2. Aprendizagem da Aversão ao
Sabor
o pássaro que come uma borboleta venenosa
aprende o que é aversão ao sabor.
As teorias do condicionamento dizem respeito
aos comportamentos que resultam
diretamente da estimulação (respondentes).
E as que lidam com os comportamentos que
são emitidos pelo organismo (operantes).
Condicionamento clássico e lei do efeito.
3. As Explicações do
Condicionamento para a Aversão
ao Sabor
As teorias do condicionamento dizem respeito aos comportamentos que
resultam diretamente da estimulação (respondentes).
E as que lidam com os comportamentos que são emitidos pelo organismo
(operantes).
Explicação :
Condicionamento clássico e lei do efeito.
Um cachorro pode começar a salivar em resposta a um som (estímulo
previamente neutro), depois que o som foi associado várias vezes ao
alimento (estímulo efetivo).
A lei do efeito, também simplificando, afirma que o comportamento que é
acompanhado por um estado de coisas reforçador tende a se repetir. Além
disso, os estados de coisas nas quais os comportamentos foram reforçados
(ou não reforçados) passam a exercer um certo controle sobre a ocorrência
ou não ocorrência do comportamento.
Assim, um cachorro que é reforçado a rolar no chão toda vez que seu dono
diz “Role” poderá finalmente distinguir os comandos “Role” e “Traga meus
chinelos”.
4. Problemas com as Explicações do
Condicionamento Clássico sobre a Aversão
ao Sabor
À primeira vista, o condicionamento clássico parece ser uma boa explicação
para a aprendizagem da aversão ao sabor.
• Sustenta que o condicionamento resulta da Associação repetida dos eventos
estímulo e resposta.
•Simultaneidade próxima dos eventos, algumas vezes ocorre em poucos
minutos, ou em poucas horas, após a CS.
•Qualquer estímulo neutro pode ser associado a qualquer US, se
emparelhado com a freqüência suficiente.
5. Inibição Latente na
Aprendizagem da Aversão ao
Sabor A aversão ao sabor ocorre, em geral, longo tempo após a exposição
a um alimento indutor de enfermidade, o que é chamado de
inibição latente. O fenômeno da inibição latente é marcado por
um tipo importante de seletividade.
Por exemplo, se você come algum alimento novo que mais tarde lhe
causa um mal-estar violento, há chances de você desenvolver
aversão não associada ao sabor. É como se a conexão entre a
comida que faz mal e os seus efeitos de enfermidade
permanecesse possível (quer dizer, latente) até a ocorrência – ou a
não ocorrência – da resposta incondicionada (enfermidade). Se não
houver a resposta incondicionada, não ocorrerá a aprendizagem de
aversão.
Seletividade na Aprendizagem da Aversão ao Sabor
Se for injetada num rato uma solução de cloreto de lítio quando ele
estiver bebendo água adocicada, mais tarde ele evitará alimentos
que tenham gosto adocicado (embora não vá se sentir mal até
cerca de uma hora após a ingestão).
6. O Fenômeno do Bloqueio
Representação do estudo de Kamin sobre o bloqueio no
condicionamento clássico. Para o grupo A exposto à luz e som seguidos
de um choque, a exposição apenas à luz resultou numa supressão
marcante do comportamento corrente de pressionar uma barra. O grupo
B, que tinha aprendido anteriormente que som significa choque, não
conseguiu aprender que a luz também poderia significar choque.
7. Explicações do Bloqueio
O Modelo Rescorla-Wagner O modelo diz, em resumo, que o
condicionamento clássico é a associação entre um CS e um US. Além
disso, a possibilidade de o CS levar a uma CR e a magnitude e
persistência da CR são uma função da força da associação entre CS e US
– de sua força associativa.
Uma Explicação Biológica: Aprender o Que Combina com o Que. essa
explicação sugere que condicionamento clássico significa aprender o que
vai com o quê. A contigüidade não é tão importante quanto a informação
que um estímulo oferece sobre a probabilidade de outras ocorrências.
Condicionamento de Ordem Superior: Nele, outro estímulo torna-se
uma ocorrência significante no lugar do US. explica como as associações
fundamentam-se umas nas outras para construir um repertório de
respostas.
Condicionamento como Adaptação Biológica: Um modo de encarar o
condicionamento clássico é dizer que os organismos “ajustam suas
associações pavlovianas apenas quando são surpreendidos” os
organismos experienciam surpresa apenas quando as expectativas não
são preenchidas (em outras palavras, quando há informação nova).
Cs = estímulo neutro; Us: estímulo efetivo.
8. A Seleção Natural Darwiniana e a
Psicologia
• Todos os indivíduos de uma espécie variam nos aspectos
comportamental e fisiológico.
• Algumas dessas variações são genéticas (herdadas), de modo
que a descendência tenderá a assemelhar-se mais com seus
pais do que com a descendência de outros indivíduos não
relacionados entre si.
