Este documento discute a hegemonia do latifúndio na região Norte de Mato Grosso e como isso levou ao êxodo rural de pequenos agricultores. A expansão do agronegócio levou à instabilidade na vida e produção dos pequenos produtores rurais, forçando-os a migrar para as cidades. A ocupação de terras por grandes empresas alterou as relações de trabalho e exploração da terra, priorizando monoculturas em larga escala. Isso desconsiderou os meios de subsistência dos pequenos agricultores e
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...Silvânio Barcelos
1. O documento discute a história da posse de terras no Brasil desde o período colonial, incluindo o sistema de sesmarias e a formação do latifúndio.
2. Grandes propriedades rurais, como os latifúndios, contribuíram para o êxodo rural e a migração para as cidades no século XX, levando a problemas urbanos.
3. Movimentos sociais rurais nas décadas de 1930-1950 lutaram por uma reforma agrária, mas não conseguiram superar a hegemonia do capital
Colonos, migrantes e projetos de colonização em mato grossoSilvânio Barcelos
Análise da questão dos projetos de colonização no Norte de Mato Grosso a partir da obra FRONTEIRAS DA CRENÇA do prof. Dr. Vitale Joanoni Neto. Apresentação realizada por: Prof. Silvânio BArcelos
Fronteira A DegradaçãO Do Outro Nos Confins Do Humano ApresentaçãO PptSilvânio Barcelos
O documento discute a escravidão por dívida no Brasil contemporâneo, analisando como condições de extrema pobreza geram mão de obra excedente que é explorada nesse sistema. A fronteira é apresentada como lugar de degradação do outro através do rapto e da incorporação forçada em estruturas sociais. A reprodução do capital na fronteira ocorre por meio da acumulação primitiva, renascendo formas arcaicas como a escravidão sob a lógica da maximização do lucro.
1) O documento descreve a transição da economia rural de subsistência para uma economia capitalista em Liberdade, MG. Os fazendeiros substituíram as plantações por pastos e começaram a empregar trabalhadores assalariados, forçando os agregados a deixarem as terras.
2) Muitos agregados migraram para a periferia da pequena cidade de Liberdade, ao invés de grandes cidades, onde passaram a enfrentar novos desafios de adaptação à lógica capitalista.
3) O estudo etnográ
O documento descreve a herança colonial do Brasil em termos da estrutura agrária e das relações sociais no campo. A colonização portuguesa estabeleceu um sistema de plantation com cultivo em grandes latifúndios e trabalho escravo para exportação. Isso levou à concentração da terra e ao acúmulo de poder pelos latifundiários, que continuaram influenciando a política brasileira através do coronelismo. A desigualdade fundiária permanece um problema no Brasil moderno.
O pós abolição como problema histórico balanços e perspectivasCamila Avelino
Este documento discute o pós-abolição no Brasil a partir de três pontos: 1) A visão dos últimos escravos sobre seus planos após a abolição é um problema histórico crucial; 2) Fatores como a fronteira agrícola aberta/fechada e a luta política dos libertos influenciaram suas experiências no pós-abolição; 3) No Brasil, o pós-abolição teve contornos regionais diferentes e os libertos perseguiram demandas de inclusão e cidadania.
Trabalho temático desenvolvido com base no livro "Fogo Morto" de José Lins do Rego no 1º semestre de 2010 sob a orientação do Profº Drº Ivan Russeff. Autoria de Cristiane Laudemar Rodrigues Assis e Thalita Doretto Brito
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...Silvânio Barcelos
1. O documento discute a história da posse de terras no Brasil desde o período colonial, incluindo o sistema de sesmarias e a formação do latifúndio.
2. Grandes propriedades rurais, como os latifúndios, contribuíram para o êxodo rural e a migração para as cidades no século XX, levando a problemas urbanos.
3. Movimentos sociais rurais nas décadas de 1930-1950 lutaram por uma reforma agrária, mas não conseguiram superar a hegemonia do capital
Colonos, migrantes e projetos de colonização em mato grossoSilvânio Barcelos
Análise da questão dos projetos de colonização no Norte de Mato Grosso a partir da obra FRONTEIRAS DA CRENÇA do prof. Dr. Vitale Joanoni Neto. Apresentação realizada por: Prof. Silvânio BArcelos
Fronteira A DegradaçãO Do Outro Nos Confins Do Humano ApresentaçãO PptSilvânio Barcelos
O documento discute a escravidão por dívida no Brasil contemporâneo, analisando como condições de extrema pobreza geram mão de obra excedente que é explorada nesse sistema. A fronteira é apresentada como lugar de degradação do outro através do rapto e da incorporação forçada em estruturas sociais. A reprodução do capital na fronteira ocorre por meio da acumulação primitiva, renascendo formas arcaicas como a escravidão sob a lógica da maximização do lucro.
1) O documento descreve a transição da economia rural de subsistência para uma economia capitalista em Liberdade, MG. Os fazendeiros substituíram as plantações por pastos e começaram a empregar trabalhadores assalariados, forçando os agregados a deixarem as terras.
2) Muitos agregados migraram para a periferia da pequena cidade de Liberdade, ao invés de grandes cidades, onde passaram a enfrentar novos desafios de adaptação à lógica capitalista.
3) O estudo etnográ
O documento descreve a herança colonial do Brasil em termos da estrutura agrária e das relações sociais no campo. A colonização portuguesa estabeleceu um sistema de plantation com cultivo em grandes latifúndios e trabalho escravo para exportação. Isso levou à concentração da terra e ao acúmulo de poder pelos latifundiários, que continuaram influenciando a política brasileira através do coronelismo. A desigualdade fundiária permanece um problema no Brasil moderno.
O pós abolição como problema histórico balanços e perspectivasCamila Avelino
Este documento discute o pós-abolição no Brasil a partir de três pontos: 1) A visão dos últimos escravos sobre seus planos após a abolição é um problema histórico crucial; 2) Fatores como a fronteira agrícola aberta/fechada e a luta política dos libertos influenciaram suas experiências no pós-abolição; 3) No Brasil, o pós-abolição teve contornos regionais diferentes e os libertos perseguiram demandas de inclusão e cidadania.
Trabalho temático desenvolvido com base no livro "Fogo Morto" de José Lins do Rego no 1º semestre de 2010 sob a orientação do Profº Drº Ivan Russeff. Autoria de Cristiane Laudemar Rodrigues Assis e Thalita Doretto Brito
1. O documento descreve a educação pré-colonial na Guiné-Bissau, que era baseada na transmissão oral de conhecimentos entre gerações através da participação na vida comunitária, sem instituições formais de ensino.
2. A educação colonial, implementada pelos portugueses a partir de 1471, visava manter a dominação colonial e extrair mão de obra para a exploração econômica, não a instrução das populações. As escolas coloniales promoviam a desafricanização e sujeição.
História e região: tendências e perspectivas
"A trajetória do ensino profissionalizante do jovem negro em Mato Grosso (séc. XIX e XX)"
1º - Império escravista/ a Lei de Terras/ o escravo liberto (FRAGOSO);
2º - Classe e raça (Darcy Ribeiro);
3º - Vida cotidiana (Luiza Volpato);
4º - Negros no ensino profissionalizante/ educação profissional (Z. M. S. Marques/ W. S. de Paula);
5º - Alunos negros na escola (M. L. Rodrigues Muller);
6º - O ensino profissionalizante, hoje. (Pronatec/ SESI/ Senac/ IFs)
O documento discute a dinâmica da frente de expansão e da frente pioneira na ocupação do território brasileiro. Apresenta as características da frente de expansão, como o deslocamento lento de agricultores familiares em busca de novas terras para cultivo, e contrasta com a frente pioneira impulsionada pelo Estado a partir de 1943 para acelerar a ocupação de novas áreas, muitas vezes já ocupadas anteriormente. Também discute os conflitos resultantes do encontro destas frentes e da expulsão de populações camponesas e
Combatendo a desigualdade social - O MST e a reforma agrária no Brasiliicabrasil
Brasil é uma das nações de maior desigualdade social do mundo. Suas enormes disparidades em termos de distribuição de riqueza têm profundas raízes históricas. Esta obra aborda um importante legado e um permanente aspecto da injustiça social no Brasil: a acentuada desigualdade da sua estrutura fundiária. Os capítulos deste livro investigam as causas, consequências e reações contemporâneas a essa situação. Mais especifi camente, lançam luz sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o maior e mais proeminente movimento social da América Latina, e seus esforços contínuos para combater os padrões históricos de desigualdade no Brasil rural. Este livro apresenta uma abrangente descrição da luta atual pela reforma agrária no Brasil. Os 18 capítulos incluídos aqui foram produzidos e revistos entre 2004 e 2007, após uma conferência patrocinada pelo Centre for Brazilian Studies da University of Oxford. Todos os colaboradores deste livro, um grupo de pesquisadores brasileiros, europeus e professores da academia norte-americana têm ampla experiência de trabalho de campo em pesquisas sobre o tema. Juntos, oferecem uma singular perspectiva internacional e interdisciplinar sobre este fenômeno.
