O documento descreve os principais conceitos e práticas relacionadas à ocupação de almoxarife e estoquista. A Unidade 7 destaca a importância da organização do espaço no almoxarifado, com foco no leiaute, ou desenho do espaço, para facilitar o fluxo de trabalho e armazenamento de mercadorias.
1. g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o
2
Almoxarife
e Estoquista
2. emprego
A d m i n i s t r a ç ã o
2
Almoxarife e Estoquista
3.
4. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Geraldo Alckmin
Governador
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Márcio Luiz França Gomes
Secretário
Cláudio Valverde
Secretário-Adjunto
Maurício Juvenal
Chefe de Gabinete
Marco Antonio da Silva
Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
5. Concepção do programa e elaboração de conteúdos
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
Coordenação do Projeto Equipe Técnica
Marco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.
e Raphael Lebsa do Prado
Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap
Gestão do processo de produção editorial
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
CTP, Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Wanderley Messias da Costa
Diretor Executivo
Márgara Raquel Cunha
Diretora Técnica de Formação Profissional
Coordenação Executiva do Projeto
José Lucas Cordeiro
Equipe Técnica
Elen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Fabiana de
Cássia Rodrigues e Liliane Bordignon de Souza
Textos de Referência
Dilma Fabri Marão Pichoneri, Paula Marcia Ciacco
da Silva Dias e Selma Venco
Mauro de Mesquita Spínola
Presidente da Diretoria Executiva
José Joaquim do Amaral Ferreira
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Gestão de Tecnologias em Educação
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão do Portal
Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves,
Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira
Gestão de Comunicação
Ane do Valle
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel
Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa,
Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann,
Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso,
Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza
Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire,
Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto,
Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro,
Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca,
Roberto Polacov e Sandro Carrasco
Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz,
Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito,
Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios
Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Campinense Transporte, DiCico, Fernando Henrique de Almeida Sobral, Longa Industrial Ltda., Nacco
Materials Handling Group Brasil, Pallets de Paula, SB Pallet, Sest-Senat Santo André, Somov, SSI Schaefer
e Transligue Transp. e Serv. Ltda.
6. Caro(a) Trabalhador(a)
Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do
Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é
importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir
o seu próprio negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados
ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-
cação profissional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.
Boa sorte e um ótimo curso!
Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Ciência, Tecnologia e Inovação
7. Caro(a) Trabalhador(a)
Dando continuidade aos estudos para a ocupação de almoxarife e estoquista, neste
Caderno você encontrará os principais conceitos e práticas que envolvem essa ocupação.
Iniciamos, na Unidade 7, pelo passo a passo das atividades, mostrando a importân-
cia da organização do espaço nos almoxarifados e estoques, visto que ela é funda-
mental para que o fluxo de trabalho na empresa ocorra devidamente.
A Unidade 8 trata de uma etapa importante no dia a dia de um almoxarife e/ou
estoquista: como receber as mercadorias ou matérias-primas, além de todos os
procedimentos de controle e conferência que envolvem essa etapa do trabalho.
A Unidade 9 apresenta elementos presentes no almoxarifado e no estoque: equipa-
mentos de movimentação e armazenagem, paletes, contentores, embalagens etc.
Conhecendo cada um deles você saberá melhor utilizá-los.
Na Unidade 10, por sua vez, você conhecerá as etapas de expedição e distribuição
dos produtos e, em especial, aprenderá sobre os meios de transporte mais utilizados
no País.
Na Unidade 11, trataremos da linguagem não verbal, ou seja, aquela realizada por
sinais e símbolos nos locais de trabalho e que indicam áreas de alto risco de aciden-
tes. Esta Unidade tem, portanto, uma importância vital na sua formação, pois
compreender as formas de saúde e segurança no trabalho auxilia na prevenção de
acidentes.
Você chega ao fim de mais uma etapa de formação na Unidade 12. É o momento
de rever tudo o que aprendeu e de descobrir como isso será concretizado em seu
currículo, pois você estará certificado e apto a buscar um emprego nessa área.
Boa sorte nessa nova etapa que se inicia!
8. Sumário
Unidade 7
9
Passo a passo no almoxarifado: a organização do espaço
Unidade 8
17
Passo a passo no almoxarifado: a armazenagem
Unidade 9
27
Equipamentos e instalações
Unidade 10
61
Passo a passo no almoxarifado: expedição e distribuição
Unidade 11
67
Linguagem não verbal: sua segurança no trabalho
Unidade 12
97
Revendo seus conhecimentos
9. FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,Tecnologia e
Inovação. Via Rápida Emprego: administração: almoxarife e estoquista, v.2. São Paulo: SDECTI,
2015.
il. - - (Série Arco Ocupacional Administração)
ISBN: 978-85-8312-173-2 (Impresso)
978-85-8312-172-5 (Digital)
1. Ensino Profissionalizante 2. Administração – QualificaçãoTécnica 3. Almoxarife
e Estoquista – Mercado deTrabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação II.Título III. Série.
CDD: 658.787
10. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 9
Unidade 7
Passo a passo no
almoxarifado: a
organização do espaço
Nos almoxarifados ou depósitos acontecem muitas atividades que
permitem a execução de boa parte dos processos logísticos da
empresa. Abrigar os estoques é apenas uma das atividades, o ar-
mazenamento. Nos processos que ocorrem no interior dos arma-
zéns, o software de gestão do armazém se constitui como
ferramenta altamente eficiente e completa, uma vez que engloba
todo o gerenciamento do processo.
Talvez a primeira preocupação que os profissionais que atuam
no almoxarifado devam ter em mente é a organização do espa-
ço físico, o desenho do armazém e suas instalações: o leiaute.
É a partir do leiaute que são definidos vários critérios que serão
adotados no dia a dia das operações que acontecem no estoque
ou armazém.
Equipamentos, instalações e o próprio almoxarifado devem
estar sempre limpos, arrumados, organizados; os paletes – que
você estudará em item próprio – devem estar sempre estrutu-
rados de forma correta, ou seja, as caixas, as embalagens, os
fardos, ou o que for, devem estar perfeitamente empilhados,
afixados e amarrados, e as caixas devidamente fechadas.
Quando houver informações, é preciso respeitá-las para evitar
inconvenientes ou acidentes no momento do empilhamento e
da colocação nas prateleiras; embalagens vazias devem estar
separadas em locais próprios, em gaiolas de armazenamento,
para reaproveitamento; os corredores devem estar desobstruídos,
especialmente quando compõem rotas de fuga; assim como
jamais devem ser obstruídos, em qualquer grau, os locais em
que estão instalados extintores e hidrantes.
