1. IDÉIAS E PROJETOS MATERNAL - 3 ANOS
Primeiras acrobacias
Faixa etária
0 a 3 anos
Conteúdo
Desafios corporais
Objetivo
Fortalecer a musculatura.
Tempo estimado
Livre.
Desenvolvimento
Preparando a creche
- O piso não deve ser escorregadio, e o ideal é que haja rampas com pouca
inclinação para subir e descer engatinhando ou escadas de poucos
degraus.
- Espalhe colchonetes se alguma atividade envolver risco de queda.
- Coloque equipamentos que dêem suporte às crianças, como almofadas
para as que estão começando a sentar e pufes, caixas de papelão e uma
barra para as que querem ficar em pé.
Atividade 1
Cada frase que o professor disser será repetida pelas crianças.
"Vamos passear na floresta?"
"Então, vamos!" (caminhar pelo espaço)
"Xiii! Olha lá! Um rio!"
"Vamos passar?"
"Por cima não dá!" (esticar o corpo)
"Por baixo não dá!" (abaixar o corpo)
"Então vamos nadar?" (movimentar os braços)
O jogo prossegue com variações nas propostas de movimentos:
"Xiii! Olhá lá! Uma árvore! Vamos subir?" (movimentar braços e pernas,
como se estivesse subindo)
"Uma caverna! Vamos entrar?" (arrastar-se pelo chão ou andar agachado)
Entrando na caverna, o professor diz:
"Xiii! Está tudo escuro!" (fechar os olhos e tocar nos colegas)
"Xiii! Uma cauda comprida... um pêlo macio... um focinho gelado... É
uma onça! Vamos correr?" (correr, fazendo o caminho inverso)
"Xii! Uma caverna! Vamos sair? Xii! Uma árvore! Vamos subir? Xii! Um
rio! Vamos nadar? Xii! Uma casa! Vamos entrar? Xii! Uma porta! Vamos
fechar?" (deitar no chão)
Para concluir:
2. "Ufa! A onça não pegou ninguém! Ainda bem!" (descansar)
Atividade 2
Os desafios corporais podem variar conforme a proposta. Por exemplo,
passear no fundo do mar: nesse caso, os movimentos de braços e pernas
são feitos com todos deitados no chão. Outras opções são entrar em
cavernas, passar por muitas algas, afundar num abismo profundo e fugir
de um tubarão.
Atividade 3
Uma outra opção é fazer de conta que está voando: as crianças podem
fazer a seqüência de pé, para se locomoverem no espaço. Sugira que elas
sejam pássaros, que voem sobre a montanha, pousem numa rocha,
mergulhem num abismo e fujam de um gavião.
Avaliação
O importante aqui não é saber quem consegue ou não fazer o que foi
proposto ou comparar a agilidade de um e outro. Avalie se o tempo de
duração foi adequado, se os pequenos se envolveram e seguiram suas
sugestões. Verifique se alguma coisa deverá ser modificada numa próxima
vez.
Ritmo de aprendizado
Faixa etária
0 a 3 anos
Conteúdo
Linguagem musical e expressão corporal
Objetivo
Estimular a percepção dos sons e as habilidades musicais.
Tempo estimado
30 minutos, uma ou duas vezes por semana.
Materiais necessários
Instrumentos de percussão, sucatas que produzam som, guizos e CDs.
Organização da sala
Em roda.
Desenvolvimento
3. Atividade 1
Algumas cantigas e brincadeiras de roda convidam à marcação do pulso
básico ou do tempo forte da música.
Palma, palma, palma (bater palmas no tempo forte)
Pé, pé, pé (bater o pé no chão)
Roda, roda, roda (rodar no lugar)
Caranguejo peixe é! (no é, agachar no chão)
Outras propõem uma experiência rítmica.
Rá, rá, rá, a minha machadinha,
Rá, rá, a minha machadinha,
Quem te pôs a mão sabendo que és minha?
Quem te pôs a mão sabendo que és minha? (rodar de mãos dadas)
Se tu és minha eu também sou tua,
Se tu és minha eu também sou tua,
Pula machadinha para o meio da rua
Pula machadinha para o meio da rua
(pular para o meio da roda)
No meio da rua não hei de ficar
No meio da rua não hei de ficar
Pula machadinha para o teu lugar
Pula machadinha para o teu lugar
(pular de costas para seu lugar original na roda)
Atividade 2
O ritmo está presente também no falar, nos poemas e nas parlendas.
