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1
Operador de
Empilhadeira
1
Operador de Empilhadeira
t r a n s p o r t e
emprego
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Geraldo Alckmin
Governador
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Márcio Luiz França Gomes
Secretário
Cláudio Valverde
Secretário-Adjunto
Maurício Juvenal
Chefe de Gabinete
Marco Antonio da Silva
Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
Concepção do programa e elaboração de conteúdos
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
Coordenação do Projeto Equipe Técnica
Marco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.
e Raphael Lebsa do Prado
Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap
Gestão do processo de produção editorial
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
Wanderley Messias da Costa
Diretor Executivo
Márgara Raquel Cunha
Diretora Técnica de Formação Profissional
Coordenação Executiva do Projeto
José Lucas Cordeiro
Equipe Técnica
Emily Hozokawa Dias e Odair Sthefano Sant’Ana
Textos de Referência
Beatriz Garcia Sanchez, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão
Pichoneri, Maria José Masé dos Santos, Selma Venco e
Walkiria Rigolon
Mauro de Mesquita Spínola
Presidente da Diretoria Executiva
José Joaquim do Amaral Ferreira
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Gestão de Tecnologias em Educação
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão do Portal
Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves,
Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira
Gestão de Comunicação
Ane do Valle
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel
Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa,
Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann,
Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso,
Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza
Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire,
Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto,
Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro,
Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca,
Roberto Polacov e Sandro Carrasco
Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz,
Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito,
Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios
Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico
CTP, Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Coparts Com. de Peças e Serviços Ltda, DiCico, Jesus Inácio Bueno, Nacco Materials Handling Group Brasil,
Pallets de Paula, Saur Equipamentos, Sest-Senat Santo André e Somov
Caro(a) Trabalhador(a)
Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do
Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é
importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir
o seu próprio negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados
ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu-
cação profissional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.
Boa sorte e um ótimo curso!
Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Ciência, Tecnologia e Inovação
Caro(a) Trabalhador(a)
Você inicia agora um curso preparado para lhe proporcionar muitas aprendizagens. A
opção por um curso de qualificação, sem dúvida, é uma decisão importante não so-
mente por conta da certificação que você receberá ao final, mas também pelos novos
relacionamentos e aprendizagens que construirá durante esse percurso formativo.
Vamos tratar da ocupação de operador de empilhadeira, modalidade que se insere
no setor de movimentação de cargas e está presente em diferentes ramos de ativi-
dades dos mais diversos segmentos (como o marítimo, o aéreo e o terrestre), ou seja,
ela pode ser exercida em aeroportos, portos, supermercados, shoppings, armazéns,
indústrias, centros de distribuições de produtos de toda natureza, entre outros.
Você vai conhecer diferentes tipos de carga e alguns aspectos relacionados ao arma-
zenamento e – é claro – vai aprender sobre os tipos, o funcionamento e a operação
das empilhadeiras. Você também verá procedimentos de segurança na condução
desses equipamentos e muitos outros fatores que envolvem a organização e o traba-
lho em equipe.
Na Unidade 1, estudaremos a história do trabalho. Você verá como ele deixou de ser
uma atividade artesanal e ganhou as formas a que estamos acostumados atualmente,
bem como as mudanças que essa transformação gerou nas relações de trabalho.
Na Unidade 2, faremos um levantamento dos conhecimentos, saberes e vivências
que você já possui e conheceremos como a Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO) descreve a ocupação de operador de empilhadeira. Com isso, você poderá
identificar as capacidades que você já possui e aquelas que ainda precisa desenvolver.
A Unidade 3 nos mostrará quais são as atividades desempenhadas no exercício
dessa ocupação e quais são suas ferramentas de trabalho.
Na Unidade 4, conheceremos as rotinas básicas no setor de movimentação de cargas,
observando uma descrição das atividades típicas de um operador de empilhadeira.
Por fim, na Unidade 5, veremos mais de perto a principal ferramenta de trabalho
dessa ocupação. Serão apresentados os modelos de empilhadeiras, suas especificidades
e partes que as compõem.
Bom curso!
Sumário
Unidade 1
9
Quando tudo começou?
Unidade 2
47
Reconhecendo meus saberes
Unidade 3
61
O que faz o operador de empilhadeira
Unidade 4
73
Rotinas básicas no setor de movimentação de cargas
Unidade 5
95
A empilhadeira – modelos e componentes
FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
	 São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,Tecnologia e
Inovação. Via Rápida Emprego: transporte: operador de empilhadeira, v.1. São Paulo: SDECTI,
2015.
	 il. - - (Série Arco OcupacionalTransporte)
	 ISBN: 978-85-8312-195-4 (Impresso)
978-85-8312-194-7 (Digital)
	 1. Ensino Profissionalizante 2.Transporte – QualificaçãoTécnica 3. Operador de
Empilhadeira – Mercado deTrabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação II.Título III. Série.
CDD: 331.12513884
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 9
Unidade 1
Quando tudo começou?
Você acaba de começar um curso de qualificação profissional
de operador de empilhadeira. Parabéns por sua iniciativa!
Agora, o primeiro passo é estar aberto para a construção de
novas aprendizagens, pois todos somos capazes de aprender e,
independentemente de nossas experiências passadas, sempre
é tempo de recomeçar.
Atividade 1
Para começo de conversa
Você já parou para pensar quando ou por que surgiu a neces-
sidade de se criar uma empilhadeira? E sobre como era feita a
movimentação de produtos antes de seu surgimento? Será que
sempre houve a necessidade de armazenarmos o que produzi-
mos por meio de nosso trabalho?
©DmitryKalinovsky/123RF
10	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Escreva a seguir, do seu modo, suas ideias sobre as questões mencionadas e depois
leia as respostas para o monitor e os colegas de classe.
Para entender o que faz um operador de empilhadeira, é necessário, primeiro, co-
nhecer a origem dessa ocupação, ou seja, em qual cenário histórico ela surgiu e como
se desenvolveu. Para tanto, é importante olharmos para o passado, a fim de com-
preender como tudo começou. Então, vamos lá!
O trabalho
O trabalho é uma atividade humana por meio da qual se transforma a natureza.
Por meio do trabalho, o homem modifica a natureza em seu benefício quando, por
exemplo, cultiva a terra e produz alimentos, faz da madeira um móvel, do barro um
utensílio, do algodão, tecido e assim por diante. Essa capacidade humana de trans-
formar a natureza também nos transforma.
Atividade 2
A transformação da natureza
Se repararmos bem, encontramos também na natureza algumas atividades que se
parecem com nossos trabalhos: as abelhas produzem mel, as aranhas tecem teias, o
joão-de-barro constrói sua casa...
©FabioColombini
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 11
Você vê diferenças entre o trabalho humano e o que
encontramos na natureza? Quais?
Atividade 3
A capacidade de planejar
Leia atentamente o texto a seguir. Ele foi retirado do
livro O capital, escrito por Karl Marx em 1867. Depois
da leitura, discuta as ideias de Marx com seus colegas e
monitor e responda às questões propostas.
Nós atribuímos ao trabalho uma forma exclusivamen-
te humana. Uma aranha executa operações que se
assemelham às do tecelão, e uma abelha ao construir
sua colmeia deixa envergonhados alguns arquitetos.
Mas o que distingue, a princípio, o pior arquiteto da
melhor abelha é que ele já elaborou em sua mente a
construção de uma obra antes de concretizá-la. Ao
final do processo de trabalho surge um resultado que
já estava desde o início na mente do trabalhador, ou
seja, já existia idealmente. Ele não opera apenas uma
transformação da forma da matéria natural, o traba-
lhador concretiza, ao mesmo tempo, na matéria
natural seu objetivo, que ele sabe que, como lei, de-
termina a maneira de sua ação, e ao qual ele precisa
subordinar sua vontade.
MARX, Karl. O capital. Hamburgo: Verlag von Otto
Meisner, 1890. p. 140. Tradução: Luci Ribeiro.
Karl Marx, filósofo
alemão que nasceu em
1808, revolucionou o
modo de pensar econo-
mia e política. Ele fale-
ceu em 1883, mas seu
pensamento permane-
ce vivo ainda hoje.
©RogerViolletCollection/GettyImages
12	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
1.	Nesse texto, qual diferença é apontada por Marx entre o trabalho humano e
aqueles realizados pela natureza?
2.	Você mudaria a sua resposta da Atividade 2 depois da leitura desse texto? Por quê?
A necessidade de armazenar
O ato de armazenar representou um momento importante na história da hu-
manidade. Antes de dominar essa técnica, os povos eram nômades, ou seja, não
viviam em um lugar fixo, estavam sempre mudando de um lugar para outro.
Quando as condições de subsistência (sustento) se esgotavam, eles partiam em
busca de um novo espaço.
Contudo, quando o homem começou a se dedicar à agricultura, ele passou a plan-
tar, colher e armazenar para o consumo próprio e esse domínio possibilitou que os
povos começassem a viver em um só lugar, deixando de ser nômades.
Esse aprendizado foi essencial, pois a partir dele o homem passou a identificar os
períodos de plantio, de colheita farta e de escassez e, dessa forma, começou a esto-
car alimentos para o próprio consumo futuro. Assim não precisaria buscar outro
lugar para viver, nem passaria fome.
Ao trabalhar, o homem foi transformando a natureza com a finalidade de atender
às suas necessidades. A princípio, para sua subsistência, ele aprendeu a caçar e a
coletar frutos. Porém, com o tempo, suas necessidades evoluíram. Ao mesmo tem-
po que foi aperfeiçoando sua capacidade de transformação da natureza, o homem
desenvolveu instrumentos que favoreceram a realização de seu trabalho. Desse modo,
foram sendo criados os meios de trabalho, que também permitiam o aprimoramen-
to das técnicas de plantio, de colheita e de criação de animais.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 13
No começo, o trabalho era artesanal e a produção era
voltada para o próprio sustento. Apesar de ela não ser gran-
de, algumas vezes havia excedentes, que eram trocados.
Por exemplo, quem criava gado trocava o leite que sobrava
por pão feito por outra pessoa, que não criava gado e aca-
bava cozinhando mais pães do que ela própria comeria.
Um pouco da história do transporte
Pesquisas realizadas por arqueólogos indicam que o ho-
mem pré-histórico criou, provavelmente 4 mil anos antes
de Cristo, um tipo de plataforma, similar a um trenó,
para auxiliá-lo no transporte terrestre de produtos. Feito
de troncos, galhos ou cipós, ele era puxado pelo homem.
Assim, deslizando sobre o terreno, ele facilitava o trans-
porte de cargas maiores ou mais pesadas.
Com o passar do tempo, os processos
de produção foram mudando.
Para saber mais, consulte o Caderno
do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais.
Disponível em: http://www.viarapida.
sp.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015.
Ao domesticar cães, cavalos, camelos e bois, entre outros
animais, o homem passou a aproveitar a força animal
para locomover-se e transportar cargas. Surgiram então
os travois (do francês travail que, em português, signi-
fica trabalho), um tipo de instrumento terrestre puxado
por cães ou por cavalos, em que a carga é acomodada
sobre duas vigas colocadas entre varas, tal como mostra
a imagem a seguir.
©Bettmann/Corbis/Latinstock
14	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
O verdadeiro avanço tecnológico alcançado pelo ser humano e que viria a revolu-
cionar os meios de locomoção terrestre foi a invenção da roda. Estudos indicam
que ela teria surgido antes de 3 500 a.C. (antes de Cristo), na Mesopotâmia, região
na qual hoje se localiza o Iraque. Essa primeira roda era constituída por três
tábuas, presas por suportes cruzados, de modo que a tábua central possuía um
furo no nó da madeira. Apesar de rudimentar, ela permitiu a criação de instru-
mentos puxados por animais, ao estilo das carroças.
Com a invenção da roda, nossos ancestrais conseguiram tornar o transporte terres-
tre mais rápido e fácil. Aliada à domesticação de animais e ao uso da tração animal,
ela permitiu o transporte por longas distâncias, não só de carga como das próprias
pessoas. O fluxo de pessoas e produtos que então se criou favoreceria o crescimento
dos primeiros ajuntamentos humanos transformando-os em povoados maiores.
A roda também foi usada em contextos de guerra. Na Mesopotâmia, onde os
conflitos eram constantes, os soldados dos exércitos derrotados que sobreviviam
às batalhas eram, com suas famílias, transformados em escravos e transportados
pelos vencedores em uma espécie de carroça dotada de rodas com aros. 
Modelo de transporte em cerâmica, utilizando roda e
sendo puxado por animais. Essa peça está no Museu
Karachi, no Paquistão.
Fragmento de relevo que retrata prisioneiros de guerra, do
palácio de Assurbanípal em Nínive, na Mesopotâmia.
BibliotecadoCongressoAmericano,Washington,EUA
©Corbis/Latinstock
©BridgemanImages/Keystone
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 15
Durante um longo período, o desenho da roda permaneceu praticamente o
mesmo, enquanto passou a ter diferentes usos, como em moinhos d’água. A roda
sofreria alterações de fato significativas apenas muito tempo depois, já no sécu-
lo XVI (16) d.C. (depois de Cristo), época em que surgiu a roda com raios em
forma de cone achatado. Três séculos depois (em torno de 1870), surgiram as
rodas de raios de arame usadas nas bicicletas. Aproximadamente dez anos depois,
foi desenvolvido o aro para pneus. Apenas no século seguinte, por volta da década
de 1930, apareceram os modelos de roda de aço estampado, com características
mais próximas dos que são utilizados atualmente, mais leves e resistentes, com
custo mais baixo e acessível.
Ainda na Antiguidade (período histórico entre 3 500 a.C. [antes de Cristo] até
476 d.C. [depois de Cristo]), o aperfeiçoamento da roda permitiu a criação de dife-
rentes tipos de veículo, que passaram a ser utilizados nos mesmos caminhos primi-
tivos percorridos a pé. Com esse novo uso e com a busca por melhores condições
de tráfego para os novos veículos, esses caminhos foram sendo transformados em
vias que podiam ser percorridas mais facilmente e permitiam acessar as cidades de
forma mais rápida, algo similar às estradas que surgiriam mais tarde.
A invenção desses veículos e a formação das rotas que facilitavam o trânsito de
mercadorias e de pessoas levaram à intensificação do comércio. Elas permitiram que
aumentasse também a movimentação de pessoas em busca de outros locais para
habitar ou trabalhar, o que levou à criação de novos povoamentos.
Muitos séculos depois, já ao final da Idade Média (período histórico entre os sécu-
los V [5] e XV [15]) e início da Idade Moderna (período entre os séculos XV [15] e
XVIII [18]), com as Grandes Navegações, o comércio terrestre entre regiões vizinhas
ou relativamente próximas perdeu importância para o comércio por via marítima,
que ocorria entre regiões distantes. O comércio de longas distâncias passou a dar
acesso a novos produtos, mercadorias e especiarias, anteriormente pouco disponíveis
e muito caros. Foi quando Portugal e Espanha se tornaram potências navais, não
apenas por causa do comércio, mas também em razão de interesses políticos, reli-
giosos e econômicos.
Enquanto isso, o transporte de pessoas também sofria mudanças. Na Antiguidade
surgiram as bigas, muitas vezes retratadas por filmes em corridas e lutas no Império
Romano. Também foram usados vários tipos de carroça, charrete, diligência e artefa-
tos semelhantes que, como as bigas, eram movidos por tração animal. Além disso,
foram criados meios de transporte movidos por tração humana, como o palanquim e
16	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
o riquixá, muito difundidos no século XIX (19). O pa-
lanquim era sustentado por dois a quatro servos e utilizado
por famílias ricas; o riquixá era, e continua sendo na atua-
lidade, puxado por uma pessoa e hoje funciona como táxi
em muitos países.
O homem do riquixá (direção de
Hiroshi Inagaki, 1958). Filme
produzido no Japão, país no qual
registros históricos indicam o
surgimento desse meio de transporte.
Riquixá do início do século XX (20).
Riquixá do século XXI (21), também
conhecido como ciclorriquixá.
Com o passar do tempo, o desenvolvimento cada vez maior
do comércio acabou criando a necessidade de melhorar
o sistema de estradas na Europa. No século XIX (19),
as cidades e a vida das pessoas mudaram muito por cau-
sa do crescente processo de industrialização que vinha
ocorrendo desde o século anterior. Inovações e invenções
modificaram profundamente diversos aspectos da vida
cotidiana, incluindo o transporte terrestre.
©Haeckelcollection/UllsteinBild/GettyImages
©JoergHackemann/123RF
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 17
Atividade 4
Transporte manual de cargas
Observe atentamente as duas imagens a seguir e responda às questões propostas.
Candido Portinari. Café, 1935. Óleo sobre tela, 130 cm × 195 cm.
Sebastião Salgado. Mina de ouro de Serra Pelada (Costas), 1986.
Foto em preto e branco, 54,2 cm × 34,9 cm.
©ImagemdoacervodoProjetoPortinari-ReproduçãoautorizadaporJoãoCândidoPortinari
©SebastiãoSalgado/Amazonasimages
18	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
1.	O que elas têm em comum?
2.	A primeira imagem é o quadro Café, de Candido Portinari (1903-1962), um
grande pintor brasileiro. Observe-a novamente.
a)	Considerando o título da obra, o que você acha que os trabalhadores estão car-
regando nos sacos sobre a cabeça?
b)	Você consegue identificar mulheres trabalhando? O que elas estão fazendo?
c)	 Você consegue identificar nessa obra a figura de algum capataz? Onde?
d)	Quais são as cores predominantes nesta obra?
e)	 Como você acredita que o café é transportado da lavoura para os armazéns nos
dias atuais?
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 19
3.	A segunda imagem é uma fotografia produzida nos anos 1980, na região de Serra
Pelada, em Curionópolis, no Estado do Pará. Essa região atraiu milhares de ga-
rimpeiros e se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo, naquela época.
	 Sabendo dessas informações, responda:
a)	O que mais chamou sua atenção na fotografia?
b)	Como você imagina que eram as condições de trabalho no local retratado?
Base cartográfica com generalização; algumas feições do território
nacional não estão representadas.
PARÁ
Curionópolis
N
660 km
©PortaldeMapas
20	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
c)	 Você diria que esse trabalho de extração estava sendo realizado de forma artesa-
nal ou industrial? Por quê?
A 1a
Revolução Industrial
Quando se fala em revolução, com frequência associamos a palavra a algum acon-
tecimento muito conturbado. Pense nas situações em que você emprega essa palavra
no dia a dia. Alguns a utilizam para expressar confusão: um dia de mudança, águas
das chuvas invadindo a casa, um dia de greve nos transportes etc.
Mas quando nos referimos a um acontecimento histórico, a palavra revolução in-
dica um fenômeno que alterou profundamente a sociedade, que causou grandes
mudanças em vários aspectos da vida cotidiana, na política, na economia, na cul-
tura e na relação entre as pessoas.
A 1a
Revolução Industrial aconteceu no século XVIII (18), na Inglaterra, região
europeia rica em carvão mineral e ferro. Nesse período, a utilização de máqui-
nas causou muitas mudanças na economia, no modo de vida das pessoas, na
política, nas artes e também na organização do trabalho. Antes disso, no mo-
delo artesanal, o trabalhador acompanhava todo o processo de produção.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 21
