1. Capítulo VIII – Bem aventurados os
que têm puro o coração
Pecado por pensamentos. - Adultério
Por Patrícia Farias – Brasil, 06/07/2021
Estudo do Evangelho
Segundo o Espiritismo
2. 5. Aprendestes que foi dito aos antigos: “Não cometereis adultério. Eu, porém, vos
digo que aquele que houver olhado uma mulher, com mau desejo para com ela, já em
seu coração cometeu adultério com ela.”
(S.Mateus, 5:27 e 28.)
6. A palavra adultério não deve absolutamente ser entendida aqui no sentido exclusivo
da acepção que lhe é própria, porém, num sentido mais geral. Muitas vezes Jesus a
empregou por extensão, para designar o mal, o pecado, todo e qualquer pensamento
mau, como, por exemplo, nesta passagem:
“Porquanto se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, dentre esta raça
adúltera e pecadora, o Filho do homem também se envergonhará dele, quando vier
acompanhado dos santos anjos, na glória de seu Pai.”
(S. MARCOS, 8:38.)
ESE - CAPÍTULO VIII – BEM AVENTURADOS OS QUE TÊM PURO O CORAÇÃO
A verdadeira pureza não está somente nos atos; está também no pensamento, porquanto
aquele que tem puro o coração, nem sequer pensa no mal. Foi o que Jesus quis dizer: ele
condena o pecado, mesmo em pensamento, porque é sinal de impureza.
3. Ação dos Espíritos sobre os fluidos. Criação
fluídica. Fotografia do pensamento
14. Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais,
não manipulando-os como os homens manipulam
os gases, mas empregando o pensamento e a
vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a
vontade são o que é a mão para o homem. Pelo
pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou
qual direção, os aglomeram, combinam ou
dispersam, organizam com eles conjuntos que
apresentam uma aparência, uma forma, uma
coloração determinadas; mudam-lhes as
propriedades, como um químico muda a dos gases
ou de outros corpos, combinando-os segundo
certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida
espiritual.
4. Ação dos Espíritos sobre os fluidos. Criação
fluídica. Fotografia do pensamento
É assim, por exemplo, que um Espírito se faz visível a um encarnado que possua a vista psíquica, sob as aparências que
tinha quando vivo na época em que o segundo o conheceu, embora haja ele tido, depois dessa época, muitas
encarnações. Apresenta-se com o vestuário, os sinais exteriores — enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc.
— que tinha então. Um decapitado se apresentará sem a cabeça. Não quer isso dizer que haja conservado essas
aparências, certo que não, porquanto, como Espírito, ele não é coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado; o que
se dá é que, retrocedendo o seu pensamento à época em que tinha tais defeitos, seu perispírito lhes toma
instantaneamente as aparências, que deixam de existir logo que o mesmo pensamento cessa de agir naquele
sentido. Se, pois, de uma vez ele foi negro e branco de outra, apresentar-se-á como branco ou negro, conforme a
encarnação a que se refira a sua evocação e à que se transporte o seu pensamento.
Por análogo efeito, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar. Um
avarento manuseará ouro, um militar trará suas armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, um lavrador a
sua charrua e seus bois, uma mulher velha a sua roca. Para o Espírito, que é, também ele, fluídico, esses objetos
fluídicos são tão reais, como o eram, no estado material, para o homem vivo; mas, pela razão de serem criações do
pensamento, a existência deles é tão fugitiva quanto a deste. *
5. Ação dos Espíritos sobre os fluidos. Criação
fluídica. Fotografia do pensamento
Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele
corpo e aí de certo modo se fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a idéia de matar a outro: embora o corpo
material se lhe conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes
deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar.
O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no
espírito. Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma
pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo. Contudo, vendo a intenção,
pode ela pressentir a execução do ato que lhe será a conseqüência, mas não pode determinar o instante em que o
mesmo ato será executado, nem lhe assinalar os pormenores, nem, ainda, afirmar que ele se dê, porque circunstâncias
ulteriores poderão modificar os planos assentados e mudar as disposições. Ele não pode ver o que ainda não esteja no
pensamento do outro; o que vê é a preocupação habitual do indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons
ou maus.
6. 7. Esse princípio suscita naturalmente a seguinte
questão: Sofrem-se as conseqüências de um pensamento mau,
embora nenhum efeito produza?
Cumpre se faça aqui uma importante distinção. À medida que avança na vida espiritual, a alma que enveredou pelo
mau caminho se esclarece e despoja pouco a pouco de suas imperfeições, conforme a maior ou menor boa vontade
que demonstre, em virtude do seu livre-arbítrio. Todo pensamento mau resulta, pois, da imperfeição da alma; mas,
de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se lhe torna uma ocasião de
adiantar-se, porque ela o repele com energia. É indício de esforço por apagar uma mancha. Não cederá, se se
apresentar oportunidade de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente
com a sua vitória.
ESE - CAPÍTULO VIII – BEM AVENTURADOS OS QUE TÊM PURO O CORAÇÃO
Aquela que, ao contrário, não tomou boas resoluções, procura ocasião de praticar o mau ato e, se não o leva a
efeito, não é por virtude da sua vontade, mas por falta de ensejo. É, pois, tão culpada quanto o seria se o
cometesse.
Em resumo, naquele que nem sequer concebe a idéia do mal, já há progresso realizado; naquele a quem essa idéia
acode, mas que a repele, há progresso em vias de realizar-se; naquele, finalmente, que pensa no mal e nesse
pensamento se compraz, o mal ainda existe na plenitude da sua força. Num, o trabalho está feito; no outro, está
por fazer-se. Deus, que é justo, leva em conta todas essas gradações na responsabilidade dos atos e dos
pensamentos do homem.
7. 629. Que definição se pode dar da moral?
“A moral é a regra de bem proceder, isto é, a distinção entre o bem e o mal.
Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo
faz em vista e pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.”
ESE - CAPÍTULO VIII – BEM AVENTURADOS OS QUE TÊM PURO O CORAÇÃO
Parte III — Das leis morais
Capítulo I — Da lei divina ou
natural - O bem e o mal.
630. Como se pode distinguir o bem do mal?
“O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é
contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus; fazer o
mal é infringi-la.”
632. Estando sujeito ao erro, não pode o homem enganar-se na apreciação do
bem e do mal, e crer que pratica o bem quando em realidade pratica o mal?
“Jesus disse: vede o que quereríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. Tudo
se resume nisso. Não vos enganareis.”
8. “Eu disse que o mal depende da vontade. Pois bem: tanto mais culpado é o
homem, quanto melhor sabe o que faz.”
As circunstâncias dão relativa gravidade ao bem e ao mal. Muitas vezes, comete
o homem faltas que, nem por serem consequência da posição em que a
sociedade o colocou, se tornam menos repreensíveis. Mas a sua
responsabilidade é proporcional aos meios de que ele dispõe para compreender
o bem e o mal. Assim, mais culpado é, aos olhos de Deus, o homem esclarecido
que pratica uma simples injustiça, do que o selvagem ignorante que se entrega
aos seus instintos.
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Parte III — Das leis morais
Capítulo I — Da lei divina ou
natural - O bem e o mal.