 500,00, pagando 50% à vista.
c) Integralização de capital no valor de $ 20.000,00 em dinheiro.
d) Pagamento de duplicatas no valor de $ 600,00.
e) Venda de veículos a prazo, no valor de $ 500,00.
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39
Corresponde a uma relação ordenada de
todas as contas utilizadas pela empresa, tendo
como objetivo orientar o registro das operações
da empresa.
PLANOS DE CONTAS7
7.1 Conceito
7.2 Importância
7.3 Modelo de Plano de Contas
Para que a contabilidade atinja seu objetivo,
é necessário que as demonstrações contábeis se-
jam bem elaboradas.
AtençãoAtenção
Por outro lado, podemos afirmar que a base para
a elaboração das demonstrações contábeis (ba-
lanço patrimonial e demonstração do resultado
do exercício) é a existência de um plano de con-
tas contábil que supra as necessidades específi-
cas de uma determinada empresa.
É importante realçar que cada empresa tem
as suas necessidades particulares para a coleta de
informações para a elaboração de seus relatórios
descritivos; assim, apresentaremos um modelo
de plano de contas didático, adaptado às parti-
cularidades e necessidades de uma empresa cujo
ramo de atividade poderia ser industrial, comer-
cial ou prestação de serviços ou, ainda, ativida-
de mista.
As contas estão elencadas no plano confor-
me a estrutura do balanço patrimonial, seguida
pelas contas de resultado, ou seja, ativo (ativo cir-
culante e ativo não circulante), passivo (passivo
circulante e passivo não circulante), patrimônio
líquido, contas de receita e contas de despesa.
Cabe lembrar que as contas de resultado
(receitas e despesas) estão estruturadas numa or-
dem bem próxima à Demonstração do Resultado
do Exercício (DRE), para facilitar o entendimento.
Osvaldo da Silva
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1 Ativo
1.1 ATIVO CIRCULANTE
1.1.1 Disponibilidades
1.1.1.1 Caixa
1.1.1.2 Bancos com movimento
1.1.1.3 Aplicações financeiras de liquidez imediata
1.1.2 Clientes
1.1.2.1 Duplicatas a receber
1.1.2.2 Duplicatas descontadas (conta credora)
1.1.2.3 Provisão para dividendos duvidosos (conta
credora)
1.1.3 Outros créditos
1.1.3.1 Promissórias a receber
1.1.3.2 Empréstimos a receber
1.1.3.3 Dividendos a receber
1.1.3.4 Adiantamento de salários
1.1.4 Tributos a recuperar (ou a compensar)
1.1.4.1 ICMS a recuperar
1.1.4.2 IRRF a recuperar
1.1.5 Investimentos temporários de curto prazo
1.1.5.1 Aplicações financeiras com rendimentos pós-
-fixados
1.1.5.2 Aplicações financeiras com rendimentos pre-
fixados
1.1.5.3 Ações de outras empresas
1.1.5.4 Outros títulos e valores mobiliários
1.1.6 Estoques
1.1.6.1 Estoques de mercadorias, produtos e insumos
1.1.6.2 Estoques de materiais de consumo
1.1.6.3 (-) Provisão para redução ao valor de mercado
1.1.6.4 (-) Provisão para perdas em estoques
1.1.5 Despesas do exercício seguinte
1.1.5.1 Prêmios de seguros a apropriar
1.1.5.2 Encargos financeiros a apropriar
1.1.5.3 Assinaturas e anuidades a apropriar
1.1.5.4 Outras despesas pagas antecipadamente
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE
1.2.1 Ativo realizável de longo prazo
1.2.1.10 Clientes
1.2.1.11 Duplicatas a receber
1.2.1.20 Outros créditos
1.2.1.21 Arrendamentos ativos a receber
1.2.1.22 Bancos: conta vinculada
1.2.1.23 Títulos a receber
1.2.1.30 Tributos a recuperar
1.2.1.40 Investimentos temporários de longo prazo
1.2.1.50 Estoques
1.2.1.60 Despesas de exercícios futuros
1.2.2 Investimentos
1.2.2.10 Avaliados pelo método de equivalência pa-
trimonial
1.2.2.11 Participação na controlada A
1.2.2.20 Avaliados pelo método do custo de aquisi-
ção
1.2.2.21 Participações no capital de outras socieda-
des
1.2.2.22 Participações em fundos de investimento
incentivados (Finor, Finam)
1.2.2.23 Outros investimentos (obras de arte, antigui-
dades, imóveis para renda)
1.2.3 Imobilizado
1.2.3.1 Operacional corpóreo (tangível) (bibliotecas,
imóveis, móveis e utensílios, computadores e perifé-
ricos)
1.2.3.2 Operacional recursos naturais
1.2.3.3 Imobilizado objeto de arrendamento mercan-
til (veículo)
1.2.3.4 Imobilizado em andamento
1.2.3.5 (-) Depreciações acumuladas
1.2.3.6 (-) Exaustões acumuladas
1.2.4 Intangível
1.2.4.1 Operacional incorpóreo (imaterial) (direitos
autorais, marcas e patentes, direitos de uso de mar-
cas e patentes, fundo de comércio)
1.2.4.2 (-) Amortizações acumuladas
2 Passivo
2.1 Passivo circulante
2.1.1 Obrigações a fornecedores
2.1.1.2 Duplicatas a pagar
2.1.2 Empréstimos e financiamentos
2.1.2.1 Promissórias a pagar
2.1.2.2 Empréstimos e financiamentos bancários
2.1.3 Obrigações tributárias
2.1.3.1 PIS a recolher
2.1.3.2 COFINS a recolher
2.1.3.3 IRRF a recolher
2.1.3.4 Provisão para imposto de renda
2.1.3.5 Provisão para contribuição social
2.1.3.6 ICMS a recolher
2.1.3.7 ISS a recolher
2.1.4 Obrigações trabalhistas e previdenciárias
2.1.4.1 Salários a pagar
2.1.4.2 Previdência social a recolher
2.1.4.3 FGTS a recolher
2.1.4.4 Contribuição sindical a recolher
2.1.5 Outras obrigações
2.1.5.1 Aluguéis a pagar
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41
2.1.5.2 Contas a pagar
2.1.5.3 Seguros a pagar
2.1.5.4 Dividendos a pagar
2.1.5.5 Juros sobre o capital próprio a pagar
2.1.5.6 Adiantamentos de clientes
Provisões diversas
2.1.5.7 Provisões de férias
2.1.5.8 Provisões de previdência social – Férias
2.1.5.9 Provisões de FGTS – Férias
2.1.5.10 Provisões de 13º salário
2.1.5.11 Provisões de previdência social – 13º salário
2.1.5.12 Provisões de FGTS – 13º salário
2.1.5.13 Provisões para contingências
2.1.6 Participações e destinações do lucro líquido
2.1.6.1 Dividendos a pagar
2.1.6.2 Dividendos propostos a pagar
2.1.6.3 Juros sobre o capital próprio a pagar
2.1.6.4 Participações
2.2 Passivo não circulante
2.2.1 Passivo exigível de longo prazo
2.2.1.10 Obrigações a fornecedores
2.2.1.11 Duplicatas a pagar a terceiros
2.2.1.20 Empréstimos e financiamentos
2.2.1.30 Obrigações tributárias
2.2.1.40 Outras obrigações
2.2.1.50 Débitos com pessoas ligadas
2.2.2 Receitas diferidas
2.2.2.1 Receitas recebidas antecipadamente
2.2.2.2 Despesas correspondentes às receitas (conta
devedora)
2.3 Patrimônio líquido
2.3.1 Capital social
2.3.1.1 Capital subscrito
2.3.1.2 Capital a integralizar (conta devedora)
2.3.2 Reservas
2.3.2.1 Reservas de capital
2.3.2.1.1 Ágio na emissão de ações
2.3.2.1.2 Alienação de partes beneficiárias
2.3.2.1.3 Alienação de bônus de subscrição
2.3.2.1.4 (-) Ações em tesouraria
2.3.2.2 Reservas de lucros
2.3.2.2.1 Reserva legal
2.3.2.2.2 Reservas estatutárias
2.3.2.2.3 Reservas para contingências
2.3.2.2.4 Reserva de lucros para expansão
2.3.2.2.5 Reserva especial para dividendo obrigatório
não distribuído
2.3.2.2.6 (-) Ações em tesouraria
2.3.2.2.7 (+ou-) Ajustes de avaliação patrimonial
2.3.2.2.8 (-) Prejuízos acumulados
3 Resultado
3.1 Receita bruta das vendas e serviços
3.1.1 Venda de mercadorias
3.1.2 Prestação de serviços
3.2 Deduções das vendas
3.2.1 Devoluções sobre vendas
3.2.2 Abatimentos sobre vendas
3.2.3 ICMS sobre vendas
3.2.4 ISS sobre vendas
3.2.5 PIS sobre vendas
3.2.6 COFINS sobre vendas
3.3 Custo das vendas e serviços
3.3.1 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)
3.3.2 Custo dos Serviços Prestados (CSP)
3.4 Despesas operacionais
3.4.1 Despesas administrativas
3.4.1.1 Salários
3.4.1.2 Viagens e estadias
3.4.1.3 Programa de alimentação do trabalhador
3.4.1.4 Vale-transporte
3.4.1.5 Férias
3.4.1.6 13º salário
3.4.1.7 FGTS
3.4.1.8 Previdência social
3.4.1.9 Assistência médica
3.4.1.10 Aluguel
3.4.1.11 Energia elétrica
3.4.1.12 Telefone
3.4.1.13 Água e esgoto
3.4.1.14 Consumo de material de escritório
3.4.1.15 Correio
3.4.1.16 Depreciação
3.4.1.17 Amortização
3.4.1.18 Seguros
3.4.1.19 Impostos e taxas federais
3.4.1.20 Impostos e taxas estaduais
3.4.1.21 Impostos e taxas municipais
3.4.1.22 Despesas com contingências
3.4.1.23 Jornais e periódicos
3.4.2 Despesas de vendas
3.4.2.1 Salários
3.4.2.2 Comissões
3.4.2.3 Viagens e estadas
3.4.2.4 Programa de alimentação do trabalhador
3.4.2.5 Vale-transporte
Osvaldo da Silva
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42
3.4.2.6 Férias
3.4.2.7 13º salário
3.4.2.8 FGTS
3.4.2.9 Previdência social
3.4.2.10 Assistência médica
3.4.2.11 Aluguel
3.4.2.12 Energia elétrica
3.4.2.13 Telefone
3.4.2.14 Água e esgoto
3.4.2.15 Consumo de material de escritório
3.4.2.16 Correio
3.4.2.17 Depreciação
3.4.2.18 Amortização
3.4.2.19 Seguros
3.4.2.20 Propaganda e marketing
3.4.2.21 Provisão para devedores duvidosos
3.4.2.22 Impostos e taxas federais
3.4.2.23 Impostos e taxas estaduais
3.4.2.24 Impostos e taxas municipais
3.4.2.25 Despesas com contingências
3.4.2.26 Jornais e periódicos
3.4.3 Resultado financeiro líquido
3.4.3.1 Despesas financeiras
3.4.3.1.1 Despesas bancárias
3.4.3.1.2 Descontos concedidos
3.4.3.1.3 CPMF
3.4.3.1.4 Juros passivos
3.4.3.1.5 Perda com variação cambial
3.4.3.1.6 Juros sobre o capital próprio
3.4.3.2 Receitas financeiras
3.4.3.2.1 Descontos obtidos
3.4.3.2.2 Juros ativos
3.4.3.2.3 Variações monetárias ativas
3.4.3.2.4 Ganho com variação cambial
3.4.4 Outras receitas e despesas operacionais
3.4.4.1 Ganhos/perdas em investimentos avaliados
por equivalência patrimonial
3.4.4.2 Receita de dividendos
3.4.4.3 Venda de sucatas
3.5 Resultados não operacionais
3.5.1 Receitas não operacionais
3.5.1.1 Venda de ativo permanente
3.5.1.2 Doações recebidas
3.5.1.3 Recebimento de indenizações
3.5.1.4 Receita de aluguéis
3.5.2 Despesas não operacionais
3.5.2.1 Custo da venda de ativo permanente
3.5.2.2 Perdas prováveis na realização de investimen-
tos
3.6 Provisão para imposto de renda e contribui-
ção social
3.6.1 Provisão para o imposto de renda
3.6.2 Provisão para a contribuição social
3.7 Participações
3.7.1 Debêntures
3.7.2 Empregados
3.7.3 Administradores
3.7.4 Partes beneficiárias
3.7.5 Outras participações
3.8 Lucro (ou prejuízo) líquido do exercício
Neste capítulo, estudamos o conceito de Planos de Contas, sua importância e apresentamos um
modelo para utilização, explicando que a base para a elaboração das demonstrações contábeis é a exis-
tência de um plano de contas que supra as necessidades específicas das empresas.
7.4 Resumo do Capítulo
Fundamentos de Contabilidade
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43
7.5 Atividades Propostas
Vamos avaliar sua aprendizagem.
1.	 Qual o objetivo de se elaborar o plano de contas?
2.	 Complete a frase: Todas as contas utilizadas pela contabilidade podem ser classificadas em
________________ e de _____________.Caro(a) aluno(a), agora vamos conhecer o balanço pa-
trimonial.
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45
Ferrari (2010, p. 462) define balanço patri-
monial como “a demonstração contábil que tem
por objetivo evidenciar o patrimônio de uma en-
tidade em dado momento (normalmente, em 31
de dezembro de cada ano).”
8.1 Conceito
8.2 Conteúdo do Balanço
BALANÇO PATRIMONIAL8
AtençãoAtenção
É a demonstração que tem como objetivo apre-
sentar a situação patrimonial da empresa em
dado momento, encerrando a sequência dos
procedimentos contábeis e apresentando os
componentes do patrimônio: ativo, passivo e pa-
trimônio líquido.
Ativo			 => Bens e direitos (lado esquerdo do balanço);
Passivo			 => Obrigações (lado direito do balanço);
Patrimônio líquido	 => Diferença entre o ativo e passivo (lado direito do balanço).
As contas patrimoniais classificam-se em
dois grandes grupos e vários subgrupos, como
segue (RIBEIRO, 2010):
Osvaldo da Silva
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Quadro 3 – Grupos das contas patrimoniais.
Conteúdo do Balanço
ATIVO PASSIVO
Ativo circulante
Disponibilidades
Clientes
Outros créditos
Tributos a recuperar
Invest. temporários de curto prazo
Estoques
Despesas do exercício seguinte
Total do ativo circulante
Ativo não circulante
Ativo realizável de longo prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Total do ativo não circulante
Total do ativo
Passivo circulante
Obrigações a fornecedores
Empréstimos e financiamentos
Obrigações tributárias
Obrigações trabalhistas e previdenciárias
Outras obrigações
Adiantamentos recebidos de clientes
Participações e destinações do lucro líquido
Total do passivo circulante
Passivo não circulante
Obrigações a fornecedores
Obrigações a pessoas ligadas
Empréstimos e financiamentos
Receitas diferidas
Total do passivo não circulante
Patrimônio líquido
Capital social
Reservas
- de capital
- de lucros
Total do patrimônio líquido
Total do passivo
As contas do ativo devem ser dispostas em
ordem decrescente do grau de liquidez.
Segundo Ribeiro (2010), o ativo deve ser
classificado como segue:
a)	 Ativo circulante
Para Ribeiro (2010, p. 393), o ativo circulante
“é composto pelos bens e direitos que estão em
frequente circulação no Patrimônio. É o capital de
giro da empresa.” Exemplos: caixa, bancos com
movimento etc.
