Curso sobre o Missal Romano | Aula 3 | O Movimento Litúrgico, princípios fundamentais da Reforma Litúrgica do Vaticano II e a Eucaristia no Magistério do Vaticano II e pós-conciliar.pptx
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Curso sobre o Missal Romano | Aula 9 | A terceira edição do Missal Romano a...FASBAM
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2. NOÇÕES INEXATAS DE LITURGIA DOS INÍCIOS DO
SÉCULO XX
a) Liturgia é coreografia: “É um conceito de liturgia
herdeiro da época decadente do barroco, quando no
culto da Igreja se insistia na pompa e na suntuosidade
das cerimônias, embora a participação dos fieis fosse
quase nula.... ‘A liturgia é para todo o mundo a parte
sensível, cerimonial e decorativa do culto católico’ (J.
Navatel)... Posto que a liturgia não é mais que uma
expressão sensível e figurativa do dogma da fé, seu
poder sobre as almas é proporcional, antes de tudo, à
medida maior ou menor de fé e de devoção e, em
segundo lugar, à riqueza emotiva dos assistentes”
(Pe. Jesus Castellano)
3. b) Liturgia é código de rubricas:
“Liturgia é o conjunto de
palavras (ritos), de ações ou
coisas (cerimônias) com que se
pratica o culto público”
(Código de Direito Canônico de 1917).
4. c) Liturgia é culto natural: “É a definição que
parte da observância do fenômeno religioso
universal e do culto das religiões naturais para
aplicá-los à vida cristã: ‘A liturgia é o culto
tributado a Deus’. Nesta definição há um
acentuado sentido antropocêntrico, já que tudo
parece partir da humanidade, e não leva em
conta a novidade absoluta da religião cristã, na
qual a iniciativa parte de Deus; falta nesta
noção a atividade salvífica de Deus que se
revela e se dá e, portanto, precede todo culto
nosso” .
5. “Sendo nosso vivíssimo desejo que o verdadeiro
espírito cristão refloresça totalmente e se
mantenha em todos os fiéis, é necessário prover,
antes de tudo, a santidade e a dignidade do
templo, onde precisamente os fiéis se reúnem para
beber este espírito de sua primeira e
indispensável fonte, que é a participação ativa nos
sacrossantos mistérios e na oração pública e
solene da Igreja”
(Motu-próprio Tra le Sollecitudini – Pio X – 22/10/1903)
6. MOVIMENTO LITÚRGICO
A NATUREZA TEOLÓGICA DA LITURGIA
FAZ DA LITURGIA UMA QUESTÃO ECLESIOLÓGICA,
PASTORAL E ESPIRITUAL
RETORNO ÀS FONTES
7. Marco inicial: 23/09/1909 – Congresso Nacional das Obras
Católicas na Bélgica – Dom Lambert Beauduiun
“A Liturgia constitui a catequese fundamental da doutrina
cristã e o meio mais eficaz para estimular e alimentar a
vida espiritual”
Tarefas formuladas pelo congresso: A difusão do missal
traduzido como o livro do cristão; aumento do caráter
litúrgico da piedade por meio da participação na missa
paroquial – ensinando a não desvincular a preparação e
ação de graças da comunhão, das orações da missa – nas
vésperas e, no lar, por intermédio da recuperação de
antigas tradições litúrgicas (as completas, bênção da
mesa, preces e ritos próprios de épocas fortes); a
promoção do canto gregoriano (orientação de Pio X); e
organização de retiros anuais organizados pela Pastoral
Litúrgica.
8. PRINCIPAIS EXPOENTES:
a) Lambert Beauduiun (1873-1960): A perda do
sentido da celebração litúrgica significa perda do
sentido do sagrado, dos dogmas...
b) Odo Casel (1886-1948): a Liturgia é a
celebração dos mistérios, na qual o Mistério
Primordial, Jesus Cristo, se torna presente com
sua ação salvífica como portador da salvação.
c) Salvatore Marsili (1910-1983): uma verdadeira
Teologia Litúrgica que articula “Cristo-Igreja-
Liturgia”
9. INFLUÊNCIAS TEOLÓGICAS:
a) Romano Guardini: a necessidade de formar a
capacidade simbólica para a Liturgia.
b) Controvérsia entre Dom Maurice Festugière e
Jean Navatel: entre a Liturgia e a oração íntima
como escola de espiritualidade cristã.
c) Dom Cipriano Vagaggini: um método para a
Teologia Litúrgica.