13. 12 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
• a definição do armazenamento, com a localização dos diversos grupos, tipos ou
famílias de produtos, e a organização dos eventuais tipos diferentes de estrutura
de armazenamento, como as prateleiras;
• a previsão da dimensão dos materiais a serem estocados e suas dimensões, como
peso, quantidade, diversidade, facilidade ou dificuldade de manejo, assim como a
frequência com que ocorrerão as operações em seu interior, não apenas de carga e
descarga, mas todas as demais, como veremos a seguir;
• a previsão da dimensão dos equipamentos de movimentação das cargas, como
paleteiras, empilhadeiras e esteiras rolantes, se vierem a ser utilizadas e, nesse caso,
também sua localização e disposição, tendo em vista os setores que interligarão;
• o estabelecimento e a sinalização de rotas de fuga e da localização de equipamen-
tos contra incêndio e de saúde e segurança do trabalho;
• o fluxo e a quantidade das operações que possam vir a ser realizadas diariamente;
• a escolha das áreas ideais para as operações de recebimento e conferência das
mercadorias – e, eventualmente, de controle de materiais – de separação, emba-
lagem e expedição dos produtos;
• a escolha de uma área destinada também à guarda ou realização de serviços de
manutenção do próprio almoxarifado;
• as questões de segurança na guarda do estoque e as relativas à preservação dos
materiais contra intempéries, umidade, água, excesso de exposição ao Sol etc.;
• sua localização em relação às demais áreas da empresa (almoxarifados devem se
situar próximos ou se integrar com a produção).
Veja, por exemplo, a importância em se adotar um leiaute adequado no galpão in-
dustrial, em uma situação de “antes” e “depois”.
Antes:
• havia matérias-primas desordenadas no espaço físico;
• as áreas de circulação estavam comprometidas ou pouco práticas, causando trá-
fego e congestionamento no deslocamento das embalagens.
16. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 15
Essas providências, além de facilitarem o trânsito no dia a dia, excluem a possibili-
dade de alterações no desenho do armazém, caso a empresa passe a utilizar produtos
ou equipamentos de maior porte no futuro, inclusive com o uso de empilhadeiras de
maior capacidade de carga.
Outro fator muito importante na concepção dos almoxarifados, que nem sempre é
devidamente observado, é o desenho de seus equipamentos ou instalações com base
nas recomendações dos estudos ergonômicos, assunto que será abordado no tópico
sobre saúde e segurança no trabalho.
Atividade 1
O meu almoxarifado: parte 1
A partir de agora, e até o fim do curso, você projetará um almoxarifado em várias
etapas. Portanto, é importante que guarde e conserve bem o desenho que vai co-
meçar a elaborar. Você vai precisar de uma folha de papel no formato A4, lápis,
borracha e uma régua.
1. Desenhe um galpão onde você hipoteticamente trabalhará por algum tempo. A
princípio, faça apenas o galpão ou armazém visto de cima. Como você ainda não
sabe o que ele conterá, escolha como inspiração uma das empresas listadas a
seguir para ir se familiarizando com a ideia que você terá de desenvolver passo
a passo:
• fábrica de eletrodomésticos;
• loja de material de construção;
• hipermercado; ou
• loja de departamentos.
2. Desenhe um almoxarifado grande, retangular, deixando de fora os seguintes
espaços: 1,5 cm em relação às margens da folha, no sentido do comprimento
do retângulo, acompanhando o formato da folha de papel. Nos lados que
correspondem à largura da folha e do almoxarifado, deixe 5 cm de folga em
relação à margem do papel. Do lado de fora do retângulo, nos lados do com-
primento, faça um risco de cada lado a 0,5 cm de distância do retângulo; nos
lados da largura, faça um risco a 2 cm do retângulo e una todos esses riscos de
modo a formar um novo retângulo exterior. Reserve o desenho e todo o ma-
terial que usou, por enquanto.
17. 16 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
3. Faça aqui um esboço do que fará na folha A4.
18. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 17
Unidade 8
Passo a passo no
almoxarifado: a
armazenagem
Quando uma pessoa compra um produto qualquer e, posterior-
mente, ele é entregue em domicílio, qual costuma ser o primeiro
procedimento ao recebê-lo?
Em geral, a pessoa o examina para conferir se o produto entre-
gue é exatamente aquele que foi adquirido quanto a cor, medi-
das ou tamanho, quantidade de itens que podem compô-lo etc.
e, ao mesmo tempo, verifica se está perfeito, se não sofreu danos,
se não faltam partes e, no caso de máquinas ou aparelhos, se
funcionam perfeitamente, não é mesmo?
No almoxarifado, o procedimento é o mesmo: nos processos
tradicionais, em que a mercadoria chega e é armazenada para
posterior utilização, ou no crossdocking (fala-se “crósdóquin”),
em que ela é imediatamente distribuída, e não armazenada –
procedimento que será visto a seguir –, a descarga é a etapa em
que se realiza a verificação e o controle da mercadoria com base
na nota fiscal, que deve ser confrontada com o pedido e o co-
nhecimento de frete ou quaisquer outros documentos que rela-
cionem o que está sendo entregue.
Inicialmente, costuma-se proceder a uma verificação simples,
“cega”, em que se faz a conferência física, contando e/ou pesan-
do as caixas ou produtos entregues; checa-se, assim, a inexis-
tência de danos ou avarias e as quantidades, que são conferidas
com as constantes na nota fiscal.
20. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 19
São necessários cuidados especiais no momento da coleta de amostras, de um lado,
para evitar sua contaminação e, de outro, para prevenir acidentes em seu manuseio,
especialmente quando se trata de produtos químicos, voláteis, inflamáveis etc.
Se não é o caso de realizar a checagem qualitativa de imediato, as embalagens ou
caixas são abertas posteriormente – depois de concluída a operação de descarga do
caminhão – para que se proceda a uma verificação mais detalhada da mercadoria
entregue. Dependendo da prática adotada na empresa ou dos volumes recebidos, a
verificação pode ser feita por amostragem, ou seja, apenas parte das embalagens são
abertas para a conferência.
Mercadorias cujas embalagens, caixas, fardos, engradados etc. estiverem danifi-
cados ou violados, abertos, amassados, perfurados, embolorados, molhados,
enferrujados etc., isto é, não estiverem íntegros, devem ser examinadas mais
minuciosamente. Pode ser necessária a abertura das embalagens para a verificação
de possíveis danos ou faltas.
Dependendo do produto, embalagens perfuradas ou molhadas, por exemplo,
implicam sua devolução, como é o caso de produtos alimentícios, substâncias
líquidas, pastosas, gasosas, géis etc. Comprovados danos ou avarias na mercado-
ria, organiza-se a documentação que apresenta os problemas para que seja reali-
zada a devolução ao fornecedor. O mesmo procedimento se dá quando ocorre
incompatibilidade entre a mercadoria entregue e a constante na nota fiscal ou no
pedido de compra.
Somente após a realização de todas as conferências ou checagens possíveis, e estan-
do tudo de acordo, as notas fiscais são encaminhadas ao setor que irá processá-las
(contabilidade, contas a pagar).
Os procedimentos de controle e conferência, então, são realizados no próprio mo-
mento da descarga da mercadoria. Uma vez comprovada a conformidade ou cor-
respondência entre documento e mercadoria, o entregador ou transportador exige
a devolução do canhoto da nota fiscal ou outro documento devidamente assinado,
datado e com o carimbo da empresa e, em geral, com o horário da entrega e o nome
do responsável pela recepção das mercadorias.