Com as máquinas, o trabalho, antes realizado do começo ao fim por uma mesma
pessoa, passou a ser dividido em etapas: surgiu assim a divisão do trabalho e o
trabalho especializado.
Trabalho sem a exploração do homem pelo homem?
Como você imagina que era o trabalho e a vida da população antes de surgirem as
máquinas? Como era a sociedade sem elas? O salário sempre existiu? E o lucro? Será
que o homem sempre produziu mais do que seria capaz de consumir? Como você
acha que a população trabalhava e se sustentava?
Observe as pinturas feitas pelo artista francês Jean-François Millet (1814-1875):
Jean-François Millet. Um joeireiro, c. 1848.
Óleo sobre tela, 79,5 cm × 58,5 cm.
Jean-François Millet. Plantadores de batata, c. 1861. Óleo sobre tela,
82,5 cm × 101,3 cm.
Se tiver oportunidade, faça uma busca na internet e assista à abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, em
Londres, na Inglaterra. Ela apresentou a transformação daquele país quando o campo deu lugar às cha-
minés e os agricultores se transformaram em operários.
©François-XavierMarit/AFP/Latinstock
©sampics/Corbis/Latinstock
©TheArtArchive/Alamy/GlowImages
©AlbumArt/Latinstock
22	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Desde as primeiras civilizações de que se tem notícia, o ser humano habitou o cam-
po. Como já vimos, as pessoas se ocupavam da agricultura para produzir alimentos
destinados ao consumo próprio e o pouco excedente era utilizado como forma de
obter outros produtos agrícolas ou outras mercadorias. A vida era orientada pelos
tempos da natureza: as estações do ano indicavam a melhor hora para plantar e
colher; as marés, o momento para pescar etc. O tempo era usado para cuidar das
necessidades da sobrevivência, mas controlado pelos próprios camponeses.
Predominava, então, o conceito de trabalho, que é diferente de emprego (você verá
melhor essa diferença adiante).
Porém, com o desenvolvimento das máquinas, a noção de mercado e de comércio
invadiu a vida cotidiana e tornou as condições de vida e de sobrevivência no campo
mais difíceis.
O ser humano sempre procurou ampliar ou substituir sua força pelo uso de instrumentos e pelo uso das forças de que dispu­nha na
natureza: os animais, as águas e os ventos. Foi seguindo esse caminho que ele inventou máquinas e, em consequência, criou as indústrias.
Imagem superior esquerda: Julien Dupré. Camponesa e feno, século XIX (19). Óleo sobre tela, 60,4 cm × 73 cm. Imagem inferior:
A pithead [Entrada de mina], c. 1800. Óleo sobre tela, 95,5 cm × 153 cm.
©Christie’sImages/BridgemanImages/Keystone
©CesarDiniz/PulsarImagens
©DeAgostiniPictureLibrary/GlowImages
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 23
Revolução Industrial, transporte e armazenamento
Uma das principais modificações resultantes da 1a
Revolução Industrial foi o uso
do carvão para movimentar máquinas: as máquinas a vapor.
A utilização delas expandiu a indústria têxtil, levando ao aumento cada vez maior
da oferta de empregos nas cidades. No campo, muitas propriedades rurais começaram
a ser utilizadas para criação de ovelhas e fornecimento de lã para a indústria têxtil.
Como resultado, muitas pessoas abandonaram o campo em busca de emprego.
A produção agrícola declinou ao mesmo tempo que a necessidade de abastecer as
cidades com gêneros alimentícios aumentou.
A agricultura, até então de subsistência (plantava-se apenas para consumo próprio
e os poucos excedentes eram trocados por outros produtos também para consumo
próprio), passou a ser uma atividade comercial, uma vez que pretendeu justamen-
te produzir cada vez mais excedentes para ser comercializados nas cidades.
Com as fábricas produzindo em larga escala nas cidades e a agricultura buscando
gerar cada vez mais excedentes no campo, foi preciso aprimorar as formas de arma-
zenamento e movimentação de produtos e mercadorias. E foram surgindo mais
máquinas para que a produção fosse deslocada mais rapidamente.
©Bettmann/Corbis/Latinstock
24	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
2.	Quais são as principais características da 1a
Revolução Industrial? Escreva uma
resposta bem detalhada e, depois, discuta com seus colegas.
800 km
Atelier de cartographie de Sciences Po, 2007,
www.sciences-po.fr/cartographie
Pedagogical use only. For any other use
dissemination or disclosure, either whole
or partial, contact : carto@sciences-po.fr
Seul l’usage pédagogique en classe
ou centre de documentation est libre.
Pour toute autre utilisation, contacter :
carto@ sciences-po.fr
Projeçãohorizontalequivalente
Atividade 5
Situando a 1a
Revolução Industrial
1.	Observe o mapa a seguir e tente localizar o território do Reino Unido na época
da 1a
Revolução Industrial. Caso tenha dificuldade, faça o exercício na bibliote-
ca ou no laboratório de informática e consulte um atlas. Aproveite e localize
outros países como França, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal.
ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: http://cartographie.
sciences-po.fr/en/europe. Acesso em: 30 mar. 2015. Mapa original (base
cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão
representadas; colorizado para fins didáticos).
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 25
Da manufatura à mecanização da
produção
Você já aprendeu que a manufatura (a produção feita
com as próprias mãos) perdeu espaço depois da mecani-
zação do trabalho. A invenção da máquina a vapor per-
mitiu às indústrias um salto significativo na produção.
Antes, o trabalho era feito de maneira lenta e heterogê-
nea. Por exemplo, uma pessoa poderia moldar o barro
para fazer um jarro, mas, quando outra pessoa fizesse o
mesmo, o jarro nunca ficaria idêntico ao primeiro. Foram
as máquinas que ofereceram a possibilidade de tornar
os produtos homo­gêneos, idênticos. Além disso, elas
também possibilitaram um tempo de produção mais
curto. E, assim, o proprietário passou a produzir mais,
vender mais e lucrar mais. Essa nova relação do homem
com o próprio trabalho e com o trabalho do outro fez
nascer a ideia de emprego.
Ainda na 1a
Revolução Industrial não havia emprego
para todos. A pobreza e a fome cresceram entre a popu-
lação. Se, por um lado, a produção crescia, por outro, as
condições de trabalho e de vida da população que fugiu
do campo em busca de emprego eram difíceis:
•	 os salários eram baixos;
•	 as fábricas contratavam principalmente mulheres e
crianças, pois os salários eram ainda mais baixos do
que os pagos aos homens. A eles eram destinadas as
funções que dependiam da força física;
•	 as crianças eram recrutadas em orfanatos, a partir dos
quatro anos, para o trabalho na indústria têxtil;
•	 os trabalhadores não tinham férias, descanso semanal
ou outros direitos;
•	 a jornada de trabalho diária chegava a 16 horas;
•	 todos os empregados estavam sujeitos a castigos físicos
e as trabalhadoras eram, com frequência, violentadas
pelos capatazes.
Emprego é uma rela-
ção firmada entre o
proprietário dos meios
de produção – que são
as ferramentas, terras,
máquinas etc. – e o tra-
balhador. Nesse con-
trato, o empregador
compra a força de tra-
balho, isto é, paga pelo
trabalho realizado.
26	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Os proprietários dos meios de produção impunham essas condições aos trabalhadores
e estes, por sua vez, reagiam contra isso. Apesar da pobreza e da fome, os empregados
das indústrias começaram a se organizar em busca de melhores condições de trabalho.
Algumas dessas reações foram violentas, como o movimento ludista ou luddita, no
início do século XIX (19). Esse movimento caracterizou-se pela iniciativa dos operários
de quebrar as máquinas dentro das fábricas como forma de protesto contra as más
condições de trabalho. Ned Ludd inspirou o movimento de revolta daqueles que acre-
ditavam que as máquinas eram as responsáveis por não haver emprego para todos.
Movimento ludista.Trabalho infantil na Revolução Industrial.
Atividade 6
Maquinaria e emprego
1.	Em grupo, discutam o que compreenderam sobre as condições de trabalho na
época da 1a
Revolução Industrial. Depois, respondam às seguintes questões:
a)	Vocês consideram a maquinaria responsável por não haver emprego para todos?
©NMPFT/SSPL/agefotostock/Easypix
©MaryEvans/Diomedia
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 27
b)	Quebrar as máquinas era um ato contra os equipamentos?
c)	 Existem semelhanças entre o emprego daquela época e o de hoje? Quais?
2.	Organizem uma apresentação criativa para os colegas de sala.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio.
São Paulo: Sdecti/SEE, 2015. v. 1.
A organização do trabalho: taylorismo, fordismo e
toyotismo
Pense em alguma atividade que você costuma fazer em casa: higienizar o banheiro,
consertar a porta do armário, cozinhar etc. Talvez, mesmo inconscientemente, você
se organize para fazer essas tare­fas: calcula o tempo que levará para fazê-las; verifi-
ca se tem todas as ferramentas e produtos para um conserto ou para a limpeza; e
faz uma lista para não esquecer nada nas compras. Depois, avalia o resultado: se o
armário ficou bom, se a limpeza ficou adequada e assim por diante.
Se você considerar o trabalho realizado nas indústrias, no comércio e nos serviços,
verá que algumas situações são muito semelhantes. Mas, na empresa, a organização
é estudada minuciosamente, para que cada tarefa seja feita em menos tempo. Essa foi
a lógica arquitetada no início do século XX (20) por Frederick W. Taylor (1856-1915),
cujo pensamento ficou conhecido em todo o mundo como taylorismo.
28	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Como pensava Taylor no início do
século XX (20)?
Taylor acreditava que os operários “faziam cera” no traba­
lho (conforme a própria expressão utilizada por ele) e que
escondiam dos patrões o modo como realizavam cada
atividade, além de serem contrários a produzir diaria-
mente tanto quanto fosse possível.
Ele também achava que os sindicatos tinham uma visão
errada, pois queriam que os operários trabalhassem me-
nos e em melhores condições.
Como uma solução para esse caso, Taylor desenvolveu o
que chamou de “organização científica do trabalho”.
Como era essa organização?
Taylor observou o trabalho dos carregadores de barras
de ferro, operários em grande parte provenientes dos
países da Europa e que se encontravam em situação eco-
nômica difícil.
Havia 75 carregadores e cada barra pesava 45 quilos.
Cada homem carregava 12,5 toneladas de ferro por dia
trabalhado.
Antes do
taylorismo
Com o
taylorismo
Número de
carregadores
75 75
Toneladas
transportadas por dia
12,5 47
Como Taylor conseguiu aumentar a produtividade?
Segundo ele, uns planejam e outros executam o trabalho,
ou seja, Taylor compreendia que alguns eram destinados
a pensar e outros a executar. Por isso, havia a divisão
entre os que pensavam como carregar as barras e os que
só utilizavam a força física.
Produtividade: “Resultado
da divisão da produção física
obtida numa unidade de tem-
po (hora, dia, ano) por um
dos fatores empregados na
produção (trabalho, terra, ca-
pital). Em termos globais, a
produtividade expressa a uti-
lização eficiente dos recursos
produtivos, tendo em vista
alcançar a máxima produção
na menor unidade de tempo
e com os menores custos.”
SANDRONI, Paulo. Dicionário
de economia do século XXI.
8. ed. revista e ampliada. Rio de
Janeiro: Editora Record, 2014.
p. 694.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 29
Com base na observação do trabalho, ele propôs o controle do tem­po e dos movi-
mentos, isto é: ele sabia que um movimento era feito em “x” segundos e outro em
“y” segundos. A intenção era que o empregador tivesse controle sobre todo o pro-
cesso de trabalho e, assim, na visão de Taylor, os empregados não fariam mais “cera”.
O trabalhador precisava obedecer aos comandos, inicialmente fei­tos por Taylor,
sobre o momento e o tempo exatos de se mover, sempre com a vigilância e a super-
visão constantes das chefias.
Taylor, no entanto, considerou que nem todo carregador pode­ria executar seu mé-
todo e, assim, incluiu mais um item em sua lista de procedimentos para obter a
produção pretendida: a seleção cien­tífica do trabalhador, acompanhada do devido
treinamento para realizar a tarefa tal como esperada por quem a planejou.
Ele observou o comportamento dos carregadores, pois, em sua concepção, não
seria qualquer operário que se submeteria às exigências. Taylor pesquisou o passa-
do, o caráter, os hábitos e, prin­cipalmente, as pretensões de cada trabalhador. Por
fim, ele encontrou um imigrante holandês cujos hábitos lhe pareceram ade­quados.
Este estava construindo, ele mesmo, a casa para morar com sua família. Fazia isso
pela manhã; corria para o emprego, no qual carregava barras de ferro; e, ao voltar
para casa, continuava a cons­trução. Todos diziam que esse operário era muito
econômico. Esse trabalhador reuniu as “qualidades” que Taylor desejava e recebeu
o nome de Schmidt.
Atividade 7
Schmidt e Taylor
1.	 Leia, a seguir, o diálogo de Taylor com Schmidt, o trabalhador que ele pretendia
selecionar. Esse diálogo foi retirado do livro Princípios de administração científi-
ca, que teve sua pri­meira edição publicada em 1911.
30	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
– Schmidt, você é um operário classificado?
– Não sei bem o que o senhor quer dizer.
– Desejo saber se você é ou não um operário classificado.
– Ainda não o entendi.
– Venha cá. Você vai responder às minhas perguntas. Quero saber se
você é um operário classificado, ou um desses pobres-diabos que andam
por aí. Quero saber se você deseja ganhar $ 1,85 dólar por dia, ou se está
satisfeito com $ 1,15 dólar que estão ganhando todos esses tontos aí.
– Se quero ganhar $ 1,85 dólar por dia? Isto é que quer dizer um ope-
rário classificado? Então, sou um operário classificado.
– Ora, você me irrita. Naturalmente que deseja ganhar $ 1,85 por dia;
todos o desejam. Você sabe perfeitamente que isso não é bastante
para fazer um operá­rio classificado. Por favor, procure responder às
minhas perguntas e não me faça perder tempo. Venha comigo. Vê
esta pilha de barras de ferro?
– Sim.
– Vê este vagão?
– Sim.
– Muito bem. Se você é um operário classificado, carregará todas
estas barras para o vagão, amanhã, por $ 1,85 dólar. Agora, então,
pense e responda à minha pergunta. Diga se é ou não um operário
classificado.
– Bem, vou ganhar $ 1,85 dólar para pôr todas estas barras de ferro
no vagão, amanhã?
– Sim; naturalmente, você receberá $ 1,85 dólar para carregar uma
pilha, como esta, todos os dias, durante o ano todo. Isto é que é um
operário classificado e você o sabe tão bem como eu.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 31
– Bem, tudo entendido. Devo carregar as barras para o vagão, amanhã,
por $ 1,85 dólar e nos dias seguintes, não é assim?
– Isso mesmo.
– Assim, então, sou um operário classificado.
– Devagar. Você sabe, tão bem quanto eu, que um operário classifi-
cado deve fazer exatamente o que se lhe disser desde manhã à noite.
Conhece você aquele homem ali?
– Não, nunca o vi.
– Bem, se você é um operário classificado deve fazer exatamente o
que este homem lhe mandar, de manhã à noite. Quando ele disser
para levantar a barra e andar, você se levanta e anda, e quando ele
mandar sentar, você senta e descansa. Você procederá assim durante
o dia todo. E, mais ainda, sem reclamações. Um operário classificado
faz justamente o que se lhe manda e não reclama. Entendeu? Quan-
do este homem mandar você andar, você anda; quando disser que se
sente, você deverá sentar-se e não fazer qualquer observação. Final-
mente, você vem trabalhar aqui amanhã e saberá, antes do anoitecer,
se é verdadeiramente um operário classificado ou não.
TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. ed.
São Paulo: Atlas, 1990. p. 45-6.
2.	Agora, responda às questões a seguir.
a)	 Qual é sua opinião sobre a entrevista feita por Taylor? O que lhe pareceu conve-
niente? E o que lhe pareceu inconveniente?
	Conveniente:
32	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
	Inconveniente:
b)	Como são as entrevistas de emprego na atualidade? São di­ferentes da entrevista
feita por Taylor no momento da “promoção” de Schmidt? Por quê?
c)	Volte ao texto Como era essa organização?. O que você achou das características
valorizadas por Taylor no operário “ideal” para a tarefa a ser executada?
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 33
3.	Foi dessa forma que Taylor conseguiu praticamente quadruplicar a produtivida-
de no trabalho. Leia a seguir a opinião de Taylor sobre Schmidt, mesmo sendo
ele o operário ideal para o aumento da produção:
Ora, o único homem, entre oito, capaz de fazer o trabalho, não tinha
em nenhum sentido característica de superioridade sobre os outros.
Apenas era um homem tipo bovino – espécime difícil de encontrar e,
assim, muito valorizado. Era tão estúpido quanto incapaz de realizar
a maior parte dos trabalhos pesados. A seleção, então, não consistiu
em achar homens extraordinários, mas simples­mente em escolher
entre homens comuns os poucos especialmente apropriados para o
tipo de trabalho em vista.
TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica.
8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 54-5.
Operário “tipo bovino”?
Para Taylor, portanto, era natural que alguns mandassem e outros obedeces-
sem, e os que obedeciam deveriam ser do “tipo bovino”, o que em outras
palavras significava que cada operário não deveria refletir sobre a organização
do trabalho.
Tendo em vista que o objetivo de Taylor era aumentar a produti­vidade e os
lucros das empresas, faltava para ele, ainda, aperfeiçoar seu método. Era ne-
cessário reduzir a quantidade de trabalhadores.
Em outra experiência que realizou, Taylor conseguiu reduzir o número de
trabalhadores e o custo do carregamento diário, conforme você pode observar
na tabela a seguir.
34	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Antigo sistema Com o taylorismo
Número de trabalhadores 400 a 600 140
Toneladas médias/dia/homem 16 59
Remuneração us$ 1,15 us$ 1,88
Custo do
carregamento/tonelada
us$ 0,072 us$ 0,033
Fonte: TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990.
Atividade 8
Taylorismo hoje?
Como vocês puderam observar, o fenômeno da redução de pessoal não é novo, pois
esse é um dos motores que sustentam o capitalismo. Em outras palavras, diminuir
custos é um dos pilares para a acumulação de capital.
1.	Em grupo, discutam:
a)	Quais são, na opinião do grupo, os aspectos mais importantes na lógica de tra-
balho elaborada por Taylor?
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 35
b)	Existe taylorismo hoje? Em quais situações vocês observam a existência do taylorismo
na atualidade? Em quais ocupações vocês identificam esse modo de organização do
trabalho?
2.	Escolham uma ocupação com a qual tenham contato ou experiência e reflitam:
O taylorismo do início do século XX (20) está presente na organi­zação desse
trabalho? Por quê?
O fordismo na esteira do taylorismo
Fordismo talvez seja uma palavra mais familiar a você do que taylorismo. O termo
é derivado do nome de seu idealizador, Henry Ford (1863-1947), empresário esta-
dunidense da indústria automotiva.
Ford procurou aperfeiçoar o pensamento de Taylor. Ele concluiu que se ganharia
ainda mais tempo se as peças fossem até os operá­rios – e não o inverso, como acon-
tecia até então.
Além de arquitetar a esteira mecânica, Henry Ford teve outro papel que trouxe
consequências para todo o mundo. Ele construiu o primeiro carro popular da his-
tória, o Ford T. Sua produção em série deveria vir associada ao consumo em série,
pois Ford tinha a convic­ção de que a produção em massa reduziria os custos do
automóvel e, com isso, o preço final do produto seria menor.
36	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Ford T, modelo mais conhecido no Brasil como Ford Bigode. Esteiras e trilhos aéreos com peças que abasteciam as
linhas de montagem nas indústrias que adotavam o modelo
fordista.
Essas foram inovações importantes na organização do tra-
balho, do ponto de vista da produção. No entanto, o traba-
lho ficou mais intenso e sem pausas.
Veja a seguir como se deu a redução do tempo na mon-
tagem do automóvel no fordismo:
Etapas
Tempo de montagem
de um veículo
Antes do taylorismo 12 horas e 30 minutos
Com o taylorismo 5 horas e 50 minutos
Com “treinamento” dos operários 2 horas e 38 minutos
Com a linha de montagem
automatizada (em 1914)
1 hora e 30 minutos
Fonte: GOUNET, Thomas. Fordismo e toyotismo na civilização do automóvel. São
Paulo: Boitempo, 1999.
O filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin
(1889-1977), ilus­tra como era o trabalho nas fábricas: repe-
titivo, sem tempo para um descanso mínimo entre uma
tarefa e a seguinte. É possível resumir o filme em três
etapas principais:
•	 a fábrica em que o perso­nagem Carlitos trabalha con-
ta com uma esteira mecânica, na qual as peças se mo-