10. ENCÍCLICA “MEDIATOR DEI” – PIO XII
Reformas na Liturgia: reordenação da Vigília Pascal (1951),
introdução da missa vespertinas e das novas normas para o
jejum eucarístico (1957), simplificação das rubricas do
breviário e do missal (1955), instruções sobre a música na
liturgia (1956), novo código de rubricas, nova edição típica do
breviário e do missal.
12. COMPREENSÃO TEOLÓGICA DA LITURGIA:
“A liturgia, em que ‘a obra de nossa redenção se
realiza’, especialmente pelo divino sacrifício da
Eucaristia, contribui decisivamente para que os fiéis
expressem em sua vida e manifestem aos outros o
Mistério de Cristo e a natureza genuína da verdadeira
Igreja. Ela é, ao mesmo tempo, humana e divina,
visível, mas dotada de bens invisíveis, presente ao
mundo, mas peregrina, de tal forma que o que nela é
humano está subordinado ao que é divino, o visível ao
invisível, a ação à contemplação e o presente à futura
comunhão que todos buscamos” (SC, 2)
13. “Ao mesmo tempo que anunciavam, realizavam a obra
da salvação pelo sacrifício e pelos sacramentos,
através da liturgia. Pelo batismo, os homens são
inseridos no Mistério Pascal de Cristo, participando de
sua morte, de sua sepultura e de sua ressurreição...
Toda as vezes que participamos da ceia do Senhor,
anunciamos a sua morte, até que venha... A Igreja
nunca deixou de se reunir para celebrar o mistério
pascal, lendo o ‘que dele se fala em todas as
escrituras’ (Lc 24,27), celebrando a eucaristia, ‘em
que se representa seu triunfo e sua vitória sobre a
morte’, dando igualmente graças a ‘Deus pelo dom
inefável’ (2Cor 9,15) em Cristo Jesus, para louvor de
sua glória (Ef 1,12), na força do Espírito Santo” (SC, 6)
14. “Para realizar tal obra, Cristo está sempre
presente à sua Igreja, especialmente nas ações
litúrgicas. Presente ao sacrifício da missa, na
pessoa do ministro, ‘pois quem o oferece pelo
ministério dos sacerdotes é o mesmo que então
se ofereceu na cruz’, mas, especialmente
presente sob as espécies eucarísticas. Presente,
com sua força, nos sacramentos, pois, quando
alguém batiza, é o próprio Cristo que batiza.
Presente por sua Palavra, pois é ele quem fala
quando se lê a Escritura na Igreja. Presente,
enfim, na oração e no canto da Igreja, como
prometeu ‘estar no meio dos dois ou três que se
reunissem em seu nome’ (Mt 18,20)” (SC, 7)
15. “Cristo age sempre e tão intimamente unido à
Igreja, sua esposa amada, que esta glorifica
perfeitamente a Deus e santifica os homens, ao
invocar seu Senhor e, por seu intermédio, prestar
culto ao eterno Pai. Com razão se considera a
Liturgia o exercício do sacerdócio de Cristo, em que
se manifesta por sinais e se realiza a seu modo a
santificação dos seres humanos, ao mesmo tempo
que o corpo místico de Cristo presta culto público
perfeito à sua cabeça. Toda celebração litúrgica,
pois, como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo,
a Igreja, é ação sagrada num sentido único, não
igualado em eficácia nem grau por nenhuma outra
ação da Igreja” (SC, 7)
16. “Na liturgia da terra, participamos, e,
de certa maneira, antecipamos a
liturgia do céu, que se celebra na
cidade santa, a Jerusalém para a qual
caminhamos, em que Cristo, sentado à
direita do Pai, é como que o ministro
das coisas santas e do verdadeiro
tabernáculo. Juntamente com todos
os anjos do céu, cantamos um hino de
glória ao Senhor” (SC, 8)
17. “A sagrada liturgia não é a única
atividade da Igreja, pois, antes de ter
acesso à liturgia é preciso ser conduzido
à fé e se converter” (SC, 9).
