A Grécia acumulou uma dívida de 320 bilhões de euros que não consegue pagar devido a gastos excessivos. A UE e o FMI forneceram resgates financeiros, mas a Grécia entrou em calote com o FMI e pode sair do Euro. Os gregos votarão sobre um novo acordo de austeridade.
2. Qual é a causa da crise
grega?
Na raiz da crise grega está uma
dívida de aproximadamente 320
bilhões de euros (mais de R$ 1
trilhão), que o país simplesmente
não tem condições de pagar. A
explicação mais simples para esta
crise é que, durante muitos anos, o
país gastou bem mais do que
arrecadava, e financiava os gastos
através de empréstimos.
O que está sendo feito para a
Grécia sair da crise?
O primeiro pacote de ajuda
financeira à Grécia foi aprovado pela
União Europeia e o FMI em maio de
2010.Naquele momento, o governo
grego recebeu 110 bilhões de euros
(cerca de R$ 380 bilhões) para
honrar seus compromissos com os
credores que, naquele momento, em
sua maioria, eram bancos privados
europeus.
3. Qual foi o impacto das medidas
contra a crise? Elas funcionaram?
Para saber se as medidas
associadas ao resgate financeiro
funcionaram primeiro é preciso
lembrar os seus principais objetivos.
Se o objetivo era proteger o euro,
então as medidas parecem estar
funcionando, pelo menos por
enquanto.
Qual é a situação atual da
crise?
O cenário mais temido no começo
da crise, o calote, começou a se
tornar realidade na noite de terça-
feira, quando a Grécia não
conseguiu pagar 1,5 bilhão de euros
ao FMI. A Grécia se transformou no
primeiro país desenvolvido a não
pagar o FMI e seu calote é o maior
da história da instituição, apesar de
não ter sido declarado tecnicamente
como tal.
4. E então, os gregos decidirão
sobre o quê?
O acordo proposto, que foi
apresentado pela Comissão
Europeia, o Banco Central Europeu
e o Fundo Monetário Internacional
no Eurogrupo de 25 de junho de
2015 e consiste de duas partes, que
constituem sua proposta unificada.
E aí o eleitor pode votar sim ou não.
É inevitável a saída da Grécia da
zona do euro no caso de vitória
do "não"?
A verdade é que ninguém sabe ao
certo. Não existe nenhum
precedente e até o vice-presidente
do Banco Central Europeu, Vitor
Constâncio, disse em abril que não
havia nenhuma lei que determina a
expulsão da zona do euro em caso
de calote.
5. Quais seriam as consequências de uma
saída da Grécia do euro?
É difícil prever o comportamento dos mercados
nesse caso. Uma possibilidade é que
investidores comecem a exigir juros mais
interessantes para compensar os riscos de
comprar títulos de dívidas das economias mais
fragilizadas da zona do euro.