SlideShare uma empresa Scribd logo
FAVELA
Uma Ferida Social Através do Tempo1
A Geografia Urbana estuda as áreas metropolitanas e seus processos de
produção do espaço como fenômeno geográfico. Já a urbanização se apresenta como um
conjunto de processos coordenados pela ação humana e cuja complexidade exige grande
aprofundamento dos pesquisadores, em especial com o objetivo de entender como a
cidade se produz e reproduz. Como compreende um todo ao mesmo tempo homogêneo
e heterogêneo, é preciso ter em mente que os espaços urbanos são, de modo geral,
facilmente reconhecíveis na paisagem, porém cada um apresenta suas especificidades,
particularidades e singularidades. Como diria Milton Santos2
: “A Cidade é uma
sucessão de tempos desiguais. É esta sucessão de tempos desiguais que permite falar em
diferentes fases de crescimento urbano. Fases estas que acompanham a evolução da
economia no respectivo país em que se encontravam, moldando desta forma a sua rede
urbana, consoante ao grau de desenvolvimento atingido”.
Isso inclui como as pessoas se inserem e estão nesse espaço, acompanhando
também os diferentes modos produtivos, urbanizações que produzem e todas as
diferenciações de apropriação do espaço urbano. Elas ocorrem sob determinadas lógicas
socioespaciais, produzindo assim tecidos urbanos complexos à medida que são
aprofundadas as relações produtivas no espaço. Antes de mais nada é preciso fazer uma
volta no tempo e na história para tentar compreender as nossas formas de morar, viver e
habitar.
EMANCIPAÇÃO DOS CATIVOS
1
Artigo do Historiador Ramão Figueira Gutierrez, publicado na revista, Geografia Conhecimento Prático,
número 31.
2
O trecho foi dito por Milton Santos quando ele participava da mesa redonda “O tempo na filosofia e na
história”, promovida pelo Grupo de Estudos Sobre o Tempo do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da
USP, em 29 de maio d e1989.
A emancipação dos escravos em 1888 foi uma forma de atender, entre outras
ingerências, a burguesia inglesa que mantinha sociedade com a elite latifundiária,
produzindo dentro do sistema plantation3
. O Estado não teve a preocupação de
formalizar na parte legislativa projetos de alcance social para estimular os recém-
libertos na conquista de um lugar na sociedade. Não produziu nenhuma lei que ajudasse
o ex-escravo a ser reconhecido como cidadão, simplesmente ignorou essas almas que
antes tinham serventia porque eram submissos e não faziam ponderações.
Agora o ex-escravo é descartado do sistema e poucos são ocupados naquelas
tarefas degradantes e de valor social baixo, como carregar lenha, trazer água em
cântaros, carregar vasos contendo fezes da latrina do ex-senhor.
AS MORADIAS NAS ENCOSTAS
Todo homem precisa de ocupação produtiva para que a dignidade não seja
atingida de forma a causar danos às estruturas psicológicas e afetivas. Como o Estado
abandonou essas pessoas de maneira cruel, tanto quanto a forma compulsória que aqui
chegaram, somente lhes restou como sobrevivência retirar da natureza quase tudo.
A falta de recursos financeiros determinou a ocupação desordenada da
contraencosta dos acidentes geográficos do entorno da cidade do Rio de Janeiro.Essa
ocupação lhes permitiu o cultivo de hortaliças, a criação de animais de pequeno porte
que eram vendidos nas ruas das cidades. Conseguiram suas moradias derrubando a
floresta tropical, utilizando o bambu e o barro.
MÃO DE OBRA BARATA.
Por muitos anos a insensatez do homem urbano predominou, explorando
economicamente o negro ex-escravo. Ele não tinha a chance de receber do Estado
republicano à oportunidade de ter escola que pudesse prepará-lo para os desafios do
cotidiano. Ainda predominava em muitos segmentos da sociedade o preconceito e a
leitura de que o negro é incapaz e dependente. Por isso hoje o Estado procura
compensar o descaso de muitos anos estabelecendo cotas nas universidades.
3
É um tipo de sistema agrícola baseado em uma monocultura de exportação mediante a utilização de
latifúndios e de mão-de-obra escrava.
AS FAVELAS
Em 1906 o prefeito Pereira Passos coloca em prática o Projeto Bota Abaixo4
. Se
antes a favela era reduto de negros e descendentes, agora passa a receber os brancos
pobres. Antes eles viviam nos cortiços5
e não tinham como arcar com a despesa de
aluguel. Dessa forma são obrigados a procurar refúgio na favela.
O cenário onde predomina o negro, o que já era preocupante, agora fica mais
complexo com a chegada do branco pobre que carrega traços cultuais diferentes do
local. Com o tempo o sistema capitalista produziu um exército de reserva que utiliza
uma parte em subempregos e a outra, o excedente ocioso, fica a serviço dos traficantes
locais.
Um dos grandes problemas hoje enfrentados pelo Rio de Janeiro é a violência,
decorrente das brigas entre facções do tráfico de drogas. As milícias6
são também outro
fator predominante nas problemáticas que se inserem nos complexos de favelas do
Estado. Hoje, em 2010, o Governo, nas três esferas, envolvido em propostas sociais de
grande alcance, realiza ocupações nas comunidades estrategicamente localizadas na
cidades do Rio de Janeiro com a rubrica de Unidade Pacificadora7
.
4
O chamado “Bota Abaixo” na verdade era um projeto urbanístico de alargamento de uma avenida no
centro do Rio de Janeiro, com a intenção de imitar Paris, que foi responsável pela demolição de centenas
de prédios, sobrados e casas velhas das ruas centrais da cidade, para dar lugar à Avenida Central, atual
Rio Branco. A população pobre que morava nesses velhos prédios e sobrados foi deslocada à força e
acabou indo fixar-se nos morros próximos, dando origem às primeiras favelas da cidade.
5
É um aglomerado de casas que serve de habitação coletiva para a população pobre. Também conhecida
pela nome de cabeça-de-porco. Em meados do século 19, um tipo de moradia começava a se alastrar pelo
Rio de Janeiro, os cortiços. Erguidas principalmente por imigrantes portugueses, as construções precárias
eram formadas por dezenas de quartos pequenos, sem cozinha, com banheiros e tanques coletivos.
6
As milícias são grupos criminosos que controlam várias favelas da cidade do Rio de Janeiro. São
formadas por policiais, bombeiros, vigilantes, agentes penitenciários e militares, fora de serviço ou na
ativa. Muitos milicianos são moradores das comunidades e contam com respaldo de políticos e lideranças
comunitárias locais. À pretexto de garantir a segurança contra traficantes, os milicianos passaram a
intimidar e extorquir moradores e comerciantes, cobrando taxa de proteção. Através do controle armado,
esses grupos também controlam o fornecimento de muitos serviços aos moradores. São atividades como o
transporte alternativo (que serve aos bairros da periferia), a distribuição de gás, a instalação de ligações
clandestinas de TV a cabo.
7
Presença do Estado nas favelas através de Unidades com o objetivo de confrontar e, de certa forma,
tranqüilizar o morador da comunidade. A idéia dessa Unidade é levar uma política pública localizada para
atuar no ambiente cujo tecido social está fragilizado ética e moralmente.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Resenha texto a crise de habitação
Resenha texto a crise de habitaçãoResenha texto a crise de habitação
Resenha texto a crise de habitação
ofwd
 