vem passando pelo trabalhador a certa velocidade, de
modo que a máquina determina o tempo em que ele
deve apertar o parafuso;
Tempos modernos (Modern times,
direção de Charlie Chaplin, 1936). O
longa-metragem retrata de forma
divertida as duras condições de
trabalho no avanço da
industrialização.
©PeterNewarkAmericanPictures/BridgemanArt/Keystone
©HultonCollection/GettyImages
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 37
•	 o trabalho repetitivo, com o tempo para a realização da tarefa manual sendo
controlado e deter­minado pelo tempo da máquina, sem pausa para qualquer
descanso, associado à pressão da chefia e ao barulho na fábrica, compromete a
saúde mental do personagem;
•	 o personagem, por fim, rebela-se contra o maquinário e é internado por causa de
acessos de loucura.
Apesar do tom espirituoso do filme, não se pode negar que as condições de trabalho
eram tais como as apresentadas.
O trabalha­dor perdia mais uma vez o controle sobre a tarefa que executava: a estei-
ra rolante determinava o tempo em que cada uma delas deveria ser realizada. Os
locais eram inseguros e insalubres, ou seja, o ruído e a poeira faziam mal à saúde
dos operários.
Um século depois e mesmo com o avanço da tecnologia, o ritmo, a intensificação do
trabalho e a pressão por produtividade ainda são aspectos nocivos à saúde do traba-
lhador. Portanto, é pre­ciso ficar atento aos abusos que acontecem em nome do au-
mento da produtividade.
Além disso, as condições insalubres de trabalho ainda permane­cem em muitos locais.
Cena do filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin (Estados Unidos da América, 1936).
ModernTimes©RoyExportS.A.S.ScanCourtesyCinetecadiBologna
38	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Atividade 9
Retratos do trabalho fabril
1.	Observe o mural pintado pelo artista mexicano Diego Rivera.
Esse mural retrata as condições de trabalho na indústria automo­bilística. O ar-
tista observou o dia a dia dos operários e buscou mostrar alguns deles em certas
etapas da produção.
Em grupo, analisem os detalhes da obra e discutam:
Diego Rivera. Indústria de Detroit (ou Homem e máquina), parede norte, 1932-3. Afresco, Instituto de Artes de Detroit,
Estados Unidos.
Foto:©BridgemanImages/Keystone©BancodeMexicoDiegoRiveraFridaKahloMuseumsTrust,Mexico,D.F./AUTVIS,Brasil,2015
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 39
a)	 Quais foram os detalhes que mais chamaram a aten-
ção do grupo? Por quê?
b)	Como eram as condições de trabalho na fábrica?
c)	 Com base no mural, como vocês imaginam o am­biente
de trabalho na fábrica?
O sentido do trabalho
Como foi estudado, o fordismo nasceu nos Estados Unidos
da América, motivado pelos mesmos princípios de Taylor.
Os operários, no entanto, percebiam que cada vez mais
execu­tavam um trabalho mecanizado e sem qualificação.
Com isso, eles passaram a optar por outras atividades que
ainda garantissem maior envolvimento com o trabalho.
Diego Rivera (1886-1957)
foi um pintor mexicano
especialista em pintura
de grandes murais. Sua
produção artística contri-
buiu sobremaneira para
a arte moderna mexica-
na. Esse grande artista
buscou aproximar ao
máximo sua arte do pú-
blico geral ao pintar seus
murais em ruas e edifí-
cios, expressando sua
crítica social por meio da
linguagem artística. É
reconhecido como artis-
ta comprometido com a
luta por uma sociedade
mais justa. Se puder, fa-
ça uma visita virtual ao
Museu Diego Rivera.
Disponível em: http://www.
diegorivera.com. Acesso em:
20 mar. 2015.
40	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Ford, percebendo a dificuldade em contratar funcionários, lançou o seguinte plano:
•	 ofereceu salário de US$ 5 por dia (antes o pagamento era de US$ 2,50);
•	 estabeleceu jornada diária de oito horas de trabalho.
No entanto, esse plano não era para todos. Assim como Taylor aplicou uma “seleção
científica do trabalhador”, as novas condições de Ford eram apenas para os homens
que tivessem certos hábitos esperados pela empresa:
•	 não consumissem bebidas alcoólicas;
•	 provassem que tinham boa conduta;
•	 destinassem o salário totalmente à família.
Henry Ford trouxe outras inovações e criou um departamento de serviço social
para acompanhar a vida dos trabalhadores que contavam com esse tipo de con-
trato de trabalho.
As visitas às casas dos operários fizeram que praticamente 1
/3 deles (28%) perdesse
essa condição.
É bom lembrar que, mesmo dobrando o salário e reduzindo a jornada de trabalho,
Ford ainda conseguiu baratear o preço do carro. Para se ter ideia, o capital da em-
presa passou de 2 milhões para 250 milhões de dólares em 12 anos (1907-1919).
Outras indústrias se expandi­ram e passaram a utilizar os mes­mos princípios de Taylor
e Ford: esteiras, controle dos tempos e dos movimentos, trabalhos repetitivos super-
visionados por um contramestre, atualmente denominado nas empresas como su-
pervisor, líder de equipe etc.
Trabalhadora em fábrica de relógios na Inglaterra, sendo observada por um
contramestre, em 1946.
©SSPL/GettyImages
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 41
A jornada de trabalho sempre foi de 8 horas diárias?
Nem sempre foi assim. Durante a 1a
Revolução Industrial, não havia limite para a jornada
diária de trabalho. Mesmo as crianças trabalhavam 14, 16 horas por dia.
Foi em 1919 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu uma convenção
que limitava a jornada de tra­balho a 8 horas diárias e a jornada semanal a 48 horas.
No Brasil, foram necessárias diversas lutas sindicais, inicia­das no século XIX (19), para a
conquista das 8 horas diárias. No entanto, foi apenas em 1934 que a Constituição determinou
a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 48 semanais.
Atualmente, a jornada semanal de trabalho definida pela Constituição Federal de 1988 é de
44 horas. Esse tema está sen­do debatido na atualidade, pois há forte pressão para que a
jornada legal seja limitada a 40 horas.
Na França, por exemplo, no auge da crise do emprego na década de 1980, o governo determinou
a redução da jornada de trabalho semanal para 35 horas, com o intuito de criar mais empregos.
Fonte: DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS
SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Redução da jornada de trabalho no Brasil. Nota
Técnica, n. 16, mar. 2006. Disponível em: http://www.dieese.org.br/
notatecnica/2006/notatec16ReducaoDaJornada.pdf. Acesso em: 20 mar. 2015.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
(Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e
Trabalho: 7º ano/2º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2012.
Toyotismo: a nova organização do trabalho
Você percebeu que as alterações na organização do trabalho visam aumentar a
produtividade e reduzir custos. A lógica é: fazer mais em menos tempo e, se possí-
vel, com menos trabalhadores.
No toyotismo não foi diferente. Essa nova forma de organização do trabalho surgiu
no Japão após a 2a
Guerra Mundial, principalmente para fazer frente à indústria
automobilística estadunidense.
Os japoneses inovaram e alteraram completamente o modo de pensar que vigorava
com o fordismo.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
(Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e
Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.
Os pilares do toyotismo são:
•	 Just-in-time: conhecido pela sigla JIT, significa, literalmente, “no momento
exato”. Trata-se de uma técnica de organização do espaço-tempo nas empresas.
Seu objetivo é tornar a produção e a distribuição de mercadorias mais dinâmi-
cas. Nesse processo, a produção ocorre de acordo com a demanda e as empresas
não acumulam estoque.
42	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
•	 Autonomação: mais conhecida como controle de qualidade total. É assim chama-
da porque se exige que haja um controle de qualidade autônomo. Essa estratégia
elimina, por exemplo, a supervisão do trabalho e das peças produzidas. Parece
simples e lógico, mas é preciso compreender em que isso resulta: cada um é res-
ponsável pelo que deve ser feito e pressupõe-se que haja um trabalho em equipe.
Uma fábrica de automóveis no Brasil, por exemplo, chegou a gravar um código
na peça fabricada que indicava quem era o operário que a havia feito. Se a peça
apresentasse problema, o funcionário seria diretamente responsabilizado.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e
Inovação (Sdecti). Geografia: caderno do estudante. Ensino Fundamental. São Paulo:
Sdecti/SEE, 2014. v. 3.
•	 Kanban: é o sistema de informações que alimenta a produção e a entrega com
uso de cartões coloridos. Cada cor indica uma situação, como você pode observar
na ilustração que segue.
No kanban, a produção orienta-se pelo quadro de cartões coloridos. Na primeira situação (linha 1), no quadro, há apenas o cartão
verde, pois os demais cartões estão com os produtos no estoque (estoque cheio) – isso indica que não é necessário produzir. Na
segunda situação (linha 2), o último cartão do quadro é o amarelo, mostrando que o estoque está em situação mediana e que a
produção é necessária. Na terceira situação (linha 3), o último cartão do quadro é o vermelho: o estoque está desabastecido e é
preciso produzir com urgência.
Veja as principais diferenças entre fordismo e toyotismo na tabela a seguir.
Fordismo Toyotismo
Produção em série de um mesmo produto
Produção de muitos modelos em pequena
quantidade
Grandes estoques de produtos Estoque mínimo, só se produz o que é vendido
Especialização: um homem opera uma
máquina
Polivalência: um homem opera várias máquinas
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos
(EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.
Quadro para controle
da produção
Fluxo de
cartões
Estoque
Situação normal
Situação intermediária
Situação crítica
1
2
3
©DanielBeneventi
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 43
A organização toyotista do trabalho resultou, por exemplo, na diminuição do
tempo de fabricação de um automóvel: eram necessárias 19 horas para produção de
um veículo, enquanto, na Europa, a produção ainda demorava 36 horas. Para se ter
uma ideia, em 2012, em uma determinada fábrica de automóveis no Brasil, eram
produzidos 34 carros por hora.
A lógica do toyotismo não se restringiu apenas à indústria e logo se expandiu também
para o setor de serviços. Se a palavra de ordem no fordismo era rigidez (em todos os
sentidos: fixação do homem ao posto de trabalho, controle dos tempos e movimentos,
estabilidade no emprego), no toyotismo a palavra-chave passa a ser flexibilidade.
Na organização toyotista do trabalho, um operário fica responsável por várias
funções ao operar máquinas mais complexas. Com isso, as empresas podem
dispensar mais operários, diminuir o custo com trabalhadores e aumentar a
margem de lucro, já que um homem exerce a função de vários. Esse modelo
contribuiu para o aumento do desemprego no País.
Esse conjunto de mudanças, que nos países desenvolvidos – como Estados Unidos,
França, Alemanha e Japão – aconteceu com mais intensidade nos anos 1980, chegou
com força ao Brasil na década de 1990. Pelas características históricas do País, que
concede amplos benefícios ao capital privado, as mudanças aconteceram de forma
mais objetiva para as empresas movidas pela busca da redução de custo e do au-
mento da competitividade. A corda rompeu-se do lado dos trabalhadores, que foram
demitidos em massa.
Se a ordem era a redução de custos, as empresas adotaram também a terceirização
de várias etapas da produção.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
(Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e
Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013.
©HudsonCalasans
44	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
A terceirização
Outra forma de trabalho na qual os trabalhadores têm perdido seus direitos surgiu
há alguns anos e ganhou força especialmente nas últimas décadas. Trata-se da
terceirização, na qual o trabalho é for­mal, mas há perda significativa de direitos.
Um exemplo são os bancários. Essa categoria profissional, graças a sua organização e
à ação dos sindicatos, conquistou direitos que vão além do que consta na Consolida-
ção das Leis do Trabalho (CLT). Entre eles, estão: a existência de um piso salarial
mínimo da categoria e participar na decisão do valor do vale-refeição e do seguro-
-saúde. Por essas e outras razões, os bancos, a partir da década de 1990, passaram a
terceirizar serviços e, por consequência, demitir bancários.
Você deve estar pensando: Mas alguém vai continuar fazendo o mesmo serviço? Sim,
vai. No entanto, as empresas que passam a pres­tar serviços aos bancos vão contratar
pessoal com salários menores e, como não são bancários, não possuem os mesmos
direitos que os demais trabalhadores da categoria conquistaram. Assim, o serviço
prestado pode ser mais barato e, com isso, os bancos podem reduzir seus custos.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
(Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e
Trabalho: 6º ano/1º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2011.
Atividade 10
O sistema organizacional do trabalho
Essa atividade traz questões relacionadas ao tema que estamos estudando e que apa-
receram em vestibulares ou provas de concurso. Vamos testar seus conhecimentos?
1.	O sistema organizacional do trabalho denominado de toyotismo é uma respos-
ta à crise do fordismo dos anos [19]70. É correto afirmar que o toyotismo se
caracteriza: 
a)	pela rigidez na produção, principalmente pela eliminação do desperdício de
tempo e movimentos, por meio do trabalho parcelar, padronizado e descontínuo.
b)	por ter um trabalhador qualificado e polivalente e pela produção atender às
particularidades das demandas.
c)	 por ter sua origem no modo de organização do trabalho de uma indústria auto-
mobilística da China, cujo presidente era Kiichiro Toyoda, daí a derivação da
sua denominação.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 45
d)	pela produção em massa, pois o consumo condiciona toda a organização da
produção.
e)	 pela adoção de uma organização produtiva verticalizada, voltada para produzir
somente os itens necessários na quantidade necessária, sem gerar estoque, por
meio da técnica denominada de kanban, em que o trabalhador desempenha uma
única tarefa.
Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Concurso para Assistente Social, 2011.
Disponível em: http://www.copeve.ufal.br/index.php?opcao=concursoidConcurso=62.
Acesso em: 20 mar. 2015.
2.	O círculo de controle da qualidade tem como característica:
a)	 ser obrigatória a participação dos colaboradores da linha de produção do princi-
pal produto da organização.
b)	evitar ações de enaltecimento e motivação para a gestão da qualidade de modo
a não ser caracterizado como invasivo no processo produtivo.
c)	 evitar a participação de detentores de cargos de chefia.
d)	limitar o número de seus participantes.
e)	 não remunerar seus membros.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Concurso Público Inmetro.
Cespe-UnB, 2010. Disponível em: http://www.cespe.unb.br/concursos/inmetro2010/arquivos/
INMETRO10_010_14.pdf. Acesso em: 20 mar. 2015.
3.	As expressões fordismo e taylorismo foram empregadas para explicar uma nova
forma de organização do trabalho no século XX [20]. Essas expressões têm como
significado:
a)	 valorização do trabalho humano em relação às máquinas, o aumento dos salários
e a participação dos operários nos lucros obtidos pelas empresas.
b)	a produção seria realizada em pequenos números, o que beneficiaria o consumo
das massas de determinados produtos.
c)	diminuição da jornada de trabalho e o pagamento de salários compatíveis as
horas trabalhadas que suprissem todas as necessidades básicas do operariado,
como: lazer, vestimentas, alimentação, saúde, moradia e educação.
d)	aumento de produtividade em série, a mecanização de parte das atividades,
o controle das atividades dos trabalhadores, a introdução da linha de mon-
tagem e de um sistema de recompensas e punições dos operários no interior
das fábricas.
46	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
e)	substituição das máquinas pelo trabalho maciço dos operários, sem divisões e
parcelamentos das tarefas, a produção e o consumo em baixa escala e o supri-
mento de todas as necessidades básicas dos operários.
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), 2012. Disponível em: http://www2.
unicentro.br/vestibular/files/2012/10/provas_20102.pdf. Acesso em: 20 mar. 2015.
Atividade 11
Tirinha em questão
Leia a tirinha a seguir e responda às questões propostas.
1.	Qual a crítica feita?
2.	Você considera importante conhecer bem sua atividade profissional? Por quê?
FrankErnest,BobThaves
©1996Thaves/Dist.byUniversalUclickforUFS
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 47
Unidade 2
Reconhecendo meus
saberes
Quando decidimos aprender algo novo, um passo importante
é reconhecer o que já sabemos, ou seja, quais os conhecimentos
que já construímos ao longo de nossa trajetória de vida. Nós
aprendemos o tempo todo e muitas vezes nem nos damos con-
ta do conhecimento que já temos. Para aprender algo novo,
sempre acionamos esses conhecimentos anteriores, construídos
por meio de nossas experiências de vida. Isso quer dizer que,
para adquirirmos novas aprendizagens, lançamos mão do nos-
so conhecimento acumulado.
Todas as nossas experiências e saberes são construídos em meio a
conquistas e perdas, avanços e retrocessos. Por isso, é comum
encontrarmos algumas “pedras” pelo caminho quando estamos
aprendendo algo novo. Mas nós aprendemos com elas, não é mesmo?
Atividade 1
Tudo muda o tempo todo
João Guimarães Rosa (1908-1967), importante escritor brasi-
leiro, em seu romance Grande Sertão: Veredas, escreveu:
Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que
as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram termi-
nadas – mas que elas vão sempre mudando.
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 23.
© Nonada Cultural Ltda.
48	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
1.	Você concorda com o que Guimarães Rosa escreveu? Por quê?
2.	Você consegue identificar as principais mudanças que já enfrentou em sua vida?
Quais foram elas?
Atividade 2
Tinha uma pedra no meio do caminho
Mudar não é fácil, toda mudança envolve momentos de insegurança e medo, mas
também nos ajuda a crescer e avançar. Leia, a seguir, o poema de Carlos Drummond
de Andrade (1902-1987), um dos grandes poetas brasileiros.
©EditoraNovaFronteira
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 49
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
ANDRADE, Carlos Drummond de. No meio do caminho. In: ______. Alguma
poesia. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 47. Carlos Drummond
de Andrade © Graña Drummond http://www.carlosdrummond.com.br
1.	Você já conhecia esse poema?
2.	Que sentimentos ele despertou em você? No que ele faz você pensar?
3.	Nesse poema, Carlos Drummond de Andrade transforma a pedra no meio do
caminho em poesia. Que tal recuperar na memória um pouco de sua história de
vida? Organize uma linha do tempo na tabela a seguir, registrando suas principais
experiências de vida ao longo dos anos, sejam elas percalços ou conquistas. Liste
os fatos marcantes de sua vida.
©ArquivoEM/D.APress
50	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Ano Fato marcante
Concluí a antiga quarta série
Arrumei meu primeiro emprego
Agora que você já registrou os fatos mais marcantes da sua vida, pense nas suas
experiências profissionais. Procure se lembrar de todas elas e registre na tabela a
seguir o que precisou fazer nesse(s) trabalho(s), o que você já sabia e o que preci-
sou aprender.
Experiências
profissionais
O que precisei
fazer
O que eu já sabia
O que precisei
aprender
Atividade 3
Recordar é viver
1.	 Pensando nas experiências profissionais que você já teve, quais foram as “pedras
no caminho”? Qual experiência você considerou a mais difícil e por quê?
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 51
2.	Quais são suas principais qualidades?
3.	O que as pessoas dizem quando te elogiam?
4.	O que você costuma fazer que todo mundo gosta?
Atividade 4
Compartilhando experiências
Agora que você já fez um balanço de suas experiências, qualidades e saberes,
compartilhe com seu monitor e com seus colegas um pouco da sua trajetória
profissional. Assim, as pessoas vão conhecer um pouco mais sobre você e você
sobre as pessoas com quem convive neste curso. Conhecer um pouco da histó-
ria de vida daqueles com quem convivemos nos aproxima uns dos outros e
contribui para o bom convívio.
52	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Atividade 5
Interpretando a canção
1.	Leia ou, se possível, aprecie a canção a seguir, que foi gravada também pelo
grupo Roupa Nova:
O sal da terra
Beto Guedes e Ronaldo Bastos
Anda, quero te dizer nenhum segredo