Chuva, chuva, chuvisquinho
Sua calça tem furinho
Chuva, chuva, chuvarada
Sua calça está furada
Atividade 3
A roda começa girando devagar e acelera até chegar ao dez
A galinha do vizinho
Bota ovo amarelinho
Bota um, bota dois, bota três, bota
quatro ... bota nove, bota dez! (todos se agacham)
Atividade 4
4. Estimule o acompanhamento de canções com palmas, brinquedos ou
instrumentos musicais feitos com sucata ou objetos do cotidiano. Eles
foram chamados pela pesquisadora argentina Judith Akoschky de
¿cotidiáfonos¿, pois são construídos com base no que se tem disponível.
São dessa categoria peças como maçanetas ou torneiras (percutidas com
ferrinhos, emitem um som metálico e bonito), guizos (amarrados com fita
nos pulsos ou tornozelos, tocam quando movimentados) e radiografias
(quando agitadas, produzem um barulho engraçado).
Avaliação
Não espere uma coordenação rítmica exata nas atividades. Esse ainda não
é o objetivo nessa faixa etária. O mais importante é proporcionar a
experiência de fazer música e compartilhá-la com os amigos em
momentos de alegria e sensibilidade.
Brincar é explorar
Faixa etária
0 a 3 anos
Conteúdo
Exploração dos objetos e brincadeiras
Objetivos
- Organizar um ambiente interno com diversas opções de jogos de
exercício.
- Favorecer o movimento da criança e a exploração de materiais.
Tempo estimado
Durante o ano todo.
Material necessário
Jogos de exercício variados, brinquedos de encaixar, instrumentos
musicais, rolos ou blocos de espuma, bolas, material reciclável etc.
Desenvolvimento
1ª etapa
Ao conceber um espaço para receber jogos de exercício, dedique algum
tempo para analisar a quantidade e a qualidade dos brinquedos
disponíveis. Sobre a quantidade, é importante verificar se há material
suficiente para todos. Nessa faixa etária, deve haver um bom número do
mesmo tipo para que os pequenos possam explorar sozinhos ou
compartilhar com os colegas - nesse último caso, em atividades que não
exijam tempo de espera, adaptadas ao comportamento dessa faixa etária.
Sobre a qualidade, os objetos devem ser feitos de materiais seguros, com
tamanhos maiores que o da boca dos bebês aberta e com diferentes cores e
texturas.
5. 2ª etapa
Organize os brinquedos em cantos diferenciados, de acordo com a
habilidade que cada um deles possibilita desenvolver. Por exemplo,
colchões, almofadas e rolos num lado da sala, opções de jogos para
encaixar e empilhar em outro e instrumentos em uma prateleira ao alcance
da turma. Com o tempo, as crianças podem ajudar na reformulação dos
ambientes. Para entender a mensagem delas, atenção ao modo como se
comportam os pequenos. Se reparar que há um canto aonde ninguém vai -
ou que deixou de ser popular depois de algumas semanas de diversão -,
vale a pena reorganizar os materiais e acrescentar novos elementos.
3ª etapa
Quando começar o momento da brincadeira, investigue de que forma os
materiais disponíveis são usados. Com base nas descobertas, devem surgir
outras possibilidades de exploração. Aqueles que começam a reagir aos
brinquedos com sons, por exemplo, vão adorar experimentar diferentes
instrumentos. Já os que conseguem empilhar peças podem brincar com
cubos de diversos tamanhos e, assim, testar cada vez mais os limites de
equilíbrio de uma torre.
4ª etapa
Atenção à questão do tempo: os pequenos costumam demorar mais para se
envolver com um brinquedo. Eles chegam perto, mexem um pouco,
largam e voltam. A noção de permanência vem com a experiência. Por
isso, é importante não mudar os jogos com muita freqüência. Ao longo do
ano, as crianças irão buscá-los diversas vezes e, aos poucos, tentarão
realizar novas experiências com cada um deles. Nesse aspecto, a parceria
do professor é muito importante. Mas não se deve impor regras ou rotular
ações como certas ou erradas. Ao contrário: a mediação precisa estimular
a curiosidade e a criatividade. Coloque questões como "Você gostou de
batucar esse tambor?", "Por que encaixou esta peça aqui?" e "Quer pegar o
aviãozinho?". Esse tipo de estímulo serve até mesmo para quem ainda não
desenvolveu plenamente a fala.