O documento discute o módulo 9 sobre urbanização. Apresenta o roteiro, objetivos, conceitos de urbanização e formação de metrópoles e como as cidades se aproximam formando conurbações.
O outro lado da Abolição: o envolvimento dos maçons e dos negros no processo ...Vanessa Faria
Este trabalho tem por objetivo demonstrar o envolvimento da maçonaria nas manifestações de escravos que permeiam o processo de sua emancipação no Brasil, dando destaque à província do Rio de Janeiro e ao recorte temporal localizado entre 1850 e 1888. O período foi escolhido por englobar a elaboração das três principais leis a respeito da Abolição: a Lei Eusébio de Queirós, a Lei
do Ventre Livre e a Lei Áurea
1) O documento discute a história da ocupação do território brasileiro desde o período colonial, marcado pela expansão dos grandes latifúndios e trabalho escravo.
2) Ao longo dos séculos, o Brasil foi marcado por ciclos econômicos ligados a commodities que influenciaram a dinâmica regional.
3) Apesar de avanços na reforma agrária nas últimas décadas, a estrutura fundiária concentrada e a pobreza no campo permanecem como desafios.
O documento discute a agricultura no Brasil, incluindo fatores naturais e socioeconômicos que afetam a agricultura, diferentes tipos de propriedade rural, a expansão da fronteira agrícola e a reforma agrária. Também aborda os impactos da modernização agrícola.
Ninguém haverá de gritar pelos povos da AmazôniaFagner Vicente
O documento discute a situação dos povos da Amazônia brasileira que estão sendo marginalizados pelos modelos de desenvolvimento impostos na região. Apesar de existirem instrumentos e projetos para promover o desenvolvimento sustentável dessas populações, o governo federal vem desmontando essas políticas em favor do agronegócio e da exploração de recursos naturais, levando ao abandono das populações originárias, tradicionais e locais da Amazônia.
[1] O documento discute a estrutura fundiária no Brasil, mostrando que ela é altamente concentrada, com grandes latifúndios e pouca terra para agricultura familiar e assentamentos. [2] Movimentos sociais como o MST promovem ocupações de terra para pressionar por reforma agrária. [3] No entanto, violência contra sem-terra ocorre com frequência com pouca punição.
O documento descreve a situação política, econômica e social do Brasil no período da Velha República, caracterizado pela oligarquia e domínio de famílias poderosas. A economia dependia das exportações de produtos como café, borracha e cacau, porém sofreu com a concorrência internacional. Enquanto isso, a maioria da população vivia na pobreza e marginalização, o que levou a revoltas como a de Canudos contra o latifúndio.
A reforma agrária no Brasil visa transferir a propriedade da terra de grandes latifundiários para pequenos agricultores e trabalhadores, com o objetivo de promover maior igualdade social e distribuição de renda. Embora separados por um século, os movimentos abolicionista e pela reforma agrária surgiram da mesma causa: a conquista portuguesa do território brasileiro e o sistema de posse da terra imposto à população indígena e aos escravos africanos. Ao longo do tempo, várias leis e constituições
O documento discute a história das favelas no Rio de Janeiro desde a emancipação dos escravos em 1888. A falta de apoio do Estado levou os ex-escravos a ocuparem as encostas de forma desordenada para cultivar a terra e criar animais. Mais tarde, os pobres brancos também passaram a viver nas favelas devido à falta de moradia. Atualmente, o governo realiza ocupações nas favelas para combater a violência causada pelas facções de tráfico de drogas e milícias.
Reforma Agrária Brasileira/Assuntos Possíveis para Enem!Joemille Leal
O documento discute a história da reforma agrária no Brasil desde os anos 1950, quando as reivindicações por reformas de base, incluindo a agrária, tomaram forma. Ao longo das décadas, vários programas e instituições foram criados para lidar com a questão, mas poucos trouxeram resultados significativos devido à perpetuação do latifúndio e incentivos à agricultura de exportação. Embora números impressionantes de assentamentos tenham ocorrido, a maioria das famílias não recebeu infraestrutura adequada,
QUILOMBOS NA AMAZÔNIA: UM ESBOÇO PRELIMINAR DO ESTUDO DE “COMUNIDADES DE PRET...Geraa Ufms
1) O documento discute a presença de comunidades negras, chamadas de "quilombolas", na Amazônia, especialmente no Complexo do Rio Madeira.
2) Essas comunidades estão ameaçadas por projetos de desenvolvimento do governo brasileiro, como a construção de hidrelétricas, que podem afetar suas terras e modo de vida.
3) O autor analisa fontes históricas para mapear a presença negra na Amazônia ao longo dos séculos e como essas comunidades são referidas nos documentos of
SAL & OURO, RODAS & BANDAS, AGRO-ENERGIA E BIOPODER CAMPONÊS, por Sebastião Pinheiro
Conferência proferida em Cualtla, México, 1999.
Edição e atualização Oliver Naves Blanco
Brigada Pedagógica Matéria Viva, São Paulo.
O documento discute a reforma agrária no Brasil, incluindo as origens do latifúndio, métodos propostos para redistribuição de terras, a estrutura fundiária desigual no país, polêmicas sobre a reforma, e os movimentos sociais que apoiam a reforma, especialmente o MST.
O documento descreve a fome como um fenômeno universal que afeta dois terços da humanidade de forma endêmica ou epidêmica. A fome não é causada pela superpopulação, mas sim por distorções econômicas e o subdesenvolvimento. A fome crônica ou parcial, causada pela falta de nutrientes, mata lentamente em maior escala do que a fome aguda.
Obrigado pela oportunidade de discutir esse importante tema. A reforma agrária e a luta pela terra são questões complexas com múltiplas perspectivas. O diálogo respeitoso e a busca por soluções que garantam direitos humanos para todos os envolvidos são caminhos mais promissores do que tomar posições definitivas.
1) O documento relata sobre o III Congresso Nacional da CPT, realizado em Montes Claros, MG, marcado pela alegria e entusiasmo dos participantes.
2) Apresenta brevemente publicações recentes lançadas pela CPT e outras entidades, como relatórios sobre conflitos no campo e monopólio da terra no Brasil.
3) Comenta sobre reuniões e encontros realizados, como o I Encontro Internacional de Atingidos pela Vale e o I Seminário Nacional da Amazônia.
Diáspora negra, um olhar para além da visão idealizada do africano na bibliog...Silvânio Barcelos
O documento discute a imagem estereotipada do africano escravizado na historiografia tradicional e como novos trabalhos acadêmicos procuram desconstruir essa visão. Aborda como o racismo foi utilizado para legitimar a exploração colonial e como isso contribuiu para a desumanização do africano. Também destaca como a escravidão foi fundamental para a acumulação primitiva de capital e a modernidade ocidental.
