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Colégio Pedro II – Unidade Escolar Realengo
Literatura: uma introdução
Professor(a): ..................................................................
Aluno(a): ........................................................................
Série: ............ Turma: .............. Data: ...../....../........
Para uma reflexão sobre a literatura, vamos proceder à leitura de um texto de Rildo Cosson, “A literatura e
o mundo”. Logo em seguida, leremos um conto de Guimarães Rosa, “Fita-Verde no cabelo”.
A literatura e o mundo
A literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a
personalidade, porque pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão de mundo ela nos organiza, nos
liberta do caos e portanto nos humaniza. Negar a fruição da literatura é mutilar a nossa humanidade.
Antonio Candido, O direito à literatura (1995).
Gosto da idéia de que nosso corpo é a soma de vários outros corpos. Ao corpo físico, somam-se um
corpo linguagem, um corpo sentimento, um corpo imaginário, um corpo profissional e assim por diante.
Somos a mistura de todos esses corpos, e é essa mistura que nos faz humanos. As diferenças que temos em
relação aos outros devem-se à maneira como exercitamos esses diferentes corpos. Do mesmo modo que
atrofiaremos o corpo físico se não o exercitarmos, também atrofiaremos nossos outros corpos por falta de
atividade.
Nesse sentido, o nosso corpo linguagem funciona de uma maneira especial. Todos nós exercitamos a
linguagem de muitos e variados modos em toda a nossa vida, de tal modo que o nosso mundo é aquilo que
ela nos permite dizer, isto é, a matéria constitutiva do mundo é, antes de mais nada, a linguagem que o
expressa. E constituímos o mundo basicamente por meio das palavras. No princípio e sempre é o verbo que
faz o mundo ser mundo para todos nós, até porque a palavra é a mais definitiva e definidora das criações
do homem. Como bem diz o pensamento popular, se uma imagem vale por mil palavras, mesmo assim é
preciso usar a língua para traduzir as imagens e afirmar esse valor. É por isso também que as usamos para
dizer que não temos palavras para expressar um pensamento ou um sentimento. Em síntese, nosso corpo
linguagem é feito das palavras com que o exercitamos, quanto mais eu uso a língua, maior é o meu corpo
linguagem e, por extensão, maior é o meu mundo.
E de onde vêm as palavras que alimentam e exercitam o corpo da linguagem? Aqui outra
particularidade do nosso corpo linguagem. As palavras vêm da sociedade de que faço parte e não são de
ninguém. Para adquiri-las basta viver em uma sociedade humana. Ao usar as palavras, eu as faço minhas do
mesmo modo que você, usando as mesmas palavras, as faz suas. É por esse uso, simultaneamente
individual e coletivo, que as palavras se modificam, se dividem e se multiplicam, vestindo de sentido o fazer
humano.
Em uma sociedade letrada como a nossa, as possibilidades de exercício do corpo linguagem pelo uso
das palavras são inumeráveis. Há, entretanto, uma que ocupa lugar central. Trata-se da escrita.
Praticamente todas as transações humanas de nossa sociedade letrada passam, de uma maneira ou de
outra, pela escrita, mesmo aquelas que aparentemente são orais ou imagéticas. É assim com o jornal
televisionado com o locutor que lê um texto escrito. É assim com práticas culturais de origem oral como a
literatura de cordel, cujos versos são registrados nos folhetos para serem vendidos nas feiras. Também a
tela do computador está repleta de palavras e os video games cheios de imagens não dispensam as
instruções escritas. Essa primazia da escrita se dá porque é por meio dela que armazenamos nossos
saberes, organizamos nossa sociedade e nos libertamos dos limites impostos pelo tempo e pelo espaço. [...]
O corpo linguagem, o corpo palavra, o corpo escrita encontra na literatura seu mais perfeito
exercício. A literatura não apenas tem a palavra em sua constituição material, como também a escrita é seu
veículo predominante. A prática da literatura, seja pela leitura, seja pela escritura, consiste exatamente em
uma exploração das potencialidades da linguagem, da palavra e da escrita, que não tem paralelo em outra
atividade humana. Por essa exploração, o dizer o mundo (re)construído pela força da palavra, que é a
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literatura, revela-se como uma prática fundamental para a constituição de um sujeito da escrita. Em outras
palavras, é no exercício da leitura e da escrita de textos literários que se desvela a arbitrariedade das regras
impostas pelos discursos padronizados da sociedade letrada e se constrói um modo próprio de se fazer
dono da linguagem que, sendo minha, é também de todos.
