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Cirurgião Oncológico do Instituto Nacional de Câncer
Editor chefe da revista eletrônica de Cirurgia www.cirurgiaonline.com.br,
Doutor em Oncologia pelo Instituto Nacional de Câncer ( INCA )
Membro Fundador e Presidente eleito para o biênio 2012-2013 do Capítulo Brasileiro
da International Hepato Pancreato Biliary Association ( CB-IHPBA )
HEPATOCARCINOMA
Hepatocarcinoma


 Associado a Cirrose – 50% a 80%, Hep B e
  C, Hemocromatose, esquistisomose, alcoolica,
  anafilatoxinas e solventes organofosforados
 2 M => F, > 50 anos
 Cirróticos – 5% => hepatocarcinoma

           Desanimadora – Sorafenibe (2 meses)
 QT       Sem sobrevida a longo prazo
           Sem resposta sustentada
Avaliação Clínica

 Anamnese - Cirrose B ou C
 Exame físico - Massa, icterícia, queda do
  estado geral
 10-15% ruptura espontânea
 Sínd. Paraneoplásica - Cushing
 Provas Função Hepática (Child)
 AFP Aumentada 70-90%
 Verde Indocianina (<10% / 15 min.)
 Relação volumétrica - TC ou RNM
Patologia


 Único ou múltiplo


 Invasão local – diafragma, vasos e órgãos adjacentes

 Metástases ao pulmão
Cirrose
   Assintomático               Sintomático

   Screening                   Diagnóstico

              U-som + Alfa feto (s/n)

              CT Helicoidal
              RNM              (s/n)
                   CT Lipiodol

Dúvida:       Biópsia              (s/n)     Implante 0,009%


              Cirurgia
Hepatocarcinoma e Cirrose


               Conduta

 Ressecável              Irressecável


 Cirurgia            Quimioembolização
 Transplante         Alcoolização
                     Crioterapia
Ressecção


 Requer boa função hepática (Child A)
 Até 4 segmentos
 Se recidivar:

       Ablação
       Re-ressecção
       Transplante de resgate
Cirrose e Hepatocarcinoma
Sobrevida – 5 anos


 Cirrose: 65% a 84%


 Hepatocarcinoma ressecável: 25% a 65%


 Hepatocarcinoma irressecável: 0% a 11%


 Mortalidade operatória 20 a 60%
Sobrevida com a Ressecção


                                           Sobrevida 5
Autor         Tamanho n      Morb. Mort.   anos

Paquet   98 < 5 cm      30   20%   13,3% 50%

Fong     99   < 5 cm    38 45%     4,5%    57%
              > 10 cm   110 -      -       32%
Hafström 98   2 a 20 cm 64   -     11%     12%
Volumoso Tumor do Lobo Direito
Controle Pós-operatório Tardio
Sobrevida - 5 anos com o
Transplante

       < 3cm                          70% *
       3 a 5 cm                       41%
       > 5 cm                         35%

       1 nódulo                       68%
       2 a 3 nódulos                  55%
       > 3 nódulos                    42%

                  * Relatada em séries orientais com alcoolização
Contras do Transplante

    Pouca disponibilidade de órgãos
    Dificuldades institucionais
    Fila longa
    Morbi-Mortalidade maior
    Replicação 100% - HCV
    “Segunda Doença”
        Interferon
        Ribavirina
        Ciclosporina
        Corticóide
  Recidiva
Prós do Transplante

   Grande vantagem do duplo tratamento


   Morbi/Mortalidade baixas em centros com
   grande experiência

   Bom índice de cura e sobrevida nos casos
   bem selecionados
Gugenheim J et al
Gastroenterol Clin Bio
1997, 21 (8-9):590-5


 Ressecção x Transplante – 5 anos
   n = 34 x 30

       Sobrevida = 13% x 32%
       Recidiva = 92% x 40%
       < 5 cm    = 17% x 0%
Conclusão


 Ressecção    Transplante

               A, B, C
 Child A
              NØ MØ
 TNM
                   3 nódulos 3 cm
 Tamanho
               1 nódulo     5 cm
 Número       Sem invasão
                 vascular
Objetivos a Longo Prazo


