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Princípios: Organização em rede
ORGANIZAÇÃO EM REDE
Quando pessoas ou entidades se associam para fazer um trabalho conjunto, precisam se
comunicar e organizar a sua forma de trabalho. Estamos acostumados a formas
PIRAMIDAIS, em níveis hierárquicos diferentes, verticalizados. Enquanto alguns,
ocupando funções de chefia no alto da estrutura, refletem, decidem e emitem ordens, as
chefias subordinadas as obedecem e repassam as determinações sucessivamente até os
funcionários situados na base da pirâmide, que desconhecem os motivos das tarefas que
fazem. Nos sistemas departamentais, temos vários níveis, correspondentes ao chefe dos
chefe dos chefes. Isso ocorre, por exemplo, na empresas onde o patrão manda, o gerente
obedece ao patrão e manda nos chefes de departamentos, enquanto estes obedecem aos
anteriores e mandam nos empregados. Acontece também em muitas famílias, onde o pai
ou mãe mandam e os filhos obedecem.Estes são apenas exemplos. Contudo, podemos
tentar um outro tipo de organização, onde todos possam exercer o poder e a
responsabilidade de uma forma horizontal, decidindo-se cooperativamente e distribuindo-
se as tarefas, que são escolhidas e assumidas conscientemente.
Quando unimos pessoas ou instituições que valorizam o respeito mútuo, a reciprocidade, a
co-responsabilidade, a emancipação e o fortalecimento do poder local e do coletivo,
podemos adotar formas de organização que respeitem estas características, em uma
relação sem subordinação. São as redes. Elas já existem na natureza há milhares de anos
e podem ser adaptáveis a grupos humanos, desde que estes compreendam e aceitem
uma forma diferenciada de administração, relacionamento e realização de tarefas.
Uma boa definição pode ser encontrada na página eletrônica da RITS : Redes são
sistemas organizacionais capazes de reunir indivíduos e instituições, de forma democrática
e participativa, em torno de objetivos e/ou temáticas comuns. Estruturas flexíveis e
cadenciadas, as redes se estabelecem por relações horizontais, interconexas e em
dinâmicas que supõem o trabalho colaborativo e participativo. As redes se sustentam pela
vontade e afinidade de seus integrantes, caracterizando-se como um significativo recurso
organizacional, tanto para as relações pessoais quanto para a estruturação social.
Comparação entre tipos de estruturas Organizacionais:
Pirâmides Redes
Poder concentrado
Poder do cargo
Delegação de poder de um nível
para outro
Informação controlada - orientativa
Estrutura fixa
Poder distribuído
Poder relativo à responsabilidade/função que cada um
assume
Poder compartilhado
Informação livre - facilita decisão
Estrutura variável, conforme organização
Princípios do trabalho em Rede : Valores e objetivos compartilhados, Vontade,
Descentralização, Conectividade, Multi-liderança, Múltiplos níveis de organização e ação,
Dinamismo, Autonomia, Circulação da informação, Empoderamento dos participantes

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Princípios organização em rede

  • 1. Princípios: Organização em rede ORGANIZAÇÃO EM REDE Quando pessoas ou entidades se associam para fazer um trabalho conjunto, precisam se comunicar e organizar a sua forma de trabalho. Estamos acostumados a formas PIRAMIDAIS, em níveis hierárquicos diferentes, verticalizados. Enquanto alguns, ocupando funções de chefia no alto da estrutura, refletem, decidem e emitem ordens, as chefias subordinadas as obedecem e repassam as determinações sucessivamente até os funcionários situados na base da pirâmide, que desconhecem os motivos das tarefas que fazem. Nos sistemas departamentais, temos vários níveis, correspondentes ao chefe dos chefe dos chefes. Isso ocorre, por exemplo, na empresas onde o patrão manda, o gerente obedece ao patrão e manda nos chefes de departamentos, enquanto estes obedecem aos anteriores e mandam nos empregados. Acontece também em muitas famílias, onde o pai ou mãe mandam e os filhos obedecem.Estes são apenas exemplos. Contudo, podemos tentar um outro tipo de organização, onde todos possam exercer o poder e a responsabilidade de uma forma horizontal, decidindo-se cooperativamente e distribuindo- se as tarefas, que são escolhidas e assumidas conscientemente. Quando unimos pessoas ou instituições que valorizam o respeito mútuo, a reciprocidade, a co-responsabilidade, a emancipação e o fortalecimento do poder local e do coletivo, podemos adotar formas de organização que respeitem estas características, em uma relação sem subordinação. São as redes. Elas já existem na natureza há milhares de anos e podem ser adaptáveis a grupos humanos, desde que estes compreendam e aceitem uma forma diferenciada de administração, relacionamento e realização de tarefas. Uma boa definição pode ser encontrada na página eletrônica da RITS : Redes são sistemas organizacionais capazes de reunir indivíduos e instituições, de forma democrática e participativa, em torno de objetivos e/ou temáticas comuns. Estruturas flexíveis e cadenciadas, as redes se estabelecem por relações horizontais, interconexas e em dinâmicas que supõem o trabalho colaborativo e participativo. As redes se sustentam pela vontade e afinidade de seus integrantes, caracterizando-se como um significativo recurso organizacional, tanto para as relações pessoais quanto para a estruturação social. Comparação entre tipos de estruturas Organizacionais: Pirâmides Redes Poder concentrado Poder do cargo Delegação de poder de um nível para outro Informação controlada - orientativa Estrutura fixa Poder distribuído Poder relativo à responsabilidade/função que cada um assume Poder compartilhado Informação livre - facilita decisão Estrutura variável, conforme organização Princípios do trabalho em Rede : Valores e objetivos compartilhados, Vontade, Descentralização, Conectividade, Multi-liderança, Múltiplos níveis de organização e ação, Dinamismo, Autonomia, Circulação da informação, Empoderamento dos participantes