“Mas a liturgia é o cume para o qual tende
toda a ação da Igreja e, ao mesmo tempo,
a fonte de que promana sua força. Os
trabalhos apostólicos visam a que todos,
como filhos de Deus, pela fé e pelo
batismo, se reúnam para louvar a Deus na
Igreja, participar do sacrifício e da ceia
do Senhor” (SC, 10).
18. “Mas para que seja plena a eficácia da liturgia,
é preciso que os fiéis se aproximem dela com
as melhores disposições interiores, que seu
coração acompanhe sua voz, que cooperem
com a graça do alto e não a recebam em vão...
os fiéis participem da liturgia de maneira ativa
e frutuosa, sabendo o que estão fazendo”
(SC, 11).
“A vida espiritual não se resume na
participação na liturgia. Chamado a orar em
comum, o cristão não deve deixar também de
entrar em seu quarto, para orar ao Pai no
segredo do coração” (SC, 12).
19. A NECESSIDADE DE UMA REFORMA LITÚRGICA
“A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis
participem das celebrações de maneira
consciente e ativa, de acordo com as
exigências da própria liturgia e por direito e
dever do povo cristão, em virtude do batismo,
como ‘raça eleita, sacerdócio régio, nação
santa e povo adquirido’ (1Pd 2,9; cf. 2,4-5).
Procure-se, por todos os meios, restabelecer e
favorecer a participação plena e ativa de todo o
povo na liturgia. Ela é a fonte primeira e
indispensável espírito cristão” (SC, 14).
20. “A Igreja deseja fazer quanto antes uma
reforma litúrgica geral, para que o povo cristão
aproveite melhor as riquezas de graça contidas
na liturgia. Há, na liturgia, uma parte imutável,
de instituição divina, e outras sujeitas a
modificações, que podem e devem variar no
decurso do tempo, desde que apresentem
aspectos menos apropriados à natureza íntima
da própria liturgia ou que se tenham tornado
obsoletos. Nesta reforma, os textos e os ritos
devem vir a exprimir com clareza as realidades
santas que significam, para que o povo cristão
as perceba com maior facilidade, na medida do
possível, e possa participar plena e ativamente
da celebração comunitária” (SC, 21)
21. “As ações litúrgicas não são ações privadas,
mas celebrações da Igreja, sacramento da
unidade, povo santo reunido ordenadamente
em torno do bispo” (SC, 26).
“Em todas as celebrações litúrgicas, ministro e
fiéis, no desempenho de sua função, façam
somente aquilo e tudo aquilo que convém à
natureza da ação, de acordo com as normas
litúrgicas. Os acólitos, leitores, comentadores
e cantores exercem um verdadeiro ministério
litúrgico” (SC, 28-29).
22. “Para promover a participação ativa
do povo, recorra-se a aclamações,
respostas, salmodias, antífonas,
cânticos, assim como a gestos ou
atitudes corporais. Nos momentos
devidos, porém, guarde-se o silêncio
sagrado. Na revisão dos livros
litúrgicos, as rubricas devem prever
também as ações dos fiéis” (SC, 30).
23. “O rito deve se caracterizar por uma nobre
simplicidade, ser claro e breve, evitar as
repetições, estar ao alcance dos fiéis e não
necessitar de muitas explicações” (SC, 34).
“Restaure-se o uso abundante, variado e bem
distribuído da Sagrada Escritura nas
celebrações litúrgicas” (SC, 35).
Permite-se o uso do vernáculo nas leituras e
admoestações, em certas orações e cânticos
(cf. SC, 36).