Tais informações também são registradas no documento que fica na empresa,
de forma que, havendo alguma discrepância entre o documento e a mercadoria
recebida, se possam detectar com facilidade as falhas cometidas, por distração
ou incorreção, na realização dos procedimentos, e, assim, tomar providências
para saná-las.
21. 20 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
Diferentemente do que se faz em casa, produtos como eletrodomésticos, por exem-
plo, não têm seu funcionamento testado pela empresa recebedora, mas pelo consu-
midor final. Isso acontece porque eles vêm em embalagens próprias para garantir
sua integridade no transporte e, sendo lacradas com fitas adesivas, cola etc. ou es-
tando os produtos em engradados pregados, não devem ser violadas, pois embalagens
de produtos novos que estejam abertas indicam a possibilidade de o produto ter sido
usado, estar danificado, de faltarem componentes etc.
Além disso, possuem garantia que passa a valer a partir da data da nota de compra
pelo consumidor final. Os fabricantes, por sua vez, utilizam sistemas de controle de
qualidade dos produtos acabados e regularmente devem realizar testes para assegurar
o perfeito funcionamento ou a presença das características corretas do produto.
Dá para imaginar os contratempos, o trabalho e o custo que a devolução de uma
mercadoria defeituosa implica, tanto para o lojista quanto para o fabricante. Além
dos prejuízos pelos custos financeiros da devolução ou reparo na rede de assistên-
cia técnica do fabricante, há também prejuízos na imagem da marca de ambos,
lojista e fabricante, caso os defeitos sejam constantes.
Além disso, há defeitos que surgem somente com o uso dos produtos, isto é, nem
sempre são perceptíveis nos testes a que são submetidos após finalizados – também
porque tais testes costumam ser feitos por amostragem, englobando apenas algumas
unidades de alguns lotes do total produzido.
Isso tem ocorrido com alguma frequência com um dos produtos mais valorizados
pela população brasileira: o automóvel, cujos fabricantes têm feito chamadas através
da mídia ou outros meios para que os proprietários levem os veículos às redes cre-
denciadas para reparos ou substituição de peças. É o chamado recall.
Aliás, foi exatamente na indústria automobilística, como vimos no Caderno 1, que
se criou e rapidamente se expandiu a utilização do just-in-time (JIT): um espelho
das cadeias integradas de suprimento, quando produtos como peças, partes, com-
ponentes etc. são fornecidos no momento certo e na quantidade exigida para serem
direta e imediatamente integrados à linha de produção, não passando pelo almoxa-
rifado nem pelas conferências que nele se costuma fazer.
Independentemente da adoção ou não do JIT, muitas empresas buscam eliminar
parte das tarefas dos almoxarifados negociando sua realização com os próprios
fornecedores, que passam a executar rigorosamente os controles de qualidade da
separação, da expedição, do transporte etc. do produto para entregar sempre as
mercadorias em perfeitas condições e submetidas a controles precisos de qualidade,
quantidade e demais características e critérios exigidos.
24. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 23
Existe uma operação, conhecida como crossdocking (“cruzando a doca”), que integra
ambas as operações, de modo que ocorram consecutivamente, isto é, produtos
descarregados são imediatamente separados e carregados em outros veículos para a
distribuição. É um esquema de trabalho que exige muito cuidado e atenção para
evitar extravios ou envios de volumes incorretos para seus destinos, mas que ofere-
ce algumas vantagens importantes:
• torna desnecessárias todas as atividades de armazenamento, transporte e manuseio
interno;
• economiza espaço, que pode ser utilizado para outros fins;
• diminui a necessidade, o uso e o desgaste de instalações;
• reduz as horas de trabalho dos operadores e dos equipamentos e de energia ou
combustível;
• diminui a possibilidade de danos na mercadoria ao reduzir sua movimentação;
• torna extremamente ágil o processo de recepção e entrega de mercadorias, sendo o
ideal para entregas urgentes e para a distribuição de produtos altamente perecíveis.
O software também controla a realização desse tipo de procedimento. Indepen-
dentemente do sistema adotado, toda a mercadoria deve ser devidamente registra-
da e as informações correspondentes devem ser lançadas no sistema de controle e
gestão.
Atividade 1
Canais de distribuição
1. Imagine que você trabalha no centro de distribuição de uma grande rede vare-
jista, com três tipos de canais de distribuição e 60 pontos de venda na cidade:
quatro hipermercados, 32 supermercados e 24 minimercados. Um hipermercado
e, em média, oito supermercados estão localizados em cada região – norte, sul,
leste e oeste. Já os minimercados estão localizados concentradamente em apenas
duas regiões da cidade, a norte (oito unidades) e a oeste (dez unidades).
Nessas regiões em que há minimercados, as vendas no setor de hortifrutigranjei-
ros, especialmente as hortaliças, dos supermercados e hipermercados estão em
lenta e gradual queda há mais de um ano. Os minimercados são a grande apos-
ta estratégica da rede, uma iniciativa bem recente, sendo que o primeiro deles foi
inaugurado há aproximadamente dez meses.
25. 24 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
Um belo dia, começa a chover torrencialmente e, por esse motivo, o encarre-
gado, com alguns funcionários, não conseguiram chegar ao trabalho. Assim,
o gerente pediu que você assumisse o lugar do encarregado; parte dos pequenos
caminhões da empresa também não chegou, pois há muitos pontos de alaga-
mento intransitáveis onde só passam caminhões altos – que é o caso dos cami-
nhões dos fornecedores, que estão chegando normalmente para descarregar as
mercadorias.
2. Faça uma relação dos produtos comercializados nos pontos de venda que você
imagina que devam ser operados pelo sistema de crossdocking.
3. Você, um dia, viu o encarregado fazendo uma curva ABC dos produtos que
estavam chegando naquele horário. Faça uma curva aproximada desses produtos,
tendo em mente que três ou quatro deles são vendidos em quantidades de quatro
a cinco vezes menores que os campeões de vendas, mas custam de quatro a
cinco vezes mais. Outros custam de duas a três vezes mais e vendem de duas
a três vezes menos.
Decida quais desses produtos serão entregues e os canais de distribuição
preferenciais para recebê-los, tendo em vista que não há caminhões suficien-
tes disponíveis e, portanto, nem todos os tipos de produtos serão entregues
imediatamente e nem todos os pontos de venda serão atendidos nesta primei-
ra distribuição do dia.
27. 26 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
4. Prepare uma apresentação para a classe, tendo em mente realizar a melhor aná-
lise possível do quadro.
Leve em consideração que nas empresas sempre se espera que os operadores da
área de logística tenham a capacidade de perceber dados, fatos, fenômenos,
procedimentos, condições etc., que podem prejudicar ou melhorar o desempenho
das operações.
