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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 17 - Número 1 - 1º Semestre 2017
Monitoramento das características físico-químicas da Água nos períodos seco e
chuvoso no reservatório Itaparica, em Petrolândia - PE
Amanda Alves Araújo
RESUMO
A caracterização da qualidade da água é uma das formas de se avaliar os impactos causados pela
interferência humana em sistemas aquáticos. O estudo foi realizado no reservatório Itaparica em uma
área degradada que deságua no rio, na cidade de Petrolândia no Estado de Pernambuco. Foram
marcados dezesseis pontos de coleta, sendo dois pontos no lago contaminado, dois na região do rio que
mantém contato direto com o lago e doze na região aparentemente limpa do rio, sendo que estes últimos
mantiveram distância de aproximadamente 25m entre um e outro. Foram medidos os parâmetros físico-
químicos da água como: pH, turbidez, oxigênio dissolvido, saturação de O2, alcalinidade, temperatura,
amônia, nitrito, nitrato, ortofosfato, gás carbônico e condutividade elétrica. As coletas foram qualitativas
e realizadas mensalmente durante oito meses consecutivos no período de janeiro/2010 a agosto/2010,
onde se alcança o período chuvoso e seco de um mesmo ano. Diante dos parâmetros analisados,
podemos concluir que o reservatório Itaparica está sendo afetado diariamente pelo lago eutrofizado
situado ao entorno da Serrota em Petrolândia, o que compromete expressivamente a vida dos
organismos ali presentes, principalmente os peixes, que são animais de interesse econômico para cidade,
além de ser o meio de sobrevivência para os pescadores da região.
Palavras-chave: Reservatório Itaparica, parâmetros físico-químicos, eutrofização
Monitoring of physical and chemical characteristics of water during the dry and
rainy in Itaparica reservoir in Petrolândia – PE
ABSTRACT
The characterization of water quality is one way of to assessing the impacts caused by human
interference in aquatic systems, enabling its management more adequately and even so its remediation.
The study was carried out in Itaparica reservoir in a degraded area which flows into the river in the town
of Petrolândia in Pernambuco State. Were marked collection sixteen points, two points in the
contaminated lake, two at the river that has direct contact with the lake and twelve in the region
apparently clean the river, so that latter kept their distance of approximately 25m between bath. Were
measured the physicochemical parameters of water such as: pH, turbidity, dissolved oxygen, O2
saturation, alkalinity, temperature, ammonia, nitrite, nitrate, orthophosphate, carbon dioxide and
electrical conductivity. The collection were monthly for qualitative and carrys during eigth consecutive
maths in the period of January/2010 until August/2010 where it reaches the rain and dry season the
same year with. The parameters analyses, we concluded that the Itaparica reservoir is affecting daily by
the eutrophic lake situated in the around of Serrota. Petrolândia, which significantly compromises the
lives of organisms were present mainly fishes which are animals of economic interest for the city,
besides being the means of survival for local fishermen.
Keywords: Reservoir Itaparica, physicochemical parameters, eutrophication.
15
1- INTRODUÇÃO
Pesquisas voltadas para ambientes
degradados têm crescido muito nos últimos
anos (devido à rápida destruição de ambientes
naturais que é acelerada cada vez mais com
passar dos tempos) na tentativa de descobrir
suas fontes de contaminação e solucionar o
problema, porém isso se torna cada dia mais
difícil, uma vez que o interesse econômico e
busca por evoluções tecnológicas tem sido
priorizado quando se trata de algum tipo de
investimento.
A água é um elemento essencial a
todos os organismos e em todos os
ecossistemas. De acordo com Silva (2008)
ainda que as cianobactérias se caracterizem
por povoarem qualquer tipo de habitat, é nos
sistemas aquáticos que elas são mais
freqüentes formando “bloms”. Chama-se de
bloom ou florescência o desenvolvimento
rápido e intenso de organismos
fitoplanctônicos (SILVA, 2008).. Tendo em
consideração que a ocorrência de blooms é
cada vez mais habitual, inclusive em períodos
de inverno, justifica-se a necessidade de
avaliação das condições favoráveis ao
desenvolvimento excessivo de fitoplâncton.
A caracterização da qualidade da
água é uma das formas de se avaliar os
impactos causados pela interferência humana
em sistemas aquáticos, possibilitando seu
manejo de forma mais adequada e, até
mesmo, a sua remedição. Para Coradi et al.
(2009) o acompanhamento do estado dos
recursos hídricos é de fundamental
importância, pois é através da poluição que
são introduzidas substâncias nocivas, tóxicas
ou patogênicas que modificam as
características físicas, químicas e biológicas
do ambiente aquático
O reservatório Itaparica atraiu
atenção para pesquisa, por apresentar contato
direto com um lago que tem significativo grau
de poluição, tendo como bioindicador de
primeiro aspecto macrófitas aquáticas
cobrindo sua superfície e apresentar mau
cheiro principalmente em épocas de chuva.
Sabe-se de antemão, que a presença dessas
macrófitas interfere de forma direta na
estrutura do ecossistema porque reduz a
penetração da luz na água, impedindo a
fotossíntese das macrófitas submersas que
poderiam fornecer o oxigênio aos organismos
ali presentes (ESTEVES, 1998).
Essas características indicam a
presença de uma grande quantidade de
nutrientes, pois as macrófitas os absorvem e
aumentam em abundância quando estes estão
presentes, aumentando dessa forma a
produção primária, além de provocar o
aumento da matéria orgânica em
decomposição, mais do que as próprias
bactérias são capazes de decompor, o que
provoca o surgimento de gases nocivos no
ambiente.
A contaminação de lagos por esgotos
domésticos vem crescendo nos últimos anos,
sendo motivos do surgimento de novas
doenças, esse problema se torna cada vez
mais sério uma vez que põe em risco a vida
das pessoas, principalmente aquelas que
vivem sob condições de miséria devido à falta
de informações adequadas sobre higiene.
Diante desses fatos, se faz necessário
um estudo das características físico-químicas
da água, a fim de conhecer como se encontra
o grau de poluição desse lago e até que ponto
isso atinge o rio que abastece a população
local, pois ambos possuem contato direto.
Além disso, a pesquisa poderá servir de
subsídio para futuros estudos na área, no
intuito de buscar uma solução para saúde do
ecossistema aquático e da própria saúde
pública, uma vez que ao se descobrir suas
causas de contaminação pode-se refletir em
como resolvê-las ou minimizá-las para a
saúde de todos.
2- MATERIAIS E MÉTODOS
Área de estudo
O reservatório Itaparica está
localizado entre os Estados de Pernambuco e
Bahia, foi construído em 1987 com a
finalidade prioritária de geração de energia.
Entretanto, apresenta usos múltiplos como
abastecimento público e industrial, irrigação,
piscicultura, pecuária, navegação, turismo e
lazer.
O campo de estudo desse trabalho foi
realizado em uma área degradada que deságua
no rio, na cidade de Petrolândia no Estado de
Pernambuco. Petrolândia localiza-se a
08º58’45” de latitude sul e 38º13’10” de
longitude oeste, estando a uma altitude de 282
m. Possui uma área de 1.088,2 km2
. Limita-se
ao norte com a cidade de Floresta, ao sul com
o município de Jatobá, a leste com Tacaratú e
a oeste com o Estado da Bahia.
Quanto aos aspectos referentes ao
clima do município, predomina na região o
clima semi-árido, com temperatura média
anual de 25ºC, com evapotranspiração média
anual de 950 mm e 435 mm de precipitação
anual. Quanto a vegetação, o município de
Petrolândia está inserido na área de
abrangência da Caatinga hiperxerófita.
Análise da água
Foram marcados dezesseis pontos de
coleta, onde se separou os mesmos em cinco
áreas (A, B, C, D, e E), calculando suas
respectivas médias e desvio padrão. Dois
pontos no lago contaminado (área A), dois na
região do rio que mantém contato direto com
o lago (área B) e doze na região
aparentemente limpa do rio, sendo que estes
últimos mantiveram distância de
aproximadamente 25 m entre um e outro (Fig.
01). As coletas foram feitas na superfície e no
fundo de cada ponto, exceto nos pontos do
lago e em um ponto do rio que tem contato
direto com o lago, onde a água é muito rasa e
por isso não foi possível separar superfície e
fundo. As coletas foram qualitativas e
realizadas mensalmente durante oito meses
consecutivos no período de janeiro/2010 a
agosto/2010, onde se pôde alcançar o período
seco e chuvoso de um mesmo ano. Os locais
de amostragem foram posicionados com um
receptor GPS e os pontos escolhidos estão
apresentados na figura 01.
Figura 01: Georeferenciamento dos pontos de coleta, na cidade de Petrolândia-PE,
(FONTE: GOOGLE EARTH, 2010).
A
B
C
D
E
A condutividade, o pH, a
temperatura, o oxigênio dissolvido e a
saturação, foram medidos no campo, através
do condutivímetro, phmetro e oxímetro,
respectivamente. Logo em seguida, foram
coletadas as amostras de água através da
garrafa de Van Dorn, armazenando-as em
garrafas de plástico e conduzido-as ao
laboratório para o restante da análise. Os
parâmetros como dureza, amônia, nitrito,
nitrato, ortofosfato e gás carbônico foram
analisados através de reagentes específicos,
comparando os resultados de acordo com a
cor da cartela do manual de instruções
Alfakit.
Foram utilizadas fichas para as
anotações dos dados coletados, onde foram
preenchidos: Local do monitoramento,
condições climáticas, hora e data da coleta,
além de anotações com relação à presença ou
ausência de algas, espuma, corpos flutuantes,
material sedimentável, cheiro, plantas
aquáticas, peixes e outros organismos e
cobertura vegetal, além de observações que
pudessem ser notadas para o melhor
entendimento da pesquisa.
3- RESULTADOS E DISCUSSÃO
As Tabelas e Figuras abaixo
mostram a variação dos parâmetros físicos e
químicos da água no período seco e chuvoso
de um mesmo ano. As médias encontradas
para cada período correspondem à média dos
16 pontos coletados divididos pelas áreas A,
B, C, D e E.