ƒƒ Créditos com clientes: correspondem
aos direitos a receber de terceiros, de-
correntes de venda de mercadorias ou
prestação de serviços realizados a pra-
zo. Exemplos: duplicatas a receber, títu-
los a receber etc.;
ƒƒ Outros créditos: créditos que a empre-
sa tem para receber de terceiros que
não correspondem a direitos prove-
nientes de vendas a prazo de mercado-
rias ou serviços;
ƒƒ Tributos a recuperar: direitos que a
empresa tem com os governos muni-
cipal, estadual e federal. Esses direitos
são provenientes de impostos, taxas ou
contribuições recolhidas antecipada-
8.3 Classificação do Ativo
DicionárioDicionário
Liquidez: capacidade de pagamento de dívidas
e obrigações, necessitando de bens numerários
para fazer frente a esses compromissos. Um bem
ou dinheiro, quanto mais próximo estiver de se
transformar em dinheiro, maior liquidez possuirá.
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47
mente ou indevidamente ou que, por
força de lei, gerem direitos de compen-
sação em até 12 meses;
ƒƒ Investimentos temporários de curto
prazo: referem-se às aplicações de di-
nheiro em títulos e valores mobiliários;
investimentos com caráter especulati-
vo e que serão convertidos em dinheiro
mediante venda ou resgate, em até 12
meses;
ƒƒ Estoques: bens destinados à produção
(matéria-prima, materiais secundários
etc.), à prestação de serviços (materiais
diversos), à venda (mercadorias ou pro-
dutos) ou consumo (materiais de limpe-
za, embalagem etc.);
ƒƒ Despesas pagas antecipadamente:
correspondem às despesas do exercício
seguinte, pagas no exercício atual.
b)	 Ativo não circulante
ƒƒ Ativo realizável de longo prazo: con-
tas de bens e direitos realizáveis após o
término do exercício seguinte (superior
a 12 meses);
ƒƒ Investimentos: aplicações que nada
têm a ver com a atividade da empresa.
Exemplos: compra de ações de outras
empresas, obra de arte, terrenos para
futura expansão, prédio para renda
(aluguel);
ƒƒ Imobilizado: bens corpóreos destina-
dos à manutenção da atividade princi-
pal da empresa ou exercidos com essa
finalidade;
8.4 Classificação do Passivo
No passivo, as contas serão dispostas em or-
dem decrescente do grau de exigibilidade.
DicionárioDicionário
Exigibilidade: grupo de contas que representam
dívidas ou obrigações. Quanto menor for o prazo
para pagamento, maior exigibilidade possuirá a dí-
vida ou obrigação.
ƒƒ Operacional corpóreo (tangível):
composto pelas contas representati-
vas dos recursos aplicados nos bens de
uso da empresa (móveis e utensílios,
computadores, veículos etc.);
ƒƒ Operacional recursos naturais: con-
tas que representam os capitais aplica-
dos em recursos naturais (minerais ou
florestais) de exploração da empresa;
ƒƒ Objeto de arrendamento mercantil:
contas que representam os bens que
estão sendo utilizados pela empresa,
mas não são de sua propriedade. São
bens arrendados de terceiros, que po-
derão ser adquiridos pela empresa no
final do prazo de arrendamento;
ƒƒ Imobilizado em andamento (bens
para futuras operações): contas que
representam recursos aplicados em
construções ou aquisições em anda-
mento. Representam bens que, quando
estiverem concluídos ou em condições
de operar, serão utilizados pela empre-
sa no desenvolvimento de suas ativida-
des operacionais normais;
ƒƒ Intangível: corresponde aos recursos
aplicados em bens imateriais. São di-
reitos que tenham por objeto bens in-
corpóreos destinados à manutenção
das atividades da empresa ou exercidos
com essa finalidade, inclusive aqueles
representativos de fundo de comércio
adquirido a título oneroso.
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48
Segundo Ribeiro (2010), o passivo deve ser
classificado como segue:
a)	 Passivo circulante
Demonstra as dívidas com terceiros que se-
rão pagas em curto prazo: dívidas com fornece-
dores de mercadorias, salários a pagar, impostos a
pagar, empréstimos bancários a pagar, encargos
a pagar etc.
ƒƒ Obrigações a fornecedores: obrigações
decorrentes da aquisição de mercado-
rias ou utilização de serviços a prazo;
ƒƒ Empréstimos e financiamentos: obriga-
ções assumidas pela empresa na cap-
tação de recursos financeiros, visando,
normalmente, a financiar o seu capital
de giro;
ƒƒ Obrigações trabalhistas: obrigações
assumidas pela empresa com os gover-
nos federal, municipal ou estadual. São
tributos (impostos, taxas ou contribui-
ções) que a empresa deve recolher aos
cofres públicos;
ƒƒ Obrigações trabalhistas e previdenciá-
rias: encargos que a empresa deve pa-
gar aos seus colaboradores ou recolher
aos cofres públicos;
ƒƒ Outras obrigações: demais obrigações
de curto prazo assumidas pela empre-
sa e que não se enquadram nos outros
subgrupos do passivo circulante;
ƒƒ Participações e destinação do lucro lí-
quido: compromisso da empresa em
função dos lucros por ela apurados. São
obrigações que devem ser pagas a pes-
soas que tenham direito à participação
nos lucros (debenturistas, empregados
etc.), bem como obrigações devidas aos
proprietários em forma de juros e divi-
dendos.
b)	 Passivo não circulante
Nesse grupo, podem figurar as mesmas
contas de obrigações classificadas no passivo cir-
culante, com seus respectivos subgrupos, desde
que seus vencimentos sejam após o término do
exercício social seguinte.
Também devemos incluir um subgrupo
próprio para as receitas diferidas, no qual figu-
rarão as contas representativas das despesas ou
custos correspondentes às respectivas receitas
recebidas antecipadamente.
Demonstra o total de recursos aplicados
pelos proprietários na empresa. Essas aplicações,
normalmente, são compostas de capital e lucros
retidos, ou seja, a parte do lucro não distribuída
aos donos, mas reinvestida na empresa.
Segundo Ribeiro (2010, p. 398), as contas
representativas dos capitais próprios são classifi-
cadas da seguinte maneira:
a)	 Capital Social: conta que representa os va-
lores investidos na empresa pelos titulares
e pela conta Capital a Realizar (ou Titular
conta Capital a Realizar; Quotistas conta
Capital a Realizar; Acionistas conta Capital
a Realizar etc.), que representa a parcela
do capital já subscrita pelos sócios, porém
ainda não realizada. Poderão figurar, ain-
da nesse subgrupo, as contas que repre-
sentam o montante do capital autorizado,
bem como da parcela desse capital ainda
não subscrito;
b)	 Reservas de Capital: contas representativas
de algumas receitas que, por força do pará-
grafo 1º. do artigo 182 da Lei 6.404/1976,
não devem transitar pelo resultado do
exercício, como é o caso das receitas de-
correntes de ágio na emissão de ações e
na alienação de partes beneficiárias ou de
bônus de subscrição;
8.5 Patrimônio Líquido
Fundamentos de Contabilidade
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49
c)	 Ajustes de Avaliação Patrimonial: serão
classificadas como ajustes de avaliação pa-
trimonial, enquanto não computadas no
resultado do exercício em obediência ao
regime de competência, as contrapartidas
de aumentos ou diminuições de valor atri-
buídas a elementos do Ativo e do Passivo,
em decorrência da sua avaliação a valor
justo, nos caos previstos nesta Lei ou em
normas expedidas pela Comissão de Valo-
res Mobiliários, com base na competência
pelo parágrafo 3º. do art. 177. (parágrafo 3º.
do art. 182 Lei 6.404/1976).
d)	 Reservas de Lucros: contas representativas
das Reservas constituídas com parte dos
lucros apurados pela empresa em decor-
8.6 Resumo do Capítulo
8.7 Atividades Propostas
Saiba maisSaiba mais
Parte do lucro apurado pela empresa deve, obriga-
toriamente, ser transferida para a conta de reserva
de lucro.
Neste capítulo, estudamos o conceito, conteúdo e classificação do Balanço Patrimonial.
Aprendemos que o Balanço é composto por grupos de contas patrimoniais, que as contas do ativo
são dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez e as do passivo em ordem decrescente do grau
de exigibilidade.
Também foi demonstrado todos dos grupos de contas que devem ser utilizados para a referida
classificação.
Agora vamos avaliar sua aprendizagem.
1.	 (FERRARI, 2010, p. 75) É conta do patrimônio líquido:
a)	 Mercadorias.
b)	 Participações em coligadas.
c)	 Financiamentos.
d)	 Aplicações financeiras.
e)	 Reserva estatutária.	
2. 	 (FERRARI, 2010, p. 531) Marque a opção que indica conta do ativo imobilizado.
a)	 Obras de arte.
b)	 Benfeitorias em imóveis de terceiros.
c)	 Despesas de reorganização.
d)	 Ações de coligadas.
e)	 Empréstimos a coligadas.
rência de lei ou da vontade do proprietário,
dos sócios ou dos administradores;
e)	 Ações em Tesouraria: ações da própria em-
presa adquiridas por ela mesma;
f)	 Prejuízos Acumulados: prejuízos apurados
pela empresa no exercício atual, ou em
exercícios anteriores, até que sejam com-
pensados com lucros, saldos de reservas ou
assumidos pelos sócios.
CONTABILIDADE BÁSICA
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Corresponde à entrada de recursos para o
ativo (dinheiro ou direitos a receber) decorren-
tes, normalmente, da venda de mercadorias, de
produtos ou da prestação de serviços (IUDICIBUS,
2006), podendo, também, ser juros sobre apli-
cações financeiras ou títulos e de outros ganhos
eventuais. Exemplos:
ƒƒ recebimento por vendas de mercado-
rias, à vista ou a prazo;
ƒƒ recebimento por serviços prestados, à
vista ou a prazo;
ƒƒ recebimento de juros sobre aplicações
financeiras;
AS VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO
LÍQUIDO9
9.1 Receita
9.2 Despesa
É o consumo de bens ou serviços que, direta
ou indiretamente, deverá gerar uma receita, dimi-
nuindo o ativo ou aumentando o passivo, tendo
como finalidade a obtenção de uma receita cujo
valor seja superior à diminuição que provoca no
PL (IUDICIBUS, 2006). Exemplos:
Olá, tudo bem? Esta parte da apostila será
estudada na disciplina Contabilidade Básica, ofe-
recida no Módulo VI do curso de Administração
ƒƒ recebimento de juros sobre títulos rece-
bidos após a data do vencimento.
Deve-se observar que toda receita corres-
ponde a um crédito.
Obtenção de uma receita => Aumento de PL.
DicionárioDicionário
Receita: entrada de recursos para o ativo (dinheiro
ou direitos a receber) decorrentes, normalmente,
da venda de mercadorias, de produtos ou da pres-
tação de serviços (IUDICIBUS, 2006).
ƒƒ impostos e taxas;
ƒƒ aluguel de imóveis ou veículos;
ƒƒ depreciações;
ƒƒ energia elétrica;
ƒƒ juros pagos.
Osvaldo da Silva
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Deve-se observar que toda despesa corres-
ponde a um débito. DicionárioDicionário
Despesa: consumo de bens ou serviços que, direta
ou indiretamente, deverá gerar uma receita, dimi-
nuindo o ativo ou aumentando o passivo, tendo
como finalidade a obtenção de uma receita cujo
valor seja superior à diminuição que provoca no
PL (IUDICIBUS, 2006).
O resultado corresponde à diferença entre
as receitas e as despesas do período, podendo
9.3 Resultado
9.4 Período Contábil
9.5 Encerramento de Contas de Receita e Despesa
Receitas maiores que as despesas 	 =	 Resultado do período positivo (lucro);
Despesas maiores que as receitas	 =	 Resultado do período negativo (prejuízo);
Receitas iguais às despesas		 =	 Resultado do período nulo.
apresentar as seguintes situações: resultado posi-
tivo, negativo ou nulo.
DicionárioDicionário
Lucro: quando o total das receitas for maior que o
total das despesas.
Prejuízo: quando o total das despesas for maior
que o total das receitas.
É o espaço de tempo escolhido para que a
contabilidade demonstre a situação patrimonial e
financeira dos negócios da empresa; quando de
um ano, é também denominado exercício social
(normalmente é de um ano) (IUDICIBUS, 2006).
Com o objetivo de um acompanhamento
mais frequente, por parte da administração, do
desenvolvimento dos negócios, as informações
dos resultados devem ser mostradas em interva-
los menores (mês a mês).
Pelo menos uma vez por ano, a apuração
de resultados deve ser efetuada. Para tanto, deve-
-se efetuar a transferência do saldo das contas de
receitas e de despesas para a conta denominada
Resultado do exercício.
Tanto as contas de receitas quanto as de
despesas só poderão conter registros para um
ano ou período menor, conforme a duração do
período contábil, significando que estas deverão
possuir saldo zero no início dos períodos.
Contabilidade Básica
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53
Saiba maisSaiba mais
A apuração do resultado deve ocorrer pelo menos uma vez a cada mês, pois assim o administrador terá melhores
condições para a tomada de decisão.
Caso o total dos créditos da conta Resulta-
do do exercício seja superior ao total dos débitos,
teremos um lucro líquido; se, ao contrário, o to-
tal dos débitos for maior que o total dos créditos,
chegaremos a um prejuízo. Após apurar o resulta-
do do exercício, o procedimento será como segue
(RIBEIRO, 2010):
a)	 prejuízo: se o resultado for prejuízo,
basta debitar a conta Prejuízos acumu-
lados e creditar a conta Resultado do
exercício;
b)	 lucro: se o resultado for lucro, este de-
verá ser totalmente destinado a cobrir
prejuízos dos exercícios anteriores, à
constituição de reservas e à distribuição
aos acionistas em forma de dividendos.
Antes de dar a devida destinação do lu-
cro líquido do exercício, deve-se trans-
ferir o saldo credor da conta Resultado
do exercício para a conta Lucros acu-
mulados. Está é uma conta transitória,
tendo por finalidade receber a crédito o
lucro líquido apurado no exercício e dar
a ele as devidas destinações.
Suponhamos que a empresa apresen-
te a conta Resultado do exercício com
o saldo credor de $ 80.000, relativo ao
lucro líquido do exercício.
Faremos:
Resultado do exercício
a Lucros acumulados
Lucro líquido apurado 	 80.000,00
9.6 Destinação do Resultado do Exercício
São duas as destinações do resultado
do exercício: reservas e dividendos;
c)	 reservas: as reservas que correspon-
dem às destinações do resultado do
exercício são as reservas de lucro;
d)	 dividendos: corresponde à parte que
deverá ser distribuída aos acionistas.
As Sociedades por Ações (S/A) são obri-
gadas a distribuir, anualmente, divi-
dendos aos seus acionistas, sendo que
o critério para essa distribuição deve
constar do estatuto da empresa, con-
forme determina a lei. Dessa forma, o
percentual e a base sobre os quais serão
calculados os dividendos poderão ser
diferentes em cada companhia. Caso,
no estatuto da empresa, não conste os
critérios para distribuição, os acionistas
terão direito de receber 50% do lucro
líquido. Já para as demais sociedades, a
percentagem do lucro líquido que de-
verá ser distribuída aos sócios, se não
constar do contrato social, será decidi-
da pelos próprios sócios.
Exemplo: Suponhamos que, no estatu-
to de uma determinada empresa, cons-
te que o lucro líquido apurado em cada
exercício deve ser destinado da seguin-
te forma: 5% para reserva legal, 15%
para reserva de investimentos e o res-
tante para os acionistas. Considerando
que o lucro líquido da empresa tenha
sido de $ 80.000,00, veja como ficarão
os cálculos e a contabilização:
Osvaldo da Silva
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Cálculos:
Lucro líquido do exercício ........................................................ 	 80.000
(-) 5% para reserva legal ......................................................... 	 	 (4.000)
(=) Base de cálculo da reserva para investimentos ................ 	 76.000
(-) 15% para reserva para investimentos ................................ 	 (11.400)
(=) Saldo para dividendos ....................................................... 	 64.600
Contabilizações das destinações do lucro líquido:
Lucros acumulados
a Diversos
Pela destinação do lucro líquido etc., como segue:
a Reserva legal
Conforme disposição legal ............................................		 4.000
a Reserva para investimentos
Conforme disposição estatutária etc. ............................ 		 11.400
a Dividendos a pagar
Conforme disposição estatutária etc. ............................ 		 64.600
9.7 Demonstração de Resultado do Exercício (Dre)
Tem como objetivo demonstrar detalhada-
mente as receitas e despesas que foram utilizadas
para a apuração do lucro ou prejuízo do exercício.