 Prevenção (vacinas Hep B, controle de grãos)
 Detecção precoce – populações de risco
 Conscientização médica e da população
 Viabilização dos transplantes
 Novas terapias anti-virais e anti-tumorais
 Referenciamento para Centros especializados
   (diagnóstico / ablação / ressecção / transplante)
Experiência do INCA

Metodologia
 Estudo retrospectivo de revisão de
  prontuários
 Período : 03/1990 a 12/2005
 155 pacientes matriculados
 Critérios diagnósticos :
   Laudo histopatológico
   Nódulo hepático e alfafetoproteina >400
Resultados

 n : 155
 Média de idade : 55,6 anos (12 a 83 anos)
 91 homens e 64 mulheres
 Cor :
   102 brancos        (65,8%)
   32 pardos          (20,6%)
   21 negros          (13,5%)
Resultados

 Hepatites

         Tipo       Frequência    %
          A              1        3,3
          B             12       40,0
          C             11       36,7
    Indeterminado        6        20
       TOTAL            30       100
Resultados

 Alcoolismo                       41,3%
 Cirrose                          40,0%
 Hístória familiar de câncer      22,7%
 Dor abdominal                    59,4%
 Anorexia                         83,2%
 Aumento do perímetro abdominal   29,0%
 Tratamento prévio para o tumor   6,5%
Resultados

 Alfa-fetoproteina :

   Dosável em 102 pacientes
   Variação                   0,6 a 724.000
     Média                           36.013
     Mediana                         232
     Sobrevida Média (n=50>400)      304 dias
     Sobrevida Média (n=52<400)      964 dias
 Estadiamento

   Estadio        Frequência      %
        I              5          3,6
       II             43         31,3
      IIIa            25         18,2
      IIIb             8          5,8
      IIIc             4          2,9
     IVa              29         21,2
     IVb              13          9,5
Indeterminado         10          7,3
   TOTAL             137         100
Resultados

 Número de nódulos
      Número          Frequência    %

         1               77        53,8

         2               18        12,6

         3                1        0,7

      Múltiplos          47        32,9

        Total            143       100
Resultados

 Tamanho do tumor :

        Média 10,33 cm

        Mediana 10 cm (1 a 39 cm)




 Tratados após a matrícula          41,8%
Tipos de Tratamento

     Tratamento    Frequência   %

  Ressecção           28        45

  Laparotomia ou       4         6
  biópsia
  Alcoolização         1        1,6

  Embolização         19        30

  QT / RXT            10        16

  TOTAL               62        100
Segundo Tratamento

          Tratamento          Frequência

     Ressecção                    2

     Laparotomia ou biópsia       0

     Alcoolização                 1

     Embolização                  7

     QT / RXT                     3

     TOTAL                       13
Terceiro Tratamento

         Tratamento          Frequência

    Ressecção                    0

    Laparotomia ou biópsia       0

    Alcoolização                 1

    Embolização                  1

    QT / RXT                     2

    TOTAL                        4
Resultados

 Variáveis significativas para a sobrevida :

   Aumento do perímetro abdominal              (p 0,03)
   Hepatite C                                  (p 0,02)
   Ausência de tratamento                      (p 0,00)
   Tipo de tratamento                          (p 0,00)
   Idade                                       (p 0,02)
   Valor da alfa-fetoproteina                  (p 0,00)
PX %                      TÁBUA DE SOBREVIDA
0,35
          0,31
 0,3

0,25
                    0,22

 0,2
                             0,15
0,15
                                      0,11

 0,1
                                              0,06        0,06    0,06    0,06
                                                                                 0,05     0,05
0,05
                                                                                                  0,01

  0
        0-10     11-20     21-30    31-40    41-50    51-60      61-70   71-80   81-90   91-100   >100   TEMPO
                                                                                                         (MESES)
                                                     Px
COM TRATAMENTO/SEM TRATAMENTO
 Px
0,8