Questo Fundiria 1
Questo Fundiria 1Questo Fundiria 1
Questo Fundiria 1
lucas
 
Crescimento e limitação da sociedade burguesa
Crescimento e limitação da sociedade burguesaCrescimento e limitação da sociedade burguesa
Crescimento e limitação da sociedade burguesa
maria40
 
Projeto de pesquisa de conclusão de curso de licenciatura em história.
Projeto de pesquisa de conclusão de curso de licenciatura em história.Projeto de pesquisa de conclusão de curso de licenciatura em história.
Projeto de pesquisa de conclusão de curso de licenciatura em história.
Zelma Alzareth Almeida
 
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?
John Wainwright
 
Estado,sociedade civil e mudanças sociais(1)
Estado,sociedade civil e mudanças sociais(1)Estado,sociedade civil e mudanças sociais(1)
Estado,sociedade civil e mudanças sociais(1)
Roberto Rabat Chame
 
Estado,sociedade civil e mudanças sociais
Estado,sociedade civil e mudanças sociaisEstado,sociedade civil e mudanças sociais
Estado,sociedade civil e mudanças sociais
Fernando Alcoforado
 
Conceito de modernidade eurocentrismo
Conceito de modernidade eurocentrismoConceito de modernidade eurocentrismo
Conceito de modernidade eurocentrismo
FRANCISCO PALOSQUE
 