Período seco
A análise dos dados coletados não
demonstrou variações significativas da
temperatura no período seco, tanto na
superfície quanto no fundo, oscilando de 25 a
27,5ºC em todas as áreas, conforme as
Tabelas 02 e 03, no entanto, pôde-se notar
que os menores valores foram registrados nas
áreas A e B, áreas essas cobertas por
macrófitas aquáticas que impedem a
penetração do sol na água, influenciando
dessa forma na temperatura dessas áreas.
Como se pode ver, ainda nas Tabela
02 e 03, os valores de pH oscilaram entre 6,95
e 7,74. O processo de decomposição da
matéria orgânica reduz o pH pelo aumento da
concentração de gás carbônico que, ao
dissolver-se na água, forma o ácido carbônico
(ZILLMER et al., 2006). Silva (2010) e Von
Sperling (1996), acrescentam ainda que este
constituinte responsável encontra-se na forma
de sólidos e gases dissolvidos tendo como
origem natural à dissolução de rochas, a
absorção de gases da atmosfera, a oxidação da
matéria orgânica e a fotossíntese, e origem
antropogênica os despejos domésticos e
industriais.
O oxigênio dissolvido apresentou
valores muito baixos, principalmente nas
áreas A e B, pois é nessas áreas que a
eutrofização encontra-se com maior
visibilidade, a área A corresponde ao lago
eutrofizado e a área B é a parte do rio que
mantém contato direto com o lago, mantendo
as mesmas características, como se pode
observar o OD continuou baixo nas próximas
áreas, C, D e E (Fig. 03), ainda não atingindo
o valor mínimo exigido pelo CONAMA
357/2005 que é de 5 mg/L.
Figura 03: representação em gráfico do oxigênio
dissolvido na superfície e no fundo do período seco.
Temperatura
°C
PH Oxigênio
dissolvido
mg/L
Saturação
de 02 %
Condutividade
mS
Turbidez
NTU
Alcalinidade
CaCO3 mg/L
Amônia N-
NH3 mg/L
Ortofosfato
PO³4mg/L
Nitrito
N-NH3
mg/L
Nitrato
N-NH3
mg/L
Gás
carbônico
mg/L
ÁREA A
Média 25,33 6,95 1,75 2,53 1,71 2,44 1,81 3 3 0,01 0,1 48,75
Desvio
padrão 1,77 0,52 2,48 0,58 1,12 1,21 1,01 0 0 0 0 12,6
ÁREA B
Média 26,96 7,1 3,15 2,95 3,28 2,87 1,93 1,46 1,68 0,01 0,14 18,37
Desvio
padrão 2,48 1,02 2,74 0,80 3,67 0,71 0,91 1,42 1,09 0 0,15 16,26
ÁREA C
Média 27,28 7,45 3,93 57,98 2,22 2,3 34,18 0,12 1,21 0,01 0,1 2,81
Desvio
padrão 1,36 0,89 2,01 28,64 2,31 1,85 4,73 0,16 0,35 0 0 0,91
ÁREA D
Média 27,4 7,37 4,06 58,35 2,06 5,19 31,06 0,26 1,06 0,01 0,12 2,37
Desvio
padrão 1,43 0,81 3,33 46 2,29 3,9 3,58 0,49 1,58 0 0,1 0,8
ÁREA E
Média 27,31 7,55 3,58 52,98 2,07 2,05 31,43 0,1 0,81 0,01 0,1 2,37
Desvio
padrão 1,36 0,88 2,85 39,21 2,29 1,62 2,98 0,12 0,11 0 0 0,8
Resolução
CONAMA
357/2005
(classe II)
Não
estabelecido
6,0
a
9,0
Não
inferior a
5 mg/L
Não
estabelecido
Não
estabelecido 100 NTU
Não
estabelecido
Não
estabelecido
Não
estabelecido
1,0
mg/LN
10,0
mg/L N
Não
estabeleci
do
Tabela 02: Valores encontrados para temperatura, pH, OD, saturação de O2, condutividade, turbidez, alcalinidade, amônia, nitrito, nitrato e gás carbônico na água em 16
pontos amostrados na superfície do reservatório Itaparica, em Petrolândia – PE, entre janeiro/2010 a abril de 2010. (Média e Desvio padrão).
Temperatura
°C
PH Oxigênio
dissolvido
mg/L
Saturação de
02 %
Condutividade
mS
Turbidez
NTU
Alcalinidade
CaCO3 mg/L
Amônia
N-NH3
mg/L
Ortofosfato
PO³4mg/L
Nitrito
N-NH3
mg/L
Nitrato
N-NH3
mg/L
Gás
carbônico
mg/L
ÁREA B
Média
26,92
7,7
4 1,19 9,77 2,1 0,65 43,25 0,15 0,62 0,01 0,1 5
Desvio
padrão 1,84
0,8
7 0,85 10,36 2,52 0,63 8,73 0,12 0,25 0 0 2,58
ÁREA C
Média
27,15
7,5
6 2,56 30,55 2,15 2,17 37,68 0,1 1,09 0,01 0,1 3,75
Desvio
padrão 1,37
0,9
1 2,33 29,48 2,40 2,19 6,35 0,24 0,85 0 0 1,18
ÁREA D
Média
27,22
7,2
6 3 42,31 2,05 2,68 32,62 0,07 0,74 0,01 0,18 2,68
Desvio
padrão 1,37
0,9
1 3,70 54,03 2,29 2,18 3,26 0,08 0,39 0 0,20 0,94
ÁREA E
Média
27,19
7,5
1 2,38 32,98 2,06 2,13 33 0,12 0,71 0,01 0,1 3,5
Desvio
padrão 1,41
1,0
7 2,90 39,05 2,30 2,88 3,24 0,15 0,42 0 0 1,154701
Resolução
CONAMA35
7/2005(clas
se II)
Não
estabelecido
6,0
a
9,0
Não inferior
a 5 mg/L
Não
estabelecido
Não
estabelecido 100 NTU
Não
estabelecido
Não
estabele
cido
Não
estabelecido
1,0
mg/LN
10,0
mg/L N
Não
estabelecido
Tabela 03: Valores encontrados para temperatura, pH, OD, saturação de O2, condutividade, turbidez, alcalinidade, amônia, nitrito, nitrato e gás carbônico na água em 13 pontos
amostrados no fundo do reservatório Itaparica, em Petrolândia – PE, entre janeiro/2010 a abril de 2010. (Média e Desvio padrão).
Para Esteves (1998) e Von Sperling (1996),
sob condições de déficit de oxigênio,
acumulam-se no hipolímnio as formas
reduzidas de nitrogênio, principalmente NH4,
resultante da decomposição da matéria
orgânica. Nestas condições (anaeróbias) as
bactérias anaeróbias facultativas utilizam o
NO3 como fonte de oxigênio para seu
processo respiratório, que é bastante tóxica
para os organismos ali presentes. A saturação
de O2 também se apresentou muito baixa nas
áreas A e B, tanto na superfície quanto no
fundo, de acordo com Chang & Ouyang
(1988), em dias claros a taxa fotossintética
aumenta, elevando a demanda de oxigênio à
noite e acarretando num déficit desse gás pela
manhã, horário em que foi medido este
parâmetro.
A condutividade elétrica da água
também se manteve baixa oscilando entre
1,71 mS a 3,28 mS, indicando pouca presença
de íons dissolvidos na água. Os valores da
média da turbidez variaram muito pouco entre
as áreas, mostrando-se baixo em todas elas,
isso pode ser atribuído ao pouco movimento
da água nessas áreas, além de claro, ser um
ambiente bastante lêntico.
Nota-se um aumento da alcalinidade
nas áreas C, D e E (superfície e fundo),
chegando a 37,68 mg/L, no entanto, nas áreas
A e B, superfície, esses valores caíram
significativamente, não ultrapassando 1,81
mg/L, no entanto, no fundo da área B a
alcalinidade se destacou com 43,25 mg/L,
superando, inclusive, as outras áreas (Tabelas
02 e 03).
A amônia junto com o ortofosfato
obtiveram suas maiores médias na área A com
3,0 mg/L, diminuindo expressivamente nas
outras áreas.
Nitrito e nitrato mantiveram valores
muito baixos em todas as áreas,
predominando 0,01 mg/L e 0,1 mg/L,
respectivamente, uma vez que o valor
máximo exigido pelo CONAMA 357/2005 é
de 1,0 mg/L para nitrito e 10,0 mg/L para
nitrato.
A área A obteve valor bastante
expressivo com relação à presença do gás
carbônico chegando a atingir na superfície
48,75 mg/L, já na área B, onde as
características são bem parecidas com a do
lago (área A) esse valor caiu para 18,37 mg/L
(superfície) e 5 mg/L (fundo). Nas áreas
restantes esses valores diminuíram bastante
oscilando entre 2,37 e 3,75 mg/L.
Período Chuvoso
No período chuvoso a temperatura
caiu um pouco em relação ao período seco,
oscilando de 24 a 25ºC (Tabelas 04 e 05), isso
se deve ao fato da menor quantidade luz solar
nessa época. A temperatura afeta a
solubilidade e a toxidade de muitos outros
parâmetros. Geralmente, os sólidos
dissolvem-se melhor a quente, enquanto os
gases preferem águas mais frias para se
dissolverem. A temperatura desempenha um
papel principal de controle no meio aquático,
condicionando as influências de uma série de
parâmetros físicos e químicos (TOMAZELA,
2008).
Ao contrário da temperatura, o pH se
elevou variando entre 7 e 8,6, como podemos
observar nas Tabelas 04 e 05. De acordo com
Esteves (1998), as medidas do pH podem ser
influenciadas por diversos fatores, tais como:
concentração de íons H+ originados da
ionização do ácido carbônico que gera valores
baixos do pH e das relações de íons de
carbonato com a molécula de água, que eleva
os valores de pH para a faixa alcalina.