Atividade 2
O meu almoxarifado: parte 2
1. Em casa, retome seu desenho.
2. Em um dos lados correspondentes à largura do papel e dos retângulos, faça um
risco de 2,5 cm, continuando o risco do lado comprido do retângulo exterior
(é um prolongamento deste lado do retângulo), em direção à borda do papel (lado
da largura); depois, faça mais seis riscos paralelos a esse que você acabou de fazer,
também de 2,5 cm de comprimento cada um deles, com 1,5 cm de distância
entre um risco e outro.
3. Agora faça a mesma coisa do outro lado comprido do retângulo (sem virá-lo, os
riscos vão se aproximar dos que você já fez): um risco prolongando o retângulo
exterior e mais seis a partir do prolongamento do retângulo exterior que você
acabou de fazer, indo em direção à borda do papel.
4. Você vai ver que ficou um espaço mais estreito entre os últimos riscos das duas
séries de riscos, no meio daquele espaço do papel. Numere os espaços entre esses
riscos da esquerda para a direita (pulando o espaço mais estreito) de 1 a 12, fa-
zendo números centralizados em cada espaço, mas mais próximos do risco do
retângulo exterior: você acabou de fazer as baias ou docas nas quais os caminhões
vão atracar para descarregar.
5. Desenhe alguns caminhõezinhos um pouco menores que as baias, com a frente
virada para fora do papel. Faça um esboço antes de passar a limpo no seu desenho
final.
28. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 27
Unidade 9
Equipamentos
e instalações
Das docas, os produtos são transferidos para o interior dos arma-
zéns. Nesse momento, são utilizados alguns critérios de armaze-
namento e determinados equipamentos.
Os critérios de armazenamento são lógicos e certamente todos
nós os utilizamos cotidianamente ao guardarmos coisas em casa:
• as mais pesadas são guardadas em locais baixos e de fácil
acesso, para diminuir seu deslocamento ao máximo. No caso
dos armazéns, ficam nas prateleiras mais próximas da entra-
da ou da expedição e nas áreas inferiores;
• as que usamos com mais frequência, que têm mais giro, guar-
damos mais à frente, e as com menor giro, nos fundos. No
almoxarifado, usa-se o mesmo critério.
Por sua vez, os equipamentos são os paletes ou pallets, as pale-
teiras (transpaletes ou transpaleteiras) e as empilhadeiras.
Paletes
Os paletes são estrados quadrados, mas não formam um qua-
drado perfeito; na realidade, são ligeiramente retangulares. O
palete PBR (padrão brasileiro) mede 1 metro (m) por 1,2 m,
suporta 1 200 quilogramas (kg) e geralmente é de madeira, mas
também existem os de alumínio, aço, fibra e plástico.
Eles podem ser acessados por dois lados (duas entradas) ou pelos
quatro lados (quatro entradas); ser de uso contínuo ou descar-
táveis (one way; fala-se “uan uei”); de uma ou duas faces (só a
parte de cima é fechada ou tanto a de cima quanto a de baixo);
e mais ou menos reforçados, aguentando maior ou menor peso.
33. 32 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
Atividade 1
Paletes e empilhadeiras
1. Em dupla, no laboratório de informática, realizem uma pesquisa sobre paletes e
empilhadeiras buscando responder ao seguinte roteiro e justificando suas respostas.
a) Exemplifiquem o tipo de carga para cada tipo de empilhadeira:
Empilhadeira Carga
Patolada
Contrabalançada
Retrátil
Trilateral
b) Exemplifiquem o tipo de carga para cada tipo de palete:
Palete Carga
1 face
2 lados
4 lados
Descartável
38. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 37
agora. Então, não se preocupe em fazê-los perfeitos. O ideal talvez seja fazer os
riscos tracejados, de leve, apenas para começar a visualizar melhor os espaços e
as proporções.
Endereçamento
Quando nos referimos a “último andar” e “térreo”, estamos, na realidade, utilizando
um procedimento e uma nomenclatura comumente adotados para facilitar a locali-
zação dos produtos no estoque, de modo a completar o endereço do local em que se
encontra determinado produto – que já contém informações como “rua”, “prédio”,
“andar” e até “apartamento”, além do “lado par” ou “ímpar” da rua.
As ruas podem ser denominadas por letras, números, ou ambos, e os demais dados,
por números, de tal modo que um endereço no qual se encontra uma dada merca-
doria pode ser: M-1-5-4-4, significando que o local é a rua M, no lado ímpar 1 (ou
2 se par), no prédio 5, 4o
andar, no apartamento 4.
Outras nomenclaturas ou definições que se servem de cores, blocos, seções, grupos,
famílias etc. também são utilizadas em empresas. O ideal, por vezes, é que se com-
binem critérios para favorecer ainda mais a localização: setor vermelho (materiais
de escritório, por exemplo), rua B, prédio 2; setor amarelo (materiais de limpeza,
por exemplo), rua X. No entanto, deve-se evitar formar códigos ou métodos de
identificação muito complicados, que se tornem difíceis de assimilar ou memorizar.
Todos esses procedimentos se aplicam variando, naturalmente, em função da di-
versidade de itens e de estoques presentes no almoxarifado. Há almoxarifados que
abrigam apenas algumas centenas de itens, enquanto outros, algumas dezenas de
milhares, ainda que muitos dos quais sejam similares.
Se você alguma vez já precisou adquirir uma peça para encanamento de água, por
exemplo, sabe que, de uma única peça, existem algumas variedades. Pense em um
cotovelo para ligação do cano à torneira ou a uma peça intermediária. Nesse caso,
podem variar: bitola do cano (meia polegada, ¾ de polegada), material (plástico azul,
plástico marrom, cobre, bronze, plásticos para uso com água quente), tipo de junção
(um lado com rosca interna e outro com externa; um lado com rosca e outro para uso
de cola ou solda; dois lados para uso de cola ou solda); bitolas do próprio cotovelo
(ambos os lados com a mesma bitola ou um lado com redução de uma delas); ângu-
lo (90 ou 45 graus) etc. Em outras palavras, um simples cotovelo combina várias
características e utilizações e chega a representar mais de 20 itens diferentes.
39. 38 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
Em muitos almoxarifados, os endereços são sinalizados com etiquetas de código de
barras, com o auxílio do software de gestão do armazém, nos paletes, volumes,
caixas, peças etc., e nas estruturas porta-paletes ou de prateleiras. Desse modo, a
identificação do local de estocagem de cada produto torna-se rápida e fácil, como
quando um operador retira uma embalagem ou palete de um local, separa apenas
uma parte dos produtos que nela ou nele se encontravam, e não os retorna ao local
de origem – o que pode ser feito por qualquer outra pessoa com facilidade. Por essa
razão, é fundamental que toda a mercadoria seja devidamente identificada e as
etiquetas sejam preservadas no manuseio dos volumes ou paletes.
Nessa etapa do processo, o software dispõe de recursos que auxiliam bastante o
trabalho, pois classifica os diferentes produtos, de modo que sejam armazenados
respeitando classes ou grupos determinados, isto é, ele define os endereços em que
devem ser colocados os produtos de cada grupo ou classe, seguindo os critérios da
empresa.