Migração Brasileira
Migração BrasileiraMigração Brasileira
Migração Brasileira
Ana C. Soares
 
2014 a questão da mdo
2014 a questão da mdo2014 a questão da mdo
2014 a questão da mdo
Jorge Marcos Oliveira
 
Revolução Francesa
Revolução Francesa Revolução Francesa
Revolução Francesa
Kelly Delfino
 
Geo Urb 2.pptx
Geo Urb 2.pptxGeo Urb 2.pptx
Geo Urb 2.pptx
vpcsilva
 
Sociedade do séc.XIX
Sociedade do séc.XIXSociedade do séc.XIX
Sociedade do séc.XIX
Maria Gomes
 
C:\Fakepath\Reforma1
C:\Fakepath\Reforma1C:\Fakepath\Reforma1
C:\Fakepath\Reforma1
ALCIONE
 
Movimento abolicionista
Movimento abolicionistaMovimento abolicionista
Movimento abolicionista
Letícia Dumont
 
Contrastes e antagonismos sociais do século xix
Contrastes e antagonismos sociais do século xixContrastes e antagonismos sociais do século xix
Contrastes e antagonismos sociais do século xix
maria40
 
Abolição escravatura
Abolição escravaturaAbolição escravatura
Abolição escravatura
Adilson P Motta Motta
 

Mais procurados (17)

Resenha texto a crise de habitação
Resenha texto a crise de habitaçãoResenha texto a crise de habitação
Resenha texto a crise de habitação
 
Questo Fundiria 1
Questo Fundiria 1Questo Fundiria 1
Questo Fundiria 1
 
Crescimento e limitação da sociedade burguesa
Crescimento e limitação da sociedade burguesaCrescimento e limitação da sociedade burguesa
Crescimento e limitação da sociedade burguesa
 
Projeto de pesquisa de conclusão de curso de licenciatura em história.
Projeto de pesquisa de conclusão de curso de licenciatura em história.Projeto de pesquisa de conclusão de curso de licenciatura em história.
Projeto de pesquisa de conclusão de curso de licenciatura em história.
 
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?
 
Estado,sociedade civil e mudanças sociais(1)
Estado,sociedade civil e mudanças sociais(1)Estado,sociedade civil e mudanças sociais(1)
Estado,sociedade civil e mudanças sociais(1)
 
Estado,sociedade civil e mudanças sociais
Estado,sociedade civil e mudanças sociaisEstado,sociedade civil e mudanças sociais
Estado,sociedade civil e mudanças sociais
 
Conceito de modernidade eurocentrismo
Conceito de modernidade eurocentrismoConceito de modernidade eurocentrismo
Conceito de modernidade eurocentrismo
 
Migração Brasileira
Migração BrasileiraMigração Brasileira
Migração Brasileira
 
2014 a questão da mdo
2014 a questão da mdo2014 a questão da mdo
2014 a questão da mdo
 
Revolução Francesa
Revolução Francesa Revolução Francesa
Revolução Francesa
 
Geo Urb 2.pptx
Geo Urb 2.pptxGeo Urb 2.pptx
Geo Urb 2.pptx
 
Sociedade do séc.XIX
Sociedade do séc.XIXSociedade do séc.XIX
Sociedade do séc.XIX
 
C:\Fakepath\Reforma1
C:\Fakepath\Reforma1C:\Fakepath\Reforma1
C:\Fakepath\Reforma1
 
Movimento abolicionista
Movimento abolicionistaMovimento abolicionista
Movimento abolicionista
 
Contrastes e antagonismos sociais do século xix
Contrastes e antagonismos sociais do século xixContrastes e antagonismos sociais do século xix
Contrastes e antagonismos sociais do século xix
 
Abolição escravatura
Abolição escravaturaAbolição escravatura
Abolição escravatura
 

Destaque

Confeitaria colombo som
Confeitaria colombo  somConfeitaria colombo  som
Confeitaria colombo som
Marilia Brasil
 
Aula Embriologia
Aula Embriologia Aula Embriologia
Aula Embriologia
arturvalgas
 
Batalha de flores
Batalha de floresBatalha de flores
Batalha de flores
G. Gomes
 
Rio Antigo
Rio AntigoRio Antigo
Rio Antigo
Don Oleari
 
Contexto Brasil Republicano
Contexto Brasil RepublicanoContexto Brasil Republicano
Contexto Brasil Republicano
Fabio Santos
 
porque admiro a kurt cobain
porque admiro a kurt cobainporque admiro a kurt cobain
porque admiro a kurt cobain
santiagomisael
 