Assim, podemos afirmar que, para a apuração do
lucro ou prejuízo de um exercício, não basta so-
mente a conta de resultado, também é necessária
a DRE.
Demonstração de Resultado do Exercício
Receita bruta das vendas e serviços
( - ) Deduções das vendas
( - ) Devoluções de vendas
( - ) Abatimentos sobre vendas
( - ) Imposto sobre Circulação de Mercado-
rias e Serviços (ICMS)
( - ) Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISS)
( - ) Programa de Integração Social (PIS)
( - ) Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (COFINS)
( = ) Receita líquida das vendas e serviços
( - ) Custo das mercadorias vendidas e ser-
viços
( = ) Lucro bruto (ou prejuízo bruto)
( - ) Despesas operacionais
( - ) Administrativas
( - ) Vendas
(+/-) Resultado financeiro líquido (despe-
sas financeiras menos receitas financeiras)
(+/-) Outras receitas e despesas operacio-
nais
( = ) Lucro operacional (ou prejuízo ope-
racional)
(+/-) Resultados não operacionais
( + ) Receitas não operacionais
( - ) Despesas não operacionais
( = ) Lucro (ou prejuízo) antes do impos-
to de renda e contribuição social
( - ) Provisão para o imposto de renda e
contribuição social
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( = ) Lucro (ou prejuízo) depois do im-
posto de renda e contribuição social
	( - ) Participações 		
( - ) Debêntures 		
( - ) Empregados 		
( - ) Administradores 		
( - ) Partes beneficiárias 		
( - ) Outras participações 	
( = ) Lucro líquido (ou prejuízo líquido)
do exercício
Exemplo:
Demonstração de Resultado do Exercício – Xiririka – 31.12.X1
Receita bruta das vendas e serviços							 $ 680.000
( - )	Deduções das vendas							$ (133.880)
( - ) Devoluções de vendas								 $ (9.000)
( - ) Abatimentos sobre vendas							 $ (5.000)
( - ) ICMS sobre vendas								$ (119.880)
( = )	 Receita líquida das vendas e serviços					 $ 546.120
( - )	 Custos das mercadorias vendidas e serviços				 $(236.000)
( = )	Lucro bruto									$ 310.120
( - )	Despesas operacionais							$ (48.520)
( - ) 	Administrativas								$ (20.000)
( - )	Vendas									$ (21.020)
(+/-)	 Resultado financeiro líquido							 $ (7.500)
( = )	Lucro operacional								$ 261.600
(+/-)	 Resultados não operacionais						 $ 3.300
( + ) Receitas não operacionais							 $ 9.500
( - ) Despesas não operacionais							 $ (6.200)
( = )	 Lucro antes do imposto de renda e contribuição social			 $ 264.900
( - )	 Provisão para imposto de renda e contribuição social			 $ (63.576)
( = )	 Lucro depois do imposto de renda e contribuição social		 $ 201.324
( - )	 Participações									 $ 0
( = )	 Lucro líquido							 		 $ 201.324
Este regime é universalmente adotado,
aceito e recomendado pelo Fisco, pois evidencia
o resultado da empresa (lucro ou prejuízo) de for-
ma mais adequada e completa.
As contabilizações das receitas e despesas
são efetuadas com base no fato gerador e não
quando da realização do seu pagamento ou re-
cebimento.
9.8 Regime de Competência
AtençãoAtenção
•	 A receita será contabilizada no período em
que for gerada, independentemente da data
do seu recebimento;
•	 A despesa será contabilizada no período em
que for consumida, incorrida, utilizada, inde-
pendentemente da data do seu pagamento.
Osvaldo da Silva
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9.9 Regime de Caixa
9.10 Despesas a Pagar e Receitas a Receber
Trata-se de uma forma simplificada de con-
tabilidade, aplicada basicamente às microempre-
sas ou às entidades sem fins lucrativos.
AtençãoAtenção
•	 A receita será contabilizada no momento do
seu recebimento, ou seja, quando entrar o
dinheiro no caixa (encaixe);
•	 A despesa será contabilizada no momento
do pagamento, ou seja, quando sair dinheiro
do caixa (desembolso).
Exemplo:
A empresa Xiririka vendeu, em 20X1, $
21.000 e só recebeu $ 12.000 (o restante receberá
no futuro); teve como despesa incorrida $ 16.000
e pagou, até o último dia do ano, $ 10.000.
DRE Regime de competência Regime de caixa
Receita 21.000 12.000
( - ) Despesa (16.000) (10.000)
Lucro 5.000 2.000
Com o objetivo de apurar corretamente os
resultados dentro de um exercício social, é neces-
sário que também sejam feitos os lançamentos
de ajustes, no fim do período, para a apropriação
das despesas a pagar e receitas a receber.
Despesa a pagar => o fato gerador ocorreu dentro do período contábil, mas ainda não foi paga;
Receita a receber => o fato gerador ocorreu dentro do período contábil, mas ainda não foi recebida.
ƒƒ Receita a receber
É a prestação de um serviço que não foi faturado ao destinatário e, consequentemente, não foi
recebido, mas que deverá ser registrada através de uma partida de diário de ajuste.
São Paulo, 31 de dezembro de 20XX.
Serviços a faturar (conta de ativo)
a Receita de serviços
Valor dos serviços prestados, neste período, ainda não faturados		 $ 10.000
Contabilidade Básica
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•• A conta de ativo Serviços a faturar aparecerá no balanço (saldo devedor);
•• A conta de Receita de serviços aparecerá na DRE (saldo credor).
O fato gerador da receita de serviços ocorre quando da efetiva prestação de serviços.
Quando o valor desse serviço prestado for faturado no período seguinte, o registro será:
São Paulo, ...
Contas a receber
a Serviços a faturar
Faturado o valor do serviço prestado
no período anterior, conforme Fatura 234 					 $ 10.000
Pelo recebimento da fatura, debitamos o caixa e creditamos contas a receber.
ƒƒ Despesa a pagar
Normalmente, a folha de pagamento de uma empresa é paga no início do mês seguinte; apesar
disso, a despesa deve ser atribuída ao mês vencido, porque o fato gerador da despesa de salários é o ser-
viço prestado pelos funcionários naquele mês. A seguinte partida de ajuste deverá ser feita:
São Paulo, ...
Despesas de salários
a Salários a pagar (conta de passivo)
Valor da folha de pagamento deste
mês a ser paga no mês seguinte			 				 $ 12.000
•• A conta Despesa de salário aparecerá como despesa na DRE (saldo devedor);
•• A conta Salários a pagar aparecerá no passivo do balanço (saldo credor).
Quando a folha de pagamento for paga no período seguinte, a partida de diário será feita na forma
a seguir:
São Paulo, ...
Salários a pagar
a Caixa
Valor pago relativo à folha de pagamento
do mês anterior				 				 $ 12.000
Destacamos que este ajuste também poderá ocorrer com outras despesas, como: aluguéis, impos-
tos e taxas, energia elétrica, juros etc.
Apostila contabilidade
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  • 1. Fundamentos de Contabilidade e Contabilidade Básica Osvaldo da Silva Adaptada por Osvaldo da Silva / Revisada por Luis Januário (setembro/2012)
  • 2. APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Fundamentos de Con- tabilidade e Contabilidade Básica, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital
  • 3. SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 7 FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE 1 ORIGEM, EVOLUÇÃO E DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE......................................... 9 1.1 Origem e Evolução da Contabilidade.......................................................................................................................9 1.2 Definição de Contabilidade.......................................................................................................................................10 1.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................10 1.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................10 2 OBJETIVOS E USUÁRIOS DA CONTABILIDADE...............................................................11 2.1 Objetivos...........................................................................................................................................................................11 2.2 Usuários da Contabilidade.........................................................................................................................................11 2.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................12 2.4 Atividade Proposta........................................................................................................................................................12 3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE....................................................13 3.1 Princípio da Entidade...................................................................................................................................................13 3.2 Princípio da Continuidade.........................................................................................................................................14 3.3 Princípio da Oportunidade........................................................................................................................................14 3.4 Princípio do Registro pelo Valor Original.............................................................................................................14 3.5 Princípio da Prudência.................................................................................................................................................15 3.6 Princípio da Competência..........................................................................................................................................15 3.7 Princípio da Atualização Monetária........................................................................................................................16 3.8 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................16 3.9 Atividades Propostas....................................................................................................................................................16 4 NOÇÕES BÁSICAS................................................................................................................................17 4.1 Patrimônio........................................................................................................................................................................17 4.2 Bens....................................................................................................................................................................................17 4.3 Direitos...............................................................................................................................................................................17 4.4 Obrigações.......................................................................................................................................................................18 4.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................19 4.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................19 5 ESTÁTICA PATRIMONIAL.................................................................................................................21 5.1 Ativo....................................................................................................................................................................................21 5.2 Passivo...............................................................................................................................................................................21 5.3 Patrimônio Líquido (Pl) .............................................................................................................................................21 5.4 Representação Gráfica do Patrimônio...................................................................................................................22 5.5 Situação Líquida do Patrimônio...............................................................................................................................23 5.6 Origens e Aplicações de Recursos..........................................................................................................................24 5.7 Formação e Variações do Patrimônio....................................................................................................................24
  • 4. 5.8 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................27 5.9 Atividades Propostas....................................................................................................................................................28 6 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS...................................................................................29 6.1 Contas................................................................................................................................................................................30 6.2 Livro-Razão......................................................................................................................................................................30 6.3 Lançamentos a Débito e a Crédito das Contas..................................................................................................31 6.4 Contas do Ativo => Lado Esquerdo do Balanço................................................................................................32 6.5 Contas de Passivo e de Pl => Lado Direito do Balanço...................................................................................32 6.6 Diário..................................................................................................................................................................................35 6.7 Balancete de Verificação.............................................................................................................................................36 6.8 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................37 6.9 Atividade Proposta........................................................................................................................................................37 7 PLANOS DE CONTAS..........................................................................................................................39 7.1 Conceito............................................................................................................................................................................39 7.2 Importância.....................................................................................................................................................................39 7.3 Modelo de Plano de Contas......................................................................................................................................39 7.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................42 7.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................43 8 BALANÇO PATRIMONIAL................................................................................................................45 8.1 Conceito............................................................................................................................................................................45 8.2 Conteúdo do Balanço..................................................................................................................................................45 8.3 Classificação do Ativo..................................................................................................................................................46 8.4 Classificação do Passivo..............................................................................................................................................47 8.5 Patrimônio Líquido.......................................................................................................................................................48 8.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................49 8.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................49 CONTABILIDADE BÁSICA 9 AS VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO........................................................................51 9.1 Receita...............................................................................................................................................................................51 9.2 Despesa ............................................................................................................................................................................51 9.3 Resultado..........................................................................................................................................................................52 9.4 Período Contábil............................................................................................................................................................52 9.5 Encerramento de Contas de Receita e Despesa................................................................................................52 9.6 Destinação do Resultado do Exercício..................................................................................................................53 9.7 Demonstração de Resultado do Exercício (Dre)...............................................................................................54 9.8 Regime de Competência............................................................................................................................................55 9.9 Regime de Caixa.............................................................................................................................................................56 9.10 Despesas a Pagar e Receitas a Receber..............................................................................................................56 9.11 Gastos que Beneficiam mais de um Exercício..................................................................................................58 9.12 Obrigações que se Transformam em Receita...................................................................................................59 9.13 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................60 9.14 Atividades Propostas.................................................................................................................................................61 10 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS.......................................................................................63 10.1 Atribuição de Preços aos Inventários..................................................................................................................63 10.2 Custo das Mercadorias Vendidas (Cmv)............................................................................................................68 10.3 Contabilizações que Alteram os Valores das Compras e Vendas..............................................................73
  • 5. 10.4 Resultado com Mercadorias (Rcm)......................................................................................................................77 10.5 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................78 10.6 Atividades Propostas.................................................................................................................................................78 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................79 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS......................................81 REFERÊNCIAS..............................................................................................................................................85
  • 6. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), Este material busca apresentar a você, aluno(a) do curso de Administração da Unisa, na modalidade a distância, o conteúdo das disciplinas Fundamentos da Contabilidade e Contabilidade Básica, como parte fundamental para o perfeito entendimento da Contabilidade. Essas disciplinas abordam conteúdos necessários à formação do administrador. A primeira parte desta apostila, Fundamentos da Contabilidade, fornecerá os conceitos necessários para as tomadas de decisões dos administradores. Nesta disciplina, veremos os conteúdos referentes aos estudos da origem e evolução, definições, objetivos, usuários e princípios da Contabilidade. Trabalharemos com as noções básicas, destacando a formação patrimonial das empresas, ou seja, os bens, os direitos e as obrigações. Complementaremos o estudo desta disciplina apresentando a formação e as variações do patrimô- nio de uma entidade, sendo apresentados vários exemplos. Apresentaremos, ainda, o famoso método das partidas dobradas, que será amplamente explicado e objeto de inúmeros exercícios de fixação, pois se trata de parte fundamental para o entendimento da disciplina. Finalizando o conteúdo, abordaremos plano de contas e balanço patrimonial. Já na segunda parte, Contabilidade Básica, abordaremos as variações do patrimônio líquido e ope- rações com mercadorias, nas quais estudaremos a efetiva apuração do resultado do exercício e os méto- dos de controle de estoques e suas contabilizações. Esta apostila tem como objetivo possibilitar que você identifique, aplique e avalie as técnicas con- tábeis, para atingir as finalidades de organizar, gerenciar e auxiliar no processo decisório, através de in- formações e relatório do sistema contábil. Também fornecerá informações básicas necessárias para res- ponder com segurança a questões relacionadas a como assegurar o controle do Patrimônio da Entidade e sobre a composição e variações patrimoniais. Espera-se que, com ao término destes módulos, você tenha atingido os objetivos propostos para estas disciplinas e que elas contribuam de forma significativa com a sua formação profissional, possibili- tando que você possa utilizar das ferramentas contábeis para as tomadas de decisões. Osvaldo da Silva
  • 8. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 ORIGEM, EVOLUÇÃO E DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE1 Olá, tudo bem? Veremos, agora, a origem e a evolução dessa ferramenta tão importante para o administrador. É difícil saber quando surgiu a Contabilida- de. Estudos sobre as civilizações antigas mostram que a Contabilidade é tão antiga quanto o ho- mem e que os primeiros sinais de sua existência datam de, aproximadamente, 4.000 anos a.C. As necessidades de cada período histórico fizeram com que a Contabilidade fosse se aprimo- rando. AtençãoAtenção O desenvolvimento da Ciência Contábil foi signi- ficativamente influenciado por fatos importan- tes, como o surgimento da escrita, da moeda, da prensa, o desenvolvimento da América, a in- venção da máquina a vapor, o desenvolvimento econômico e as transformações sociopolíticas e socioculturais de cada época. 1.1 Origem e Evolução da Contabilidade Caro(a) aluno(a), esta parte da apostila será estudada na disciplina Fundamentos da Contabi- lidade, do curso de Administração. Com o passar do tempo, as atividades econô- micas foram tornando-se mais complexas, fazendo com que o homem sentisse a necessidade do aper- feiçoamento do seu instrumento de avaliação da situação patrimonial. Desde Luca Pacioli (considerado o pai da Contabilidade) até os nossos dias, foram inúmeras as obras escritas sobre a área contábil, que contri- buíram para a evolução do pensamento contábil. No Brasil, a formação de profissionais na área contábil iniciou-se por volta de 1754, ainda como colônia de Portugal, com a autorização e criação do curso “Aula de Comércio” (aula tem o significado de faculdade), cuja supervisão esta- va sob responsabilidade da Junta de Comércio de Lisboa. Os formandos recebiam o nome de quarda-livros, denominação dada na época para os contadores. Após o Brasil Colônia, várias escolas com cursos na área contábil foram criadas, das quais apenas a Escola do Comércio Álvares Penteado e a Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo destacaram-se, pela relevante contribuição que deram para a evolu- ção da profissão contábil em nosso país.