       0,68
0,7


0,6
                 0,48
0,5
                         0,42     0,42
0,4     0,36
                                           0,33
                                                   0,28
0,3
                                                           0,22
                 0,17                                              0,18
0,2                       0,13
                                   0,1                                     0,12    0,12
0,1                                                                                       0,04
                                            0,02
 0
      0-6      7-12     13-18    19-24   25-30    31-36   37-42   43-48   49-54   55-60   >60    meses

                           COM TRATAMENTO                 SEM TRATAMENTO
CIRURGIA/OUTROS
  Px                            TRATAMENTOS
0,9
         0,77
0,8
                      0,7
0,7
                              0,58
                                        0,58
0,6          0,6
                                                0,46      0,46
0,5
                                                                    0,39      0,39      0,39    0,39
0,4                                     0,3
                      0,3      0,3
0,3                                               0,22
0,2                                                                                                       0,13
                                                            0,13
                                                                      0,08
0,1                                                                              0,04

 0
       0-6         7-12     13-18    19-24     25-30     31-36     37-42     43-48   49-54     55-60     >60

                                     CIRURGIA             OUTROS TRATAMENTOS                           meses
Conclusão
 O estudo identificou que o grupo de pacientes que chega
  ao INCA com CHC é composto, em sua maioria, de
  homens brancos na 5ª década de vida, com história de
  tabagismo, alcoolismo, cirrose (> 40%), com inapetência
  e dor abdominal, em estadio avançado de doença, com
  grandes e múltiplos nódulos e alfafetoproteina muito
  aumentada.


 O fato das hepatites terem sido um achado menos
  presente (20%) pode dever-se à natureza retrospectiva
  do estudo. Foi relevante a constatação de que a infecção
  por HCV foi identificada como fator prognóstico de
  óbito.
Conclusão
 Foi o avançado estadio de doença e suas repercussões clínicas que
   furtaram a maioria dos pacientes de receber algum tipo de
   tratamento.

 Alfafetoproteina acima de 400 mostrou-se um fator de mau
   prognóstico.

 A cirurgia foi a forma de tratamento mais eficaz, com taxa de
   sobrevida de 39% em cinco anos, mas sem garantia de cura.

 O CHC é uma doença de alta mortalidade e é necessário que sejam
   desenvolvidos programas de prevenção e detecção precoce nas
   populações de risco.
www.cirurgiaonline.com.br
MUITO OBRIGADO !
carloseduardo@cirurgiaonline.com.br
 (21) 9132-7752 ou (21) 2103-1500

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Abordagem multidisciplinar do hepatocarcinoma