Rio de janeiro memoria
Rio de janeiro  memoriaRio de janeiro  memoria
Rio de janeiro memoria
José R. Pate
 
O RIO ANTIGO DE GUTA
O RIO ANTIGO DE GUTAO RIO ANTIGO DE GUTA
O RIO ANTIGO DE GUTA
Washington Ferreira
 
A confeitaria Colombo
A confeitaria ColomboA confeitaria Colombo
A confeitaria Colombo
Umberto Pacheco
 
O rio que queria ser paris
O rio que queria ser parisO rio que queria ser paris
O rio que queria ser paris
Valentim-Ricardo Silber Philip Martin
 
Rio de Janeiro em 1900
Rio de Janeiro em 1900Rio de Janeiro em 1900
Rio de Janeiro em 1900
Roney Belhassof
 
Rio antigo antigas fotos
Rio antigo   antigas fotosRio antigo   antigas fotos
Rio antigo antigas fotos
Ariana Martins
 
Exposição de fotos
Exposição de fotosExposição de fotos
Exposição de fotos
Carolina Medeiros
 
Cultura e os modos de vida e linguagem humana
Cultura e os modos de vida e linguagem humanaCultura e os modos de vida e linguagem humana
Cultura e os modos de vida e linguagem humana
Isaquel Silva
 
Afinal, O que é Favela?
Afinal, O que é Favela?Afinal, O que é Favela?
Afinal, O que é Favela?
Pedro Mallet
 
Memoria do Rio de Janeiro-Centro/ BRASIIL
Memoria do Rio de Janeiro-Centro/ BRASIILMemoria do Rio de Janeiro-Centro/ BRASIIL
Memoria do Rio de Janeiro-Centro/ BRASIIL
Irene Aguiar
 
Reforma Urbana do Rio de Janeiro (início do século XX)
Reforma Urbana do Rio de Janeiro (início do século XX)Reforma Urbana do Rio de Janeiro (início do século XX)
Reforma Urbana do Rio de Janeiro (início do século XX)
Léo Rossetti
 
Revolta da vacina
Revolta da vacinaRevolta da vacina
Revolta da vacina
Amanda Santos
 
Brasil república 9º ano
Brasil república 9º anoBrasil república 9º ano
Brasil república 9º ano
Eloy Souza
 

Destaque (19)

Confeitaria colombo som
Confeitaria colombo  somConfeitaria colombo  som
Confeitaria colombo som
 
Aula Embriologia
Aula Embriologia Aula Embriologia
Aula Embriologia
 
Batalha de flores
Batalha de floresBatalha de flores
Batalha de flores
 
Rio Antigo
Rio AntigoRio Antigo
Rio Antigo
 
Contexto Brasil Republicano
Contexto Brasil RepublicanoContexto Brasil Republicano
Contexto Brasil Republicano
 
porque admiro a kurt cobain
porque admiro a kurt cobainporque admiro a kurt cobain
porque admiro a kurt cobain
 
Rio de janeiro memoria
Rio de janeiro  memoriaRio de janeiro  memoria
Rio de janeiro memoria
 
O RIO ANTIGO DE GUTA
O RIO ANTIGO DE GUTAO RIO ANTIGO DE GUTA
O RIO ANTIGO DE GUTA
 
A confeitaria Colombo
A confeitaria ColomboA confeitaria Colombo
A confeitaria Colombo
 
O rio que queria ser paris
O rio que queria ser parisO rio que queria ser paris
O rio que queria ser paris
 
Rio de Janeiro em 1900
Rio de Janeiro em 1900Rio de Janeiro em 1900
Rio de Janeiro em 1900
 
Rio antigo antigas fotos
Rio antigo   antigas fotosRio antigo   antigas fotos
Rio antigo antigas fotos
 
Exposição de fotos
Exposição de fotosExposição de fotos
Exposição de fotos
 
Cultura e os modos de vida e linguagem humana
Cultura e os modos de vida e linguagem humanaCultura e os modos de vida e linguagem humana
Cultura e os modos de vida e linguagem humana
 
Afinal, O que é Favela?
Afinal, O que é Favela?Afinal, O que é Favela?
Afinal, O que é Favela?
 
