Este documento descreve um projeto de arte conduzido em 2010 em uma escola. O projeto incluiu várias atividades como desenhar vasos, rostos e objetos, observação detalhada e desenhar modelos vivos para estimular diferentes partes do cérebro e melhorar as habilidades de desenho. As atividades levaram os alunos a saírem de sua zona de conforto e desenvolveram ao longo do tempo.
1. Projeto Desenvolvido na 8ª Série/ 9º Ano no Decorrer do Ano de 2010 na
E.E.Prof. Francisco Alves Brizola
Portfólio Digital
Desenhos Infantis:
Desvios e Alterações No Processo Criativo
Responsável: Rose Ap. da Silva
Arte- Educadora
Currículo Lattes
2. 1º Momento:Vasos e Rostos - Um Exercício Para o
Cérebro Duplo
Pretendemos com essa atividade propor a indagação: O que é o desenho?
Um jogo de figura e fundo, num jogo “Gestáltico” de visualidades.
Atividade proposta no livro: Desenhando com o Artista Interior (EDWARDS, Betty. 2002)
3. 1º Momento:Vasos e Rostos - Um Exercício Para o
Cérebro Duplo
Atividade proposta no livro: Desenhando com o Artista Interior (EDWARDS, Betty. 2002)
4. 1º Momento:Vasos e Rostos - Um Exercício Para o
Cérebro Duplo
Atividade proposta no livro: Desenhando com o Artista Interior (EDWARDS, Betty. 2002)
5. 2º momento:Professor provocador
Pretendemos com essa atividade
propor conexões entre as
lateralidades
hemisféricas
cerebrais. Um diálogo entre a
racionalidade e o sensível. Ao
desenhar com a mão esquerda o
aluno desprende-se da logicidade
matemática
e
permite-se
transitar por regiões nem sempre
exploradas.
No entanto, o que já esperávamos
aconteceu:
Um aluno se negou a fazer a
atividade, disse que se tivesse
que desenhar com a mão
esquerda ele o faria com os pés.
De pronto aceitamos o desafio.
6. 2º momento:Professor provocador
• O desenho do aluno foi
refeito em alt line no
programa Photoshop e
levado a aula no dia
seguinte, onde fizemos
a leitura e um paralelo
com a obra “O Grito –
Edvard Munch”.
7. 2º momento:Professor provocador
Estudos feitos em “alt line” do
desenho feito com os pés
pelo aluno
O Grito- Edvard Munch, 1893 / óleo s/tela,
têmpera e pastel s/carvão
8. 3º momento: Observação
•
•
•
•
Tudo o que é preciso é sentir o
mundo, olhá-lo mais atentamente.
Pretendemos com essa atividade
aguçar o olhar.
Ensinar a ver é ensinar a conhecer,
ensinar a explorar o mundo pelo
olhar, apreender e compreendê-lo;
quem vê, cria novas possibilidades,
inventa novas saídas, percebe o
mundo de forma global; o saber vai
se desenhando num apropriamento
sistêmico das múltiplas habilidades
do indivíduo.
“O ver é compreender”(Arheim. 2005, p.39)
9. 3º momento: Observação de objetos
O objeto ao ser observado, de alguma forma, passa a ser apropriado pelo sujeito observador, este lhe
alcança como se possuísse mãos invisíveis, seu conhecimento sobre este objeto, olhado mais atentamente,
é específico e único, que ao menor balançar de cabeça, ou mudança de postura do espectador, se
desenhará de forma diferente; mudam-se os ângulos, mudam-se as perspectivas, muda-se o objeto,
e a forma de representá-lo.
11. 3º momento: Observação de campo
Os alunos foram até a área verde da escola e lhes foi solicitado que
observassem a quadra poliesportiva, as árvores, a vegetação de arbustos
o piso; sempre buscando ângulos inusitados.
Foi a primeira vez que trabalharam com carvão estavam muito ansiosos
12. 4º Momento- Desenhando Modelos Vivos
• Nesse momento foi feita uma
brincadeira de estátua,
iniciávamos a brincadeira e todos
ficavam inertes, a estátua mais
interessante, era escolhida como
modelo, o restante da sala se
posicionava no ângulo que mais
lhe agradara e desenhava. A
brincadeira se reiniciava quando
todos diziam ter terminado.
16. Jhonathan (s) ontem e hoje
Desenho 1 feito em 2010 e desenho 2 feito em 2012 pelo aluno Jhonathan José.
17. Jhonathan (s) ontem e hoje
“As pessoas não conseguem desenhar porque ficam preocupadas em acertar, eu nem ligo se errar, vou
errando, errando até que eu acerto, o desenho é assim um monte de erros que no final dá certo”
Jhonathan José, aluno desde a 8ª série em 2010
18. Considerações Finais
•
•
•
•
•
Apresentamos apenas alguns exemplos dos muitos alunos que estão
conquistando a linguagem do desenho.
Salientamos que não são todos que se encontram na mesma fase, alguns
ainda têm muitas dificuldades em desenhar, mas estamos vivendo um
processo e é pessoal. A quantidade limitada de aulas de Arte também é um
fator determinante. Sem falarmos nos pré-conceitos ainda arraigados em
muitos integrantes do corpo docente e mesmo discente da escola.
Apesar dos pesares não desistimos, pois falar em desenho é falar em
constância, na busca insistente de derrubar tabus e barreiras estereotipadas
e pré-estabelecidas socialmente.
Trabalhamos o desenho enquanto ferramenta que deflagra o pensamento,
sendo também promovedora e fruto dele.
Acreditamos que a volta ao desenho já nas fases da adolescência é possível,
basta acordar o que, em algum momento no processo escolar, foi aquietado,
encoberto ou emudecido.
19. Referências
•
•
•
•
•
ALVES. Rubem. O Desejo de Ensinar e a Arte de Aprender. Fundação EDUCAR
DPaschoal, 2004.
ARNHEIM, Rudolf. Arte e Percepção Visual: Uma psicologia da visão criadora:
nova versão / Rudolf Arnheim; trad. Ivone Terezinha de Faria. São Paulo : Pioneira
Thomson Learning.2005.
DWORECKI, Silvio. Em Busca do Traço Perdido. São Paulo. Scipione. EDUSP.1998
EDWARDS, Betty. Desenhando Com o Artista Interior. Trad. Maria Cristina
Guimarães Cupertino. São Paulo: Claridade.2002.
São Paulo ( Estado) Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo:
Linguagens, códigos e suas tecnologias/secretaria da Educação; coordenação
geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Alice Vieira. São Paulo : SEE, 2010
TIBURI, Márcia. Diálogo/Desenho. Marcia Tiburi, Fernando Chuí. São Paulo.
Ed.Senac. São Paulo. 2010.