Franz Kafka brasileiro: reflexões sobre a sociedade e o ser humano
1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL – UERGS
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À
DOCÊNCIA/CAPES
ARTES VISUAIS – LICENCATURA
COORDENADORA DE ÁREA DO PIBID: Dra. CRISTINA ROLIM
WOLFFENBÜTTEL
BOLSISTA: ANDREIA SALVADORI
Franz Kafka brasileiro
Lendo o texto de Franz Kafka “Um Artista da Fome”, questionei-me com
várias perguntas sobre os limites determinantes de uma pessoa diante da
sociedade que nos leva a estranhezas, a consolação, a esquecimentos, a
desvios de pensamentos e imagens que nos dá certo desconforto. Não quero a
resposta dessas perguntas, mas quero que faça você leitor responder, se
questionar onde você se encaixa hoje na sociedade em que vive.
Um dia sou artista, tenho a minha atenção, o meu reconhecimento, o
meu valor, é até quando? No esquecimento, na dor, no sofrimento, na morte,
sou desviado das atenções, sou colocado de lado, desviam-se de mim. Quem
era esse artista da fome? Eu já fui o artista da fome, ou fui os espectadores?
O ser humano vai aguentar e amenizar o sofrimento, a dor de talvez
muitas vezes querer gritar por um grito de paz, de basta, de mudanças. Para os
que têm oportunidade de ter onde morar tem um trabalho descente, ou para o
homem a mulher e crianças que dormem nas ruas, são esquecidas pelas
populações porque isso já esta banalizado de tanto que já se viu. Diante das
tragédias naturais, acidentes, corrupção, são muitos os acontecimentos e
indignações.
No momento, o espectador tem a vontade de ajudar, de socorrer,
vontade de amenizar a fome, é uma lágrima que escore no olho, é o coração
que fica apertado, mas ao passar dali e seguir em frente, nós mandamos o
nosso sentimento para esquecer, cancelar, apagar todos esses sentimentos
essas imagens do nosso pensamento e preenchemos com outras imagens,
palavras, sentimentos que ameniza a dor.
2. E como se isso não fosse novidade, ao conversar, partilhar alguma coisa
ao próximo contamos fatos que nos deixaram felizes e não o que no abalaram
sentimentalmente como ser humano, mas sim, o que nos faz querer ser igual a
todo mundo. Mas o que eu faço para ser igual a todo mundo?
É só seguir a moda, escutar a música que mais tocada, deixar de lado a
nossa vontade, ir aos lugares mais públicos e famosos como os bares,
convidar as pessoas para ir numa festa e não na Igreja, até porque vão rir de
você e dizer que você não aproveita a vida só porque você vai à igreja, só
porque você é jovem. Porque quem é que reza hoje? Os idosos? E os jovens
fazem o que nesta sociedade? Trabalha? Estuda? Diverte-se? Como?
Como está a nossa sociedade jovem? Temos voz e vês nela? Ou somos
gessados pelos tios, e adultos? E quando eu luto contra a maré, eu me canso,
canso porque meu grupo é tão pequeno comparando ao grande grupo.
Mas como diz o ditado popular a fé é a última coisa que morre dentro do
ser humano, então você sofrido, você guerreiro, você conquistador, você
esquecido... não deixa morrer a última coisa que ainda tem no seu coração que
é a fé.