Conforme Lima (2005), as comunidades
aquáticas podem interferir nos valores de pH
do meio. Os organismos autotróficos como
macrófitas aquáticas e algas, podem elevar o
pH por meio do processo de assimilação do
CO2 na fotossíntese. Os organismos
heterotróficos, por outro lado, podem abaixar
o pH do meio através dos processos de
decomposição e respiração, liberando CO2,
formando ácido carbônico e íons de
hidrogênio. A presença de CO2 está
principalmente ligada à respiração bacteriana,
que é tanto mais intensa quanto maior a
quantidade de matéria orgânica de esgotos
presente (BOLLMANN et al., (2005). Isso
pode estar diretamente relacionado com a
elevação do pH e diminuição dos valores de
CO2 nas áreas A e B no período chuvoso.
Temperatura
°C
PH Oxigênio
dissolvido
mg/L
Saturação
de 02 %
Condutividade
mS
Turbidez
NTU
Alcalinidade
CaCO3 mg/L
Amônia
N-NH3
mg/L
Ortofosfato
PO³4
mg/L
Nitrito
N-NH3
mg/L
Nitrato
N-NH3
mg/L
Gás
carbônico
mg/L
ÁREA A
Média 24 8,6 2,57 33,36 8,7 4,3 115 2,4 1,9 0,01 0,1 24
Desvio
padrão 1,31 1,55 5,73 74,88 3,14 3,65 56,31 1,11 1,23 0 0 11,51
ÁREA B
Média 24,7 8,6 7,5 85,55 9,9 0,91 40,62 0,3 0,46 0,01 0,1 8,1
Desvio
padrão 1,26 1,82 8,06 100,88 0,95 0,69 6,78 0,15 0,45 0 0 4,96
ÁREA C
Média 24,4 7,8 6,8 87 10,22 0,46 37,5 0,27 0,5 0,01 0,1 3,1
Desvio
padrão
1,07 1,32 2,44 32,68 0,85 0,31 4,47 0,14 0,40 0 0 0,88
ÁREA D
Média 24,6 8,1 3,5 46,7 10,15 0,43 31,2 0,4 0,64 0,01 0,1 2,7
Desvio
padrão 1,20 1,13 1,48 25,41 0,83 0,53 2,23 0,17 0,42 0 0 0,85
ÁREA E
Média 24,5 7,4 4,2 56,5 10,19 1,15 31,2 0,4 0,6 0,01 0,1 2,7
Desvio
padrão 1,04 1,35 1,15 21,31 0,82 0,72 2,23 0,17 0,36 0 0 0,85
Resolução
CONAMA
357/2005(
clase II)
Não
estabelecido
6,0 a
9,0
Não
inferior a 5
mg/L
Não
estabeleci
do
Não
estabelecido 100 NTU
Não
estabelecido
Não
estabeleci
do
Não
estabelecido
1,0
mg/LN
10,0
mg/L N
Não
estabeleci
do
Tabela 04: Valores encontrados para temperatura, pH, OD, saturação de O2, condutividade, turbidez, alcalinidade, amônia, nitrito, nitrato e gás carbônico na água em 16
pontos amostrados na superfície do reservatório Itaparica, em Petrolândia – PE, entre maio/2010 a agosto de 2010. (Média e Desvio padrão).
Temperatura
°C
PH Oxigênio
dissolvido
mg/L
Saturação
de 02 %
Condutividade
mS
Turbidez
NTU
Alcalinidade
CaCO3 mg/L
Amônia
N-NH3
mg/L
Ortofosfato
PO³4
mg/L
Nitrito
N-NH3
mg/L
Nitrato
N-NH3
mg/L
Gás
carbônico
mg/L
ÁREA B
Média 25 8,5 3,31 33,66 9,74 0,6 42,5 0,5 0,68 0,01 0,1 5,5
Desvio
padrão 1,33 1,98 1,48 21,22 0,51 0,58 9,57 0,35 0,47 0 0 3,41
ÁREA C
Média 24,7 7,7 4,7 57 10,22 3,3 30 0,33 0,76 0,01 0,1 3,5
Desvio
padrão 1,14 1,29 1,27 24,26 0,78 2,34 0 0,17 0,06 0 0 1,26
ÁREA D
Média 24,8 8,1 3 39 10,11 0,58 33 0,4 0,59 0,01 0,1 3,2
Desvio
padrão 1,17 1,16 1,15 21,12 0,84 0,63 4,78 0,17 0,36 0 0 0,85
ÁREA E
Média 24,7 7,4 3,7 48,5 10,2 0,86 33 0,4 0,64 0,01 0,1 2,8
Desvio
padrão 1,11 1,33 1,15 18,51 0,81 0,69 4,78 0,17 0,42 0 0 0,88
Resolução
CONAMA
357/2005(
clase II)
Não
estabelecido
6,0 a
9,0
Não
inferior a 5
mg/L
Não
estabeleci
do
Não
estabelecido 100 NTU
Não
estabelecido
Não
estabele
cido
Não
estabelecido
1,0
mg/LN
10,0
mg/L N
Não
estabeleci
do
Tabela 05: Valores encontrados para temperatura, pH, OD, saturação de O2, condutividade, turbidez, alcalinidade, amônia, nitrito, nitrato e gás carbônico na água em 13
pontos amostrados no fundo do reservatório Itaparica, em Petrolândia – PE, entre maio/2010 a agosto de 2010. (Média e Desvio padrão).
As variações de pH são maiores em
águas com fraco poder tampão e dependem,
entre outros fatores, da atividade
fotossintética e da temperatura. Estes
processos tendem a deslocar o equilíbrio
químico do sistema no sentido da diminuição
da concentração de ácido carbônico em
solução (Duarte, 2000). Se por um lado, o
CO2 dissolvido é assimilado no processo
fotossintético, por outro, as temperaturas
elevadas aumentam a reatividade do ácido
carbônico facilitando a libertação do dióxido
de carbono para a atmosfera. Em ambas as
situações a diminuição da concentração de
CO2 dissolvido conduz a um aumento do pH
da água (SILVA, 2008).
O oxigênio dissolvido, por sua vez,
assim como no período seco manteve-se em
baixa na área A, D e E, apresentando pequeno
aumento na superfície das áreas B e C,
voltando a cair na parte funda das mesmas
(Fig. 04). Para Marshall e Falconer (1973) a
supersaturação de oxigênio no epilímnio é um
indicador de eutrofização em lagos, baseados
nos processos fotossintéticos realizados por
algas e macrófitas que resulta em altas
concentrações de oxigênio, o que condiz com
a saturação apresentada nas áreas B e C, 85,5
e 87%, respectivamente. Bollmann et al.
(2005) sugere que, na superfície, a taxa de
decomposição da matéria orgânica, incluindo
a taxa de respiração bacteriana é maior que a
taxa de produção do oxigênio fotossintético, o
que explica os baixos valores de oxigênio
dissolvido nas áreas A, D e E.
Figura 04: representação em gráfico do oxigênio dissolvido na superfície e
no fundo do período chuvoso.
Um acréscimo significativo
pode-se notar na condutividade elétrica
da água em todas as áreas em relação ao
período seco, com os maiores valores
nas áreas C, D e E, oscilando entre 10 e
10,22 mS, indicando aumento de íons
dissolvidos na água, pois de acordo com
Mota (1995) a condutividade elétrica
está relacionada com a presença de íons
dissolvidos na água, que são partículas
carregadas eletricamente, portanto,
quanto maior for a quantidade de íons
dissolvidos, maior será a condutividade
elétrica da água que pode variar também
de acordo com a temperatura e o pH
(FEITOSA & MANOEL FILHO,
2000), (ESTEVES, 1998). A
condutividade tem sido regularmente
usada como um indicador de
contaminação de rios por esgotos
domésticos em razão do seu conteúdo
de sais minerais. Para Esteves (1998),
os íons mais diretamente responsáveis
pelos valores de condutividade elétrica
são os chamados macronutrientes como:
cálcio, magnésio, potássio, sódio,
carbonato, sulfato, cloreto, etc.,
enquanto que nitrito e nitrato e
especialmente ortofosfato têm pouca
influência, e o íon amônio pode ter
influência somente em altas
concentrações, o que coincide com a
quase inexistência destes nutrientes
nesse período.
De acordo com Bollmann et al.
(2005) o Nitrogênio Amoniacal
(NH3+NH4
+
) tem significância
ambiental na medida em que a fórmula
molecular (NH3) apresenta efeitos
toxicológicos importantes aos peixes,
enquanto que a forma iônica (NH4
+
),
não. Bollmann et al. (2005) indica
valores inferiores a 0,5 mg NH3/L como
recomendados para a manutenção de
organismos dulcícolas. O nitrito e o
nitrato estiveram praticamente ausentes
em todas as amostras (período chuvoso
e seco), Lima (2005) diz que a baixa
quantidade de nitrato encontrada é
explicada pela rapidez com que estes
elementos ao serem formados são
rapidamente utilizados como aceptores
de elétrons em ambientes anaeróbios ou
por não terem sido formados em virtude
da insuficiente oxigenação do meio.
Comparando os valores encontrados
com os valores do CONAMA
(357/2005) podemos verificar que estão
bem abaixo do limite máximo para este
nutriente, incluindo o nitrito. Quanto à
amônia, foi detectada sua presença na
área A nos dois períodos. Esses
compostos nitrogenados podem ser
usados como indicadores da idade da
carga poluidora (esgoto), pois segundo
Macêdo (2001), a presença de amônia
pode caracterizar uma poluição recente
por esgotos domésticos.
O fósforo é um nutriente
essencial para o crescimento dos
microorganismos, responsáveis pela
estabilização da matéria orgânica, além
de ser indispensável para o crescimento
de algas e plantas aquáticas, podendo
com isso, em certas condições, conduzir
a fenômenos de eutrofização em lagos,
rios e represas (VON SPERLING,
1996). Na água, o fósforo apresenta-se
principalmente na forma de ortofosfato,
diretamente disponíveis para o
metabolismo biológico sem necessidade
de conversão em forma mais simples.
Para Esteves (1998) a concentração de
ortofosfatos em água também depende
da densidade e atividade do fitoplâncton
e das macrófitas aquáticas que, durante
seus processos metabólicos, podem
assimilar grandes quantidades destes
íons. Desta forma, elevações nas
quantidades de biomassa fitoplanctônica
frequentemente são precedidas por altas
concentrações de fósforo.
