TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade
1. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDA-H.
PSICÓLOGA VALÉRIA BARBOSA CÂMARA.
DIA 04/11/2013.
LOCAL: ESCOLA M. PROFESSORA LIBERALINA ALVES RIBEIRO DE SOUZA.
PÚBLICO ALVO: PROFESSORES DAS ESCOLAS MUNICIPAIS PROFESSORA LIBERALINA ALVES
RIBEIRO DE SOUZA, PRÉ-ESCOLAR ALUNO MATHEUS CARUBA FERREIRA E CRECHE ESCOLA ANNA
MARY MUSSI DE CARVALHO.
TRANSTOSNO TDA/H:
Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um transtorno que geralmente aparece na
infância e acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Os sintomas precisam estar presentes no individuo, antes
dos 07 anos e causar prejuízo significativo em dois contextos, casa e escola. Ele pode ser caracterizado por
sintomas de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade.
O TDAH é um Transtorno no qual o lobo pré-frontal tem seu funcionamento comprometido por uma
hipofunção neuronal que desregula os neurotransmissores dopamina e noradrenalina, que entre outros, são
responsáveis pela atenção, organização, planejamento, cognição e funções executivas.
CARACTERÍSTICAS MAIS COMUNS DO TDAH:
- Desvia a atenção do que está fazendo quando um barulho ou alguma coisa diferente acontece.
- Tem dificuldade em prestar atenção na fala do outro, perde pedaços da conversa;
- Tem “brancos”. Esquece o que ia dizer, de pagar contas.
- Interrompe as outras pessoas por ter se lembrado de dizer algo, interrompe, fala antes que o outro
conclua seu raciocínio;
- Erra quando vai dizer uma palavra muito grande, ou esquece palavras no meio da frase.
- Hiperfoco. Fica extremamente concentrado quando um assunto lhe interessa.
- Dificuldade em se manter em atividades obrigatórias muito longas. Ex: Não consegue ouvir uma
palestra inteira.
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- Interrompe suas tarefas no meio. Não lê um livro inteiro, não ouve um CD inteiro, etc.
Hiperatividade:
- Se mexe o tempo todo na cadeira, tem gente que confunde com a síndrome das pernas inquietas, mas se
referem a transtornos distintos;
- Não para com as mãos, fica rabiscando, mexendo no cabelo, rolando alguma coisa na mão;
- Sensação de inquietação. Parece que tem sempre algo faltando, que tem algo para fazer, mas não sabe o
que;
- Fica remoendo o que fez de errado ou o que os outros fizeram de errado.
- Faz várias coisas ao mesmo tempo, lê, vê TV, ouve música, tudo junto;
- Tem um monte de ideias, mas não leva nenhuma até o fim;
- Impaciência em esperar, filas, telefonemas, atendimento em lojas;
- Às vezes se envolve em situações de alto risco em busca de estímulos fortes, como dirigir muito rápido,
etc.
- Às vezes fala sem parar, só dá ele na conversa.
Impulsividade:
- Apresentam baixa tolerância à frustração, quando quer uma coisa não consegue esperar por ela. Se
lança impulsivamente na coisa e como já se sabe nada do que é feito assim acaba dando certo, no final se frustra
e desanima.
- Responde as perguntas do outro antes dele acabar de formular a pergunta.
- Fala o que vêm a cabeça sem avaliar antes. Acaba ofendendo as pessoas.
- Incapacidade de ficar em filas, sala de espera, aguardar mesa de restaurante. É tudo uma tortura.
- Impulsividade para comprar, trocar de emprego, de relacionamentos, impulsividade para comer.
- Reage sem refletir diante de provocações. Explode quando recebe uma critica simples.
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- Tende a não seguir regras ou normas preestabelecidas “Se mandaram eu fazer eu não faço”.
- Ações contraditórias, ora agressivo, ora afetuoso. Ou então num ambiente é conservador, mas em outro
é moderno.
- Hipersensível. Fica magoado muito fácil. Se emociona com o sentimento dos outros. Fica muito abalado
ao ver alguém chorando. Irritado em ambientes barulhentos ou no meio da multidão.
- Mudança de humor muito rápida, até varias vezes no mesmo dia.
- Tende a ser muito criativo, tanto que há várias personalidades famosas com fortes indícios de serem
portadores de TDAH, como Mozart, Marlon Brando, Beethoven, Einstein.
- E tendência ao desespero. Quando aparece uma dificuldade ele tende a achar que vai ser impossível de
superar. Só mais tarde é que consegue ver que a coisa não era tão horrível assim.
Sintomas secundários costumam ser:
- Desempenho profissional e escolar abaixo do esperado.
- Baixa autoestima. Compara-se demais com os outros e não consigo mesmo.
- Às vezes usa drogas ou álcool abusivamente.
- Depressões frequentes por se sentir inferior aos outros.
- Dificuldade em manter relacionamentos afetivos.
- Dificuldade em começar ou manter suas tarefas.
- Baixa tolerância ao stress.
- Tem um lado criança, com brincadeiras, humor e fantasia.
- É desastrado. Derruba as coisas, se bate nos móveis.
- Caligrafia ruim.
- Orientação espacial prejudicada. Não encontra seu carro no estacionamento do shopping por exemplo.