Isso ocorre porque a literatura é plena de saberes sobre o homem e sobre o mundo. [...] Na leitura e
na escritura do texto literário encontramos o senso de nós mesmos e da comunidade a que pertencemos. A
literatura nos diz o que somos e nos incentiva a desejar expressar o mundo por nós mesmos. E isso se dá
porque a literatura é uma experiência a ser realizada. É mais que um conhecimento a ser reelaborado, ela é
a incorporação do outro em mim sem a renúncia da minha identidade. No exercício da literatura, podemos
ser outros, podemos viver como os outros, podemos romper os limites do tempo e do espaço de nossa
experiência e, ainda assim, sermos nós mesmos. É por isso que interiorizamos com mais intensidade as
verdades dadas pela poesia e pela ficção.
A experiência literária não só nos permite saber da vida por meio da experiência do outro, como
também vivenciar essa experiência. Ou seja, a ficção feita palavra na narrativa e a palavra feita matéria na
poesia são processos formativos tanto da linguagem quanto do leitor e do escritor. Uma e outra permitem
que se diga o que não sabemos expressar e nos falam de maneira mais precisa o que queremos dizer ao
mundo, assim como nos dizer a nós mesmos. [...]
(COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2007, p. 15-17)
F i t a - V e r d e n o c a b e l o
( N o v a v e l h a e s t ó r i a )
Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam,
homens e mulheres que esperavam, e meninos e meninas que nasciam e cresciam. Todos com juízo,
suficientemente, menos uma meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá, com uma fita
verde inventada no cabelo.
Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a uma outra e quase igualzinha
aldeia. Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma vez. O pote continha um doce em calda, e o
cesto estava vazio, que para buscar framboesas.
Daí, que, indo, no atravessar o bosque, viu só os lenhadores, que por lá lenhavam; mas o lobo
nenhum, desconhecido nem peludo. Pois os lenhadores tinham exterminado o lobo. Então, ela, mesma, era
quem se dizia: – “Vou à vovó, com cesto e pote, e a fita verde no cabelo, o tanto que a mamãe me
mandou”. A aldeia e a casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das
horas, que a gente não vê que não são.
E ela mesma resolveu escolher tomar este caminho de cá, louco e longo, e não o outro, encurtoso.
Saiu, atrás de suas asas ligeiras, sua sombra também vindo-lhe correndo, em pós. Divertia-se com ver as
avelãs do chão não voarem, com inalcançar essas borboletas nunca em buquê nem em botão, e com
ignorar se cada uma em seu lugar as plebeiinhas flores, princesinhas e incomuns, quando a gente tanto
por elas passa. Vinha sobejadamente.
Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu, quando ela, toque, toque, bateu:
– “Quem é?”
– “Sou eu...” – e Fita-Verde descansou a voz. – “Sou sua linda netinha, com cesto e pote, com a fita
verde no cabelo, que a mamãe me mandou.”
Vai, a avó, difícil, disse: – “Puxa o ferrolho de pau da porta, entra e abre. Deus te abençoe.”
Fita-Verde assim fez, e entrou e olhou.
A avó estava na cama, rebuçada e só. Devia, para falar agagado e fraco e rouco, assim, de ter
apanhado um ruim defluxo. Dizendo: – “Depõe o pote e o cesto na arca, e vem para perto de mim,
enquanto é tempo.”
Mas agora Fita-Verde se espantava, além de entristecer-se de ver que perdera em caminho sua
grande fita verde no cabelo atada; e estava suada, com enorme fome de almoço. Ela perguntou:
– “Vovozinha, que braços tão magros, os seus, e que mãos tão trementes!”
– “É porque não vou poder nunca mais te abraçar, minha neta...” – a avó murmurou.
– “Vovozinha, mas que lábios, aí, tão arroxeados!”
– “É porque não vou nunca mais poder te beijar, minha neta...” – a avó suspirou.
– “Vovozinha, e que olhos tão fundos e parados, nesse rosto encovado, pálido?”
– “É porque já não te estou vendo, nunca mais, minha netinha...” – a avó ainda gemeu.
