1) O documento discute a importância do perdão e da reconciliação para evitar vinganças de espíritos adversários após a morte e casos de obsessão.
2) Segundo o Espiritismo, a maioria dos casos de obsessão ocorre devido a vinganças de espíritos de existências anteriores.
3) O perdão e a reconciliação com os inimigos enquanto se está vivo podem transformá-los em amigos após a morte e evitar sofrimentos futuros.
Reconciliações com os adversários e a libertação da obsessão espiritual
1. CAPÍTULO X – BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO
MISERICORDIOSOS
Reconciliações com os adversários
Estudo do Evangelho
Segundo o Espiritismo
Por Patrícia Farias – Brasil, 31/08/2021
2. 5. Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso
adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele
não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da
justiça e não sejais metido em prisão. – Digo-vos, em verdade,
que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último
ceitil. (S. Mateus, 5:25 e 26.)
3. 6. Na prática do perdão, como, em geral, na do bem, não há somente um efeito moral: há
também um efeito material. A morte, como sabemos, não nos livra dos nossos inimigos;
os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles
contra os quais guardam rancor; donde decorre a falsidade do provérbio que diz: “Morto
o animal, morto o veneno”, quando aplicado ao homem.
O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e,
assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas
suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão,
sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e possessão. O
obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se
encontra em existência anterior, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder. Deus
o permite, para os punir do mal que a seu turno praticaram, ou, se tal não ocorreu, por
haverem faltado com a indulgência e a caridade, não perdoando.
4. O LIVRO DOS ESPÍRITOS
CAP. 9 - INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO
III – Possessos (Perguntas 473 a 480)
474. Se não há possessão propriamente dita, quer dizer, coabitação
de dois Espíritos no mesmo corpo, a alma pode encontrar-se na
dependência de um outro Espírito, de maneira a se ver por ele
subjugada ou obsedada a ponto de ser sua vontade, de alguma
forma, paralisada?
— Sim, e são esses os verdadeiros possessos; mas ficai
sabendo que essa denominação não se efetua jamais sem a
participação daquele que sofre, seja por sua fraqueza, seja
pelo seu desejo. Freqüentemente se têm tomado por
possessos criaturas epiléticas ou loucas, que mais necessitam
de médico do que de exorcismo.
A palavra possesso, na sua acepção vulgar,
supõe a existência de demônios, ou seja, de
uma categoria de seres de natureza má, e a
coabitação de um desses seres com a alma,
no corpo de um indivíduo. Mas, como não
há demônios nesse sentido, e como dois
Espíritos não podem habitar
simultaneamente o mesmo corpo, também
não há possessos, segundo a idéia ligada a
essa palavra. Pela expressão possesso não
se deve entender senão a dependência
absoluta da alma em relação a Espíritos
imperfeitos que a subjuguem.
5. O LIVRO DOS ESPÍRITOS
CAP. 9 - INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO
III – Possessos (Perguntas 473 a 480)
475. Pode uma pessoa por si mesma afastar os maus Espíritos e se
libertar do seu domínio?
— Sempre se pode sacudir um jugo, quando se tem uma vontade
firme.
477. As fórmulas de exorcismo têm qualquer eficácia contra os
maus Espíritos?
—Não; quando esses Espíritos vêem alguém toma-las a sério, riem e
se obstinam.
479. A prece é um meio eficaz para
curar a obsessão?
— A prece é um poderoso socorro
para todos os casos, mas sabei que não
é suficiente murmurar algumas
palavras para obter o que se
deseja. Deus assiste aos que agem, e
não aos que se limitam a pedir.
Cumpre, portanto, que o obsedado
faça, de seu lado, o que for necessário
para destruir em si mesmo a causa que
atrai os maus Espíritos.
6. Em geral, noventa por cento dos casos de obsessão que se verificam
na Crosta, constituem problemas dolorosos e intricados. Quase sempre,
o obsidiado padece de lastimável cegueira, com relação à própria
enfermidade. E, porque não atende ao chamamento da verdade pela
cristalização personalista, torna-se presa fácil e inconsciente, embora
responsável, de perigosos inimigos das zonas de atividades grosseiras.
André Luiz – Francisco C. Xavier
“Um espírito obsessor terá tanto poder sobre nós quanto seja
o poder que facultamos a esse espírito de nos obsedar. O
obsessor tem sobre nós a influência do tamanho da nossa
capacidade de atraí-lo para o nosso campo de ação”.
Emmanuel – Francisco C. Xavier
7. Importa, conseguintemente, do ponto de vista da tranqüilidade futura, que cada um repare,
quanto antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, que perdoe aos seus inimigos, a
fim de que, antes que a morte lhe chegue, esteja apagado qualquer motivo de dissensão, toda
causa fundada de ulterior animosidade. Por essa forma, de um inimigo encarniçado neste
mundo se pode fazer um amigo no outro; pelo menos, o que assim procede põe de seu lado o
bom direito e Deus não consente que aquele que perdoou sofra qualquer vingança. Quando
Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é
somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da nossa atual existência; é,
principalmente, para que elas se não perpetuem nas existências futuras. Não saireis de lá, da
prisão, enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é, enquanto não houverdes
satisfeito completamente a justiça de Deus.