  • 9. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 1.2 Definição de Contabilidade Oi, você sabe qual a definição de Contabili- dade? Vamos ver! Segundo Ribeiro (2011, p. 33), “Contabili- dade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do Pa- trimônio da empresa.” AtençãoAtenção Para Marion (2009), a Contabilidade é uma ferra- menta que tem como objetivo fornecer o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. “Contabilidade é a ciência que estuda a prá- tica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica.” (I Congresso Brasileiro de Contabilidade – RJ -1914). Saiba maisSaiba mais O objeto da contabilidade é o patrimônio da empresa. Neste capítulo, estudamos a origem, evolução e definição de contabilidade. Vimos que a contabilidade é tão antiga quanto o homem e que seu desenvolvimento foi influencia- do por fatos importantes e que a complexidade das atividades econômicas fez com que o homem tivesse a necessidade do aperfeiçoamento desse instrumento de avaliação da situação patrimonial. Vimos também que tal instrumento tem como objetivo fornecer o máximo de informações úteis para a tomada de decisão de seus usuários. 1.3 Resumo do Capítulo 1.4 Atividades Propostas Vamos, agora, avaliar sua aprendizagem! 1. Como sabemos, a Contabilidade é uma ferramenta que gera informações para a tomada de decisões com base no passado. Sabendo disso, qual seria a periodicidade (trimestral, mensal, anual) mais indicada para analisarmos os dados fornecidos por esta ferramenta? Explique. 2. Podemos afirmar que o objeto da contabilidade é o Balanço Patrimonial? Explique.
  • 10. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 Agora que você já sabe a definição, qual seria o objetivo da Contabilidade?Vamos lá! 2.1 Objetivos 2.2 Usuários da Contabilidade OBJETIVOS E USUÁRIOS DA CONTABILIDADE2 AtençãoAtenção O objetivo principal da Contabilidade é gerar informações necessárias para a tomada de de- cisões pelos usuários internos e/ou externos das informações contábeis. São vários os usuários das informações con- tábeis, tendo cada um sua necessidade específica. Podemos destacar os seguintes: Quadro 1 – Usuários da Contabilidade. Internos Necessidades Proprietários Obter informações sobre: os resultados globais da empresa (lucro ou prejuízo), o re- torno do capital investido e a eficiência da empresa na utilização dos seus recursos, a eficácia dos gestores, o grau de endividamento, entre outros. Administradores, gerentes ou diretores Obter informações para avaliar o desempenho dos seus subordinados e acompanhar a evolução da empresa frente aos objetivos traçados no planejamento global e tomada decisão. Externos Necessidades Investidores Saber sobre o retorno de seus investimentos na empresa e, principalmente, sobre a distribuição de dividendos. Também a utilizam para projetar os resultados futuros da empresa. Fornecedores Verificar o grau de endividamento da empresa e qual o seu volume de vendas. Clientes Saber se a situação econômica e financeira da empresa é equilibrada, de forma que permita a continuidade de suas operações, podendo continuar fornecendo seus pro- dutos ou serviços; e conhecer a capacidade de estocagem e fornecimento da empresa. Instituições financeiras Conhecer a capacidade financeira e a posição de endividamento de qualquer empresa que deseje ser tomadora de empréstimos ou financiamentos. Sindicatos de empregados Verificar a situação financeira da empresa antes de reunir-se com seus dirigentes para negociar melhorias salariais para seus colaboradores. Entidades governamentais Fisco: verificar se a empresa está cumprindo os seus compromissos fiscais. Governo: pode existir o interesse em mensurar a necessidade de apoio governamental para setores estratégicos para o país. Organizações não governa- mentais Obtenção de informações sobre investimentos na proteção do meio ambiente ou aju- da à população menos favorecida. Fonte: Nagatsuda e Teles (2002).
  • 11. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 Saiba maisSaiba mais A tributação do Imposto de Renda é efetuada com base nas informações geradas pela contabilidade. DicionárioDicionário Fisco:“Conjunto de órgãos públicos responsável pela determinação e arrecadação de impostos, taxas etc.” (HOUAISS;VILLAR, 2001, p. 1349) Essas necessidades demonstram a impor- tância da Contabilidade no contexto empresarial contemporâneo. Neste capítulo estudamos qual o objetivo da Contabilidade e seus respectivos usuários. Vimos que cada usuário utiliza as informações contábeis de formas diferentes. No entanto, todos estão sempre preocupados com a situação financeira da organização. Podemos concluir que as informações contábeis devem ser confiáveis, pois caso contrário poderá prejudicar as tomadas de decisões de seus usuários. 2.4 Atividade Proposta 2.3 Resumo do Capítulo Vamos avaliar sua aprendizagem. 1. Complete a frase: O objetivo da contabilidade é ______________:
  • 12. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 Caro(a) aluno(a), tudo bem? Neste capítulo, vamos conhecer os princípios da Contabilidade. A exemplo do que ocorre com as demais atividades, a Contabilidade também possui prin- cípios que fundamentam a execução dos traba- lhos contábeis e que devem ser utilizados pelos contadores, de forma a garantir que a escritura- ção e as demonstrações contábeis, de qualquer tipo de empresa, reflitam de maneira adequada a sua situação patrimonial, financeira e econômi- ca em determinado momento, possibilitando aos vários usuários a tomada de decisões com segu- rança. Caso o contador não obedeça tais princí- pios, este estará sujeito desde uma advertência até a suspensão do exercício profissional. Franco (1998, p. 13) afirma que a finalidade prática da fixação dos cha- mados princípios contábeis é a de servir de guia ou parâmetro para o registro de fatos e a elaboração de demonstrações dentro de regras uniformes que facilitem a função informativa da contabilidade. A profissão contábil deve observar os prin- cípios explicados a seguir, conforme determina a Resolução nº 750, de 29 de dezembro de 1993, do Conselho Federal de Contabilidade (NAGATSUDA; TELES, 2002). PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE3 AtençãoAtenção A fixação dos princípios serve como guia ou pa- râmetro para o registro de fatos e a elaboração de demonstrações dentro de regras uniformes que facilitem a função informativa da Contabilidade. Necessidade de diferenciar o patrimônio da empresa do patrimônio dos seus sócios acionis- tas ou proprietários (FERRARI, 2010). Exemplo: O Senhor Patinhas, sócio da em- presa Xiririka Comércio de Alimentos, reside no mesmo prédio em que está locada a sede da em- presa. A empresa utiliza o andar térreo para as suas atividades e o sócio, o andar superior como residência. Existe apenas um contrato de locação do imóvel e o valor do aluguel é de $ 2.000,00 (dois mil). De acordo com o princípio da entidade, não podemos considerar o total do aluguel ($ 2.000,00) como despesa da empresa, mas atri- 3.1 Princípio da Entidade buir parte para a empresa e parte para o proprie- tário. A determinação da parcela que cabe às par- tes deverá ser feita pelo contador, com base na área utilizada pela empresa e pelo proprietário, como veremos a seguir. Sabendo-se que a área do imóvel é de 230 m2 e que somente 70% são utilizados pela empre- sa para execução de suas atividades, podemos dizer que a empresa deve assumir, como despe- sa, apenas $ 1.400,00, conforme demonstrado a seguir.
  • 13. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 70% => para a empresa $1.400,00 30% => para o proprietário $ 600,00 100% $2.000,00 O registro do contrato social da empresa na Junta Comercial e órgãos públicos caracteriza o seu nascimento, que não tem data definida para o encerramento de suas atividades. A partir deste registro, todas as suas operações (compra de mer- cadorias, vendas, contratação de financiamentos, realização de investimentos) darão sustentação à continuidade da empresa. Exemplo: A empresa Xiririka necessita con- trair um empréstimo bancário para aquisição de um veículo, que será utilizado para entrega de mercadorias aos seus clientes. Considerando a continuidade da empresa, o banco concede o empréstimo, pois existe a expectativa de geração de resultados futuros, que serão capazes de hon- rar as parcelas. Saiba maisSaiba mais Não podemos misturar o patrimônio da empresa com o patrimônio dos sócios ou proprietários. 3.2 Princípio da Continuidade 3.3 Princípio da Oportunidade 3.4 Princípio do Registro pelo Valor Original Tem como preocupação básica o reconheci- mento, nos registros contábeis, de todas as varia- ções patrimoniais ocorridas na empresa, de forma que as informações contábeis representem fiel- mente a situação do patrimônio em determina- do período, utilizando para este fim, sempre que possível, a documentação hábil e comprobatória de todas as transações. Exemplo: Ao registrar todas as operações ocorridas no mês de junho na empresa Xiririka, o contador percebe a falta do recebimento do comprovante referente ao consumo de água. No entanto, sabe-se que a despesa ocorreu, não ten- do apenas o documento no momento; portanto, com base neste princípio, o contador registra essa despesa pelo valor do período anterior (maio). Nesse caso, estamos considerando, em junho, a mutação do patrimônio da empresa por um valor aproximado, mas não deixaremos de registrar o fato. Após a localização do documento (conta de água), faremos o ajuste do valor. Todos os elementos patrimoniais devem ser registrados pela contabilidade, por seus valores originais (valor de aquisição), expressos em moe- da corrente no país, incluindo-se, ainda, todos os gastos necessários para colocar o bem em condi- ções de gerar benefícios para a empresa, os quais podem ser presentes ou futuros. No caso de tran- sações em moeda estrangeira, estas devem ser transformadas em moeda nacional no momento do seu registro contábil. Exemplo: A empresa Xiririka adquiriu um terrenonovalorde$70.000,00(setentamil),onde deseja construir um novo prédio com o objeti-
  • 14. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 vo de expandir suas operações. Passado algum tempo, a empresa recebe a informação de que, nas proximidades do terreno, será construído um centro empresarial, o que valorizou o imóvel em $ 30.000,00 (trinta mil). Embora o valor de mercado do terreno seja de $ 100.000,00 (cem mil), a contabilidade mante- rá seu valor em $ 70.000,00 (setenta mil), pois, de acordo com este princípio, não podemos alterar o valor desse bem que faz parte do patrimônio da empresa. Apesar de esta ser a regra, existem duas exceções no caso brasileiro, a saber: ƒƒ quando o valor de mercado do bem é menor que o custo histórico: o valor pode ser ajustado para o valor de mer- cado, desde que se tenha certeza que não conseguirá reverter essa perda de valor no futuro; ƒƒ quando o valor de mercado do bem é maior que o custo histórico: a princípio, não se pode antecipar lucros futuros, porém existe um instrumento, chama- do tecnicamente de reavaliação, utiliza- do somente para bens tangíveis opera- cionais. Nesse caso, a empresa contrata três peritos ou empresa especializada, com o objetivo da emissão de um lau- do de avaliação, que atestará o valor do bem e a sua vida útil (tempo de dura- ção) remanescente, possibilitando a al- teração do valor do bem pela empresa contratante. 3.5 Princípio da Prudência 3.6 Princípio da Competência Diante de duas alternativas, igualmente vá- lidas, para a quantificação da variação patrimo- nial, devemos adotar o menor valor para os bens ou direitos e o maior valor para as obrigações. Exemplo: Um colaborador da empresa Xiriri- ka entra na justiça trabalhista pedindo $ 40.000,00 de indenização. O contador da empresa procura um advogado e solicita sua opinião sobre o pro- cesso. O advogado informa que existe a possibi- lidade de 50% de o colaborador ganhar a causa e de 50% de não receber nada. Seguindo o princí- pio da prudência, o contador resolve provisionar o valor de $ 40.000,00 como uma contingência trabalhista (exigibilidade). Todas as receitas e despesas devem ser re- gistradas de acordo com o fato gerador no perío- do de competência, independentemente de te- rem sido recebidas (receitas) ou pagas (despesas). Como podemos verificar, este princípio não está relacionado aos recebimentos ou pagamentos, mas ao reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas (ocorridas) em determi- nado período. Exemplo: A empresa Xiririka emitiu uma nota fiscal de venda e entregou a mercadoria no dia 15 de janeiro de 20XX, porém essa venda foi realizada a prazo, ou seja, o seu vencimento ocor- rerá somente em 15 de fevereiro de 20XX. Nesse caso, devemos registrar essa venda no mês da ge- ração de receita (janeiro), independentemente de o recebimento ser em outro período (fevereiro).
  • 15. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 No caso de um ambiente inflacionário, re- fere-se ao ajuste dos valores dos componentes patrimoniais, devido à perda do poder aquisitivo, mediante aplicação de indicadores oficiais que reflitam a variação do poder aquisitivo da moeda. A aplicação deste princípio ficou prejudica- da desde a publicação da Lei nº 9.249/95. 3.7 Princípio da Atualização Monetária 3.8 Resumo do Capítulo 3.9 Atividades Propostas Neste capítulo, estudamos os princípios da Contabilidade que fundamentam a execução dos tra- balhos contábeis e que devem ser utilizados pelos contadores, de forma a garantir que a escrituração das demonstrações contábeis reflita de maneira adequada a situação patrimonial, financeira e econômica da empresa. Vamos, agora, avaliar sua aprendizagem. 1. Sabendo-se que a empresa XYZ utiliza somente 35% de uma área de 100 m2 para a execução de suas atividades e que o restante é utilizado pelos sócios, qual seria o valor do aluguel que caberia para a empresa? Valor total do aluguel $ 2.000,00. 2. Ao registrar todas as operações do mês realizadas pela empresa, você identifica a falta da conta de luz do mês de fevereiro. Diante deste fato, qual deve ser a sua providência para a contabili- zação do valor?
  • 16. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Agora, vamos conhecer o patrimônio de uma empresa. Você sabe dizer qual o seu patrimônio? Vamos lá! Percebeu que o patrimônio não é apenas os bens que possuímos. Vamos continuar! NOÇÕES BÁSICAS4 4.1 Patrimônio 4.2 Bens 4.3 Direitos AtençãoAtenção Sob o ponto de vista contábil, patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações. São as coisas que satisfazem às necessida- des do homem e são capazes de avaliação econô- mica. Podem ser: ƒƒ materiais: são os objetos que a empresa tem para uso (computadores, automó- veis, mesas, cadeiras), troca (mercadorias e dinheiro) ou consumo (material de lim- peza, material de escritório); ƒƒ imateriais: são determinados gastos que, por sua natureza e por determi- nação da legislação, são parte do pa- trimônio, como benfeitorias feitas pela empresa em bens de terceiros (reforma de imóveis alugados), direito de uso de marcas etc. São todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros, provenientes de tran- sações de crédito, como, por exemplo, vendas a prazo: duplicatas a receber, títulos a receber, alu- guéis a receber etc.