Essa classificação pode ser baseada em inúmeras características dos materiais ou
produtos, como valor ou custo, frequência de uso, quais produtos são utilizados em
determinada etapa da produção, dimensões, peso, validade, linha de produtos,
marcas etc. Ao mesmo tempo, o software auxilia na seleção das estruturas de arma-
zenamento e de paletes mais apropriadas.
Produtos novos, que não eram utilizados, devem ser classificados e codificados para
que possam ser endereçados e localizados de forma correta quando requisitados.
Um dos instrumentos utilizados nessas tarefas é o coletor de dados de etiquetas de
código de barras (bar code) – que veremos a seguir –, cuja função é fornecer o en-
dereçamento que deve ser atribuído ao produto que chega.
Uma vez etiquetados, procede-se ao armazenamento propriamente dito – transpor-
tando-se os volumes paletizados com o uso das paleteiras, empilhadeiras etc. – e
aos devidos lançamentos no sistema.
Passo a passo: armazenamento
Como vimos na Unidade referente aos tipos de estoques, os profissionais que
atuam nos almoxarifados ou depósitos podem ter em mãos todo tipo de mate-
riais, em função do perfil ou do setor de atividade econômica da empresa em
que atuam.
41. 40 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
Por essa razão recomenda-se que não sejam feitos transbordos desnecessários de
produtos, pois, quanto mais operações são feitas, maiores são as chances
de ocorrerem acidentes. Ao se retirar um produto com uma paleteira, por exem-
plo, deve-se mantê-lo sobre ela até sua deposição no caminhão e, se possível,
tanto o equipamento quanto a embalagem devem ser usados em sua capacidade
total, de modo a evitar a repetição desnecessária de operações ou o uso desne-
cessário de embalagens.
Do mesmo modo, toda a movimentação de materiais deve, de preferência, seguir
um pequeno planejamento, em que se preveem todas as operações que serão
realizadas: quantos e quais equipamentos serão utilizados na movimentação
específica; quais as características da carga a ser movimentada em termos de
peso, tamanho, volume cúbico, fragilidade, periculosidade etc.; quantas pesso-
as realizarão a movimentação; a duração estimada; quais serão as etapas a serem
cumpridas; os pontos de origem e destino das mercadorias, os trajetos e o nú-
mero de percursos a se fazer etc.
Nesse sentido, deve-se sempre reservar o tempo necessário para sua execução
em condições normais de ritmo do trabalho humano e dos equipamentos, e
utilizar equipamentos e procedimentos adequados à operação que se vai realizar,
evitando-se improvisos, atitudes ou ações não recomendáveis e, frequentemen-
te, perigosas.
Qualquer acidente pode provocar lesões sérias e, por vezes, permanentes ao traba-
lhador. E, quando isso felizmente não acontece, há grande possibilidade de danos
às mercadorias, aos equipamentos ou às instalações. Em todos os casos, há perda
de tempo e de esforço na operação frustrada e, quase sempre, a necessidade de serem
realizadas várias outras operações que não deveriam ocorrer, para poder “consertar”
a operação ou reparar os danos.
Nessas situações, é comum que ocorram prejuízos financeiros para a empresa e
para o trabalhador. Além disso, o descuido de um trabalhador pode causar graves
danos a outros, ainda que não a si mesmo.
Devem ser utilizados, preferencialmente, meios mecânicos para a movimentação de
cargas, evitando-se riscos físicos, corporais, por excesso ou inadequação de esforço
ou movimentos, e buscando-se preservar as indicações da ergonomia; obtêm-se,
assim, prioritariamente, ganhos de segurança pessoal, e preservam-se, também, os
produtos ou materiais manuseados.
43. 42 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
as fichas simples nas quais se farão os lançamentos das entradas e saídas do item de
modo a saber, a qualquer momento, quantas unidades existem disponíveis.
Este processo, o de código de barras – que veremos em breve –, em geral segue uma
lógica em que alguns números identificam o grupo, a categoria, a família e a classe
a que pertence o produto e outros, o produto específico. Assim, em nossa cozinha,
teríamos, por exemplo:
• Categoria de produtos: produção de doces – código 01 ou AA.
• Grupo do tipo de doce: bolos – código 02.
• Classe do bolo: bolos com chocolate – código 01.
• Família de ingrediente: cacau em pó – código 11.
• Tipo de unidade: caixa de 200 gramas – código 200.
Desse modo, o código completo que identificaria o item cacau seria: 01 02 01 11
200 ou AA 02 01 11 200. Esse código seria anotado em todas as caixas de cacau e
na prateleira onde ficariam guardadas, bem como na ficha de controle de estoque
– nesse caso, a ficha deveria prever a existência de caixas com outras capacidades,
como 500 g, 1 kg etc.
Na primeira classificação, que aqui denominamos “categoria”, poderíamos ter pro-
dução de salgados, por exemplo, ou de refrescos etc. No que chamamos “grupo”,
poderíamos ter itens para produção de pavês, sorvetes etc. Na “classe do bolo”, de
banana, de laranja etc. Na “família”, chocolate em pó, farinha, fermento em pó etc.,
e assim por diante, de modo que cada classificação seguiria a sequência dos núme-
ros: 01, 02, 03, 04, 05 etc.
O princípio é uma primeira classificação que agrega toda uma linha de produtos;
outra classificação especifica o tipo de produto completo; outra denomina de forma
mais particular a “espécie” do produto; uma outra classificação individualiza o
produto em si, no nosso caso, o ingrediente cacau; e uma última descreve a capaci-
dade da embalagem.
O processo mais eficiente é o de etiquetagem, com a impressão das etiquetas me-
diante utilização de código de barras, que são afixadas em caixas, peças, volumes
etc., se não vierem previamente etiquetados pelo fornecedor. Nesse processo, é
utilizada a tecnologia de impressoras de código de barras, impressoras térmicas,
leitores e coletores de códigos.
47. 46 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
Atividade 3
Etiquetando e codificando minha vida
1. Para fazer suas etiquetas, você precisará de uma folha de papel no formato A4.
2. Na folha de papel, marque com um tracinho o ponto que representa 10 cm a partir
de um dos lados da largura do papel e, outro, 20 cm. Siga os traços em direção ao
lado oposto, encostando a régua na borda do lado do comprimento da folha.
3. Faça o mesmo encostando a régua, virada, do lado do comprimento do papel. Ago-
ra, una os pontos da marca de 10 cm com um risco paralelo à margem do papel e de
novo na marca dos 20 cm, dividindo a folha em três partes mais ou menos iguais.
Vire a folha, e, da mesma forma, faça marcas no sentido de um dos lados compridos
para o outro, a cada 3 cm, dos dois lados da folha, e una as marcas, de maneira a
obter um grande retângulo, criando 21 pequenos retângulos que serão suas etiquetas.
4. Escreva, na margem inferior das etiquetas, o seu nome, em letras maiúsculas e
de forma, assim: ANTONIA, LUISA, JOANA, ROBERTA, CARLA CIA.
LTDA. ou S.A., ou ANTONIO, LUIS, JOÃO, ROBERTO, CARLOS CIA.