Falo nesse chão, da nossa casa

Vem que tá na hora de arrumar

Tempo, quero viver mais duzentos anos

Quero não ferir meu semelhante

Nem por isso quero me ferir

Vamos precisar de todo mundo

Pra banir do mundo a opressão

Para construir a vida nova

Vamos precisar de muito amor

A felicidade mora ao lado

E quem não é tolo pode ver

A paz na Terra, amor

O pé na terra
A paz na Terra, amor

O sal da
Terra, és o mais bonito dos planetas

Tão te maltratando por dinheiro

Tu que és a nave nossa irmã

Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 53
Canta, leva tua vida em harmonia

E nos alimenta com teus frutos

Tu que és do homem, a maçã

Vamos precisar de todo mundo

Um mais um é sempre mais que dois

Pra melhor juntar as nossas forças

É só repartir melhor o pão

Recriar o paraíso agora

Para merecer quem vem depois
Deixa nascer, o amor

Deixa fluir, o amor

Deixa crescer, o amor

Deixa viver, o amor
O sal da terra
© Três Pontas Edições Musicais/Edições Musicais Tapajós Ltda.
2.	Você já reparou que nossas experiências e aprendizagens são construídas coleti-
vamente também? Sempre aprendemos com aqueles com quem convivemos no
trabalho, na escola, em casa. Um dos versos dessa canção diz: “um mais um é
sempre mais que dois”. Como você entendeu essa afirmação? Concorda com ela?
Escreva a seguir a sua interpretação da música.
3.	Pense na ocupação que estamos estudando: Que outros profissionais você acha
que atuam junto ao operador de empilhadeira?
54	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Atividade 6
Operador de empilhadeira e sua
rotina
1.	Você já parou para pensar o que faz um operador de
empilhadeira? Em grupo, discutam e escrevam a seguir
como imaginam a rotina de trabalho desse profissio-
nal. Quais atividades vocês acreditam que ele realiza
diariamente?
O que diz o Ministério do Trabalho e
Emprego sobre a ocupação de operador
de empilhadeira
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) produz
um documento conhecido como Classificação Brasileira
de Ocupações (CBO). Nesse documento é possível
Você sabia?
A descrição de cada
ocupação da CBO é feita
pelos próprios trabalhado-
res. Dessa forma, temos a
garantia de que as infor-
mações vêm de quem
atua no ramo e, portanto,
conhece bem a ocupação.
Você pode consultar esse
documento na íntegra
acessando o site da CBO.
Disponível em: http://www.mtec
bo.gov.br. Acesso em: 20 mar.
2015.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 55
encontrar a descrição de aproximadamente 2 500 ocu-
pações existentes no Brasil, o que o profissional de cada
ocupação faz e o grau de escolaridade necessária para
exercê-la, bem como onde o profissional pode atuar.
Entre as descrições desse documento, encontramos a de
“operador de empilhadeira”. Eles são “operadores de equi-
pamentos de movimentação de cargas” e podem ser de-
nominados também como:
•	 motorista de empilhadeira;
•	 operador de empilhadeira elétrica;
•	 operador de máquina empilhadeira.
Segundo descrição da CBO, os operadores de empilhadeira:
•	 preparam a movimentação de carga e a movimentam;
•	 organizam carga, interpretando simbologia das em-
balagens, armazenando de acordo com o prazo de
validade do produto, identificando características
da carga para transporte e armazenamento e sepa-
rando carga não conforme;
•	 realizam manutenções previstas em equipamentos para
movimentação de cargas;
•	 trabalham seguindo normas de segurança, higiene,
qualidade e proteção ao meio ambiente.
Tudo isso você aprenderá ao longo deste curso.
Para cada uma das ocupações, a CBO atribui um códi-
go que a classifica. O código referente à ocupação do
operador de empilhadeira é 7822-20. Se você for contra-
tado para exercer essa ocupação, esse número será assi-
nalado em sua carteira de trabalho.
A ocupação de operador de empilhadeira faz parte do
grupo de ocupações dos profissionais responsáveis por
movimentação de cargas, assim como o operador de do-
cagem e o guincheiro (construção civil).
Carga não conforme: Car-
gas que foram violadas, so-
freram alguma avaria; cargas
que tiveram as embalagens
abertas indevidamente; ou
cargas que apresentam pro-
dutos quebrados.
56	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
A CBO descreve essas ocupações da seguinte forma:
Condições gerais de exercício
Atuam nas mais diversas atividades econômicas, entre elas: na extra-
ção mineral, no beneficiamento de pedras, mármores e granitos, na
construção civil, na fabricação de produtos químicos, produtos alimen-
tares e bebidas, produtos de madeira e de metalurgia básica, como
empregados com carteira assinada. O trabalho é presencial, realizado
de forma individual, sob supervisão permanente, em rodízio de turnos
e pode ser em ambiente fechado, a céu aberto ou em veículos. Per-
manecem, durante longos períodos, em posições desconfortáveis,
trabalham sob pressão, o que pode levá-los à situação de estresse, e
estão expostos a materiais tóxicos, ruído intenso e altas ou baixas
temperaturas.
Formação e experiência
Para o exercício dessas ocupações requer-se a quarta série do ensino
fundamental e curso básico de qualificação profissional em torno de
duzentas horas-aula. O pleno desempenho das atividades ocorre com
até um ano de experiência profissional. A(s) ocupação(ões) elencada(s)
nesta família ocupacional demandam formação profissional para efei-
tos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos
estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do decreto
5.598/2005.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO). Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015.
Atividade 7
O que eu preciso saber
1.	Leia, na tabela a seguir, as capacidades necessárias para um operador de empi-
lhadeira, de acordo com a CBO. Assinale para cada uma delas se você acredita
já tê-la desenvolvido ou se você precisa desenvolvê-la.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 57
Capacidades exigidas Já desenvolvi
Preciso
desenvolver
Certificar-se como
operador de empilhadeira
Certificar-se para
movimentação de cargas
especiais
Saber interpretar códigos
para movimentação de
cargas
Demonstrar confiabilidade
no desenvolvimento de
seu trabalho
Ter iniciativa
Manter-se atualizado sobre
a sua atividade
profissional, realizando
novas formações
Ter atenção concentrada
durante o trabalho
Demonstrar destreza
manual
Trabalhar em equipe
Fonte: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO). Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015.
Para saber mais sobre o que é preciso
para exercer a função de operador de
empilhadeira e conhecer alguns dos
principais procedimentos para
conduzir esse equipamento, assista
aos vídeos da ocupação.
Disponível em: http://www.viarapida.
sp.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015.
©MarioHenrique/Latinstock
58	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
2.	De todas as capacidades necessárias, qual você acredita ser a mais difícil de
desenvolver? Por quê?
Você sabia que Carlos Drummond de Andrade escreveu um poema em homenagem
a João Guimarães Rosa?
Um chamado João
João era fabulista?
fabuloso?
fábula?
Sertão místico disparando
no exílio da linguagem comum?
Projetava na gravatinha
a quinta face das coisas,
inenarrável narrada?
Um estranho chamado João
para disfarçar, para farçar
o que não ousamos compreender?
Tinha pastos, buritis plantados
no apartamento?
no peito?
Vegetal ele era ou passarinho
sob a robusta ossatura com pinta
de boi risonho?
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 59
Era um teatro
e todos os artistas
no mesmo papel,
ciranda multívoca?
João era tudo?
tudo escondido, florindo
como flor é flor, mesmo não semeada?
Mapa com acidentes
deslizando para fora, falando?
Guardava rios no bolso,
cada qual com a cor de suas águas?
sem misturar, sem conflitar?
E de cada gota redigia
nome, curva, fim,
e no destinado geral
seu fado era saber
para contar sem desnudar
o que não deve ser desnudado
e por isso se veste de véus novos?
Mágico sem apetrechos,
civilmente mágico, apelador
e precípites prodígios acudindo
a chamado geral?
Embaixador do reino
que há por trás dos reinos,
dos poderes, das
supostas fórmulas
de abracadabra, sésamo?
Reino cercado
não de muros, chaves, códigos,
mas o reino-reino?
Por que João sorria
se lhe perguntavam
que mistério é esse?
60	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
E propondo desenhos figurava
menos a resposta que
outra questão ao perguntante?
Tinha parte com... (não sei
o nome) ou ele mesmo era
a parte de gente
servindo de ponte
entre o sub e o sobre
que se arcabuzeiam
de antes do princípio,
que se entrelaçam
para melhor guerra,
para maior festa?
Ficamos sem saber o que era João
e se João existiu
de se pegar.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Um chamado João.
In: ______. Versiprosa: crônica da vida cotidiana e de algumas miragens.
Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967. p. 934-5.
Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
http://www.carlosdrummond.com.br
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 61
Unidade 3
O que faz o operador de
empilhadeira
Na Unidade 2 você aprendeu o que é a CBO e viu muito do que
ela diz sobre a atividade do operador de empilhadeira, certo? Re-
veja agora as principais características esperadas desse profissional:
•	 Formação/qualificação profissional:
	 – ter habilitação como operador de empilhadeira.
•	 Atitudes pessoais:
	 – trabalhar em equipe;
	 – evidenciar iniciativa;
	 – trabalhar com atenção concentrada.
•	 Atitudes profissionais:
	 – interpretar códigos para a movimentação de cargas;
	 – demonstrar confiabilidade no desenvolvimento do trabalho;
	 – participar de treinamentos (capacitação e atualização);
	 – demonstrar destreza manual;
	 – dar provas de coordenação motora;
	 – certificar-se como operador de movimentação de cargas;
	 – certificar-se para movimentação de cargas especiais.
Atividade 1
Conhecendo sua atividade
Leia atentamente os anúncios de emprego na página a seguir e,
depois, responda às questões propostas.
62	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Local de atuação: Santos (SP)
Remuneração: R$ 2 210,50
Vantagens: Vale alimentação e transporte; convênio médico e odontológico
Forma de contração: CLT
Jornada: 40 h
Atribuições: Operação com a empilhadeira; Separação de produtos; Controle
de estoque; Abastecimento de área de venda
Exigências: Ensino Médio completo; Certificado de operador de empilhadeira;
Carteira Nacional de Habilitação (CNH); Experiência de 2 anos como operador
de empilhadeira; Disponibilidade de trabalho em turnos
Vagas: 02
Local: Ribeirão Preto (SP)
Atividades a desenvolver: separação de
mercadorias, movimentação de cargas em
depósito, reposição de mercadorias e
operação da empilhadeira
Requisitos: especialização em operador de
empilhadeira, Ensino Médio e CNH
Oferecem-se vale-transporte, cesta básica e
contratação por CLT (efetivo)
Salário: R$ 1550,30 por 40 h
01 vaga
Contratação temporária para a
cidade de Campinas (SP)
Vantagens: Seguro de vida;
vale-transporte; vale-refeição
Salário: R$ 1789,40
por 30 h semanais
Requisitos: Curso de operador de
empilhadeira; Ensino Médio
Atribuições: Operar a empilhadeira;
Carregar mercadorias; Fazer
conferência de cargas; Etiquetar
caixas; Controlar estoques
Local: Bauru (SP)
Salário de R$ 1698,00 mais benefícios
Jornada de 40 h
Requisitos: Carteira CNH; Curso de operador de empilhadeira; Ensino
Médio completo e experiência de 1 ano como operador de empilhadeira
Atividades a desenvolver: Separar mercadorias e operar a empilhadeira
Contrato pela CLT
Vaga para operador de empilhadeira
Contrata-se
Operador de empilhadeira
Precisa-se de Operador
de empilhadeira
Operador de empilhadeira – Precisa-se
©DanielBeneventi
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 63
1.	O que os anúncios de emprego apresentados têm em comum?
2.	Qual o anúncio com menos exigências? Cite-as.
3.	E qual o anúncio com mais exigências? Cite-as.
4.	Para quais anúncios você estaria qualificado? Qual escolheria? Justifique sua
resposta.
5.	Agora, discuta suas respostas com seu monitor e com seus colegas.
64	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
As características do trabalho segundo a
CBO
A CBO publica uma tabela das atividades exercidas em
cada conjunto ou família de ocupações. No nosso caso,
trata-se da família ocupacional 7822 – Operadores de
equipamentos de movimentação de cargas, que inclui as
ocupações de guincheiro, operador de docagem e opera-
dor de empilhadeira.
O operador de empilhadeira não é responsável apenas
pela função de dirigir ou operar a empilhadeira. Sua
atividade abrange também a conferência da carga, o car-
regamento e o descarregamento para o transporte.
Contudo, antes de o operador conferir e movimentar a
carga, outras atividades são necessárias e elas compõem
a rotina de trabalho dele. Alguns procedimentos que
precisam ser realizados antes e depois da movimentação
da carga também são de responsabilidade do operador
de empilhadeira.
Atividade 2
Empilhando os conhecimentos
1.	Observe os itens a seguir e assinale aqueles que você
acredita fazerem parte das atribuições específicas de
um operador de empilhadeira.
( )	 Preparar movimentações de carga.
( )	 Controlar operações de transporte.
( )	 Organizar ambiente de trabalho.
( )	 Coordenar coleta e embarque de carga doméstica.
( )	Realizar manutenções previstas em equipamentos
para movimentação de cargas.
Embora a CBO aponte como
requisitos mínimos a 4ª série/5º ano
do Ensino Fundamental e o curso
básico de qualificação profissional, a
maioria das empresas exige Ensino
Médio completo, algumas até
Superior incompleto. Além do curso
básico, elas pedem também
especialização no tipo de
empilhadeira a ser manuseada.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 65
2.	Agora leia o documento emitido pela CBO e confira suas respostas.
Família Ocupacional: 7822 – Operadores de equipamentos de
movimentação de cargas – Atividades específicas do operador
de empilhadeira (OE)
A – PREPARAR MOVIMENTAÇÕES DE CARGA
A.1 – Interpretar ordens de serviço
A.2 – Inspecionar visualmente a carga e descarga de serviços
A.3 – Conferir conteúdos, peso e volumes de cargas
A.4 – Selecionar equipamentos de movimentação de acordo com a carga
A.5 – Separar acessórios dos equipamentos
A.6 – Prever materiais para o armazenamento (estrato, forração)
A.7 – Programar sequência de movimentação
B – MOVIMENTAR CARGA
B.1 – Utilizar os acessórios do equipamento de movimentação de
acordo com o tipo de carga
B.2 – Conferir prazos de validade
B.3 – Carregar carga conforme programação
B.4 – Carregar o equipamento de acordo com sua capacidade
B.5 – Monitorar condições de funcionamento do equipamento duran-
te a operação
B.6 – Controlar velocidade e sentido de operação de equipamentos
B.7 – Descarregar os itens programados
C – ORGANIZAR AMBIENTE DE TRABALHO
C.1 – Manter o ambiente higienizado
C.2 – Retirar obstáculos do ambiente de trabalho
C.3 – Inspecionar o local de acondicionamento da carga
C.4 – Delimitar área para a movimentação de cargas
C.5 – Identificar carga movimentada
D – ORGANIZAR CARGA
D.1 – Interpretar a simbologia das embalagens
66	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
D.2 – Armazenar a carga de acordo com o prazo de
validade do produto
D.3 – Identificar características da carga para o trans-
porte e armazenamento
D.4 – Separar carga não conforme
E – REALIZAR MANUTENÇÕES PREVISTAS EM
EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO DE
CARGAS
E.1 – Consultar instruções dos fabricantes para uso
e conservação de equipamentos
E.2 – Inspecionar itens básicos de funcionamento
dos equipamentos de movimentação de cargas
E.3 – Lubrificar equipamentos
E.4 – Testar funcionamento de equipamentos
E.5 – Identificar disfunções e avarias
E.6 – Ajustar equipamentos
E.7 – Requisitar manutenção
E.8 – Identificar equipamentos em manutenção
F – TRABALHAR COM SEGURANÇA
F.1 – Autoavaliar condições psicofísicas antes da
execução do trabalho
F.2 – Utilizar equipamentos de segurança individual (EPI)
F.3 – Identificar situações inseguras
F.4 – Solicitar adequação do piso para movimentação
com empilhadeira
F.5 – Movimentar carga conforme normas de segu-
rança específicas
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego.
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).
Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br.
Acesso em: 20 mar. 2015.
Coletor de dados
Como você pôde constatar pela lista de atividades, o
operador de empilhadeira não só é responsável por diri-
gir a empilhadeira, mas também possui atribuições que
vão além disso. Para dar conta de tantas funções, ele
conta com alguns equipamentos facilitadores. Um deles
é o coletor de dados, instrumento de trabalho indispen-
sável para esse profissional.
Todos nós sabemos o quanto a
questão da segurança no trabalho é
importante para o trabalhador e para
toda a sociedade, não é mesmo?
No Caderno 2 teremos uma
Unidade para tratar com mais
profundidade das questões
incluídas no item Trabalhar
com segurança.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 67
O coletor de dados é um aparelho utilizado em diversos segmentos. Por sua versa-
tilidade, é utilizado em empresas de fornecimento de energia elétrica, de gás, em
bares, restaurantes, empresas farmacêuticas etc. Aliado da organização, necessária
a todo profissional, esse equipamento efetua a coleta de informações, auxiliando o
operador de empilhadeira a fazer a transferência dos paletes para diversas áreas,
separar as cargas e também armazenar todos os produtos que chegam ao local de
trabalho, podendo fazer o controle e o recebimento de produtos.
A coleta dos dados é feita por meio da leitura do código de barras ou manual-
mente, digitando o número referente ao produto no teclado do aparelho. Todas
as informações digitadas são armazenadas na memória do coletor e posterior-
mente transmitidas ao terminal de informações, que pode ser um computador
ou um microterminal. A transmissão pode ser por meio de cabo, wi-fi, infraver-
melho ou bluetooth.
Os códigos de barras vieram para agilizar as transações bancárias, o armazena-
mento e a venda de produtos em um supermercado, por exemplo. Sua representação
gráfica é uma sequência de barras para leitura feita por equipamentos. Eles estão
impressos em embalagens de produtos, em contas de luz e de água, em boletos
bancários etc.
©MarioHenrique/Latinstock
©kmitu/123RF
68	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Falando em códigos, você já se deparou com o QR code? Ele é um código bidi-
mensional (2D), parecido com um enigma. A maioria dos celulares consegue
fazer a leitura dele, desde que possua câmera fotográfica. O conteúdo desses có-
digos pode ser o trecho de um texto, um link ou um endereço que redireciona
para determinado site.
Atividade 3
Um pouco sobre os códigos de barras
1.	 Você já reparou nos códigos de barras que há nos produtos que usa no dia a dia?
Já parou para pensar o que os números que acompanham esse código podem
representar? Escreva a sua opinião nas linhas a seguir.
2.	Observe a lista de produtos na tabela a seguir. Procure em embalagens de cada
um deles o código de barras, conte quantos números há nele e complete a colu-
na correspondente.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 69
Produto
Quantidade de números que acompanham
o código de barras
Creme dental
Gelatina
Arroz
Refrigerante
Papel higiênico
Códigos de barras – como funcionam?
Pela comparação dos códigos, você pode perceber que, em geral, os códigos de
barras vêm acompanhados de um número composto de 13 dígitos que armazenam
as informações do produto.
•	 Os primeiros três dígitos identificam o país em que o produto foi cadastrado, e
não onde ele foi fabricado necessariamente (por exemplo, o código de todos os
produtos cadastrados no Brasil começa com a sequência 789).
•	 Os quatro dígitos seguintes referem-se ao fabricante.
•	 Os próximos cinco dígitos identificam o produto.
•	 O último é o dígito de controle, também chamado dígito verificador.
Prefixo do país
Código do
fabricante
Código do produto Dígito de controle
XXX FFFF PPPPP D
Por exemplo, veja a composição do código 7897123884012 de determinado produto:
Prefixo do país
(Brasil)
Código do
fabricante
Código do produto Dígito de controle
789 7123 88401 2
O dígito de controle é usado em muitas situações que envolvem algum tipo de
identificação. Você pode observá-lo nos números de documentos ou em contas
bancárias. Em geral, trata-se do último ou dos dois últimos algarismos escritos após
um “tracinho” ou uma barra.
70	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Além do coletor de dados, o operador de empilhadeira precisa conhecer outros
instrumentos de trabalho. Na lista a seguir, publicada pela CBO, as ferramentas
que ela considera mais importantes estão assinaladas com asterisco (*).
Recursos de trabalho
* Empilhadeira
* Elevador
* Telefone
* Calibrador
* Jogo de chaves combinadas
Cabo de força
Tifor
* Alongador
* Cabo de aço
Alavanca
Ship-loader (fala-se “chip louder”)
Transtainer (fala-se “transteiner”)
... e transmite as informações
para o computador...
CÓDIGO
0214 LEITE 125152 1000ml Fazenda M
0415 CHÁ 548569 600ml Produtor G
0151 AÇÚCAR 515563 1000g
1458 SUCO 478596 500ml Indústria d
6878 SAL 669785 1000g
PRODUTO LOTE QUANT. FABRICAN
... que localiza os dados do
produto em um arquivo...
... que são transmitidos para a tela do
computador ou para a impressora.
O coletor emite um raio vermelho,que
percorre todas as barras e faz a“leitura”
do código de barras...
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e
Inovação (Sdecti). Matemática: caderno do estudante. Ensino Fundamental. São Paulo:
Sdecti/SEE, 2014. v. 1.
Agora, vamos ver como é a sistemática do coletor de dados na leitura dos códigos
de barras?
©R2Editorial
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 71
1.	Em grupo, façam uma lista de vários lugares onde um operador de empilha-
deira pode trabalhar. Depois, comparem sua lista com aquelas feitas pelos demais
grupos e contem com a ajuda do monitor para completar a de vocês. Em segui-
da, organizem-se para procurar, nos locais listados, operadores de empilhadei-
ra que possam ser entrevistados por vocês.
	 É importante selecionar profissionais que trabalhem em diferentes lugares e
com diferentes tipos de empilhadeira, assim todos aprenderão mais sobre essa
ocupação. Também é interessante entrevistarem homens e mulheres.
2.	O que vocês gostariam de perguntar para esses operadores?
	 Observem, a seguir, um roteiro para a entrevista, que vocês poderão adaptar. Seu
grupo também pode incluir no roteiro outras perguntas. Boa entrevista!
a)	Quem é o entrevistado?
* Madal
Portainer (fala-se “portêiner”)
* Paletizadora
EPI [Equipamentos de Proteção Individual] e EPC [Equipamentos de
Proteção Coletiva]
Jacaré
* Rádio de comunicação
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO). Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015.
Atividade 4
Estudo do meio
72	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
b)	Quantos anos tem? Qual é sua escolaridade? Ainda estuda ou pretende voltar a
estudar?
c)	 Costuma fazer cursos de especialização em sua área?
d)	Onde trabalha?
e)	 Como escolheu essa ocupação?
f)	 Quais pontos considera positivos e quais considera negativos nessa área de atuação?
g)	Que conselhos daria a um operador de empilhadeira que está começando agora?
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 73
Unidade 4
Rotinas básicas no setor
de movimentação de
cargas
É muito comum ouvirmos pessoas reclamando ou falan-
do que suas vidas são uma rotina... Que todo dia fazem
tudo sempre igual...
Rotina: 1. Caminho utilizado
normalmente; itinerário ha-
bitual; derrotina. 2. Sequên-
cia mais ou menos maquinal
de atos e procedimentos
habituais […]. 3. Apego a há-
bitos tradicionais, aversão ao
progresso [...].
© Dicionário Aulete.
www.aulete.com.br
Peanuts,CharlesSchulz©1991PeanutsWorldwideLLC./Dist.byUniversalUclick
74	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
Como era a vida na Idade Média
Por mil anos, a Europa dividida em feudos foi controlada pela Igreja
e por nobres. A Idade Média moldou o continente que dominaria o
planeta, mas a vida era dura
Sábado de um típico camponês na França do século 10 começa às 5 da
manhã. Ele, a esposa e os quatro filhos acordam em sua casa de um
único cômodo, comem mingau de pão e dão início à labuta. O pai e os
mais velhos, de 12 e 14 anos, vão para o campo – a colheita de trigo e
cevada está atrasada. A família passou os dois dias anteriores cumprin-
do o trabalho obrigatório nas terras do senhor feudal. Há muito o que
fazer. A mãe e os mais novos, de 6 e 8 anos, vão lidar com a horta e as
galinhas. Todos fazem uma rápida pausa para comer (sempre que pos-
sível, peixe). O batente só termina quando já está escuro. Eles dormem
juntos, sobre um amontoado de palha, iluminados por velas de sebo e
aquecidos por uma pequena fogueira no centro do cômodo. Descansam
felizes. O dia seguinte é o único da semana em que a rotina árdua muda
um pouco: seguem o comando dos sinos e vão à missa. Rezam por
suas almas e são orientados mais a temer o diabo que a adorar a Deus.
Assim viveram, durante dez séculos, 90% dos habitantes do Velho
Continente. [...]
CORDEIRO, Tiago. Como era a vida na Idade Média. Aventuras na História,
1 abr. 2010. Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/
como-era-vida-idade-media-677615.shtml. Acesso em: 30 mar. 2015.
Durante mil anos, no período conhecido como Idade Média – entre os séculos V (5)
e XV (15) –, 90% da população da Europa viveu dessa forma. Homens e mulheres
tinham uma vida com características muito parecidas em razão das relações estabe-
lecidas em determinado contexto social, político e econômico.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 75
As ricas horas do duque de Berry é considerado um dos mais finos e luxuosos manuscritos medievais.
Seus autores, os três irmãos Limbourg – Paul, Hermann e Jean –, eram artistas flamengos e foram
contratados pelo duque de Berry por volta de 1405. Essa iluminura (tipo de ilustração comum na Idade
Média) mostra setembro, o período da colheita das uvas ao redor do castelo de Saumur.
Atividade 1
A rotina de cada dia...
1.	E como é hoje? Pense em você, em seu dia a dia. Escreva nas linhas a seguir, de
forma objetiva, como é um dia “normal” em sua vida desde o momento em que
acorda até a hora em que vai dormir.
©Album/akg-images/Latinstock
76	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
2.	Os poetas, músicos e artistas expressam de diferentes formas seus sentimentos
acerca daquilo que se torna repetitivo, rotineiro. Leia, a seguir, duas letras de
música sobre o tema.
Rotina
Clemente e Marcelino
Acorda cedo para ir trabalhar
E o relógio de ponto a lhe observar
No lar esposa e filhos a lhe esperar
Sua cabeça dói, um dia vai estourar
Com essa rotina, rotina
Rotina, rotina
Sua cabeça dói, não consegue pensar
E as quatro paredes a lhe massacrar
Daria tudo pra ver o que acontece lá fora
Mesmo sabendo que não iria suportar
Essa rotina, rotina
Até quando ele vai aguentar?
Até quando ele vai aguentar?
No lar a sua esposa lhe serve o jantar
E os filhos brincam na sala de estar
Levanta da poltrona e liga a TV
Chegou a hora do programa começar
Rotina, rotina
O homem da TV lhe diz o que fazer
Lhe diz do que gostar, lhe diz como viver
Está chegando a hora de se desligar
A sua esposa lhe convida para o prazer
Rotina, rotina
© Warner Chappell Edições Musicais Ltda.
Todos os direitos reservados.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 77
Cotidiano
Chico Buarque
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café
Todo dia eu só penso em poder parar
Meio dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão
Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão
Toda noite ela diz pra eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
1971 © Marola Edições Musicais
©MarcosdePaula/AE
78	 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1
3.	Você conhece essas músicas? Se possível, ouça e apre-
cie as duas canções.
4.	Que sentimento essas músicas lhe transmitem?
5.	O que você entende por rotina?
Significado de rotina no trabalho do
operador de empilhadeira
Há um “caminho utilizado normalmente; itinerário ha-
bitual”, tarefas habituais que devem ser realizadas pelo
operador de empilhadeira? Será que é importante existir
uma rotina básica nesse tipo de trabalho?
Se considerarmos que a existência de rotinas básicas no
ofício de operador de empilhadeira é importante, podemos
dizer, então, que é preciso existir uma “sequência mais ou
menos maquinal de atos e procedimentos habituais” no
trabalho de operador de empilhadeira?
Veja o que diz a educadora Madalena Freire sobre rotina.
Você sabia?
Madalena Freire é peda-
goga, atua em projetos de
formação de professores
promovendo reflexões e
estudos e é autora de inú-
meros livros que abordam
temáticas educacionais.
Filha do grande educador
brasileiro Paulo Freire
(1921-1997), é uma das prin-
cipais propagadoras da
teoria freiriana.
Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte	 79
[...] rotina aqui não é expressão do rotineiro que se arrasta tediosa-
mente. [...] A rotina estrutura o tempo (história), o espaço (geografia)
e as atividades. [...] a rotina é alicerce básico para que o grupo cons-
trua seus vínculos, estruture seus compromissos, cumpra suas tare-
fas, assuma suas responsabilidades [...].
FREIRE, Madalena. Educador, educa a dor. São Paulo: Paz e Terra, 2008. p. 118.
Pois bem, é pensando na perspectiva apontada por Madalena Freire que queremos
conversar com você sobre rotinas básicas no setor de movimentação de cargas.
Ainda que as tarefas exercidas pelos operadores de empilhadeiras sejam habituais e
exercidas com regularidade, elas não precisam ser alienantes e mecânicas, não acha?
A atenção e o cuidado na realização das tarefas têm estreita ligação com a maior ou
a menor consciência da importância e do sentido dessas tarefas durante a sua reali-
zação. Ou seja, se o trabalhador sabe o que tem de fazer, sabe por que e para que
tem de fazer, quais são os riscos do seu fazer, provavelmente ele terá maiores opor-
tunidades de planejar suas tarefas, organizar seu tempo e seus compromissos e
cumprir suas atividades de forma mais estruturada e responsável.
Como é um dia na vida de um operador de empilhadeira?
Quando você decidiu fazer este curso no Programa Via Rápida Emprego, já
tinha alguma experiência como operador de empilhadeira? Em caso negativo,
fazia alguma ideia das atividades desenvolvidas por um operador de empilha-
deira? Bom, de qualquer forma, a essa altura do curso, com certeza você já tem
algumas noções.
Operador de Empilhadeira - Apostila 1
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Operador de Empilhadeira - Apostila 1

