2. Objetivo:
O andebol é um jogo desportivo coletivo praticado por duas equipas
em oposição, constituídas por sete jogadores efetivos e um máximo
de sete suplentes.
Caracterização da modalidade
Introduzir a bola na baliza da equipa adversária, através de ações
técnicas e táticas ofensivas, e evitar que a equipa adversária consiga
fazer o mesmo, recorrendo a ações técnicas e táticas defensivas
adequadas.
3. O terreno de jogo é um retângulo com 40 metros de comprimento e 20 metros
de largura, com duas áreas de baliza e uma área de jogo. As linhas limite mais
compridas são designadas linhas laterais e as mais curtas linhas de baliza
(entre os postes da baliza) ou linhas de saída de baliza (do lado exterior dos
mesmos).
Terreno de jogo
4. O tempo de jogo normal para equipas de jogadores de idade superior a 16 anos
(inclusive) é de duas partes de 30 minutos cada.
Nos jogos em que tem de haver uma equipa vencedora, e caso se verifique um
empate no final do tempo regulamentar, é jogado um prolongamento de duas
partes com cinco minutos cada. Caso o empate permaneça, procede-se a um
desempate, através de lançamentos de sete metros.
Regulamento
Tempo de paragem (time-out)
É concedido:
• três por jogo a cada equipa, num máximo de dois por
cada parte do jogo. Nos últimos 5 minutos da partida só é
permitido solicitar um time-out;
• sempre que sejam necessárias consultas entre os
árbitros;
• caso exista uma exclusão de dois minutos ou
desqualificação;
• caso exista a necessidade de assistência médica de
algum jogador.
Time-out
Sinalética de árbitro:
Duração da partida:
5. O início do jogo faz-se através de um lançamento de saída, no centro
do campo, por um jogador da equipa atacante. O mesmo acontece no
começo da segunda parte.
Após um golo, o lançamento de saída é feito na zona central do campo,
mas apenas os jogadores da equipa que executa o lançamento de saída
têm obrigatoriamente de estar no seu meio-campo.
Início e reinício de jogo:
Bola fora:
• quando ultrapassa completamente as linhas laterais ou de baliza;
• quando um jogador em posse de bola apoia um ou ambos os pés fora
do terreno de jogo (mesmo que a bola esteja dentro de campo).
Regulamento
6. Reposição da bola em jogo:
Lançamento de reposição em jogo:
• quando a bola cruza a linha lateral;
• quando um jogador de campo da equipa defensora
é o último a tocar a bola, antes desta cruzar a linha
de baliza ou quando a bola toca no teto ou num
objeto fixo sobre o terreno de jogo;
• ao ser executado, o jogador deve ter um ou ambos
os pés sobre a linha e os adversários têm de estar
a 3 metros de distância.
Lançamento de baliza:
• quando a bola sai pela linhas de saída de baliza,
tocada em último lugar por um atacante ou pelo
guarda-redes da equipa defensora, a bola é reposta
em jogo à mão, pelo guarda-redes, em qualquer
ponto interior da área de baliza.
Lançamento de reposição em jogo
Sinalética de árbitro:
Lançamento de baliza
Regulamento
7. Golo:
É golo quando a bola transpuser completamente
a linha de baliza entre os postes, debaixo da trave
e de acordo com as regras de jogo.
Golo
Sinalética de árbitro:
Regulamento
8. Jogar a bola:
É permitido:
• segurar a bola nas mãos por um período máximo de três segundos;
• dar um máximo de três passos com a bola na mão;
• passar a bola de uma mão para a outra mão;
• bater a bola no solo repetidamente com uma mão (drible).
Drible ilegal
Passos ou 3 segundos
Sinalética de árbitro:
Regulamento
9. Jogar a bola (cont.):
Não é permitido:
• tocar a bola com o pé ou perna abaixo do joelho, exceto quando a bola
é atirada ao jogador por um adversário;
• tocar a bola mais de uma vez, após ter sido controlada sem ter tocado
o solo ou a baliza;
• um jogador com bola apoiar um ou ambos os pés fora do terreno de jogo.
Exclusão
Lançamento livre
Regulamento
Sinalética de árbitro:
10. Faltas e conduta antidesportiva:
• bater na bola ou arrancá-la das mãos do adversário;
• empurrar ou bloquear (com as mãos, membros superiores
ou membros inferiores), um adversário;
• correr ou saltar sobre o adversário;
• segurar ou prender o adversário.
Livre de nove metros:
É assinalado quando a equipa defensora comete infrações
numa zona situada entre as linhas dos seis metros e dos nove
metros.
Livre de sete metros:
É assinalado quando se impede ilegalmente uma clara
oportunidade de golo.