1. O documento descreve a educação pré-colonial na Guiné-Bissau, que era baseada na transmissão oral de conhecimentos entre gerações através da participação na vida comunitária, sem instituições formais de ensino.
2. A educação colonial, implementada pelos portugueses a partir de 1471, visava manter a dominação colonial e extrair mão de obra para a exploração econômica, não a instrução das populações. As escolas coloniales promoviam a desafricanização e sujeição.
História e região: tendências e perspectivas
"A trajetória do ensino profissionalizante do jovem negro em Mato Grosso (séc. XIX e XX)"
1º - Império escravista/ a Lei de Terras/ o escravo liberto (FRAGOSO);
2º - Classe e raça (Darcy Ribeiro);
3º - Vida cotidiana (Luiza Volpato);
4º - Negros no ensino profissionalizante/ educação profissional (Z. M. S. Marques/ W. S. de Paula);
5º - Alunos negros na escola (M. L. Rodrigues Muller);
6º - O ensino profissionalizante, hoje. (Pronatec/ SESI/ Senac/ IFs)
O documento discute a dinâmica da frente de expansão e da frente pioneira na ocupação do território brasileiro. Apresenta as características da frente de expansão, como o deslocamento lento de agricultores familiares em busca de novas terras para cultivo, e contrasta com a frente pioneira impulsionada pelo Estado a partir de 1943 para acelerar a ocupação de novas áreas, muitas vezes já ocupadas anteriormente. Também discute os conflitos resultantes do encontro destas frentes e da expulsão de populações camponesas e
Combatendo a desigualdade social - O MST e a reforma agrária no Brasiliicabrasil
Brasil é uma das nações de maior desigualdade social do mundo. Suas enormes disparidades em termos de distribuição de riqueza têm profundas raízes históricas. Esta obra aborda um importante legado e um permanente aspecto da injustiça social no Brasil: a acentuada desigualdade da sua estrutura fundiária. Os capítulos deste livro investigam as causas, consequências e reações contemporâneas a essa situação. Mais especifi camente, lançam luz sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o maior e mais proeminente movimento social da América Latina, e seus esforços contínuos para combater os padrões históricos de desigualdade no Brasil rural. Este livro apresenta uma abrangente descrição da luta atual pela reforma agrária no Brasil. Os 18 capítulos incluídos aqui foram produzidos e revistos entre 2004 e 2007, após uma conferência patrocinada pelo Centre for Brazilian Studies da University of Oxford. Todos os colaboradores deste livro, um grupo de pesquisadores brasileiros, europeus e professores da academia norte-americana têm ampla experiência de trabalho de campo em pesquisas sobre o tema. Juntos, oferecem uma singular perspectiva internacional e interdisciplinar sobre este fenômeno.
O documento discute o módulo 9 sobre urbanização. Apresenta o roteiro, objetivos, conceitos de urbanização e formação de metrópoles e como as cidades se aproximam formando conurbações.
O outro lado da Abolição: o envolvimento dos maçons e dos negros no processo ...Vanessa Faria
Este trabalho tem por objetivo demonstrar o envolvimento da maçonaria nas manifestações de escravos que permeiam o processo de sua emancipação no Brasil, dando destaque à província do Rio de Janeiro e ao recorte temporal localizado entre 1850 e 1888. O período foi escolhido por englobar a elaboração das três principais leis a respeito da Abolição: a Lei Eusébio de Queirós, a Lei
do Ventre Livre e a Lei Áurea
1) O documento discute a história da ocupação do território brasileiro desde o período colonial, marcado pela expansão dos grandes latifúndios e trabalho escravo.
2) Ao longo dos séculos, o Brasil foi marcado por ciclos econômicos ligados a commodities que influenciaram a dinâmica regional.
3) Apesar de avanços na reforma agrária nas últimas décadas, a estrutura fundiária concentrada e a pobreza no campo permanecem como desafios.
O documento discute a agricultura no Brasil, incluindo fatores naturais e socioeconômicos que afetam a agricultura, diferentes tipos de propriedade rural, a expansão da fronteira agrícola e a reforma agrária. Também aborda os impactos da modernização agrícola.
Ninguém haverá de gritar pelos povos da AmazôniaFagner Vicente
O documento discute a situação dos povos da Amazônia brasileira que estão sendo marginalizados pelos modelos de desenvolvimento impostos na região. Apesar de existirem instrumentos e projetos para promover o desenvolvimento sustentável dessas populações, o governo federal vem desmontando essas políticas em favor do agronegócio e da exploração de recursos naturais, levando ao abandono das populações originárias, tradicionais e locais da Amazônia.
[1] O documento discute a estrutura fundiária no Brasil, mostrando que ela é altamente concentrada, com grandes latifúndios e pouca terra para agricultura familiar e assentamentos. [2] Movimentos sociais como o MST promovem ocupações de terra para pressionar por reforma agrária. [3] No entanto, violência contra sem-terra ocorre com frequência com pouca punição.
O documento descreve a situação política, econômica e social do Brasil no período da Velha República, caracterizado pela oligarquia e domínio de famílias poderosas. A economia dependia das exportações de produtos como café, borracha e cacau, porém sofreu com a concorrência internacional. Enquanto isso, a maioria da população vivia na pobreza e marginalização, o que levou a revoltas como a de Canudos contra o latifúndio.
A reforma agrária no Brasil visa transferir a propriedade da terra de grandes latifundiários para pequenos agricultores e trabalhadores, com o objetivo de promover maior igualdade social e distribuição de renda. Embora separados por um século, os movimentos abolicionista e pela reforma agrária surgiram da mesma causa: a conquista portuguesa do território brasileiro e o sistema de posse da terra imposto à população indígena e aos escravos africanos. Ao longo do tempo, várias leis e constituições
O documento discute a história das favelas no Rio de Janeiro desde a emancipação dos escravos em 1888. A falta de apoio do Estado levou os ex-escravos a ocuparem as encostas de forma desordenada para cultivar a terra e criar animais. Mais tarde, os pobres brancos também passaram a viver nas favelas devido à falta de moradia. Atualmente, o governo realiza ocupações nas favelas para combater a violência causada pelas facções de tráfico de drogas e milícias.
Reforma Agrária Brasileira/Assuntos Possíveis para Enem!Joemille Leal
O documento discute a história da reforma agrária no Brasil desde os anos 1950, quando as reivindicações por reformas de base, incluindo a agrária, tomaram forma. Ao longo das décadas, vários programas e instituições foram criados para lidar com a questão, mas poucos trouxeram resultados significativos devido à perpetuação do latifúndio e incentivos à agricultura de exportação. Embora números impressionantes de assentamentos tenham ocorrido, a maioria das famílias não recebeu infraestrutura adequada,
QUILOMBOS NA AMAZÔNIA: UM ESBOÇO PRELIMINAR DO ESTUDO DE “COMUNIDADES DE PRET...Geraa Ufms
1) O documento discute a presença de comunidades negras, chamadas de "quilombolas", na Amazônia, especialmente no Complexo do Rio Madeira.
2) Essas comunidades estão ameaçadas por projetos de desenvolvimento do governo brasileiro, como a construção de hidrelétricas, que podem afetar suas terras e modo de vida.
3) O autor analisa fontes históricas para mapear a presença negra na Amazônia ao longo dos séculos e como essas comunidades são referidas nos documentos of
SAL & OURO, RODAS & BANDAS, AGRO-ENERGIA E BIOPODER CAMPONÊS, por Sebastião Pinheiro
Conferência proferida em Cualtla, México, 1999.
Edição e atualização Oliver Naves Blanco
Brigada Pedagógica Matéria Viva, São Paulo.
O documento discute a reforma agrária no Brasil, incluindo as origens do latifúndio, métodos propostos para redistribuição de terras, a estrutura fundiária desigual no país, polêmicas sobre a reforma, e os movimentos sociais que apoiam a reforma, especialmente o MST.
