O documento discute as principais religiões de origem africana no Brasil, incluindo Umbanda, Candomblé, Batuque e Tambor de Mina. Também aborda suas influências na música, culinária e outras áreas da cultura brasileira.
2. Para início de conversa...
■ Vocês sabem o que é afro-religiosidade?
■ O que é macumba?
■ Existe diferença entre Umbanda e Candomblé?
■ Qual a opinião de vocês a respeito das afro-religiões?
■ Vocês já visitaram um terreiro?
■ Qual a razão de algumas pessoas terem medo das afro-religiões?
3. Caminhos da religiosidade afro-rio-grandense
■ Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_ao-lrP8TOo
5. Afro-religiões: Umbanda
■ A Umbanda tem origem brasileira datada do século XX no Rio de Janeiro, possui
forte sincretismo entre a religião católica e os santos, do espiritismo e da cultura
africana. Para essa religião há Olorum ou Zambi considerado o deus supremo,
abaixo dele estão os orixás pertencentes ao plano superior: Oxalá, Xangô, Iemanjá,
Ogum, Oxossi, Oxum, Iansã, Omulú e Nanã que se manifestam nas entidades ou
guias: Preto velho, caboclo, baianos, Eres. Além de acreditarem na reencarnação e
na imortalidade.
■ https://www.youtube.com/watch?v=gZKALSSAqko&t=54s
6. Afro-religiões: Candomblé
■ O Candomblé surgiu no Brasil por volta dos séculos XVI e XIX trazido ao país pelos
escravos africanos que fugindo da proibição contra a religião no território brasileiro
incorporou e associou os santos do catolicismo aos orixás dado pelo sincretismo
religioso. Esta religião é marcada pelas cerimônias em terreiros que envolvem o
canto em língua africana, toques de tambor e alguns sacrifícios de animais. O
Candomblé é monoteísta e possui os orixás: Oxalá, Xangô, Iemanjá, Ogum, Oxossi,
Oxum, Iansã, Obá, Nanã, Obaluaê, Ossaim, Oxalá e Oxumaré.
■ https://www.youtube.com/watch?v=WWh1TVVnIAw&t=11s
7. Afro-religiões: Batuque
■ O Batuque tem forte presença no Rio Grande do Sul em que desde o século XIX já se notava o
aparecimento de terreiros dessa expressão religiosa. Para ORO (2008) existem pelo menos duas
“versões” para o surgimento nessa região: Quanto ao mito fundador do batuque, há duas versões
correntes: uma que afirma ter sido ele trazido para o Rio Grande do Sul por uma escrava vinda de
Pernambuco; e outra que não associa a um personagem, mas às etnias africanas que o
estruturaram enquanto espaço de resistência simbólica à escravidão. (p. 13). Diferente da
Umbanda, o Batuque possui uma ligação maior com a tradição da África e das “nações”
africanas. As “nações” do Batuque se dividem em: Oyó, Jeje, Ijexá, Nagô e Cabinda e seus orixás
são: Bará, Ogum. Iansã, Xangô, Obá, Odé/ Otim, Ossanha, Xapanã, Oxum.
■ A Linha Cruzada com grande presença no culto nos terreiros desde anos de 1960 tem entidades
cultuadas como Exus e Pombagiras ao quais são oferecidos oferendas em comidas secas (milho,
batatas) e sangue (galos e galinhas vermelhas e pombos). Há uma divisão entre Cruzeiro,
Cemitério, Praia e Mata para dividir as entidades.
■ https://www.youtube.com/watch?v=zd9L0q-um6I
8. Afro-religiões: Tambor de Mina
■ O Tambor de mina e o Babaçuê (batuque de mina) são mais expressivo na região
norte do Brasil, principalmente no Pará e Amazonas (Babaçuê), mas há forte
presença também no estado do Maranhão (Tambor de mina). A nomenclatura do
Tambor de mina é uma mescla do nome do instrumento utilizado em rituais, o
tambor, e mais o nome pelo qual eram chamados os escravos, descendentes de
Jeje e Nagô, da República de Gana, mina. São duas religiões que tem herança do
Candomblé e cultuam tantos os orixás quanto os voduns.
