O documento discute o ensinamento de Paulo sobre a humildade nas relações baseado no texto bíblico de Filipenses 2:3-16. Paulo ensina que devemos considerar os outros como superiores a nós mesmos e cuidar dos interesses dos outros, seguindo o exemplo de Cristo que se humilhou até a morte por nós. A humildade evita discussões e permite um relacionamento saudável.
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
20160211.Estudo PGs 38
1. Estudo PGs 03/02/2016
Tema: Ensinos práticos de Paulo para a igreja
Estudo 12: A humildade nas relações (Fp. 2.3-16)
O ensino
Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente
considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente
dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.
Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus,
não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas
esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos
homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi
obediente até à morte, e morte de cruz!
Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima
de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na
terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,
para a glória de Deus Pai.
Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas em minha
presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham em ação a
salvação de vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês
tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.
Façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros
e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração
corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo,
retendo firmemente a palavra da vida. Assim, no dia de Cristo eu me orgulharei
de não ter corrido nem me esforçado inutilmente.
Filipenses 2:3-16
Entendendo o ensino
Sabemos que o evangelho de Cristo nos ensina a amar ao próximo
como a nós mesmos. O problema é que isso choca com nossa natureza
individualista, narcisista, maculada pelo pecado original de Adão, que comeu
do fruto da árvore do entendimento do bem e do mal para ser independente de
Deus. Esta independência perverteu a dinâmica das relações humanas, pois
agora o homem passava a viver em função da satisfação de suas vontades,
desejos e pecados, e isso fez com que deixasse de olhar para o outro como um
parceiro na relação, mas sim como um recurso a ser usado em determinado
momento.
Para quebrar este paradigma, Paulo apresenta este lindo texto, que
contém uma profunda explanação teológica sobre a encarnação de Jesus
Cristo ao vir ao mundo. Usando-se do exemplo de Cristo, que veio ao mundo
sofrer o que nós sofremos e pagar nossos pecados na cruz do calvário, Paulo
2. traz uma bela lição sobre como nós, cristãos, precisamos seguir o exemplo de
Cristo e olhar o próximo visando o seu bem estar, ajudando-o a alcançar seus
interesses e sonhos.
Para que isso seja possível, Paulo diz que a chave é o exercício da
humildade nas relações. Ao vermos nossos próximos como pessoas de valor,
superiores a nós, passamos a nos relacionar de forma sadia, sem nos
vangloriar de quem somos ou o que conquistamos. Por considerarmos os
outros superiores, deixamos a vaidade de lado e trabalhamos para melhor
servir a Deus, que é quem merece todo louvor e glória, por ser Ele o
responsável pelo nosso sucesso.
Por fim, Paulo nos ensina que este tipo de relacionamento evita as
discussões e brigas nos relacionamentos. Apesar de Paulo nitidamente falar
sobre o relacionamento na igreja, este ensino facilmente se aplica a todas as
nossas relações. Quando consideramos o outro como superior a nós, paramos
para ouvir, exercitando nossa paciência e facilitando o diálogo construtivo.
Quando os egos dominam, porém, a tendência ao impasse e à marcação de
posições destrói as relações em suas bases, transformando-as em convívios
de seres isolados em si.
O ensinamento em nossas vidas
1. Em quem você pensa primeiro? Pare para pensar nas últimas vezes
em que você tomou alguma decisão com alguém. Pode ser a compra de
uma roupa ou a decisão de que filme você iria ver. Quando você tomou
a decisão, você levou em consideração a opinião do outro? Quando
você sai com os amigos, você considera a opinião do grupo ou tenta
impor sua agenda? Se você perceber posturas egoístas, pode ser que
você se veja melhor do que os outros. Trabalhe isso em seu coração, se
for o caso.
2. Seja o canal de bem estar na vida do próximo. Cristo deixou a glória
nos céus para vir ao mundo e sofrer o que sofremos, entregando-se na
cruz para nos dar vida eterna. Sua iniciativa graciosa nos deve servir de
norte em nossos relacionamentos. Sempre que visamos o bem estar do
nosso próximo e agimos desta forma, este sentimento será retribuído,
gerando uma espiral positiva de benevolência que abençoa qualquer
relacionamento.
3. Debates sim, brigas não. Uma das belas consequências de um
relacionamento entre pessoas que creem que o próximo tem valor é que
os debates de ideias se tornam saudáveis. As pessoas ouvem umas às
outras, conversam serenamente sobre suas questões e as resolvem de
forma a que todos fiquem felizes. Quando as pessoas são movidas pelo
ego, porém, rapidamente marcam posições e tentam convencer os
outros de que suas ideias são as melhores, e isso só leva a confusão e
dissenção. Vivamos pelas pessoas, não pelas posições.
Próximo estudo: Confiando em Deus (Fp. 4.6,7)