SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
Cantigas de escarnio
índice
 Sua Origem
 Oque é uma cantiga de escárnio?
 Suas Características
 Alguns exemplos de cantigas
Sua origem
As cantigas de escárnio surgiram na Idade Média entre os séculos XII e XIII, como as
primeiras manifestações literárias portuguesas. Essas cantigas tinham entre seus
objetivos examinar as tensões políticas e sociais das sociedades medievais através da
prática e poesia dos trovadores galego-portugueses. A partir daí, foram
desenvolvidos gêneros que traduzissem as mais diversas formas de expressões da
sociedade da época.
O que é uma cantiga de escárnio?
Nessa cantiga, o eu – lírico, faz uma crítica (sátira) indireta e com duplos sentidos a
alguém. Para os trovadores fazerem uma cantiga de escárnio, ele precisa compor uma
cantiga falando mal de alguém, ou seja, fazendo uma critica a alguma pessoa, através
de palavras de duplo sentido, ou seja, através de ambiguidades, trocadilhos e jogos
semânticos, através de um processo denominado pelos trovadores equívoco.
Um fato interessante é que essas cantigas eram originalmente escritas em
galaico-portuguesa na era do trovadorismo era muito comum, e um pouco
diferente do nosso português, como essa que temos hoje.
a seguir uma cantiga de escárnio escrita originalmente em galaico-
portuguesa.
- portuguesa
De vós, senhor, quer’eu dizer verdade
e nom ja sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpicidade
de quantas outras eno mundo sei;
assi de fea come de maldade
nom vos vence oje senom filha dum rei
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vós de soidade[...]
(Pero larouco)
Tradução:
Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós:
senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no mundo
tanto na feiura quanto na maldade
não vos vence hoje senão a filha de um rei
Eu não vos amo nem me perderei
de saudade por vós, quando não vos vir.
Explicação:
Indiretas: “senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no mundo”
Uso da ironia e do equívoco: “Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós;”
Nesta canção, o autor diz que já não canta mais sobre o amor entre ele e a senhora
citada, mais sim sobre a sua estupidez, feiura e maldade.
Suas Características
De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica para certa
pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao trovador ou da mesma
classe social que ele.
O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos trovadores
com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais.
Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta deveria deixar
a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e gestos bem irônicos
para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica
para certa pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao
trovador ou da mesma classe social que ele.
O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos
trovadores com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais.
Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta
deveria deixar a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e
gestos bem irônicos para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
Alguns exemplos de cantigas
 1
Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia! (…)
(João Garcia de Guilhade)
 2
A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um frequentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro (...)
(Gregório de Matos e Guerra)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (18)

Lírica Trovadoresca
Lírica TrovadorescaLírica Trovadoresca
Lírica Trovadoresca
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Caracteristicas da Poesia Trovadoresca
Caracteristicas da Poesia TrovadorescaCaracteristicas da Poesia Trovadoresca
Caracteristicas da Poesia Trovadoresca
 
Trovadorismo
Trovadorismo Trovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
Trovadorismo Trovadorismo
Trovadorismo
 
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: TrovadorismoAs origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo
 
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian TrombiniTrovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
 
Cultura medieval parte 2
Cultura medieval parte 2Cultura medieval parte 2
Cultura medieval parte 2
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo humanismo e classicismo
Trovadorismo  humanismo e classicismoTrovadorismo  humanismo e classicismo
Trovadorismo humanismo e classicismo
 

Semelhante a Apresentação 2 9 pront

Semelhante a Apresentação 2 9 pront (20)

Cantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizerCantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizer
 
Cantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizerCantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizer
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)
HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)
HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)
 
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesHerança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Literatura portuguesa
Literatura portuguesaLiteratura portuguesa
Literatura portuguesa
 
Toda a Literatura
Toda a LiteraturaToda a Literatura
Toda a Literatura
 
Literatura e sociedade
Literatura e sociedadeLiteratura e sociedade
Literatura e sociedade
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
 

Último

Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 

Último (20)

Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 

Apresentação 2 9 pront

  • 2. índice  Sua Origem  Oque é uma cantiga de escárnio?  Suas Características  Alguns exemplos de cantigas
  • 3. Sua origem As cantigas de escárnio surgiram na Idade Média entre os séculos XII e XIII, como as primeiras manifestações literárias portuguesas. Essas cantigas tinham entre seus objetivos examinar as tensões políticas e sociais das sociedades medievais através da prática e poesia dos trovadores galego-portugueses. A partir daí, foram desenvolvidos gêneros que traduzissem as mais diversas formas de expressões da sociedade da época.
  • 4. O que é uma cantiga de escárnio? Nessa cantiga, o eu – lírico, faz uma crítica (sátira) indireta e com duplos sentidos a alguém. Para os trovadores fazerem uma cantiga de escárnio, ele precisa compor uma cantiga falando mal de alguém, ou seja, fazendo uma critica a alguma pessoa, através de palavras de duplo sentido, ou seja, através de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, através de um processo denominado pelos trovadores equívoco.
  • 5. Um fato interessante é que essas cantigas eram originalmente escritas em galaico-portuguesa na era do trovadorismo era muito comum, e um pouco diferente do nosso português, como essa que temos hoje. a seguir uma cantiga de escárnio escrita originalmente em galaico- portuguesa. - portuguesa
  • 6. De vós, senhor, quer’eu dizer verdade e nom ja sobr’[o] amor que vos ei: senhor, bem [moor] é vossa torpicidade de quantas outras eno mundo sei; assi de fea come de maldade nom vos vence oje senom filha dum rei [Eu] nom vos amo nem me perderei, u vos nom vir, por vós de soidade[...] (Pero larouco)
  • 7. Tradução: Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade e não já sobre o amor que tenho por vós: senhora, bem maior é vossa estupidez do que a de quantas outras conheço no mundo tanto na feiura quanto na maldade não vos vence hoje senão a filha de um rei Eu não vos amo nem me perderei de saudade por vós, quando não vos vir.
  • 8. Explicação: Indiretas: “senhora, bem maior é vossa estupidez do que a de quantas outras conheço no mundo” Uso da ironia e do equívoco: “Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade e não já sobre o amor que tenho por vós;” Nesta canção, o autor diz que já não canta mais sobre o amor entre ele e a senhora citada, mais sim sobre a sua estupidez, feiura e maldade.
  • 9. Suas Características De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica para certa pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao trovador ou da mesma classe social que ele. O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos trovadores com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais. Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta deveria deixar a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e gestos bem irônicos para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
  • 10. De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica para certa pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao trovador ou da mesma classe social que ele. O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos trovadores com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais. Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta deveria deixar a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e gestos bem irônicos para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
  • 11. Alguns exemplos de cantigas  1 Ai, dona fea, foste-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! (…) (João Garcia de Guilhade)
  • 12.  2 A cada canto um grande conselheiro. que nos quer governar cabana, e vinha, não sabem governar sua cozinha, e podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um frequentado olheiro, que a vida do vizinho, e da vizinha pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha, para a levar à Praça, e ao Terreiro (...) (Gregório de Matos e Guerra)