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A Máquina do Mundo
                     A intertextualidade e o discurso filosófico no poema
                      de Marcos Siscar e Carlos Drummond de Andrade



1. Introdução
Os diversos poemas dedicados ao título “A Máquina do Mundo” constituem o discurso objeto da
presente análise. A intertextualidade dá-se entre os poemas “Eneida”, de Virgílio, “A Divina
Comédia”, de Dante Alighieri, “Os Lusíadas”, de Camões, “A Máquina do Mundo”, de Drummond, “A
Máquina do Mundo Repensada”, de Haroldo de Campos e “A Máquina do Mundo”, de Siscar.

Analisaremos a formação discursiva presente no poema “A Máquina do Mundo”, de Drummond, e a
intertextualidade interna, aquela na qual um discurso se define por sua relação com discursos do
mesmo campo (Brandão, 1995), bem como a relação de dependência que o poema de Siscar estabelece
com o de Drummond.


2. Ethos
A partir do discurso presente em “A Máquina do Mundo”, chegamos ao ethos discursivo. Segundo
Maingueneau (2008):

“ - o ethos é uma noção discursiva, ele se constrói através do discurso, não é uma “imagem” do locutor
exterior a sua fala;
- o ethos é fundamentalmente um processo interativo de influência sobre o outro;
- é uma noção fundamentalmente híbrida (sócio-discursiva), um comportamento socialmente avaliado,
que não pode ser apreendido fora de uma situação de comunicação precisa, integrada ela mesma numa
determinada conjuntura sócio-histórica.”

O ethos caracterizado no poema é científico, segundo Mangueneau, apud Brunelli (2008, p. 133) são
“as características do sujeito-enunciador reveladas pelo próprio modo como esse sujeito enuncia e não
as que, porventura, ele mesmo atribua a si”.

O discurso de “A Máquina do Mundo” começa a ser formado primeiramente no poema de Camões, no
canto X, estrofe 80, quando a deusa Tétis guia Vasco da Gama rumo ao conhecimento, ao Saber:

“Vês aqui a grande Máquina do Mundo,
etérea e elemental, que fabricada
assim foi do Saber, alto e profundo,
que é sem princípio e meta limitada.
Quem cerca em derredor este rotundo
globo e sua superfície tão limada,
é Deus: mas o que é Deus ninguém o entende,
que a tanto o engenho humano não se estende”
O saber é escrito com inicial maiúscula por estar no lugar de Deus. Os termos “etérea e elemental”
dizem respeito aos elementos constitutivos do Universo, “terra, ar, água e fogo”, o “elemental”; e a
outra parte, a não-elemental, seria formada de “éter”, a “etérea”. O ethos é o conhecimento divino,
onisciente, e “A Máquina do Mundo” é, portanto, um elemento fantástico para a aquisição do
conhecimento.


3. Drummond & Siscar
O elemento fantástico é mantido no poema de Drummond, no qual o sujeito poético está em
movimento, caminhando entre pedras, mas, diferente de Vasco da Gama, não possui um guia e segue
sozinho. “A Máquina do Mundo”, aparecendo, se realiza como oferta de conhecimento, e, no entanto, é
rejeitada pelo sujeito poético.

“A Máquina do Mundo”, para o sujeito poético do poema de Siscar, é uma abstração, não possui
existência concreta. A referência ao poema de Drummond está presente apenas no título, e, sem a
intertextualidade, o poema perderia a força literária. Para a leitura do poema de Siscar, é preciso
conhecer o poema de Drummond, essa dependência amplia a extensão do poema siscariano: de nove
versos, passa para nove versos mais as trinta e duas estrofes do poema do Drummond.

Há uma irônia no poema de Siscar, esta dá-se ao atribuir a força e poder extra-humano, presentes no
poema de Drummond, ao rio, passivo e indiferente. A voz poética, em Siscar, zomba da crença além
mundo, não está em movimento e apenas contempla o rio, este, ocupando o lugar da máquina, nada
oferece, muito embora o sujeito poética anseie.

