A ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização) avaliará anualmente o nível de alfabetização de estudantes do 3o ano do ensino fundamental em escolas públicas brasileiras. A avaliação medirá os conhecimentos das crianças em língua portuguesa e matemática e também aspectos das condições escolares. Os resultados ajudarão a melhorar a qualidade do ensino e reduzir desigualdades educacionais no país.
3. Art. 30 Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem
assegurar:
I – a alfabetização e o letramento;
II – o desenvolvimento das diversas formas de expressão,
incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, a Literatura,
a Música e demais artes, a Educação Física, assim como o
aprendizado da Matemática, da Ciência, da História e da
Geografia;
III – a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a
complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos
que a repetência pode causar no Ensino Fundamental como
um todo e, particularmente, na passagem do primeiro para o
segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro.
4. Os três anos iniciais do ensino
fundamental de nove anos constituem o
ciclo da alfabetização e letramento e não
devem ser passíveis de interrupção;
5. A complexidade do processo de alfabetização
requer a continuidade do aprendizado para que
sejam respeitados os diferentes tempos de
desenvolvimento das crianças de seis a oito
anos de idade.
Ao final do bloco, a criança deve estar
alfabetizada.
6. Na organização escolar em bloco parte-se
de outra concepção de aprendizagem e
de avaliação que traz desdobramentos
significativos a reorganização dos tempos
e espaços escolares, além de exigir novas
práticas e novas posturas docentes.
Os ciclos de aprendizagem apresentam
uma estrutura de dois ou três anos de
duração e prevê ao final desse período a
retenção do estudante que não atingir os
objetivos do ciclo.
7. Do ponto de vista político-pedagógico as
propostas de blocos ou ciclos deslocam o
foco da avaliação de rendimento do aluno
isoladamente no final do processo, para
recair sobre a perspectiva de avaliação
diagnóstica e dos acúmulos obtidos durante
o processo de ensino
9. Aprovação automática quer dizer sem
avaliação, sem orientação, sem cobrança, sem
algum apoio. Sendo assim, sem nenhum
critério, o aluno é empurrado adiante;
Progressão continuada, ao contrário, é um
alargamento do conceito de período escolar,
pois prevê, em vez de ano letivo, um período
maior para se alcançar determinada
aprendizagem;
10. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, em sua Seção III, Art. 32, Inciso IV,
prevê que:
IV . (...).
§ 1º. É facultado aos sistemas de ensino
desdobrar o ensino fundamental em ciclos.
§ 2º. Os estabelecimentos que utilizam
progressão regular por série podem adotar no
ensino fundamental o regime de progressão
continuada, sem prejuízo da avaliação do
processo de ensino-aprendizagem,
observadas as normas do respectivo sistema
de ensino..
11. A progressão continuada, rompe com a
prática vigente durante o regime militar,
na qual a avaliação dos alunos era
utilizada para reafirmação da autoridade
do professor sobre os alunos.
12. Assim, Bloco de Alfabetização é uma
organização escolar em ciclos de
aprendizagem que pressupõe mudanças
nas concepções de ensino, aprendizagem
e avaliação, e, consequentemente, na
organização do trabalho pedagógico e na
formação de seus professores.
O professor é protagonista nesse
processo de ressignificação dos espaços
e dos tempos de ensino e de
aprendizagens na alfabetização.
13. O Bloco propõe um repensar na organização
do tempo escolar, transformando o tempo
cronológico, rígido, em tempo pedagógico,
circular, dinâmico, buscando a retomada de
aspectos importantes do processo de ensino e
de aprendizagem.
Deve-se lembrar, também, que as pessoas
têm tempos diferentes de aprendizagem e,
consequentemente, aprendem de formas
diferentes.
14. A organização da prática requer:
Planejamento:
O planejamento organiza o tempo pedagógico
e assegura a realização dos princípios do
Bloco, como forma de atender as
necessidades de aprendizagem dos
estudantes ou de um determinado grupo de
estudantes. Deve, ainda, garantir a otimização
do uso dos diversos espaços escolares,
ousando outras formas de fazer/viver a
alfabetização.
15. Rotina:
A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual
será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo
de trabalho educativo realizado com os estudantes.
Assim, é necessário resgatar as estruturas
didáticas que contemplam as múltiplas estratégias
organizadas em função das intenções educativas
expressas no projeto de trabalho de cada turma, ano
e/ou unidade escolar, constituindo-se em um
instrumento para o planejamento do professor.
Ressalta-se, que em toda rotina pedagógica, o
ambiente e as atividades desenvolvidas devem ser
lúdicas e conciliadas com a Alfabetização e os
Letramentos, que serão ampliados no capítulo dos
eixos do Bloco.
16. Que estruturas didáticas?
Essas estruturas didáticas podem ser
agrupadas em três grandes modalidades de
organização de tempo. São elas:
1. As atividades permanentes;
2. A sequência didática;
3. Os projetos de trabalho.
17. Atividades permanentes:
São as atividades em que os conteúdos necessitam de uma
constância, um tempo maior de vivência, onde o alfabetizador
trabalha com os conteúdos numa interligação com a prática
social.