  • 1. g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o 1 Operador de Empilhadeira
  • 2. 1 Operador de Empilhadeira t r a n s p o r t e emprego
  • 3.
  • 4. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Geraldo Alckmin Governador SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Márcio Luiz França Gomes Secretário Cláudio Valverde Secretário-Adjunto Maurício Juvenal Chefe de Gabinete Marco Antonio da Silva Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
  • 5. Concepção do programa e elaboração de conteúdos Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação Coordenação do Projeto Equipe Técnica Marco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr. e Raphael Lebsa do Prado Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap Gestão do processo de produção editorial Fundação Carlos Alberto Vanzolini Wanderley Messias da Costa Diretor Executivo Márgara Raquel Cunha Diretora Técnica de Formação Profissional Coordenação Executiva do Projeto José Lucas Cordeiro Equipe Técnica Emily Hozokawa Dias e Odair Sthefano Sant’Ana Textos de Referência Beatriz Garcia Sanchez, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão Pichoneri, Maria José Masé dos Santos, Selma Venco e Walkiria Rigolon Mauro de Mesquita Spínola Presidente da Diretoria Executiva José Joaquim do Amaral Ferreira Vice-presidente da Diretoria Executiva Gestão de Tecnologias em Educação Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão do Portal Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira Gestão de Comunicação Ane do Valle Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa, Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann, Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov e Sandro Carrasco Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz, Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico CTP, Impressão e Acabamento Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material: Coparts Com. de Peças e Serviços Ltda, DiCico, Jesus Inácio Bueno, Nacco Materials Handling Group Brasil, Pallets de Paula, Saur Equipamentos, Sest-Senat Santo André e Somov
  • 6. Caro(a) Trabalhador(a) Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio. Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado. Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes. Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego. O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da edu- cação profissional. Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade. Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores. Boa sorte e um ótimo curso! Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
  • 7. Caro(a) Trabalhador(a) Você inicia agora um curso preparado para lhe proporcionar muitas aprendizagens. A opção por um curso de qualificação, sem dúvida, é uma decisão importante não so- mente por conta da certificação que você receberá ao final, mas também pelos novos relacionamentos e aprendizagens que construirá durante esse percurso formativo. Vamos tratar da ocupação de operador de empilhadeira, modalidade que se insere no setor de movimentação de cargas e está presente em diferentes ramos de ativi- dades dos mais diversos segmentos (como o marítimo, o aéreo e o terrestre), ou seja, ela pode ser exercida em aeroportos, portos, supermercados, shoppings, armazéns, indústrias, centros de distribuições de produtos de toda natureza, entre outros. Você vai conhecer diferentes tipos de carga e alguns aspectos relacionados ao arma- zenamento e – é claro – vai aprender sobre os tipos, o funcionamento e a operação das empilhadeiras. Você também verá procedimentos de segurança na condução desses equipamentos e muitos outros fatores que envolvem a organização e o traba- lho em equipe. Na Unidade 1, estudaremos a história do trabalho. Você verá como ele deixou de ser uma atividade artesanal e ganhou as formas a que estamos acostumados atualmente, bem como as mudanças que essa transformação gerou nas relações de trabalho. Na Unidade 2, faremos um levantamento dos conhecimentos, saberes e vivências que você já possui e conheceremos como a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) descreve a ocupação de operador de empilhadeira. Com isso, você poderá identificar as capacidades que você já possui e aquelas que ainda precisa desenvolver. A Unidade 3 nos mostrará quais são as atividades desempenhadas no exercício dessa ocupação e quais são suas ferramentas de trabalho. Na Unidade 4, conheceremos as rotinas básicas no setor de movimentação de cargas, observando uma descrição das atividades típicas de um operador de empilhadeira. Por fim, na Unidade 5, veremos mais de perto a principal ferramenta de trabalho dessa ocupação. Serão apresentados os modelos de empilhadeiras, suas especificidades e partes que as compõem. Bom curso!
  • 8. Sumário Unidade 1 9 Quando tudo começou? Unidade 2 47 Reconhecendo meus saberes Unidade 3 61 O que faz o operador de empilhadeira Unidade 4 73 Rotinas básicas no setor de movimentação de cargas Unidade 5 95 A empilhadeira – modelos e componentes
  • 9. FICHA CATALOGRÁFICA Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262 São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,Tecnologia e Inovação. Via Rápida Emprego: transporte: operador de empilhadeira, v.1. São Paulo: SDECTI, 2015. il. - - (Série Arco OcupacionalTransporte) ISBN: 978-85-8312-195-4 (Impresso) 978-85-8312-194-7 (Digital) 1. Ensino Profissionalizante 2.Transporte – QualificaçãoTécnica 3. Operador de Empilhadeira – Mercado deTrabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação II.Título III. Série. CDD: 331.12513884
  • 10. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 9 Unidade 1 Quando tudo começou? Você acaba de começar um curso de qualificação profissional de operador de empilhadeira. Parabéns por sua iniciativa! Agora, o primeiro passo é estar aberto para a construção de novas aprendizagens, pois todos somos capazes de aprender e, independentemente de nossas experiências passadas, sempre é tempo de recomeçar. Atividade 1 Para começo de conversa Você já parou para pensar quando ou por que surgiu a neces- sidade de se criar uma empilhadeira? E sobre como era feita a movimentação de produtos antes de seu surgimento? Será que sempre houve a necessidade de armazenarmos o que produzi- mos por meio de nosso trabalho? ©DmitryKalinovsky/123RF
  • 11. 10 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Escreva a seguir, do seu modo, suas ideias sobre as questões mencionadas e depois leia as respostas para o monitor e os colegas de classe. Para entender o que faz um operador de empilhadeira, é necessário, primeiro, co- nhecer a origem dessa ocupação, ou seja, em qual cenário histórico ela surgiu e como se desenvolveu. Para tanto, é importante olharmos para o passado, a fim de com- preender como tudo começou. Então, vamos lá! O trabalho O trabalho é uma atividade humana por meio da qual se transforma a natureza. Por meio do trabalho, o homem modifica a natureza em seu benefício quando, por exemplo, cultiva a terra e produz alimentos, faz da madeira um móvel, do barro um utensílio, do algodão, tecido e assim por diante. Essa capacidade humana de trans- formar a natureza também nos transforma. Atividade 2 A transformação da natureza Se repararmos bem, encontramos também na natureza algumas atividades que se parecem com nossos trabalhos: as abelhas produzem mel, as aranhas tecem teias, o joão-de-barro constrói sua casa... ©FabioColombini
  • 12. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 11 Você vê diferenças entre o trabalho humano e o que encontramos na natureza? Quais? Atividade 3 A capacidade de planejar Leia atentamente o texto a seguir. Ele foi retirado do livro O capital, escrito por Karl Marx em 1867. Depois da leitura, discuta as ideias de Marx com seus colegas e monitor e responda às questões propostas. Nós atribuímos ao trabalho uma forma exclusivamen- te humana. Uma aranha executa operações que se assemelham às do tecelão, e uma abelha ao construir sua colmeia deixa envergonhados alguns arquitetos. Mas o que distingue, a princípio, o pior arquiteto da melhor abelha é que ele já elaborou em sua mente a construção de uma obra antes de concretizá-la. Ao final do processo de trabalho surge um resultado que já estava desde o início na mente do trabalhador, ou seja, já existia idealmente. Ele não opera apenas uma transformação da forma da matéria natural, o traba- lhador concretiza, ao mesmo tempo, na matéria natural seu objetivo, que ele sabe que, como lei, de- termina a maneira de sua ação, e ao qual ele precisa subordinar sua vontade. MARX, Karl. O capital. Hamburgo: Verlag von Otto Meisner, 1890. p. 140. Tradução: Luci Ribeiro. Karl Marx, filósofo alemão que nasceu em 1808, revolucionou o modo de pensar econo- mia e política. Ele fale- ceu em 1883, mas seu pensamento permane- ce vivo ainda hoje. ©RogerViolletCollection/GettyImages
  • 13. 12 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 1. Nesse texto, qual diferença é apontada por Marx entre o trabalho humano e aqueles realizados pela natureza? 2. Você mudaria a sua resposta da Atividade 2 depois da leitura desse texto? Por quê? A necessidade de armazenar O ato de armazenar representou um momento importante na história da hu- manidade. Antes de dominar essa técnica, os povos eram nômades, ou seja, não viviam em um lugar fixo, estavam sempre mudando de um lugar para outro. Quando as condições de subsistência (sustento) se esgotavam, eles partiam em busca de um novo espaço. Contudo, quando o homem começou a se dedicar à agricultura, ele passou a plan- tar, colher e armazenar para o consumo próprio e esse domínio possibilitou que os povos começassem a viver em um só lugar, deixando de ser nômades. Esse aprendizado foi essencial, pois a partir dele o homem passou a identificar os períodos de plantio, de colheita farta e de escassez e, dessa forma, começou a esto- car alimentos para o próprio consumo futuro. Assim não precisaria buscar outro lugar para viver, nem passaria fome. Ao trabalhar, o homem foi transformando a natureza com a finalidade de atender às suas necessidades. A princípio, para sua subsistência, ele aprendeu a caçar e a coletar frutos. Porém, com o tempo, suas necessidades evoluíram. Ao mesmo tem- po que foi aperfeiçoando sua capacidade de transformação da natureza, o homem desenvolveu instrumentos que favoreceram a realização de seu trabalho. Desse modo, foram sendo criados os meios de trabalho, que também permitiam o aprimoramen- to das técnicas de plantio, de colheita e de criação de animais.
  • 14. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 13 No começo, o trabalho era artesanal e a produção era voltada para o próprio sustento. Apesar de ela não ser gran- de, algumas vezes havia excedentes, que eram trocados. Por exemplo, quem criava gado trocava o leite que sobrava por pão feito por outra pessoa, que não criava gado e aca- bava cozinhando mais pães do que ela própria comeria. Um pouco da história do transporte Pesquisas realizadas por arqueólogos indicam que o ho- mem pré-histórico criou, provavelmente 4 mil anos antes de Cristo, um tipo de plataforma, similar a um trenó, para auxiliá-lo no transporte terrestre de produtos. Feito de troncos, galhos ou cipós, ele era puxado pelo homem. Assim, deslizando sobre o terreno, ele facilitava o trans- porte de cargas maiores ou mais pesadas. Com o passar do tempo, os processos de produção foram mudando. Para saber mais, consulte o Caderno do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais. Disponível em: http://www.viarapida. sp.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015. Ao domesticar cães, cavalos, camelos e bois, entre outros animais, o homem passou a aproveitar a força animal para locomover-se e transportar cargas. Surgiram então os travois (do francês travail que, em português, signi- fica trabalho), um tipo de instrumento terrestre puxado por cães ou por cavalos, em que a carga é acomodada sobre duas vigas colocadas entre varas, tal como mostra a imagem a seguir. ©Bettmann/Corbis/Latinstock
  • 15. 14 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 O verdadeiro avanço tecnológico alcançado pelo ser humano e que viria a revolu- cionar os meios de locomoção terrestre foi a invenção da roda. Estudos indicam que ela teria surgido antes de 3 500 a.C. (antes de Cristo), na Mesopotâmia, região na qual hoje se localiza o Iraque. Essa primeira roda era constituída por três tábuas, presas por suportes cruzados, de modo que a tábua central possuía um furo no nó da madeira. Apesar de rudimentar, ela permitiu a criação de instru- mentos puxados por animais, ao estilo das carroças. Com a invenção da roda, nossos ancestrais conseguiram tornar o transporte terres- tre mais rápido e fácil. Aliada à domesticação de animais e ao uso da tração animal, ela permitiu o transporte por longas distâncias, não só de carga como das próprias pessoas. O fluxo de pessoas e produtos que então se criou favoreceria o crescimento dos primeiros ajuntamentos humanos transformando-os em povoados maiores. A roda também foi usada em contextos de guerra. Na Mesopotâmia, onde os conflitos eram constantes, os soldados dos exércitos derrotados que sobreviviam às batalhas eram, com suas famílias, transformados em escravos e transportados pelos vencedores em uma espécie de carroça dotada de rodas com aros.  Modelo de transporte em cerâmica, utilizando roda e sendo puxado por animais. Essa peça está no Museu Karachi, no Paquistão. Fragmento de relevo que retrata prisioneiros de guerra, do palácio de Assurbanípal em Nínive, na Mesopotâmia. BibliotecadoCongressoAmericano,Washington,EUA ©Corbis/Latinstock ©BridgemanImages/Keystone
  • 16. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 15 Durante um longo período, o desenho da roda permaneceu praticamente o mesmo, enquanto passou a ter diferentes usos, como em moinhos d’água. A roda sofreria alterações de fato significativas apenas muito tempo depois, já no sécu- lo XVI (16) d.C. (depois de Cristo), época em que surgiu a roda com raios em forma de cone achatado. Três séculos depois (em torno de 1870), surgiram as rodas de raios de arame usadas nas bicicletas. Aproximadamente dez anos depois, foi desenvolvido o aro para pneus. Apenas no século seguinte, por volta da década de 1930, apareceram os modelos de roda de aço estampado, com características mais próximas dos que são utilizados atualmente, mais leves e resistentes, com custo mais baixo e acessível. Ainda na Antiguidade (período histórico entre 3 500 a.C. [antes de Cristo] até 476 d.C. [depois de Cristo]), o aperfeiçoamento da roda permitiu a criação de dife- rentes tipos de veículo, que passaram a ser utilizados nos mesmos caminhos primi- tivos percorridos a pé. Com esse novo uso e com a busca por melhores condições de tráfego para os novos veículos, esses caminhos foram sendo transformados em vias que podiam ser percorridas mais facilmente e permitiam acessar as cidades de forma mais rápida, algo similar às estradas que surgiriam mais tarde. A invenção desses veículos e a formação das rotas que facilitavam o trânsito de mercadorias e de pessoas levaram à intensificação do comércio. Elas permitiram que aumentasse também a movimentação de pessoas em busca de outros locais para habitar ou trabalhar, o que levou à criação de novos povoamentos. Muitos séculos depois, já ao final da Idade Média (período histórico entre os sécu- los V [5] e XV [15]) e início da Idade Moderna (período entre os séculos XV [15] e XVIII [18]), com as Grandes Navegações, o comércio terrestre entre regiões vizinhas ou relativamente próximas perdeu importância para o comércio por via marítima, que ocorria entre regiões distantes. O comércio de longas distâncias passou a dar acesso a novos produtos, mercadorias e especiarias, anteriormente pouco disponíveis e muito caros. Foi quando Portugal e Espanha se tornaram potências navais, não apenas por causa do comércio, mas também em razão de interesses políticos, reli- giosos e econômicos. Enquanto isso, o transporte de pessoas também sofria mudanças. Na Antiguidade surgiram as bigas, muitas vezes retratadas por filmes em corridas e lutas no Império Romano. Também foram usados vários tipos de carroça, charrete, diligência e artefa- tos semelhantes que, como as bigas, eram movidos por tração animal. Além disso, foram criados meios de transporte movidos por tração humana, como o palanquim e
  • 17. 16 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 o riquixá, muito difundidos no século XIX (19). O pa- lanquim era sustentado por dois a quatro servos e utilizado por famílias ricas; o riquixá era, e continua sendo na atua- lidade, puxado por uma pessoa e hoje funciona como táxi em muitos países. O homem do riquixá (direção de Hiroshi Inagaki, 1958). Filme produzido no Japão, país no qual registros históricos indicam o surgimento desse meio de transporte. Riquixá do início do século XX (20). Riquixá do século XXI (21), também conhecido como ciclorriquixá. Com o passar do tempo, o desenvolvimento cada vez maior do comércio acabou criando a necessidade de melhorar o sistema de estradas na Europa. No século XIX (19), as cidades e a vida das pessoas mudaram muito por cau- sa do crescente processo de industrialização que vinha ocorrendo desde o século anterior. Inovações e invenções modificaram profundamente diversos aspectos da vida cotidiana, incluindo o transporte terrestre. ©Haeckelcollection/UllsteinBild/GettyImages ©JoergHackemann/123RF
  • 18. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 17 Atividade 4 Transporte manual de cargas Observe atentamente as duas imagens a seguir e responda às questões propostas. Candido Portinari. Café, 1935. Óleo sobre tela, 130 cm × 195 cm. Sebastião Salgado. Mina de ouro de Serra Pelada (Costas), 1986. Foto em preto e branco, 54,2 cm × 34,9 cm. ©ImagemdoacervodoProjetoPortinari-ReproduçãoautorizadaporJoãoCândidoPortinari ©SebastiãoSalgado/Amazonasimages
  • 19. 18 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 1. O que elas têm em comum? 2. A primeira imagem é o quadro Café, de Candido Portinari (1903-1962), um grande pintor brasileiro. Observe-a novamente. a) Considerando o título da obra, o que você acha que os trabalhadores estão car- regando nos sacos sobre a cabeça? b) Você consegue identificar mulheres trabalhando? O que elas estão fazendo? c) Você consegue identificar nessa obra a figura de algum capataz? Onde? d) Quais são as cores predominantes nesta obra? e) Como você acredita que o café é transportado da lavoura para os armazéns nos dias atuais?
  • 20. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 19 3. A segunda imagem é uma fotografia produzida nos anos 1980, na região de Serra Pelada, em Curionópolis, no Estado do Pará. Essa região atraiu milhares de ga- rimpeiros e se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo, naquela época. Sabendo dessas informações, responda: a) O que mais chamou sua atenção na fotografia? b) Como você imagina que eram as condições de trabalho no local retratado? Base cartográfica com generalização; algumas feições do território nacional não estão representadas. PARÁ Curionópolis N 660 km ©PortaldeMapas
  • 21. 20 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 c) Você diria que esse trabalho de extração estava sendo realizado de forma artesa- nal ou industrial? Por quê? A 1a Revolução Industrial Quando se fala em revolução, com frequência associamos a palavra a algum acon- tecimento muito conturbado. Pense nas situações em que você emprega essa palavra no dia a dia. Alguns a utilizam para expressar confusão: um dia de mudança, águas das chuvas invadindo a casa, um dia de greve nos transportes etc. Mas quando nos referimos a um acontecimento histórico, a palavra revolução in- dica um fenômeno que alterou profundamente a sociedade, que causou grandes mudanças em vários aspectos da vida cotidiana, na política, na economia, na cul- tura e na relação entre as pessoas. A 1a Revolução Industrial aconteceu no século XVIII (18), na Inglaterra, região europeia rica em carvão mineral e ferro. Nesse período, a utilização de máqui- nas causou muitas mudanças na economia, no modo de vida das pessoas, na política, nas artes e também na organização do trabalho. Antes disso, no mo- delo artesanal, o trabalhador acompanhava todo o processo de produção.