  • 1. Cirurgião Oncológico do Instituto Nacional de Câncer Editor chefe da revista eletrônica de Cirurgia www.cirurgiaonline.com.br, Doutor em Oncologia pelo Instituto Nacional de Câncer ( INCA ) Membro Fundador e Presidente eleito para o biênio 2012-2013 do Capítulo Brasileiro da International Hepato Pancreato Biliary Association ( CB-IHPBA )
  • 3. Hepatocarcinoma  Associado a Cirrose – 50% a 80%, Hep B e C, Hemocromatose, esquistisomose, alcoolica, anafilatoxinas e solventes organofosforados  2 M => F, > 50 anos  Cirróticos – 5% => hepatocarcinoma Desanimadora – Sorafenibe (2 meses)  QT Sem sobrevida a longo prazo Sem resposta sustentada
  • 4. Avaliação Clínica  Anamnese - Cirrose B ou C  Exame físico - Massa, icterícia, queda do estado geral  10-15% ruptura espontânea  Sínd. Paraneoplásica - Cushing  Provas Função Hepática (Child)  AFP Aumentada 70-90%  Verde Indocianina (<10% / 15 min.)  Relação volumétrica - TC ou RNM
  • 5. Patologia  Único ou múltiplo  Invasão local – diafragma, vasos e órgãos adjacentes  Metástases ao pulmão
  • 6. Cirrose Assintomático Sintomático Screening Diagnóstico U-som + Alfa feto (s/n) CT Helicoidal RNM (s/n) CT Lipiodol Dúvida: Biópsia (s/n) Implante 0,009% Cirurgia
  • 7. Hepatocarcinoma e Cirrose Conduta Ressecável Irressecável Cirurgia Quimioembolização Transplante Alcoolização Crioterapia
  • 8. Ressecção  Requer boa função hepática (Child A)  Até 4 segmentos  Se recidivar:  Ablação  Re-ressecção  Transplante de resgate
  • 9. Cirrose e Hepatocarcinoma Sobrevida – 5 anos  Cirrose: 65% a 84%  Hepatocarcinoma ressecável: 25% a 65%  Hepatocarcinoma irressecável: 0% a 11%  Mortalidade operatória 20 a 60%
  • 10. Sobrevida com a Ressecção Sobrevida 5 Autor Tamanho n Morb. Mort. anos Paquet 98 < 5 cm 30 20% 13,3% 50% Fong 99 < 5 cm 38 45% 4,5% 57% > 10 cm 110 - - 32% Hafström 98 2 a 20 cm 64 - 11% 12%
  • 11. Volumoso Tumor do Lobo Direito
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 18. Sobrevida - 5 anos com o Transplante < 3cm 70% * 3 a 5 cm 41% > 5 cm 35% 1 nódulo 68% 2 a 3 nódulos 55% > 3 nódulos 42% * Relatada em séries orientais com alcoolização
  • 19. Contras do Transplante  Pouca disponibilidade de órgãos  Dificuldades institucionais  Fila longa  Morbi-Mortalidade maior  Replicação 100% - HCV  “Segunda Doença” Interferon Ribavirina Ciclosporina Corticóide  Recidiva
  • 20. Prós do Transplante  Grande vantagem do duplo tratamento  Morbi/Mortalidade baixas em centros com grande experiência  Bom índice de cura e sobrevida nos casos bem selecionados
  • 21. Gugenheim J et al Gastroenterol Clin Bio 1997, 21 (8-9):590-5 Ressecção x Transplante – 5 anos n = 34 x 30 Sobrevida = 13% x 32% Recidiva = 92% x 40% < 5 cm = 17% x 0%
  • 22. Conclusão  Ressecção  Transplante  A, B, C  Child A NØ MØ  TNM  3 nódulos 3 cm  Tamanho  1 nódulo 5 cm  Número  Sem invasão vascular
  • 23. Objetivos a Longo Prazo  Prevenção (vacinas Hep B, controle de grãos)  Detecção precoce – populações de risco  Conscientização médica e da população  Viabilização dos transplantes  Novas terapias anti-virais e anti-tumorais  Referenciamento para Centros especializados (diagnóstico / ablação / ressecção / transplante)
  • 24. Experiência do INCA Metodologia  Estudo retrospectivo de revisão de prontuários  Período : 03/1990 a 12/2005  155 pacientes matriculados  Critérios diagnósticos :  Laudo histopatológico  Nódulo hepático e alfafetoproteina >400
  • 25. Resultados  n : 155  Média de idade : 55,6 anos (12 a 83 anos)  91 homens e 64 mulheres  Cor :  102 brancos (65,8%)  32 pardos (20,6%)  21 negros (13,5%)