  • 17. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 Exemplos: Duplicatas a receber => Venda de um automóvel a prazo; Títulos a receber => Venda de um terreno a prazo. Observe que as contas que representam os direitos estão sempre acompanhadas da expres- são‘a receber’. É importante salientar que a conta “Duplicatas a receber”também pode ser denomi- nada Clientes. São todos os valores que a empresa tem de pagar a terceiros, tais como: duplicatas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, aluguéis a pa- gar, títulos a pagar, contas a pagar etc. 4.4 Obrigações Exemplos: Duplicatas a pagar => Compra de mercadorias a prazo; Títulos a pagar => Compra de terrenos a prazo; Salários a pagar => Salário dos colaboradores a ser pago no mês seguinte. Observe que as contas que representam as obrigações estão sempre acompanhadas da expressão ‘a pagar’. É importante salientar que a conta “Duplicatas a pagar” também pode ser de- nominada Fornecedores. Podemos constatar que determinada obri- gação num patrimônio corresponde a um direito igual em outro patrimônio e vice-versa. Exemplo: Venda de um automóvel a prazo: No patrimônio do comprador => Duplicatas a pagar ou Fornecedores => Crédito; No patrimônio do vendedor => Duplicatas a receber ou Clientes => Débito.
  • 18. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Quadro 2 – Patrimônio. BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES Caixa (dinheiro) Bancos: conta movimento Veículos Mercadorias Equipamentos Joias Obra de arte Vestuário Maquinaria Imóveis Duplicatas a receber (clientes) Aluguéis a receber Dividendos a receber 13º Salário a receber Títulos a receber Salários a receber Duplicatas a pagar (fornecedor) Aluguéis a pagar Dividendos a pagar 13º Salário a pagar Títulos a pagar Salários a pagar Impostos a pagar Contribuições a recolher Dividendos a pagar 4.5 Resumo do Capítulo 4.6 Atividades Propostas Saiba maisSaiba mais Usamos duplicatas a pagar ou a receber quando realizamos operações que serão pagas ou recebidas no futuro, através da emissão de nota fiscal. Exemplos: compra ou venda de mercadorias, móveis e utensílios etc. Játítulosapagarouareceberdevemserutilizadosnastransaçõesquenãoenvolvamemissãodenotafiscal,ouseja,terrenos, imóveis etc. Neste capítulo, estudamos a definição de patrimônio, bens, direitos e obrigação, quebrando o pa- radigma de que o patrimônio é composto de apenas bens. Ainda foi possível aprender que as contas de direitos e obrigações, normalmente, são identificadas pela expressão“a receber”ou“a pagar”respectivamente. Podemos ver também que uma determinada obrigação em um patrimônio representa um direito igual em outro patrimônio e vice-versa. Agora que finalizamos este capítulo, vamos verificar se você fixou o conteúdo, assim, responda às questões a seguir. 1. No plano de contas da Cia.Tico eTeco, constavam as contas a seguir relacionadas. Classifique-as em contas de: ativo, passivo e patrimônio líquido. Terrenos - Mercadorias - Materiais de escritório - Capital - Contas a receber - Contas a pagar -Aluguéis a pagar - Fornecedores - Duplicatas a pagar - Veículos - Títulos a receber - Divi- dendos a pagar - Instalações - Equipamentos - Clientes - Caixa - Almoxarifado de materiais Máquinas - Empréstimos bancários - Móveis e utensílios - Salários a pagar - Bancos: Conta movimento - Capital a integralizar.
  • 19. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 2. Descubra a(s) irregularidade(s) do Balanço Patrimonial abaixo e elabore-o corretamente. ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Caixa 34.000,00 Contas a Pagar 20.000,00 Estoque de Mercadorias 32.000,00 Promissórias a Pagar 100.000,00 Duplicatas a Receber 6.000,00     Móveis e Utensílios 3.000,00     Veículos 25.000,00             Direitos   Patrimônio Líquido   Imóveis 100.000,00 Capital 80.000,00 Clientes 22.000,00 Fornecedores 22.000,00         Total 222.000,00 Total 222.000,00
  • 20. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 Bom, agora vamos ver quais são as contas correspondentes aos bens, direitos e obrigações que devem ser distribuídas entre o ativo e o pas- sivo da entidade. ESTÁTICA PATRIMONIAL5 Corresponde aos bens e direitos que a em- presa possui: ƒƒ bens:caixa(valorqueestánocaixadaem- presa), bancos: conta movimento (valor que está depositado nas conta-correntes da empresa em bancos), mercadorias, imóveis, veículos, equipamentos etc.; 5.1 Ativo 5.2 Passivo 5.3 Patrimônio Líquido (Pl) Corresponde às obrigações que a empresa tem que pagar a terceiros: ƒƒ obrigações: duplicatas a pagar/fornece- dores, contas a pagar, salários a pagar, impostos a pagar etc. As contas do passivo devem ser discrimina- das no lado direito do balanço patrimonial. É a diferença entre os valores do ativo e do passivo de uma empresa, em determinado mo- mento. ƒƒ direitos: títulos a receber, duplicatas a receber/clientes, aluguéis a receber etc. As contas do ativo devem ser discriminadas no lado esquerdo do balanço patrimonial.
  • 21. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 Exemplo: Ativo da empresa => $ 15.000,00 Passivo da empresa => $ 3.000,00 Patrimônio líquido => $ 12.000,00 As fontes do PL podem ser provenientes de: ƒƒ investimentos efetuados pelos proprie- tários em troca de ações, quotas ou ou- tras participações; ƒƒ lucros acumulados da empresa. Tabela 1 – Exemplo de balanço patrimonial. Xiririka da Serra S/A Balanço Patrimonial de 31/10/20XX ATIVO Componentes positivos Bens Caixa 1.500,00 Bancos 800,00 Equipamentos 2.700,00 Máquinas 500,00 Mercadorias 2.500,00 Direitos Duplicatas a receber 2.000,00 TOTAL 10.000,00 PASSIVO Componentes negativos Obrigações Fornecedores 2.500,00 Títulos a pagar 2.800,00 PL Capital 4.000,00 Lucros 700,00 TOTAL 10.000,00 DicionárioDicionário Ativo: bens e direitos que a empresa possui. Passivo: obrigações que a empresa tem que pagar a terceiros. PL: diferença entre os valores do ativo e do passivo de uma empresa. Saiba maisSaiba mais A soma do ativo (bens e direitos) sempre será igual à soma do passivo (obrigações) e do patrimônio líquido. 5.4 Representação Gráfica do Patrimônio
  • 22. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 O PL consiste na diferença entre o Ativo (A) e o Passivo (P). Não podemos imaginar que uma empresa apresente o seu ativo ou passivo negativos. As- sim, os elementos patrimoniais poderão assumir somente os seguintes valores: A > ou = 0 P > ou = 0 PL > ou < 0 Com base na equação do balanço (A – P = PL), podemos afirmar que, em dado momento, o patrimônio da empresa poderá assumir uma das seguintes situações: 1. Quando A > P, teremos PL > 0: Revela existência da riqueza própria. Ativo Passivo Bens 30 Obrigações 30 Direitos 20 Situação líquida 20 TOTAL 50 TOTAL 50 2. Quando A > P e P = 0, teremos PL > 0: Revela inexistência de dívidas (passivo). Ativo Passivo Bens 30 Obrigações 0 Direitos 20 Situação líquida 50 TOTAL 50 TOTAL 50 3. Quando A = P, teremos PL = 0: Revela inexistência de riqueza própria. Po- demos citar o exemplo de uma empresa que pos- sui bens à sua disposição que ainda não foram pagos. Ativo Passivo Bens 50 Obrigações 50 Situação líquida 0 TOTAL 50 TOTAL 50 4. Quando P > A, teremos PL < 0: Revela má situação, ou seja, a existência de “passivo a descoberto”(PL negativo). Ativo Passivo Bens 15 Obrigações 50 Direitos 5 Situação líquida (30) TOTAL 20 TOTAL 20 5. Quando P > A e A = 0, teremos PL < 0: Revela a existência apenas de dívidas (obri- gações) e a inexistência de ativo (bens e direitos). Ativo Passivo Bens 0 Obrigações 50 Direitos 0 Situação líquida (50) TOTAL 0 TOTAL 0 Devemos observar que as situações 4 e 5 apresentam uma situação líquida negativa, de- monstrando, principalmente na última, que a em- presa praticamente não tem condições de subsis- tência. 5.5 Situação Líquida do Patrimônio DicionárioDicionário Passivo a descoberto: é quando o total do ativo (bens e direitos) é menor que o total do passivo (obrigações)
  • 23. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 Ao observarmos o balanço patrimonial, po- demos visualizar o total de recursos que a empre- sa obteve e que estão à sua disposição. O passivo mostra onde a empresa obteve esses recursos e o ativo, onde esses recursos foram aplicados. Passivo – Origem dos Recursos Segundo Ribeiro (2010, p. 20-21), os recursos totais que estão à disposição da empresa podem originar-se de duas fontes: a) Recursos de terceiros – correspon- dem às obrigações, isto é, são recursos de terceiros que a empresa utiliza no seu giro normal. Esses recursos, por sua vez, provêm de duas fontes: Débitos de funcionamento (débito no sentido de dívida) – obrigações que sur- gem em decorrência da gestão normal da empresa, como as obrigações a for- necedores, obrigações fiscais, obrigações trabalhistas e outras; Débitos de financiamento – recursos obtidos pela empresa junto a terceiros em forma de empréstimos. b) Recursos próprios – também podem provir de suas fontes: Proprietários ou sócios – parcela do ca- pital que foi investida na empresa pelo titular ou pelos sócios; Giro normal – acréscimos ocorridos no Patrimônio Líquido em decorrência da gestão normal da empresa. Esses acrés- cimos são obtidos pelos lucros, que po- derão estar representados em contas de reservas. Ativo – Aplicação de Recursos O ativo mostra onde os recursos, cujas ori- gens estão demonstradas no lado do passivo, fo- ram aplicados, podendo a empresa aplicar seus recursos em bens e direitos. 5.6 Origens e Aplicações de Recursos 5.7 Formação e Variações do Patrimônio Veremos, a seguir, exemplos de formação e variações que podem ocorrer no patrimônio de uma empresa. A demonstração gráfica do patrimônio da Xiririka da Serra, no momento da sua criação, re- cebendo o valor correspondente à integralização de seu capital, é: Balanço Patrimonial de Xiririka da Serra S/A em 30/11/20XX Ativo Passivo Bens Caixa 50.000,00 Obrigações PL Capital 50.000,00 Total 50.000,00 Total 50.000,00 Ativo Caixa => dinheiro que está entrando na empresa; Passivo / PL Capital => obrigação da empresa para com seus acionistas.
  • 24. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 A partir de sua criação, a empresa realiza as seguintes operações: ƒƒ Compra de terrenos, à vista, no valor de $ 5.000,00; ƒƒ Compra de equipamentos, à vista, no valor de $ 1.000,00; ƒƒ Aquisição de um caminhão, à vista, no valor de $ 1.500,00: Ativo Passivo Bens Caixa 42.500,00 Terrenos 5.000,00 Equipamentos 1.000,00 Veículos 1.500,00 Obrigações PL Capital 50.000,00 Total 50.000,00 Total 50.000,00 Ativo => sofreu as seguintes alterações: Caixa => diminui o ativo com a saída de $ 7.500,00; Terreno => aumenta o ativo pela entrada do bem Terreno; Equipamentos => aumenta o ativo pela entrada do bem Equipamento; Veículos => aumenta o ativo pela entrada do bem Veículo. Passivo => não sofreu alterações ƒƒ Adquire mercadorias, a prazo, no valor de $ 500,00: Ativo Passivo Bens Caixa 42.500,00 Terrenos 5.000,00 Equipamentos 1.000,00 Veículos 1.500,00 Mercadorias 500,00 Obrigações Fornecedores 500,00 PL Capital 50.000,00 Total 50.500,00 Total 50.500,00 Ativo => sofreu a seguinte alteração: Mercadoria => aumenta o ativo pela entrada do bem Mercadoria. Passivo => sofreu a seguinte alteração: Fornecedores => aumenta o passivo com a dívida com Fornecedores. Poderia ser utilizada a conta: Duplicatas a pagar.
  • 25. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 ƒƒ Vende mercadorias, a prazo, pelo valor de $ 300,00: Ativo Passivo Bens Caixa 42.500,00 Terrenos 5.000,00 Equipamentos 1.000,00 Veículos 1.500,00 Mercadorias 200,00 Clientes 300,00 Obrigações Fornecedores 500,00 PL Capital 50.000,00 Total 50.500,00 Total 50.500,00 Ativo => sofreu a seguinte alteração: Mercadoria => diminui o ativo com a venda do bem Mercadoria; Clientes => aumenta o ativo com o direito de receber de seus clientes. Poderia ser utilizada a conta: Duplicatas a receber. ƒƒ Paga aos seus fornecedores, em dinhei- ro, o valor de $ 100,00: Ativo Passivo Bens Caixa 42.400,00 Terrenos 5.000,00 Equipamentos 1.000,00 Veículos 1.500,00 Mercadorias 200,00 Clientes 300,00 Obrigações Fornecedores 400,00 PL Capital 50.000,00 Total 50.400,00 Total 50.400,00 Ativo => sofreu a seguinte alteração: Caixa => diminui o ativo pela saída do bem Dinheiro; Passivo => sofreu a seguinte alteração: Fornecedores => diminui o passivo pelo pagamento aos seus Fornecedores.
  • 26. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 ƒƒ Recebe de seus clientes, em cheque, o valor de $ 150,00: Ativo Passivo Bens Caixa 42.400,00 Terrenos 5.000,00 Equipamentos 1.000,00 Veículos 1.500,00 Mercadorias 200,00 Bancos 150,00 Direitos Clientes 150,00 Obrigações Fornecedores 400,00 PL Capital 50.000,00 Total 50.400,00 Total 50.400,00 Ativo => sofreu a seguinte alteração: Clientes => diminui um direito da empresa; Bancos => entra, na empresa, o bem Bancos: Conta movimento. Saiba maisSaiba mais A conta capital a integralizar ou capital a realizar são contas redutoras no patrimônio Líquido. Assim, deve aparecer no Balanço Patrimonial de forma negativa. Neste capítulo, estudamos as contas que devem figurar no ativo, passivo e patrimônio líquido, a representação gráfica do patrimônio, a situação líquida do patrimônio, origens e aplicações de recursos e exemplos de formação e variações do patrimônio. Na representação gráfica foi possível ver como as contas de bens, direitos e obrigações são classifi- cadas no balanço patrimonial. Já a situação líquida do patrimônio demonstrou as possíveis situações que o patrimônio de uma empresa pode assumir. Ainda foi possível demonstrar as origens e aplicações de recursos, bem como exemplificar as for- mação e variações que podem ocorrer em um patrimônio. 5.8 Resumo do Capítulo
  • 27. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 Agora que finalizamos o capítulo, responda às questões abaixo. 1. Qual das alterações a seguir é determinada pela compra de um veículo a prazo, na soma do balanço patrimonial? a) Aumento do ativo e diminuição do passivo. b) Aumento do passivo e diminuição do ativo. c) Aumento do ativo e aumento do passivo. d) Diminuição do ativo e diminuição do passivo. e) Não altera a soma do ativo nem a do passivo. 2. A liquidação de uma dívida é uma operação que: a) Diminui o passivo e o patrimônio líquido e aumenta o ativo. b) Diminui o passivo e o ativo. c) Aumenta o ativo e diminui o passivo. d) Diminui o ativo e o passivo e aumenta o patrimônio líquido. e) Diminui e aumenta o patrimônio líquido. 5.9 Atividades Propostas
  • 28. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 Caro(a) aluno(a), você já ouviu falar em mé- todo das partidas dobradas? Não? Então vamos estudar este ponto, que é crucial para o entendi- mento da Contabilidade. Método universalmente aceito, criado por Luca Pacioli, no século XV, e que consiste no fato de que um débito efetuado em uma ou mais con- tas deve corresponder a um crédito equivalente em uma ou mais contas, de maneira que a soma dos valores dos débitos seja igual à soma dos va- lores dos créditos, conforme exemplos a seguir: $ 20,00 $ 30,00 $ 30,00 $ 20,00 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS6 a) Débito na conta Caixa $ 50,00 Crédito na conta Capital $ 50,00 b) Débito na conta Mercadorias $ 10,00 Débito na conta Equipamentos $ 10,00 Crédito na conta Caixa $ 20,00 c) Débito na conta Equipamentos $ 20,00 Crédito na conta Caixa $ 10,00 Crédito na conta Fornecedores $ 10,00 d) Débito na conta Mercadorias $ 10,00 Débito na conta Equipamentos $ 10,00 Débito na conta Mercadorias $ 10,00 Crédito na conta Caixa $ 20,00 Crédito na conta Fornecedores $ 10,00 AtençãoAtenção Método das partidas dobradas: um débito efe- tuado em uma ou mais contas deve corresponder a um crédito equivalente em uma ou mais contas, de maneira que a soma dos valores dos débitos seja igual à soma dos valores dos créditos.
