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A surdez: um olhar sobre as diferenças
O fato de que a educação dos surdos não se atualize em sua discussão educativa pode revelar a
presença de um sentido comum que estabelece uma cadeia de significados obrigatórios, como a
seguinte: surdos – deficientes auditivos – outros deficientes – educação especial – reeducação –
normalização – integração. Paralelamente a essa continuidade de significados, surge também um
conjunto de contrastes binários, que são típicos deste território educacional. Isto é, a pedagogia para
surdos se constrói, implícita ou explicitamente, a partir das oposições normalidade/anormalidade,
saúde/patologia, ouvinte/surdo, maioria/minoria, oralidade/gestualidade, etc.(pg 8)
Por todas essas razões, uma nova perspectiva não deveria contentar-se simplesmente com a denúncia
do fracasso na sua raiz quantitativa e na sua dimensão escolar, nem trabalhar somente sobre os
mecanismos possíveis para remediá-lo dentro de uma mesma lógica discursiva. Deveria, sim, desnudar
as implicações maisdolorosasqueessefracasso gerou na construção das identidades dos surdos,na sua
cidadania, no mundo do trabalho, na linguagem, etc. Deveria, sim, duvidar dos poderes e dos saberes,
arraigadosna práticaeducacional,queainda reproduzem e sustentam o fracasso,ao considerá-lo como
um mal necessário no objetivo da naturalização dos surdos em ouvintes. (pg 9)
Dificuldades
Skliar (op. cit.) refere-se às práticas oralistas como fazendo parte de uma
ideologia que denomina ouvintismo. Segundo ele (p. 15), o ouvintismo
"trata-se de um conjunto de representações dos ouvintes, a partir do qual o
surdo está obrigado a olhar-se e a narrar-se como se fosse ouvinte".
A falta de compreensão e de produção dos significados da língua oral, o analfabetismo
massivo, a mínima proporção de surdos que têm acesso a estudos de ensino superior, a falta
de qualificação profissional para trabalho, etc., foram e são motivos para três tipos de
justificações impróprias sobre o fracasso na educação dos surdos. Em primeiro lugar, está
atribuído aos surdos o fracasso [...] Em segundo lugar, está a culpabilização aos professores
ouvintes por este fracasso. E, em terceiro lugar, está a localização do fracasso nas limitações
dos métodos de ensino. (pg 18)
segundo Skliar (2005) a falta de compreensão, professores e ainda as limitações nos métodos
de ensino são limitados. Mas, o que realmente fracassou a educação dos surdos foram as
representações ouvintistas acerca do que é o sujeito surdo. Existe ainda, um conjunto de
variáveis nos mecanismos históricos, políticos, regionais e culturais específicos que, intervém
na construção de um projeto político pedagógico para os surdos, a partir daí é possível
entender o fracasso da educação dos surdos. Diante disso, os surdos não são catalogados
apenas como não ouvintes, mas com autistas, psicóticos, deficientes mentais, afásicos e
esquizofrênicos, porém, estes estereótipos não podem ser considerados como inocentes, pois
contêm formas opressivas, que permitem um controle social. Acredito que, essa
responsabilidade não é apenas do governo, mas também dos pais que às vezes não aceitam a
condição do filho e consequentemente acabam praticando os costumes ouvintistas ou não
recebem orientações adequadas e indiretamente acabam impedindo o desenvolvimento do
filho, vez que, eles são os principais intermediários da integração ou inclusão de seus filhos na
comunidade.

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  • 1. A surdez: um olhar sobre as diferenças O fato de que a educação dos surdos não se atualize em sua discussão educativa pode revelar a presença de um sentido comum que estabelece uma cadeia de significados obrigatórios, como a seguinte: surdos – deficientes auditivos – outros deficientes – educação especial – reeducação – normalização – integração. Paralelamente a essa continuidade de significados, surge também um conjunto de contrastes binários, que são típicos deste território educacional. Isto é, a pedagogia para surdos se constrói, implícita ou explicitamente, a partir das oposições normalidade/anormalidade, saúde/patologia, ouvinte/surdo, maioria/minoria, oralidade/gestualidade, etc.(pg 8) Por todas essas razões, uma nova perspectiva não deveria contentar-se simplesmente com a denúncia do fracasso na sua raiz quantitativa e na sua dimensão escolar, nem trabalhar somente sobre os mecanismos possíveis para remediá-lo dentro de uma mesma lógica discursiva. Deveria, sim, desnudar as implicações maisdolorosasqueessefracasso gerou na construção das identidades dos surdos,na sua cidadania, no mundo do trabalho, na linguagem, etc. Deveria, sim, duvidar dos poderes e dos saberes, arraigadosna práticaeducacional,queainda reproduzem e sustentam o fracasso,ao considerá-lo como um mal necessário no objetivo da naturalização dos surdos em ouvintes. (pg 9) Dificuldades Skliar (op. cit.) refere-se às práticas oralistas como fazendo parte de uma ideologia que denomina ouvintismo. Segundo ele (p. 15), o ouvintismo "trata-se de um conjunto de representações dos ouvintes, a partir do qual o surdo está obrigado a olhar-se e a narrar-se como se fosse ouvinte". A falta de compreensão e de produção dos significados da língua oral, o analfabetismo massivo, a mínima proporção de surdos que têm acesso a estudos de ensino superior, a falta de qualificação profissional para trabalho, etc., foram e são motivos para três tipos de justificações impróprias sobre o fracasso na educação dos surdos. Em primeiro lugar, está atribuído aos surdos o fracasso [...] Em segundo lugar, está a culpabilização aos professores ouvintes por este fracasso. E, em terceiro lugar, está a localização do fracasso nas limitações dos métodos de ensino. (pg 18) segundo Skliar (2005) a falta de compreensão, professores e ainda as limitações nos métodos de ensino são limitados. Mas, o que realmente fracassou a educação dos surdos foram as representações ouvintistas acerca do que é o sujeito surdo. Existe ainda, um conjunto de variáveis nos mecanismos históricos, políticos, regionais e culturais específicos que, intervém na construção de um projeto político pedagógico para os surdos, a partir daí é possível entender o fracasso da educação dos surdos. Diante disso, os surdos não são catalogados apenas como não ouvintes, mas com autistas, psicóticos, deficientes mentais, afásicos e esquizofrênicos, porém, estes estereótipos não podem ser considerados como inocentes, pois contêm formas opressivas, que permitem um controle social. Acredito que, essa responsabilidade não é apenas do governo, mas também dos pais que às vezes não aceitam a condição do filho e consequentemente acabam praticando os costumes ouvintistas ou não recebem orientações adequadas e indiretamente acabam impedindo o desenvolvimento do filho, vez que, eles são os principais intermediários da integração ou inclusão de seus filhos na comunidade.