Memoria do Rio de Janeiro-Centro/ BRASIIL
Memoria do Rio de Janeiro-Centro/ BRASIILMemoria do Rio de Janeiro-Centro/ BRASIIL
Memoria do Rio de Janeiro-Centro/ BRASIIL
 
Reforma Urbana do Rio de Janeiro (início do século XX)
Reforma Urbana do Rio de Janeiro (início do século XX)Reforma Urbana do Rio de Janeiro (início do século XX)
Reforma Urbana do Rio de Janeiro (início do século XX)
 
Revolta da vacina
Revolta da vacinaRevolta da vacina
Revolta da vacina
 
Brasil república 9º ano
Brasil república 9º anoBrasil república 9º ano
Brasil república 9º ano
 

Semelhante a História das favelas

Urbanização do Rio de Janeiro
Urbanização do Rio de JaneiroUrbanização do Rio de Janeiro
Urbanização do Rio de Janeiro
Juan Da Silva Lemos
 
IntroduçãO6
IntroduçãO6IntroduçãO6
IntroduçãO6
rogerio
 
O Rio Civilizado - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
O Rio Civilizado  - Sonhos e Pesadelos da Cidade ModernaO Rio Civilizado  - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
O Rio Civilizado - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
Adilson P Motta Motta
 
Geo Urb 6.pptx
Geo Urb 6.pptxGeo Urb 6.pptx
Geo Urb 6.pptx
vpcsilva
 
Favelas Cariocas - Rocinha e Complexo da Maré
Favelas Cariocas - Rocinha e Complexo da MaréFavelas Cariocas - Rocinha e Complexo da Maré
Favelas Cariocas - Rocinha e Complexo da Maré
Matheus Gonçalves
 
sociedadeeculturanobrasilcolonial-120925044035-phpapp02.ppt
sociedadeeculturanobrasilcolonial-120925044035-phpapp02.pptsociedadeeculturanobrasilcolonial-120925044035-phpapp02.ppt
sociedadeeculturanobrasilcolonial-120925044035-phpapp02.ppt
FaustoBartole1
 
Linha 29 imigrantes x caboclos
Linha 29 imigrantes x caboclosLinha 29 imigrantes x caboclos
Linha 29 imigrantes x caboclos
Adroaldo Dallabrida
 
O Cangaço em Fogo Morto
O Cangaço em Fogo MortoO Cangaço em Fogo Morto
O Cangaço em Fogo Morto
Monitor Científico FaBCI
 
Aspectos Do Brasil 1º Mc
Aspectos Do Brasil 1º McAspectos Do Brasil 1º Mc
Aspectos Do Brasil 1º Mc
ProfMario De Mori
 
Reformas Urbanas na cidade do Rio de Janeiro.pptx
Reformas Urbanas na cidade do  Rio de Janeiro.pptxReformas Urbanas na cidade do  Rio de Janeiro.pptx
Reformas Urbanas na cidade do Rio de Janeiro.pptx
JuliaBaptista8
 
ocupação urbana
ocupação urbanaocupação urbana
ocupação urbana
Lúrian Sodré
 
A utopia da cidade ideal, modernidade, controle e tensão no cotidiano de brag...
A utopia da cidade ideal, modernidade, controle e tensão no cotidiano de brag...A utopia da cidade ideal, modernidade, controle e tensão no cotidiano de brag...
A utopia da cidade ideal, modernidade, controle e tensão no cotidiano de brag...
Aldair José Batista Guarani Kaiowá
 
Artigo publicar
Artigo publicarArtigo publicar
[NITRO] FAQ - DH - Navios-em-mar-de-tormenta (1).pdf
[NITRO] FAQ - DH - Navios-em-mar-de-tormenta (1).pdf[NITRO] FAQ - DH - Navios-em-mar-de-tormenta (1).pdf
[NITRO] FAQ - DH - Navios-em-mar-de-tormenta (1).pdf
BrunoCosta364836
 
UrbanizaÇao Brsileira
UrbanizaÇao BrsileiraUrbanizaÇao Brsileira
UrbanizaÇao Brsileira
lucianno
 
7o. ano.revisão do capítulo 16
7o. ano.revisão do capítulo 167o. ano.revisão do capítulo 16
7o. ano.revisão do capítulo 16
Raquel Avila
 
Grupo 4
Grupo 4Grupo 4
A sociedade industrial e urbana 8º
A sociedade industrial e urbana 8ºA sociedade industrial e urbana 8º
A sociedade industrial e urbana 8º
cattonia
 