A subjetividade é bem marcada no poema de Drummond, em várias passagens: “E como eu
palmilhasse vagamente”/ “se misturasse ao som de meus sapatos”/ “e de meu próprio ser
desenganado”/ “assim me disse”/ ““O que procuraste em ti ou fora de/ teu ser restrito e nunca se
mostrou,/ (...) olha, repara, ausculta”/ “que nem concebes mais, pois tão esquivo”/ “em que te
consumiste... vê, contempla,/ abre teu peito para agasalhá-lo.””/ “e me chamou para seu reino augusto,/
afinal submetido à vista humana.”/ “Mas, como eu relutasse em responder”/ “que vou pelos caminhos
demonstrando”/ “passasse a comandar minha vontade”/ “baixei os olhos, incurioso, lasso”/ “que se
abria gratuita a meu engenho.”/ “enquanto eu, avaliando o que perdera,/ seguia vagaroso, de mãos
pensas.”

No poema de Siscar a subjetividade aparece raramente, no início e no final do poema, e, ainda assim,
na forma plural, que é uma marca de impessoalidade usada nos textos científicos: “do rio só se sabe
que nos cerca”/ “do rio só se sabe do alto que nos fixa”.


4. O discurso filosófico
Em ambos os poemas, a filosofia aparece associada ao conhecimento científico, particularmente ao
conhecimento formal adquirido no meio acadêmico: em Siscar (2003) a marca do científico está nas
linhas cinco e seis, no “astrolábio primitivo”, instrumento antigo usado para medir a altura dos astros, e
também no “horizonte esquadrinhado em graus”, como, por exemplo, na marca dos fusos horários.
Esse trabalho de medição indica a intervenção do homem na natureza, e, por metonímia, as descobertas
científicas a respeito do mundo nas diferentes áreas do conhecimento. Representa o conhecimento por
meio do trabalho de pesquisa.

Em Drummond, a referência ao científico está na última linha da estrofe 12, até o final da estrofe 16, na
forma de discurso direto, proferido pela “Máquina do Mundo”:
“O que procuraste em ti ou fora de

teu ser restrito e nunca se mostrou,
mesmo afetando dar-se ou se rendendo,
e a cada instante mais se retraindo,

olha, repara, ausculta: essa riqueza
sobrante a toda pérola, essa ciência
sublime e formidável, mas hermética,

essa total explicação da vida,
esse nexo primeiro e singular,
que nem concebes mais, pois tão esquivo

se revelou ante a pesquisa ardente
em que te consumiste... vê, contempla,
abre teu peito para agasalhá-lo.”

O conhecimento é adquirido mediante pesquisa e, “O que procuraste em ti ou fora de/ teu ser restrito e
nunca se mostrou”, é o objeto da pesquisa, agora ofertado pela “Máquina do Mundo”. A referência ao
meio acadêmico aparece na forma de crítica: “(...) essa ciência/ sublime e formidável, mas hermética”,
referindo-se ao meio restrito no qual o conhecimento científico circula, ou seja, o que é produzido pela
academia tende a permanecer na academia - o conhecimento não é compartilhado, não é de todos. Mais
adiante: “pois tão esquivo/ se revelou ante a pesquisa ardente/ em que te consumiste...”, refere-se
explicitamente à busca do conhecimento e a “Máquina do Mundo” aparece à voz poética como um
atalho a esse conhecimento, como uma resposta ao pesquisador já cansado da busca.


5. A sabedoria do não saber
A sabedoria do “não saber” acompanha o pensamento filosófico desde a Grécia antiga. Em “Apologia
de Sócrates”, a história do julgamento e condenação de Sócrates por, segundo Platão, ter-se “(...)
ocupado de assuntos que não eram de sua alçada, investigando o que existe embaixo da terra e no céu,
procurando transformar a mentira em verdade e ensinando-a as pessoas” (Platão, 2004, p. 66).
Transcrevemos a passagem em que Platão descreve as palavras de Sócrates:


               “A verdade, porém, é outra, ó atenienses: quem sabe é apenas o deus, e ele quer dizer, por intermédio de
               seu oráculo, que muito pouco ou nada vale a sabedoria do homem, e, ao afirmar que Sócrates é sábio, não
               se refere propriamente a mim, Sócrates, mas só usa meu nome como exemplo, como se tivesse dito: „Ó
               homens, é muito sábio entre vós aquele que, igualmente a Sócrates, tenha admitido que sua sabedoria não
               possui valor algum‟. E por esta razão que ainda hoje procuro e investigo, de acordo com a palavra do
               deus, se existe alguém entre os atenienses ou estrangeiros que possa ser considerado sábio e, como acho
               que nínguém o seja, venho em ajuda ao deus provando que não há sábio algum.” (Platão, 2004, p. 73)