• Entre os indivíduos de qualquer espécie há tipicamente uma
competição por recursos importantes (como alimento,
parceiro, abrigo).
Esse processo evolucionário de seleção natural resulta
na sobrevivência de certas variações – aquelas com o mais
alto grau de adequação – e na eliminação das que
apresentam conseqüências menos desejáveis.
9. Psicologia Evolucionista
A característica que define a psicologia
evolucionista, portanto, é a sua atenção à
biologia e à genética como fontes de explicação
para a aprendizagem e para o comportamento
humanos. O apoio para as noções dos psicólogos
evolucionistas é algumas vezes baseado em
situações nas quais reforçamento e
contigüidade são inadequados para explicar
aprendizagem e comportamento. Entre essas
situações estão fenômenos como
automodelagem e derivação instintiva.
10. Automodelagem
A automodelagem coloca um problema para a
explicação tradicional da aprendizagem pelo
condicionamento. Primeiro, apresenta
evidências de que comportamentos parecem ser
aprendidos mesmo quando não estão
associados a reforçamento. Ainda mais
impressionante, esses comportamentos quase
sempre persistem mesmo quando claramente
associados à retirada do reforçamento.
11. Derivação Instintiva
A derivação instintiva ocorre quando há
competição entre um comportamento que tem
bases biológicas e resposta aprendida. Parece
que com a exposição repetida a uma situação
caracterizada por esse tipo de competição, os
organismos tendem a reverter para o
comportamento que tem uma base biológica
evolutiva.
Temos uma demonstração da predominância
desses padrões de comportamentos instintivos
sobre aqueles que foram condicionados .
12. Restrições Biológicas
Uma restrição biológica é uma predisposição
inata que torna certos tipos de aprendizagem
altamente prováveis e fáceis e outros tipos
improváveis e muito difíceis. Como destacam
Breland e Breland (1996), é muito simples
condicionar um gato ou um cachorro a sentar ou a
não se mover. Para esses animais, considerados
predadores, permanecer parado é um
comportamento extremamente útil, relativo à
sobrevivência. No entanto,nas palavras de
Breland e Breland, “é quase impossível para uma
galinha ficar quieta”.
13. Sociobiologia: Precursora da
Psicologia Evolucionista
pressuposto mais importante da disciplina
conhecida como sociobiologia é o de que os
seres humanos são biologicamente
predispostos a se engajar em certos
comportamentos sociais em vez de outros.
Um dos principais defensores da
sociobiologia,Edward O. Wilson (1929–)
define-a como “o estudo sistemático das
bases biológicas de todo comportamento
social”.
14. Aptidão Inclusiva e Altruísmo
Refere à aptidão de grupos geneticamente relacionados quanto à
sua probabilidade de procriação – ou seja, de sobrevivência. A
aptidão inclusiva enfatiza que a vida de um único indivíduo de um
grupo é importante no sentido evolucionário apenas à medida que
aumenta a probabilidade de que características do material genético
do grupo sobrevivam e se reproduzam.
Algumas espécies de cupins explodem a si próprios quando
ameaçados por algum perigo. A explosão serve como alerta aos
outros cupins que podem, então, se salvar
Esses exemplos de generosidade (ou altruísmo) por muito tempo
confundiram aqueles que interpretavam a lei da sobrevivência
dos mais aptos segundo a ótica darwiniana – ou seja, que cada
indivíduo faz o seu melhor para sobreviver, não importando as
condições que tenha de enfrentar para isso. A noção de aptidão
inclusiva presenteia sociobiologia com uma explicação para o
altruísmo.
15. Psicologia Evolucionista: Uma
Avaliação
Há numerosos exemplos de
comportamentos que são difíceis ou
impossíveis de condicionar – e outros que
são muito fáceis e até parecem ser
aprendidos automaticamente. Esses
comportamentos – afirmam os psicólogos
evolucionistas – enfatizam a necessidade que
os teóricos da aprendizagem têm de levar em
conta fatores biológicos. Embora não
invalidem as explicações do condicionamento.
16. Algumas Aplicações Práticas:
Biofeedback e Neurofeedback
Outra aplicação dos princípios do
condicionamento é o biofeedback,
procedimento no qual os indivíduos recebem
informação sobre o seu funcionamento
biológico. forma mais específica de
biofeedback, que envolve feedback no
funcionamento neurológico é chamada de
neurofeedback.
17. Condicionamento de Respostas
Autônomas
Num estudo semelhante, Miller e Carmona (1967)
condicionaram cachorros a salivar ou a não
salivar simplesmente recompensando com água
um grupo de animais sedentos, quando salivavam
espontaneamente, e recompensando com água
outro grupo de cães sedentos quando refreavam
a salivação.
Esses estudos mostram que os procedimentos do
condicionamento operante podem ser usados
para proporcionar aos animais um certo controle
sobre comportamentos autônomos (involuntários).