LTDA. ou S.A.
5. No verso da folha, comece a pensar no código que utilizará para identificar o
que será etiquetado. Assim, relacione, separadamente, as categorias: amigos,
material deste curso, os ideais que acha que poderá alcançar com base neste
curso, os conhecimentos que você tem, os que você precisa ter etc. Para cada uma
dessas relações, atribua uma letra ou número diferente, e para cada item, um
número. Na categoria que houver condição, crie grupos ou classes: novos amigos,
velhos amigos, nem novos nem velhos; e, como neste caso é possível, crie uma
família: “amigos de infância”, “colegas” etc. Assim, por exemplo:
• Categoria: amigos = A;
• Classe: infância = 01 / vida adulta = 02;
• Descrição: amigos do peito = 01 / colegas = 02 / amigos distantes = 03.
Veja a seguir a classificação de um velho amigo distante: João = A0103. Crie um
código para o material do curso pensando no que podem ser categorias, classes,
grupos etc. para livros, cadernos, canetas, folhas de papel, lápis etc.
6. Escolha e escreva alguns desses códigos em letras ou números graúdos, capricha-
dos, nas etiquetas. Você deverá cortar pelo menos uma e prendê-la com fita
adesiva no seu livro do curso, identificando-o de acordo com o código que criou.
48. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 47
Controle de estoque
Como vimos, com a identificação por meio de etiquetas inteligentes de radiofrequên-
cia ou de código de barras, é possível localizar um produto e, inclusive, os paletes e as
prateleiras em que estão armazenados.
Além disso, mediante a utilização dos coletores ou leitores, pode-se facilmente
armazenar as mercadorias nos locais corretos e retirá-las para a separação, a fim
de atender aos pedidos de requisições dos produtos ou matérias. Do mesmo modo,
é possível fazer o levantamento de quantas unidades existem no estoque, por meio
da realização de inventários – a contagem das unidades diretamente nos locais
em que estão estocadas, para conferência ou checagem com os dados constantes
nos controles de estoque. Controles esse que podem ser feitos em fichas simples,
manualmente, ou em planilhas eletrônicas – nesse caso, como foi visto, com o
auxílio de softwares, programas de computador dedicados à execução dessa tarefa,
entre inúmeras outras alternativas.
Uma das formas usuais de controle são as auditorias simples, feitas, por exemplo,
mensalmente, com o objetivo de verificar algumas características ou condições do
estoque – como o estoque mínimo e o máximo –, a devida realização dos procedi-
mentos de controles e registros e, também, o estado em que os materiais se encontram
etc. Esses procedimentos são feitos mediante a checagem das notas de entrada e de
saída, das requisições de compra e fichas ou registros de controle.
Fichas de controle
As fichas de controle devem permitir uma visão da situação do estoque tanto no
momento da auditoria como a qualquer momento que se deseje. Deve-se ter um
cuidado especial ao verificar como estão sendo feitos os lançamentos, já que são
fundamentais no controle.
Portanto, deve-se checar se a identificação dos produtos, sua codificação e conse-
quentemente sua localização no estoque (estante, prateleira, rua, número, andar
etc.) estão corretas, uma vez que erros, nesse momento, vão gerar números incor-
retos no sistema: determinado produto poderá apresentar números inferiores ao
correto e, do mesmo modo, outro produto poderá apresentar números superiores
ao real. Assim, é importante conferir se as devoluções e as baixas por danos ocor-
ridos foram convenientemente computadas. E, por fim, verificar se há compati-
bilidade entre os dados dessas fichas e os dos demais controles. Veja um exemplo
de ficha de controle de estoques.
51. 50 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
Inventários
Outro procedimento de controle é a realização de inventários, que são os instru-
mentos fundamentais para o controle eficiente do estoque, pois é no momento de
sua realização que se detectam todas e quaisquer diferenças que possam estar acon-
tecendo entre os registros e o estoque real.
Nos inventários, todos os registros e controles são checados com o estoque, que é
contado fisicamente, item a item. Eles garantem, assim, com absoluta precisão, o
controle do funcionamento correto dos almoxarifados ou depósitos no que toca a
seus números, sendo o momento em que se procede a todos os ajustes nos registros
que sejam necessários. Por essa razão, são realizados periodicamente, de forma sis-
temática.
São dois os tipos de inventários: os rotativos e os gerais.
Os rotativos são efetuados em intervalos curtos de tempo, em contraposição aos
gerais, inventários mais completos que, por sua complexidade, são costumeiramen-
te feitos em intervalos mais longos, semestralmente ou anualmente, dependendo da
importância de um produto e do seu fluxo de comercialização dentro da empresa.
Os inventários rotativos possibilitam, também, acompanhar mais de perto a eficiên-
cia dos registros e controles da movimentação do estoque, a fim de favorecer a to-
mada de decisões de forma mais imediata, com a concretização de ações que possam
corrigir ou sanar possíveis problemas.
Vimos que, na realização dos registros de entrada e saída dos materiais, podem
ocorrer erros de lançamento dos dados, seja por distração, por não se ter efetuado
nenhum lançamento no momento devido, seja pela leitura, anotação ou digitação
errada de números, ou em fichas ou planilhas erradas. Enfim são vários motivos que
podem levar a equívocos, além de desvios de mercadorias e furto.
Quando se tem o recurso dos softwares, é possível saber até mesmo a quantidade de
unidades de determinado produto que se encontram nas embalagens empilhadas
palete por palete, pois pode-se realizar a baixa das unidades que tiveram saída em
cada embalagem ou palete.
Nesse esquema de inventário, se faz uma contagem física parcial, isto é, apenas de
parte dos produtos, a cada vez, em sistema de rodízio. Em geral, é realizado men-
salmente, seguindo uma programação que possa cobrir todos os itens do estoque,
examinando-se determinadas categorias, classes, grupos etc. a cada procedimento.
52. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 51
Dependendo da necessidade, do interesse e das possibilidades, pode ser realiza-
do em intervalos maiores ou menores de tempo; há empresas que o realizam
semanalmente.
É comum serem inventariados com mais frequência os itens que compõem a classe
A da curva ABC, assim como os itens que têm alta rotatividade (alto número de
entradas e saídas). Em geral, são inventariados três vezes ao ano.
Um segundo grupo de itens, os da classe B da curva e os que têm média rotatividade,
costuma ser inventariado duas vezes ao ano. E, finalmente, itens da classe C ou de
baixa rotatividade, apenas uma vez ao ano.
As frequências dos inventários seguem uma lógica: itens de maior valor unitário
exigem maior controle para que se consiga, mais rapidamente, evitar perdas que
serão de valor mais expressivo. O mesmo se dá com itens de alta rotatividade,
que geram grande número de lançamentos nos registros, por causa de entradas,
saídas, cancelamentos, avarias no manuseio e devoluções.
E assim, inversamente, os itens de médio valor e rotatividade podem ser inventariados
com menos frequência, já que eventuais perdas não representarão prejuízos significa-
tivos – ainda mais no caso dos itens de baixo valor e rotatividade.
