SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 1
Baixar para ler offline
1 | 5º Interculte – Impressão digital, outubro de 2010
ABUNDÂNCIA DE ULVA sp. NOS COSTÕES ROCHOSOS DAS PRAIAS DA
PITUBA E ITAPOAN, SALVADOR,BAHIA, BRASIL
Renata Souza Tosta Gomes
UNIJORGE, Aluna do Curso de Licenciatura em Biologia
renata_tosta21@hotmail.com
Patrícia Petitinga Silva
UNIJORGE, Professora mestre em Ecologia e Biomonitoramento
patpetitinga@yahoo.com
As Praias da Pituba e Itapoan se caracterizam pela grande extensão de costão
rochoso, ambiente favorável à fixação, crescimento e reprodução de organismos de
diferentes grupos taxonômicos. Dentre as macroalgas bentônicas mais abundantes
destacam-se a Ulva sp., Sargassum sp. e Padina sp. A grande quantidade de
poluentes lançados ao mar, recorrentes de efluentes domésticos, atividades industriais
e turismo tem modificado significativamente as condições ambientais saudáveis,
acarretando na dominância de uns e na ausência de outros organismos da biota
marinha. A adição de fósforo no ambiente aquático, proveniente de esgoto, tem
resultado no crescimento em massa de algas e plantas. A Ulva sp. tem sido um
organismo muito utilizado na indicação de ambientes poluídos, sendo a sua
abundância um sinal desta poluição. Desta forma, o trabalho visou caracterizar a
abundância de Ulva sp. das praias da Pituba e Itapoan como um possível indicador de
poluição. Foram lançados 20 quadrantes de 50x50 cm, de forma aleatória, na zona de
mesolitoral do costão rochoso de cada uma das praias, numa área delimitada por 20m
paralelos à linha d’água e 20 m verticalmente à linha d`água (400m2
). As algas foram
retiradas do substrato com espátula e armazenadas em saco plástico contendo formol
diluído a 4%. Em laboratório, as algas foram lavadas e o peso fresco foi medido em
balança digital com precisão de 0,001g. Para o peso seco, as algas ficaram em estufa
com temperaturas que oscilaram de 60°C a 200°C, durante 33 horas, e depois foram
pesadas diariamente, até encontrar o peso constante. A Ulva sp. apresentou maior
biomassa, tanto em relação ao peso fresco quanto ao peso seco, no costão rochoso
da praia da Pituba. O resulta possivelmente indica que a praia da Pituba apresenta
mais matéria orgânica que a praia de Itapoan, provavelmente proveniente do rio
Camurujipe, o que resulta na proliferação desta macroalga bentônica.
Palavras- chaves: abundância, ulva sp., biomassa.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (19)

Saneamento- Eutrofização- tratamento químico
Saneamento- Eutrofização- tratamento químico Saneamento- Eutrofização- tratamento químico
Saneamento- Eutrofização- tratamento químico
 
Manguezais
ManguezaisManguezais
Manguezais
 
Trabalho de Biologia
Trabalho de BiologiaTrabalho de Biologia
Trabalho de Biologia
 
Projeto mangue 2010
Projeto mangue   2010Projeto mangue   2010
Projeto mangue 2010
 
Manguezais
ManguezaisManguezais
Manguezais
 
Phytoplankton
PhytoplanktonPhytoplankton
Phytoplankton
 
Ecossistema áquatico
Ecossistema áquaticoEcossistema áquatico
Ecossistema áquatico
 
Apresentação do mangue
Apresentação do mangueApresentação do mangue
Apresentação do mangue
 
Trabalho De Biologia Mangues
Trabalho De Biologia ManguesTrabalho De Biologia Mangues
Trabalho De Biologia Mangues
 
Oceanos e mares- 9º1
Oceanos e mares- 9º1Oceanos e mares- 9º1
Oceanos e mares- 9º1
 
Artigo lixo marinho
Artigo   lixo marinhoArtigo   lixo marinho
Artigo lixo marinho
 
Ambiente aquático de água doce
Ambiente aquático de água doceAmbiente aquático de água doce
Ambiente aquático de água doce
 
Limnociclo
LimnocicloLimnociclo
Limnociclo
 
Apresentação Restinga
Apresentação RestingaApresentação Restinga
Apresentação Restinga
 
ESS - "A importância das espécies autóctones"
ESS - "A importância das espécies autóctones"ESS - "A importância das espécies autóctones"
ESS - "A importância das espécies autóctones"
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
ESS - "Espécies piscícolas"
ESS - "Espécies piscícolas"ESS - "Espécies piscícolas"
ESS - "Espécies piscícolas"
 
Mares e oceanos
Mares e oceanosMares e oceanos
Mares e oceanos
 
Manguezal
ManguezalManguezal
Manguezal
 

Destaque (19)

Atas das Sessões
Atas das SessõesAtas das Sessões
Atas das Sessões
 
20110227 o popular-16-e-1-
20110227 o popular-16-e-1-20110227 o popular-16-e-1-
20110227 o popular-16-e-1-
 
2013 Plano de gestao de logistica sustentavel do ministerio do meio ambiente ...
2013 Plano de gestao de logistica sustentavel do ministerio do meio ambiente ...2013 Plano de gestao de logistica sustentavel do ministerio do meio ambiente ...
2013 Plano de gestao de logistica sustentavel do ministerio do meio ambiente ...
 