Classes sociais 2 15
Classes sociais 2 15Classes sociais 2 15
Classes sociais 2 15
Alexandre Misturini
 
Raizes do brasil
Raizes do brasilRaizes do brasil
Raizes do brasil
Leonara Margotto Tartaglia
 

Semelhante a História das favelas (20)

Urbanização do Rio de Janeiro
Urbanização do Rio de JaneiroUrbanização do Rio de Janeiro
Urbanização do Rio de Janeiro
 
IntroduçãO6
IntroduçãO6IntroduçãO6
IntroduçãO6
 
O Rio Civilizado - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
O Rio Civilizado  - Sonhos e Pesadelos da Cidade ModernaO Rio Civilizado  - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
O Rio Civilizado - Sonhos e Pesadelos da Cidade Moderna
 
Geo Urb 6.pptx
Geo Urb 6.pptxGeo Urb 6.pptx
Geo Urb 6.pptx
 
Favelas Cariocas - Rocinha e Complexo da Maré
Favelas Cariocas - Rocinha e Complexo da MaréFavelas Cariocas - Rocinha e Complexo da Maré
Favelas Cariocas - Rocinha e Complexo da Maré
 
sociedadeeculturanobrasilcolonial-120925044035-phpapp02.ppt
sociedadeeculturanobrasilcolonial-120925044035-phpapp02.pptsociedadeeculturanobrasilcolonial-120925044035-phpapp02.ppt
sociedadeeculturanobrasilcolonial-120925044035-phpapp02.ppt
 
Linha 29 imigrantes x caboclos
Linha 29 imigrantes x caboclosLinha 29 imigrantes x caboclos
Linha 29 imigrantes x caboclos
 
O Cangaço em Fogo Morto
O Cangaço em Fogo MortoO Cangaço em Fogo Morto
O Cangaço em Fogo Morto
 
Aspectos Do Brasil 1º Mc
Aspectos Do Brasil 1º McAspectos Do Brasil 1º Mc
Aspectos Do Brasil 1º Mc
 
Reformas Urbanas na cidade do Rio de Janeiro.pptx
Reformas Urbanas na cidade do  Rio de Janeiro.pptxReformas Urbanas na cidade do  Rio de Janeiro.pptx
Reformas Urbanas na cidade do Rio de Janeiro.pptx
 
ocupação urbana
ocupação urbanaocupação urbana
ocupação urbana
 
A utopia da cidade ideal, modernidade, controle e tensão no cotidiano de brag...
A utopia da cidade ideal, modernidade, controle e tensão no cotidiano de brag...A utopia da cidade ideal, modernidade, controle e tensão no cotidiano de brag...
A utopia da cidade ideal, modernidade, controle e tensão no cotidiano de brag...
 
Artigo publicar
Artigo publicarArtigo publicar
Artigo publicar
 
[NITRO] FAQ - DH - Navios-em-mar-de-tormenta (1).pdf
[NITRO] FAQ - DH - Navios-em-mar-de-tormenta (1).pdf[NITRO] FAQ - DH - Navios-em-mar-de-tormenta (1).pdf
[NITRO] FAQ - DH - Navios-em-mar-de-tormenta (1).pdf
 
UrbanizaÇao Brsileira
UrbanizaÇao BrsileiraUrbanizaÇao Brsileira
UrbanizaÇao Brsileira
 
7o. ano.revisão do capítulo 16
7o. ano.revisão do capítulo 167o. ano.revisão do capítulo 16
7o. ano.revisão do capítulo 16
 
Grupo 4
Grupo 4Grupo 4
Grupo 4
 
A sociedade industrial e urbana 8º
A sociedade industrial e urbana 8ºA sociedade industrial e urbana 8º
A sociedade industrial e urbana 8º
 
Classes sociais 2 15
Classes sociais 2 15Classes sociais 2 15
Classes sociais 2 15
 
Raizes do brasil
Raizes do brasilRaizes do brasil
Raizes do brasil
 

Último

Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sonsAula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Érika Rufo
 
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
Escola Municipal Jesus Cristo
 
Sinais de pontuação
Sinais de pontuaçãoSinais de pontuação
Sinais de pontuação
Mary Alvarenga
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Mary Alvarenga
 
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
LucianaCristina58
 
.Template .padrao .slides .TCC .2024 ppt
.Template .padrao .slides .TCC .2024 ppt.Template .padrao .slides .TCC .2024 ppt
.Template .padrao .slides .TCC .2024 ppt
IslanderAndrade
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
TomasSousa7
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
RenanSilva991968
 