O documento descreve a fome como um fenômeno universal que afeta dois terços da humanidade de forma endêmica ou epidêmica. A fome não é causada pela superpopulação, mas sim por distorções econômicas e o subdesenvolvimento. A fome crônica ou parcial, causada pela falta de nutrientes, mata lentamente em maior escala do que a fome aguda.
Obrigado pela oportunidade de discutir esse importante tema. A reforma agrária e a luta pela terra são questões complexas com múltiplas perspectivas. O diálogo respeitoso e a busca por soluções que garantam direitos humanos para todos os envolvidos são caminhos mais promissores do que tomar posições definitivas.
1) O documento relata sobre o III Congresso Nacional da CPT, realizado em Montes Claros, MG, marcado pela alegria e entusiasmo dos participantes.
2) Apresenta brevemente publicações recentes lançadas pela CPT e outras entidades, como relatórios sobre conflitos no campo e monopólio da terra no Brasil.
3) Comenta sobre reuniões e encontros realizados, como o I Encontro Internacional de Atingidos pela Vale e o I Seminário Nacional da Amazônia.
Diáspora negra, um olhar para além da visão idealizada do africano na bibliog...Silvânio Barcelos
O documento discute a imagem estereotipada do africano escravizado na historiografia tradicional e como novos trabalhos acadêmicos procuram desconstruir essa visão. Aborda como o racismo foi utilizado para legitimar a exploração colonial e como isso contribuiu para a desumanização do africano. Também destaca como a escravidão foi fundamental para a acumulação primitiva de capital e a modernidade ocidental.
Fronteira. a degradação do outro nos confins do humanoSilvânio Barcelos
Este documento apresenta uma releitura do trabalho de José de Souza Martins sobre fronteiras e a degradação do outro. Apresenta a biografia do autor e discute seus estudos sobre as múltiplas fronteiras existentes, incluindo a fronteira do humano. Também descreve as técnicas de pesquisa utilizadas por Martins e analisa os processos de captura do outro, reprodução do capital e escravidão nas fronteiras.
1) A globalização é um processo complexo que tanto une quanto divide, globalizando alguns aspectos da vida enquanto reforça a segregação espacial e a exclusão de grupos.
2) A mobilidade das elites é contraposta à imobilidade forçada das classes subalternas, aprofundando as desigualdades sociais.
3) A era da comunicação instantânea paradoxalmente aumenta a quebra de comunicação entre elites e populações excluídas.
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroySilvânio Barcelos
1. O livro discute a modernidade a partir dos conceitos de diáspora negra e suas narrativas de perda e viagens. O Atlântico Negro é visto como um conjunto cultural irredutivelmente moderno que escapa das simplificações étnicas.
2. A escravidão é apresentada como parte integrante da modernidade, não como um sistema atrasado. Pensadores iluministas não consideraram a história e cultura da diáspora africana.
3. A música negra é vista como forma de resistência que possibilitou a afir
A Revolução Francesa foi um período de grandes transformações políticas, sociais e econômicas na França entre 1789 e 1799. A monarquia absolutista do Antigo Regime enfrentava uma crise financeira e perda de popularidade. Inspirada pelas ideias iluministas e pela Revolução Americana, a burguesia francesa derrubou a monarquia e estabeleceu um governo republicano baseado nos direitos do homem e do cidadão. A Revolução também marcou o início da era do capitalismo liberal e da industrialização.
O documento discute a educação quilombola e como as escolas nas comunidades quilombolas buscam despertar a consciência sobre a realidade específica dessas comunidades. Apesar dos avanços dos movimentos negros, o racismo ainda é uma realidade para esses povos. A educação quilombola utiliza disciplinas sobre os povos africanos na diáspora para produzir uma visão de mundo baseada nos ideais da negritude.
Este documento apresenta a história da comunidade quilombola de Mata Cavalo, localizada em Livramento, Mato Grosso. Detalha a origem da terra através da sesmaria Boa Vida e as sucessivas doações e transferências de propriedade ao longo dos séculos. Também descreve a luta da comunidade para manter a posse da terra diante de invasões e ameaças, assim como sua busca por reconhecimento legal como remanescente de quilombo.
Globalização e pós modernidade aula de geografia prof. silvânio barcelosSilvânio Barcelos
1. O documento apresenta um módulo sobre pós-modernidade e globalização para um curso de geografia, introduzido pelo professor Silvânio Barcelos.
2. Aborda conceitos como pós-modernidade, globalização, capitalismo e suas fases, e as visões de pensadores como Lyotard, Debord, Bauman e Santos sobre o tema.
3. Discutem-se também as relações entre pós-modernidade e consumismo, religião, e relações humanas segundo a perspectiva de Bauman.
Cuiabá antiga "um novo olhar" prof. silvânio barcelosSilvânio Barcelos
O documento descreve a história da cidade de Cuiabá por meio de fotos e textos sobre monumentos e locais importantes. Apresenta como Cuiabá era no início do século XX, uma cidade tranquila cercada por pomares, e descreve sua transformação ao longo do tempo, com a demolição da antiga catedral e a construção de novos prédios públicos em estilo neoclássico. Também destaca locais como a Praça da Matriz e a Igreja do Rosário, importantes para a memória e o cotidiano dos cuiaban
1. A identidade negra na Comunidade do Quilombo Mata Cavalo está ancorada na "terra e memória" de seus ancestrais escravos.
2. As terras doadas em 1883 criaram um modo de vida comunal e laços de reciprocidade, reminiscências da diáspora africana.
3. Após mais de 120 anos assentados no local, os descendentes dos escravos ainda resistem à pressão por suas terras e lutam para preservar sua memória afro-referenciada.
Escravidão racial o legado do racismo aula de história prof. silvânio barcelosSilvânio Barcelos
1. O documento discute a escravidão racial na era moderna e seu legado de racismo.
2. A escravidão era vista como uma "ordem natural" e os africanos eram estereotipados como selvagens para legitimar a escravidão.
3. Apesar da opressão, os escravos resistiam de várias formas, como quebrando ferramentas e incendiando plantações.
O documento discute a disciplina "Educação na Pós-Modernidade" ministrada pelo professor Silvânio Barcelos. Apresenta brevemente as ideias de Jean-François Lyotard sobre pós-modernidade e da obra "A Sociedade do Espetáculo" de Guy Debord. Também aborda origens da educação no Brasil desde os jesuítas até reformas pombalinas e evolução até os dias atuais.
Cidadania, inclusão e ética na educação de jovens e adultosSilvânio Barcelos
O documento discute a importância de se trabalhar princípios éticos de cidadania, inclusão e respeito às diferenças na Educação de Jovens e Adultos. Também aborda a necessidade de se levar em conta diversidade cultural e de gênero nos métodos de ensino, para promover igualdade de oportunidades e construção de valores democráticos.
O documento discute a educação em duas comunidades quilombolas brasileiras, São Miguel dos Pretos no Rio Grande do Sul e a Comunidade Kalunga em Goiás. A educação nas comunidades enfrenta desafios devido à falta de infraestrutura e reconhecimento da cultura e história negra. A escola é vista como um local importante para construir conhecimento e autoestima, mas é necessário incluir a perspectiva e saberes quilombolas nos currículos escolares.
1) A cidade de Jenné-jeno no Mali é reconhecida como a mais antiga da África subsaariana.
2) A escravidão na África pré-colonial assumiu formas como a integração, doméstica e urbana, ligada principalmente ao comércio.
3) Os principais fluxos escravistas foram o transaariano para a África do Norte, o atlântico para as Américas e o asiático para o Oriente Médio, com preferência por escravos de determinados perfis
O programa Escola da Terra promove a formação continuada de professores de escolas rurais e quilombolas, oferecendo cursos com 180 horas de duração e kits pedagógicos. As secretarias estaduais e municípios de educação devem aderir ao programa para que seus professores possam participar.
DIRETRIZES EDUCACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO ÍNDIGENAJoel Soares
Este documento apresenta diretrizes para a educação escolar indígena no Brasil. Ele discute o direito das comunidades indígenas a uma educação diferenciada e culturalmente apropriada, e fornece orientações sobre a organização, currículo, avaliação e formação de professores para os diferentes níveis de ensino entre a educação infantil e a educação de jovens e adultos.