Súmula jogo 33 cruzeiro 0 x 1 portuguesa
Súmula jogo 33 cruzeiro 0 x 1 portuguesaSúmula jogo 33 cruzeiro 0 x 1 portuguesa
Súmula jogo 33 cruzeiro 0 x 1 portuguesa
 
Capítulo 1
Capítulo 1Capítulo 1
Capítulo 1
 
Martha isa pirateque
Martha isa piratequeMartha isa pirateque
Martha isa pirateque
 
034
034034
034
 
Receita 82
Receita 82Receita 82
Receita 82
 
Tecnologías en educación
Tecnologías en educaciónTecnologías en educación
Tecnologías en educación
 
Apresentação2
Apresentação2Apresentação2
Apresentação2
 
Semana da Cultura
Semana da CulturaSemana da Cultura
Semana da Cultura
 
Círculo empresarial de umbree 013
Círculo empresarial de umbree 013Círculo empresarial de umbree 013
Círculo empresarial de umbree 013
 
ANAXIMANDRO INFANTIL
ANAXIMANDRO INFANTILANAXIMANDRO INFANTIL
ANAXIMANDRO INFANTIL
 
Combate ao Câncer Infantil - ONG ABRACC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AJUDA À ...
  Combate ao Câncer Infantil - ONG ABRACC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AJUDA À ...  Combate ao Câncer Infantil - ONG ABRACC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AJUDA À ...
Combate ao Câncer Infantil - ONG ABRACC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AJUDA À ...
 
Apresentação Institucional
Apresentação InstitucionalApresentação Institucional
Apresentação Institucional
 
Oficio2
Oficio2Oficio2
Oficio2
 
Pdf14
Pdf14Pdf14
Pdf14
 
7 C's del Community Manager
7 C's del Community Manager7 C's del Community Manager
7 C's del Community Manager
 
Herramientas web 2
Herramientas web 2 Herramientas web 2
Herramientas web 2
 

Semelhante a Resumo pdef na net

Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasilMudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasilJoão Vitor Soares Ramos
 
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...Ana Carol Braga
 
Degradação da lagoa e sua relação com o gabarito dos prédios
Degradação da lagoa e sua relação com o gabarito dos prédiosDegradação da lagoa e sua relação com o gabarito dos prédios
Degradação da lagoa e sua relação com o gabarito dos prédiosammgar
 
Uruguaiana 2 mundstock agosto 2010
Uruguaiana 2 mundstock  agosto 2010Uruguaiana 2 mundstock  agosto 2010
Uruguaiana 2 mundstock agosto 2010Pastizalesdelconosur
 
Bioma Maritmo Costeiro
Bioma   Maritmo CosteiroBioma   Maritmo Costeiro
Bioma Maritmo CosteiroJade
 
aula-1_BaciaHidrografica.pdf
aula-1_BaciaHidrografica.pdfaula-1_BaciaHidrografica.pdf
aula-1_BaciaHidrografica.pdfJoseneteCardoso
 
Trabalho de Conclusão de Curso
Trabalho de Conclusão de CursoTrabalho de Conclusão de Curso
Trabalho de Conclusão de CursoFábio Erler
 
Impactos potenciais das alterações do código florestal nos recursos hídricos
Impactos potenciais das alterações do código florestal nos recursos hídricosImpactos potenciais das alterações do código florestal nos recursos hídricos
Impactos potenciais das alterações do código florestal nos recursos hídricosJoão Vitor Soares Ramos
 
Hidroponia e-as-macrofitas-aquaticas
Hidroponia e-as-macrofitas-aquaticasHidroponia e-as-macrofitas-aquaticas
Hidroponia e-as-macrofitas-aquaticasFernando Brasil
 
Contaminacao por Mercurio no estuario de Santos
Contaminacao por Mercurio no estuario de SantosContaminacao por Mercurio no estuario de Santos
Contaminacao por Mercurio no estuario de SantosColetivo Alternativa Verde
 

Semelhante a Resumo pdef na net (20)

Artigo bioterra v17_n1_02
Artigo bioterra v17_n1_02Artigo bioterra v17_n1_02
Artigo bioterra v17_n1_02
 
Artigo_Bioterra_V22_N1_09
Artigo_Bioterra_V22_N1_09Artigo_Bioterra_V22_N1_09
Artigo_Bioterra_V22_N1_09
 
Artigo_Bioterra_V22_N2_08
Artigo_Bioterra_V22_N2_08Artigo_Bioterra_V22_N2_08
Artigo_Bioterra_V22_N2_08
 
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasilMudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre a ictiofauna no brasil
 
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
 
Pôster+ac..
Pôster+ac..Pôster+ac..
Pôster+ac..
 