- Não tem noção de tempo, chega atrasado ou muito adiantado nos lugares.
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- Hipersensível aos ruídos, principalmente se muito repetitivos.
- Tende a ter mais de uma atividade profissional, simultânea ou não.
- Normalmente há pessoas na família com histórico de TDAH.
Na idade pré-escolar, estas crianças mostram-se agitadas, movendo-se sem parar pelo ambiente, mexendo
em vários objetos como se estivessem “ligadas” por um motor. Mexem pés e mãos, não param quietas na cadeira,
como se estivessem com "bicho carpinteiro", falam muito e constantemente pedem para sair de sala ou da mesa
de jantar.
Elas têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam
interessantes. Elas são facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo, mas também se distraem com
pensamentos "internos", isto é, vivem "voando". Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram sinais,
vírgulas, acentos, etc.). São frequentemente acusadas de "não prestar atenção", mas na verdade elas prestam
atenção a tudo. O que não possuem é a capacidade para planejar com antecedência, focalizar a atenção
seletivamente e organizar respostas rápidas.
Quando elas se dedicam a fazer algo estimulante ou do seu interesse, conseguem permanecer mais
tranquilas.
Na infância, as crianças apresentam dificuldades no relacionamento com os colegas, pais e professores.
Muitas vezes são vistas como inquietas e frequentemente a queixa que chega para a família é que elas “vivem no
mundo da lua” e que estão sempre “ligadas”. Tanto na infância quanto na adolescência, os indivíduos apresentam
problemas de comportamento e dificuldades com regras e limites.
Apresentam dificuldades para se manter concentrado em atividades longas, repetitivas ou
desinteressantes.
São vistas como impulsivas, não respeitando a vez dos colegas e não lendo a pergunta até o final para
respondê-la.
É durante o período escolar que aparecem as manifestações mais evidentes da hiperatividade. A criança
não consegue aprender a ler normalmente, tem dificuldades de abstração, apresenta problemas em tarefas que
exijam coordenação viso motora; sua escrita, cópia e desenhos são inadequados e com problemas perceptivomotor. É considerada desajeitada, sem equilíbrio. As tarefas devem variar, mas continuar sendo interessantes
para o aluno, assim como a criatividade e habilidade do professor mediante as tarefas. A comunicação entre pais
e professores deve ser frequente.
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INTERVENÇÕES QUE O PROFESSOR PODE FAZER PARA AJUDAR A CRIANÇA COM
TDA-H A SE AJUSTAR MELHOR À SALA DE AULA:
a.
Proporcionar estrutura, organização e constância (sempre a mesma arrumação das cadeiras,
programas diários e regras claramente definidas);
b.
Colocar a criança perto de colegas que não o provoquem, perto da mesa do professor, na parte de
fora do grupo;
c.
Elogiar, encorajar e ser afetuoso, porque essas crianças desanimam facilmente;
d.
Dar responsabilidades que elas possam cumprir, fazendo com que se sintam necessárias e
valorizadas;
e.
Proporcionar um ambiente acolhedor, demonstrando calor e contato físico de maneira equilibrada;
f.
Utilizar uma agenda de comunicação entre pais e escola, evitando que as conversas se deem
apenas em reuniões;
g.
Recompensar os esforços, a persistência e o comportamento bem sucedido ou bem planejado;
h.
Estabelecer limites claros e objetivos;
i.
Colocar a criança perto de colegas que não o provoquem, perto da mesa do professor, na parte de
fora do grupo;
j.
Iniciar sempre com tarefas simples e gradualmente mudar para mais complexas;
k.
Procurar trazer os alunos para perto do quadro, podendo acompanhar melhor o processo educativo,
se está conseguindo acompanhar o ritmo, ou se é necessário desacelerar um pouco.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARAÚJO, Mônica; SILVA, Sheila, A.P. Comportamentos indicativos do transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade em crianças: alerta para pais e professores. Revista Digital - Buenos Aires - Año 9 - N° 62 Julio de 2003. Disponível em: Acesso em: 26 de Out. de 2013.
BARKLEY, Russel A. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Porto Alegre: Artmed,
2002. Reimpressão 2008.
KNAPP, Paulo; RHODE, L.A.PET AL. Terapia Cognitivo-Comportamental no Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade-Manual do Terapeuta. Porto Alegre: Artmed, 2002.
MATTOS, Paulo. No Mundo da Lua: Perguntas e Respostas sobre o Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade em Crianças, Adolescentes e Adultos. 8.ed. ver. e atual. São Paulo: Casa Leitura Médica,
2008.
RAMBALDI, Vanda. Dicas para a sala de aula. Disponível em:< http://www.tdah.com.br/paginas/gaetah/Bolet
im10.htm>. Acesso em: 20 de Out. 2013.
SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas. Rio de Janeiro: Napads, 2003.
Valéria Barbosa Câmara
Psicóloga CRP 05/37824
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental
Mediadora do programa de Enriquecimento Instrumental (PEI)
Kelly da Guia Fernandes Moreira
Psicóloga CRP 05/27897
Especialista em Educação Infantil
Especialista em Neurociências aplicadas à Aprendizagem
Gestora em Educação Inclusiva
Coordenadora Geral do CAPPE