  • 22. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 21 Com as máquinas, o trabalho, antes realizado do começo ao fim por uma mesma pessoa, passou a ser dividido em etapas: surgiu assim a divisão do trabalho e o trabalho especializado. Trabalho sem a exploração do homem pelo homem? Como você imagina que era o trabalho e a vida da população antes de surgirem as máquinas? Como era a sociedade sem elas? O salário sempre existiu? E o lucro? Será que o homem sempre produziu mais do que seria capaz de consumir? Como você acha que a população trabalhava e se sustentava? Observe as pinturas feitas pelo artista francês Jean-François Millet (1814-1875): Jean-François Millet. Um joeireiro, c. 1848. Óleo sobre tela, 79,5 cm × 58,5 cm. Jean-François Millet. Plantadores de batata, c. 1861. Óleo sobre tela, 82,5 cm × 101,3 cm. Se tiver oportunidade, faça uma busca na internet e assista à abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, na Inglaterra. Ela apresentou a transformação daquele país quando o campo deu lugar às cha- minés e os agricultores se transformaram em operários. ©François-XavierMarit/AFP/Latinstock ©sampics/Corbis/Latinstock ©TheArtArchive/Alamy/GlowImages ©AlbumArt/Latinstock
  • 23. 22 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Desde as primeiras civilizações de que se tem notícia, o ser humano habitou o cam- po. Como já vimos, as pessoas se ocupavam da agricultura para produzir alimentos destinados ao consumo próprio e o pouco excedente era utilizado como forma de obter outros produtos agrícolas ou outras mercadorias. A vida era orientada pelos tempos da natureza: as estações do ano indicavam a melhor hora para plantar e colher; as marés, o momento para pescar etc. O tempo era usado para cuidar das necessidades da sobrevivência, mas controlado pelos próprios camponeses. Predominava, então, o conceito de trabalho, que é diferente de emprego (você verá melhor essa diferença adiante). Porém, com o desenvolvimento das máquinas, a noção de mercado e de comércio invadiu a vida cotidiana e tornou as condições de vida e de sobrevivência no campo mais difíceis. O ser humano sempre procurou ampliar ou substituir sua força pelo uso de instrumentos e pelo uso das forças de que dispu­nha na natureza: os animais, as águas e os ventos. Foi seguindo esse caminho que ele inventou máquinas e, em consequência, criou as indústrias. Imagem superior esquerda: Julien Dupré. Camponesa e feno, século XIX (19). Óleo sobre tela, 60,4 cm × 73 cm. Imagem inferior: A pithead [Entrada de mina], c. 1800. Óleo sobre tela, 95,5 cm × 153 cm. ©Christie’sImages/BridgemanImages/Keystone ©CesarDiniz/PulsarImagens ©DeAgostiniPictureLibrary/GlowImages
  • 24. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 23 Revolução Industrial, transporte e armazenamento Uma das principais modificações resultantes da 1a Revolução Industrial foi o uso do carvão para movimentar máquinas: as máquinas a vapor. A utilização delas expandiu a indústria têxtil, levando ao aumento cada vez maior da oferta de empregos nas cidades. No campo, muitas propriedades rurais começaram a ser utilizadas para criação de ovelhas e fornecimento de lã para a indústria têxtil. Como resultado, muitas pessoas abandonaram o campo em busca de emprego. A produção agrícola declinou ao mesmo tempo que a necessidade de abastecer as cidades com gêneros alimentícios aumentou. A agricultura, até então de subsistência (plantava-se apenas para consumo próprio e os poucos excedentes eram trocados por outros produtos também para consumo próprio), passou a ser uma atividade comercial, uma vez que pretendeu justamen- te produzir cada vez mais excedentes para ser comercializados nas cidades. Com as fábricas produzindo em larga escala nas cidades e a agricultura buscando gerar cada vez mais excedentes no campo, foi preciso aprimorar as formas de arma- zenamento e movimentação de produtos e mercadorias. E foram surgindo mais máquinas para que a produção fosse deslocada mais rapidamente. ©Bettmann/Corbis/Latinstock
  • 25. 24 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 2. Quais são as principais características da 1a Revolução Industrial? Escreva uma resposta bem detalhada e, depois, discuta com seus colegas. 800 km Atelier de cartographie de Sciences Po, 2007, www.sciences-po.fr/cartographie Pedagogical use only. For any other use dissemination or disclosure, either whole or partial, contact : carto@sciences-po.fr Seul l’usage pédagogique en classe ou centre de documentation est libre. Pour toute autre utilisation, contacter : carto@ sciences-po.fr Projeçãohorizontalequivalente Atividade 5 Situando a 1a Revolução Industrial 1. Observe o mapa a seguir e tente localizar o território do Reino Unido na época da 1a Revolução Industrial. Caso tenha dificuldade, faça o exercício na bibliote- ca ou no laboratório de informática e consulte um atlas. Aproveite e localize outros países como França, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: http://cartographie. sciences-po.fr/en/europe. Acesso em: 30 mar. 2015. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas; colorizado para fins didáticos).
  • 26. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 25 Da manufatura à mecanização da produção Você já aprendeu que a manufatura (a produção feita com as próprias mãos) perdeu espaço depois da mecani- zação do trabalho. A invenção da máquina a vapor per- mitiu às indústrias um salto significativo na produção. Antes, o trabalho era feito de maneira lenta e heterogê- nea. Por exemplo, uma pessoa poderia moldar o barro para fazer um jarro, mas, quando outra pessoa fizesse o mesmo, o jarro nunca ficaria idêntico ao primeiro. Foram as máquinas que ofereceram a possibilidade de tornar os produtos homo­gêneos, idênticos. Além disso, elas também possibilitaram um tempo de produção mais curto. E, assim, o proprietário passou a produzir mais, vender mais e lucrar mais. Essa nova relação do homem com o próprio trabalho e com o trabalho do outro fez nascer a ideia de emprego. Ainda na 1a Revolução Industrial não havia emprego para todos. A pobreza e a fome cresceram entre a popu- lação. Se, por um lado, a produção crescia, por outro, as condições de trabalho e de vida da população que fugiu do campo em busca de emprego eram difíceis: • os salários eram baixos; • as fábricas contratavam principalmente mulheres e crianças, pois os salários eram ainda mais baixos do que os pagos aos homens. A eles eram destinadas as funções que dependiam da força física; • as crianças eram recrutadas em orfanatos, a partir dos quatro anos, para o trabalho na indústria têxtil; • os trabalhadores não tinham férias, descanso semanal ou outros direitos; • a jornada de trabalho diária chegava a 16 horas; • todos os empregados estavam sujeitos a castigos físicos e as trabalhadoras eram, com frequência, violentadas pelos capatazes. Emprego é uma rela- ção firmada entre o proprietário dos meios de produção – que são as ferramentas, terras, máquinas etc. – e o tra- balhador. Nesse con- trato, o empregador compra a força de tra- balho, isto é, paga pelo trabalho realizado.
  • 27. 26 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Os proprietários dos meios de produção impunham essas condições aos trabalhadores e estes, por sua vez, reagiam contra isso. Apesar da pobreza e da fome, os empregados das indústrias começaram a se organizar em busca de melhores condições de trabalho. Algumas dessas reações foram violentas, como o movimento ludista ou luddita, no início do século XIX (19). Esse movimento caracterizou-se pela iniciativa dos operários de quebrar as máquinas dentro das fábricas como forma de protesto contra as más condições de trabalho. Ned Ludd inspirou o movimento de revolta daqueles que acre- ditavam que as máquinas eram as responsáveis por não haver emprego para todos. Movimento ludista.Trabalho infantil na Revolução Industrial. Atividade 6 Maquinaria e emprego 1. Em grupo, discutam o que compreenderam sobre as condições de trabalho na época da 1a Revolução Industrial. Depois, respondam às seguintes questões: a) Vocês consideram a maquinaria responsável por não haver emprego para todos? ©NMPFT/SSPL/agefotostock/Easypix ©MaryEvans/Diomedia
  • 28. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 27 b) Quebrar as máquinas era um ato contra os equipamentos? c) Existem semelhanças entre o emprego daquela época e o de hoje? Quais? 2. Organizem uma apresentação criativa para os colegas de sala. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti/SEE, 2015. v. 1. A organização do trabalho: taylorismo, fordismo e toyotismo Pense em alguma atividade que você costuma fazer em casa: higienizar o banheiro, consertar a porta do armário, cozinhar etc. Talvez, mesmo inconscientemente, você se organize para fazer essas tare­fas: calcula o tempo que levará para fazê-las; verifi- ca se tem todas as ferramentas e produtos para um conserto ou para a limpeza; e faz uma lista para não esquecer nada nas compras. Depois, avalia o resultado: se o armário ficou bom, se a limpeza ficou adequada e assim por diante. Se você considerar o trabalho realizado nas indústrias, no comércio e nos serviços, verá que algumas situações são muito semelhantes. Mas, na empresa, a organização é estudada minuciosamente, para que cada tarefa seja feita em menos tempo. Essa foi a lógica arquitetada no início do século XX (20) por Frederick W. Taylor (1856-1915), cujo pensamento ficou conhecido em todo o mundo como taylorismo.
  • 29. 28 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Como pensava Taylor no início do século XX (20)? Taylor acreditava que os operários “faziam cera” no traba­ lho (conforme a própria expressão utilizada por ele) e que escondiam dos patrões o modo como realizavam cada atividade, além de serem contrários a produzir diaria- mente tanto quanto fosse possível. Ele também achava que os sindicatos tinham uma visão errada, pois queriam que os operários trabalhassem me- nos e em melhores condições. Como uma solução para esse caso, Taylor desenvolveu o que chamou de “organização científica do trabalho”. Como era essa organização? Taylor observou o trabalho dos carregadores de barras de ferro, operários em grande parte provenientes dos países da Europa e que se encontravam em situação eco- nômica difícil. Havia 75 carregadores e cada barra pesava 45 quilos. Cada homem carregava 12,5 toneladas de ferro por dia trabalhado. Antes do taylorismo Com o taylorismo Número de carregadores 75 75 Toneladas transportadas por dia 12,5 47 Como Taylor conseguiu aumentar a produtividade? Segundo ele, uns planejam e outros executam o trabalho, ou seja, Taylor compreendia que alguns eram destinados a pensar e outros a executar. Por isso, havia a divisão entre os que pensavam como carregar as barras e os que só utilizavam a força física. Produtividade: “Resultado da divisão da produção física obtida numa unidade de tem- po (hora, dia, ano) por um dos fatores empregados na produção (trabalho, terra, ca- pital). Em termos globais, a produtividade expressa a uti- lização eficiente dos recursos produtivos, tendo em vista alcançar a máxima produção na menor unidade de tempo e com os menores custos.” SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI. 8. ed. revista e ampliada. Rio de Janeiro: Editora Record, 2014. p. 694.
  • 30. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 29 Com base na observação do trabalho, ele propôs o controle do tem­po e dos movi- mentos, isto é: ele sabia que um movimento era feito em “x” segundos e outro em “y” segundos. A intenção era que o empregador tivesse controle sobre todo o pro- cesso de trabalho e, assim, na visão de Taylor, os empregados não fariam mais “cera”. O trabalhador precisava obedecer aos comandos, inicialmente fei­tos por Taylor, sobre o momento e o tempo exatos de se mover, sempre com a vigilância e a super- visão constantes das chefias. Taylor, no entanto, considerou que nem todo carregador pode­ria executar seu mé- todo e, assim, incluiu mais um item em sua lista de procedimentos para obter a produção pretendida: a seleção cien­tífica do trabalhador, acompanhada do devido treinamento para realizar a tarefa tal como esperada por quem a planejou. Ele observou o comportamento dos carregadores, pois, em sua concepção, não seria qualquer operário que se submeteria às exigências. Taylor pesquisou o passa- do, o caráter, os hábitos e, prin­cipalmente, as pretensões de cada trabalhador. Por fim, ele encontrou um imigrante holandês cujos hábitos lhe pareceram ade­quados. Este estava construindo, ele mesmo, a casa para morar com sua família. Fazia isso pela manhã; corria para o emprego, no qual carregava barras de ferro; e, ao voltar para casa, continuava a cons­trução. Todos diziam que esse operário era muito econômico. Esse trabalhador reuniu as “qualidades” que Taylor desejava e recebeu o nome de Schmidt. Atividade 7 Schmidt e Taylor 1. Leia, a seguir, o diálogo de Taylor com Schmidt, o trabalhador que ele pretendia selecionar. Esse diálogo foi retirado do livro Princípios de administração científi- ca, que teve sua pri­meira edição publicada em 1911.
  • 31. 30 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 – Schmidt, você é um operário classificado? – Não sei bem o que o senhor quer dizer. – Desejo saber se você é ou não um operário classificado. – Ainda não o entendi. – Venha cá. Você vai responder às minhas perguntas. Quero saber se você é um operário classificado, ou um desses pobres-diabos que andam por aí. Quero saber se você deseja ganhar $ 1,85 dólar por dia, ou se está satisfeito com $ 1,15 dólar que estão ganhando todos esses tontos aí. – Se quero ganhar $ 1,85 dólar por dia? Isto é que quer dizer um ope- rário classificado? Então, sou um operário classificado. – Ora, você me irrita. Naturalmente que deseja ganhar $ 1,85 por dia; todos o desejam. Você sabe perfeitamente que isso não é bastante para fazer um operá­rio classificado. Por favor, procure responder às minhas perguntas e não me faça perder tempo. Venha comigo. Vê esta pilha de barras de ferro? – Sim. – Vê este vagão? – Sim. – Muito bem. Se você é um operário classificado, carregará todas estas barras para o vagão, amanhã, por $ 1,85 dólar. Agora, então, pense e responda à minha pergunta. Diga se é ou não um operário classificado. – Bem, vou ganhar $ 1,85 dólar para pôr todas estas barras de ferro no vagão, amanhã? – Sim; naturalmente, você receberá $ 1,85 dólar para carregar uma pilha, como esta, todos os dias, durante o ano todo. Isto é que é um operário classificado e você o sabe tão bem como eu.
  • 32. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 31 – Bem, tudo entendido. Devo carregar as barras para o vagão, amanhã, por $ 1,85 dólar e nos dias seguintes, não é assim? – Isso mesmo. – Assim, então, sou um operário classificado. – Devagar. Você sabe, tão bem quanto eu, que um operário classifi- cado deve fazer exatamente o que se lhe disser desde manhã à noite. Conhece você aquele homem ali? – Não, nunca o vi. – Bem, se você é um operário classificado deve fazer exatamente o que este homem lhe mandar, de manhã à noite. Quando ele disser para levantar a barra e andar, você se levanta e anda, e quando ele mandar sentar, você senta e descansa. Você procederá assim durante o dia todo. E, mais ainda, sem reclamações. Um operário classificado faz justamente o que se lhe manda e não reclama. Entendeu? Quan- do este homem mandar você andar, você anda; quando disser que se sente, você deverá sentar-se e não fazer qualquer observação. Final- mente, você vem trabalhar aqui amanhã e saberá, antes do anoitecer, se é verdadeiramente um operário classificado ou não. TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 45-6. 2. Agora, responda às questões a seguir. a) Qual é sua opinião sobre a entrevista feita por Taylor? O que lhe pareceu conve- niente? E o que lhe pareceu inconveniente? Conveniente:
  • 33. 32 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Inconveniente: b) Como são as entrevistas de emprego na atualidade? São di­ferentes da entrevista feita por Taylor no momento da “promoção” de Schmidt? Por quê? c) Volte ao texto Como era essa organização?. O que você achou das características valorizadas por Taylor no operário “ideal” para a tarefa a ser executada?
  • 34. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 33 3. Foi dessa forma que Taylor conseguiu praticamente quadruplicar a produtivida- de no trabalho. Leia a seguir a opinião de Taylor sobre Schmidt, mesmo sendo ele o operário ideal para o aumento da produção: Ora, o único homem, entre oito, capaz de fazer o trabalho, não tinha em nenhum sentido característica de superioridade sobre os outros. Apenas era um homem tipo bovino – espécime difícil de encontrar e, assim, muito valorizado. Era tão estúpido quanto incapaz de realizar a maior parte dos trabalhos pesados. A seleção, então, não consistiu em achar homens extraordinários, mas simples­mente em escolher entre homens comuns os poucos especialmente apropriados para o tipo de trabalho em vista. TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 54-5. Operário “tipo bovino”? Para Taylor, portanto, era natural que alguns mandassem e outros obedeces- sem, e os que obedeciam deveriam ser do “tipo bovino”, o que em outras palavras significava que cada operário não deveria refletir sobre a organização do trabalho. Tendo em vista que o objetivo de Taylor era aumentar a produti­vidade e os lucros das empresas, faltava para ele, ainda, aperfeiçoar seu método. Era ne- cessário reduzir a quantidade de trabalhadores. Em outra experiência que realizou, Taylor conseguiu reduzir o número de trabalhadores e o custo do carregamento diário, conforme você pode observar na tabela a seguir.
  • 35. 34 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Antigo sistema Com o taylorismo Número de trabalhadores 400 a 600 140 Toneladas médias/dia/homem 16 59 Remuneração us$ 1,15 us$ 1,88 Custo do carregamento/tonelada us$ 0,072 us$ 0,033 Fonte: TAYLOR, Frederick W. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. Atividade 8 Taylorismo hoje? Como vocês puderam observar, o fenômeno da redução de pessoal não é novo, pois esse é um dos motores que sustentam o capitalismo. Em outras palavras, diminuir custos é um dos pilares para a acumulação de capital. 1. Em grupo, discutam: a) Quais são, na opinião do grupo, os aspectos mais importantes na lógica de tra- balho elaborada por Taylor?
  • 36. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 35 b) Existe taylorismo hoje? Em quais situações vocês observam a existência do taylorismo na atualidade? Em quais ocupações vocês identificam esse modo de organização do trabalho? 2. Escolham uma ocupação com a qual tenham contato ou experiência e reflitam: O taylorismo do início do século XX (20) está presente na organi­zação desse trabalho? Por quê? O fordismo na esteira do taylorismo Fordismo talvez seja uma palavra mais familiar a você do que taylorismo. O termo é derivado do nome de seu idealizador, Henry Ford (1863-1947), empresário esta- dunidense da indústria automotiva. Ford procurou aperfeiçoar o pensamento de Taylor. Ele concluiu que se ganharia ainda mais tempo se as peças fossem até os operá­rios – e não o inverso, como acon- tecia até então. Além de arquitetar a esteira mecânica, Henry Ford teve outro papel que trouxe consequências para todo o mundo. Ele construiu o primeiro carro popular da his- tória, o Ford T. Sua produção em série deveria vir associada ao consumo em série, pois Ford tinha a convic­ção de que a produção em massa reduziria os custos do automóvel e, com isso, o preço final do produto seria menor.
  • 37. 36 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Ford T, modelo mais conhecido no Brasil como Ford Bigode. Esteiras e trilhos aéreos com peças que abasteciam as linhas de montagem nas indústrias que adotavam o modelo fordista. Essas foram inovações importantes na organização do tra- balho, do ponto de vista da produção. No entanto, o traba- lho ficou mais intenso e sem pausas. Veja a seguir como se deu a redução do tempo na mon- tagem do automóvel no fordismo: Etapas Tempo de montagem de um veículo Antes do taylorismo 12 horas e 30 minutos Com o taylorismo 5 horas e 50 minutos Com “treinamento” dos operários 2 horas e 38 minutos Com a linha de montagem automatizada (em 1914) 1 hora e 30 minutos Fonte: GOUNET, Thomas. Fordismo e toyotismo na civilização do automóvel. São Paulo: Boitempo, 1999. O filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin (1889-1977), ilus­tra como era o trabalho nas fábricas: repe- titivo, sem tempo para um descanso mínimo entre uma tarefa e a seguinte. É possível resumir o filme em três etapas principais: • a fábrica em que o perso­nagem Carlitos trabalha con- ta com uma esteira mecânica, na qual as peças se mo- vem passando pelo trabalhador a certa velocidade, de modo que a máquina determina o tempo em que ele deve apertar o parafuso; Tempos modernos (Modern times, direção de Charlie Chaplin, 1936). O longa-metragem retrata de forma divertida as duras condições de trabalho no avanço da industrialização. ©PeterNewarkAmericanPictures/BridgemanArt/Keystone ©HultonCollection/GettyImages
