2. O estudo da percepção é o ramo da
psicologia mais antigo. Cabe à análise
experimental compreender as bases
sensórias da percepção, a fim de
desvendar o mistério de como é possível
o indivíduo perceber o mundo que o
cerca através dos órgãos sensoriais.
3. SENSIBILIDADE CUTÂNEA
A pele é o limite externo do corpo do ser
humano.Sobre ela incide todo tipo de energia.
Ela é iluminada pela luz que o indivíduo vê nos
olhos, é atingida pelos sons que fazem vibrar
os tímpanos e pelas moléculas de perfume que
penetram pelas narinas. Porém, a pele não
capta detalhes no ambiente. Ela proporciona
, no entanto, informações importantes a
respeito de outros aspectos da realidade.
4. SENSIBILIDADE CINESTÉSICA
Refere-se às sensações produzidas pelos
movimentos dos membros e corpo. A partir
dos estímulos fornecidos por regiões
específicas do organismo, o ser humano
percebe a postura e movimentos do seu
próprio corpo, bem como a força desprendida
em cada gesto. Esta modalidade sensorial
difere, portanto, da sensibilidade cutânea. Esta
é incumbida de captar, sobretudo, estímulos
fornecidos pelo ambiente.
5. SENTIDO VESTIBULAR
Refere-se à percepção e manutenção do
equilíbrio do corpo como um todo. Informa o
indivíduo se está de pé, caindo ou de cabeça
para baixo.
6. OLFATO
Permite ao indivíduo distinguir uma série de
substâncias químicas pelo cheiro. A importância do
olfato para a sobrevivência dos organismos pode ser
avaliada, constatando-se que uma parte das
substâncias odorosas naturais é produzida por flores e
frutos, pela decomposição de organismos mortos e
pelas glândulas de animais. Isto é, desempenham o
importante papel de estímulos discriminativos, que
sinalizam a presença de alimento, perigo ou de
parceiros sexuais. Porém, nem todas as substâncias
dotadas de volatilidade e solubilidade são capazes de
desencadear a sensação de cheiro.
7. GUSTAÇÃO
É relativamente grande o número de substâncias
que diariamente o ser humano leva à boca. No
entanto para descrever o seu gosto, refere-se
apenas a quatro tipos de sabor:
doce, salgada, azedo e amargo. As diferentes
substâncias não são as mesmas em sua forma
de captação em toda a extensão da língua. Na
ponta, mais sensíveis a doce; na base, ao
amargo; nas laterais, mais sensibilidade ao
azedo, e nas bordas, muito sensíveis ao salgado.
8. AUDIÇÃO
O ouvido do ser humano não é igualmente
sensível a todos os sons. A sensibilidade
não é a mesma para todos os animais
dotados de audição. As ondas
sonoras, vindas de longe ou
perto, encontram nas orelhas, penetram
pelo canal auditivo e, finalmente, atingem a
membrana timpânica, passando a vibrar na
mesma freqüência que a fonte sonora.
9. VISÃO
A sensação das cores, da claridade, da escuridão e do
brilho dos objetos é proporcionada por um conjunto
de células receptoras que revestem o interior do
globo ocular. Trata-se de células nervosas
especializadas, sensíveis a uma pequena faixa da
energia eletromagnética existente no universo,. Essa
faixa é chamada de espectro visível, ou
simplesmente, luz. O espectro visível corresponde às
cores do arco-íris –
vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e
violeta; e claro, às diversas nuances destas cores.
10. A consciência é produto da percepção e orientação
no mundo externo que provavelmente se localiza no
cérebro e sua origem seria ectodérmica. No tempo
de nossos ancestrais a consciência derivaria de um
relacionamento sensorial da pele com o mundo
externo. É bem possível que a consciência derivada
dessa localização cerebral retenha tais qualidades
de sensação e orientação.
Jung
11. PSICOFÍSICA
Psicofísica sf (fem de psicofísico)
1 Filos Estudo das relações entre os fenômenos físicos
e os psíquicos. 2 Psicol Estudo das relações entre a
sensação e a excitação que lhe dá origem. 3 Fisiol
Escola fisiológica baseada na influência recíproca do
espírito e da matéria.