  • 29. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 É a nomenclatura que identifica um compo- nente patrimonial (bens, direitos, obrigações ou patrimônio líquido) ou de resultado (despesa ou receita), representando, graficamente, os débitos e créditos relativos a fatos administrativos de uma empresa. 6.1 Contas 6.2 Livro-Razão Modelo de conta (Título da conta) Cód. ... Data Operações Débito Crédito D/C Saldo Exemplos: CAIXA Data Operações Débito Crédito D/C Saldo 20-07-94 a Capital 17.000 D 17.000 CAPITAL Data Operações Débito Crédito D/C Saldo 20-07-94 a Caixa 17.000 C 17.000 Ferrari(2010,p.154)defineorazonetecomo “a representação gráfica de uma conta, com utili- zação em ‘T’, onde do lado esquerdo é lado dos débitos e o lado direito é o lado dos créditos.” É um livro obrigatório, no qual devemos agrupar os valores em contas de mesma natureza e de forma racional. Devemos efetuar o registro, no livro-razão, em contas individualizadas, para termos controle por conta. Seguindo esse critério, devemos regis- trar na conta Caixa todos os valores correspon- dentes às operações que a afetam, debitando-se ou creditando-se nesta conta, podendo a qual- quer momento apurar o seu saldo. O saldo de conta é a diferença entre o total dos seus débitos e o total dos seus créditos, po- dendo este ser devedor ou credor, dependendo da sua natureza.
  • 30. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 Caixa Débito Crédito 50,000,00 10.000,00 30.000,00 20.000,00 40.000,00 10.000,00 Total 120.000,00 Total 40.000,00 Saldo 80.000,00 Duplicatas a pagar Débito Crédito 5,000,00 10.000,00 3.000,00 20.000,00 4.000,00 10.000,00 Total 12.000,00 Total 40.000,00 Saldo 28.000,00 O saldo da conta Caixa é devedor, pois esta conta é de natureza devedora. Observação: Todas as contas de na- tureza devedora terão saldo devedor (lado esquerdo). O saldo da conta Duplicatas a pagar é credor, pois esta conta é de natureza credora. Observação: Todas as contas de natu- reza credora terão saldo credor (lado direito). 6.3 Lançamentos a Débito e a Crédito das Contas Independentemente da natureza da conta (devedora ou credora), os débitos serão efetua- dos do lado esquerdo e os créditos, do lado direi- to, conforme exemplificação a seguir: Título da conta Débito Crédito esquerdo direito Saiba maisSaiba mais O razão é livro que permite o controle do movimen- to de cada conta, separadamente. Para isso deve-se abrir um“T”para cada conta usada. Todas as operações ocasionam aumentos e diminuições do ativo, do passivo e do patrimônio líquido. Como falamos anteriormente, as contas possuem dois lados (esquerdo e direito); os au- mentos devem ser registrados em um lado e as diminuições no outro, pois será a natureza da conta (devedora ou credora) que irá determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e as dimi- nuições, como veremos a seguir.
  • 31. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 As contas que compõem o ativo (bens e di- reitos) figuram do lado esquerdo do balanço. Os aumentos e diminuições devem ser registrados da seguinte maneira: Qualquer conta do ativo D C Aumentos Diminuições ( + ) ( - ) 6.4 Contas do Ativo => Lado Esquerdo do Balanço 6.5 Contas de Passivo e de Pl => Lado Direito do Balanço As contas que compõem o passivo e o PL figuram do lado direito do balanço. Os aumentos e diminuições devem ser registrados da seguinte maneira: Qualquer conta do passivo ou do PL D C Diminuições Aumentos ( - ) ( + ) Quando a conta do PL for negativa, esta estará no lado direito do balanço (passivo), de forma redutora (subtraindo). Exemplos: prejuízo acumulado, capital a integralizar etc. AtençãoAtenção Perceba que as contas do passivo ou patrimônio lí- quido funcionam exatamente iguais à nossa conta- -correntenobanco,ouseja,quandodebitamososal- do diminui e quando creditamos o saldo aumenta. Exemplo: 1. Integralização de capital no valor de $ 50.000: ƒƒ aumento do ativo Caixa => debita-se Caixa; ƒƒ aumento do PL => credita-se Capital. Caixa D C (1) 50.000,00 Capital D C 50.000,00 (1)
  • 32. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 Se essas operações tivessem sido represen- tadas em contas reais e não nos razonetes simpli- ficados, teríamos o seguinte: Caixa Data Operações Débito Crédito D/C Saldo 20-07-94 a Capital 50.000 D 50.000 Capital Data Operações Débito Crédito D/C Saldo 20-07-94 a Caixa 50.000 C 50.000 2. Compra de terrenos no valor de $ 2.200,00 (à vista): ƒƒ aumento do ativo Terrenos => debita-se Terrenos; ƒƒ diminuição do ativo Caixa => credita-se Caixa. Terrenos D C (2) 2.200,00 Caixa D C (1) 50.000,00 2 200,00 (2) 3. Venda de terrenos no valor de $ 1.100 (a prazo): ƒƒ diminuição do ativo Terrenos => credita-se Terrenos; ƒƒ aumento do ativo Títulos a receber => debita-se Títulos a receber. Terrenos D C (2) 2.200,00 1.100,00 (3) Títulos a receber D C (3) 1.100,00
  • 33. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 4. Compra de materiais no valor de $ 8.800 (a prazo): ƒƒ aumento do ativo Materiais => debita-se Materiais; ƒƒ aumento do passivo Duplicatas a pagar => credita-se Duplicatas a pagar. Materiais D C (4) 8.800,00 Duplicatas a pagar D C 8.800,00 (4) 5. Compra de móveis e utensílios (duas mesas, quatro cadeiras, uma máquina de escrever e uma de calcular) no valor de $ 5.000 (a prazo): ƒƒ aumento do ativo Móveis e utensílios => debita-se Móveis e utensílios; ƒƒ aumento do passivo Duplicatas a pagar => credita-se Duplicatas a pagar. Móveis e utensílios D C (5) 5.000,00 Duplicatas a pagar D C 8.800,00 5.000,00 (5) 6. Recebimento de dívida no valor de $ 1.000: ƒƒ aumento do ativo Caixa => debita-se Caixa; ƒƒ diminuição do ativo Títulos a receber => credita-se Títulos a receber. Caixa D C 50.000,00 2.200,00 (6) 1.000,00 Títulos a receber D C 1.100,00 1.000,00 (6)
  • 34. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 7. Pagamento de dívida no valor de $ 7.000: ƒƒ diminuição do passivo Duplicatas a pagar => debita-se Duplicatas a pagar; ƒƒ diminuição do ativo Caixa => credita-se Caixa. Caixa D C 50.000,00 2.200,00 1.000,00 7.000,00 (7) Duplicatas a pagar D C 8.800,00 5.000,00 (7) 7.000,00 Devemos registrar, neste livro, as opera- ções contabilizáveis de uma empresa, em ordem cronológica e de acordo com algumas regras. Os requisitos necessários de uma partida de diário são os seguintes: a) data da operação; b) conta a ser debitada; c) conta a ser creditada; d) histórico da operação, no qual devemos mencionar as principais características dos seus documentos comprobatórios; e) valor da operação. 6.6 Diário Exemplo de diário simplificado: ƒƒ Integralização de capital no valor de $ 50.000: Caixa a Capital Valor correspondente à integralização de capital 50.000,00 ƒƒ Compra de terrenos no valor de $ 2.200,00 (à vista): Terrenos a Caixa Valor correspondente à compra de um terreno 2.200,00 ƒƒ Venda de terrenos no valor de $ 1.100 (a prazo): Títulos a receber a Terrenos 1.100,00 ƒƒ Compra de materiais no valor de $ 8.800 (a prazo): Materiais a Duplicatas a pagar 8.800,00
  • 35. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 ƒƒ Compra de móveis e utensílios (duas mesas, quatro cadeiras, uma máquina de escrever e uma de calcular) no valor de $ 5.000 (a prazo): Móveis e utensílios a Duplicatas a pagar 5.000,00 ƒƒ Recebimento de dívida no valor de $ 1.000: Caixa a Títulos a receber 1.000,00 ƒƒ Pagamento de dívida no valor de $ 7.000: Duplicatas a pagar a Caixa 7.000,00 6.7 Balancete de Verificação Na Contabilidade, a escrituração de cada operação é efetuada sempre através de um dé- bito e um crédito de igual valor. Assim, podemos dizer que o valor total dos saldos devedores deve ser igual ao valor dos saldos credores, cuja igual- dade devemos verificar periodicamente. Para efe- tuarmos tal verificação, devemos relacionar todas as contas, com saldo, em demonstrativo chama- do balancete de verificação. Xiririka da Serra S/A Balancete de Verificação de 31/07/19XX Saldos Contas Devedores Credores Caixa 41.800,00 Títulos a receber 100,00 Materiais 8.800,00 Terrenos 1.100,00 Móveis e utensílios 5.000,00 Duplicatas a pagar 6.800,00 Capital 50.000,00 Total Os totais dos saldos devedores e credores deverão ser sempre iguais.
  • 36. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 Este capítulo apresentou o conceito mais importante para o entendimento da Contabilidade, ou seja, o método das partidas dobradas, onde explicamos que para cada débito deve haver um crédito correspondente. Também foi possível estudarmos a utilização das contas, do livro-razão, como efetuar os lançamen- tos a débito e a crédito das contas e a elaboração do Balancete de Verificação. Podemos verificar ainda que a sistemática de débito e crédito utilizada na contabilidade das em- presas difere um pouco daquela que praticamos em nossa conta bancária. No entanto, foi possível ver que a sistemática utilizada em nossa conta bancária é a mesma utilizada para as contas do passivo e patrimônio líquido, o que facilita o entendimento. 6.8 Resumo do Capítulo 6.9 Atividade Proposta Agora, vamos avaliar sua aprendizagem. 1. Com base no método das partidas dobradas, faça os lançamentos de forma simplificada no diário. a) Compra de veículos à vista, no valor de $ 1.000,00. b) Compra de equipamentos no valor de $ 500,00, pagando 50% à vista. c) Integralização de capital no valor de $ 20.000,00 em dinheiro. d) Pagamento de duplicatas no valor de $ 600,00. e) Venda de veículos a prazo, no valor de $ 500,00.
  • 37. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 39 Corresponde a uma relação ordenada de todas as contas utilizadas pela empresa, tendo como objetivo orientar o registro das operações da empresa. PLANOS DE CONTAS7 7.1 Conceito 7.2 Importância 7.3 Modelo de Plano de Contas Para que a contabilidade atinja seu objetivo, é necessário que as demonstrações contábeis se- jam bem elaboradas. AtençãoAtenção Por outro lado, podemos afirmar que a base para a elaboração das demonstrações contábeis (ba- lanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício) é a existência de um plano de con- tas contábil que supra as necessidades específi- cas de uma determinada empresa. É importante realçar que cada empresa tem as suas necessidades particulares para a coleta de informações para a elaboração de seus relatórios descritivos; assim, apresentaremos um modelo de plano de contas didático, adaptado às parti- cularidades e necessidades de uma empresa cujo ramo de atividade poderia ser industrial, comer- cial ou prestação de serviços ou, ainda, ativida- de mista. As contas estão elencadas no plano confor- me a estrutura do balanço patrimonial, seguida pelas contas de resultado, ou seja, ativo (ativo cir- culante e ativo não circulante), passivo (passivo circulante e passivo não circulante), patrimônio líquido, contas de receita e contas de despesa. Cabe lembrar que as contas de resultado (receitas e despesas) estão estruturadas numa or- dem bem próxima à Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), para facilitar o entendimento.