Posteriormente, entretanto, ocorre
decréscimo nos teores de ortofosfato em
razão do elevado consumo pelos
organismos (BOLLMANN et al., 2005).
Uma leve alteração
insignificante na turbidez foi observada
na área A, mantendo-se em baixa nas
demais áreas. Os principais
responsáveis pela turbidez da água são
as partículas suspensas (bactérias,
detritos orgânicos e inorgânicos, etc.) e
em menor proporção os compostos
dissolvidos (ESTEVES, 1998),
(BOLLMANN et al., 2005). Braga et
al., (2002) ressaltam que o aumento da
turbidez na água reduz a taxa de
fotossíntese e prejudica a procura de
alimentos para algumas espécies.
A alcalinidade apresentou um
expressivo aumento na superfície da
área A em relação ao período seco,
aumentando de 1,81 mg/L (Tabela 02)
para 115 mg/L de CaCO3 (Tabela 04),
caracterizando-a como um curso de
água de dureza considerável no período
chuvoso. Nas áreas restantes esse
parâmetro variou de 30 mg/L a 42,5
mg/L de CaCO3, o que as caracteriza
como moles ou brandas. A alcalinidade
representa a capacidade que um sistema
aquoso tem de neutralizar (tamponar)
ácidos a ele adicionados. Esta
capacidade depende de alguns
compostos, principalmente bicarbonatos
(HCO3
-
), carbonatos (CO3
2-
) hidróxidos
(OH-
); sendo a distribuição nas três
formas na água em função do pH
(CRUZ et al., 2007). Do ponto de vista
sanitário a alcalinidade não tem
significado relevante, mesmo para
valores elevados (e. g., 400 mg/L de
CaCO3). No entanto as águas de alta
alcalinidade são desagradáveis ao
paladar e a associação com pH elevado,
excesso de dureza e de sólidos
dissolvidos, no conjunto, é que podem
ser prejudiciais ((BOLLMANN et al.,
2005).
Segundo Peixoto (2008) a
alcalinidade relaciona-se com a dureza
porque a fonte mais habitual de
alcalinidade são as rochas de carbonatos
(calcário), que são, sobretudo CaCO3.
Se uma grande percentagem da
alcalinidade for CaCO3, então a dureza
é praticamente igual à alcalinidade, se
ambas forem expressas como CaCO3. O
mesmo autor ainda exemplifica dizendo
que uma água dura (pesada) contém
carbonatos metálicos e por isso tem
alcalinidade elevada. Inversamente uma
água leve (macia) também tem
alcalinidade baixa e baixa capacidade de
tamponamento, ficando mais
susceptível a contaminações ácidas,
naturais ou antropogênicas.
Além de todos estes
parâmetros analisados, pode-se notar a
presença de grade quantidade de
espumas na superfície da área A, de
acordo com Santos et al., (1992) a
formação de espumas superficiais,
quando os “blooms” são dominados por
espécies de cianobactérias, ocorre
geralmente quando se inicia o processo
de estratificação térmica das massas de
água, podendo prolongar-se no tempo
enquanto o mesmo se matem. Com
efeito, são as condições de águas calmas
que propiciam a flutuação das células e
sua aglomeração em colônias formando
grandes massas superficiais. As
espumas destes microorganismos
podem surgir em poucas horas,
especialmente no período da manhã, em
condições de vento inferiores a 4 m.s-1.
À medida que declina a velocidade do
vento aumenta a acumulação de
espumas que podem ser arrastadas por
correntes horizontais, mesmo em
situações de vento soprando a menos de
3 m.s-1, acumulando-se em zonas de
margem.
Para Silva (2008), além dos
impactos estéticos que este excesso de
biomassa em suspensão confere às
águas naturais, podem existir problemas
de ordem ecológica e sanitária. Os
blooms de cianobactérias caracterizam-
se por conferir às águas gostos e cheiros
desagradáveis, uma cor verde-
amarelada ou azulada frequentemente
acompanhada da formação de espumas,
o que foi observado em campo durante
o período das coletas.
4- CONCLUSÕES
Embora não tenha demonstrado
variações significativas, se pode notar
que a temperatura da água apresentou
seus menores valores nas áreas cobertas
por macrófitas aquáticas que impedem a
penetração da luz solar na água.
A média encontrada para os
valores do pH mantiveram dentro do
valor recomendado pelo CONAMA
(357/2005) para as águas da classe 2.
Seus valores demonstraram relação com
a presença do gás carbônico nos
períodos seco e chuvoso, indicando um
aumento do processo de decomposição
no período seco, principalmente nas
áreas A e B, o que coincide com os
maiores valores encontrado de amônia e
ortofosfato nesse mesmo período.
O oxigênio dissolvido, por sua
vez, apresentou valores
significativamente baixos em todas as
áreas, não atingindo o valor mínimo
exigido pelo CONAMA (357/2005),
exceto, na superfície das áreas B e C, no
período chuvoso, no entanto, esse
aumento pode estar relacionado com o
grande processo fotossintético realizado
pelas macrófitas da área B, pois o valor
de oxigênio encontrado no fundo dessas
mesmas áreas mostrou-se baixo,
indicando seu déficit de modo geral nas
áreas analisadas. Pode-se observar que
as áreas D e E, que são afastadas da
presença de macrófitas, estão sendo
comprometidas em relação ao oxigênio
dissolvido devido a eutrofização do
lago.
O nitrito e o nitrato
mantiveram em baixa nos dois períodos,
não atingindo o valor máximo indicado
pelo CONAMA (357/2005) para esses
nutrientes, no entanto, isso pode ser
atribuído ao fato de serem rapidamente
utilizados como aceptores de elétrons
ou não terem sido formados em virtude
da insuficiência de oxigenação do meio.
A alcalinidade em sua relação
com a dureza mostrou-se mole ou
branda na maioria das análises,
indicando maior dureza, apenas na área
A do período chuvoso, com isso
podemos concluir que a capacidade de
tamponamento do reservatório das áreas
analisadas é bastante baixa graças a
eutrofização do lago que o contamina,
deixando-o sujeito a contaminações
antropogênicas.
As espumas observadas na área
A estão relacionadas com os blooms
provocados pelos organismos
fitoplanctônicos e por espécies de
cianobactérias o que atribui às águas
gostos e cheiros desagradáveis, além da
cor verde-amarelada.
Diante dos parâmetros
analisados, podemos concluir que o
reservatório Itaparica está sendo afetado
diariamente pelo lago eutrofizado
situado ao entorno da Serrota em
Petrolândia, o que compromete
expressivamente a vida dos organismos
ali presentes, como os peixes, por
exemplo, fato que se torna preocupante
devido serem animais de interesse
econômico para cidade, além de ser o
meio de sobrevivência para os
pescadores da região.
Com este estudo podemos
observar que o homem é o principal
responsável pela degradação desse
ecossistema, pois sem a ação deste pode
ser comprovado que o nível de
eutrofização seria praticamente
inexistente. O grande motivo que pôde
nos mostrar esse fato foi o notório
lançamento de sujeiras e dejetos de
animais lançadas ao entorno e dentro do
lago e do reservatório próximo ao lago,
além do acesso dos animais que ao
beberem água da represa defecam e
urina ali mesmo, o sedimento
encontrado nas áreas eutrofizadas era
puro esterco de animais de grande porte,
como bois e cavalos. Além disso,
próximo ao lago existe um matadouro
que com a sua insalubridade é bastante
prejudicial ás águas.
Sugerimos para a conservação
do reservatório, algumas medidas que
poderiam ser adotadas pelos órgãos
competentes, como:
a) Abolir as fontes geradoras de
contaminação artificial do lago, a
começar pelo acesso dos animais ao seu
entorno, e proibir qualquer descarga de
esgoto no mesmo;
b) Retirar as macrófitas aquáticas, pois é
possível a recuperação do lago através
da retirada da biomassa, devido sua
grande capacidade em armazenar
nutrientes;
c) Remover o sedimento porque este é o
principal reservatório de nutrientes do
ecossistema eutrofizado, sendo este um
meio para reduzir a fertilização interna;
d) Construção ou ampliação de novas
estações de tratamentos para evitar o
lançamento de esgotos in natura no lago
e para cumprir a demanda atual da
população;
e) Fiscalização por parte do controle
ambiental, de esgotos clandestinos de
casas, punindo os responsáveis com
multas;
f) Desenvolver programas de educação
ambiental para estudantes de todos os
níveis a fim de despertar a consciência
para preservação dos recursos hídricos.