A Psicofísica procura relacionar funcionalmente os
estímulos ou eventos físicos e as sensações ou
perceptos. Busca a relação funcional entre as
sensações provocadas por estímulos de diferentes
magnitudes ou valores.
12. DETECÇÃO
O problema básico de qualquer sistema
sensorial é detectar a presença de alterações
de energia no ambiente, ou seja, a presença de
estímulos, sejam estes
olfativos, gustativos, visuais, auditivos, etc.
Para que ocorra a detecção da energia por
algum dos sistemas sensoriais, é preciso
haver um mínimo de energia presente, que
corresponde ao limiar absoluto.
13. DETECÇÃO
Um estímulo de energia inferior ao limiar absoluto nunca
é percebido. O valor do limiar não pode ser fixado tão
precisamente. É impossível estabelecer um limite exato
entre estímulos supra e subliminares. Valores de estímulo
próximos ao limiar absoluto ora são percebidos ora não, o
que implica próximos ao limiar absoluto flutua em torno
de um valor, o que pode ser devido a flutuações
intrínsecas do limiar decorrentes de modificações na
sensibilidade, como a lapsos de atenção por parte do
sujeito que se submete ao experimento, fadiga e outras
variações de cunho psicológico ou fisiológico.
14. OS PRINCIPAIS MÉTODOS PSICOFÍSICOS
Método dos limites: Forma mais intuitiva para a
determinação de um limiar absoluto seria apresentar a um
sujeito, sob condições bem controladas, um valor de
estímulo imperceptível (subliminar) e aumentá-
lo, gradativamente, até que fosse percebido.
Método dos estímulos constantes: Apresentam-se
, repetidas vezes, valores de estímulos muito próximos ao
suposto limiar (que deve ser estimado previamente por
algumas séries do método dos limites).
15. DISCRIMINAÇÃO
A questão colocada pela discriminação é saber
quanto dois estímulos devem interferir para
que sejam percebidos como diferentes. É
preciso definir em que dimensão se dá a
diferença, pois duas luzes, apesar de terem a
mesma cor, podem ter brilhos diferentes ou, ao
contrário, podem ter cores diferentes e brilhos
iguais.
16. RECONHECIMENTO
O observador constantemente se depara com a tarefa
de reconhecer, isto é, identificar estímulos, saber do
que se trata além de simplesmente detectar sua
presença. Muitas vezes, antes de reconhecer um
estímulo, detecta-se sua presença. Isto mostra que se
trata de dois processos distintos. Muitas vezes é
preciso, por exemplo olhar por mais algum tempo
antes de reconhecer o estímulo detectado. Existe uma
hierarquia de percepção. Há, inicialmente, a detecção
do estímulo e depois seu reconhecimento, sendo que
mais energia necessária para que se atinja o estágio
do reconhecimento.
17. FORMAÇÃO DE ESCALAS
Há duas maneiras de abordar a formação de escalas sensoriais.
Uma delas baseia-se na afirmação de Gustavo Fechner (1860) de
que não é possível medir uma sensação diretamente, mas apenas
de forma indireta, através de sucessivos limiares diferenciais ou
diferenças apenas perceptíveis (DAP). A idéia de Fechner era
determinar o limiar diferencial para cada valor do estímulo, desde
o limiar absoluto até o limiar terminal, cobrindo toda a gama de
variação do estímulo à qual o aparelho sensorial em causa é
sensível. Uma escala de sensação assim construída incorpora
três pressupostos básicos: que a DAP é uma unidade de
sensação; que diferentes DAPs correspodem a uma mesma
sensação e que DAPs podem ser somadas para formarem uma
escala
18. ATENÇÃO
CONCEPÇÃO DA PSICOLOGIA CLÁSSICA
A atenção e o hábito são duas modalidades essenciais da
vida de consciência. A atenção não é uma faculdade
distinta, não é também um poder da inteligência, mas é
um modo especial de ser que acompanha o exercício das
três faculdades: o conhecimento, a afetividade e a
vontade. Uma espécie de “focalização” espontânea ou
voluntária, em beneficio de um dado objeto; a atenção só
tem reais poderes para se concentrar num único objeto.