18. Como Funciona o Biofeedback
Uma das importantes aplicações dessa
descoberta tomou a forma do biofeedback,
que se refere à informação que um organismo
recebe sobre seu próprio funcionamento. O
uso desses instrumentos para controlar
funções autônomas
definem o que é o biofeedback. Quando a
informação é limitada àquela sobre a atividade
neuronal no cérebro, o termo usado é
neurofeedback.
19. Aprendizagem e o Cérebro:
Estudando as Funções Cerebrais
Lesões Cerebrais: oferecem umas das primeiras
pistas de que diferentes partes do cérebro podem ter
funções diversas.
Ablações Cerebrais:Uma forma de contornar esses
problemas é cortar deliberadamente (extirpar ou fazer
uma ablação) porções pequenas, muito específicas
do cérebro, para ver que efeito poderá ter no
organismo.
Estimulação Elétrica do Cérebro:Uma outra
maneira de mapear as funções cerebrais é
proporcionar estímulo químico ou elétrico em áreas
específicas do cérebro, e observar quais efeitos isso
causa.
20.
21. Pesquisas subseqüentes mostraram que há um
centro de reforçamento localizado no sistema
límbico do cérebro de vários animais,
incluindo primatas como os humanos. Esse
sistema, que está relacionado à emoção, memória
e motivação, inclui o hipotálamo, o tálamo e várias
outras estruturas. Mais especificamente, o grupo
de fibras nervosas denominado feixe medial do
prosencéfalo está ligado ao reforçamento, e
outro grupo de fibras, o trato periventricular,
está associado à punição.
22. Rombencéfalo
O rombencéfalo, fisicamente a porção mais
baixa do cérebro em um ser humano ereto,
inclui a parte inferior do tronco cerebral e
aquilo que é chamado de cerebelo.As
estruturas do tronco cerebral são
responsáveis pelas funções biológicas básicas
como respiração e ritmo cardíaco.
23. Mesencéfalo
O mesencéfalo inclui a parte superior do tronco
cerebral, algumas vezes chamado de formação
reticular, estrutura que é responsável por
regular o andar e o sono e por controlar a
ativação geral. Também encontramos aí as fibras
nervosas associadas ao movimento. Lembre-se
de que essas fibras nervosas são
dopaminérgicas, isso significa que sua
transmissão neuronal é baseada na presença da
dopamina. Por essa razão o mal de Parkinson,
que implica falência da produção suficiente de
dopamina, é marcado por tremores e outros
problemas físico-motores.
24. Prosencéfalo
O prosencéfalo é a mais recente, a maior e a mais complexa estrutura
cerebral; é também a mais importante para a compreensão de tópicos de
interesse de estudantes da aprendizagem humana. Suas estruturas mais
importantes são o hipotálamo, o tálamo e outras estruturas do sistema
límbico, bem como o cerebrum e o córtex cerebral.
O Hipotálamo, Seu principal papel é regular funções fisiológicas, como as
do sistema nervoso autônomo e das várias glândulas do corpo.
O Tálamo, Todos os sinais neuronais entrantes que se relacionam aos
sentidos, exceto aqueles que têm a ver com o olfato, são encaminhados
por meio do tálamo.
O Sistema Límbico, De modo geral, as estruturas do sistema límbico
estão relacionadas às emoções. Algumas também têm relação com a
memória e o condicionamento
O Cerebrum, (os hemisférios cerebrais), é a maior e mais complexa
estrutura cerebral. Sua cobertura externa, o córtex cerebral, é
responsável pelas mais avançadas formas de atividade mental:
aprendizagem, pensamento e memorização
25.
26. Uma Abordagem à Aprendizagem
Fundamentada no Cérebro
Papel do cérebro na aprendizagem humana
1. Toda informação chega ao cérebro por meio dos sentidos.
Os sentidos são, portanto, nossas únicas fontes de informação
sobre o mundo. Tudo o que os cérebros podem conhecer,
explica Freeman (2003), resulta das hipóteses que eles fazem
com base na informação que recebem dos sistemas
sensoriais.
2. Toda essa informação sensorial (exceto aquelas que têm
relação com o olfato) é selecionada e retransmitida a partes
apropriadas do córtex cerebral, via tálamo. Assim, uma
informação visual é enviada para o córtex visual, no lobo
occipital, e uma informação auditiva é enviada para o córtex
auditivo no lobo temporal. (Assensações relacionadas ao olfato
têm ligações diretas com o bulbo olfativo, estrutura que fica na
base do lobo frontal.)
27. 3. Informação importante que tem a ver com fatos e
acontecimentos não emocionais é encaminhada,
através do hipocampo, para o armazenamento de
longa duração; a informação emocional importante é
encaminhada através do tálamo, para processamento
na memória de longa duração.
4. O processamento efetivo, aquele que envolve
informação de significados e associações, ocorre no
córtex cerebral.
Como explica Sprenger (2002), é assim que,
basicamente, a aprendizagem acontece. As
abordagens da aprendizagem fundamentadas no
cérebro buscam entender como o cérebro responde à
estimulação e como processa a informação.