Este documento apresenta os dois principais mandamentos segundo o Evangelho de Mateus: amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo. Toda a lei e os profetas estão contidos nestes dois mandamentos de amor a Deus e ao próximo.
A LUTA PELA POSSE DA TERRA NO MARANHÃO: CASO DE CAXIAS/MAHenrique Soares
O documento discute a luta pela posse da terra no estado do Maranhão, especificamente no município de Caxias-MA. A pesquisa aborda os conflitos agrários resultantes da concentração fundiária e da luta dos camponeses pela terra. Os conflitos ocorrem devido à grilagem de terras e à violência contra os camponeses por parte de latifundiários. A reforma agrária enfrenta resistência dos grandes proprietários de terra.
Reforma Agrária não é mera redistribuição de terras. Trata-se de um processo amplo de mudanças que passa pelo campo político, social, técnico e
econômico.
Reforma Agrária não é mera redistribuição de terras. Trata-se de um processo amplo de mudanças que passa pelo campo político, social, técnico e
econômico.
1) A concentração de terras e violência no campo continuam sendo problemas no Brasil, apesar de várias tentativas de reforma agrária.
2) A agropecuária brasileira tem potencial, mas existe contraste entre áreas modernas e rudimentares com milhares de trabalhadores despossuídos.
3) O MST busca a redistribuição de terras improdutivas contrariamente ao modelo de reforma agrária do regime militar que priorizava a colonização em regiões remotas.
Esta unidade aborda os conceitos e aspectos teóricos do espaço rural, a formação histórica do espaço rural brasileiro desde o período colonial até o contemporâneo, e discute a questão agrária no capitalismo atual.
Este documento apresenta os objetivos de aprendizagem da Unidade 1 de Geografia Rural. Os estudantes aprenderão sobre conceitos como questão agrária e exploração da terra no Brasil e no mundo. Eles também compreenderão as abordagens teóricas e históricas sobre a reprodução do camponês e latifundiário e suas relações com o capitalismo. A unidade está dividida em três tópicos que cobrem aspectos teóricos e conceituais do espaço rural, a formação histórica do espaço rural brasileiro e a questão agrária
O documento descreve a história da reforma agrária no Brasil, desde os primórdios da colonização portuguesa até os dias atuais. A estrutura fundiária brasileira sempre foi marcada por latifúndios e alta concentração de terras. Ao longo do tempo, surgiram movimentos populares exigindo acesso à terra, como o MST. Atualmente, a reforma agrária busca distribuir terras de forma mais justa por meio de desapropriações e assentamentos.
Seminario a questão agrária, agrícola e o êxodo rural no brasilLUIS ABREU
1. O documento discute a estrutura fundiária no Brasil, desde a colonização até os dias atuais, caracterizada pela concentração de terras nas mãos de poucos proprietários.
2. A expansão das fronteiras agrícolas ocorreu principalmente no Centro-Oeste com incentivos governamentais, destacando-se o cultivo da soja no Cerrado e sua chegada à Amazônia.
3. Também aborda os movimentos sociais do campo, como o MST, e políticas públicas para a agricultura familar, como o PR
O documento discute a relação dos homens com a terra no Brasil ao longo da história, desde os povos indígenas até os dias atuais. Ele aborda a chegada dos portugueses e a implantação da agricultura de cana-de-açúcar, a distribuição de terras por meio de sesmarias que originou o latifúndio, e os conflitos agrários decorrentes da concentração fundiária, com destaque para os movimentos sociais pela reforma agrária.
O meio natural do meio oeste catarinense no processo de formação dinâmica so...taquarucu
Este documento discute a formação histórica e dinâmica social e espacial da região do Meio-Oeste catarinense, marcada inicialmente pela exploração dos recursos naturais e ocupação por caboclos, e mais tarde pela Guerra do Contestado e processo de privatização das terras. Aborda temas como o uso comunal da terra, a exploração econômica da região, e a miscigenação cultural entre indígenas, europeus e africanos na formação da população local.
O meio natural do meio oeste catarinense no processo de formação dinâmica so...taquarucu
Este documento discute a formação histórica e dinâmica social e espacial da região do Meio-Oeste catarinense, marcada inicialmente pela exploração dos recursos naturais e uso comunal da terra pelos povos indígenas e caboclos, e posteriormente pela ocupação de fazendeiros e imigrantes e pela Guerra do Contestado no início do século XX.
Este documento descreve um conflito de terras ocorrido no norte do estado do Paraná, Brasil, nas décadas de 1940 e 1950, conhecido como "A Guerra de Porecatu". O conflito surgiu da disputa entre posseiros e grandes proprietários de terra, com os posseiros sendo expulsos de suas terras. O Partido Comunista Brasileiro interveio para organizar a resistência armada dos posseiros, formando ligas camponesas e grupos armados para defender as posses da terra. A luta foi violentamente re
Formato organizacional e desenvolvimento econômico no assentamento rose após ...UNEB
Este documento discute o formato organizacional e desenvolvimento econômico do Assentamento Rose após 1995. O assentamento foi criado em 1989 quando pessoas sem terra ocuparam uma fazenda desapropriada próxima a Santa Luz. Em 1995 receberam o registro de posse da terra. Desde então, organizaram-se em cooperativas e associações apoiadas por movimentos sociais como a FATRES para desenvolver a agricultura familiar e melhorar suas condições de vida.
Formato organizacional e desenvolvimento econômico no assentamento rose após ...UNEB
Este documento discute o formato organizacional e desenvolvimento econômico do Assentamento Rose após 1995. O assentamento foi criado em 1989 quando pessoas sem terra ocuparam uma fazenda desapropriada próxima a Santa Luz. Em 1995 receberam o registro de posse da terra. Desde então, organizaram-se em cooperativas e associações apoiadas por sindicatos e movimentos sociais para desenvolver a agricultura e gerar renda. A FATRES, fundada em 1996, tem sido importante na organização dos assentados e no acesso a serviços
Este documento discute a história fundiária e o manejo de terras comuns chamadas "Fundo de Pasto" no norte da Bahia. Resumidamente:
1) Essas terras eram originalmente usadas para pastoreio comunitário, mas muitas foram cercadas e apropriadas individualmente nos últimos séculos devido ao crescimento populacional e mudanças econômicas.
2) Projetos públicos recentes tentam regularizar o título de propriedade coletiva dessas terras para preservar os sistemas de produção associados e promover uma reform
1) O documento aprova o relatório de identificação e reconhecimento da Comunidade Negra Rural de Mangal na Bahia e delimita as terras ocupadas por ela.
2) A comunidade situa-se às margens do rio São Francisco e possui cerca de 50 casas distribuídas em três ruas.
3) Segundo a memória local, a terra pertencia a um fazendeiro que a doou a Nossa Senhora do Rosário após a abolição da escravatura.
Relatório do FILME: Nas Terras do Bem-ViráWagner Rabelo
O documento discute como o filme Nas Terras do Bem-Virá e um texto sobre geografia agrária retratam uma modernização desigual da agricultura no Brasil, levando a concentração de terras e trabalho análogo à escravidão. Isso gerou conflitos agrários e violência à medida que pequenos agricultores lutaram por suas terras. O documento defende uma reforma agrária que atenda aos interesses da população.
O texto apresenta as principais questões referentes a reforma agrária, educação do campo, políticas educacionais e a situação dos povos do campo. No texto apresenta também marxismo, pedagogia da autonomia.
O documento discute a problemática da vida no campo no Nordeste brasileiro, abordando as relações de trabalho diferenciadas, os conflitos entre proprietários de terra e trabalhadores rurais, as revoltas populares ao longo da história e a organização dos trabalhadores rurais.