Degradação da lagoa e sua relação com o gabarito dos prédios
Degradação da lagoa e sua relação com o gabarito dos prédiosDegradação da lagoa e sua relação com o gabarito dos prédios
Degradação da lagoa e sua relação com o gabarito dos prédios
 
Uruguaiana 2 mundstock agosto 2010
Uruguaiana 2 mundstock  agosto 2010Uruguaiana 2 mundstock  agosto 2010
Uruguaiana 2 mundstock agosto 2010
 
áGuas
áGuasáGuas
áGuas
 
Bioma Maritmo Costeiro
Bioma   Maritmo CosteiroBioma   Maritmo Costeiro
Bioma Maritmo Costeiro
 
Bioma Maritmo Costeiro
Bioma   Maritmo CosteiroBioma   Maritmo Costeiro
Bioma Maritmo Costeiro
 
aula-1_BaciaHidrografica.pdf
aula-1_BaciaHidrografica.pdfaula-1_BaciaHidrografica.pdf
aula-1_BaciaHidrografica.pdf
 
Recomendações finais
Recomendações finaisRecomendações finais
Recomendações finais
 
Trabalho de Conclusão de Curso
Trabalho de Conclusão de CursoTrabalho de Conclusão de Curso
Trabalho de Conclusão de Curso
 
Impactos potenciais das alterações do código florestal nos recursos hídricos
Impactos potenciais das alterações do código florestal nos recursos hídricosImpactos potenciais das alterações do código florestal nos recursos hídricos
Impactos potenciais das alterações do código florestal nos recursos hídricos
 
Oceanos e mares
Oceanos e maresOceanos e mares
Oceanos e mares
 
Hidroponia e-as-macrofitas-aquaticas
Hidroponia e-as-macrofitas-aquaticasHidroponia e-as-macrofitas-aquaticas
Hidroponia e-as-macrofitas-aquaticas
 
Contaminacao por Mercurio no estuario de Santos
Contaminacao por Mercurio no estuario de SantosContaminacao por Mercurio no estuario de Santos
Contaminacao por Mercurio no estuario de Santos
 
R0594 2
R0594 2R0594 2
R0594 2
 
Poluicao agua.docx
Poluicao agua.docxPoluicao agua.docx
Poluicao agua.docx
 

Resumo pdef na net

  • 1. 1 | 5º Interculte – Impressão digital, outubro de 2010 ABUNDÂNCIA DE ULVA sp. NOS COSTÕES ROCHOSOS DAS PRAIAS DA PITUBA E ITAPOAN, SALVADOR,BAHIA, BRASIL Renata Souza Tosta Gomes UNIJORGE, Aluna do Curso de Licenciatura em Biologia renata_tosta21@hotmail.com Patrícia Petitinga Silva UNIJORGE, Professora mestre em Ecologia e Biomonitoramento patpetitinga@yahoo.com As Praias da Pituba e Itapoan se caracterizam pela grande extensão de costão rochoso, ambiente favorável à fixação, crescimento e reprodução de organismos de diferentes grupos taxonômicos. Dentre as macroalgas bentônicas mais abundantes destacam-se a Ulva sp., Sargassum sp. e Padina sp. A grande quantidade de poluentes lançados ao mar, recorrentes de efluentes domésticos, atividades industriais e turismo tem modificado significativamente as condições ambientais saudáveis, acarretando na dominância de uns e na ausência de outros organismos da biota marinha. A adição de fósforo no ambiente aquático, proveniente de esgoto, tem resultado no crescimento em massa de algas e plantas. A Ulva sp. tem sido um organismo muito utilizado na indicação de ambientes poluídos, sendo a sua abundância um sinal desta poluição. Desta forma, o trabalho visou caracterizar a abundância de Ulva sp. das praias da Pituba e Itapoan como um possível indicador de poluição. Foram lançados 20 quadrantes de 50x50 cm, de forma aleatória, na zona de mesolitoral do costão rochoso de cada uma das praias, numa área delimitada por 20m paralelos à linha d’água e 20 m verticalmente à linha d`água (400m2 ). As algas foram retiradas do substrato com espátula e armazenadas em saco plástico contendo formol diluído a 4%. Em laboratório, as algas foram lavadas e o peso fresco foi medido em balança digital com precisão de 0,001g. Para o peso seco, as algas ficaram em estufa com temperaturas que oscilaram de 60°C a 200°C, durante 33 horas, e depois foram pesadas diariamente, até encontrar o peso constante. A Ulva sp. apresentou maior biomassa, tanto em relação ao peso fresco quanto ao peso seco, no costão rochoso da praia da Pituba. O resulta possivelmente indica que a praia da Pituba apresenta mais matéria orgânica que a praia de Itapoan, provavelmente proveniente do rio Camurujipe, o que resulta na proliferação desta macroalga bentônica. Palavras- chaves: abundância, ulva sp., biomassa.