  • 38. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 37 • o trabalho repetitivo, com o tempo para a realização da tarefa manual sendo controlado e deter­minado pelo tempo da máquina, sem pausa para qualquer descanso, associado à pressão da chefia e ao barulho na fábrica, compromete a saúde mental do personagem; • o personagem, por fim, rebela-se contra o maquinário e é internado por causa de acessos de loucura. Apesar do tom espirituoso do filme, não se pode negar que as condições de trabalho eram tais como as apresentadas. O trabalha­dor perdia mais uma vez o controle sobre a tarefa que executava: a estei- ra rolante determinava o tempo em que cada uma delas deveria ser realizada. Os locais eram inseguros e insalubres, ou seja, o ruído e a poeira faziam mal à saúde dos operários. Um século depois e mesmo com o avanço da tecnologia, o ritmo, a intensificação do trabalho e a pressão por produtividade ainda são aspectos nocivos à saúde do traba- lhador. Portanto, é pre­ciso ficar atento aos abusos que acontecem em nome do au- mento da produtividade. Além disso, as condições insalubres de trabalho ainda permane­cem em muitos locais. Cena do filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin (Estados Unidos da América, 1936). ModernTimes©RoyExportS.A.S.ScanCourtesyCinetecadiBologna
  • 39. 38 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Atividade 9 Retratos do trabalho fabril 1. Observe o mural pintado pelo artista mexicano Diego Rivera. Esse mural retrata as condições de trabalho na indústria automo­bilística. O ar- tista observou o dia a dia dos operários e buscou mostrar alguns deles em certas etapas da produção. Em grupo, analisem os detalhes da obra e discutam: Diego Rivera. Indústria de Detroit (ou Homem e máquina), parede norte, 1932-3. Afresco, Instituto de Artes de Detroit, Estados Unidos. Foto:©BridgemanImages/Keystone©BancodeMexicoDiegoRiveraFridaKahloMuseumsTrust,Mexico,D.F./AUTVIS,Brasil,2015
  • 40. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 39 a) Quais foram os detalhes que mais chamaram a aten- ção do grupo? Por quê? b) Como eram as condições de trabalho na fábrica? c) Com base no mural, como vocês imaginam o am­biente de trabalho na fábrica? O sentido do trabalho Como foi estudado, o fordismo nasceu nos Estados Unidos da América, motivado pelos mesmos princípios de Taylor. Os operários, no entanto, percebiam que cada vez mais execu­tavam um trabalho mecanizado e sem qualificação. Com isso, eles passaram a optar por outras atividades que ainda garantissem maior envolvimento com o trabalho. Diego Rivera (1886-1957) foi um pintor mexicano especialista em pintura de grandes murais. Sua produção artística contri- buiu sobremaneira para a arte moderna mexica- na. Esse grande artista buscou aproximar ao máximo sua arte do pú- blico geral ao pintar seus murais em ruas e edifí- cios, expressando sua crítica social por meio da linguagem artística. É reconhecido como artis- ta comprometido com a luta por uma sociedade mais justa. Se puder, fa- ça uma visita virtual ao Museu Diego Rivera. Disponível em: http://www. diegorivera.com. Acesso em: 20 mar. 2015.
  • 41. 40 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Ford, percebendo a dificuldade em contratar funcionários, lançou o seguinte plano: • ofereceu salário de US$ 5 por dia (antes o pagamento era de US$ 2,50); • estabeleceu jornada diária de oito horas de trabalho. No entanto, esse plano não era para todos. Assim como Taylor aplicou uma “seleção científica do trabalhador”, as novas condições de Ford eram apenas para os homens que tivessem certos hábitos esperados pela empresa: • não consumissem bebidas alcoólicas; • provassem que tinham boa conduta; • destinassem o salário totalmente à família. Henry Ford trouxe outras inovações e criou um departamento de serviço social para acompanhar a vida dos trabalhadores que contavam com esse tipo de con- trato de trabalho. As visitas às casas dos operários fizeram que praticamente 1 /3 deles (28%) perdesse essa condição. É bom lembrar que, mesmo dobrando o salário e reduzindo a jornada de trabalho, Ford ainda conseguiu baratear o preço do carro. Para se ter ideia, o capital da em- presa passou de 2 milhões para 250 milhões de dólares em 12 anos (1907-1919). Outras indústrias se expandi­ram e passaram a utilizar os mes­mos princípios de Taylor e Ford: esteiras, controle dos tempos e dos movimentos, trabalhos repetitivos super- visionados por um contramestre, atualmente denominado nas empresas como su- pervisor, líder de equipe etc. Trabalhadora em fábrica de relógios na Inglaterra, sendo observada por um contramestre, em 1946. ©SSPL/GettyImages
  • 42. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 41 A jornada de trabalho sempre foi de 8 horas diárias? Nem sempre foi assim. Durante a 1a Revolução Industrial, não havia limite para a jornada diária de trabalho. Mesmo as crianças trabalhavam 14, 16 horas por dia. Foi em 1919 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu uma convenção que limitava a jornada de tra­balho a 8 horas diárias e a jornada semanal a 48 horas. No Brasil, foram necessárias diversas lutas sindicais, inicia­das no século XIX (19), para a conquista das 8 horas diárias. No entanto, foi apenas em 1934 que a Constituição determinou a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 48 semanais. Atualmente, a jornada semanal de trabalho definida pela Constituição Federal de 1988 é de 44 horas. Esse tema está sen­do debatido na atualidade, pois há forte pressão para que a jornada legal seja limitada a 40 horas. Na França, por exemplo, no auge da crise do emprego na década de 1980, o governo determinou a redução da jornada de trabalho semanal para 35 horas, com o intuito de criar mais empregos. Fonte: DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Redução da jornada de trabalho no Brasil. Nota Técnica, n. 16, mar. 2006. Disponível em: http://www.dieese.org.br/ notatecnica/2006/notatec16ReducaoDaJornada.pdf. Acesso em: 20 mar. 2015. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 7º ano/2º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2012. Toyotismo: a nova organização do trabalho Você percebeu que as alterações na organização do trabalho visam aumentar a produtividade e reduzir custos. A lógica é: fazer mais em menos tempo e, se possí- vel, com menos trabalhadores. No toyotismo não foi diferente. Essa nova forma de organização do trabalho surgiu no Japão após a 2a Guerra Mundial, principalmente para fazer frente à indústria automobilística estadunidense. Os japoneses inovaram e alteraram completamente o modo de pensar que vigorava com o fordismo. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. Os pilares do toyotismo são: • Just-in-time: conhecido pela sigla JIT, significa, literalmente, “no momento exato”. Trata-se de uma técnica de organização do espaço-tempo nas empresas. Seu objetivo é tornar a produção e a distribuição de mercadorias mais dinâmi- cas. Nesse processo, a produção ocorre de acordo com a demanda e as empresas não acumulam estoque.
  • 43. 42 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 • Autonomação: mais conhecida como controle de qualidade total. É assim chama- da porque se exige que haja um controle de qualidade autônomo. Essa estratégia elimina, por exemplo, a supervisão do trabalho e das peças produzidas. Parece simples e lógico, mas é preciso compreender em que isso resulta: cada um é res- ponsável pelo que deve ser feito e pressupõe-se que haja um trabalho em equipe. Uma fábrica de automóveis no Brasil, por exemplo, chegou a gravar um código na peça fabricada que indicava quem era o operário que a havia feito. Se a peça apresentasse problema, o funcionário seria diretamente responsabilizado. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Geografia: caderno do estudante. Ensino Fundamental. São Paulo: Sdecti/SEE, 2014. v. 3. • Kanban: é o sistema de informações que alimenta a produção e a entrega com uso de cartões coloridos. Cada cor indica uma situação, como você pode observar na ilustração que segue. No kanban, a produção orienta-se pelo quadro de cartões coloridos. Na primeira situação (linha 1), no quadro, há apenas o cartão verde, pois os demais cartões estão com os produtos no estoque (estoque cheio) – isso indica que não é necessário produzir. Na segunda situação (linha 2), o último cartão do quadro é o amarelo, mostrando que o estoque está em situação mediana e que a produção é necessária. Na terceira situação (linha 3), o último cartão do quadro é o vermelho: o estoque está desabastecido e é preciso produzir com urgência. Veja as principais diferenças entre fordismo e toyotismo na tabela a seguir. Fordismo Toyotismo Produção em série de um mesmo produto Produção de muitos modelos em pequena quantidade Grandes estoques de produtos Estoque mínimo, só se produz o que é vendido Especialização: um homem opera uma máquina Polivalência: um homem opera várias máquinas Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. Quadro para controle da produção Fluxo de cartões Estoque Situação normal Situação intermediária Situação crítica 1 2 3 ©DanielBeneventi
  • 44. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 43 A organização toyotista do trabalho resultou, por exemplo, na diminuição do tempo de fabricação de um automóvel: eram necessárias 19 horas para produção de um veículo, enquanto, na Europa, a produção ainda demorava 36 horas. Para se ter uma ideia, em 2012, em uma determinada fábrica de automóveis no Brasil, eram produzidos 34 carros por hora. A lógica do toyotismo não se restringiu apenas à indústria e logo se expandiu também para o setor de serviços. Se a palavra de ordem no fordismo era rigidez (em todos os sentidos: fixação do homem ao posto de trabalho, controle dos tempos e movimentos, estabilidade no emprego), no toyotismo a palavra-chave passa a ser flexibilidade. Na organização toyotista do trabalho, um operário fica responsável por várias funções ao operar máquinas mais complexas. Com isso, as empresas podem dispensar mais operários, diminuir o custo com trabalhadores e aumentar a margem de lucro, já que um homem exerce a função de vários. Esse modelo contribuiu para o aumento do desemprego no País. Esse conjunto de mudanças, que nos países desenvolvidos – como Estados Unidos, França, Alemanha e Japão – aconteceu com mais intensidade nos anos 1980, chegou com força ao Brasil na década de 1990. Pelas características históricas do País, que concede amplos benefícios ao capital privado, as mudanças aconteceram de forma mais objetiva para as empresas movidas pela busca da redução de custo e do au- mento da competitividade. A corda rompeu-se do lado dos trabalhadores, que foram demitidos em massa. Se a ordem era a redução de custos, as empresas adotaram também a terceirização de várias etapas da produção. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. ©HudsonCalasans
  • 45. 44 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 A terceirização Outra forma de trabalho na qual os trabalhadores têm perdido seus direitos surgiu há alguns anos e ganhou força especialmente nas últimas décadas. Trata-se da terceirização, na qual o trabalho é for­mal, mas há perda significativa de direitos. Um exemplo são os bancários. Essa categoria profissional, graças a sua organização e à ação dos sindicatos, conquistou direitos que vão além do que consta na Consolida- ção das Leis do Trabalho (CLT). Entre eles, estão: a existência de um piso salarial mínimo da categoria e participar na decisão do valor do vale-refeição e do seguro- -saúde. Por essas e outras razões, os bancos, a partir da década de 1990, passaram a terceirizar serviços e, por consequência, demitir bancários. Você deve estar pensando: Mas alguém vai continuar fazendo o mesmo serviço? Sim, vai. No entanto, as empresas que passam a pres­tar serviços aos bancos vão contratar pessoal com salários menores e, como não são bancários, não possuem os mesmos direitos que os demais trabalhadores da categoria conquistaram. Assim, o serviço prestado pode ser mais barato e, com isso, os bancos podem reduzir seus custos. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 6º ano/1º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2011. Atividade 10 O sistema organizacional do trabalho Essa atividade traz questões relacionadas ao tema que estamos estudando e que apa- receram em vestibulares ou provas de concurso. Vamos testar seus conhecimentos? 1. O sistema organizacional do trabalho denominado de toyotismo é uma respos- ta à crise do fordismo dos anos [19]70. É correto afirmar que o toyotismo se caracteriza:  a) pela rigidez na produção, principalmente pela eliminação do desperdício de tempo e movimentos, por meio do trabalho parcelar, padronizado e descontínuo. b) por ter um trabalhador qualificado e polivalente e pela produção atender às particularidades das demandas. c) por ter sua origem no modo de organização do trabalho de uma indústria auto- mobilística da China, cujo presidente era Kiichiro Toyoda, daí a derivação da sua denominação.
  • 46. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 45 d) pela produção em massa, pois o consumo condiciona toda a organização da produção. e) pela adoção de uma organização produtiva verticalizada, voltada para produzir somente os itens necessários na quantidade necessária, sem gerar estoque, por meio da técnica denominada de kanban, em que o trabalhador desempenha uma única tarefa. Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Concurso para Assistente Social, 2011. Disponível em: http://www.copeve.ufal.br/index.php?opcao=concursoidConcurso=62. Acesso em: 20 mar. 2015. 2. O círculo de controle da qualidade tem como característica: a) ser obrigatória a participação dos colaboradores da linha de produção do princi- pal produto da organização. b) evitar ações de enaltecimento e motivação para a gestão da qualidade de modo a não ser caracterizado como invasivo no processo produtivo. c) evitar a participação de detentores de cargos de chefia. d) limitar o número de seus participantes. e) não remunerar seus membros. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Concurso Público Inmetro. Cespe-UnB, 2010. Disponível em: http://www.cespe.unb.br/concursos/inmetro2010/arquivos/ INMETRO10_010_14.pdf. Acesso em: 20 mar. 2015. 3. As expressões fordismo e taylorismo foram empregadas para explicar uma nova forma de organização do trabalho no século XX [20]. Essas expressões têm como significado: a) valorização do trabalho humano em relação às máquinas, o aumento dos salários e a participação dos operários nos lucros obtidos pelas empresas. b) a produção seria realizada em pequenos números, o que beneficiaria o consumo das massas de determinados produtos. c) diminuição da jornada de trabalho e o pagamento de salários compatíveis as horas trabalhadas que suprissem todas as necessidades básicas do operariado, como: lazer, vestimentas, alimentação, saúde, moradia e educação. d) aumento de produtividade em série, a mecanização de parte das atividades, o controle das atividades dos trabalhadores, a introdução da linha de mon- tagem e de um sistema de recompensas e punições dos operários no interior das fábricas.
  • 47. 46 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 e) substituição das máquinas pelo trabalho maciço dos operários, sem divisões e parcelamentos das tarefas, a produção e o consumo em baixa escala e o supri- mento de todas as necessidades básicas dos operários. Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), 2012. Disponível em: http://www2. unicentro.br/vestibular/files/2012/10/provas_20102.pdf. Acesso em: 20 mar. 2015. Atividade 11 Tirinha em questão Leia a tirinha a seguir e responda às questões propostas. 1. Qual a crítica feita? 2. Você considera importante conhecer bem sua atividade profissional? Por quê? FrankErnest,BobThaves ©1996Thaves/Dist.byUniversalUclickforUFS
  • 48. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 47 Unidade 2 Reconhecendo meus saberes Quando decidimos aprender algo novo, um passo importante é reconhecer o que já sabemos, ou seja, quais os conhecimentos que já construímos ao longo de nossa trajetória de vida. Nós aprendemos o tempo todo e muitas vezes nem nos damos con- ta do conhecimento que já temos. Para aprender algo novo, sempre acionamos esses conhecimentos anteriores, construídos por meio de nossas experiências de vida. Isso quer dizer que, para adquirirmos novas aprendizagens, lançamos mão do nos- so conhecimento acumulado. Todas as nossas experiências e saberes são construídos em meio a conquistas e perdas, avanços e retrocessos. Por isso, é comum encontrarmos algumas “pedras” pelo caminho quando estamos aprendendo algo novo. Mas nós aprendemos com elas, não é mesmo? Atividade 1 Tudo muda o tempo todo João Guimarães Rosa (1908-1967), importante escritor brasi- leiro, em seu romance Grande Sertão: Veredas, escreveu: Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram termi- nadas – mas que elas vão sempre mudando. ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. p. 23. © Nonada Cultural Ltda.
  • 49. 48 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 1. Você concorda com o que Guimarães Rosa escreveu? Por quê? 2. Você consegue identificar as principais mudanças que já enfrentou em sua vida? Quais foram elas? Atividade 2 Tinha uma pedra no meio do caminho Mudar não é fácil, toda mudança envolve momentos de insegurança e medo, mas também nos ajuda a crescer e avançar. Leia, a seguir, o poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), um dos grandes poetas brasileiros. ©EditoraNovaFronteira
  • 50. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 49 No meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. ANDRADE, Carlos Drummond de. No meio do caminho. In: ______. Alguma poesia. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 47. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond http://www.carlosdrummond.com.br 1. Você já conhecia esse poema? 2. Que sentimentos ele despertou em você? No que ele faz você pensar? 3. Nesse poema, Carlos Drummond de Andrade transforma a pedra no meio do caminho em poesia. Que tal recuperar na memória um pouco de sua história de vida? Organize uma linha do tempo na tabela a seguir, registrando suas principais experiências de vida ao longo dos anos, sejam elas percalços ou conquistas. Liste os fatos marcantes de sua vida. ©ArquivoEM/D.APress
  • 51. 50 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Ano Fato marcante Concluí a antiga quarta série Arrumei meu primeiro emprego Agora que você já registrou os fatos mais marcantes da sua vida, pense nas suas experiências profissionais. Procure se lembrar de todas elas e registre na tabela a seguir o que precisou fazer nesse(s) trabalho(s), o que você já sabia e o que preci- sou aprender. Experiências profissionais O que precisei fazer O que eu já sabia O que precisei aprender Atividade 3 Recordar é viver 1. Pensando nas experiências profissionais que você já teve, quais foram as “pedras no caminho”? Qual experiência você considerou a mais difícil e por quê?
  • 52. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 51 2. Quais são suas principais qualidades? 3. O que as pessoas dizem quando te elogiam? 4. O que você costuma fazer que todo mundo gosta? Atividade 4 Compartilhando experiências Agora que você já fez um balanço de suas experiências, qualidades e saberes, compartilhe com seu monitor e com seus colegas um pouco da sua trajetória profissional. Assim, as pessoas vão conhecer um pouco mais sobre você e você sobre as pessoas com quem convive neste curso. Conhecer um pouco da histó- ria de vida daqueles com quem convivemos nos aproxima uns dos outros e contribui para o bom convívio.
  • 53. 52 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Atividade 5 Interpretando a canção 1. Leia ou, se possível, aprecie a canção a seguir, que foi gravada também pelo grupo Roupa Nova: O sal da terra Beto Guedes e Ronaldo Bastos Anda, quero te dizer nenhum segredo
 Falo nesse chão, da nossa casa
 Vem que tá na hora de arrumar
 Tempo, quero viver mais duzentos anos
 Quero não ferir meu semelhante
 Nem por isso quero me ferir
 Vamos precisar de todo mundo
 Pra banir do mundo a opressão
 Para construir a vida nova
 Vamos precisar de muito amor
 A felicidade mora ao lado
 E quem não é tolo pode ver
 A paz na Terra, amor
 O pé na terra A paz na Terra, amor
 O sal da Terra, és o mais bonito dos planetas
 Tão te maltratando por dinheiro
 Tu que és a nave nossa irmã