19. ATENÇÃO
NEUROPSICOLOGIA DA ATENÇÃO
A atenção resulta da interação de diversas áreas do sistema
nervoso, sendo as principais o sistema reticular ativador
ascendente, que possibilita o nível de consciência básico
para os processos de atenção e de áreas
corticais, principalmente pré-frontais, que , por meio de
processos de seleção e concentração, estabelecem critérios
hierárquicos para a consciência, direcionando e
selecionando o foco da atenção. A porção anterior do Giro
Cíngulo é particularmente importante para o processo de
controle da atenção realizado pelas estruturas frontais.
Lezak, 1995.
20. ATENÇÃO
NEUROPSICOLOGIA DA ATENÇÃO
A atenção resulta da interação de diversas áreas do sistema
nervoso, sendo as principais o sistema reticular ativador
ascendente, que possibilita o nível de consciência básico
para os processos de atenção e de áreas
corticais, principalmente pré-frontais, que , por meio de
processos de seleção e concentração, estabelecem critérios
hierárquicos para a consciência, direcionando e
selecionando o foco da atenção. A porção anterior do Giro
Cíngulo é particularmente importante para o processo de
controle da atenção realizado pelas estruturas frontais.
Lezak, 1995.
21. ATENÇÃO
CONCEPÇÃO DE WUNDT
Wundt aproxima a atenção da estrutura do campo de visão:
assim como no capo visual existe uma grande área de visão
periférica e apenas um ponto de visão distinta, assim
também no campo da consciência só persiste um centro de
claridade máxima. A atenção é como que um farol a projetar a
luz sobre as idéias em foco, luz que à distancia
esmorece, provocando sombra na proporção mesma em que
as idéias se afastam do foco. Quando o desfile do
pensamento, depois de atravessar a zona periférica, atinge o
foco central, recebe maior iluminação e torna-se, pelo mesmo
fato, mais clarividente.
22. ATENÇÃO
• A atenção é a inteligência ordenada a sustentar o trabalho
da intelecção.
• Atenção é um processo cognitivo pelo qual o intelecto
focaliza e seleciona estímulos, estabelecendo relação entre
eles.
• Atenção pode ser entendida como uma atitude psicológica
através da qual o indivíduo concentra a sua atividade
psíquica sobre um estímulo específico, seja este estímulo
uma sensação, uma percepção, representação, afeto ou
desejo, a fim de elaborar os conceitos e o raciocínio.
Portanto, de modo geral a Atenção parece criar a própria
consciência.
23. ATENÇÃO
Geralmente, a duração de um determinado foco de Atenção é breve.
Existe constante passagem da Atenção de uma parte da realidade
para outra e isso se dá por várias razões. De um lado, existe na
Atenção, como em todos os processos psicológicos, uma forma de
saciedade. Esta saciedade tende a inibir a continuidade de Atenção
em determinada direção, como se a pessoa estivesse
continuadamente em busca de novidades perceptivas. A Atenção
tender a mudar, espontaneamente, depois de um período de
focalização em uma parte da realidade.
Outra razão para a passagem da Atenção de uma parte da realidade
para outra é obtenção de uma certa organização perceptual. É difícil
ou impossível, por exemplo, organizar o todo a ser percebido com
um único olhar. É preciso passos sucessivos de exploração para que
cada parte ou aspecto seja fixado por sua vez.
Ballone, 2005.
24. ATENÇÃO
Os cinco sentidos podem ser ativados conscientemente para
focalizar a Atenção sobre um determinado estímulo. Os
condicionamentos, muitas vezes inconscientes, podem proporcionar
uma certa atividade de espera, mais ou menos orientada, no sentido
de confirmar ou não uma determinada expectativa.
Ao acrescentar mais sal na comida, por exemplo, nosso paladar
espera, com certa expectativa, constatar determinado gosto, assim
como esperamos ver, momentos antes, determinada cena de
acidente ao constatar a direção e velocidade de um carro de corridas.
Trata-se da espera pré-perceptiva. Outras vezes, entretanto, quando
os resultados fogem completamente da expectativa
perceptiva, acontece uma espécie de choque sensorial que dá
origem a um estado de surpresa.
Ballone, 2005.