Fita-Verde mais se assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez.
Gritou: – “Vovozinha, eu tenho medo do Lobo!...”
Mas a avó não estava mais lá, sendo que demasiado ausente, a não ser pelo frio, triste e tão
repentino corpo.
(ROSA, João Guimarães. Ave palavra. In: Ficção completa, v. 2. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 981-982.)
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O primeiro texto fala sobre o papel formador da literatura. Já o segundo narra, de forma simbólica, como a leitura das obras pode
afetar o imaginário das pessoas. Passemos a um segundo momento, no intuito de resgatar essas relações.
1. O texto “A literatura e o mundo” apresenta, em seu primeiro parágrafo, uma concepção metafórica do ser humano. Escreva
essa concepção em palavras próprias.
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2. No segundo parágrafo, é estabelecida uma relação entre mundo e linguagem, por meio das palavras. De que forma as palavras
constituem o mundo?
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3. No terceiro parágrafo são apontadas relações entre linguagem e sociedade. De que forma isso se relaciona com a noção de
cultura estudada anteriormente?
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4. Releia o quarto parágrafo. De que modo a linguagem atua como elemento que impulsiona a cultura?
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5. Nos três últimos parágrafos, o autor se detém na exposição da importância da literatura para o exercício da linguagem, na vida
em sociedade. Destaque no texto um trecho em que essa posição se evidencia com clareza, comentando-o em seguida.
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6. A narrativa “Fita-Verde no cabelo” alude, logo no início, à saga de Dom Quixote. Assinale dois trechos do texto em que se
verifica essa alusão. Que função a presença dessa personagem exerce na narrativa?
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7. O que a Fita Verde simboliza? Que outra história está sendo retomada na narrativa? Justifique.
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8. Como se explicaria a escolha pela menina do caminho “louco e longo”?
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9. No trajeto para a casa da avó, a menina perde a Fita Verde? O que essa perda simboliza? Que relação há entre essa perda e o
choque ante a morte da avó?
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10. Relacione a defesa da literatura feita no primeiro texto à experiência vivida pela personagem Fita-Verde.
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11. Pode-se pensar no conto “Fita-Verde no cabelo” como uma paródia do conto de fadas Chapeuzinho Vermelho. Que elementos
da história justificam essa leitura?
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A literatura e o mundo

  • 1. 1 Colégio Pedro II – Unidade Escolar Realengo Literatura: uma introdução Professor(a): .................................................................. Aluno(a): ........................................................................ Série: ............ Turma: .............. Data: ...../....../........ Para uma reflexão sobre a literatura, vamos proceder à leitura de um texto de Rildo Cosson, “A literatura e o mundo”. Logo em seguida, leremos um conto de Guimarães Rosa, “Fita-Verde no cabelo”. A literatura e o mundo A literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, porque pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão de mundo ela nos organiza, nos liberta do caos e portanto nos humaniza. Negar a fruição da literatura é mutilar a nossa humanidade. Antonio Candido, O direito à literatura (1995). Gosto da idéia de que nosso corpo é a soma de vários outros corpos. Ao corpo físico, somam-se um corpo linguagem, um corpo sentimento, um corpo imaginário, um corpo profissional e assim por diante. Somos a mistura de todos esses corpos, e é essa mistura que nos faz humanos. As diferenças que temos em relação aos outros devem-se à maneira como exercitamos esses diferentes corpos. Do mesmo modo que atrofiaremos o corpo físico se não o exercitarmos, também atrofiaremos nossos outros corpos por falta de atividade. Nesse sentido, o nosso corpo linguagem funciona de uma maneira especial. Todos nós exercitamos a linguagem de muitos e variados modos em toda a nossa vida, de tal modo que o nosso mundo é aquilo que ela nos permite dizer, isto é, a matéria constitutiva do mundo é, antes de mais nada, a linguagem que o expressa. E constituímos o mundo basicamente por meio das palavras. No princípio e sempre é o verbo que faz o mundo ser mundo para todos nós, até porque a palavra é a mais definitiva e definidora das criações do homem. Como