Apesar das conclusões que
podemos atingir nesse trabalho, um
estudo mais aprofundado envolvendo
comunidades biológicas ali presentes
traria resultados mais precisos, uma vez
que se estaria estudando diretamente a
saúde dos seres envolvidos utilizando-
os como bioindicadores da saúde do
reservatório, pois o monitoramento é
mais completo quando se relaciona os
parâmetros físicos, químicos e
biológicos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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67ae73afd18264e6d2b5309439b30b16 8991895803161aa9b67abc4607516ffbAdalberto Alves Dasilva
 

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  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 17 - Número 1 - 1º Semestre 2017 Monitoramento das características físico-químicas da Água nos períodos seco e chuvoso no reservatório Itaparica, em Petrolândia - PE Amanda Alves Araújo RESUMO A caracterização da qualidade da água é uma das formas de se avaliar os impactos causados pela interferência humana em sistemas aquáticos. O estudo foi realizado no reservatório Itaparica em uma área degradada que deságua no rio, na cidade de Petrolândia no Estado de Pernambuco. Foram marcados dezesseis pontos de coleta, sendo dois pontos no lago contaminado, dois na região do rio que mantém contato direto com o lago e doze na região aparentemente limpa do rio, sendo que estes últimos mantiveram distância de aproximadamente 25m entre um e outro. Foram medidos os parâmetros físico- químicos da água como: pH, turbidez, oxigênio dissolvido, saturação de O2, alcalinidade, temperatura, amônia, nitrito, nitrato, ortofosfato, gás carbônico e condutividade elétrica. As coletas foram qualitativas e realizadas mensalmente durante oito meses consecutivos no período de janeiro/2010 a agosto/2010, onde se alcança o período chuvoso e seco de um mesmo ano. Diante dos parâmetros analisados, podemos concluir que o reservatório Itaparica está sendo afetado diariamente pelo lago eutrofizado situado ao entorno da Serrota em Petrolândia, o que compromete expressivamente a vida dos organismos ali presentes, principalmente os peixes, que são animais de interesse econômico para cidade, além de ser o meio de sobrevivência para os pescadores da região. Palavras-chave: Reservatório Itaparica, parâmetros físico-químicos, eutrofização Monitoring of physical and chemical characteristics of water during the dry and rainy in Itaparica reservoir in Petrolândia – PE ABSTRACT The characterization of water quality is one way of to assessing the impacts caused by human interference in aquatic systems, enabling its management more adequately and even so its remediation. The study was carried out in Itaparica reservoir in a degraded area which flows into the river in the town of Petrolândia in Pernambuco State. Were marked collection sixteen points, two points in the contaminated lake, two at the river that has direct contact with the lake and twelve in the region apparently clean the river, so that latter kept their distance of approximately 25m between bath. Were measured the physicochemical parameters of water such as: pH, turbidity, dissolved oxygen, O2 saturation, alkalinity, temperature, ammonia, nitrite, nitrate, orthophosphate, carbon dioxide and electrical conductivity. The collection were monthly for qualitative and carrys during eigth consecutive maths in the period of January/2010 until August/2010 where it reaches the rain and dry season the same year with. The parameters analyses, we concluded that the Itaparica reservoir is affecting daily by the eutrophic lake situated in the around of Serrota. Petrolândia, which significantly compromises the lives of organisms were present mainly fishes which are animals of economic interest for the city, besides being the means of survival for local fishermen. Keywords: Reservoir Itaparica, physicochemical parameters, eutrophication. 15
  • 2. 1- INTRODUÇÃO Pesquisas voltadas para ambientes degradados têm crescido muito nos últimos anos (devido à rápida destruição de ambientes naturais que é acelerada cada vez mais com passar dos tempos) na tentativa de descobrir suas fontes de contaminação e solucionar o problema, porém isso se torna cada dia mais difícil, uma vez que o interesse econômico e busca por evoluções tecnológicas tem sido priorizado quando se trata de algum tipo de investimento. A água é um elemento essencial a todos os organismos e em todos os ecossistemas. De acordo com Silva (2008) ainda que as cianobactérias se caracterizem por povoarem qualquer tipo de habitat, é nos sistemas aquáticos que elas são mais freqüentes formando “bloms”. Chama-se de bloom ou florescência o desenvolvimento rápido e intenso de organismos fitoplanctônicos (SILVA, 2008).. Tendo em consideração que a ocorrência de blooms é cada vez mais habitual, inclusive em períodos de inverno, justifica-se a necessidade de avaliação das condições favoráveis ao desenvolvimento excessivo de fitoplâncton. A caracterização da qualidade da água é uma das formas de se avaliar os impactos causados pela interferência humana em sistemas aquáticos, possibilitando seu manejo de forma mais adequada e, até mesmo, a sua remedição. Para Coradi et al. (2009) o acompanhamento do estado dos recursos hídricos é de fundamental importância, pois é através da poluição que são introduzidas substâncias nocivas, tóxicas ou patogênicas que modificam as características físicas, químicas e biológicas do ambiente aquático O reservatório Itaparica atraiu atenção para pesquisa, por apresentar contato direto com um lago que tem significativo grau de poluição, tendo como bioindicador de primeiro aspecto macrófitas aquáticas cobrindo sua superfície e apresentar mau cheiro principalmente em épocas de chuva. Sabe-se de antemão, que a presença dessas macrófitas interfere de forma direta na estrutura do ecossistema porque reduz a penetração da luz na água, impedindo a fotossíntese das macrófitas submersas que poderiam fornecer o oxigênio aos organismos ali presentes (ESTEVES, 1998). Essas características indicam a presença de uma grande quantidade de nutrientes, pois as macrófitas os absorvem e aumentam em abundância quando estes estão presentes, aumentando dessa forma a produção primária, além de provocar o aumento da matéria orgânica em decomposição, mais do que as próprias bactérias são capazes de decompor, o que provoca o surgimento de gases nocivos no ambiente. A contaminação de lagos por esgotos domésticos vem crescendo nos últimos anos, sendo motivos do surgimento de novas doenças, esse problema se torna cada vez mais sério uma vez que põe em risco a vida das pessoas, principalmente aquelas que vivem sob condições de miséria devido à falta de informações adequadas sobre higiene. Diante desses fatos, se faz necessário um estudo das características físico-químicas da água, a fim de conhecer como se encontra o grau de poluição desse lago e até que ponto isso atinge o rio que abastece a população local, pois ambos possuem contato direto. Além disso, a pesquisa poderá servir de subsídio para futuros estudos na área, no intuito de buscar uma solução para saúde do ecossistema aquático e da própria saúde pública, uma vez que ao se descobrir suas causas de contaminação pode-se refletir em como resolvê-las ou minimizá-las para a saúde de todos. 2- MATERIAIS E MÉTODOS Área de estudo O reservatório Itaparica está localizado entre os Estados de Pernambuco e Bahia, foi construído em 1987 com a finalidade prioritária de geração de energia. Entretanto, apresenta usos múltiplos como abastecimento público e industrial, irrigação,
  • 3. piscicultura, pecuária, navegação, turismo e lazer. O campo de estudo desse trabalho foi realizado em uma área degradada que deságua no rio, na cidade de Petrolândia no Estado de Pernambuco. Petrolândia localiza-se a 08º58’45” de latitude sul e 38º13’10” de longitude oeste, estando a uma altitude de 282 m. Possui uma área de 1.088,2 km2 . Limita-se ao norte com a cidade de Floresta, ao sul com o município de Jatobá, a leste com Tacaratú e a oeste com o Estado da Bahia. Quanto aos aspectos referentes ao clima do município, predomina na região o clima semi-árido, com temperatura média anual de 25ºC, com evapotranspiração média anual de 950 mm e 435 mm de precipitação anual. Quanto a vegetação, o município de Petrolândia está inserido na área de abrangência da Caatinga hiperxerófita. Análise da água Foram marcados dezesseis pontos de coleta, onde se separou os mesmos em cinco áreas (A, B, C, D, e E), calculando suas respectivas médias e desvio padrão. Dois pontos no lago contaminado (área A), dois na região do rio que mantém contato direto com o lago (área B) e doze na região aparentemente limpa do rio, sendo que estes últimos mantiveram distância de aproximadamente 25 m entre um e outro (Fig. 01). As coletas foram feitas na superfície e no fundo de cada ponto, exceto nos pontos do lago e em um ponto do rio que tem contato direto com o lago, onde a água é muito rasa e por isso não foi possível separar superfície e fundo. As coletas foram qualitativas e realizadas mensalmente durante oito meses consecutivos no período de janeiro/2010 a agosto/2010, onde se pôde alcançar o período seco e chuvoso de um mesmo ano. Os locais de amostragem foram posicionados com um receptor GPS e os pontos escolhidos estão apresentados na figura 01. Figura 01: Georeferenciamento dos pontos de coleta, na cidade de Petrolândia-PE, (FONTE: GOOGLE EARTH, 2010). A B C D E
  • 4. A condutividade, o pH, a temperatura, o oxigênio dissolvido e a saturação, foram medidos no campo, através do condutivímetro, phmetro e oxímetro, respectivamente. Logo em seguida, foram coletadas as amostras de água através da garrafa de Van Dorn, armazenando-as em garrafas de plástico e conduzido-as ao laboratório para o restante da análise. Os parâmetros como dureza, amônia, nitrito, nitrato, ortofosfato e gás carbônico foram analisados através de reagentes específicos, comparando os resultados de acordo com a cor da cartela do manual de instruções Alfakit. Foram utilizadas fichas para as anotações dos dados coletados, onde foram preenchidos: Local do monitoramento, condições climáticas, hora e data da coleta, além de anotações com relação à presença ou ausência de algas, espuma, corpos flutuantes, material sedimentável, cheiro, plantas aquáticas, peixes e outros organismos e cobertura vegetal, além de observações que pudessem ser notadas para o melhor entendimento da pesquisa. 3- RESULTADOS E DISCUSSÃO As Tabelas e Figuras abaixo mostram a variação dos parâmetros físicos e químicos da água no período seco e chuvoso de um mesmo ano. As médias encontradas para cada período correspondem à média dos 16 pontos coletados divididos pelas áreas A, B, C, D e E. Período seco A análise dos dados coletados não demonstrou variações significativas da temperatura no período seco, tanto na superfície quanto no fundo, oscilando de 25 a 27,5ºC em todas as áreas, conforme as Tabelas 02 e 03, no entanto, pôde-se notar que os menores valores foram registrados nas áreas A e B, áreas essas cobertas por macrófitas aquáticas que impedem a penetração do sol na água, influenciando dessa forma na temperatura dessas áreas. Como se pode ver, ainda nas Tabela 02 e 03, os valores de pH oscilaram entre 6,95 e 7,74. O processo de decomposição da matéria orgânica reduz o pH pelo aumento da concentração de gás carbônico que, ao dissolver-se na água, forma o ácido carbônico (ZILLMER et al., 2006). Silva (2010) e Von Sperling (1996), acrescentam ainda que este constituinte responsável encontra-se na forma de sólidos e gases dissolvidos tendo como origem natural à dissolução de rochas, a absorção de gases da atmosfera, a oxidação da matéria orgânica e a fotossíntese, e origem antropogênica os despejos domésticos e industriais. O oxigênio dissolvido apresentou valores muito baixos, principalmente nas áreas A e B, pois é nessas áreas que a eutrofização encontra-se com maior visibilidade, a área A corresponde ao lago eutrofizado e a área B é a parte do rio que mantém contato direto com o lago, mantendo as mesmas características, como se pode observar o OD continuou baixo nas próximas áreas, C, D e E (Fig. 03), ainda não atingindo o valor mínimo exigido pelo CONAMA 357/2005 que é de 5 mg/L. Figura 03: representação em gráfico do oxigênio dissolvido na superfície e no fundo do período seco.