Consideram-se atividades permanentes, entre outras:
brincadeiras no espaço interno e externo, a roda de história, a
roda de conversas, os ateliês ou oficinas de desenho, de
pintura, de modelagem e de música, as atividades
diversificadas ou ambientes organizados por temas ou
materiais à escolha da criança, incluindo os momentos para
que os estudantes possam ficar sozinhos, se assim o
desejarem, exercitando a autonomia, bem como os cuidados
com o corpo, além da necessária vivência da corporeidade,
pelo estímulo à expressão humana.
18. Sequências didáticas:
As sequências didáticas são
planejadas e orientadas com o
objetivo de promover uma
aprendizagem específica e definida.
FOCO
19. PROJETOS DIDÁTICOS
Os projetos de trabalho são atividades que
trabalham com conhecimentos específicos,
construídos a partir de um dos eixos de
trabalho, que se organizam ao redor de um
problema para resolver ou de um produto final
que se quer obter. É uma concreta
possibilidade de diálogo entre as áreas do
conhecimento.
20. CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS
Sequências didáticas Projetos didáticos
Objetivo a ser alcançado
(necessidade dos alunos);
Definir eixo de articulação;
Etapas de desenvolvimento
(recursos didáticos):
1. Apresentação da situação;
2. Produção inicial;
3. Módulo 1, módulo 2, módulo
“n”;
4. Produção final;
- Avaliação somativa.
Escolha do tema;
Justificativa;
Objetivos Claros – Gerais e
Específicos;
Dimensão de tempo;
Recursos: materiais e de fontes
de informação;
Divisão de tarefas;
Prevê um produto final;
Avaliação final.
Registro durante todo o
processo.
21. ANA
AVALIAÇÃO NACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO
Será realizada anualmente e terá como objetivos
principais:
i) Avaliar o nível de alfabetização dos educandos no 3º ano
do ensino fundamental.
ii) Produzir indicadores sobre as condições de oferta de
ensino.
iii) Concorrer para a melhoria da qualidade do ensino e
redução das desigualdades, em consonância com as metas
e políticas estabelecidas pelas diretrizes da educação
nacional.
22. A ANA pretende fazer um diagnóstico amplo do processo de
alfabetização nas escolas públicas brasileiras, indo além de
testar a aquisição de saberes pelas crianças nas áreas de
Língua Portuguesa e Matemática ao longo do Ciclo de
Alfabetização. Espera-se avaliar aspectos de contexto que
envolvam a gestão escolar, a infraestrutura, a formação
docente e a organização do trabalho pedagógico.
23. A ANA é constituída por cinco eixos que procuram
verificar dados relativos às condições de oferta e ao nível
de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa e
alfabetização em Matemática.
Para a coleta de informações a respeito das condições de
oferta, serão aplicados questionários voltados aos
professores e gestores das instituições de ensino que
atendem ao Ciclo de Alfabetização.
O foco desses questionários é aferir informações sobre
as condições de infraestrutura, formação de professores,
gestão da unidade escolar, organização do trabalho
pedagógico, entre outras.
24. Para aferir os níveis de alfabetização e letramento, serão
aplicados testes aos alunos matriculados na última etapa
do Ciclo de Alfabetização, isto é, no 3º ano do ensino
fundamental.
Os testes destinados a aferir os níveis de alfabetização e
o desempenho em alfabetização e letramento em Língua
Portuguesa e alfabetização em Matemática serão
compostos por 20 itens.
No caso de Língua Portuguesa, o teste será composto de
17 itens objetivos de múltipla escolha e 3 itens de
produção escrita. No caso de Matemática, serão
aplicados aos estudantes 20 itens objetivos de múltipla
escolha.
25. Os resultados serão informados por Instituição de
Ensino,
Município e Unidade Federativa, e será publicado
um índice de alfabetização referente às condições
aferidas em nível nacional.
As informações a serem divulgadas serão
concernentes: (i) às condições de oferta; e
(ii) aos resultados relativos aos níveis de
alfabetização e letramento em Língua Portuguesa
(leitura e produção escrita) e alfabetização em
Matemática
26. Com base nesses pressupostos, a matriz de Língua
Portuguesa está organizada em dois eixos
estruturantes: o da Leitura e o da Escrita,
abrangendo diferentes níveis que vão desde a
avaliação da leitura e escrita de palavras até a
avaliação da leitura e escrita de textos, incluindo-
se um conjunto de conhecimentos e habilidades
linguísticas necessárias à proficiência na leitura e
na escrita, esperadas para a faixa etária à qual o
instrumento se destina, alunos de 7 e 8/9 anos de
idade
27.
28. Para avaliar a alfabetização em Matemática, estão
contemplados diversos aspectos relevantes da
construção do conhecimento matemático da criança,
tais como o reconhecimento de padrões de uma
sequência para identificação dos próximos elementos e
a identificação de mudanças de direção e de sentido na
movimentação de objetos no espaço a partir de um
referente. Estão delimitadas as dificuldades e
possibilidades de inclusão desses aspectos e as
limitações causadas pelo modelo de itens utilizado em
avaliações de larga escala para a elaboração de itens
que envolvam tais conhecimentos.
29. Com base em todos esses pressupostos, a
Matriz de Matemática está estruturada em
quatro eixos: Eixo Numérico e Algébrico, Eixo
de Geometria, Eixo de Grandezas e Medidas e
Eixo de Tratamento da Informação. A partir
deles, foi definido um conjunto de
conhecimentos e habilidades matemáticas
necessárias à alfabetização em Matemática,
esperada para a faixa etária à qual o
instrumento se destina.