Este documento resume a biografia e obra do artista português Almada Negreiros, incluindo detalhes sobre sua infância em São Tomé, educação em Lisboa, e carreira focada principalmente na pintura entre 1932-1970. O documento também apresenta trechos de três poemas de Almada Negreiros.
2. -Biografia de Almada Negreiros;
-Alguns Poemas;
-Alguns Livros;
-Fotografia popular de Almada Negreiros;
-Algumas Pinturas;
-Webgrafia.
3. -José Sobral de Almada Negreiros, nascido em SãoTomé a 7 de Abril de 1893.
-Filho de António Lobo de Almada Negreiros e de Elvira Sobral, natural de São
Tomé.
-Almada Negreiros nasce na Roça da Saudade (assim como o seu irmão, António).
-A sua infância foi tranquila.
4. -Ainda muito pequeno,Almada negreiros perde a mãe, e o pai partiu
definitivamente para Paris, como ainda era pequeno permanece em SãoTomé.
-Com dois anos, vai viver para lisboa (Cascais), passando assim a viver com os avós
e tios maternos, da família Freire Sobral.
-A sua educação fica a cargo dos Jesuítas, ficando como interno, assim como o seu
irmão, no Colégio de Campolide a 1900.
-A infância longe dos pais não afetou os seus dotes artísticos, pois em 1905 com
apenas 12 anos redigia e ilustrava os jornais manuscritos “A républica” e “O
Mundo”
5. -Após a instituição da Républica em 1910, o colégio onde estudava é extinto,
passando assim a estudar no liceu de Coimbra.
-Em 1911 volta para Lisboa e integra a Escola Internacional.
-Desde aí começa uma verdadeira campanha cultural com o objetivo de tirar
Portugal do seu descompasso.
-A Partir de 1919 até 1932 escreveu livros, alguns deles ate só foram publicados
alguns anos depois.
-No Periodo entre 1932 e 1970, Almada Negreiros dedicou-se muito às artes,
sobretudo a pintura.
-Acaba por falecer a 15 de junho de 1970 em Lisboa.
-Ficou conhecido como o “Pai do Modernismo”
6. A Taça de Chá:
“O luar desmaiava mais ainda uma
máscara caida nas esteiras
bordadas. E os bambús ao vento e os
crysanthemos nos jardins e as
garças no tanque, gemiam com elle
a advinharem-lhe o fim. Em róda
tombávam-se adormecidos os idolos
coloridos e os dragões alados. E a
gueisha, procelana transparente
como a casca de um ovo da Ibis,
enrodilhou-se num labyrinto que
nem os dragões dos deuses em dias
de lagrymas. E os seus olhos
rasgados, perolas de Nankim a
desmaiar-se em agua, confundiam-
se scintillantes no luzidio das
procelanas. (…) “
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Ciúmes:
“Pierrot dorme sobre a relva junto ao
lago. Os cisnes junto d'elle passam sêde,
não n'o acordem ao beber.
Uma andorinha travêssa, linda como
todas, avôa brincando rente á relva e
beija ao passar o nariz de Pierrot. Elle
accorda e a andorinha, fugindo a muito,
olha de medo atraz, não venha o Pierrot
de zangado persegui-la pelos campos. E
a andorinha perdia-se nos montes, mas,
porque elle se queda, de nôvo volta em
zig-zags travêssos e chilreios de troça. E
chilreia de troça, muito alto, por cima
d'elle. Pierrot já se adormecia, e a
andorinha em descida que faz calafrios
pousou-lhe no peito duas ginjas bicadas,
e fugiu de nôvo. (…) “
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7. Trevas:
“De dia não se via nada, mas p'la tardinha já se
apercebia gente que vinha de punhaes na mão,
devagar, silenciosamente, nascendo dos pinheiros e
morrendo nelles. E os punhaes não brilhavam: eram
luzes distantes, eram guias de lençoes de linho
escorridos de hombros franzinos. E a briza que
vinha dava gestos de azas vencidas aos lençoes de
linho, azas brancas de garças caídas por faunos
caçadores. E o vento segredava por entre os
pinheiros os mêdos que nasciam.
E vinha vindo a Noite por entre os pinheiros, e vinha
descalça com pés de surdina por môr do barulho, de
braços estendidos p'ra não topar com os troncos; e
vinha vindo a noite céguinha como a lanterna que
lhe pendia da cinta. E vinha a sonhar. As sombras
ao vê-la esconderam os punhaes nos peitos
vazios. (…) “
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