Regulamento
11. Sanções:
• Advertência: O árbitro mostra o cartão amarelo.
• Exclusão: Durante dois minutos, o jogador não participa no jogo.
• Desqualificação: O árbitro mostra o cartão vermelho a um jogador que tenha sido
excluído (dois minutos) pela terceira vez ou que tenha um comportamento
antidesportivo grave.
• Expulsão: Caso cometa uma agressão, o jogador é expulso, ficando a sua equipa
em inferioridade numérica até ao final do jogo.
Área de baliza: Um jogador pode entrar na área de baliza depois de jogar a bola, desde
que não traga desvantagem para a equipa adversária.
Se um jogador de campo da equipa em posse de bola entrar na área de baliza alcançando
vantagem, é assinalado lançamento de baliza.
Guarda-redes: É permitido tocar a bola com qualquer parte do corpo, enquanto ato
de defesa, dentro da área de baliza. Pode igualmente sair da área de baliza, sem a bola,
e participar depois no jogo como qualquer jogador de campo. Não lhe é permitido sair
e entrar da área de baliza com a bola em seu poder.
Regulamento
13. Passe de ombro e passe picado
Passe de ombro:
Passe picado:
• execução similar ao passe de ombro;
• distingue-se pela trajetória da bola, que
deve ressaltar no solo antes de chegar ao
recetor.
• pegar a bola com os dedos bem afastados,
com esta acima da cabeça;
• colocar o pé contrário à mão que tem a bola
ligeiramente à frente do outro;
• rotação do tronco para o lado do membro
superior executor;
• enviar a bola com um movimento do membro
superior, de trás para a frente;
• transferir o peso do corpo do membro inferior
mais recuado para o mais avançado.
Passe de ombro
Passe picado
14. Receção alta e baixa
Receção alta:
Receção baixa:
• os membros superiores devem
encontrar-se estendidos;
• as mãos em concha, formando um «W»;
• fletir os membros superiores para
amortecer o impacto da bola.
• os membros superiores devem
estar estendidos para baixo;
• as palmas das mãos devem estar
voltadas para a frente;
• os dedos mindinhos devem estar
virados um para o outro, formando
um «M» com os dedos anelares.
Receção alta
Receção baixa
15. Drible em progressão
Drible de progressão:
• o membro superior realiza o movimento ligeiramente fletido e afastado
do corpo;
• o pulso deve desempenhar um papel amortecedor e impulsionador da
bola, através de um movimento de extensão e flexão;
• a bola deve ser conduzida à frente e ao lado do corpo.
16. Remate em apoio e em suspensão
Remate em apoio:
Remate em suspensão:
• usa os mesmos princípios técnicos do passe
de ombro;
• transferência rápida do peso do corpo de trás
para a frente aumenta a potência do remate;
• extensão total do membro superior e flexão
do pulso no momento final do movimento.
• corrida preparatória: máximo de três passos;
• impulsão efetuada com o membro inferior
contrário ao membro superior que efetua
o remate, com flexão do outro membro inferior;
• imprimir rapidez à rotação do tronco para
a frente, em simultâneo com o movimento
de extensão do membro superior dominante.
Remate em apoio
Remate em suspensão
17. Técnica de guarda-redes
• Posição base: apoiar o peso na ponta dos pés, fletindo ligeiramente os
membros inferiores e superiores (posição de «pugilista»).
• Defesa alta: impulsão do corpo para cima com o pé de apoio contrário à
trajetória do deslocamento.
• Defesa baixa: procurar o contacto com a bola, com pé e mão.
Posição base Defesa alta Defesa baixa
18. Técnica de guarda-redes (cont…)
• Defesa a meia altura: deve ser realizada com a ajuda do membro superior
e membro superior.
• Defesa do remate de ponta: posicionamento junto ao primeiro poste.
Defesa do remate de ponta
Defesa a meia altura
19. Colocação de um defensor numa posição equilibrada que lhe possibilite
o acompanhamento e controlo do seu adversário direto, ou não, bem
como a ajuda aos companheiros de equipa.
Deslocamento rápido do atacante, com o objetivo de se libertar da
marcação defensiva e de criar linha de passe, situação de vantagem
para finalizar ou situação eficaz de circulação de bola.
Marcação e desmarcação
Marcação:
Desmarcação:
21. Ações técnicas e táticas
Remate com abertura de ângulo:
• tipo de remate usualmente utilizado pelos
jogadores pontas, quando se encontram
no seu lado «forte»;
• deslocamento da zona exterior para a zona
interior do campo, com a impulsão a ser realizada
na direção da linha de sete metros e com a
armação do remate a ser feita o mais tarde
possível, protegendo a bola das ações defensivas.