O documento descreve a história e o desenvolvimento das comunidades quilombolas de Parateca e Pau D'Arco, localizadas no município de Malhada, Bahia. O movimento CETA trouxe contribuições significativas para o reconhecimento das comunidades como assentamento quilombola e seu desenvolvimento social, incluindo benefícios educacionais. Os membros das comunidades relataram mudanças positivas resultantes das reivindicações do movimento CETA.
Semelhante a A hegemonia do latifundio na regiao norte de mato grosso 1 (20)
Módulo 1 (7º ano) povos indígenas - saberes e técnicas - prof. silvânio bar...Silvânio Barcelos
O documento resume os principais povos indígenas que habitaram o Brasil antes da chegada dos europeus, incluindo os Astecas, Maias, Incas e Tupis. Também discute a pré-história no Brasil e a teoria do povoamento das Américas através do Estreito de Bering.
O documento resume a história da África pré-colonial, com ênfase nos principais reinos que existiam (Reino da Etiópia, Reino do Congo, Reino de Gana e Reino de Mali) e suas estruturas sociais. Também aborda brevemente a partilha da África entre potências europeias no século XIX e os movimentos de independência no século XX liderados por figuras como Kwame Nkrumah e Léopold Sédar Senghor.
1) O documento discute os conceitos de educação, pós-modernidade e globalização, abordando suas definições e implicações. 2) A educação é vista como essencial para o desenvolvimento humano ao longo da vida. A pós-modernidade traz a perda de fronteiras e o mundo virtual. A globalização leva a uma maior interconexão mundial através da tecnologia e do capitalismo. 3) Autores como Bauman e Santos analisam os impactos da globalização, destacando a polarização social e a necessidade de uma abordagem mais humanista.
A assunção quilombola e os limites entre memória e história SILVÂNIO BARCELOSSilvânio Barcelos
1. O documento discute os limites entre memória e história nos processos de assunção quilombola e reconhecimento de comunidades remanescentes de quilombos.
2. Existem três casos de comunidades que requerem reconhecimento quilombola: descendentes diretos de quilombos, descendentes de escravos sem ligação com quilombos, e comunidades sem ligação com quilombos ou escravos.
3. O autor argumenta que, exceto no primeiro caso, a assunção quilombola deve ser entendida como um processo político e social enra
1) O documento discute a história espiritual da comunidade do planeta Terra, incluindo a chegada de espíritos degredados de outros mundos e a formação das primeiras raças humanas.
2) É mencionada a existência inicial de "Anjos Caídos" que auxiliaram no desenvolvimento das raças primitivas e a origem desses espíritos em outros mundos como Sírius e Capela.
3) O texto explora a evolução das civilizações humanas ao longo do tempo, desde os egípcios, índios, he
1) A globalização é um processo complexo que tanto une quanto divide, ao mesmo tempo em que comprime o tempo e o espaço. Isso leva a uma maior mobilidade para algumas elites e maior fixação no espaço local para as classes subalternas.
2) A globalização promove uma progressiva segregação espacial através da separação e exclusão, com as elites se isolando em territórios privados e empurrando os excluídos para fora.
3) Após a era do Estado-nação, não há mais uma localidade com poder sobre a humanidade como
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A hegemonia do latifundio na regiao norte de mato grosso 1
1. 1
A hegemonia do latifúndio na região Norte de Mato Grosso
Silvânio Paulo de Barcelos1
Confissão do Latifúndio
“Por onde passei, plantei a cerca farpada, plantei a queimada.
Por onde passei, plantei a morte matada.
Por onde passei, matei a tribo calada, a roça suada, a terra esperada...
Por onde passei, tendo tudo em lei, eu plantei o nada.
(Dom Pedro Casaldáliga)
Em conseqüência aos interesses do agronegócio em Mato Grosso, verifica-
se a instabilidade no modo de vida, e reprodução orgânica, dos pequenos produtores rurais
daquela região, cujas economias baseadas na produção familiar entraram em declínio
provocando uma intensa onda migratória em direção aos grandes centros urbanos. Esse
fluxo migratório foi conseqüência, em parte, dos processos de ocupação de terras nas
regiões Centro e Norte do país, no pós-1964. A instalação de grandes empresas rurais
nessa região mudou significativamente as relações de trabalho e também as formas de
exploração da terra, numa crescente demanda por grandes áreas cultiváveis, utilizando-se
de avançada tecnologia de exploração e cultivo das monoculturas da soja e, também, da
cana. A lógica do capital que se impõe às estruturas das economias de subsistência do
pequeno agricultor familiar desconsidera o fator humano, o que faz com que mudem de
seus lugares de origem agravando, ainda mais, a delicada situação social e econômica nas
periferias de boa parte das cidades daquele Estado.
1
Doutorando: Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Mato Grosso. Orientador:
Prof. Dr. João Carlos Barrozo. Bolsista CAPES/FAPEMAT
2. 2
De acordo com o professor Dr. Eduardo Paulon Girardi2, nos últimos cinqüenta
anos houve um considerável aumento da população urbana no Brasil, alcançando o índice
percentual de 633,4%. De acordo com dados levantados do Censo Demográfico do IBGE,
em 1950 a população concentrada nas cidades brasileiras era de 18.782.891 de habitantes,
sendo que no ano 2000 passou para 137.755.550 habitantes. Conforme conclusões de
Girardi, o aumento da densidade populacional nas regiões urbanas no Brasil deveu-se,
principalmente, ao “intenso êxodo rural e o grande crescimento vegetativo da população” 3.
Trataremos, nesse artigo, da sensível questão do êxodo rural e suas implicações para
considerável parte da população mato-grossense que se viu obrigada a migrar para as
cidades. Esse fluxo migratório foi conseqüência, em parte, dos processos violentos de
ocupação, e expropriação, de terras no contexto da expansão capitalista rural verificada a
partir das políticas governamentais de ocupação das regiões Centro e Norte do país, no
pós-1964. Como explica Girardi, os processos descontrolados de migração das zonas
rurais para as cidades provocaram uma série de problemas urbanos, tais como a expansão
das favelas e a desqualificação dos serviços públicos nas áreas de saúde, educação e
segurança. Segundo nossas observações, uma das principais causas da desestruturação do
modo de produção familiar no campo foi a expansão das grandes empresas capitalistas,
principalmente aquelas representadas pelos projetos de colonização assentados nas
referidas regiões e que, atualmente, implementam no campo uma avançada tecnologia de
exploração e cultivo das monoculturas da soja e, também, da cana, entre outras de menor
expressão, tendo como base o modo de produção industrial/capitalista. Visando uma
melhor compreensão da temática proposta analisaremos, em primeiro plano, a questão da
posse de terra no Brasil no contexto da História Agrária.
O instituto das sesmarias em Portugal foi criado buscando-se soluções à crise de
abastecimento, pois as terras, naquela região, profundamente marcadas pelo sistema feudal,
“eram na maioria apropriadas e tinham senhorios, que em muitos casos não as cultivavam,
nem arrendavam. O objetivo básico da legislação era acabar com a ociosidade das terras,
obrigando ao cultivo sob pena de perda de domínio” (Silva, 1996).
2
O Professor Doutor Eduardo Paulon Girardi desenvolve pesquisas junto ao Núcleo de Estudos, Pesquisas
e Projetos de Reforma Agrária – NERA, da UNESP e Grupo de Pesquisa em Geografia Agrária e
Conservação da Biodiversidade do Pantanal, da UFMT. No âmbito de suas investigações acadêmicas, trata
das questões relacionadas à desenvolvimento territorial, geografia agrária, impactos sócio-ambientais do
agro-negócio e movimentos camponeses (espacialização, territorialização e mundialização)
3
Disponível em: http://www2.fct.unesp.br/nera/atlas/caracteristicas_socioeconomicas_b.htm acesso em
04/Outubro/2012. Acesso em 04/Outubro/2012.