Com o poema “A Máquina do Mundo”, ao recusar o conhecimento, o poeta Drummond questiona o
valor da ciência e da produção intelectual como um todo. Tempos depos da publicação deste poema, o
mesmo questionamento torna-se explicito, em entrevista do poeta Drummond publicada no livro
“Tempo, vida, poesia”:
“(...) os poemas, os quadros, as esculturas, os nobres edifícios não evitaram nem atenuaram a barbárie
               extrema de certas épocas, e a brutaidade habitual nos choques de interesses em qualquer época, e até às
               vezes extraíram sua seiva de crueldade desses fenômenos. E isso me dá a sensação incorfortável da
               inutilidade vaidosa do ato de escrever.” (Drummond, 1987, p. 126)



O ato de pensar, de entender a vida, não substitui o ato de viver, de estar na vida. O conhecimento não
satisfaz o inconsciente e buscar o conhecimento talvez seja mais gratificante que encontrá-lo - coisa
que encerraria a busca. O filósofo Nietzsche faz uma reflexão a respeito de sua filosofia, confessando à
irmã, por carta:


               “A contradição de minha existência está em que tudo o que eu, como filósofo radical, necessito de modo
               radical – estar livre de profissão, de mulher e filhos, de amigos, da sociedade, da pátria, da fé, estar livre
               quase de amor e ódio – é também o que sinto como outras privações, pois felizmente sou um ser vivo, e
               não um aparelho de abstrações.” Nietzsche (2001, p. 13).



Ao filósofo Nietzsche não basta conhecer as razões das ações humanas, é também preciso, como ser
humano, praticar tais ações, inclusive com os erros: “(...) a vida não é excogitação da moral: ela quer
ilusão, vive da ilusão...” Nietzsche (2002, p. 8).

O que nos é desconhecido, inconsciente, tem tanto valor quanto o conhecido, consciente, e a voz
poética no poema de Drummond entende isso e propõe que certos sentimentos profundos acerca de si
mesmo, ficam melhores onde estão - no inconsciente.


6. Conclusão
O discurso presente em ambos os poemas celebra a vida presente, sem qualquer ilusão de plenitude,
perfeição, ou idealização. Em Siscar, entendemos não ser possível ao ser humano, algo extra-humano
alcançado sem esforço, sem trabalho. A voz poética diante do rio é irônica quanto a uma possível
aquisição fácil, sem trabalho; em Drummond, a voz poética nega o conhecimento por saber que o
inconsciente, o não conhecido, é tão ou mais importante que qualquer possível conhecimento.

A literatura e, por extensão as artes, nos toca e ganha sentido justamente porque somos incompletos e
falhos. Não precisaríamos da literatura caso compreendêssemos todos os fenômenos da vida, caso
estivéssemos acima da literatura. É nossa visão limitada que faz interessante o texto, em especial o
texto capaz de levar nossa visão, nosso entendimento de mundo, mais além.
Referência Bibliográfica:

ANDRADE, Carlos Drummond de. A máquina do mundo. In: Antologia poética, p. 281. Rio de
Janeiro: Record, 2002.

______________________________. Tempo, vida, poesia. Rio de Janeiro: Record, 1987.

BRANDÃO, Helena Hathsue Nagamine. Introdução à análise do discurso. Campinas: Unicamp, 1995.

BRUNELLI, Anna Flora. Confiança e otimismo: intersecções entre o ethos do discurso de auto-ajuda
e o do discurso da Amway. In: Ethos discursivo. Motta, Ana Raquel e Salgado, Luciana (orgs.). São
Paulo: Contexto, 2008, pp. 133-148.

MAINGUENEAU, Dominique. A noção de ethos discursivo. In: Ethos discursivo. Motta, Ana Raquel
e Salgado, Luciana (orgs.). São Paulo: Contexto, 2008, pp. 9-29.

NIETZSCHE, Friedrich W. Ecce homo: como alguém se torna o que é. Tradução de Paulo César de
Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

______________________. Humano, demasiado humano. Tradução de Paulo César de Souza. São
Paulo: Companhia das Letras, 2002.