• remate executado pelos jogadores ponta
quando se encontram no seu lado «débil»;
• deslocamento da zona exterior para o espaço
interior, com flexão lateral do tronco para o lado
contrário ao membro superior que executa o
remate, e a impulsão a ser realizada na direção
da linha dos sete metros.
Remate em basculação:
Remate com abertura de ângulo
Remate em basculação
22. Remate em queda:
Remate de anca:
• na maioria das vezes, é executado pelos
pivôs, após receção da bola na zona central;
• desequilíbrio do corpo à frente, embora esse
desequilíbrio em muitas situações seja lateral,
flexão dos membros inferiores e remate durante
a queda, sendo a receção/queda feita com as
mãos no solo e os membros superiores fletidos.
• usualmente realizado pelos jogadores de
primeira linha, tais como laterais e centrais;
• remate em que a bola parte do membro
superior do jogador, colocado à altura da bacia
e com uma ligeira flexão lateral do tronco, para
o lado do membro que executa o remate.
Remate em queda
Remate de anca
Ações técnicas e táticas
23. Bloco:
Finta:
• ação técnica que tem por objetivo
intercetar a trajetória da bola após remate
à baliza;
• tentativa de interceção, com os dois
membros superiores estendidos na
direção da bola e as mãos bem abertas,
de forma a ocupar o maior espaço
possível.
• ação ofensiva que tem como objetivo
ultrapassar o defensor, criando situações
de superioridade numérica.
• desequilíbrio do defensor com recurso a uma
mudança de direção e de velocidade
associadas a uma simulação.
Bloco
Finta
Ações técnicas e táticas
24. Penetrações sucessivas:
Cruzamento:
• ação técnico-tática de grupo, com o objetivo
de criar superioridade numérica, após ataques
sucessivos ao defensor ou aos espaços, e com
o passe rápido para o colega da posição ao
lado;
• os atacantes devem procurar evitar o contacto
com os adversários e limitar ao máximo
a utilização do drible.
• ação de passagem e interceção das trajetórias
de dois atacantes. Um dos jogadores é o
portador da bola (o que cruza), que ataca o
espaço entre dois defensores, leva o seu defesa
atrás e passa a bola ao colega (beneficiário do
cruzamento) após deslocamento deste para
o espaço deixado livre pelo jogador que fez
o cruzamento.
Combinações táticas ofensivas
Penetrações sucessivas
Cruzamento
25. Entrada:
Bloqueio:
• invasão do espaço interior da estrutura
defensiva por parte dos jogadores da
primeira linha ofensiva ou pelos pontas,
tentando criar desequilíbrios na defesa
adversária.
• obstrução da ação de um defensor usando
o tronco, para que um ou mais colegas de
equipa penetrem na defesa adversária ou
finalizem.
Combinações táticas ofensivas
Entrada
Bloqueio
26. Troca de marcação:
• ação de trocar o adversário a marcar, com o colega da posição ao lado,
possibilitando a manutenção das suas posições relativas na estrutura
defensiva;
• há um acompanhamento do adversário direto até que este entre na área de
ação do colega mais próximo, assumindo este último a responsabilidade pela
marcação do adversário;
• utiliza-se quando os defensores se encontram na mesma linha defensiva (ao
mesmo nível).
Combinações táticas defensivas
27. Contrabloqueio:
Ajuda mútua:
• capacidade de os jogadores, em situação
defensiva, disporem de superioridade numérica
sobre o jogador atacante;
• se um adversário ultrapassar um jogador
defensivo, deve ser imediatamente alvo de
marcação pelo jogador em ajuda defensiva.
• quando é alvo de bloqueio pela equipa
atacante, o jogador defensivo deve anular esta
ação de bloqueio;
• uma das estratégias utilizadas como
contrabloqueio é a troca de marcação entre
jogadores defensivos.
Combinações táticas defensivas
Ajuda mútua
Contrabloqueio
28. Contra-ataque:
Caracteriza-se como a forma mais simples e rápida de se obter um golo.
Objetivo: aproveitar uma situação de transição rápida, enquanto o adversário se encontra
desorganizado defensivamente e em inferioridade numérica, para criar uma situação
de finalização.
Contra-ataque apoiado:
Utiliza-se quando não é possível realizar contra-
-ataque direto. Participam da ação ofensiva um
número mínimo de dois jogadores de campo.
O primeiro passe ocorre para uma zona próxima
da linha de nove metros.
Contra-ataque direto:
Inicia-se com a defesa do guarda-redes ou com
uma interceção de bola. Tem a duração de 2
ou 3 segundos, dado que a primeira receção
de bola deve ocorrer no meio-campo adversário,
com uma finalização rápida em zona central.
Ataque
29. Sistemas ofensivos:
Representam a forma particular de como os jogadores se dispõem no
terreno de jogo durante a fase de ataque organizado.