3. 3
No Brasil o objetivo da importação do modelo sesmarial português centrou-se em
torno da questão de fixação dos colonos nas terras realengas para defesa e ocupação do
território, garantindo-lhes não a propriedade, mas o usufruto segundo suas especificidades
a partir do direito romano, prerrogativa esta que lhes delegavam poderes para usar e fruir
do bem em questão. Observa o senso comum na historiografia brasileira que o instituto do
Sesmarialismo no Brasil lançou as bases de implantação do sistema de latifúndio que
perdura até aos dias atuais. De acordo com Lígia Osório da Silva, “tratava-se de garantir a
sua posse e defende-la da cobiça dos estados rivais, cujas burguesias mercantis buscavam
incessantemente novas oportunidades de acumulação” (1996).
Com a ascensão econômica e política das elites cafeicultoras do Rio de Janeiro, São
Paulo e Paraná e a crescente onda de conflitos entre sesmeiros e posseiros, tornou-se
necessário repensar o sistema de sesmarias no Brasil. Lígia Osório da Silva observa que
“existia, sem dúvida, uma contradição entre sesmeiros e os posseiros quando a questão era
a doação de sesmarias em áreas ocupadas. Foi esse aspecto que forçou a tomada de posição
das autoridades para dirimir o conflito” (1996). Em conseqüência da impossibilidade de
manutenção do sistema sesmarial, finalmente o regime de sesmarias no Brasil chega ao fim
de acordo com a resolução que determinou a suspensão de todas as sesmarias futuras,
levada a efeito em 17 de Julho de 1822.
A posse constituiu um novo sistema jurídico que garantia, pelo uso da força e sob
a zelosa proteção da Guarda Nacional, o acesso à terra, no período histórico compreendido
entre fevereiro de 1822 à setembro de 1850. A Lei de Terras de 1850 beneficiou uma
seleta elite da aristocracia rural brasileira, garantindo-lhes plenos direitos de uso, fruição,
disposição e abuso de suas propriedades. Implementada durante o conturbado período de
transição do trabalho escravo para o trabalho livre, através da importação de mão de obra
assalariada dos imigrantes europeus, a referida lei expressava a preocupação dos grandes
proprietários de fazendas no que se refere ao acesso à terra. Desta forma, os latifundiários
no Brasil incentivaram a implantação de uma legislação que impedisse, ou pelo menos
dificultasse, o acesso imediato dos imigrantes à posse das referidas terras. Com a
implantação da Constituição Federal de 1891, primeira mudança na estrutura jurídica do
Brasil Republicano, as terras devolutas passaram para a administração dos estados
4. 4
aumentando o poder regional e lançando as bases da nova estrutura política que passaria a
ser reconhecida como “coronelismo” a partir da década de 1930. O Estado assumiu o
controle das questões fundiárias modificando a estrutura jurídica dos “registros de
vigário”4, para um novo sistema implantado em função da criação dos Cartório de Registro
de Terras.
No Brasil, de meados da década de 1930 a finais da década de 1940, eclodem os
movimentos sociais no campo, de cunho messiânico/religioso, reivindicando uma efetiva
reforma agrária que possibilitasse equalizar, ou pelo menos minimizar, as demandas por
terras cultiváveis para subsistência por parte de um contingente expressivo de lavradores
“despossuídos” no setor rural. Após 1950 esses movimentos notabilizaram-se pelos seus
aspectos políticos através da atuação das Ligas Camponesas, desestabilizando as relações
entre fazendeiros e trabalhadores rurais. Alguns setores mais exaltados da sociedade rural
sonhavam com a utopia de uma suposta reforma agrária do tipo socialista, preconizando,
em teoria, o fim da propriedade privada.
Trombas e Formoso constituiu-se na materialização desse impulso revolucionário
conforme salienta Paulo Ribeiro da Cunha (1994). Segundo esse autor, o modelo de
desenvolvimento originado a partir dos anos 1950 possibilitou o processo de expansão do
grande capital levando consigo os estigmas de um grande paradoxo. No campo, à época,
estava claro o cenário de contradições, e misérias, segundo as condições do mundo do
trabalho que se dispunha ao homem rural em contrapartida à vitalidade, sempre
ascendente, da concentração fundiária nas mãos de uma seleta elite agrária no Brasil. Para
Cunha, o “Manifesto de Agosto de 1950” constituiu-se em marco inicial de uma nova
perspectiva revolucionária no Brasil, sob o entusiasmo e a influência da vitoriosa
revolução chinesa e a concepção teórica do “campo cercando as cidades”. Para ele, foi
exatamente no ímpeto e na predisposição à luta que o Estado de Goiás propiciou, “de certa
forma, as condições para que este processo fosse desencadeado, sendo um tradicional palco
de conflitos rurais extremamente significativos até hoje”5, como os casos de Ipameri,
Itauçú, Porangatu, Trombas e Formoso, entre outros.
4
Escrituração jurídica empreendida por membros da Igreja Católica para legalização da propriedade de áreas
rurais à sesmeiros e posseiros, que recebiam pelo serviço fatias de terras.
5
Disponível em: http://www.ifch.unicamp.br/ael/website-ael_publicacoes/cad-7/Artigo-3-p83.pdf acesso
em 04/Outubro/2012.
5. 5
O Estatuto da Terra aprovado no mesmo ano do Golpe Militar de 1964, ao arrepio
dos interesses da grande massa composta pelos movimentos sociais no campo, forjou uma
pretensa Reforma Agrária do tipo capitalista reforçando os protocolos legitimadores da
propriedade privada, obviamente o “grande latifúndio”.
Nesse novo contexto histórico brasileiro estavam lançadas as bases da
modernização no campo, expressas em políticas de expansão, e ocupação, da fronteira
agrícola no Norte e Centro-Oeste do país, incrementando nova configuração capitalista
com o surgimento do agro-negócio, a monocultura potencial e a constante centralização
fundiária no campo em mãos de empresários nacionais, bem como trans-nacionais. A
Colonização da região norte do Estado de Mato Grosso é emblemática no que concerne ao
movimento de ocupação das regiões consideradas como fronteiras, no contexto agrário
brasileiro, conforme o discurso hegemônico que possibilitou a implementação da ideologia
expansionista pelas forças do capital, na figura imponente de diversas empresas, sob a
custódia e os olhos vigilantes da administração governamental no período militar.
A idéia dessa região como sertão resultou de condicionantes históricas singulares,
carregando consigo o imaginário fértil de terras muito ricas, porém habitada por um povo
“pouco obreiro, representação construída ao longo do tempo nas letras e imagens
impressas pelos muitos viajantes que por ela passaram” (Joanoni Neto, 2007).
Estranhamento considerado incômodo nas formulações deste pesquisador, na medida em
que eram confrontadas as riquezas naturais da região e o modo de vida das pessoas que
nela habitavam. Segundo Joanoni Neto, em análise das formas de pensamento dos
viajantes, “como poderiam os mato-grossenses manter-se em tal grau de isolamento e
acometidos de tamanha pobreza”? (2007). Em função das recorrentes imagens construídas
nos meandros da memória, Mato Grosso visto como um lugar comum da não-civilização
tornara-se “fronteira, ou área que necessitava ser colonizada, modernizada, para garantir
integridade territorial e política do país” (Joanoni Neto, 2007). Sem dúvida, essa
representação ideológica hegemônica tornou-se realidade, na região norte de Mato Grosso,
nas dezenas de projetos de colonização e assentamento de pequenos colonos vindos,
principalmente, da região sul do Brasil. Os efeitos dessa ocupação só se concretizaram nos
6. 6
anos 1970, afirma Joanoni Neto, com a transformação dessa região em “fronteira agrícola”,
numa citação à Rosa Luxemburg, e, também em função de fartos incentivos do governo
aos empresários,
viabilizados por órgãos como a SUDAM (Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia) e a SUDECO (Superintendência para o
Desenvolvimento do Centro Oeste), e programas governamentais como o
PIN (Programa de Integração Nacional) e o POLONOROESTE
(Programa de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil) que canalizaram
para a mesma, incentivos fiscais, linhas de financiamentos, juros
subsidiados e prazos generosos (2007).