PLATÃO. Apologia de Sócrates. In: Os Pensadores, p. 73. São Paulo: Nova Cultural, 2004.

SISCAR, Marcos. A máquina do mundo. In: Metade da arte, p. 163. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.




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  • 1. A Máquina do Mundo A intertextualidade e o discurso filosófico no poema de Marcos Siscar e Carlos Drummond de Andrade 1. Introdução Os diversos poemas dedicados ao título “A Máquina do Mundo” constituem o discurso objeto da presente análise. A intertextualidade dá-se entre os poemas “Eneida”, de Virgílio, “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, “Os Lusíadas”, de Camões, “A Máquina do Mundo”, de Drummond, “A Máquina do Mundo Repensada”, de Haroldo de Campos e “A Máquina do Mundo”, de Siscar. Analisaremos a formação discursiva presente no poema “A Máquina do Mundo”, de Drummond, e a intertextualidade interna, aquela na qual um discurso se define por sua relação com discursos do mesmo campo (Brandão, 1995), bem como a relação de dependência que o poema de Siscar estabelece com o de Drummond. 2. Ethos A partir do discurso presente em “A Máquina do Mundo”, chegamos ao ethos discursivo. Segundo Maingueneau (2008): “ - o ethos é uma noção discursiva, ele se constrói através do discurso, não é uma “imagem” do locutor exterior a sua fala; - o ethos é fundamentalmente um processo interativo de influência sobre o outro; - é uma noção fundamentalmente híbrida (sócio-discursiva), um comportamento socialmente avaliado, que não pode ser apreendido fora de uma situação de comunicação precisa, integrada ela mesma numa determinada conjuntura sócio-histórica.” O ethos caracterizado no poema é científico, segundo Mangueneau, apud Brunelli (2008, p. 133) são “as características do sujeito-enunciador reveladas pelo próprio modo como esse sujeito enuncia e não as que, porventura, ele mesmo atribua a si”. O discurso de “A Máquina do Mundo” começa a ser formado primeiramente no poema de Camões, no canto X, estrofe 80, quando a deusa Tétis guia Vasco da Gama rumo ao conhecimento, ao Saber: “Vês aqui a grande Máquina do Mundo, etérea e elemental, que fabricada assim foi do Saber, alto e profundo, que é sem princípio e meta limitada. Quem cerca em derredor este rotundo globo e sua superfície tão limada, é Deus: mas o que é Deus ninguém o entende, que a tanto o engenho humano não se estende”
  • 2. O saber é escrito com inicial maiúscula por estar no lugar de Deus. Os termos “etérea e elemental” dizem respeito aos elementos constitutivos do Universo, “terra, ar, água e fogo”, o “elemental”; e a outra parte, a não-elemental, seria formada de “éter”, a “etérea”. O ethos é o conhecimento divino, onisciente, e “A Máquina do Mundo” é, portanto, um elemento fantástico para a aquisição do conhecimento. 3. Drummond & Siscar O elemento fantástico é mantido no poema de Drummond, no qual o sujeito poético está em movimento, caminhando entre pedras, mas, diferente de Vasco da Gama, não possui um guia e segue sozinho. “A Máquina do Mundo”, aparecendo, se realiza como oferta de conhecimento, e, no entanto, é rejeitada pelo sujeito poético. “A Máquina do Mundo”, para o sujeito poético do poema de Siscar, é uma abstração, não possui existência concreta. A referência ao poema de Drummond está presente apenas no título, e, sem a intertextualidade, o poema perderia a força literária. Para a leitura do poema de Siscar, é preciso conhecer o poema de Drummond, essa dependência amplia a extensão do poema siscariano: de nove versos, passa para nove versos mais as trinta e duas estrofes do poema do Drummond. Há uma irônia no poema de Siscar, esta dá-se ao atribuir a força e poder extra-humano, presentes no poema de Drummond, ao rio, passivo e indiferente. A voz poética, em Siscar, zomba da crença além mundo, não está em movimento e apenas contempla o rio, este, ocupando o lugar da máquina, nada oferece, muito embora o sujeito poética anseie. A subjetividade é bem marcada no poema de Drummond, em várias passagens: “E como eu palmilhasse vagamente”/ “se misturasse ao som de meus sapatos”/ “e de meu próprio ser desenganado”/ “assim me disse”/ ““O que procuraste em ti ou fora de/ teu ser restrito e nunca se mostrou,/ (...) olha, repara, ausculta”/ “que nem concebes mais, pois tão esquivo”/ “em que te consumiste... vê, contempla,/ abre teu peito para agasalhá-lo.””