  • 38. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 40 1 Ativo 1.1 ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 Disponibilidades 1.1.1.1 Caixa 1.1.1.2 Bancos com movimento 1.1.1.3 Aplicações financeiras de liquidez imediata 1.1.2 Clientes 1.1.2.1 Duplicatas a receber 1.1.2.2 Duplicatas descontadas (conta credora) 1.1.2.3 Provisão para dividendos duvidosos (conta credora) 1.1.3 Outros créditos 1.1.3.1 Promissórias a receber 1.1.3.2 Empréstimos a receber 1.1.3.3 Dividendos a receber 1.1.3.4 Adiantamento de salários 1.1.4 Tributos a recuperar (ou a compensar) 1.1.4.1 ICMS a recuperar 1.1.4.2 IRRF a recuperar 1.1.5 Investimentos temporários de curto prazo 1.1.5.1 Aplicações financeiras com rendimentos pós- -fixados 1.1.5.2 Aplicações financeiras com rendimentos pre- fixados 1.1.5.3 Ações de outras empresas 1.1.5.4 Outros títulos e valores mobiliários 1.1.6 Estoques 1.1.6.1 Estoques de mercadorias, produtos e insumos 1.1.6.2 Estoques de materiais de consumo 1.1.6.3 (-) Provisão para redução ao valor de mercado 1.1.6.4 (-) Provisão para perdas em estoques 1.1.5 Despesas do exercício seguinte 1.1.5.1 Prêmios de seguros a apropriar 1.1.5.2 Encargos financeiros a apropriar 1.1.5.3 Assinaturas e anuidades a apropriar 1.1.5.4 Outras despesas pagas antecipadamente 1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE 1.2.1 Ativo realizável de longo prazo 1.2.1.10 Clientes 1.2.1.11 Duplicatas a receber 1.2.1.20 Outros créditos 1.2.1.21 Arrendamentos ativos a receber 1.2.1.22 Bancos: conta vinculada 1.2.1.23 Títulos a receber 1.2.1.30 Tributos a recuperar 1.2.1.40 Investimentos temporários de longo prazo 1.2.1.50 Estoques 1.2.1.60 Despesas de exercícios futuros 1.2.2 Investimentos 1.2.2.10 Avaliados pelo método de equivalência pa- trimonial 1.2.2.11 Participação na controlada A 1.2.2.20 Avaliados pelo método do custo de aquisi- ção 1.2.2.21 Participações no capital de outras socieda- des 1.2.2.22 Participações em fundos de investimento incentivados (Finor, Finam) 1.2.2.23 Outros investimentos (obras de arte, antigui- dades, imóveis para renda) 1.2.3 Imobilizado 1.2.3.1 Operacional corpóreo (tangível) (bibliotecas, imóveis, móveis e utensílios, computadores e perifé- ricos) 1.2.3.2 Operacional recursos naturais 1.2.3.3 Imobilizado objeto de arrendamento mercan- til (veículo) 1.2.3.4 Imobilizado em andamento 1.2.3.5 (-) Depreciações acumuladas 1.2.3.6 (-) Exaustões acumuladas 1.2.4 Intangível 1.2.4.1 Operacional incorpóreo (imaterial) (direitos autorais, marcas e patentes, direitos de uso de mar- cas e patentes, fundo de comércio) 1.2.4.2 (-) Amortizações acumuladas 2 Passivo 2.1 Passivo circulante 2.1.1 Obrigações a fornecedores 2.1.1.2 Duplicatas a pagar 2.1.2 Empréstimos e financiamentos 2.1.2.1 Promissórias a pagar 2.1.2.2 Empréstimos e financiamentos bancários 2.1.3 Obrigações tributárias 2.1.3.1 PIS a recolher 2.1.3.2 COFINS a recolher 2.1.3.3 IRRF a recolher 2.1.3.4 Provisão para imposto de renda 2.1.3.5 Provisão para contribuição social 2.1.3.6 ICMS a recolher 2.1.3.7 ISS a recolher 2.1.4 Obrigações trabalhistas e previdenciárias 2.1.4.1 Salários a pagar 2.1.4.2 Previdência social a recolher 2.1.4.3 FGTS a recolher 2.1.4.4 Contribuição sindical a recolher 2.1.5 Outras obrigações 2.1.5.1 Aluguéis a pagar
  • 39. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 41 2.1.5.2 Contas a pagar 2.1.5.3 Seguros a pagar 2.1.5.4 Dividendos a pagar 2.1.5.5 Juros sobre o capital próprio a pagar 2.1.5.6 Adiantamentos de clientes Provisões diversas 2.1.5.7 Provisões de férias 2.1.5.8 Provisões de previdência social – Férias 2.1.5.9 Provisões de FGTS – Férias 2.1.5.10 Provisões de 13º salário 2.1.5.11 Provisões de previdência social – 13º salário 2.1.5.12 Provisões de FGTS – 13º salário 2.1.5.13 Provisões para contingências 2.1.6 Participações e destinações do lucro líquido 2.1.6.1 Dividendos a pagar 2.1.6.2 Dividendos propostos a pagar 2.1.6.3 Juros sobre o capital próprio a pagar 2.1.6.4 Participações 2.2 Passivo não circulante 2.2.1 Passivo exigível de longo prazo 2.2.1.10 Obrigações a fornecedores 2.2.1.11 Duplicatas a pagar a terceiros 2.2.1.20 Empréstimos e financiamentos 2.2.1.30 Obrigações tributárias 2.2.1.40 Outras obrigações 2.2.1.50 Débitos com pessoas ligadas 2.2.2 Receitas diferidas 2.2.2.1 Receitas recebidas antecipadamente 2.2.2.2 Despesas correspondentes às receitas (conta devedora) 2.3 Patrimônio líquido 2.3.1 Capital social 2.3.1.1 Capital subscrito 2.3.1.2 Capital a integralizar (conta devedora) 2.3.2 Reservas 2.3.2.1 Reservas de capital 2.3.2.1.1 Ágio na emissão de ações 2.3.2.1.2 Alienação de partes beneficiárias 2.3.2.1.3 Alienação de bônus de subscrição 2.3.2.1.4 (-) Ações em tesouraria 2.3.2.2 Reservas de lucros 2.3.2.2.1 Reserva legal 2.3.2.2.2 Reservas estatutárias 2.3.2.2.3 Reservas para contingências 2.3.2.2.4 Reserva de lucros para expansão 2.3.2.2.5 Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído 2.3.2.2.6 (-) Ações em tesouraria 2.3.2.2.7 (+ou-) Ajustes de avaliação patrimonial 2.3.2.2.8 (-) Prejuízos acumulados 3 Resultado 3.1 Receita bruta das vendas e serviços 3.1.1 Venda de mercadorias 3.1.2 Prestação de serviços 3.2 Deduções das vendas 3.2.1 Devoluções sobre vendas 3.2.2 Abatimentos sobre vendas 3.2.3 ICMS sobre vendas 3.2.4 ISS sobre vendas 3.2.5 PIS sobre vendas 3.2.6 COFINS sobre vendas 3.3 Custo das vendas e serviços 3.3.1 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 3.3.2 Custo dos Serviços Prestados (CSP) 3.4 Despesas operacionais 3.4.1 Despesas administrativas 3.4.1.1 Salários 3.4.1.2 Viagens e estadias 3.4.1.3 Programa de alimentação do trabalhador 3.4.1.4 Vale-transporte 3.4.1.5 Férias 3.4.1.6 13º salário 3.4.1.7 FGTS 3.4.1.8 Previdência social 3.4.1.9 Assistência médica 3.4.1.10 Aluguel 3.4.1.11 Energia elétrica 3.4.1.12 Telefone 3.4.1.13 Água e esgoto 3.4.1.14 Consumo de material de escritório 3.4.1.15 Correio 3.4.1.16 Depreciação 3.4.1.17 Amortização 3.4.1.18 Seguros 3.4.1.19 Impostos e taxas federais 3.4.1.20 Impostos e taxas estaduais 3.4.1.21 Impostos e taxas municipais 3.4.1.22 Despesas com contingências 3.4.1.23 Jornais e periódicos 3.4.2 Despesas de vendas 3.4.2.1 Salários 3.4.2.2 Comissões 3.4.2.3 Viagens e estadas 3.4.2.4 Programa de alimentação do trabalhador 3.4.2.5 Vale-transporte
  • 40. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 42 3.4.2.6 Férias 3.4.2.7 13º salário 3.4.2.8 FGTS 3.4.2.9 Previdência social 3.4.2.10 Assistência médica 3.4.2.11 Aluguel 3.4.2.12 Energia elétrica 3.4.2.13 Telefone 3.4.2.14 Água e esgoto 3.4.2.15 Consumo de material de escritório 3.4.2.16 Correio 3.4.2.17 Depreciação 3.4.2.18 Amortização 3.4.2.19 Seguros 3.4.2.20 Propaganda e marketing 3.4.2.21 Provisão para devedores duvidosos 3.4.2.22 Impostos e taxas federais 3.4.2.23 Impostos e taxas estaduais 3.4.2.24 Impostos e taxas municipais 3.4.2.25 Despesas com contingências 3.4.2.26 Jornais e periódicos 3.4.3 Resultado financeiro líquido 3.4.3.1 Despesas financeiras 3.4.3.1.1 Despesas bancárias 3.4.3.1.2 Descontos concedidos 3.4.3.1.3 CPMF 3.4.3.1.4 Juros passivos 3.4.3.1.5 Perda com variação cambial 3.4.3.1.6 Juros sobre o capital próprio 3.4.3.2 Receitas financeiras 3.4.3.2.1 Descontos obtidos 3.4.3.2.2 Juros ativos 3.4.3.2.3 Variações monetárias ativas 3.4.3.2.4 Ganho com variação cambial 3.4.4 Outras receitas e despesas operacionais 3.4.4.1 Ganhos/perdas em investimentos avaliados por equivalência patrimonial 3.4.4.2 Receita de dividendos 3.4.4.3 Venda de sucatas 3.5 Resultados não operacionais 3.5.1 Receitas não operacionais 3.5.1.1 Venda de ativo permanente 3.5.1.2 Doações recebidas 3.5.1.3 Recebimento de indenizações 3.5.1.4 Receita de aluguéis 3.5.2 Despesas não operacionais 3.5.2.1 Custo da venda de ativo permanente 3.5.2.2 Perdas prováveis na realização de investimen- tos 3.6 Provisão para imposto de renda e contribui- ção social 3.6.1 Provisão para o imposto de renda 3.6.2 Provisão para a contribuição social 3.7 Participações 3.7.1 Debêntures 3.7.2 Empregados 3.7.3 Administradores 3.7.4 Partes beneficiárias 3.7.5 Outras participações 3.8 Lucro (ou prejuízo) líquido do exercício Neste capítulo, estudamos o conceito de Planos de Contas, sua importância e apresentamos um modelo para utilização, explicando que a base para a elaboração das demonstrações contábeis é a exis- tência de um plano de contas que supra as necessidades específicas das empresas. 7.4 Resumo do Capítulo
  • 41. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 43 7.5 Atividades Propostas Vamos avaliar sua aprendizagem. 1. Qual o objetivo de se elaborar o plano de contas? 2. Complete a frase: Todas as contas utilizadas pela contabilidade podem ser classificadas em ________________ e de _____________.Caro(a) aluno(a), agora vamos conhecer o balanço pa- trimonial.
  • 42. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 45 Ferrari (2010, p. 462) define balanço patri- monial como “a demonstração contábil que tem por objetivo evidenciar o patrimônio de uma en- tidade em dado momento (normalmente, em 31 de dezembro de cada ano).” 8.1 Conceito 8.2 Conteúdo do Balanço BALANÇO PATRIMONIAL8 AtençãoAtenção É a demonstração que tem como objetivo apre- sentar a situação patrimonial da empresa em dado momento, encerrando a sequência dos procedimentos contábeis e apresentando os componentes do patrimônio: ativo, passivo e pa- trimônio líquido. Ativo => Bens e direitos (lado esquerdo do balanço); Passivo => Obrigações (lado direito do balanço); Patrimônio líquido => Diferença entre o ativo e passivo (lado direito do balanço). As contas patrimoniais classificam-se em dois grandes grupos e vários subgrupos, como segue (RIBEIRO, 2010):
  • 43. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 46 Quadro 3 – Grupos das contas patrimoniais. Conteúdo do Balanço ATIVO PASSIVO Ativo circulante Disponibilidades Clientes Outros créditos Tributos a recuperar Invest. temporários de curto prazo Estoques Despesas do exercício seguinte Total do ativo circulante Ativo não circulante Ativo realizável de longo prazo Investimentos Imobilizado Intangível Total do ativo não circulante Total do ativo Passivo circulante Obrigações a fornecedores Empréstimos e financiamentos Obrigações tributárias Obrigações trabalhistas e previdenciárias Outras obrigações Adiantamentos recebidos de clientes Participações e destinações do lucro líquido Total do passivo circulante Passivo não circulante Obrigações a fornecedores Obrigações a pessoas ligadas Empréstimos e financiamentos Receitas diferidas Total do passivo não circulante Patrimônio líquido Capital social Reservas - de capital - de lucros Total do patrimônio líquido Total do passivo As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez. Segundo Ribeiro (2010), o ativo deve ser classificado como segue: a) Ativo circulante Para Ribeiro (2010, p. 393), o ativo circulante “é composto pelos bens e direitos que estão em frequente circulação no Patrimônio. É o capital de giro da empresa.” Exemplos: caixa, bancos com movimento etc. ƒƒ Créditos com clientes: correspondem aos direitos a receber de terceiros, de- correntes de venda de mercadorias ou prestação de serviços realizados a pra- zo. Exemplos: duplicatas a receber, títu- los a receber etc.; ƒƒ Outros créditos: créditos que a empre- sa tem para receber de terceiros que não correspondem a direitos prove- nientes de vendas a prazo de mercado- rias ou serviços; ƒƒ Tributos a recuperar: direitos que a empresa tem com os governos muni- cipal, estadual e federal. Esses direitos são provenientes de impostos, taxas ou contribuições recolhidas antecipada- 8.3 Classificação do Ativo DicionárioDicionário Liquidez: capacidade de pagamento de dívidas e obrigações, necessitando de bens numerários para fazer frente a esses compromissos. Um bem ou dinheiro, quanto mais próximo estiver de se transformar em dinheiro, maior liquidez possuirá.
  • 44. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 47 mente ou indevidamente ou que, por força de lei, gerem direitos de compen- sação em até 12 meses; ƒƒ Investimentos temporários de curto prazo: referem-se às aplicações de di- nheiro em títulos e valores mobiliários; investimentos com caráter especulati- vo e que serão convertidos em dinheiro mediante venda ou resgate, em até 12 meses; ƒƒ Estoques: bens destinados à produção (matéria-prima, materiais secundários etc.), à prestação de serviços (materiais diversos), à venda (mercadorias ou pro- dutos) ou consumo (materiais de limpe- za, embalagem etc.); ƒƒ Despesas pagas antecipadamente: correspondem às despesas do exercício seguinte, pagas no exercício atual. b) Ativo não circulante ƒƒ Ativo realizável de longo prazo: con- tas de bens e direitos realizáveis após o término do exercício seguinte (superior a 12 meses); ƒƒ Investimentos: aplicações que nada têm a ver com a atividade da empresa. Exemplos: compra de ações de outras empresas, obra de arte, terrenos para futura expansão, prédio para renda (aluguel); ƒƒ Imobilizado: bens corpóreos destina- dos à manutenção da atividade princi- pal da empresa ou exercidos com essa finalidade; 8.4 Classificação do Passivo No passivo, as contas serão dispostas em or- dem decrescente do grau de exigibilidade. DicionárioDicionário Exigibilidade: grupo de contas que representam dívidas ou obrigações. Quanto menor for o prazo para pagamento, maior exigibilidade possuirá a dí- vida ou obrigação. ƒƒ Operacional corpóreo (tangível): composto pelas contas representati- vas dos recursos aplicados nos bens de uso da empresa (móveis e utensílios, computadores, veículos etc.); ƒƒ Operacional recursos naturais: con- tas que representam os capitais aplica- dos em recursos naturais (minerais ou florestais) de exploração da empresa; ƒƒ Objeto de arrendamento mercantil: contas que representam os bens que estão sendo utilizados pela empresa, mas não são de sua propriedade. São bens arrendados de terceiros, que po- derão ser adquiridos pela empresa no final do prazo de arrendamento; ƒƒ Imobilizado em andamento (bens para futuras operações): contas que representam recursos aplicados em construções ou aquisições em anda- mento. Representam bens que, quando estiverem concluídos ou em condições de operar, serão utilizados pela empre- sa no desenvolvimento de suas ativida- des operacionais normais; ƒƒ Intangível: corresponde aos recursos aplicados em bens imateriais. São di- reitos que tenham por objeto bens in- corpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive aqueles representativos de fundo de comércio adquirido a título oneroso.