  • 5. Temperatura °C PH Oxigênio dissolvido mg/L Saturação de 02 % Condutividade mS Turbidez NTU Alcalinidade CaCO3 mg/L Amônia N- NH3 mg/L Ortofosfato PO³4mg/L Nitrito N-NH3 mg/L Nitrato N-NH3 mg/L Gás carbônico mg/L ÁREA A Média 25,33 6,95 1,75 2,53 1,71 2,44 1,81 3 3 0,01 0,1 48,75 Desvio padrão 1,77 0,52 2,48 0,58 1,12 1,21 1,01 0 0 0 0 12,6 ÁREA B Média 26,96 7,1 3,15 2,95 3,28 2,87 1,93 1,46 1,68 0,01 0,14 18,37 Desvio padrão 2,48 1,02 2,74 0,80 3,67 0,71 0,91 1,42 1,09 0 0,15 16,26 ÁREA C Média 27,28 7,45 3,93 57,98 2,22 2,3 34,18 0,12 1,21 0,01 0,1 2,81 Desvio padrão 1,36 0,89 2,01 28,64 2,31 1,85 4,73 0,16 0,35 0 0 0,91 ÁREA D Média 27,4 7,37 4,06 58,35 2,06 5,19 31,06 0,26 1,06 0,01 0,12 2,37 Desvio padrão 1,43 0,81 3,33 46 2,29 3,9 3,58 0,49 1,58 0 0,1 0,8 ÁREA E Média 27,31 7,55 3,58 52,98 2,07 2,05 31,43 0,1 0,81 0,01 0,1 2,37 Desvio padrão 1,36 0,88 2,85 39,21 2,29 1,62 2,98 0,12 0,11 0 0 0,8 Resolução CONAMA 357/2005 (classe II) Não estabelecido 6,0 a 9,0 Não inferior a 5 mg/L Não estabelecido Não estabelecido 100 NTU Não estabelecido Não estabelecido Não estabelecido 1,0 mg/LN 10,0 mg/L N Não estabeleci do Tabela 02: Valores encontrados para temperatura, pH, OD, saturação de O2, condutividade, turbidez, alcalinidade, amônia, nitrito, nitrato e gás carbônico na água em 16 pontos amostrados na superfície do reservatório Itaparica, em Petrolândia – PE, entre janeiro/2010 a abril de 2010. (Média e Desvio padrão).
  • 6. Temperatura °C PH Oxigênio dissolvido mg/L Saturação de 02 % Condutividade mS Turbidez NTU Alcalinidade CaCO3 mg/L Amônia N-NH3 mg/L Ortofosfato PO³4mg/L Nitrito N-NH3 mg/L Nitrato N-NH3 mg/L Gás carbônico mg/L ÁREA B Média 26,92 7,7 4 1,19 9,77 2,1 0,65 43,25 0,15 0,62 0,01 0,1 5 Desvio padrão 1,84 0,8 7 0,85 10,36 2,52 0,63 8,73 0,12 0,25 0 0 2,58 ÁREA C Média 27,15 7,5 6 2,56 30,55 2,15 2,17 37,68 0,1 1,09 0,01 0,1 3,75 Desvio padrão 1,37 0,9 1 2,33 29,48 2,40 2,19 6,35 0,24 0,85 0 0 1,18 ÁREA D Média 27,22 7,2 6 3 42,31 2,05 2,68 32,62 0,07 0,74 0,01 0,18 2,68 Desvio padrão 1,37 0,9 1 3,70 54,03 2,29 2,18 3,26 0,08 0,39 0 0,20 0,94 ÁREA E Média 27,19 7,5 1 2,38 32,98 2,06 2,13 33 0,12 0,71 0,01 0,1 3,5 Desvio padrão 1,41 1,0 7 2,90 39,05 2,30 2,88 3,24 0,15 0,42 0 0 1,154701 Resolução CONAMA35 7/2005(clas se II) Não estabelecido 6,0 a 9,0 Não inferior a 5 mg/L Não estabelecido Não estabelecido 100 NTU Não estabelecido Não estabele cido Não estabelecido 1,0 mg/LN 10,0 mg/L N Não estabelecido Tabela 03: Valores encontrados para temperatura, pH, OD, saturação de O2, condutividade, turbidez, alcalinidade, amônia, nitrito, nitrato e gás carbônico na água em 13 pontos amostrados no fundo do reservatório Itaparica, em Petrolândia – PE, entre janeiro/2010 a abril de 2010. (Média e Desvio padrão).
  • 7. Para Esteves (1998) e Von Sperling (1996), sob condições de déficit de oxigênio, acumulam-se no hipolímnio as formas reduzidas de nitrogênio, principalmente NH4, resultante da decomposição da matéria orgânica. Nestas condições (anaeróbias) as bactérias anaeróbias facultativas utilizam o NO3 como fonte de oxigênio para seu processo respiratório, que é bastante tóxica para os organismos ali presentes. A saturação de O2 também se apresentou muito baixa nas áreas A e B, tanto na superfície quanto no fundo, de acordo com Chang & Ouyang (1988), em dias claros a taxa fotossintética aumenta, elevando a demanda de oxigênio à noite e acarretando num déficit desse gás pela manhã, horário em que foi medido este parâmetro. A condutividade elétrica da água também se manteve baixa oscilando entre 1,71 mS a 3,28 mS, indicando pouca presença de íons dissolvidos na água. Os valores da média da turbidez variaram muito pouco entre as áreas, mostrando-se baixo em todas elas, isso pode ser atribuído ao pouco movimento da água nessas áreas, além de claro, ser um ambiente bastante lêntico. Nota-se um aumento da alcalinidade nas áreas C, D e E (superfície e fundo), chegando a 37,68 mg/L, no entanto, nas áreas A e B, superfície, esses valores caíram significativamente, não ultrapassando 1,81 mg/L, no entanto, no fundo da área B a alcalinidade se destacou com 43,25 mg/L, superando, inclusive, as outras áreas (Tabelas 02 e 03). A amônia junto com o ortofosfato obtiveram suas maiores médias na área A com 3,0 mg/L, diminuindo expressivamente nas outras áreas. Nitrito e nitrato mantiveram valores muito baixos em todas as áreas, predominando 0,01 mg/L e 0,1 mg/L, respectivamente, uma vez que o valor máximo exigido pelo CONAMA 357/2005 é de 1,0 mg/L para nitrito e 10,0 mg/L para nitrato. A área A obteve valor bastante expressivo com relação à presença do gás carbônico chegando a atingir na superfície 48,75 mg/L, já na área B, onde as características são bem parecidas com a do lago (área A) esse valor caiu para 18,37 mg/L (superfície) e 5 mg/L (fundo). Nas áreas restantes esses valores diminuíram bastante oscilando entre 2,37 e 3,75 mg/L. Período Chuvoso No período chuvoso a temperatura caiu um pouco em relação ao período seco, oscilando de 24 a 25ºC (Tabelas 04 e 05), isso se deve ao fato da menor quantidade luz solar nessa época. A temperatura afeta a solubilidade e a toxidade de muitos outros parâmetros. Geralmente, os sólidos dissolvem-se melhor a quente, enquanto os gases preferem águas mais frias para se dissolverem. A temperatura desempenha um papel principal de controle no meio aquático, condicionando as influências de uma série de parâmetros físicos e químicos (TOMAZELA, 2008). Ao contrário da temperatura, o pH se elevou variando entre 7 e 8,6, como podemos observar nas Tabelas 04 e 05. De acordo com Esteves (1998), as medidas do pH podem ser influenciadas por diversos fatores, tais como: concentração de íons H+ originados da ionização do ácido carbônico que gera valores baixos do pH e das relações de íons de carbonato com a molécula de água, que eleva os valores de pH para a faixa alcalina. Conforme Lima (2005), as comunidades aquáticas podem interferir nos valores de pH do meio. Os organismos autotróficos como macrófitas aquáticas e algas, podem elevar o pH por meio do processo de assimilação do CO2 na fotossíntese. Os organismos heterotróficos, por outro lado, podem abaixar o pH do meio através dos processos de decomposição e respiração, liberando CO2, formando ácido carbônico e íons de hidrogênio. A presença de CO2 está principalmente ligada à respiração bacteriana, que é tanto mais intensa quanto maior a quantidade de matéria orgânica de esgotos presente (BOLLMANN et al., (2005). Isso pode estar diretamente relacionado com a elevação do pH e diminuição dos valores de CO2 nas áreas A e B no período chuvoso.
  • 8. Temperatura °C PH Oxigênio dissolvido mg/L Saturação de 02 % Condutividade mS Turbidez NTU Alcalinidade CaCO3 mg/L Amônia N-NH3 mg/L Ortofosfato PO³4 mg/L Nitrito N-NH3 mg/L Nitrato N-NH3 mg/L Gás carbônico mg/L ÁREA A Média 24 8,6 2,57 33,36 8,7 4,3 115 2,4 1,9 0,01 0,1 24 Desvio padrão 1,31 1,55 5,73 74,88 3,14 3,65 56,31 1,11 1,23 0 0 11,51 ÁREA B Média 24,7 8,6 7,5 85,55 9,9 0,91 40,62 0,3 0,46 0,01 0,1 8,1 Desvio padrão 1,26 1,82 8,06 100,88 0,95 0,69 6,78 0,15 0,45 0 0 4,96 ÁREA C Média 24,4 7,8 6,8 87 10,22 0,46 37,5 0,27 0,5 0,01 0,1 3,1 Desvio padrão 1,07 1,32 2,44 32,68 0,85 0,31 4,47 0,14 0,40 0 0 0,88 ÁREA D Média 24,6 8,1 3,5 46,7 10,15 0,43 31,2 0,4 0,64 0,01 0,1 2,7 Desvio padrão 1,20 1,13 1,48 25,41 0,83 0,53 2,23 0,17 0,42 0 0 0,85 ÁREA E Média 24,5 7,4 4,2 56,5 10,19 1,15 31,2 0,4 0,6 0,01 0,1 2,7 Desvio padrão 1,04 1,35 1,15 21,31 0,82 0,72 2,23 0,17 0,36 0 0 0,85 Resolução CONAMA 357/2005( clase II) Não estabelecido 6,0 a 9,0 Não inferior a 5 mg/L Não estabeleci do Não estabelecido 100 NTU Não estabelecido Não estabeleci do Não estabelecido 1,0 mg/LN 10,0 mg/L N Não estabeleci do Tabela 04: Valores encontrados para temperatura, pH, OD, saturação de O2, condutividade, turbidez, alcalinidade, amônia, nitrito, nitrato e gás carbônico na água em 16 pontos amostrados na superfície do reservatório Itaparica, em Petrolândia – PE, entre maio/2010 a agosto de 2010. (Média e Desvio padrão).