/ “e me chamou para seu reino augusto,/ afinal submetido à vista humana.”/ “Mas, como eu relutasse em responder”/ “que vou pelos caminhos demonstrando”/ “passasse a comandar minha vontade”/ “baixei os olhos, incurioso, lasso”/ “que se abria gratuita a meu engenho.”/ “enquanto eu, avaliando o que perdera,/ seguia vagaroso, de mãos pensas.” No poema de Siscar a subjetividade aparece raramente, no início e no final do poema, e, ainda assim, na forma plural, que é uma marca de impessoalidade usada nos textos científicos: “do rio só se sabe que nos cerca”/ “do rio só se sabe do alto que nos fixa”. 4. O discurso filosófico Em ambos os poemas, a filosofia aparece associada ao conhecimento científico, particularmente ao conhecimento formal adquirido no meio acadêmico: em Siscar (2003) a marca do científico está nas linhas cinco e seis, no “astrolábio primitivo”, instrumento antigo usado para medir a altura dos astros, e também no “horizonte esquadrinhado em graus”, como, por exemplo, na marca dos fusos horários. Esse trabalho de medição indica a intervenção do homem na natureza, e, por metonímia, as descobertas científicas a respeito do mundo nas diferentes áreas do conhecimento. Representa o conhecimento por meio do trabalho de pesquisa. Em Drummond, a referência ao científico está na última linha da estrofe 12, até o final da estrofe 16, na forma de discurso direto, proferido pela “Máquina do Mundo”:
  • 3. “O que procuraste em ti ou fora de teu ser restrito e nunca se mostrou, mesmo afetando dar-se ou se rendendo, e a cada instante mais se retraindo, olha, repara, ausculta: essa riqueza sobrante a toda pérola, essa ciência sublime e formidável, mas hermética, essa total explicação da vida, esse nexo primeiro e singular, que nem concebes mais, pois tão esquivo se revelou ante a pesquisa ardente em que te consumiste... vê, contempla, abre teu peito para agasalhá-lo.” O conhecimento é adquirido mediante pesquisa e, “O que procuraste em ti ou fora de/ teu ser restrito e nunca se mostrou”, é o objeto da pesquisa, agora ofertado pela “Máquina do Mundo”. A referência ao meio acadêmico aparece na forma de crítica: “(...) essa ciência/ sublime e formidável, mas hermética”, referindo-se ao meio restrito no qual o conhecimento científico circula, ou seja, o que é produzido pela academia tende a permanecer na academia - o conhecimento não é compartilhado, não é de todos. Mais adiante: “pois tão esquivo/ se revelou ante a pesquisa ardente/ em que te consumiste...”, refere-se explicitamente à busca do conhecimento e a “Máquina do Mundo” aparece à voz poética como um atalho a esse conhecimento, como uma resposta ao pesquisador já cansado da busca. 5. A sabedoria do não saber A sabedoria do “não saber” acompanha o pensamento filosófico desde a Grécia antiga. Em “Apologia de Sócrates”, a história do julgamento e condenação de Sócrates por, segundo Platão, ter-se “(...) ocupado de assuntos que não eram de sua alçada, investigando o que existe embaixo da terra e no céu, procurando transformar a mentira em verdade e ensinando-a as pessoas” (Platão, 2004, p. 66). Transcrevemos a passagem em que Platão descreve as palavras de Sócrates: “A verdade, porém, é outra, ó atenienses: quem sabe é apenas o deus, e ele quer dizer, por intermédio de seu oráculo, que muito pouco ou nada vale a sabedoria do homem, e, ao afirmar que Sócrates é sábio, não se refere propriamente a mim, Sócrates, mas só usa meu nome como exemplo, como se tivesse dito: „Ó homens, é muito sábio entre vós aquele que, igualmente a Sócrates, tenha admitido que sua sabedoria não possui valor algum‟. E por esta razão que ainda hoje procuro e investigo, de acordo com a palavra do deus, se existe alguém entre os atenienses ou estrangeiros que possa ser considerado sábio e, como acho que nínguém o seja, venho em ajuda ao deus provando que não há sábio algum.” (Platão, 2004, p. 73) Com o poema “A Máquina do Mundo”, ao recusar o conhecimento, o poeta Drummond questiona o valor da ciência e da produção intelectual como um todo. Tempos depos da publicação deste poema, o mesmo questionamento torna-se explicito, em entrevista do poeta Drummond publicada no livro “Tempo, vida, poesia”:
  • 4. “(...) os poemas, os quadros, as esculturas, os nobres edifícios não evitaram nem atenuaram a barbárie extrema de certas épocas, e a brutaidade habitual nos choques de interesses em qualquer época, e até às vezes extraíram sua seiva de crueldade desses fenômenos. E isso me dá a sensação incorfortável da inutilidade vaidosa do ato de escrever.” (Drummond, 1987, p. 126) O ato de pensar, de entender a vida, não substitui o ato de viver, de estar na vida. O conhecimento não satisfaz o inconsciente e buscar o conhecimento talvez seja mais gratificante que encontrá-lo - coisa que encerraria a busca. O filósofo Nietzsche faz uma reflexão a respeito de sua filosofia, confessando à irmã, por carta: “A contradição de minha existência está em que tudo o que eu, como filósofo radical, necessito de modo radical – estar livre de profissão, de mulher e filhos, de amigos, da sociedade, da pátria, da fé, estar livre quase de amor e ódio – é também o que sinto como outras privações, pois felizmente sou um ser vivo, e não um aparelho de abstrações.” Nietzsche (2001, p. 13). Ao filósofo Nietzsche não basta conhecer as razões das ações humanas, é também preciso, como ser humano, praticar tais ações, inclusive com os erros: “(...) a vida não é excogitação da moral: ela quer ilusão, vive da ilusão...” Nietzsche (2002, p. 8). O que nos é desconhecido, inconsciente, tem tanto valor quanto o conhecido, consciente, e a voz poética no poema de Drummond entende isso e propõe que certos sentimentos profundos acerca de si mesmo, ficam melhores onde estão - no inconsciente. 6. Conclusão O discurso presente em ambos os poemas celebra a vida presente, sem qualquer ilusão de plenitude, perfeição, ou idealização. Em Siscar, entendemos não ser possível ao ser humano, algo extra-humano alcançado sem esforço, sem trabalho. A voz poética diante do rio é irônica quanto a uma possível aquisição fácil, sem trabalho; em Drummond, a voz poética nega o conhecimento por saber que o inconsciente, o não conhecido, é tão ou mais importante que qualquer possível conhecimento. A literatura e, por extensão as artes, nos toca e ganha sentido justamente porque somos incompletos e falhos. Não precisaríamos da literatura caso compreendêssemos todos os fenômenos da vida, caso estivéssemos acima da literatura. É nossa visão limitada que faz interessante o texto, em especial o texto capaz de levar nossa visão, nosso entendimento de mundo, mais além.
  • 5. Referência Bibliográfica: ANDRADE, Carlos Drummond de. A máquina do mundo. In: Antologia poética, p. 281. Rio de Janeiro: Record, 2002. ______________________________. Tempo, vida, poesia. Rio de Janeiro: Record, 1987. BRANDÃO, Helena Hathsue Nagamine. Introdução à análise do discurso. Campinas: Unicamp, 1995. BRUNELLI, Anna Flora. Confiança e otimismo: intersecções entre o ethos do discurso de auto-ajuda e o do discurso da Amway. In: Ethos discursivo. Motta, Ana Raquel e Salgado, Luciana (orgs.). São Paulo: Contexto, 2008, pp. 133-148. MAINGUENEAU, Dominique. A noção de ethos discursivo. In: Ethos discursivo. Motta, Ana Raquel e Salgado, Luciana (orgs.). São Paulo: Contexto, 2008, pp. 9-29. NIETZSCHE, Friedrich W. Ecce homo: como alguém se torna o que é. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. ______________________. Humano, demasiado humano. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. PLATÃO. Apologia de Sócrates. In: Os Pensadores, p. 73. São Paulo: Nova Cultural, 2004. SISCAR, Marcos. A máquina do mundo. In: Metade da arte, p. 163. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. http://nicolas-pelicioni.blogspot.com/