  • 45. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 48 Segundo Ribeiro (2010), o passivo deve ser classificado como segue: a) Passivo circulante Demonstra as dívidas com terceiros que se- rão pagas em curto prazo: dívidas com fornece- dores de mercadorias, salários a pagar, impostos a pagar, empréstimos bancários a pagar, encargos a pagar etc. ƒƒ Obrigações a fornecedores: obrigações decorrentes da aquisição de mercado- rias ou utilização de serviços a prazo; ƒƒ Empréstimos e financiamentos: obriga- ções assumidas pela empresa na cap- tação de recursos financeiros, visando, normalmente, a financiar o seu capital de giro; ƒƒ Obrigações trabalhistas: obrigações assumidas pela empresa com os gover- nos federal, municipal ou estadual. São tributos (impostos, taxas ou contribui- ções) que a empresa deve recolher aos cofres públicos; ƒƒ Obrigações trabalhistas e previdenciá- rias: encargos que a empresa deve pa- gar aos seus colaboradores ou recolher aos cofres públicos; ƒƒ Outras obrigações: demais obrigações de curto prazo assumidas pela empre- sa e que não se enquadram nos outros subgrupos do passivo circulante; ƒƒ Participações e destinação do lucro lí- quido: compromisso da empresa em função dos lucros por ela apurados. São obrigações que devem ser pagas a pes- soas que tenham direito à participação nos lucros (debenturistas, empregados etc.), bem como obrigações devidas aos proprietários em forma de juros e divi- dendos. b) Passivo não circulante Nesse grupo, podem figurar as mesmas contas de obrigações classificadas no passivo cir- culante, com seus respectivos subgrupos, desde que seus vencimentos sejam após o término do exercício social seguinte. Também devemos incluir um subgrupo próprio para as receitas diferidas, no qual figu- rarão as contas representativas das despesas ou custos correspondentes às respectivas receitas recebidas antecipadamente. Demonstra o total de recursos aplicados pelos proprietários na empresa. Essas aplicações, normalmente, são compostas de capital e lucros retidos, ou seja, a parte do lucro não distribuída aos donos, mas reinvestida na empresa. Segundo Ribeiro (2010, p. 398), as contas representativas dos capitais próprios são classifi- cadas da seguinte maneira: a) Capital Social: conta que representa os va- lores investidos na empresa pelos titulares e pela conta Capital a Realizar (ou Titular conta Capital a Realizar; Quotistas conta Capital a Realizar; Acionistas conta Capital a Realizar etc.), que representa a parcela do capital já subscrita pelos sócios, porém ainda não realizada. Poderão figurar, ain- da nesse subgrupo, as contas que repre- sentam o montante do capital autorizado, bem como da parcela desse capital ainda não subscrito; b) Reservas de Capital: contas representativas de algumas receitas que, por força do pará- grafo 1º. do artigo 182 da Lei 6.404/1976, não devem transitar pelo resultado do exercício, como é o caso das receitas de- correntes de ágio na emissão de ações e na alienação de partes beneficiárias ou de bônus de subscrição; 8.5 Patrimônio Líquido
  • 46. Fundamentos de Contabilidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 49 c) Ajustes de Avaliação Patrimonial: serão classificadas como ajustes de avaliação pa- trimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atri- buídas a elementos do Ativo e do Passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos caos previstos nesta Lei ou em normas expedidas pela Comissão de Valo- res Mobiliários, com base na competência pelo parágrafo 3º. do art. 177. (parágrafo 3º. do art. 182 Lei 6.404/1976). d) Reservas de Lucros: contas representativas das Reservas constituídas com parte dos lucros apurados pela empresa em decor- 8.6 Resumo do Capítulo 8.7 Atividades Propostas Saiba maisSaiba mais Parte do lucro apurado pela empresa deve, obriga- toriamente, ser transferida para a conta de reserva de lucro. Neste capítulo, estudamos o conceito, conteúdo e classificação do Balanço Patrimonial. Aprendemos que o Balanço é composto por grupos de contas patrimoniais, que as contas do ativo são dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez e as do passivo em ordem decrescente do grau de exigibilidade. Também foi demonstrado todos dos grupos de contas que devem ser utilizados para a referida classificação. Agora vamos avaliar sua aprendizagem. 1. (FERRARI, 2010, p. 75) É conta do patrimônio líquido: a) Mercadorias. b) Participações em coligadas. c) Financiamentos. d) Aplicações financeiras. e) Reserva estatutária. 2. (FERRARI, 2010, p. 531) Marque a opção que indica conta do ativo imobilizado. a) Obras de arte. b) Benfeitorias em imóveis de terceiros. c) Despesas de reorganização. d) Ações de coligadas. e) Empréstimos a coligadas. rência de lei ou da vontade do proprietário, dos sócios ou dos administradores; e) Ações em Tesouraria: ações da própria em- presa adquiridas por ela mesma; f) Prejuízos Acumulados: prejuízos apurados pela empresa no exercício atual, ou em exercícios anteriores, até que sejam com- pensados com lucros, saldos de reservas ou assumidos pelos sócios.
  • 48. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 51 Corresponde à entrada de recursos para o ativo (dinheiro ou direitos a receber) decorren- tes, normalmente, da venda de mercadorias, de produtos ou da prestação de serviços (IUDICIBUS, 2006), podendo, também, ser juros sobre apli- cações financeiras ou títulos e de outros ganhos eventuais. Exemplos: ƒƒ recebimento por vendas de mercado- rias, à vista ou a prazo; ƒƒ recebimento por serviços prestados, à vista ou a prazo; ƒƒ recebimento de juros sobre aplicações financeiras; AS VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO9 9.1 Receita 9.2 Despesa É o consumo de bens ou serviços que, direta ou indiretamente, deverá gerar uma receita, dimi- nuindo o ativo ou aumentando o passivo, tendo como finalidade a obtenção de uma receita cujo valor seja superior à diminuição que provoca no PL (IUDICIBUS, 2006). Exemplos: Olá, tudo bem? Esta parte da apostila será estudada na disciplina Contabilidade Básica, ofe- recida no Módulo VI do curso de Administração ƒƒ recebimento de juros sobre títulos rece- bidos após a data do vencimento. Deve-se observar que toda receita corres- ponde a um crédito. Obtenção de uma receita => Aumento de PL. DicionárioDicionário Receita: entrada de recursos para o ativo (dinheiro ou direitos a receber) decorrentes, normalmente, da venda de mercadorias, de produtos ou da pres- tação de serviços (IUDICIBUS, 2006). ƒƒ impostos e taxas; ƒƒ aluguel de imóveis ou veículos; ƒƒ depreciações; ƒƒ energia elétrica; ƒƒ juros pagos.
  • 49. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 52 Deve-se observar que toda despesa corres- ponde a um débito. DicionárioDicionário Despesa: consumo de bens ou serviços que, direta ou indiretamente, deverá gerar uma receita, dimi- nuindo o ativo ou aumentando o passivo, tendo como finalidade a obtenção de uma receita cujo valor seja superior à diminuição que provoca no PL (IUDICIBUS, 2006). O resultado corresponde à diferença entre as receitas e as despesas do período, podendo 9.3 Resultado 9.4 Período Contábil 9.5 Encerramento de Contas de Receita e Despesa Receitas maiores que as despesas = Resultado do período positivo (lucro); Despesas maiores que as receitas = Resultado do período negativo (prejuízo); Receitas iguais às despesas = Resultado do período nulo. apresentar as seguintes situações: resultado posi- tivo, negativo ou nulo. DicionárioDicionário Lucro: quando o total das receitas for maior que o total das despesas. Prejuízo: quando o total das despesas for maior que o total das receitas. É o espaço de tempo escolhido para que a contabilidade demonstre a situação patrimonial e financeira dos negócios da empresa; quando de um ano, é também denominado exercício social (normalmente é de um ano) (IUDICIBUS, 2006). Com o objetivo de um acompanhamento mais frequente, por parte da administração, do desenvolvimento dos negócios, as informações dos resultados devem ser mostradas em interva- los menores (mês a mês). Pelo menos uma vez por ano, a apuração de resultados deve ser efetuada. Para tanto, deve- -se efetuar a transferência do saldo das contas de receitas e de despesas para a conta denominada Resultado do exercício. Tanto as contas de receitas quanto as de despesas só poderão conter registros para um ano ou período menor, conforme a duração do período contábil, significando que estas deverão possuir saldo zero no início dos períodos.
  • 50. Contabilidade Básica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 53 Saiba maisSaiba mais A apuração do resultado deve ocorrer pelo menos uma vez a cada mês, pois assim o administrador terá melhores condições para a tomada de decisão. Caso o total dos créditos da conta Resulta- do do exercício seja superior ao total dos débitos, teremos um lucro líquido; se, ao contrário, o to- tal dos débitos for maior que o total dos créditos, chegaremos a um prejuízo. Após apurar o resulta- do do exercício, o procedimento será como segue (RIBEIRO, 2010): a) prejuízo: se o resultado for prejuízo, basta debitar a conta Prejuízos acumu- lados e creditar a conta Resultado do exercício; b) lucro: se o resultado for lucro, este de- verá ser totalmente destinado a cobrir prejuízos dos exercícios anteriores, à constituição de reservas e à distribuição aos acionistas em forma de dividendos. Antes de dar a devida destinação do lu- cro líquido do exercício, deve-se trans- ferir o saldo credor da conta Resultado do exercício para a conta Lucros acu- mulados. Está é uma conta transitória, tendo por finalidade receber a crédito o lucro líquido apurado no exercício e dar a ele as devidas destinações. Suponhamos que a empresa apresen- te a conta Resultado do exercício com o saldo credor de $ 80.000, relativo ao lucro líquido do exercício. Faremos: Resultado do exercício a Lucros acumulados Lucro líquido apurado 80.000,00 9.6 Destinação do Resultado do Exercício São duas as destinações do resultado do exercício: reservas e dividendos; c) reservas: as reservas que correspon- dem às destinações do resultado do exercício são as reservas de lucro; d) dividendos: corresponde à parte que deverá ser distribuída aos acionistas. As Sociedades por Ações (S/A) são obri- gadas a distribuir, anualmente, divi- dendos aos seus acionistas, sendo que o critério para essa distribuição deve constar do estatuto da empresa, con- forme determina a lei. Dessa forma, o percentual e a base sobre os quais serão calculados os dividendos poderão ser diferentes em cada companhia. Caso, no estatuto da empresa, não conste os critérios para distribuição, os acionistas terão direito de receber 50% do lucro líquido. Já para as demais sociedades, a percentagem do lucro líquido que de- verá ser distribuída aos sócios, se não constar do contrato social, será decidi- da pelos próprios sócios. Exemplo: Suponhamos que, no estatu- to de uma determinada empresa, cons- te que o lucro líquido apurado em cada exercício deve ser destinado da seguin- te forma: 5% para reserva legal, 15% para reserva de investimentos e o res- tante para os acionistas. Considerando que o lucro líquido da empresa tenha sido de $ 80.000,00, veja como ficarão os cálculos e a contabilização:
  • 51. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 54 Cálculos: Lucro líquido do exercício ........................................................ 80.000 (-) 5% para reserva legal ......................................................... (4.000) (=) Base de cálculo da reserva para investimentos ................ 76.000 (-) 15% para reserva para investimentos ................................ (11.400) (=) Saldo para dividendos ....................................................... 64.600 Contabilizações das destinações do lucro líquido: Lucros acumulados a Diversos Pela destinação do lucro líquido etc., como segue: a Reserva legal Conforme disposição legal ............................................ 4.000 a Reserva para investimentos Conforme disposição estatutária etc. ............................ 11.400 a Dividendos a pagar Conforme disposição estatutária etc. ............................ 64.600 9.7 Demonstração de Resultado do Exercício (Dre) Tem como objetivo demonstrar detalhada- mente as receitas e despesas que foram utilizadas para a apuração do lucro ou prejuízo do exercício. Assim, podemos afirmar que, para a apuração do lucro ou prejuízo de um exercício, não basta so- mente a conta de resultado, também é necessária a DRE. Demonstração de Resultado do Exercício Receita bruta das vendas e serviços ( - ) Deduções das vendas ( - ) Devoluções de vendas ( - ) Abatimentos sobre vendas ( - ) Imposto sobre Circulação de Mercado- rias e Serviços (ICMS) ( - ) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) ( - ) Programa de Integração Social (PIS) ( - ) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) ( = ) Receita líquida das vendas e serviços ( - ) Custo das mercadorias vendidas e ser- viços ( = ) Lucro bruto (ou prejuízo bruto) ( - ) Despesas operacionais ( - ) Administrativas ( - ) Vendas (+/-) Resultado financeiro líquido (despe- sas financeiras menos receitas financeiras) (+/-) Outras receitas e despesas operacio- nais ( = ) Lucro operacional (ou prejuízo ope- racional) (+/-) Resultados não operacionais ( + ) Receitas não operacionais ( - ) Despesas não operacionais ( = ) Lucro (ou prejuízo) antes do impos- to de renda e contribuição social ( - ) Provisão para o imposto de renda e contribuição social
  • 52. Contabilidade Básica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 55 ( = ) Lucro (ou prejuízo) depois do im- posto de renda e contribuição social ( - ) Participações ( - ) Debêntures ( - ) Empregados ( - ) Administradores ( - ) Partes beneficiárias ( - ) Outras participações ( = ) Lucro líquido (ou prejuízo líquido) do exercício Exemplo: Demonstração de Resultado do Exercício – Xiririka – 31.12.X1 Receita bruta das vendas e serviços $ 680.000 ( - ) Deduções das vendas $ (133.880) ( - ) Devoluções de vendas $ (9.000) ( - ) Abatimentos sobre vendas $ (5.000) ( - ) ICMS sobre vendas $ (119.880) ( = ) Receita líquida das vendas e serviços $ 546.120 ( - ) Custos das mercadorias vendidas e serviços $(236.000) ( = ) Lucro bruto $ 310.120 ( - ) Despesas operacionais $ (48.520) ( - ) Administrativas $ (20.000) ( - ) Vendas $ (21.020) (+/-) Resultado financeiro líquido $ (7.500) ( = ) Lucro operacional $ 261.600 (+/-) Resultados não operacionais $ 3.300 ( + ) Receitas não operacionais $ 9.500 ( - ) Despesas não operacionais $ (6.200) ( = ) Lucro antes do imposto de renda e contribuição social $ 264.900 ( - ) Provisão para imposto de renda e contribuição social $ (63.576) ( = ) Lucro depois do imposto de renda e contribuição social $ 201.324 ( - ) Participações $ 0 ( = ) Lucro líquido $ 201.324 Este regime é universalmente adotado, aceito e recomendado pelo Fisco, pois evidencia o resultado da empresa (lucro ou prejuízo) de for- ma mais adequada e completa. As contabilizações das receitas e despesas são efetuadas com base no fato gerador e não quando da realização do seu pagamento ou re- cebimento. 9.8 Regime de Competência AtençãoAtenção • A receita será contabilizada no período em que for gerada, independentemente da data do seu recebimento; • A despesa será contabilizada no período em que for consumida, incorrida, utilizada, inde- pendentemente da data do seu pagamento.
  • 53. Osvaldo da Silva Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 56 9.9 Regime de Caixa 9.10 Despesas a Pagar e Receitas a Receber Trata-se de uma forma simplificada de con- tabilidade, aplicada basicamente às microempre- sas ou às entidades sem fins lucrativos. AtençãoAtenção • A receita será contabilizada no momento do seu recebimento, ou seja, quando entrar o dinheiro no caixa (encaixe); • A despesa será contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando sair dinheiro do caixa (desembolso). Exemplo: A empresa Xiririka vendeu, em 20X1, $ 21.000 e só recebeu $ 12.000 (o restante receberá no futuro); teve como despesa incorrida $ 16.000 e pagou, até o último dia do ano, $ 10.000. DRE Regime de competência Regime de caixa Receita 21.000 12.000 ( - ) Despesa (16.000) (10.000) Lucro 5.000 2.000 Com o objetivo de apurar corretamente os resultados dentro de um exercício social, é neces- sário que também sejam feitos os lançamentos de ajustes, no fim do período, para a apropriação das despesas a pagar e receitas a receber. Despesa a pagar => o fato gerador ocorreu dentro do período contábil, mas ainda não foi paga; Receita a receber => o fato gerador ocorreu dentro do período contábil, mas ainda não foi recebida. ƒƒ Receita a receber É a prestação de um serviço que não foi faturado ao destinatário e, consequentemente, não foi recebido, mas que deverá ser registrada através de uma partida de diário de ajuste. São Paulo, 31 de dezembro de 20XX. Serviços a faturar (conta de ativo) a Receita de serviços Valor dos serviços prestados, neste período, ainda não faturados $ 10.000
  • 54. Contabilidade Básica Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 57 •• A conta de ativo Serviços a faturar aparecerá no balanço (saldo devedor); •• A conta de Receita de serviços aparecerá na DRE (saldo credor). O fato gerador da receita de serviços ocorre quando da efetiva prestação de serviços. Quando o valor desse serviço prestado for faturado no período seguinte, o registro será: São Paulo, ... Contas a receber a Serviços a faturar Faturado o valor do serviço prestado no período anterior, conforme Fatura 234 $ 10.000 Pelo recebimento da fatura, debitamos o caixa e creditamos contas a receber. ƒƒ Despesa a pagar Normalmente, a folha de pagamento de uma empresa é paga no início do mês seguinte; apesar disso, a despesa deve ser atribuída ao mês vencido, porque o fato gerador da despesa de salários é o ser- viço prestado pelos funcionários naquele mês. A seguinte partida de ajuste deverá ser feita: São Paulo, ... Despesas de salários a Salários a pagar (conta de passivo) Valor da folha de pagamento deste mês a ser paga no mês seguinte $ 12.000 •• A conta Despesa de salário aparecerá como despesa na DRE (saldo devedor); •• A conta Salários a pagar aparecerá no passivo do balanço (saldo credor). Quando a folha de pagamento for paga no período seguinte, a partida de diário será feita na forma a seguir: São Paulo, ... Salários a pagar a Caixa Valor pago relativo à folha de pagamento do mês anterior $ 12.000 Destacamos que este ajuste também poderá ocorrer com outras despesas, como: aluguéis, impos- tos e taxas, energia elétrica, juros etc.