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Centro Jacques Delors
 
Egito antigo resumo - aula de história.pdf
Egito antigo resumo - aula de história.pdfEgito antigo resumo - aula de história.pdf
Egito antigo resumo - aula de história.pdf
sthefanydesr
 
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
AdrianoMontagna1
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
MateusTavares54
 
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdfCaderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
carlaslr1
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
Manuais Formação
 
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdfEspecialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
DanielCastro80471
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
analuisasesso
 
0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
Giovana Gomes da Silva
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
WelberMerlinCardoso
 

Último (20)

Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sonsAula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
Aula 1 do livro de Ciências do aluno - sons
 
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
BULLYING NÃO É AMOR.pdf LIVRO PARA TRABALHAR COM ALUNOS ATRAVÉS DE PROJETOS...
 
Sinais de pontuação
Sinais de pontuaçãoSinais de pontuação
Sinais de pontuação
 
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.Caça-palavras    ortografia M antes de P e B.
Caça-palavras ortografia M antes de P e B.
 
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptx
 
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
 
.Template .padrao .slides .TCC .2024 ppt
.Template .padrao .slides .TCC .2024 ppt.Template .padrao .slides .TCC .2024 ppt
.Template .padrao .slides .TCC .2024 ppt
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
 
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
 
Egito antigo resumo - aula de história.pdf
Egito antigo resumo - aula de história.pdfEgito antigo resumo - aula de história.pdf
Egito antigo resumo - aula de história.pdf
 
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
 
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdfCaderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
Caderno de Formação_PORTUGUÊS ESTRAN.pdf
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
 
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdfEspecialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
 