É um procedimento que, em cada etapa, não demanda grandes esforços e tempo para
sua realização. Como seu ciclo é rápido, permite a detecção, a análise de causas e a
subsequente correção de erros, de maneira ágil, evitando que os erros atinjam grandes
proporções e acarretem consequências graves. Sua realização não interrompe os demais
procedimentos que se dão no almoxarifado, mesmo as operações de carga, armaze-
namento ou descarga.
O inventário geral, por sua vez, exige que se paralisem todas as operações do almo-
xarifado. Além disso, pode exigir o recurso de mais pessoas que o quadro normal
de funcionários da área, para sua realização. São contados, ao mesmo tempo, todos
os itens do estoque e são conferidos todos os registros e controles respectivos. Por
essa razão, precisam estar totalmente atualizados.
Por ser um trabalho extenso, complexo e demorado, normalmente não favorece
a realização de análises de erros ou de divergências entre os dados físicos e os
dos controles. O esforço de trabalho é maior e costuma demandar mais recur-
sos humanos; por isso, o inventário geral requer um planejamento mais deta-
lhado e antecipado.
54. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 53
Estoques máximo e mínimo
As empresas necessitam exercer controle absoluto sobre seus estoques e, para que
elas possam gerenciá-los corretamente, os registros e controles a cargo do almoxa-
rifado devem ter o máximo de precisão possível, ou seja, sempre em 100% ou o
mais próximo possível desse valor. Erros nos registros e no controle podem signifi-
car perdas financeiras. Alguns instrumentos permitem a eliminação de possíveis
erros na gestão. Um deles é o estabelecimento de valores máximos e mínimos para
a quantidade de unidades dos itens presentes nos estoques.
O estoque máximo é a quantidade máxima, limite, de dado item (ou família, ou
grupo pequeno de itens estocados) que a empresa estabelece. Ele reflete critérios rela-
tivos ao investimento de capital em materiais, matérias-primas, componentes, entre
outros, e até, ocasionalmente, ao almoxarifado em si, como disponibilidade de espaço,
operadores, instalações etc., além de eventual obsolescência, oportunidade etc.
O estoque mínimo, por sua vez, representa a quantidade mínima de unidades de
dado item, família, grupo etc. que a empresa necessita manter em estoque, de modo
a garantir a sua produção conforme programado. Para que se consiga determinar o
valor do estoque mínimo, costuma-se recorrer a estimativas baseadas no consumo
em um certo período anterior, por exemplo, durante os seis últimos meses, se não
houver sazonalidade dos produtos – o que fornecerá um número bastante aproxi-
mado como projeção do consumo nos próximos meses.
Outra possibilidade é recorrer a cálculos matemáticos. Um cálculo simples é o seguinte:
toma-se um período, de 12 meses, por exemplo, e tira-se a média de consumo mensal.
Em seguida, a empresa faz uma estimativa da frequência com a qual o item será suprido
sem falta – por exemplo, em 90% dos casos as necessidades serão atendidas.
Trata-se, sempre, de estimativas que são sujeitas às variações do mercado consumi-
dor. Calcula-se, então, esse percentual sobre o consumo médio, e o resultado será a
quantidade de unidades daquele determinado item que deve ser mantida como
estoque mínimo ou, em parte das empresas, estoque de segurança.
Há empresas que consideram o estoque de segurança como aquele capaz de evitar atra-
sos ou pequenas interrupções no ressuprimento de dado item, como nos casos de entre-
ga de materiais que não atendem exatamente às especificações do controle de qualidade,
ou quando há dilatação nos prazos de entrega, escassez, aumento de demanda etc.
Por essas razões, recorre-se também ao que se denomina ponto de pedido ou ponto
de ressuprimento – que é o momento em que se deve realizar o pedido de compra
para reabastecer o estoque, em função da quantidade de unidades que se quer
55. 54 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
atingir. Deve-se levar em consideração, ainda, o tempo de ressuprimento, que se
passa entre a comunicação da necessidade da compra até a efetivação do pedido, a
produção (quando é o caso) e a entrega. Isso ocorre tendo-se em mente um forne-
cedor que mantenha sempre invariáveis os seus prazos de produção e entrega.
Passo a passo: separação de pedidos ou ordem de
produção
Os sistemas de endereçamento e identificação dos produtos por meio da etiquetagem
e o tipo de instalação utilizada para o estoque, além da disposição espacial dos
produtos pelo almoxarifado, são os fatores que permitem não só um armazenamen-
to eficiente, preciso e rápido, como, igualmente, fácil acesso aos produtos, para se-
paração (em inglês, picking [fala-se piquin]) e posterior distribuição.
Tanto no setor industrial quanto no comercial há a necessidade de separar produtos
para atender aos pedidos – dos clientes (produtos acabados) ou da área de produção
(matérias-primas, ferramentas, produtos em construção etc.), que também é enten-
dida como cliente. É comum as empresas considerarem cada departamento como
um “cliente”, o que significa que o tratamento dispensado por um departamento a
outro deve buscar, cada vez mais, maior qualidade no atendimento.
Dependendo da forma como o almoxarifado ou o depósito está organizado – como
também da variedade de itens distintos e de suas próprias dimensões –, pode haver
uma única área de separação que centraliza essa atividade, ou várias, que, por vezes,
estão localizadas preferencialmente próximas às próprias estruturas de porta-paletes,
o que evita o trânsito desnecessário das mercadorias no interior do depósito.
Os paletes, por sua vez, são baixados, e as caixas ou outras embalagens, abertas; a
quantidade de unidades solicitada é extraída e separada; fecham-se novamente as
embalagens e retornam-se os paletes aos seus endereços.
O trânsito desnecessário das mercadorias no depósito aumenta o risco de acidentes
que podem resultar em sérias consequências ao trabalhador, além de danos ou
avarias aos produtos, aos equipamentos e às instalações. Ao evitá-lo, economizam-
-se horas de trabalho dos operadores, combustível das empilhadeiras, e reduzem-se
a manutenção e o desgaste desses instrumentos, visto que passam a ser bem menos
utilizados.
Em muitas empresas, existem esteiras rolantes que auxiliam o trânsito dos produtos
nessa etapa e colaboram para minimizar danos no manuseio, ao mesmo tempo que
facilitam o trabalho dos operadores, conduzindo os volumes às respectivas docas
56. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 55
para a operação de carga e controlando automaticamente os produtos que são en-
caminhados para a separação.
A etapa da separação pode ser feita tanto a partir de um único pedido quanto a partir
de um produto. No primeiro caso, com o pedido em mãos, separam-se todos os seus
itens; no segundo caso, o ponto de partida é o produto, que é separado para todos os
pedidos.
Um exemplo prático seria o seguinte: é como se você fosse ao supermercado realizar
compras para duas famílias. Com um carrinho, você pode pegar todos os produtos da
lista e, depois, pegar outro carrinho e percorrer novamente todo o supermercado, reco-
lhendo produtos iguais; ou pegar um carrinho e recolher os produtos das duas compras
em uma única vez e, sendo necessário, pegar outro carrinho para completar as compras.