  • 54. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 53 Canta, leva tua vida em harmonia
 E nos alimenta com teus frutos
 Tu que és do homem, a maçã
 Vamos precisar de todo mundo
 Um mais um é sempre mais que dois
 Pra melhor juntar as nossas forças
 É só repartir melhor o pão
 Recriar o paraíso agora
 Para merecer quem vem depois Deixa nascer, o amor
 Deixa fluir, o amor
 Deixa crescer, o amor
 Deixa viver, o amor O sal da terra © Três Pontas Edições Musicais/Edições Musicais Tapajós Ltda. 2. Você já reparou que nossas experiências e aprendizagens são construídas coleti- vamente também? Sempre aprendemos com aqueles com quem convivemos no trabalho, na escola, em casa. Um dos versos dessa canção diz: “um mais um é sempre mais que dois”. Como você entendeu essa afirmação? Concorda com ela? Escreva a seguir a sua interpretação da música. 3. Pense na ocupação que estamos estudando: Que outros profissionais você acha que atuam junto ao operador de empilhadeira?
  • 55. 54 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Atividade 6 Operador de empilhadeira e sua rotina 1. Você já parou para pensar o que faz um operador de empilhadeira? Em grupo, discutam e escrevam a seguir como imaginam a rotina de trabalho desse profissio- nal. Quais atividades vocês acreditam que ele realiza diariamente? O que diz o Ministério do Trabalho e Emprego sobre a ocupação de operador de empilhadeira O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) produz um documento conhecido como Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Nesse documento é possível Você sabia? A descrição de cada ocupação da CBO é feita pelos próprios trabalhado- res. Dessa forma, temos a garantia de que as infor- mações vêm de quem atua no ramo e, portanto, conhece bem a ocupação. Você pode consultar esse documento na íntegra acessando o site da CBO. Disponível em: http://www.mtec bo.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015.
  • 56. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 55 encontrar a descrição de aproximadamente 2 500 ocu- pações existentes no Brasil, o que o profissional de cada ocupação faz e o grau de escolaridade necessária para exercê-la, bem como onde o profissional pode atuar. Entre as descrições desse documento, encontramos a de “operador de empilhadeira”. Eles são “operadores de equi- pamentos de movimentação de cargas” e podem ser de- nominados também como: • motorista de empilhadeira; • operador de empilhadeira elétrica; • operador de máquina empilhadeira. Segundo descrição da CBO, os operadores de empilhadeira: • preparam a movimentação de carga e a movimentam; • organizam carga, interpretando simbologia das em- balagens, armazenando de acordo com o prazo de validade do produto, identificando características da carga para transporte e armazenamento e sepa- rando carga não conforme; • realizam manutenções previstas em equipamentos para movimentação de cargas; • trabalham seguindo normas de segurança, higiene, qualidade e proteção ao meio ambiente. Tudo isso você aprenderá ao longo deste curso. Para cada uma das ocupações, a CBO atribui um códi- go que a classifica. O código referente à ocupação do operador de empilhadeira é 7822-20. Se você for contra- tado para exercer essa ocupação, esse número será assi- nalado em sua carteira de trabalho. A ocupação de operador de empilhadeira faz parte do grupo de ocupações dos profissionais responsáveis por movimentação de cargas, assim como o operador de do- cagem e o guincheiro (construção civil). Carga não conforme: Car- gas que foram violadas, so- freram alguma avaria; cargas que tiveram as embalagens abertas indevidamente; ou cargas que apresentam pro- dutos quebrados.
  • 57. 56 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 A CBO descreve essas ocupações da seguinte forma: Condições gerais de exercício Atuam nas mais diversas atividades econômicas, entre elas: na extra- ção mineral, no beneficiamento de pedras, mármores e granitos, na construção civil, na fabricação de produtos químicos, produtos alimen- tares e bebidas, produtos de madeira e de metalurgia básica, como empregados com carteira assinada. O trabalho é presencial, realizado de forma individual, sob supervisão permanente, em rodízio de turnos e pode ser em ambiente fechado, a céu aberto ou em veículos. Per- manecem, durante longos períodos, em posições desconfortáveis, trabalham sob pressão, o que pode levá-los à situação de estresse, e estão expostos a materiais tóxicos, ruído intenso e altas ou baixas temperaturas. Formação e experiência Para o exercício dessas ocupações requer-se a quarta série do ensino fundamental e curso básico de qualificação profissional em torno de duzentas horas-aula. O pleno desempenho das atividades ocorre com até um ano de experiência profissional. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família ocupacional demandam formação profissional para efei- tos do cálculo do número de aprendizes a serem contratados pelos estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, exceto os casos previstos no art. 10 do decreto 5.598/2005. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015. Atividade 7 O que eu preciso saber 1. Leia, na tabela a seguir, as capacidades necessárias para um operador de empi- lhadeira, de acordo com a CBO. Assinale para cada uma delas se você acredita já tê-la desenvolvido ou se você precisa desenvolvê-la.
  • 58. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 57 Capacidades exigidas Já desenvolvi Preciso desenvolver Certificar-se como operador de empilhadeira Certificar-se para movimentação de cargas especiais Saber interpretar códigos para movimentação de cargas Demonstrar confiabilidade no desenvolvimento de seu trabalho Ter iniciativa Manter-se atualizado sobre a sua atividade profissional, realizando novas formações Ter atenção concentrada durante o trabalho Demonstrar destreza manual Trabalhar em equipe Fonte: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015. Para saber mais sobre o que é preciso para exercer a função de operador de empilhadeira e conhecer alguns dos principais procedimentos para conduzir esse equipamento, assista aos vídeos da ocupação. Disponível em: http://www.viarapida. sp.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015. ©MarioHenrique/Latinstock
  • 59. 58 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 2. De todas as capacidades necessárias, qual você acredita ser a mais difícil de desenvolver? Por quê? Você sabia que Carlos Drummond de Andrade escreveu um poema em homenagem a João Guimarães Rosa? Um chamado João João era fabulista? fabuloso? fábula? Sertão místico disparando no exílio da linguagem comum? Projetava na gravatinha a quinta face das coisas, inenarrável narrada? Um estranho chamado João para disfarçar, para farçar o que não ousamos compreender? Tinha pastos, buritis plantados no apartamento? no peito? Vegetal ele era ou passarinho sob a robusta ossatura com pinta de boi risonho?
  • 60. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 59 Era um teatro e todos os artistas no mesmo papel, ciranda multívoca? João era tudo? tudo escondido, florindo como flor é flor, mesmo não semeada? Mapa com acidentes deslizando para fora, falando? Guardava rios no bolso, cada qual com a cor de suas águas? sem misturar, sem conflitar? E de cada gota redigia nome, curva, fim, e no destinado geral seu fado era saber para contar sem desnudar o que não deve ser desnudado e por isso se veste de véus novos? Mágico sem apetrechos, civilmente mágico, apelador e precípites prodígios acudindo a chamado geral? Embaixador do reino que há por trás dos reinos, dos poderes, das supostas fórmulas de abracadabra, sésamo? Reino cercado não de muros, chaves, códigos, mas o reino-reino? Por que João sorria se lhe perguntavam que mistério é esse?
  • 61. 60 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 E propondo desenhos figurava menos a resposta que outra questão ao perguntante? Tinha parte com... (não sei o nome) ou ele mesmo era a parte de gente servindo de ponte entre o sub e o sobre que se arcabuzeiam de antes do princípio, que se entrelaçam para melhor guerra, para maior festa? Ficamos sem saber o que era João e se João existiu de se pegar. ANDRADE, Carlos Drummond de. Um chamado João. In: ______. Versiprosa: crônica da vida cotidiana e de algumas miragens. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967. p. 934-5. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond http://www.carlosdrummond.com.br
  • 62. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 61 Unidade 3 O que faz o operador de empilhadeira Na Unidade 2 você aprendeu o que é a CBO e viu muito do que ela diz sobre a atividade do operador de empilhadeira, certo? Re- veja agora as principais características esperadas desse profissional: • Formação/qualificação profissional: – ter habilitação como operador de empilhadeira. • Atitudes pessoais: – trabalhar em equipe; – evidenciar iniciativa; – trabalhar com atenção concentrada. • Atitudes profissionais: – interpretar códigos para a movimentação de cargas; – demonstrar confiabilidade no desenvolvimento do trabalho; – participar de treinamentos (capacitação e atualização); – demonstrar destreza manual; – dar provas de coordenação motora; – certificar-se como operador de movimentação de cargas; – certificar-se para movimentação de cargas especiais. Atividade 1 Conhecendo sua atividade Leia atentamente os anúncios de emprego na página a seguir e, depois, responda às questões propostas.
  • 63. 62 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Local de atuação: Santos (SP) Remuneração: R$ 2 210,50 Vantagens: Vale alimentação e transporte; convênio médico e odontológico Forma de contração: CLT Jornada: 40 h Atribuições: Operação com a empilhadeira; Separação de produtos; Controle de estoque; Abastecimento de área de venda Exigências: Ensino Médio completo; Certificado de operador de empilhadeira; Carteira Nacional de Habilitação (CNH); Experiência de 2 anos como operador de empilhadeira; Disponibilidade de trabalho em turnos Vagas: 02 Local: Ribeirão Preto (SP) Atividades a desenvolver: separação de mercadorias, movimentação de cargas em depósito, reposição de mercadorias e operação da empilhadeira Requisitos: especialização em operador de empilhadeira, Ensino Médio e CNH Oferecem-se vale-transporte, cesta básica e contratação por CLT (efetivo) Salário: R$ 1550,30 por 40 h 01 vaga Contratação temporária para a cidade de Campinas (SP) Vantagens: Seguro de vida; vale-transporte; vale-refeição Salário: R$ 1789,40 por 30 h semanais Requisitos: Curso de operador de empilhadeira; Ensino Médio Atribuições: Operar a empilhadeira; Carregar mercadorias; Fazer conferência de cargas; Etiquetar caixas; Controlar estoques Local: Bauru (SP) Salário de R$ 1698,00 mais benefícios Jornada de 40 h Requisitos: Carteira CNH; Curso de operador de empilhadeira; Ensino Médio completo e experiência de 1 ano como operador de empilhadeira Atividades a desenvolver: Separar mercadorias e operar a empilhadeira Contrato pela CLT Vaga para operador de empilhadeira Contrata-se Operador de empilhadeira Precisa-se de Operador de empilhadeira Operador de empilhadeira – Precisa-se ©DanielBeneventi
  • 64. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 63 1. O que os anúncios de emprego apresentados têm em comum? 2. Qual o anúncio com menos exigências? Cite-as. 3. E qual o anúncio com mais exigências? Cite-as. 4. Para quais anúncios você estaria qualificado? Qual escolheria? Justifique sua resposta. 5. Agora, discuta suas respostas com seu monitor e com seus colegas.
  • 65. 64 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 As características do trabalho segundo a CBO A CBO publica uma tabela das atividades exercidas em cada conjunto ou família de ocupações. No nosso caso, trata-se da família ocupacional 7822 – Operadores de equipamentos de movimentação de cargas, que inclui as ocupações de guincheiro, operador de docagem e opera- dor de empilhadeira. O operador de empilhadeira não é responsável apenas pela função de dirigir ou operar a empilhadeira. Sua atividade abrange também a conferência da carga, o car- regamento e o descarregamento para o transporte. Contudo, antes de o operador conferir e movimentar a carga, outras atividades são necessárias e elas compõem a rotina de trabalho dele. Alguns procedimentos que precisam ser realizados antes e depois da movimentação da carga também são de responsabilidade do operador de empilhadeira. Atividade 2 Empilhando os conhecimentos 1. Observe os itens a seguir e assinale aqueles que você acredita fazerem parte das atribuições específicas de um operador de empilhadeira. ( ) Preparar movimentações de carga. ( ) Controlar operações de transporte. ( ) Organizar ambiente de trabalho. ( ) Coordenar coleta e embarque de carga doméstica. ( ) Realizar manutenções previstas em equipamentos para movimentação de cargas. Embora a CBO aponte como requisitos mínimos a 4ª série/5º ano do Ensino Fundamental e o curso básico de qualificação profissional, a maioria das empresas exige Ensino Médio completo, algumas até Superior incompleto. Além do curso básico, elas pedem também especialização no tipo de empilhadeira a ser manuseada.
  • 66. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 65 2. Agora leia o documento emitido pela CBO e confira suas respostas. Família Ocupacional: 7822 – Operadores de equipamentos de movimentação de cargas – Atividades específicas do operador de empilhadeira (OE) A – PREPARAR MOVIMENTAÇÕES DE CARGA A.1 – Interpretar ordens de serviço A.2 – Inspecionar visualmente a carga e descarga de serviços A.3 – Conferir conteúdos, peso e volumes de cargas A.4 – Selecionar equipamentos de movimentação de acordo com a carga A.5 – Separar acessórios dos equipamentos A.6 – Prever materiais para o armazenamento (estrato, forração) A.7 – Programar sequência de movimentação B – MOVIMENTAR CARGA B.1 – Utilizar os acessórios do equipamento de movimentação de acordo com o tipo de carga B.2 – Conferir prazos de validade B.3 – Carregar carga conforme programação B.4 – Carregar o equipamento de acordo com sua capacidade B.5 – Monitorar condições de funcionamento do equipamento duran- te a operação B.6 – Controlar velocidade e sentido de operação de equipamentos B.7 – Descarregar os itens programados C – ORGANIZAR AMBIENTE DE TRABALHO C.1 – Manter o ambiente higienizado C.2 – Retirar obstáculos do ambiente de trabalho C.3 – Inspecionar o local de acondicionamento da carga C.4 – Delimitar área para a movimentação de cargas C.5 – Identificar carga movimentada D – ORGANIZAR CARGA D.1 – Interpretar a simbologia das embalagens
  • 67. 66 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 D.2 – Armazenar a carga de acordo com o prazo de validade do produto D.3 – Identificar características da carga para o trans- porte e armazenamento D.4 – Separar carga não conforme E – REALIZAR MANUTENÇÕES PREVISTAS EM EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS E.1 – Consultar instruções dos fabricantes para uso e conservação de equipamentos E.2 – Inspecionar itens básicos de funcionamento dos equipamentos de movimentação de cargas E.3 – Lubrificar equipamentos E.4 – Testar funcionamento de equipamentos E.5 – Identificar disfunções e avarias E.6 – Ajustar equipamentos E.7 – Requisitar manutenção E.8 – Identificar equipamentos em manutenção F – TRABALHAR COM SEGURANÇA F.1 – Autoavaliar condições psicofísicas antes da execução do trabalho F.2 – Utilizar equipamentos de segurança individual (EPI) F.3 – Identificar situações inseguras F.4 – Solicitar adequação do piso para movimentação com empilhadeira F.5 – Movimentar carga conforme normas de segu- rança específicas BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015. Coletor de dados Como você pôde constatar pela lista de atividades, o operador de empilhadeira não só é responsável por diri- gir a empilhadeira, mas também possui atribuições que vão além disso. Para dar conta de tantas funções, ele conta com alguns equipamentos facilitadores. Um deles é o coletor de dados, instrumento de trabalho indispen- sável para esse profissional. Todos nós sabemos o quanto a questão da segurança no trabalho é importante para o trabalhador e para toda a sociedade, não é mesmo? No Caderno 2 teremos uma Unidade para tratar com mais profundidade das questões incluídas no item Trabalhar com segurança.
  • 68. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 67 O coletor de dados é um aparelho utilizado em diversos segmentos. Por sua versa- tilidade, é utilizado em empresas de fornecimento de energia elétrica, de gás, em bares, restaurantes, empresas farmacêuticas etc. Aliado da organização, necessária a todo profissional, esse equipamento efetua a coleta de informações, auxiliando o operador de empilhadeira a fazer a transferência dos paletes para diversas áreas, separar as cargas e também armazenar todos os produtos que chegam ao local de trabalho, podendo fazer o controle e o recebimento de produtos. A coleta dos dados é feita por meio da leitura do código de barras ou manual- mente, digitando o número referente ao produto no teclado do aparelho. Todas as informações digitadas são armazenadas na memória do coletor e posterior- mente transmitidas ao terminal de informações, que pode ser um computador ou um microterminal. A transmissão pode ser por meio de cabo, wi-fi, infraver- melho ou bluetooth. Os códigos de barras vieram para agilizar as transações bancárias, o armazena- mento e a venda de produtos em um supermercado, por exemplo. Sua representação gráfica é uma sequência de barras para leitura feita por equipamentos. Eles estão impressos em embalagens de produtos, em contas de luz e de água, em boletos bancários etc. ©MarioHenrique/Latinstock ©kmitu/123RF
  • 69. 68 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Falando em códigos, você já se deparou com o QR code? Ele é um código bidi- mensional (2D), parecido com um enigma. A maioria dos celulares consegue fazer a leitura dele, desde que possua câmera fotográfica. O conteúdo desses có- digos pode ser o trecho de um texto, um link ou um endereço que redireciona para determinado site. Atividade 3 Um pouco sobre os códigos de barras 1. Você já reparou nos códigos de barras que há nos produtos que usa no dia a dia? Já parou para pensar o que os números que acompanham esse código podem representar? Escreva a sua opinião nas linhas a seguir. 2. Observe a lista de produtos na tabela a seguir. Procure em embalagens de cada um deles o código de barras, conte quantos números há nele e complete a colu- na correspondente.
  • 70. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 69 Produto Quantidade de números que acompanham o código de barras Creme dental Gelatina Arroz Refrigerante Papel higiênico Códigos de barras – como funcionam? Pela comparação dos códigos, você pode perceber que, em geral, os códigos de barras vêm acompanhados de um número composto de 13 dígitos que armazenam as informações do produto. • Os primeiros três dígitos identificam o país em que o produto foi cadastrado, e não onde ele foi fabricado necessariamente (por exemplo, o código de todos os produtos cadastrados no Brasil começa com a sequência 789). • Os quatro dígitos seguintes referem-se ao fabricante. • Os próximos cinco dígitos identificam o produto. • O último é o dígito de controle, também chamado dígito verificador. Prefixo do país Código do fabricante Código do produto Dígito de controle XXX FFFF PPPPP D Por exemplo, veja a composição do código 7897123884012 de determinado produto: Prefixo do país (Brasil) Código do fabricante Código do produto Dígito de controle 789 7123 88401 2 O dígito de controle é usado em muitas situações que envolvem algum tipo de identificação. Você pode observá-lo nos números de documentos ou em contas bancárias. Em geral, trata-se do último ou dos dois últimos algarismos escritos após um “tracinho” ou uma barra.
  • 71. 70 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Além do coletor de dados, o operador de empilhadeira precisa conhecer outros instrumentos de trabalho. Na lista a seguir, publicada pela CBO, as ferramentas que ela considera mais importantes estão assinaladas com asterisco (*). Recursos de trabalho * Empilhadeira * Elevador * Telefone * Calibrador * Jogo de chaves combinadas Cabo de força Tifor * Alongador * Cabo de aço Alavanca Ship-loader (fala-se “chip louder”) Transtainer (fala-se “transteiner”) ... e transmite as informações para o computador... CÓDIGO 0214 LEITE 125152 1000ml Fazenda M 0415 CHÁ 548569 600ml Produtor G 0151 AÇÚCAR 515563 1000g 1458 SUCO 478596 500ml Indústria d 6878 SAL 669785 1000g PRODUTO LOTE QUANT. FABRICAN ... que localiza os dados do produto em um arquivo... ... que são transmitidos para a tela do computador ou para a impressora. O coletor emite um raio vermelho,que percorre todas as barras e faz a“leitura” do código de barras... Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Matemática: caderno do estudante. Ensino Fundamental. São Paulo: Sdecti/SEE, 2014. v. 1. Agora, vamos ver como é a sistemática do coletor de dados na leitura dos códigos de barras? ©R2Editorial
  • 72. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 71 1. Em grupo, façam uma lista de vários lugares onde um operador de empilha- deira pode trabalhar. Depois, comparem sua lista com aquelas feitas pelos demais grupos e contem com a ajuda do monitor para completar a de vocês. Em segui- da, organizem-se para procurar, nos locais listados, operadores de empilhadei- ra que possam ser entrevistados por vocês. É importante selecionar profissionais que trabalhem em diferentes lugares e com diferentes tipos de empilhadeira, assim todos aprenderão mais sobre essa ocupação. Também é interessante entrevistarem homens e mulheres. 2. O que vocês gostariam de perguntar para esses operadores? Observem, a seguir, um roteiro para a entrevista, que vocês poderão adaptar. Seu grupo também pode incluir no roteiro outras perguntas. Boa entrevista! a) Quem é o entrevistado? * Madal Portainer (fala-se “portêiner”) * Paletizadora EPI [Equipamentos de Proteção Individual] e EPC [Equipamentos de Proteção Coletiva] Jacaré * Rádio de comunicação BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br. Acesso em: 20 mar. 2015. Atividade 4 Estudo do meio
  • 73. 72 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 b) Quantos anos tem? Qual é sua escolaridade? Ainda estuda ou pretende voltar a estudar? c) Costuma fazer cursos de especialização em sua área? d) Onde trabalha? e) Como escolheu essa ocupação? f) Quais pontos considera positivos e quais considera negativos nessa área de atuação? g) Que conselhos daria a um operador de empilhadeira que está começando agora?
  • 74. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 73 Unidade 4 Rotinas básicas no setor de movimentação de cargas É muito comum ouvirmos pessoas reclamando ou falan- do que suas vidas são uma rotina... Que todo dia fazem tudo sempre igual... Rotina: 1. Caminho utilizado normalmente; itinerário ha- bitual; derrotina. 2. Sequên- cia mais ou menos maquinal de atos e procedimentos habituais […]. 3. Apego a há- bitos tradicionais, aversão ao progresso [...]. © Dicionário Aulete. www.aulete.com.br Peanuts,CharlesSchulz©1991PeanutsWorldwideLLC./Dist.byUniversalUclick
  • 75. 74 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 Como era a vida na Idade Média Por mil anos, a Europa dividida em feudos foi controlada pela Igreja e por nobres. A Idade Média moldou o continente que dominaria o planeta, mas a vida era dura Sábado de um típico camponês na França do século 10 começa às 5 da manhã. Ele, a esposa e os quatro filhos acordam em sua casa de um único cômodo, comem mingau de pão e dão início à labuta. O pai e os mais velhos, de 12 e 14 anos, vão para o campo – a colheita de trigo e cevada está atrasada. A família passou os dois dias anteriores cumprin- do o trabalho obrigatório nas terras do senhor feudal. Há muito o que fazer. A mãe e os mais novos, de 6 e 8 anos, vão lidar com a horta e as galinhas. Todos fazem uma rápida pausa para comer (sempre que pos- sível, peixe). O batente só termina quando já está escuro. Eles dormem juntos, sobre um amontoado de palha, iluminados por velas de sebo e aquecidos por uma pequena fogueira no centro do cômodo. Descansam felizes. O dia seguinte é o único da semana em que a rotina árdua muda um pouco: seguem o comando dos sinos e vão à missa. Rezam por suas almas e são orientados mais a temer o diabo que a adorar a Deus. Assim viveram, durante dez séculos, 90% dos habitantes do Velho Continente. [...] CORDEIRO, Tiago. Como era a vida na Idade Média. Aventuras na História, 1 abr. 2010. Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/ como-era-vida-idade-media-677615.shtml. Acesso em: 30 mar. 2015. Durante mil anos, no período conhecido como Idade Média – entre os séculos V (5) e XV (15) –, 90% da população da Europa viveu dessa forma. Homens e mulheres tinham uma vida com características muito parecidas em razão das relações estabe- lecidas em determinado contexto social, político e econômico.
  • 76. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 75 As ricas horas do duque de Berry é considerado um dos mais finos e luxuosos manuscritos medievais. Seus autores, os três irmãos Limbourg – Paul, Hermann e Jean –, eram artistas flamengos e foram contratados pelo duque de Berry por volta de 1405. Essa iluminura (tipo de ilustração comum na Idade Média) mostra setembro, o período da colheita das uvas ao redor do castelo de Saumur. Atividade 1 A rotina de cada dia... 1. E como é hoje? Pense em você, em seu dia a dia. Escreva nas linhas a seguir, de forma objetiva, como é um dia “normal” em sua vida desde o momento em que acorda até a hora em que vai dormir. ©Album/akg-images/Latinstock
  • 77. 76 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 2. Os poetas, músicos e artistas expressam de diferentes formas seus sentimentos acerca daquilo que se torna repetitivo, rotineiro. Leia, a seguir, duas letras de música sobre o tema. Rotina Clemente e Marcelino Acorda cedo para ir trabalhar E o relógio de ponto a lhe observar No lar esposa e filhos a lhe esperar Sua cabeça dói, um dia vai estourar Com essa rotina, rotina Rotina, rotina Sua cabeça dói, não consegue pensar E as quatro paredes a lhe massacrar Daria tudo pra ver o que acontece lá fora Mesmo sabendo que não iria suportar Essa rotina, rotina Até quando ele vai aguentar? Até quando ele vai aguentar? No lar a sua esposa lhe serve o jantar E os filhos brincam na sala de estar Levanta da poltrona e liga a TV Chegou a hora do programa começar Rotina, rotina O homem da TV lhe diz o que fazer Lhe diz do que gostar, lhe diz como viver Está chegando a hora de se desligar A sua esposa lhe convida para o prazer Rotina, rotina © Warner Chappell Edições Musicais Ltda. Todos os direitos reservados.
  • 78. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 77 Cotidiano Chico Buarque Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar E essas coisas que diz toda mulher Diz que está me esperando pro jantar E me beija com a boca de café Todo dia eu só penso em poder parar Meio dia eu só penso em dizer não Depois penso na vida pra levar E me calo com a boca de feijão Seis da tarde como era de se esperar Ela pega e me espera no portão Diz que está muito louca pra beijar E me beija com a boca de paixão Toda noite ela diz pra eu não me afastar Meia-noite ela jura eterno amor E me aperta pra eu quase sufocar E me morde com a boca de pavor Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã 1971 © Marola Edições Musicais ©MarcosdePaula/AE
  • 79. 78 Arco Ocupacional Transporte Operador de Empilhadeira 1 3. Você conhece essas músicas? Se possível, ouça e apre- cie as duas canções. 4. Que sentimento essas músicas lhe transmitem? 5. O que você entende por rotina? Significado de rotina no trabalho do operador de empilhadeira Há um “caminho utilizado normalmente; itinerário ha- bitual”, tarefas habituais que devem ser realizadas pelo operador de empilhadeira? Será que é importante existir uma rotina básica nesse tipo de trabalho? Se considerarmos que a existência de rotinas básicas no ofício de operador de empilhadeira é importante, podemos dizer, então, que é preciso existir uma “sequência mais ou menos maquinal de atos e procedimentos habituais” no trabalho de operador de empilhadeira? Veja o que diz a educadora Madalena Freire sobre rotina. Você sabia? Madalena Freire é peda- goga, atua em projetos de formação de professores promovendo reflexões e estudos e é autora de inú- meros livros que abordam temáticas educacionais. Filha do grande educador brasileiro Paulo Freire (1921-1997), é uma das prin- cipais propagadoras da teoria freiriana.
  • 80. Operador de Empilhadeira 1 Arco Ocupacional Transporte 79 [...] rotina aqui não é expressão do rotineiro que se arrasta tediosa- mente. [...] A rotina estrutura o tempo (história), o espaço (geografia) e as atividades. [...] a rotina é alicerce básico para que o grupo cons- trua seus vínculos, estruture seus compromissos, cumpra suas tare- fas, assuma suas responsabilidades [...]. FREIRE, Madalena. Educador, educa a dor. São Paulo: Paz e Terra, 2008. p. 118. Pois bem, é pensando na perspectiva apontada por Madalena Freire que queremos conversar com você sobre rotinas básicas no setor de movimentação de cargas. Ainda que as tarefas exercidas pelos operadores de empilhadeiras sejam habituais e exercidas com regularidade, elas não precisam ser alienantes e mecânicas, não acha? A atenção e o cuidado na realização das tarefas têm estreita ligação com a maior ou a menor consciência da importância e do sentido dessas tarefas durante a sua reali- zação. Ou seja, se o trabalhador sabe o que tem de fazer, sabe por que e para que tem de fazer, quais são os riscos do seu fazer, provavelmente ele terá maiores opor- tunidades de planejar suas tarefas, organizar seu tempo e seus compromissos e cumprir suas atividades de forma mais estruturada e responsável. Como é um dia na vida de um operador de empilhadeira? Quando você decidiu fazer este curso no Programa Via Rápida Emprego, já tinha alguma experiência como operador de empilhadeira? Em caso negativo, fazia alguma ideia das atividades desenvolvidas por um operador de empilha- deira? Bom, de qualquer forma, a essa altura do curso, com certeza você já tem algumas noções.