Além dos incentivos governamentais, a abertura de rodovias exerceu papel
preponderante nos processos de ocupação do interior do estado de Mato Grosso, mudando
inexoravelmente os destinos de milhares de trabalhadores do campo, pequenos posseiros e
agricultores que viviam em função da terra nos moldes da produção familiar, muitas vezes
nos limites da própria subsistência. Tal como ocorreu no Oeste dos EUA do século XIX,
onde os colonos pioneiros seguiram as ferrovias6, no Brasil a partir da segunda metade do
século XX, afirma Joanoni Neto, o colono “foi atrás das rodovias e, em ambos os casos, as
melhores terras ficaram nas mãos de grandes empresas” (2007). Sob a promessa do
desenvolvimento e progresso que seria levado a distantes regiões amazônicas, as rodovias
e o projeto de expansão econômica desde a década de 1960 mudaram a paisagem natural e
humana dessa extensa região. Nos últimos quarenta anos a população da região amazônica
passou de dois para vinte milhões de habitantes, segundo Joanoni Neto. O estado de Mato
Grosso que contava com 38 municípios até meados da década de 1970, passou a contar
com 142 municípios em pouco mais de vinte e cinco anos.
Não questionamos aqui as noções de progresso e desenvolvimento que foram
efetivados no âmbito da expansão econômica das regiões Centro e Norte do país, mas, sim
as dramáticas conseqüências de uma ocupação arbitrária onde os números relativos à
condição social e econômica dos antigos habitantes foram desconsiderados, de acordo com
o senso comum, no próprio discurso idealizado pelas forças capitalistas que ocuparam
6
Para maiores informações sobre a expansão colonial norte americana vide: O Europeu, o nativo e o
americano, Wegner, Robert. Apud A Conquista do Oeste, 2000. Frederick Jackson Turner e o Oeste.
Idem. O significado da fronteira na História Americana. KNAUSS, Paulo. Apud Oeste Americano.
Ensaios de história dos Estados Unidos da América de Frederick J. Turner.
7. 7
essas regiões. Uma intensa pressão fundiária vem à luz expressa em relatórios como o
divulgado pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Sustentável de Mato Grosso. De
acordo com este relatório, Mato Grosso contava, no ano de 2002, com “348 assentamentos
e 32 acampamentos em 106 municípios, totalizando 65.802 famílias com demandas não
menos impressionantes: 120 mil hectares de terras a serem demarcadas, 15.538 hectares de
terras esperando desapropriação” (Joanoni Neto, 2007). Esse quadro, obviamente, desvela
o rompimento de uma economia tradicional que foi desestruturada no âmbito do processo
de ocupação de terras na região, provocando, na verdade, se considerada a contraparte do
processo, uma profunda desterritorialização de boa parte das famílias que viviam no
campo, antes da chegada dos colonizadores.
Entre os fatores que mais influíram no desmantelamento da agricultura familiar no
Centro-Oeste brasileiro, e particularmente em Mato Grosso após a década de 1980,
destacam-se a monocultura da soja e da cana, ambas baseadas em produção industrial de
larga escala, utilizando-se de tecnologias avançadas nos setores da informática e também
da mecanização ostensiva em suas rotinas de cultivo. Tanto a produção de soja, como a de
cana demanda a utilização de extensas porções de terras levando os administradores do
moderno agro-negócio a concentrar grandes propriedades rurais nessas regiões. A soja,
produto altamente valorizado no mercado internacional em função da retração de sua
produção no mercado norte americano na década de 1960, tornou-se o principal produto de
exportação brasileiro. Em parte, a ascensão da produção de soja nesta região verificou-se
em função da crescente estruturação da malha rodoviária, atendendo à demanda natural
ocorrida após a transferência da capital federal e, também, como já vimos, seguindo os
planos de expansão idealizados e implementados no período militar. Esta é uma condição
primordial para o escoamento da produção rural rumo aos portos de exportação, mas, no
caso da soja outros fatores, segundo texto publicado pela EMBRAPA7, não podem ser
desprezados: incentivos fiscais; estabelecimento de agroindústrias na região; baixo valor da
terra; avanço propiciado pelas técnicas de transgenia; topografia da região favorável à
mecanização agrícola; boas condições do solo; alto nível de conhecimento das técnicas
agrícolas principalmente por parte dos produtores oriundos do Sul.
7
Disponível em:
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Soja/SojaCentralBrasil2003/importancia.htm
acesso em 05 de Outubro de 2012.
8. 8
Impossível desconsiderar, pela gigantesca produção de divisas, a revolução
socioeconômica e tecnológica que a soja possibilita à nação brasileira. Ainda de acordo
com o texto da EMBRAPA citado acima, o fenômeno da produção em alta escala da soja é
comparável com o extenso e áureo período do cultivo e comercialização da “cana de
açúcar no Brasil Colônia e do café no Brasil Império, que, em épocas diferentes,
comandaram o comércio exterior do País”. Conforme o discurso presente no referido texto,
a advento da soja na economia brasileira abriu fronteiras e semeou cidades, implantando
uma nova civilização no Centro Oeste, possibilitando o progresso e desenvolvimento para
uma “região despovoada e desvalorizada, fazendo brotar cidades no vazio do Cerrado e
transformando os pequenos conglomerados urbanos existentes, em metrópoles”. Como se
pode perceber, sem o menor esforço, trata-se de uma ideologia poderosa que teve seu
início, praticamente, na era Vargas (Marcha para o Oeste) e que foi potencializada com as
políticas expansionistas do governo militar no pós-1964, visando legitimar as ações de
ocupação de vastas regiões amazônicas, em especial a região Norte de Mato Grosso.
Se por um lado, conforme explicita o professor João Carlos Barrozo, parte dos
migrantes que vieram do Sul do Brasil “sofreu um processo de mobilidade social
ascendente” (2008), um número expressivo de colonos que foram enviados para as áreas de
florestas mais isoladas visando à produção de culturas de subsistência, “empobreceram ou
permaneceram na mesma situação econômico-social. Dentre estes, uma parte retornou para
o Sul e outros migraram para a periferia de algumas cidades de Mato Grosso” (Barrozo,
2008). Por outro lado, no mesmo estado de Mato Grosso, “há povos indígenas, posseiros e
assentados, que ainda trabalham a terra com enxada, foice, facão” (Joanoni Neto e Harres,
2009), e esta é exatamente a parte mais prejudicada no processo de ocupação de terras nas
referidas regiões. Segundo conclusões do professor João Carlos Barrozo na obra acima
citada, uma indagação desconcertante vem à tona quando consideramos as áreas ocupadas
pelas pequenas famílias no campo: “este avanço do agronegócio respeitará as áreas de
posse e dos assentamentos onde estão assentadas milhares de famílias de agricultores
familiares?” (2009).
O grande problema da pressão social nos meios urbanos, como apontamos na
introdução deste artigo, toma corpo em função da desterritorialização do pequeno
9. 9
agricultor familiar, pois não havendo trabalho no campo, “restam apenas trabalhos
eventuais, principalmente no período da safra, e serviços braçais na cidade” (Barrozo, IN:
Joanoni Neto e Harres, 2009). Sem condições de reprodução orgânica em suas regiões de
origem, as famílias de pequenos agricultores são obrigadas a migrarem para os centros
urbanos. Tais cidades, conforme aponta a sensibilidade de Joanoni Neto, numa citação à
Regina Beatriz Guimarães Neto, se organizam de forma a excluir as populações pobres,
“reproduzindo modelos urbanos carcomidos, revelando desde já os problemas da sociedade
capitalista globalizada” (2007).
10. 10
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
Barrozo, João Carlos (Org.). Mato Grosso: Do sonho à utopia da terra. Cuiabá:
EdUFMT/ Carlini & Caniato Editorial, 2008.
Cunha, Paulo Ribeiro da. Aconteceu longe demais: A luta pela terra dos posseiros de
Formoso e Trombas e a política revolucionária do P C do B no período 1950 – 1964,
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