  • 9. Temperatura °C PH Oxigênio dissolvido mg/L Saturação de 02 % Condutividade mS Turbidez NTU Alcalinidade CaCO3 mg/L Amônia N-NH3 mg/L Ortofosfato PO³4 mg/L Nitrito N-NH3 mg/L Nitrato N-NH3 mg/L Gás carbônico mg/L ÁREA B Média 25 8,5 3,31 33,66 9,74 0,6 42,5 0,5 0,68 0,01 0,1 5,5 Desvio padrão 1,33 1,98 1,48 21,22 0,51 0,58 9,57 0,35 0,47 0 0 3,41 ÁREA C Média 24,7 7,7 4,7 57 10,22 3,3 30 0,33 0,76 0,01 0,1 3,5 Desvio padrão 1,14 1,29 1,27 24,26 0,78 2,34 0 0,17 0,06 0 0 1,26 ÁREA D Média 24,8 8,1 3 39 10,11 0,58 33 0,4 0,59 0,01 0,1 3,2 Desvio padrão 1,17 1,16 1,15 21,12 0,84 0,63 4,78 0,17 0,36 0 0 0,85 ÁREA E Média 24,7 7,4 3,7 48,5 10,2 0,86 33 0,4 0,64 0,01 0,1 2,8 Desvio padrão 1,11 1,33 1,15 18,51 0,81 0,69 4,78 0,17 0,42 0 0 0,88 Resolução CONAMA 357/2005( clase II) Não estabelecido 6,0 a 9,0 Não inferior a 5 mg/L Não estabeleci do Não estabelecido 100 NTU Não estabelecido Não estabele cido Não estabelecido 1,0 mg/LN 10,0 mg/L N Não estabeleci do Tabela 05: Valores encontrados para temperatura, pH, OD, saturação de O2, condutividade, turbidez, alcalinidade, amônia, nitrito, nitrato e gás carbônico na água em 13 pontos amostrados no fundo do reservatório Itaparica, em Petrolândia – PE, entre maio/2010 a agosto de 2010. (Média e Desvio padrão).
  • 10. As variações de pH são maiores em águas com fraco poder tampão e dependem, entre outros fatores, da atividade fotossintética e da temperatura. Estes processos tendem a deslocar o equilíbrio químico do sistema no sentido da diminuição da concentração de ácido carbônico em solução (Duarte, 2000). Se por um lado, o CO2 dissolvido é assimilado no processo fotossintético, por outro, as temperaturas elevadas aumentam a reatividade do ácido carbônico facilitando a libertação do dióxido de carbono para a atmosfera. Em ambas as situações a diminuição da concentração de CO2 dissolvido conduz a um aumento do pH da água (SILVA, 2008). O oxigênio dissolvido, por sua vez, assim como no período seco manteve-se em baixa na área A, D e E, apresentando pequeno aumento na superfície das áreas B e C, voltando a cair na parte funda das mesmas (Fig. 04). Para Marshall e Falconer (1973) a supersaturação de oxigênio no epilímnio é um indicador de eutrofização em lagos, baseados nos processos fotossintéticos realizados por algas e macrófitas que resulta em altas concentrações de oxigênio, o que condiz com a saturação apresentada nas áreas B e C, 85,5 e 87%, respectivamente. Bollmann et al. (2005) sugere que, na superfície, a taxa de decomposição da matéria orgânica, incluindo a taxa de respiração bacteriana é maior que a taxa de produção do oxigênio fotossintético, o que explica os baixos valores de oxigênio dissolvido nas áreas A, D e E. Figura 04: representação em gráfico do oxigênio dissolvido na superfície e no fundo do período chuvoso.
  • 11. Um acréscimo significativo pode-se notar na condutividade elétrica da água em todas as áreas em relação ao período seco, com os maiores valores nas áreas C, D e E, oscilando entre 10 e 10,22 mS, indicando aumento de íons dissolvidos na água, pois de acordo com Mota (1995) a condutividade elétrica está relacionada com a presença de íons dissolvidos na água, que são partículas carregadas eletricamente, portanto, quanto maior for a quantidade de íons dissolvidos, maior será a condutividade elétrica da água que pode variar também de acordo com a temperatura e o pH (FEITOSA & MANOEL FILHO, 2000), (ESTEVES, 1998). A condutividade tem sido regularmente usada como um indicador de contaminação de rios por esgotos domésticos em razão do seu conteúdo de sais minerais. Para Esteves (1998), os íons mais diretamente responsáveis pelos valores de condutividade elétrica são os chamados macronutrientes como: cálcio, magnésio, potássio, sódio, carbonato, sulfato, cloreto, etc., enquanto que nitrito e nitrato e especialmente ortofosfato têm pouca influência, e o íon amônio pode ter influência somente em altas concentrações, o que coincide com a quase inexistência destes nutrientes nesse período. De acordo com Bollmann et al. (2005) o Nitrogênio Amoniacal (NH3+NH4 + ) tem significância ambiental na medida em que a fórmula molecular (NH3) apresenta efeitos toxicológicos importantes aos peixes, enquanto que a forma iônica (NH4 + ), não. Bollmann et al. (2005) indica valores inferiores a 0,5 mg NH3/L como recomendados para a manutenção de organismos dulcícolas. O nitrito e o nitrato estiveram praticamente ausentes em todas as amostras (período chuvoso e seco), Lima (2005) diz que a baixa quantidade de nitrato encontrada é explicada pela rapidez com que estes elementos ao serem formados são rapidamente utilizados como aceptores de elétrons em ambientes anaeróbios ou por não terem sido formados em virtude da insuficiente oxigenação do meio. Comparando os valores encontrados com os valores do CONAMA (357/2005) podemos verificar que estão bem abaixo do limite máximo para este nutriente, incluindo o nitrito. Quanto à amônia, foi detectada sua presença na área A nos dois períodos. Esses compostos nitrogenados podem ser usados como indicadores da idade da carga poluidora (esgoto), pois segundo Macêdo (2001), a presença de amônia pode caracterizar uma poluição recente por esgotos domésticos. O fósforo é um nutriente essencial para o crescimento dos microorganismos, responsáveis pela estabilização da matéria orgânica, além de ser indispensável para o crescimento de algas e plantas aquáticas, podendo com isso, em certas condições, conduzir a fenômenos de eutrofização em lagos, rios e represas (VON SPERLING, 1996). Na água, o fósforo apresenta-se principalmente na forma de ortofosfato, diretamente disponíveis para o metabolismo biológico sem necessidade de conversão em forma mais simples. Para Esteves (1998) a concentração de ortofosfatos em água também depende da densidade e atividade do fitoplâncton e das macrófitas aquáticas que, durante seus processos metabólicos, podem assimilar grandes quantidades destes íons. Desta forma, elevações nas quantidades de biomassa fitoplanctônica frequentemente são precedidas por altas concentrações de fósforo. Posteriormente, entretanto, ocorre decréscimo nos teores de ortofosfato em razão do elevado consumo pelos organismos (BOLLMANN et al., 2005). Uma leve alteração insignificante na turbidez foi observada na área A, mantendo-se em baixa nas
  • 12. demais áreas. Os principais responsáveis pela turbidez da água são as partículas suspensas (bactérias, detritos orgânicos e inorgânicos, etc.) e em menor proporção os compostos dissolvidos (ESTEVES, 1998), (BOLLMANN et al., 2005). Braga et al., (2002) ressaltam que o aumento da turbidez na água reduz a taxa de fotossíntese e prejudica a procura de alimentos para algumas espécies. A alcalinidade apresentou um expressivo aumento na superfície da área A em relação ao período seco, aumentando de 1,81 mg/L (Tabela 02) para 115 mg/L de CaCO3 (Tabela 04), caracterizando-a como um curso de água de dureza considerável no período chuvoso. Nas áreas restantes esse parâmetro variou de 30 mg/L a 42,5 mg/L de CaCO3, o que as caracteriza como moles ou brandas. A alcalinidade representa a capacidade que um sistema aquoso tem de neutralizar (tamponar) ácidos a ele adicionados. Esta capacidade depende de alguns compostos, principalmente bicarbonatos (HCO3 - ), carbonatos (CO3 2- ) hidróxidos (OH- ); sendo a distribuição nas três formas na água em função do pH (CRUZ et al., 2007). Do ponto de vista sanitário a alcalinidade não tem significado relevante, mesmo para valores elevados (e. g., 400 mg/L de CaCO3). No entanto as águas de alta alcalinidade são desagradáveis ao paladar e a associação com pH elevado, excesso de dureza e de sólidos dissolvidos, no conjunto, é que podem ser prejudiciais ((BOLLMANN et al., 2005). Segundo Peixoto (2008) a alcalinidade relaciona-se com a dureza porque a fonte mais habitual de alcalinidade são as rochas de carbonatos (calcário), que são, sobretudo CaCO3. Se uma grande percentagem da alcalinidade for CaCO3, então a dureza é praticamente igual à alcalinidade, se ambas forem expressas como CaCO3. O mesmo autor ainda exemplifica dizendo que uma água dura (pesada) contém carbonatos metálicos e por isso tem alcalinidade elevada. Inversamente uma água leve (macia) também tem alcalinidade baixa e baixa capacidade de tamponamento, ficando mais susceptível a contaminações ácidas, naturais ou antropogênicas. Além de todos estes parâmetros analisados, pode-se notar a presença de grade quantidade de espumas na superfície da área A, de acordo com Santos et al., (1992) a formação de espumas superficiais, quando os “blooms” são dominados por espécies de cianobactérias, ocorre geralmente quando se inicia o processo de estratificação térmica das massas de água, podendo prolongar-se no tempo enquanto o mesmo se matem. Com efeito, são as condições de águas calmas que propiciam a flutuação das células e sua aglomeração em colônias formando grandes massas superficiais. As espumas destes microorganismos podem surgir em poucas horas, especialmente no período da manhã, em condições de vento inferiores a 4 m.s-1. À medida que declina a velocidade do vento aumenta a acumulação de espumas que podem ser arrastadas por correntes horizontais, mesmo em situações de vento soprando a menos de 3 m.s-1, acumulando-se em zonas de margem. Para Silva (2008), além dos impactos estéticos que este excesso de biomassa em suspensão confere às águas naturais, podem existir problemas de ordem ecológica e sanitária. Os blooms de cianobactérias caracterizam- se por conferir às águas gostos e cheiros desagradáveis, uma cor verde- amarelada ou azulada frequentemente acompanhada da formação de espumas, o que foi observado em campo durante o período das coletas.