24. A EUCARISTIA NO MAGISTÉRIO CONCILIAR
“Na última ceia, na noite em que seria traído,
nosso Salvador instituiu o sacrifício eucarístico
do seu corpo e sangue, que perpetuaria o
sacrifício da cruz durante os séculos, até que
voltasse. Legou assim à sua Igreja, como à
esposa amada, o memorial de sua morte e
ressurreição: sacramento de piedade, sinal de
unidade, vínculo da caridade e banquete pascal,
‘em que se toma Cristo, em que a mente se
enche de graça e em que nos é dado o penhor da
glória futura’” (SC, 47).
25. “A Igreja procura fazer com que os fiéis estejam
presentes a este mistério, não como estranhos
ou simples espectadores, mas como
participantes conscientes, piedosos e ativos.
Devem entender o que se passa, instruir-se com
a Palavra de Deus e alimentar-se da mesa do
corpo do Senhor. Das graças a Deus, sabendo
que a hóstia imaculada, oferecida não só pelas
mãos dos sacerdotes, mas também pelos fiéis,
representa o oferecimento cotidiano de si
mesmos até que se consuma, pela mediação de
Cristo, a unidade com Deus e entre si, e Deus
venha, enfim, a ser tudo em todos” (SC, 48).
26. CRITÉRIOS DE REFORMA:
a) Os ritos sejam simplificados, mantendo-se a sua
substância (cf. SC, 50)
b) Quanto mais a Palavra de Deus for oferecida aos fiéis,
maior acesso terão aos tesouros da Bíblia (cf. SC, 51)
c) Recomenda-se insistentemente a homilia (cf. SC, 52)
d) Restaure-se a oração dos fiéis: pela Igreja, pelos
governantes, pelos que passam necessidade e pela
salvação de todos (cf. SC, 53)
e) Uso mais amplo do vernáculo (cf. SC, 54)
f) Recomenda-se vivamente a comunhão sob duas
espécies (cf. SC, 55)
g) A unidade da Missa: Liturgia da Palavra e Eucarística
(cf. SC, 56)
h) Incentivo à concelebração (cf. SC, 58)
27. A REFORMA DO ANO LITÚRGICO
“Por tradição apostólica, que remonta ao próprio dia da
ressurreição do Senhor, a Igreja celebra o Mistério
Pascal no oitavo dia da semana, que veio a ser
convenientemente denominado domingo, isto é, dia do
Senhor. Nesse dia, os fiéis devem se reunir para ouvir a
Palavra de Deus e participar da Eucaristia, dando graças
a Deus, ‘que nos fez renascer para uma esperança viva,
ressuscitando Jesus Cristo dentre os mortos’ (1Pd 1,3).
O domingo é o principal dia de festa. Como tal deve ser
proposto com convicção aos fiéis, para que se torne um
dia de alegria e de descanso. É o fundamento e o cerne
do ano litúrgico. Nenhuma outra celebração, a não ser
de primeiríssima importância, lhe deve passar à frente”
(SC, 106)
28. “A reforma do ano litúrgico
deve restaurar os costumes
e a disciplina dos diversos
tempos, de acordo com as
exigências da vida de hoje.
Reforce-se sua natureza
original, para alimentar a
piedade dos fiéis na
celebração dos mistérios da
redenção cristã,
especialmente do Mistério
Pascal” (SC, 107)
29. “Com estas palavras, exaltam-se ao
mesmo tempo não só o sacrifício,
que pertence à essência da missa,
que todos os dias é celebrada, mas
também o sacrossanto, no qual os
fiéis comem, pela sagrada
comunhão, a carne de Cristo e
bebem o seu sangue, recebendo
assim a graça, antecipação da vida
eterna e ‘remédio da imortalidade’,
segundo as palavras do Senhor:
‘Quem come a minha carne e bebe o
meu sangue, tem a vida eterna e eu o
ressuscitarei no último dia’”
(Paulo VI. Misterium Fidei, 5)