0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
 

História das favelas

  • 1. FAVELA Uma Ferida Social Através do Tempo1 A Geografia Urbana estuda as áreas metropolitanas e seus processos de produção do espaço como fenômeno geográfico. Já a urbanização se apresenta como um conjunto de processos coordenados pela ação humana e cuja complexidade exige grande aprofundamento dos pesquisadores, em especial com o objetivo de entender como a cidade se produz e reproduz. Como compreende um todo ao mesmo tempo homogêneo e heterogêneo, é preciso ter em mente que os espaços urbanos são, de modo geral, facilmente reconhecíveis na paisagem, porém cada um apresenta suas especificidades, particularidades e singularidades. Como diria Milton Santos2 : “A Cidade é uma sucessão de tempos desiguais. É esta sucessão de tempos desiguais que permite falar em diferentes fases de crescimento urbano. Fases estas que acompanham a evolução da economia no respectivo país em que se encontravam, moldando desta forma a sua rede urbana, consoante ao grau de desenvolvimento atingido”. Isso inclui como as pessoas se inserem e estão nesse espaço, acompanhando também os diferentes modos produtivos, urbanizações que produzem e todas as diferenciações de apropriação do espaço urbano. Elas ocorrem sob determinadas lógicas socioespaciais, produzindo assim tecidos urbanos complexos à medida que são aprofundadas as relações produtivas no espaço. Antes de mais nada é preciso fazer uma volta no tempo e na história para tentar compreender as nossas formas de morar, viver e habitar. EMANCIPAÇÃO DOS CATIVOS 1 Artigo do Historiador Ramão Figueira Gutierrez, publicado na revista, Geografia Conhecimento Prático, número 31. 2 O trecho foi dito por Milton Santos quando ele participava da mesa redonda “O tempo na filosofia e na história”, promovida pelo Grupo de Estudos Sobre o Tempo do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, em 29 de maio d e1989.
  • 2. A emancipação dos escravos em 1888 foi uma forma de atender, entre outras ingerências, a burguesia inglesa que mantinha sociedade com a elite latifundiária, produzindo dentro do sistema plantation3 . O Estado não teve a preocupação de formalizar na parte legislativa projetos de alcance social para estimular os recém- libertos na conquista de um lugar na sociedade. Não produziu nenhuma lei que ajudasse o ex-escravo a ser reconhecido como cidadão, simplesmente ignorou essas almas que antes tinham serventia porque eram submissos e não faziam ponderações. Agora o ex-escravo é descartado do sistema e poucos são ocupados naquelas tarefas degradantes e de valor social baixo, como carregar lenha, trazer água em cântaros, carregar vasos contendo fezes da latrina do ex-senhor. AS MORADIAS NAS ENCOSTAS Todo homem precisa de ocupação produtiva para que a dignidade não seja atingida de forma a causar danos às estruturas psicológicas e afetivas. Como o Estado abandonou essas pessoas de maneira cruel, tanto quanto a forma compulsória que aqui chegaram, somente lhes restou como sobrevivência retirar da natureza quase tudo. A falta de recursos financeiros determinou a ocupação desordenada da contraencosta dos acidentes geográficos do entorno da cidade do Rio de Janeiro.Essa ocupação lhes permitiu o cultivo de hortaliças, a criação de animais de pequeno porte que eram vendidos nas ruas das cidades. Conseguiram suas moradias derrubando a floresta tropical, utilizando o bambu e o barro. MÃO DE OBRA BARATA. Por muitos anos a insensatez do homem urbano predominou, explorando economicamente o negro ex-escravo. Ele não tinha a chance de receber do Estado republicano à oportunidade de ter escola que pudesse prepará-lo para os desafios do cotidiano. Ainda predominava em muitos segmentos da sociedade o preconceito e a leitura de que o negro é incapaz e dependente. Por isso hoje o Estado procura compensar o descaso de muitos anos estabelecendo cotas nas universidades. 3 É um tipo de sistema agrícola baseado em uma monocultura de exportação mediante a utilização de latifúndios e de mão-de-obra escrava.
  • 3. AS FAVELAS Em 1906 o prefeito Pereira Passos coloca em prática o Projeto Bota Abaixo4 . Se antes a favela era reduto de negros e descendentes, agora passa a receber os brancos pobres. Antes eles viviam nos cortiços5 e não tinham como arcar com a despesa de aluguel. Dessa forma são obrigados a procurar refúgio na favela. O cenário onde predomina o negro, o que já era preocupante, agora fica mais complexo com a chegada do branco pobre que carrega traços cultuais diferentes do local. Com o tempo o sistema capitalista produziu um exército de reserva que utiliza uma parte em subempregos e a outra, o excedente ocioso, fica a serviço dos traficantes locais. Um dos grandes problemas hoje enfrentados pelo Rio de Janeiro é a violência, decorrente das brigas entre facções do tráfico de drogas. As milícias6 são também outro fator predominante nas problemáticas que se inserem nos complexos de favelas do Estado. Hoje, em 2010, o Governo, nas três esferas, envolvido em propostas sociais de grande alcance, realiza ocupações nas comunidades estrategicamente localizadas na cidades do Rio de Janeiro com a rubrica de Unidade Pacificadora7 . 4 O chamado “Bota Abaixo” na verdade era um projeto urbanístico de alargamento de uma avenida no centro do Rio de Janeiro, com a intenção de imitar Paris, que foi responsável pela demolição de centenas de prédios, sobrados e casas velhas das ruas centrais da cidade, para dar lugar à Avenida Central, atual Rio Branco. A população pobre que morava nesses velhos prédios e sobrados foi deslocada à força e acabou indo fixar-se nos morros próximos, dando origem às primeiras favelas da cidade. 5 É um aglomerado de casas que serve de habitação coletiva para a população pobre. Também conhecida pela nome de cabeça-de-porco. Em meados do século 19, um tipo de moradia começava a se alastrar pelo Rio de Janeiro, os cortiços. Erguidas principalmente por imigrantes portugueses, as construções precárias eram formadas por dezenas de quartos pequenos, sem cozinha, com banheiros e tanques coletivos. 6 As milícias são grupos criminosos que controlam várias favelas da cidade do Rio de Janeiro. São formadas por policiais, bombeiros, vigilantes, agentes penitenciários e militares, fora de serviço ou na ativa. Muitos milicianos são moradores das comunidades e contam com respaldo de políticos e lideranças comunitárias locais. À pretexto de garantir a segurança contra traficantes, os milicianos passaram a intimidar e extorquir moradores e comerciantes, cobrando taxa de proteção. Através do controle armado, esses grupos também controlam o fornecimento de muitos serviços aos moradores. São atividades como o transporte alternativo (que serve aos bairros da periferia), a distribuição de gás, a instalação de ligações clandestinas de TV a cabo. 7 Presença do Estado nas favelas através de Unidades com o objetivo de confrontar e, de certa forma, tranqüilizar o morador da comunidade. A idéia dessa Unidade é levar uma política pública localizada para atuar no ambiente cujo tecido social está fragilizado ética e moralmente.