  • 13. 4- CONCLUSÕES Embora não tenha demonstrado variações significativas, se pode notar que a temperatura da água apresentou seus menores valores nas áreas cobertas por macrófitas aquáticas que impedem a penetração da luz solar na água. A média encontrada para os valores do pH mantiveram dentro do valor recomendado pelo CONAMA (357/2005) para as águas da classe 2. Seus valores demonstraram relação com a presença do gás carbônico nos períodos seco e chuvoso, indicando um aumento do processo de decomposição no período seco, principalmente nas áreas A e B, o que coincide com os maiores valores encontrado de amônia e ortofosfato nesse mesmo período. O oxigênio dissolvido, por sua vez, apresentou valores significativamente baixos em todas as áreas, não atingindo o valor mínimo exigido pelo CONAMA (357/2005), exceto, na superfície das áreas B e C, no período chuvoso, no entanto, esse aumento pode estar relacionado com o grande processo fotossintético realizado pelas macrófitas da área B, pois o valor de oxigênio encontrado no fundo dessas mesmas áreas mostrou-se baixo, indicando seu déficit de modo geral nas áreas analisadas. Pode-se observar que as áreas D e E, que são afastadas da presença de macrófitas, estão sendo comprometidas em relação ao oxigênio dissolvido devido a eutrofização do lago. O nitrito e o nitrato mantiveram em baixa nos dois períodos, não atingindo o valor máximo indicado pelo CONAMA (357/2005) para esses nutrientes, no entanto, isso pode ser atribuído ao fato de serem rapidamente utilizados como aceptores de elétrons ou não terem sido formados em virtude da insuficiência de oxigenação do meio. A alcalinidade em sua relação com a dureza mostrou-se mole ou branda na maioria das análises, indicando maior dureza, apenas na área A do período chuvoso, com isso podemos concluir que a capacidade de tamponamento do reservatório das áreas analisadas é bastante baixa graças a eutrofização do lago que o contamina, deixando-o sujeito a contaminações antropogênicas. As espumas observadas na área A estão relacionadas com os blooms provocados pelos organismos fitoplanctônicos e por espécies de cianobactérias o que atribui às águas gostos e cheiros desagradáveis, além da cor verde-amarelada. Diante dos parâmetros analisados, podemos concluir que o reservatório Itaparica está sendo afetado diariamente pelo lago eutrofizado situado ao entorno da Serrota em Petrolândia, o que compromete expressivamente a vida dos organismos ali presentes, como os peixes, por exemplo, fato que se torna preocupante devido serem animais de interesse econômico para cidade, além de ser o meio de sobrevivência para os pescadores da região. Com este estudo podemos observar que o homem é o principal responsável pela degradação desse ecossistema, pois sem a ação deste pode ser comprovado que o nível de eutrofização seria praticamente inexistente. O grande motivo que pôde nos mostrar esse fato foi o notório lançamento de sujeiras e dejetos de animais lançadas ao entorno e dentro do lago e do reservatório próximo ao lago, além do acesso dos animais que ao beberem água da represa defecam e
  • 14. urina ali mesmo, o sedimento encontrado nas áreas eutrofizadas era puro esterco de animais de grande porte, como bois e cavalos. Além disso, próximo ao lago existe um matadouro que com a sua insalubridade é bastante prejudicial ás águas. Sugerimos para a conservação do reservatório, algumas medidas que poderiam ser adotadas pelos órgãos competentes, como: a) Abolir as fontes geradoras de contaminação artificial do lago, a começar pelo acesso dos animais ao seu entorno, e proibir qualquer descarga de esgoto no mesmo; b) Retirar as macrófitas aquáticas, pois é possível a recuperação do lago através da retirada da biomassa, devido sua grande capacidade em armazenar nutrientes; c) Remover o sedimento porque este é o principal reservatório de nutrientes do ecossistema eutrofizado, sendo este um meio para reduzir a fertilização interna; d) Construção ou ampliação de novas estações de tratamentos para evitar o lançamento de esgotos in natura no lago e para cumprir a demanda atual da população; e) Fiscalização por parte do controle ambiental, de esgotos clandestinos de casas, punindo os responsáveis com multas; f) Desenvolver programas de educação ambiental para estudantes de todos os níveis a fim de despertar a consciência para preservação dos recursos hídricos. Apesar das conclusões que podemos atingir nesse trabalho, um estudo mais aprofundado envolvendo comunidades biológicas ali presentes traria resultados mais precisos, uma vez que se estaria estudando diretamente a saúde dos seres envolvidos utilizando- os como bioindicadores da saúde do reservatório, pois o monitoramento é mais completo quando se relaciona os parâmetros físicos, químicos e biológicos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGA, B.; BARROS, M. T. L.; CONEJO,J. G. L.; EIGER, S.; HESPANHOL, I.; JULIANO, N. M. A.; NUCCI, N. L. R.; PORTO, M. F. A.; VERAS JR, M. S. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002. BRASIL. CONAMA. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Disponível em:< http://www.saneago.com.br/novasan/lei s/conama.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2011. BOLLMANN, H. A; CARNEIRO, C.; PEGORINI, E. Qualidade da água e Dinâmica de nutrientes. In: ANDREOLI, Cleverson V.; CARNEIRO, C. (Org.). Gestão Integrada de Mananciais de Abastecimento Eutrofizados. 1 ed. Curitiba: Ed. SANEPAR, 2005,v.1, p. 213-270. CHANG, W.; OUYANG, H. Dynamics of Dissolved Oxigen and Vertical Circulation in Fish Ponds. Aquaculture, v. 74, 1988, p. 263-276. CORADI, P. C.; FIA, R.; RAMIREZ, O. P. Avaliação da qualidade da água superficial dos cursos de água do município de Pelotas- RS, Brasil. Ambi- Agua, Taubaté, v.4, n.2, p. 46-56, 2009. CRUZ, P.; REIS, L.; BARROS, A.; NEVES, J.; CÂMARA, F. Estudo comparativo da qualidade físico- química da água no período chuvoso e seco na confluência dos rios Poti e Parnaíba em Teresina/PI. In: II CONGRESSO DE PESQUISA E
  • 15. INOVAÇÃO DA REDE NORTE NORDESTE DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA, 2007, JOÃO PESSOA - PB – 2007. DUARTE, E.,. Caracterização da comunidade de macro-invertebrados bentónicos da Vala de Maceda e seus afluentes. 2000. Dissertação de Mestrado. Faculdade de ciências da universidade do Porto; Departamento de zoologia e antropologia. ESTEVES, Francisco de Assis. Fundamentos de Limnologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. FEITOSA, F. A. C.; MANOEL FILHO, J. Hidrologia: conceitos e aplicações. 2.ed. Fortaleza: CPRM-REFO, LABHID-UFPE, 2000. LIMA, M.A.S. Águas acumuladas em açudes e barragens na região de Santa Maria e flutuações em seus atributos físico químicos. 2005. 83 f. Dissertação (Mestrado em Ciência do solo) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2005. MACEDO, J. A B. Águas e Águas. São Paulo: Varela, 2001. 505p MARSHALL, B. E. & FALCONER, A. C. “Eutrophication of a Tropical African Impoundment”. Hydrobiologia, v. 45, p. 109-123, 1973. MOTA. S. Preservação e recuperação de recursos hídricos. 2 ed. Rio de Janeiro: ABES, 1995.200p. PEIXOTO, J. Análises Físico- Químicas: Cor, Turbidez, PH, Temperatura, Alcalinidade e Dureza. 2008. Disponível em: < http://www.biologica.eng.uminho.pt/TA EL/downloads/analises/cor%20turbidez %20ph%20t%20alcalinidade%20e%20d ureza.pdf >. Acesso em: 19 dezembro 2010. SANTOS, M.C.R.; RODRIGUES, A.M.F.R.; SOBRAL, P. E.; SANTANA, F.J.P. A eutrofização de meios lacustres. 3ª Conferência Nacional sobre a Qualidade do Ambiente, 1992. Coimbra. Acesso em: <http://www.scribd.com/doc/38628595/ eutrofizacao>. SILVA, C. L. N. Estudo da influência das concentrações de N e P sobre o desenvolvimento de cianobactérias em cultura mista. 2008. 84 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia do Ambiente) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2008. SILVA, D. C. Avaliação da qualidade da Água do Rio Anil e Bacanga utilizando diferentes parâmetros ambientais, 2010. Disponível em:< http://www.ebah.com.br/avaliação-da- qualidade-da-aguas-doc-a53317.html>. Acesso em: 1 fev.2011. TOMAZELA, Danilo Prado. Monitoramento Espacial e Temporal de Parâmetros Físicos, Químicos e Biológicos da bacia hidrográfica do rio Capivari (Norte da Ilha de Santa Catarina). 2008. 49 f. Monografia (Trabalho de Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2008. VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 2. ed. rev. Belo Horizonte: UFMG, 243p. 1996. ZILLMER, T. A.; VARELLA, R.F.; ROSSETE, A.N. Avaliação de algumas características Físico-Químicas da Água do Ribeirão Salgadinho, Nova Xavantina- MT. HOLOS Environment, v.7, n.2, p. 123- 23, nov. 2007. 29