  • 26. Resultados  Hepatites Tipo Frequência % A 1 3,3 B 12 40,0 C 11 36,7 Indeterminado 6 20 TOTAL 30 100
  • 27. Resultados  Alcoolismo 41,3%  Cirrose 40,0%  Hístória familiar de câncer 22,7%  Dor abdominal 59,4%  Anorexia 83,2%  Aumento do perímetro abdominal 29,0%  Tratamento prévio para o tumor 6,5%
  • 28. Resultados  Alfa-fetoproteina :  Dosável em 102 pacientes  Variação 0,6 a 724.000  Média 36.013  Mediana 232  Sobrevida Média (n=50>400) 304 dias  Sobrevida Média (n=52<400) 964 dias
  • 29.  Estadiamento Estadio Frequência % I 5 3,6 II 43 31,3 IIIa 25 18,2 IIIb 8 5,8 IIIc 4 2,9 IVa 29 21,2 IVb 13 9,5 Indeterminado 10 7,3 TOTAL 137 100
  • 30. Resultados  Número de nódulos Número Frequência % 1 77 53,8 2 18 12,6 3 1 0,7 Múltiplos 47 32,9 Total 143 100
  • 31. Resultados  Tamanho do tumor :  Média 10,33 cm  Mediana 10 cm (1 a 39 cm)  Tratados após a matrícula 41,8%
  • 32. Tipos de Tratamento Tratamento Frequência % Ressecção 28 45 Laparotomia ou 4 6 biópsia Alcoolização 1 1,6 Embolização 19 30 QT / RXT 10 16 TOTAL 62 100
  • 33. Segundo Tratamento Tratamento Frequência Ressecção 2 Laparotomia ou biópsia 0 Alcoolização 1 Embolização 7 QT / RXT 3 TOTAL 13
  • 34. Terceiro Tratamento Tratamento Frequência Ressecção 0 Laparotomia ou biópsia 0 Alcoolização 1 Embolização 1 QT / RXT 2 TOTAL 4
  • 35. Resultados  Variáveis significativas para a sobrevida :  Aumento do perímetro abdominal (p 0,03)  Hepatite C (p 0,02)  Ausência de tratamento (p 0,00)  Tipo de tratamento (p 0,00)  Idade (p 0,02)  Valor da alfa-fetoproteina (p 0,00)
  • 36. PX % TÁBUA DE SOBREVIDA 0,35 0,31 0,3 0,25 0,22 0,2 0,15 0,15 0,11 0,1 0,06 0,06 0,06 0,06 0,05 0,05 0,05 0,01 0 0-10 11-20 21-30 31-40 41-50 51-60 61-70 71-80 81-90 91-100 >100 TEMPO (MESES) Px
  • 37. COM TRATAMENTO/SEM TRATAMENTO Px 0,8 0,68 0,7 0,6 0,48 0,5 0,42 0,42 0,4 0,36 0,33 0,28 0,3 0,22 0,17 0,18 0,2 0,13 0,1 0,12 0,12 0,1 0,04 0,02 0 0-6 7-12 13-18 19-24 25-30 31-36 37-42 43-48 49-54 55-60 >60 meses COM TRATAMENTO SEM TRATAMENTO
  • 38. CIRURGIA/OUTROS Px TRATAMENTOS 0,9 0,77 0,8 0,7 0,7 0,58 0,58 0,6 0,6 0,46 0,46 0,5 0,39 0,39 0,39 0,39 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,22 0,2 0,13 0,13 0,08 0,1 0,04 0 0-6 7-12 13-18 19-24 25-30 31-36 37-42 43-48 49-54 55-60 >60 CIRURGIA OUTROS TRATAMENTOS meses
  • 39. Conclusão  O estudo identificou que o grupo de pacientes que chega ao INCA com CHC é composto, em sua maioria, de homens brancos na 5ª década de vida, com história de tabagismo, alcoolismo, cirrose (> 40%), com inapetência e dor abdominal, em estadio avançado de doença, com grandes e múltiplos nódulos e alfafetoproteina muito aumentada.  O fato das hepatites terem sido um achado menos presente (20%) pode dever-se à natureza retrospectiva do estudo. Foi relevante a constatação de que a infecção por HCV foi identificada como fator prognóstico de óbito.
  • 40. Conclusão  Foi o avançado estadio de doença e suas repercussões clínicas que furtaram a maioria dos pacientes de receber algum tipo de tratamento.  Alfafetoproteina acima de 400 mostrou-se um fator de mau prognóstico.  A cirurgia foi a forma de tratamento mais eficaz, com taxa de sobrevida de 39% em cinco anos, mas sem garantia de cura.  O CHC é uma doença de alta mortalidade e é necessário que sejam desenvolvidos programas de prevenção e detecção precoce nas populações de risco.
  • 42.
  • 43. MUITO OBRIGADO ! carloseduardo@cirurgiaonline.com.br (21) 9132-7752 ou (21) 2103-1500