25. ATENÇÃO MOTORA
A consciência está concentrada na execução de uma atividade física e
muscular pré-programada. Ao olhar para um objeto, por exemplo, a
pessoa se inclina na direção desse objeto, e o mecanismo ocular atua de
forma que os olhos se dirijam ao objeto até que este caia na fóvea; os
músculos do cristalino se acomodam de forma que a imagem fique no
foco mais claro, etc. Ao ouvir um som baixo a pessoa estica o pescoço
para a frente, coloca sua mão atrás da orelha, e pode fechar os olhos a
fim de eliminar os estímulos visuais concorrentes na tentativa de
selecionar um determinado objeto (sonoro) como foco de sua Atenção.
Talvez seja por isso que algumas pessoas têm que tirar os óculos de sol
para prestarem mais Atenção em sons ou imagens. A Atenção motora se
caracteriza também pela tensão estática dos músculos, juntamente com
uma hipervigilância da consciência. Esta atividade de espera chamada
por Pléron de "atividade imobilizante", e exige um grande consumo de
energia.
Ballone, 2005.
26. ATENÇÃO
Um dos fatores individuais de maior influência no
processo da Atenção destacam-se as condições do
estado de ânimo ou de interesse, os quais podem
facilitar ou inibir a mobilização da Atenção.
Portanto, o elemento afetivo tem significação
determinante no processo da Atenção, admitindo-se
que a pessoa só dirige a Atenção aos estímulos que
lhe despertam interesse. De fato, ao constarmos que
nossa Memória tem mais afinidade para as coisas
que nos despertam maior interesse, estamos falando
antes, que nossa Atenção (indispensável para a
Memória) é mobilizada mais prontamente pela nossa
afetividade.
Ballone, 2005.
27. ATENÇÃO INTELECTUAL
Representa o ato de reflexão e de atividade racional
dirigidos na resolução de qualquer problema
conscientemente definido. Apesar da divisão da
Atenção em Atenção Sensorial, Atenção Motora e
Atenção Intelectual, de certa forma a Atenção implica
sempre em alguma atividade intelectual, ora
orientando os movimentos, ora dando sentido às
percepções.
Ballone, 2005.
28. ATENÇÃO
DOIS TIPOS DE ATENÇÃO
Atenção voluntária, que exprime a concentração
ativa e intencional da consciência sobre um
objeto, e a atenção espontânea, que é aquele tipo
de atenção suscitado pelo interesse
momentâneo, incidental, que desperta este ou
aquele objeto. A atenção
espontânea, geralmente, está aumentada nos
estados mentais nos quais o indivíduo tem pouco
controle voluntário sobre sua atividade mental.
29. ATENÇÃO SELETIVA
Capacidade de seleção de estímulos e objetos
específicos, determinado uma orientação atencional
focal, um estado de concentração das funções
mentais, assim o estabelecimento de prioridades da
atividade consciente do indivíduo diante de um
conjunto amplo de estímulos ambientais.
Na visão, a seleção se dá, basicamente, através do
posicionamento dos olhos, quer pela orientação do
corpo ou cabeça, quer pelo direcionamento direto
dos olhos.
30. ATENÇÃO DIVIDIDA
Refere-se a certas situações nas quais o observador
presta a atenção, simultaneamente, a dois ou mais
estímulos. Para poder dividir a atenção entre os
estímulos, é preciso que estes tenham algo que os
diferencie. Quanto maior a diferença, mais fácil ser
para dividir a atenção entre eles. Se forem estímulos
visuais, poderão ter brilho e cores
diferentes, localizações diversas e , o que é mais
importante e freqüente, conteúdos, isto
é, significados diferentes.
31. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONOW, Iva Waisberg. Elementos de Psicologia. São Paulo: melhoramentos, 1976.
DAVIDOFF, L.L. Introdução à Psicologia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 2001.
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.
Porto Alegre: Artes médicas, 2000.
MARIA, Madre Cristina. Psicologia Científica Geral. Rio de Janeiro: Agir, 1968.
SIMÕES, Edda Augusta Quirino; TIEDEMANN, Klaus Bruno. Psicologia da Percepção I.
São Paulo: EPU, 1985.
SIMÕES, Edda Augusta Quirino; TIEDEMANN, Klaus Bruno. Psicologia da Percepção I.
São Paulo: EPU, 1985.
ROSA, Merval. Introdução à Psicologia. Petrópolis: Vozes, 1995.
WEITEN, Wayne. Introdução à Psicologia: temas e Variações. São Paulo:
Pioneira, 2002.