Atividade 4
O meu almoxarifado: parte 4
1. Retome seu desenho e crie a área de separação, desenhando uma ou mais ban-
cadas no tamanho que julgar adequado.
Embalagem, paletização, unitização
Feita a separação ou picking, procedimento que também é controlado pelo software
gerenciador do armazém, os produtos são embalados, não necessariamente apenas
quando enviados para fora da empresa – há produtos que devem estar perfeitamen-
te embalados para poderem ser manuseados dentro da própria empresa –, e são
encaminhados à expedição. Antes, porém, são realizados os devidos lançamentos e
a conferência dos produtos e respectivos pedidos.
Havendo sobras nas embalagens ou nos paletes, estes devem ser recolocados em seus
locais de armazenamento. Nessas tarefas o coletor de código de barras pode ser útil,
pois é capaz de fornecer os endereços em que estão estocados os produtos e informar
a quantidade a ser separada.
As embalagens são classificadas em vários tipos: a primária, que contém o produ-
to propriamente dito; a secundária, que protege a primária; e a terciária, uma
caixa maior que contém várias unidades do produto e é feita de papelão, plástico
ou madeira. Pode haver ainda outras embalagens, maiores, mais resistentes, que
acolhem mais itens, sendo mais favoráveis à movimentação, armazenagem e re-
dução de danos de manuseio.
58. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 57
Além disso, órgãos reguladores exigem que inúmeras informações sejam afixadas
nas embalagens, como as tabelas de valor nutricional e as informações de serviços
de fiscalização governamental nos produtos alimentícios.
Assim, não somente os produtos devem ser embalados para serem preservados, mas
suas próprias embalagens também devem ser preservadas, já que as danificadas
desestimulam a aquisição do produto; nos alimentícios, favorecem ou permitem sua
deterioração.
Como todos os processos de logística, a área de embalagens também tem sido
objeto de estudos e pesquisas pelas empresas, apresentando grandes inovações
no decorrer do tempo, como a invenção do isopor e das embalagens longa-
-vida, dos filmes plásticos e, mais recentemente, dos compostos de papel de
alta resistência.
O procedimento de embalagem também tem em vista a unitização, o que significa
reunir diversos produtos embalados dentro de uma única embalagem maior, evi-
tando a movimentação individual de pequenos volumes e protegendo a mercadoria,
pois esse tipo de embalagem é mais resistente e adequado ao manuseio por parte
dos equipamentos e dos operadores.
Assim, o ideal é que as embalagens secundárias ou terciárias tenham dimensões e
formatos que facilitem a unitização e a paletização, isto é, a composição de volumes
sobre os paletes, que respeitem suas dimensões em todas as laterais, sejam lisas no
lado superior e respeitem as alturas das estruturas de armazenagem. As cargas de-
vidamente unitizadas costumam ser envoltas por cintas plásticas ou metálicas, ou
mesmo filmes plásticos, cantoneiras, chapas de papelão ou madeira, tudo para que
se tornem rígidas.
Um volume que não se apresente nas dimensões e com a rigidez corretas certa-
mente trará problemas no momento de sua introdução ou remoção do porta-
-paletes pela empilhadeira. Volumes devidamente unitizados, paletizados e com
medidas padronizadas favorecem todas as operações de carga e descarga, não
apenas nas estruturas de armazenamento, mas, igualmente, nos caminhões, con-
têineres etc., aumentando a velocidade do trabalho, diminuindo riscos de aciden-
tes, economizando espaços etc.
Um contêiner representaria o esquema de unitização elevado a sua máxima dimen-
são: uma embalagem bastante resistente na qual são colocadas inúmeras embalagens
menores, menos resistentes, de modo a evitar acidentes e, ao mesmo tempo, reduzir
drasticamente as operações de movimentação de carga.
61. 60 Arco Ocupacional Administração Almoxarife e Estoquista 2
Atividade 5
O meu almoxarifado: parte 5
1. Reflita se em seu almoxarifado a área de embalagem ocupa o mesmo espaço da
área de separação. Caso não ocupe, talvez um pequeno e comprido retângulo
representando uma esteira rolante possa unir as duas áreas, e, se assim for, dese-
nhe ambas: uma bancada para embalagem e uma esteira.
Atividade 6
Estudo de meio: visitando um almoxarifado
1. Agora que você e seus colegas já discutiram sobre o trabalho que é realizado nos
almoxarifados, podem se organizar em grupo para conhecê-los pessoalmente.
Para que a experiência seja mais rica para a classe, cada grupo deve escolher um
almoxarifado ou estoque diferente. Por exemplo: de uma loja de roupas, de
calçados, de eletrodomésticos, de material de construção, de uma obra de cons-
trução civil, de dois ou três tipos diferentes de indústria, de um estabelecimento
agrícola ou pecuário etc.
2. Depois de escolhido o local de visita dos grupos, para que a ida ao almoxa-
rifado ou depósito seja mais proveitosa, é recomendável que vocês preparem
antes um roteiro de observação. Pensem no que será observado: O trabalho
das pessoas? Os equipamentos? As instalações? A forma como estão organi-
zados os itens estocados? A expedição? Os métodos e instrumentos de con-
trole? Tudo? Talvez seja interessante que cada membro do grupo observe
aspectos diversos, de modo que possa ver com mais atenção para depois re-
latar aos demais o que perceber.
3. Após a visita, façam uma discussão coletiva, de forma que o trabalho traga mais
informações para a classe.
62. Almoxarife e Estoquista 2 Arco Ocupacional Administração 61
Unidade 10
Passo a passo no
almoxarifado: expedição
e distribuição
A etapa de expedição e distribuição engloba todos os procedi-
mentos que concretizam o envio da mercadoria ao cliente, que,
como já foi visto, pode ser um distribuidor, um atacadista, um
varejista etc. Essa etapa pode tanto ser realizada pelo próprio
fabricante ou fornecedor do produto quanto por terceiros.
Em geral, as grandes empresas, cujo volume de produtos a
serem distribuídos é bastante elevado, têm optado por não
assumir diretamente essas tarefas, preferindo terceirizá-las,
servindo-se dos operadores logísticos, que são empresas espe-
cializadas em realizar a distribuição.
Nesse ponto, o foco – não só em termos de custos, mas também
por ser aquele que encerra o ciclo de compra de um produto – é
o transporte. Segundo estudos de Salgado, Ribeiro e Ferreira,
as despesas com transporte representam 60% das despesas totais
de logística, razão pela qual todos os procedimentos nessa área
devem ser muito bem planejados.
Assim, uma empresa que procure fornecer seus produtos até
pontos muito distantes de sua fábrica deve preocupar-se em ter
custo de transporte o mais baixo possível para um nível de ser-
viço adequado, escolhendo o modal mais barato, a fim de que
seus produtos não deixem de ter um valor competitivo em rela-
ção aos produzidos próximos ou no local. Ou seja, para a dis-
tribuição, deve haver planejamento estratégico dependendo dos
mercados que se pretenda atingir.