bem diz o pensamento popular, se uma imagem vale por mil palavras, mesmo assim é preciso usar a língua para traduzir as imagens e afirmar esse valor. É por isso também que as usamos para dizer que não temos palavras para expressar um pensamento ou um sentimento. Em síntese, nosso corpo linguagem é feito das palavras com que o exercitamos, quanto mais eu uso a língua, maior é o meu corpo linguagem e, por extensão, maior é o meu mundo. E de onde vêm as palavras que alimentam e exercitam o corpo da linguagem? Aqui outra particularidade do nosso corpo linguagem. As palavras vêm da sociedade de que faço parte e não são de ninguém. Para adquiri-las basta viver em uma sociedade humana. Ao usar as palavras, eu as faço minhas do mesmo modo que você, usando as mesmas palavras, as faz suas. É por esse uso, simultaneamente individual e coletivo, que as palavras se modificam, se dividem e se multiplicam, vestindo de sentido o fazer humano. Em uma sociedade letrada como a nossa, as possibilidades de exercício do corpo linguagem pelo uso das palavras são inumeráveis. Há, entretanto, uma que ocupa lugar central. Trata-se da escrita. Praticamente todas as transações humanas de nossa sociedade letrada passam, de uma maneira ou de outra, pela escrita, mesmo aquelas que aparentemente são orais ou imagéticas. É assim com o jornal televisionado com o locutor que lê um texto escrito. É assim com práticas culturais de origem oral como a literatura de cordel, cujos versos são registrados nos folhetos para serem vendidos nas feiras. Também a tela do computador está repleta de palavras e os video games cheios de imagens não dispensam as instruções escritas. Essa primazia da escrita se dá porque é por meio dela que armazenamos nossos saberes, organizamos nossa sociedade e nos libertamos dos limites impostos pelo tempo e pelo espaço. [...] O corpo linguagem, o corpo palavra, o corpo escrita encontra na literatura seu mais perfeito exercício. A literatura não apenas tem a palavra em sua constituição material, como também a escrita é seu veículo predominante. A prática da literatura, seja pela leitura, seja pela escritura, consiste exatamente em uma exploração das potencialidades da linguagem, da palavra e da escrita, que não tem paralelo em outra atividade humana. Por essa exploração, o dizer o mundo (re)construído pela força da palavra, que é a
  • 2. 2 literatura, revela-se como uma prática fundamental para a constituição de um sujeito da escrita. Em outras palavras, é no exercício da leitura e da escrita de textos literários que se desvela a arbitrariedade das regras impostas pelos discursos padronizados da sociedade letrada e se constrói um modo próprio de se fazer dono da linguagem que, sendo minha, é também de todos. Isso ocorre porque a literatura é plena de saberes sobre o homem e sobre o mundo. [...] Na leitura e na escritura do texto literário encontramos o senso de nós mesmos e da comunidade a que pertencemos. A literatura nos diz o que somos e nos incentiva a desejar expressar o mundo por nós mesmos. E isso se dá porque a literatura é uma experiência a ser realizada. É mais que um conhecimento a ser reelaborado, ela é a incorporação do outro em mim sem a renúncia da minha identidade. No exercício da literatura, podemos ser outros, podemos viver como os outros, podemos romper os limites do tempo e do espaço de nossa experiência e, ainda assim, sermos nós mesmos. É por isso que interiorizamos com mais intensidade as verdades dadas pela poesia e pela ficção. A experiência literária não só nos permite saber da vida por meio da experiência do outro, como também vivenciar essa experiência. Ou seja, a ficção feita palavra na narrativa e a palavra feita matéria na poesia são processos formativos tanto da linguagem quanto do leitor e do escritor. Uma e outra permitem que se diga o que não sabemos expressar e nos falam de maneira mais precisa o que queremos dizer ao mundo, assim como nos dizer a nós mesmos. [...] (COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2007, p. 15-17) F i t a - V e r d e n o c a b e l o ( N o v a v e l h a e s t ó r i a ) Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e mulheres que esperavam, e meninos e meninas que nasciam e cresciam. Todos com juízo, suficientemente, menos uma meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá, com uma fita verde inventada no cabelo. Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a uma outra e quase igualzinha aldeia. Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma vez. O pote continha um doce em calda, e o cesto estava vazio, que para buscar framboesas. Daí, que, indo, no atravessar o bosque, viu só os lenhadores, que por lá lenhavam; mas o lobo nenhum, desconhecido nem peludo. Pois os lenhadores tinham exterminado o lobo. Então, ela, mesma, era quem se dizia: – “Vou à vovó, com cesto e pote, e a fita verde no cabelo, o tanto que a mamãe me mandou”. A aldeia e a casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das horas, que a gente não vê que não são. E ela mesma resolveu escolher tomar este caminho de cá, louco e longo, e não o outro, encurtoso. Saiu, atrás de suas asas ligeiras, sua sombra também vindo-lhe correndo, em pós. Divertia-se com ver as avelãs do chão não voarem, com inalcançar essas borboletas nunca em buquê nem em botão, e com ignorar se cada uma em seu lugar as plebeiinhas flores, princesinhas e incomuns, quando a gente tanto por elas passa. Vinha sobejadamente. Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu, quando ela, toque, toque, bateu: – “Quem é?” – “Sou eu...” – e Fita-Verde descansou a voz. – “Sou sua linda netinha, com cesto e pote, com a fita verde no cabelo, que a mamãe me mandou.” Vai, a avó, difícil, disse: – “Puxa o ferrolho de pau da porta, entra e abre. Deus te abençoe.” Fita-Verde assim fez, e entrou e olhou. A avó estava na cama, rebuçada e só. Devia, para falar agagado e fraco e rouco, assim, de ter apanhado um ruim defluxo. Dizendo: – “Depõe o pote e o cesto na arca, e vem para perto de mim, enquanto é tempo.” Mas agora Fita-Verde se espantava, além de entristecer-se de ver que perdera em caminho sua grande fita verde no cabelo atada; e estava suada, com enorme fome de almoço. Ela perguntou: – “Vovozinha, que braços tão magros, os seus, e que mãos tão trementes!” – “É porque não vou poder nunca mais te abraçar, minha neta...” – a avó murmurou. – “Vovozinha, mas que lábios, aí, tão arroxeados!” – “É porque não vou nunca mais poder te beijar, minha neta...” – a avó suspirou. – “Vovozinha, e que olhos tão fundos e parados, nesse rosto encovado, pálido?” – “É porque já não te estou vendo, nunca mais, minha netinha...” – a avó ainda gemeu. Fita-Verde mais se assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez. Gritou: – “Vovozinha, eu tenho medo do Lobo!...” Mas a avó não estava mais lá, sendo que demasiado ausente, a não ser pelo frio, triste e tão repentino corpo. (ROSA, João Guimarães. Ave palavra. In: Ficção completa, v. 2. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 981-982.)
  • 3. 3 O primeiro texto fala sobre o papel formador da literatura. Já o segundo narra, de forma simbólica, como a leitura das obras pode afetar o imaginário das pessoas. Passemos a um segundo momento, no intuito de resgatar essas relações. 1. O texto “A literatura e o mundo” apresenta, em seu primeiro parágrafo, uma concepção metafórica do ser humano. Escreva essa concepção em palavras próprias. ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 2. No segundo parágrafo, é estabelecida uma relação entre mundo e linguagem, por meio das palavras. De que forma as palavras constituem o mundo? ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 3. No terceiro parágrafo são apontadas relações entre linguagem e sociedade. De que forma isso se relaciona com a noção de cultura estudada anteriormente? ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 4. Releia o quarto parágrafo. De que modo a linguagem atua como elemento que impulsiona a cultura? ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 5. Nos três últimos parágrafos, o autor se detém na exposição da importância da literatura para o exercício da linguagem, na vida em sociedade. Destaque no texto um trecho em que essa posição se evidencia com clareza, comentando-o em seguida. ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 6. A narrativa “Fita-Verde no cabelo” alude, logo no início, à saga de Dom Quixote. Assinale dois trechos do texto em que se verifica essa alusão. Que função a presença dessa personagem exerce na narrativa? ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 7. O que a Fita Verde simboliza? Que outra história está sendo retomada na narrativa? Justifique. ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 8. Como se explicaria a escolha pela menina do caminho “louco e longo”? ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 9. No trajeto para a casa da avó, a menina perde a Fita Verde? O que essa perda simboliza? Que relação há entre essa perda e o choque ante a morte da avó? ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 10. Relacione a defesa da literatura feita no primeiro texto à experiência vivida pela personagem Fita-Verde. ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ 11. Pode-se pensar no conto “Fita-Verde no cabelo” como uma paródia do conto de fadas Chapeuzinho Vermelho. Que elementos da história justificam essa leitura? ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________