2. Piedade Popular [PP] não é acervo
historio, é manifestação de vida, é a
fé católica dentro de uma realidade
concreta [pobreza, analfabetismo,
ambiente rural, isolamento, falta de
acesso à evangelização e à liturgia da
Igreja...]
3. • Resulta de um processo progressivo
[século VII ao XV] de diferenciação
entre fé popular e liturgia, até se criar
um dualismo celebrativo:
paralelamente à Liturgia oficiada em
língua latina, desenvolve-se uma
piedade popular comunitária, que se
expressa em língua vernácula [cf.
DPPL 29].
4. • Foi este catolicismo que veio de Portugal,
para o Brasil no século XVI. A nossa
Evangelização foi feita mais a partir dele
do que a partir da bíblia e da liturgia.
5. •Grande parte de tradição oral, se
desenvolveu, em nosso país, nas
comunidades pobres e em
ambiente rural, nas comunidades
indígenas e descendentes.
6. • É um catolicismo de âmbito
familiar e comunitário.
• Tem seus calendários próprios
• Seus ministérios: rezadores,
benzedeiras, conselheiros.
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8.
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10. • O povo se reúne nas casas com a
presença dos vizinhos ou na capelinha
mais próxima.
- para fazer uma novena, cantar seus
benditos, acender uma vela, rezar o
terço, cantar o ofício da Imaculada; fazer
a devoção ao santo.
11.
12.
13.
14. - A fé é expressa em linguagem
narrativa e simbólica, com palavras,
cantos, gestos e ritos.
- Por ser de tradição oral muito se
serve da rima e da repetição.
- É um catolicismo muito ritual
15. • Nas diversas regiões do Brasil, no tempo em que
a ação do clero se restringia, sobretudo às
cidades com uma pastoral baseada na
administração dos sacramentos (em latim e sem
evangelização), foi o Catolicismo Popular que
garantiu a animação da fé no meio do povo
(sensus fidei).
16. • É um catolicismo de resistência e de
sobrevivência da fé, construído à
margem da Igreja oficial, mas com
grande senso de pertença eclesial.
• O batismo é o maior sinal dessa
pertença.
17. O que propõe a reforma litúrgica
do ConcilioVaticano II
•A reforma litúrgica reabilita a liturgia
como cume e fonte da vida cristã [SC 10],
e reafirma conforme a experiência das
comunidades originárias que a é a
primeira e mais necessária fonte de vida
cristão [SC 14].
18. • Contudo “a vida espiritual não se
limita unicamente à participação da
sagrada liturgia” [SC 12].
• No n. 13 lembra que a PP deve estar
em sintonia com a liturgia, nela se
inspirar e a ela conduzir o povo cristão
[SC 13].
19. CELAM, encontro em Lima, 1982:
“A Igreja da América Latina deveria ir
reincorporando elementos da
religiosidade e piedade popular dentro
da sua liturgia e realizar uma mútua
fecundação entre liturgia e expressão
religiosa popular, Com isso seriam
integrados os anseios de oração e vida
cristã que podem comprovar em
nossos países e se daria à liturgia um
maior dinamismo”.
20. •Diretório sobre Piedade Popular e
Liturgia [Congregação para o Cultor
Divino e a Disciplina dos Sacramentos,
2001]
•Ele apresenta princípios e
orientações para esta “mútua
fecundação”.
21. • A mútua fecundação da PP com a liturgia
- não é relação de oposição,
- nem de substituição,
- nem de equiparação [cf. DPPL n. 50]
Trata-se de valorizar os valores da piedade
popular, sem perder do horizonte a primazia
da Liturgia.
22.
23. OFÍCIO DIVINO DAS COMUNIDADES:
um caso bem sucedido da mútua
fecundação entre piedade popular e
liturgia
24. Ofício Divino das comunidades:
Não é simples devoção popular e nem
reprodução simplificada da Liturgia das
Horas. É um ofício litúrgico e popular, que
leva em conta
- a centralidade da Bíblia na oração
cristã,
- a tradição litúrgica da Igreja,
- A recente experiência das CEBs
- E o catolicismo popular.
25. Essa piedade popular encontra eco em diferentes
elementos do ODC: na abertura, no estilo dos
hinos, na versão rimada dos salmos, nas melodias
simples e orantes, nos momentos de silêncio, na
linguagem mais simples das orações, no tom
afetivo dos textos, sem muitas palavras
explicativas, centrada no mistério pascal de Jesus,
na relação com a vida [as horas da vida], e
sobretudo na RITUALIDADE que é o grande
diferencial na prática do Ofício das Comunidade em
relação à Liturgia das Horas.
26. Abertura
Estes lábios meus, vem abrir, Senhor, (bis)
Cante esta minha boca sempre o teu louvor! (bis)
A referência foi o Ofício Divino da Imaculada
Conceição. O fragmento do Ofício Divino da
Igreja que restou ao povo, agora serve de
referência para devolver ao povo o ofício no que
ele tem de mais precioso: os salmos.