■ https://www.youtube.com/watch?v=E6oAH-OYvPE&t=34s
10. Música
■ A principal influência da música africana no Brasil é, sem dúvidas, o samba. O estilo
hoje é o cartão-postal musical do País e está envolvido na maioria das ações
culturais da atualidade. Gerou também diversos subgêneros e dita o ritmo da maior
festa popular brasileira, o Carnaval. Mas os tambores de África trouxeram também
outros cantos e danças. Além do samba, a influência negra na cultura musical
brasileira vai do Maracatu à Congada, Cavalhada e Moçambique. Sons e ritmos que
percorrem e conquistam o Brasil de ponta a ponta.
11. Sambas-enredo e Rainha das Rainhas
■ Sambas disponíveis em:
http://infograficos.oglobo.globo.com/rio/dez-sambas-enredo-com-tematica-negra-no-carnaval.htm
■ Rainha das Rainhas disponíveis em:
https://www.youtube.com/watch?v=c0w4GK2vg9s
■ https://www.youtube.com/watch?v=CTsCtDK0Ilw
■ https://www.youtube.com/watch?v=OLc9xNgb1o4&t=204s
■ https://www.youtube.com/watch?v=4nnc_1kxY8U
■ https://www.youtube.com/watch?v=auxDvHxXbW4
■ https://www.youtube.com/watch?v=RtvpeeZI4sU
12. Capoeira
■ Inicialmente desenvolvida para ser uma defesa, a capoeira era ensinada aos negros cativos
por escravos que eram capturados e voltavam aos engenhos. Os movimentos de luta foram
adaptados às cantorias africanas e ficaram mais parecidos com uma dança, permitindo
assim que treinassem nos engenhos sem levantar suspeitas dos capatazes.
■ Durante décadas, a capoeira foi proibida no Brasil. A liberação da prática aconteceu apenas
na década de 1930, quando uma variação (mais para o esporte do que manifestação
cultural) foi apresentada ao então presidente Getúlio Vargas, em 1953, pelo Mestre Bimba.
O presidente adorou e a chamou de “único esporte verdadeiramente nacional”. A Capoeira
é hoje Patrimônio Cultural Brasileiro e recebeu, em novembro de 2014, o título de
Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
13. Culinária
■ Outra grande contribuição da cultura africana se mostra à mesa. Pratos como o
vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco
e muitos outros exemplos são iguarias da cozinha brasileira e admirados em todo o
mundo. Mas nenhuma receita se iguala em popularidade à feijoada. Originada das
senzalas, era feita das sobras de carnes que os senhores de engenhos não
comiam. Enquanto as partes mais nobres iam para a mesa dos seus donos, aos
escravos restavam as orelhas, pés e outras partes dos porcos, que misturadas com
feijão preto e cozidas em um grande caldeirão, deram origem a um dos pratos mais
saborosos e degustados da culinária nacional.
14. Referências
■ SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2008.
■ BASTIDE, ROGER. As religiões Africanas no Brasil. São Paulo: Livraria Pioneira Editora –
Editora da Universidade de São Paulo, 1971. Vol. I.
■ SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2008. TEIXEIRA, Faustino. Os
Dados Sobre Religiões no Brasil em Debate. Debates do NER, Porto Alegre, ano 14, n. 24,
p. 77-84, jul./dez. 2013. Acesso em 21/01/2018
■ MARIANO, R. Mudanças no Campo Religioso Brasileiro no Censo 2010. Debates do NER,
Porto Alegre, ano 14, n. 24, p. 119-137, jul./dez. 2013. Acesso em 22/01/2018
■ PRANDI, R. Segredos Guardados: Orixás na alma brasileira. São Paulo, Companhia das
Letras, 2005.
■ SILVA. G. V. Arte Religiosa Afro-Brasileira: As Múltiplas Estéticas da Devoção Brasileira.
Debates do Ner, Porto Alegre,Ano 9, N. 13, P. 97-113, JAN./JUN. 2008.
■ ORO, Ari Pedro. As religiões afro-brasileiras do rio grande do sul. DEBATES DO NER, PORTO ALEGRE,
ANO 9, N. 13 P. 9-23, JAN./JUN. 2008.
■ PRANDI, Reginaldo. As religiões afro-brasileiras e seus seguidores. Civitas, Porto Alegre, v. 3, nº 1,
jun. 2003.