Sistema 3:3:
Sistema ofensivo mais comum, com três jogadores na primeira linha (lateral
esquerdo, central e lateral direito) e três na segunda linha ofensiva (ponta
esquerdo, pivô e ponta direito).
Ataque
30. Sistemas defensivos:
Representam a forma particular de como os jogadores se dispõem no terreno de jogo durante a fase
de defesa organizada. Os sistemas mais utilizados são os sistemas individuais, zonais e mistos.
Destes, os mais utilizados são os sistemas defensivos 6:0 (numa linha defensiva) e o 5:1 (em duas
linhas defensivas).
Sistema 5:1: numa primeira linha defensiva envolve cinco jogadores (os dois pontas, os dois
laterais e o pivô) e na segunda linha um jogador (o central). É muito utilizado quando a equipa
adversária possui bons rematadores na zona central e/ou possui um central que joga em
profundidade.
Defesa
32. Fases de jogo
Fase ofensiva:
Fase defensiva:
• Contra-ataque;
• Ataque rápido;
• Ataque organizado.
• Recuperação defensiva;
• Defesa organizada.
33. Princípios específicos ofensivos
Contra-ataque:
Limitação do drible: A progressão da bola deve desenvolver-se através
de passes. Com efeito, dificulta-se a ação defensiva, pois a limitação do drible
leva a que as ações ofensivas de contra-ataque sejam mais rápidas.
Limitação do tempo de posse de bola: De modo a que se garanta a rapidez
e fluidez de ações ofensivas, o tempo de posse de bola individual deve ser
limitado ao estritamente necessário para chegar rapidamente à baliza.
Passes tensos: Devem ser evitados os passes em trajetória parabólica
(«arco»). A utilização de passes tensos e oblíquos garante a progressão
adequada da bola, complicando, simultaneamente, a ação dos defensores,
que veem o seu espaço de intervenção aumentado.
Finalização em zonas de maior eficácia: O desenvolvimento do contra-
ataque deve permitir a finalização no corredor central ou lateral, o mais
próximo possível da baliza.
34. Ataque rápido:
Garantia de apoios: O portador da bola deve estar sempre apoiado em
amplitude e profundidade, para que a circulação da bola se faça sem
interrupções.
Limitação do drible: Acelerar a progressão da bola através da realização
de passes, dificultando as ações defensivas.
Limitação do tempo de posse de bola: Durante o ataque rápido, o tempo
de posse de bola deve ser mínimo, para dificultar que a defesa interrompa
a circulação da bola.
Inversões: A circulação de bola deve ser efetuada com constantes
inversões de sentido, com o objetivo de surpreender os defensores
e acelerar a criação de pontos de rutura na defesa, que se encontrará
momentaneamente desorganizada.
Princípios específicos ofensivos
35. Ataque organizado:
Afastamento dos defensores: Os atacantes devem afastar-se dos
defensores, para assegurar a fluidez da circulação da bola.
Receção de bola em movimento: A receção de bola em movimento,
enquadrada na direção da baliza adversária, permite aumentar
a velocidade das ações ofensivas.
Ataque à baliza: Deve ser efetuado na direção dos espaços
interdefensivos para promover situações de 1x0 (para o próprio ou para
os colegas).
Recolocação: Depois do ataque à baliza, o atacante deve rapidamente
reocupar o seu posto específico, possibilitando o processo ofensivo
da equipa.
Princípios específicos ofensivos
36. Recuperação defensiva:
Participação ativa de todos os jogadores: Após golo ou perda de posse
de bola, os jogadores devem correr na direção da sua baliza, mantendo
o contacto visual com os colegas, adversários e bola. Esta ação deve
impedir a organização do contra-ataque e do ataque rápido da equipa
adversária e proteger a própria baliza na tentativa de recuperar a posse
de bola.
Pressionar o portador da bola: O portador da bola deve ser pressionado
o mais rapidamente possível, de modo a evitar ou dificultar o primeiro
passe e a perturbar o desenvolvimento do contra-ataque.
Evitar a inferioridade numérica: A colocação dos defensores deve evitar
situações de inferioridade numérica, especialmente na zona da bola.
Princípios específicos defensivos
37. Defesa organizada:
Encurtar os espaços interdefensivos:
A colocação na defesa deve permitir a ajuda de um colega, se for caso
disso, e o controlo do adversário direto.
Assegurar os «triângulos defensivos»:
A formação de «triângulos defensivos» é fundamental para a eficácia
de qualquer sistema defensivo. Um dos vértices corresponde ao jogador
que defende o portador da bola e os outros dois aos colegas que realizam
a entreajuda.
Princípios específicos defensivos