Avaliação
Observe os movimentos exploratórios da turma para encaminhar a
atividade. Esse diagnóstico pode servir de base para a reorganização do
ambiente - verifique, principalmente, se o conjunto de atividades favorece
a mobilidade e a exploração - e para propor desafios individuais. É
possível, por exemplo, estimular a experimentação perguntando: "O objeto
com que você está brincando produz sons ao ser chacoalhado? Encaixa em
outro maior? Abre uma portinha?" Faça anotações sobre o comportamento
6. dos pequenos e, se possível, filme ou fotografe as interações com os jogos
e com os amigos.
Desenho na sombra
Faixa etária
0 a 3 anos
Conteúdo
Exploração e linguagem plástica
Objetivos
- Desenvolver a observação
- Observar as formas das sombras
- Marcar as sombras com desenho
Conteúdos
- Desenho
- Sombra
Tempo estimado
20 minutos
Material necessário
Giz de lousa branco, um para cada criança
Desenvolvimento da atividade
Buscar um espaço cimentado em que há uma sombra bem visível e sentar
em volta. Brincar de colocar partes do corpo na sombra e depois tirar.
Criar outras sombras com a mão, com a cabeça... Combinar com as
crianças de fazer marcas no interior das sombras. Propiciar que uma
criança faça sombra com o corpo e as outras desenhem no interior desta
sombra. Deixar que elas explorem o desenho e criem suas marcas sem
necessidade de contornar as sombras. Não apagar os desenhos e voltar
para eles depois que a sombra mudou de lugar, portanto é necessário ter
uma sombra de um elemento fixo. Questionar: o que será que aconteceu?
Deixar que criem suas explicações orais e corporais. Pode haver crianças
que não queiram desenhar no interior das sombras, mas onde tem luz,
observe então o que ela pesquisa e intervenha sem rigidez, pois o objetivo
é para aguçar a observação e trabalhar com sombra/luz e desenho.
Avaliação
Observe a exploração das crianças, quais as curiosidades que têm em
relação à sombra. Valorize a observação, incentivando-as a buscar outras
sombras, assim como a criá-las.
Ao desenharem no interior da sombra, comente a pesquisa das crianças,
7. socializando as descobertas enquanto trabalham. Registre a pesquisa das
crianças, o que falaram, como agiram, desenharam, para que possa utilizar
como ponto de partida para uma próxima exploração com sombra e
desenho.
Descobrindo o livro e o prazer em ouvir histórias
Faixa etária
0 a 3 anos
Conteúdo
Linguagem oral e comunicação
Objetivos
Criar o hábito de escutar histórias.
Favorecer momentos de prazer em grupo.
Enriquecer o imaginário infantil
Favorecer o contato com textos de qualidade literária.
Valorizar o livro como fonte de entretenimento e conhecimento.
Para crianças de até 1 ano
Dirigir-se aos livros por meio de falas, gestos, balbucios (gritinhos,
sorrisos, vocalizações, entre outros) e expressões faciais.
Imitar sons com base na fala do educador.
Estabelecer situações comunicativas significativas com adultos e outras
crianças do grupo.
Reconhecer o livro como portador de história, manifestando prazer ao
explorá-lo e ao ser convidado pelo professor para escutar o que será lido.
Ouvir o professor com progressiva atenção.
Para crianças de até 3 anos
Além dos objetivos acima:
Ampliar repertório de palavras e histórias conhecidas.
Construir frases e narrativas com base nas conversas sobre os livros.
Entreter-se com leituras mais longas participando atentamente.
Reconhecer e nomear alguns livros.
Manipular o livro, folheando as páginas e fazendo referências às imagens.
Cuidar do livro e valorizá-lo.
Imitar o adulto lendo história
Desenvolvimento
O trabalho começa com a sua preparação. Selecione livros com textos bem
elaborados e ilustrações de qualidade. As histórias devem ter estruturas
textuais repetitivas que favorecem a compreensão e a memorização.
Programe-se para disponibilizar os livros em diferentes momentos da
rotina. Promova conversas sobre eles fazendo perguntas e descrições,
destacando os personagens e retomando as partes que as crianças
consideram mais queridas. Após apresentar um livro novo, repita a leitura
8. dele várias vezes para que a turma possa se apropriar da narração,
memorizar partes da história e interagir com seu conteúdo. Alterne, na
semana, a leitura de histórias repetidas e a introdução de novas. Esteja
sempre atento às iniciativas das crianças e responda a elas por meio da
fala, de gestos e de expressões faciais. Sempre promova conversas entre as
crianças sobre o que foi lido.
ATIVIDADE 1
Leia o livro para conhecer bem a história. Treine a entonação e a fluência
da leitura lendo em voz alta para si mesmo antes de apresentá-lo aos
pequenos. Prepare o espaço para que todos fiquem confortáveis. Eles
podem deitar-se entre almofadas, sentar-se em roda ou no bebê-conforto.
É importante que todos consigam ver o livro. Apresente-o para o grupo
destacando as informações da capa (título, ilustração, nome do autor,
ilustrador etc.). Faça uma breve apresentação da história despertando o
interesse em escutá-la. Leia de forma fiel ao texto e vá mostrando as
ilustrações conforme lê. No fim, converse com as crianças sobre a história:
pergunte se e do que gostaram, volte às partes comentadas, mostre
novamente as ilustrações e deixe que elas explorem o livro.
ATIVIDADE 2
Leia a mesma história nos outros dias observando sempre o interesse do
grupo. Observe se solicitam a leitura do livro. Sempre que for iniciar a
atividade, cuide do espaço garantindo que este seja sempre um momento
confortável e prazeroso. Mostre o livro às crianças e pergunte se lembram
da história: pergunte sobre o título, os personagens e os acontecimentos
que lembram. Só então conte novamente a história. Essa atividade pode
ocorrer em média três vezes na semana.
ATIVIDADE 3
Prepare-se para a apresentação de um novo livro realizando os mesmos
procedimentos relatados na atividade 1. Inicie conversando com as
crianças sobre aquele que já conhecem. Conte que irá apresentar uma nova
obra que tem uma história diferente. Repita o que foi destacado
anteriormente durante a leitura e a conversa sobre a história
Avaliação
Verifique se as crianças ficam atentas a sua fala e às ilustrações. Veja se
conseguem comentar a história com os colegas e se respondem às
perguntas feitas sobre um livro já conhecido. Observe se conseguem se
lembrar se algum título conhecido quando perguntado.
Brincadeiras na frente do espelho
9. Faixa etária
0 a 3 anos
Conteúdo
Identidade e autonomia
Objetivos
- Familiarizar-se com a imagem do corpo.
- Trabalhar imitações, gestos e expressões.
- Construir a identidade.
Tempo estimado
De 15 a 20 minutos por dia.
Material necessário
Dois espelhos grandes (de preferência presos à parede), cartazetes com
fotos de diferentes expressões faciais retiradas de revistas ou da internet,
aparelho de som, fantasias, bijuterias, chapéus, maquiagem infantil e
colchonete.
Desenvolvimento
Todas as atividades devem ser feitas em frente aos espelhos, sempre
estimulando a observação.
Atividade 1
Incentive os pequenos a observar a própria imagem. Peça que eles toquem
diferentes partes do corpo. Proponha brincadeiras como balançar os
cabelos, levantar os ombros e cruzar os braços. Estimule-os a imitar os
gestos dos colegas: Vejam a careta do João! Vamos fazer igual?
Atividade 2
Coloque músicas do cancioneiro popular (Caranguejo Não É Peixe,
Cabeça, Ombro, Perna e Pé etc.) que abordem partes do corpo ou sugiram
movimentos. O objetivo é se aventurar em novos gestos e imitar os
colegas.
Atividade 3
Proponha agora a brincadeira seu-mestre-mandou. Com todos em pé, dê
os comandos: Cruzar as pernas!, Ajoelhar-se!. A cada posição, estimule-os
a se observar e testar possibilidades de movimento.
Atividade 4
Para brincar com expressões faciais, mostre cartazetes com diversas
fisionomias. Depois, sugira que a garotada faça caretas variadas.
Atividade 5
Hora do faz-de-conta: sugira que cada um escolha se quer brincar de
10. casinha, fantasiar-se ou maquiar-se. Ofereça novas possibilidades de
acessórios e de brincadeiras.
Avaliação
Observe se houve concentração, interação com o espelho e com os colegas
e exploração dos gestos e materiais. Sempre que possível, repita a
seqüência com outras propostas e brincadeiras.